UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DISCIPLINA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS PRAD – LOTE 7-H ALINE WATANEBE FELIPE P. ALBUQUERQUE JULIANA CORREIA KELLY LEIKO UMEKI CAMPO MOURÃO 2011
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Plano de Recuperação de Área Degradada no Lote 7h - Campo Mourão
Plano de recuperação de Área degradada no lote 7-h, no município de Campo Mourão. Encontra-se no local remanescente de cerrado.
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL DISCIPLINA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
PRAD – LOTE 7-H
ALINE WATANEBE FELIPE P. ALBUQUERQUE
JULIANA CORREIA KELLY LEIKO UMEKI
CAMPO MOURÃO 2011
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ALINE Y. M. WATANABE FELIPE P. ALBUQUERQUE
JULIANA CORREIA KELLY LEIKO UMEKI
PRAD – LOTE 7-H
Trabalho apresentado como requisito da disciplina de Recuperação de Áreas Degradadas, referente ao oitavo período do Curso Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Campo Mourão - PR
Professor: Marcelo Galeazzi Caxambu
CAMPO MOURÃO 2011
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SUMÁRIO
1. Descrição geral da área ........................................................................................ 5
Endereço: Rua Mato Grosso, n° 528. CEP: 87600-000 – Nova
Esperança – PR
Responsável técnico: Aline Watanabe
1.1.5 Nome e endereço do proprietário
Razão social/Nome: Imobiliária Sol.
Fone: (44) 3543-1884
Endereço: Rua Guarujá, 2147
CEP: 87600-000 Maringá – PR
2. Diagnóstico ambiental
2.1 Definição das áreas de influência direta e indireta
No entorno da estação existem empresas e há também grande fluxo de
pessoas devido ao acesso ao bairro próximo a estação. A atividade urbana interfere
de forma direta na conservação da estação, pois torna difícil o controle de visitas
clandestinas, sendo que as visitas mais preocupantes são as que levam lixos
domésticos e resíduos de construção civil pra dentro da unidade. A população
também adentra a área para a retirada de frutos provenientes do Caryocar
brasiliensis Cambess.
O lote 7-H encontra-se na margem da BR-157. A rodovia afeta direta e
indiretamente a área. Os fatores indiretos dizem respeito tanto ao ruído quanto a
poluição atmosférica em decorrência do grande fluxo de veículos, já os diretos se
devem ao fato dos possíveis atropelamentos de animais.
Outros fatores que influenciam diretamente a área são os animais
errantes, como cachorros, gatos e roedores que podem afugentar a fauna,
prejudicando na dispersão de sementes.
O incêndio realizado de forma indiscriminada é um fator que influencia
diretamente as plantas locais, assim como a circunvizinhaça, pois a área se localiza
em ambiente urbano. A população do município pode considerar os incêndios
criminosos. Outros, por falta de conhecimento atearão fogo em qualquer lugar, como
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datas e terrenos baldios, pois isso acontece em determinados lugares. Portanto,
deverá ser realizada uma conscientização da população local em relação à
importância do incêndio controlado, já que este é fundamental para o
desenvolvimento de plantas do cerrado. Com isso a população se conscientizará
que os incêndios são legais apenas em áreas restritas.
2.2 Meio físico
2.2.1 Climatologia
Segundo a classificação de Köppen (1948), o clima de Campo Mourão
é classificado como Clima subtropical úmido mesotérmico (Cfb), apresenta verões
frescos (temperatura média do mês mais quente inferior a 22 °C), invernos com
ocorrências de geadas severas e freqüentes (temperatura média do mês mais frio
inferior a 18 °C), não apresentando estação seca.
2.2.2 Geologia
Segundo o ITCG, a geologia do município de Campo Mourão é
classificada como Grupo São Bento, formação Serra Geral. White (1908) usou o
termo “Grupo São Bento” para reunir as rochas vulcânicas e eólicas que ocorrem na
Serra do Rio do Rastro, sul do estado de Santa Catarina. Fazem parte deste grupo
as formações Botucatu e Serra Geral.
Litologicamente, a formação Serra Geral é constituída por uma
sucessão de derrames de lavas, predominantemente básicas, contendo domínios
subordinados intermediários e ácidos, principalmente no terço médio e superior.
Geralmente, encontram-se bastante fraturados, exibindo fraturas conchoidais
características. Esta formação é consequência de um intenso magmatismo de
fissura, correspondendo ao encerramento da evolução gonduânica da bacia do
Paraná. O contato da Formação Serra Geral com as unidades sedimentares mais
antigas da Bacia do Paraná é determinado por discordância. É muito freqüente a
intrusão de diabásios em rochas sedimentares gonduânicas (KREBS, 2002).
Mühlmann et al. (1974) situam a Formação Serra Geral no Cretáceo
Inferior (entre 120 e 130 milhões de anos), através de dados radiométricos, obtidos
por diversos autores.
2.2.3 Hidrologia
O local de realização do PRAD se situa nos limites da bacia do Rio KM
119 (Figura 2), a qual pertence a bacia hidrográfica do rio Mourão, afluente do Rio
Ivaí, tributário do Rio Paraná.
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Figura 2. Mapa da área urbana do município de Campo Mourão –PR, com destaque para o lote 7- H. Fonte: Silva (2009) in Palinologia da Estação Ecológica do Cerrado de Campo Mourão e áreas adjacentes.
2.3 Meio biótico
2.3.1 Caracterização qualitativa e quantitativa da fauna e flora
A caracterização qualitativa da flora foi realizada através da
consulta ao acervo do herbário da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
campus Campo Mourão e através de levantamentos de campo, onde, além do
levantamento qualitativo, um levantamento quantitativo (tabela 1) também foi
realizado. Na análise de campo a área foi dividida em 12 diferentes parcelas de 100
m2 cada e nessas parcelas a amostragem de todas as espécies vegetais foi
realizada, assim como foi levantado o diâmetro a altura do peito e a altura das
espécies arbóreas.
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Tabela 1: Listagem das espécies arbóreas e indicação de sua ocorrência natural nos biomas / ecossistemas com classificação sucessional. (Classe sussecional: PI – Pioneira e NP – Não Pioneira. Biomas / Ecossistemas: R – Vegetação de Restinga, FOD – Floresta Ombrófila Densa, FES – Floresta Estacional Semidecidual, MC – Mata Ciliar Estacional Semidecidual, C – Cerrado e FOM – Floresta Ombrófila Mista).
Ocorrência de Estágio Sucessional
Família Espécie Nome Popular Nº
Ind. (%) R FOD FES MC C FOM FED PI NP
Leguminosae-Papilionoideae Acosmium subelegans (Mohlenb) Yakovl Amendoim-falso 3 2,31 X X X
Verbenaceae Aegiphila verticillata Vell. Milho-de galinha 2 1,54 X X
Leguminosae-Mimosoideae Anadenanthera peregrina (L.) Angico-do-mato 4 3,08 X X X X
Apocynaceae Aspidosperma tomentosum Mart Peroba-do-cerrado 4 3,08 X X X X
Myrtaceae Aulomyrcia laruotteana Cambess Camboí 1 0,77 X X X X X
Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess Pequi 54 41,54 X X
Flacurtiaceae Casearia sylvestris Sw. Guaçatonga 7 5,38 X X X X X X
Sapotaceae Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk Vassourinha 11 8,46 X X X X X X X
Caesalpiniaceae Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba 3 2,31 X X X X X X
Bignoniaceae Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Caroba De Flor Verde 1 0,77 X X X X
Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. Cambará-do-mato 2 1,54 X X X X X X
Mimosaceae Leucaena leucocephala (LAM.) De Wit. Leucena 1 0,77 Invasora X
Anacardiaceae Lithraea molleoides Vell. Aroeira-do-cerrado 4 3,08 X X X X X X
Tiliaceae Luehea candicans Mart. Acoita-cavalo 2 1,54 X X
Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. Camboatá-branco 4 3,08 X X X X X X
Melastomataceae Miconia cinerascens Miq. Pixirica 2 1,54 X X X
Myrtaceae Myrcia splendens (Sw.) DC Guamirim 2 1,54 X X X X
Primulaceae Myrsine balansae (Mez) Arechav. Canela-mole 2 1,54 X X X
Lauraceae Ocotea corymbosa (Miers.) Mez. Canelão 5 3,85 X X X X
Lauraceae Ocotea lancifolia (Schott) Mez. Canela-pilosa 7 5,38 X X X
Euphorbiaceae Ricinus communis L. Mamona 1 0,77 Invasora X
Anacardiaceae Schinus polygama (Cav.) Cabr Assobiadeira 5 3,85 X X
Fabaceae Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby Alcaçuz-bravo 1 0,77 X X X
Mimosoideae Stryphnodendron adstringens (Mart.) Barbatimão do cerrado 1 0,77 X X X
Bignoniaceae Tabebuia ochracea (Cham.) Standl. Ipê-do-cerrado 1 0,77 X X X X
Byrsonima intermedia Adr. Juss, será utilizado o método de manejo manual, ou seja,
para o controle dessas plantas será feito a retirada manual do local, arrancando o
individuo por inteiro, colocando-os em saco de lixo para que não haja contaminação
da área.
Já o controle da espécie Leucaena leucocephala (Lam.) R. de Wid,
será utilizado o manejo manual, dito anteriormente e também o manejo químico,
onde será aplicado o herbicida glifosato para controle químico da espécie. Para o
manejo da espécie Setaria vulpiseta (St. Hil.) Adr. Juss, segundo a EMBRAPA, a
combinação do controle químico (herbicidas) e o mecânico pode ser realizada, mas
nem sempre é feita com grande sucesso ou a custos razoáveis. A quantidade de
sementes remanescentes e as condições climáticas são as principais causas desses
insucessos.
Os herbicidas dissecantes (paraquat), sistêmicos (glifosato) e os
graminicidas (vários) podem ser utilizados, desde que os critérios técnicos sejam
obedecidos à risca, pois o emprego inadequado de dosagens e equipamentos ou
condições ambientais impróprias podem inviabilizar a eficiência do controle, então a
eliminação da Urocloa brizantha deve ser feito de forma cautelosa e de longo
período, para que seja feita sua erradicação por completo.
No entanto, é de extrema importância saber os efeitos causados por
tais herbicidas, o paraquat, por exemplo, é altamente toxico e volátil, então sua
utilização torna-se extremamente perigosa.
As espécies arbóreas de grande porte não típicas do cerrado serão
retiradas do local através do corte manual, sendo que as arvores que margeiam a
rodovia e a rua terão sua queda direcionada para estas, evitando, desta forma,
impactar as demais árvores. As que se encontram mais no interior do terreno terão
sua queda direcionada para um aceiro, já existente na área.
Com essas ações torna-se possível que uma queima controlada seja
realizada na área. As principais razões para se realizar esse tipo de manejo são a
redução do material combustível, preparo do terreno, controle de espécies
indesejáveis e quebra de dormência de espécies típicas desse bioma que são
favorecidas pelo fogo.
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É importante que esse manejo de fogo ocorra em uma parcela pré
delimitada, com analise previa da direção dos ventos, quantidade de material
combustível e a disponibilidade da brigada de incêndio do município para estar
presente.
Desta forma deve-se subdividir o local em três parcelas, para que cada
um queime em anos distintos, possibilitando, desta forma, que a área que não está
sendo queimada possa gerar sementes e frutos que serão disponibilizados para a
parcela que está sendo queimada e facilitando a regeneração desta de uma maneira
constante e equitativa, eliminando as espécies não típicas de cerrado e intolerantes
ao fogo. A técnica de queima por zonas, como ilustrado na figura 7, ainda fará com
que o local continue a ser atraente para a fauna, em particular para a avifauna,
mesmo logo após o período da queima. Pondera-se, ainda, que as chances do
incêndio se tornar de grandes proporções serão ínfimas uma vez que o material
lenhoso de grande porte terá sido previamente retirado, conforme já descrito.
Figura 7. Zoneamento da área em parcelas de queima. Escala: 1:1350. Fonte: Google Maps, 2011.
Com adaptação.
Durante a queimada é necessário que se atente à direção do fogo, que
deve ser oposta ao vento. Vale ressaltar que a presença de brigadistas e dos órgãos
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ambientais e o corpo de bombeiro estejam presentes para que o fogo não se alastre
e para que eventuais contratempos possam ser rapidamente solucionados.
5.1.3 Revegetação com predominância de espécies nativas locais
A estabilidade do local, não poderá ser alcançada em curto período de
tempo, pois a natureza pode levar anos para se recuperar e assim se estabilizar.
Podem ser adotadas medidas, para que esses processos sejam acelerados.
Segundo DURIGAN ET AL (2011), podem ser recomendadas três
técnicas para a recuperação da cobertura vegetal do cerrado: regeneração natural,
enriquecimento e plantio convencional. Além dessas técnicas podemos citar também
a técnica de nucleação.
A regeneração natural é indicada em situações nas quais o solo e a
vegetação de cerrado for submetida a baixo impacto e há arbustos em regeneração
com densidade e diversidade suficientes, basta que sejam eliminados os agentes de
perturbação. Quando a área estiver ocupada por espécies invasoras, como a
braquiária, capim gordura, etc., medidas que controlam essas plantas devem ser
adotadas DURIGAN ET AL (2011).
Apesar do tamanho da área ser reduzido, possui uma diversidade
considerável, ainda que a maior parte esteja impactada e que muitas espécies
apresente poucos indivíduos, fazendo com que a diversidade genética seja baixa.
Desta forma propõe-se uma técnica de recuperação que consorcie
técnicas de regeneração natural com técnicas modificadas de nucleação. Após a
queima das áreas, como mencionado anteriormente, serapilheira será trazida de
diferentes locais e disposta no solo, auxiliando, desta forma, que a variabilidade
genética seja aumentada e que sementes de outras espécies de cerrado sejam
trazidas para o local de estudo.
A queimada das zonas será feita em diferentes épocas do ano e, após
aproximadamente 3 semanas após a queima de cada uma das zonas, a serapilheira
oriunda, no primeiro ano do Parque Estadual de Jaguariaíva – PR, no segundo ano
do Parque Estadual de Juqueri, no município de Franco da Rocha – SP e,
finalmente, no terceiro ano de outros remanecentes de cerrado do próprio município,
será depositada sobre a zona previamente queimada.
Para que a serapilheira dos parques mencionados possa ser trazida
para ser usada na recuperação da área, autorizações e parcerias terão que ser
firmadas com os parque antes mencionados.
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Espera-se que ao final de um período de 4 anos, quando todas as
zonas de queima (figura 7) já tiverem sido incendiadas, que a serapilheira já tenha
sido depositada em toda a area e que a última parcela já tenha passado por um
período de um ano para se regenerar, poderá se avaliar a eficiência da técnica
adotada e, caso o resultado seja insatisfatório, uma outra técnica, tal como o plantio
convencional poderá ser adotada para a recuperação do local.
O plantio convencional, por sua vez é indicado onde o solo tenha sido
revolvido muitas vezes e alterado quimicamente por corretivos e fertilizantes
geralmente não apresentam potencial de regeneração natural. Essas práticas de uso
do solo tendem a eliminar as estruturas subterrâneas que poderiam rebrotar e, além
disso, não há registros de recuperação da vegetação de cerrado a partir de banco
de sementes do solo ou trazidas por vento ou por animais, colonizando áreas
totalmente desmatadas e cultivadas intensamente por anos a fio. Nessas áreas, a
única técnica recomendável é o plantio de espécies de cerrado, seguindo as práticas
silviculturais convencionais, com pequenas adaptações: preparo do solo,
espaçamento, coveamento, fertilização, tamanho das mudas, época de plantio
DURIGAN ET AL (2011).
Dentre as espécies chave do cerrado, que podemos utilizar no plantio
convencional, podemos citar o Solanum lycocarpum, que possui grande interação
com a fauna e, devido as suas folhas grandes, quando caem ao solo podem
favorecer outras espécies do cerrado; Byrsonima spp. e Annona spp. possuindo alto
interação com a fauna; Brosimum gaudichaudianum, planta ameaçada no Paraná e
da mesma família da figueira, tendo importância análoga a essa em cerrado; Butia
spp., Allagoptera camoestris e Acanthoxoxoa emensis, palmeiras geralmente raras e
de suma importância devido ao seu alto nível de interação com a fauna e aos
aspectos paisagísticos e econômicos.
5.2 Concepção esquemática da área reabilitada
Após as medidas aplicadas, espera-se que a fisionomia da área seja
semelhante à apresentada na figura 9. A figura 8 demonstra a situação atual da
área.
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Figura 8. Situação atual da área. Escala: 1:1350.Fonte: Google Earth, 2011.
Figura 9. Situação esperada do lote 7-H. Escala: 1: 1350. Fonte: Fonte: Google Maps, 2011. Com
adaptação.
6. Ações emergenciais para riscos de acidentes ambientais
6.1 Atuação em condições anormais, de acidentes e de situações potenciais
de emergência
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Em visita a campo, foi possível identificar pela aparência dos troncos que a
área tem sofrido queimadas. O fogo ocorre acidentalmente no período de seca e
também é causadao pelo vandalismo da população.
Primeiramente ao se detectar um incêndio, faz-se necessário o
acionamento de um alarme de incêndio, para que todos fiquem atentos e saiam do
local que esta sendo queimado. A segunda medida é chamar imediatamente os
brigadistas da unidade de conservação e o corpo de bombeiro da cidade para que o
controle seja feito o mais rápido possível, evitando uma maior destruição.
Nos incêndios já ocorridos o controle foi realizado pelo Corpo de Bombeiro
de Campo Mourão que, avisado pela população de entorno, se dirigiu ao local
estabilizando a área antes que o fogo tomasse proporções desatrosas.
6.2 Níveis de gravidade de risco gerados pelos incidentes e acidentes
Uma vez que o local está situado dentro da área urbana do município de
Campo Mourão, qualquer incêndio pode tornar-se altamente grave, pois seus efeitos
poderão se alastrar para os empreendimentos circunvizinhos e causar grandes
prejuízos econômicos e sociais.
6.2.1 Detecção do incidente
A idéia principal é combater o fogo quando o mesmo ainda está em seu
início, ou seja, o incêndio deve ser detectado no menor espaço possível de tempo.
Isto engloba não só localizar o fogo de maneira rápida, como também localizar sua
posição exata e enviá-la à equipe de combate. A detecção pode ser feita tanto pela
população da região como também pelos funcionários da unidade da conservação.
6.3 Estabelecimento de atendimento de emergências
Em situações de emergência, primeiramente deve-se ligar para o Corpo de
Bombeiro da cidade, para que a contenção do fogo seja efetuada.
A prevenção engloba todas as medidas tomadas para que um incêndio não
ocorra e se propague. A meta para o controle deve ser sempre a prevenção.
A prevenção pode ser feita pela retirada da fonte de ignição ou do material
combustível. A alternativa escolhida vai depender dos valores influenciados pelo
fogo. Quanto mais valiosa uma área ou produto florestal, maior a necessidade de
eliminar o risco de incêndios. O efetivo controle das fontes de risco requer o
conhecimento de como e quando elas ocorrem e onde. Nestes casos é sempre
necessária uma avaliação das condições pretéritas que influenciaram na ocorrência
de um incêndio.
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Sendo assim é extremamente importante o registro individual de um
incêndio, pois se transforma em fonte estatística em relação a ocorrência dos
incêndios. São analisadas as causas dos incêndios que ocorreram, a época, o local
de ocorrência e a extensão da área queimada.
7. Programa de acompanhamento e monitoramento
A fiscalização terá como objetivo o monitoramento e controle das atividades
no local, afim de minimizar ou até eliminar as negligências que possam comprometer
a conservação da área tanto da fauna quanto da flora. Será feita por terra, a qual
consiste na realização de monitoramento nas trilhas/aceiros de acesso restrito a
fiscalização e em todo o entorno da estação. É necessário que seja feita a
observação de presença de estranhos, presença de armadilhas, indícios de caça,
risco de incêndio e policiamento de qualquer atividade não autorizada.
7.1 Fauna
A grande maioria das espécies da avifauna, por apresentarem hábitos
diurnos, poderão ser observadas por um binóculo e também por máquina
fotográfica. O monitoramento de aves através de observações pode ser feito nos
aceiros, sendo mais eficiente o registro em pontos fixos distribuídos nos locais de
estudo. Em situações mais complexas, o monitoramento deve ser complementado
com levantamentos através de capturas, marcações e recapturas, efetuadas através
redes ornitológicas, as quais são armadas em trilhas abertas. O uso destas "redes
neblina" dependem de autorização do IBAMA.
7.2 Flora
O monitoramento e acompanhamento da flora do Lote 7H, será feito
através de coletas e analises a campo, por uma equipe especializada, onde será
caracterizado a quantidade de indivíduos novos, o CAP das espécies, se há
presença de novas espécies, e também a ocorrência de plantas invasoras.
7.3 Biodiversidade
O índice de Shannon, também chamado de índice de Shannon-Weaver ou
índice de Shannon-Wiener, é um dos vários índices de diversidade usados para
medir a diversidade em dados categóricos. Trata-se da informação entrópica da
distribuição, tratando espécies como símbolos e o tamanho da respectiva população
como uma probabilidade. A vantagem desta medida de heterogeneidade é que ela
leva em consideração o número das espécies e sua equitabilidade. Portanto esse
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índice será utilizado na área, para que a biodiversidade possa ser quantificada e
para analisar o grau de regeneração do local.
7.4 Instrumentação de estrutura e obras
A área será protegida por cercas em todo a sua extensão e os funcionários
farão visitas semanalmente, para verificar se não houve ação de vândalos em
nenhum local.
7.5 Acompanhamento e manutenção das obras executadas
As obras e também sua manutenção será realizada pela prefeitura, para
que possam sempre estar em perfeito estado de conservação.
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8. Fluxograma de planejamento e execução
Coleta de Informações Gerais
Diagnóstico Ambiental
Impactos Ambientais
Aptidão e Intenção de Uso Futuro
Recuperação – Queima/Serrapilheira
Programa de Acompanhamento e Monitoramento
Resultados foram os
esperados
Monitoramento
Sim
Programa de Recuperação
Alternativo
Não
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9. Cronograma executivo
9.1 Físico
Atividades 2011 a 2015
2011 2012 2013 2014 2015
Coleta de Informações Gerais X
Diagnóstico Ambiental X
Impactos Ambientais X
Aptidão e Intenção de Uso Futuro X
Recuperação Natural da Área Degradada X X X X
Programa de Acompanhamento e Monitoramento X X X X
9.2 Financeiro
Listagem de Bens e Serviços Custos R$
Serviço de limpeza do terreno e manejo das espécies exóticas e exóticas invasoras
5.940,00
Confecção e instalação de cercas, alambrados, portão e passagem de pedestres 39.691,75
Pró-labore / ART 48.842,00
Total: 94.473,75
Fonte: MIZOTE, 2011. Adaptado.
9.2.1 Confecção e instalação de cercas, alambrados, portão e passagem
de pedestres
Descrição das atividades: Contratação de serviço para
confecção e instalação de 401,42 m linear de cerca de tela de alambrado (fio
12, malha 8), com pilares e mourões de concreto fixados em base de
concreto, com portões e rampas de acesso para pessoas e veículos, e
passeio de alvenaria junto à cerca de alambrado.
QTDE UNID ESPECIFICAÇÃO MATERIAL VALOR UNIT. VALOR TOTAL
800 M2 Tela de alambrado fio 12 malha 8 15,90 12.720,00
24 Um Pilares de concreto 15x15 cm h=3,5m 66,00 1.584,00
112 Um Mourões de concreto 12x12 cm h=3,5m 32,00 3.584,00
48 Um Catracas (esticadores) 4,50 216,00
48 Um Escoras de concreto 23,00 1.104,00
45 Kg Arame recozido 7,50 337,50
45 kg Arame galvanizado fio 12 9,50 427,50
03 rolo Arame farpado (500 m) 250,00 750,00
01 Um Portão de ferro/alambrado 0,80 x 2,10 m 152,00 152,00
02 Um Portão de ferro/alambrado c/ lança 3/8 4,00x2,50m 950,00 1.900,00
300 M Tábuas 20 cm 6,00 1.800,00
150 M Ripas 5 cm 2,50 375,00
7,5 Kg Prego 17x21 7,50 56,25
75 saco Cimento 23,00 1.725,00
15 m3 Areia lavada 70,00 1.050,00
15 m3 Pedra brita 38,00 570,00
Total: 39.691,75
Fonte: MIZOTE, 2011. Adaptado.
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9.2.2 Serviços de limpeza do terreno, Manejo monitorado das espécies
exóticas e exóticas invasoras e recuperação da área
Descrição das atividades: Limpeza geral do terreno, capina
manual da vegetação invasora nos limites do terreno e remoção dos resíduos
resultantes preparando o local para a instalação de cerca de alambrado. Execução
de serviço de manejo da vegetação invasora e de espécies exóticas, e técnicas de
nucleação modificada (serrapilheira).
QTD UNID ESPECIFICAÇÃO MATERIAL VALOR UNIT. VALOR TOTAL(R$)
1 Mensal Técnico Ambiental 1500,00 1000,00
1 Diária Operário de motosserra 40,00 880,00
2 Diária Funcionários para a capina manual 30,00 660,00
2 Unit Caçamba para entulho de 4m 75,00 150,00
2500 Km Transporte de serrapilheira 1,30 3.250,00
Total: 5.940,00
Fonte: MIZOTE, 2011. Adaptado.
9.2.3 Pró-labore
Descrição das atividades: Planejamento, monitoramento e implantação do projeto.
QTD UNID ESPECIFICAÇÃO VALOR UNIT. VALOR TOTAL(R$)
1600 Horas Engenheiro 30,00 48.000,00
1 Unit ART 842,00 842,00
Total: 48.842,00
10. Referencias Bibliográficas
ARAÚJO, R. S. Chuva de sementes e deposição de serrapilheira em três sistemas de revegetação de áreas degradadas na Reserva Biológica de Poço das antas, Silva Jardim, RJ. 2002. 92f. Dissertação de Mestrado- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13030: Elaboração e
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BERTOTTI, G. M.; BOVO, M. C. Desenvolvimento do setor terciário da economia com base na agricultura: o caso do município de Campo Mourão-PR. Campo Mourão: 2009. COUTINHO, L.M. O conceito de cerrado. Revista Brasileira de Botânica 1:17-23. 1978. DURIGAN, G. et al. Manual para recuperação da vegetação de cerrado. 3 ed. ver. e atual. São Paulo: SMA, 2011. ENCARTE III- Parque Estadual Lago Azul- Plano de Manejo, IAP, 2005.
37
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11. Equipe técnica
Responsável Técnica: Aline Watanabe
Coordenador do Plano de Recuperação: Felipe Albuquerque
Ordenadora de Despesas: Juliana Correia
Especialista em Fauna e Flora: Kelly Leiko Umeki
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12. Anexo
Imagem 1. Imagem de uso e ocupação do solo do município de Campo Mourão - PR. Fonte: FERREIRA;CARNEIRO (2010).