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MODELO DE PLANEJAMENTO E
CONTROLE DA MANUTENO PARA
EMPRESAS DE SANEAMENTO BSICO
Maiquel Auri Lamb (UNISINOS )
[email protected]
Secundino Luis Henrique Corcini Neto (PUC )
[email protected]
Daniel Pacheco Lacerda (UNISINOS )
[email protected]
Aline Dresch (UFSC )
[email protected]
Dieter Brackmann Goldmeyer (UNISINOS )
[email protected]
Este artigo apresenta um modelo bsico de Planejamento e
Controle
da Manuteno (PCM) para empresas de saneamento bsico que tem
por objetivo contribuir para a minimizao da degradao dos ativos
e
distribuir adequadamente as polticas de manuteno,
possibilitando,
desta forma, reduzir as ocorrncias de interrupes de
abastecimento
de gua. Este estudo motivado pelas condies atuais da rea da
manuteno da empresa estudada, denominada neste trabalho de
gua
& Esgoto, no que concernem as deficincias identificadas em
seu PCM
e ao engajamento da equipe em torn-lo mais eficaz. O
presente
trabalho foi elaborado a partir de um estudo de caso na empresa
gua
& Esgoto, somada a experincia de dois profissionais de
empresas do
mesmo segmento no estado do Rio Grande do Sul, que
contriburam
compartilhando as experincias praticadas na empresa
estudada.
Junto a isto, acrescenta-se o referencial terico acerca do tema.
O
produto deste trabalho materializou-se em um modelo de PCM,
apresentando o conjunto de atividades organizadas em trs
grandes
processos: planejamento, programao e controle da manuteno
voltada para empresas de saneamento bsico.
Palavras-chaves: manuteno, saneamento bsico, PCM
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gesto dos
Processos de Produo e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento
Sustentvel dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introduo
A ausncia de uma estrutura organizada de Planejamento, Programao
e Controle da
Manuteno (PCM) em empresas de saneamento bsico, como tambm
percebido em
diversos segmentos, tanto pblicos quanto privados, contribui
para o baixo desempenho
empresarial em atingir seus resultados. Negligncia e
desconhecimento da importncia da
manuteno frente ao equilbrio de uma empresa desencadeiam efeitos
indesejveis que vo
desde indicadores pfios at o srio comprometimento de seu
resultado global. As empresas
pblicas precisam estar no mesmo nvel de vanguarda das empresas
privadas,
independentemente de seu porte, rentabilidade e rea de atuao. No
so apenas grandes
organizaes que podem ser privilegiadas por setores estruturados
de manuteno.
O PCM da empresa de saneamento bsico da cidade estuda possui
alguns pontos de melhoria
que podem alavancar o desempenho global do setor da manuteno. Um
deles o
planejamento. Branco (2008) retrata com fidelidade um dos
problemas mais recorrentes na
manuteno de empresas, quando afirma que na ausncia de
planejamento as pessoas tendem
a trabalhar de forma como julgam ser a melhor.
Uma pesquisa realizada a partir de registros no Relatrio Dirio
da Manuteno
Eletromecnica da empresa aqui denominada ficticiamente de gua
& Esgoto evidenciou
que so recorrentes as manutenes pouco representativas e que
consomem significativa
parcela do tempo dos recursos humanos e dos valores gastos em
materiais sem o retorno
esperado. Este tempo representa 31,6% de servios sem valor
agregado ao sistema de
abastecimento, ou seja, servios de consertos e soldas em grades
e portes; reparos em
ferramentas e mquinas de outros setores; instalaes eltricas
prediais; recuperao de
componentes sem funcionalidade, entre outros.
Para o melhor entendimento do problema de pesquisa, foi
realizado uma entrevista com os
profissionais da equipe de manuteno, solicitando que relatassem
os principais problemas
percebidos na rea, ordenando conforme a importncia de cada um
deles. O resultado desta
pesquisa destaca como problemas que afetam o desempenho da rea
os extensivos processos
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burocrticos (37,9%); o planejamento inadequado que no prev todas
as necessidades do
setor (27,6%); a ausncia de software de manuteno para
gerenciamento das atividades
(15,6%); a adoo de polticas de manuteno equivocadas (14,7%)
seguidas da acomodao
natural dos funcionrios (4,3%). Participaram do levantamento um
total de doze pessoas,
dentre tcnicos, engenheiros e cargos de chefia/coordenao, com
tempos de empresa que
variam de trs meses a oito anos.
No que tange ao Controle da Manuteno, existem restries em
ferramentas de gesto,
limitando-se, em muitos casos, apenas ao preenchimento de
planilhas eletrnicas. Neste
documento, so registrados os trabalhos realizados pela rea, no
havendo um tratamento e
anlise posterior destes dados. Branco (2008) ressalta que as
empresas precisam manter
estruturas formais de tratamento dos dados coletados, visando
estabelecer informaes
oportunas para a tomada de decises.
A necessidade de compras por editais e licitaes, de acordo com a
Lei 8666/93 aliada falta
de planejamento, a principal causa apontada pela rea como
entrave burocrtico dentre os
principais processos administrativos.
Acerca das polticas de manutenes, verifica-se que a manuteno
corretiva a mais
utilizada para a gesto dos ativos da empresa. A manuteno
corretiva planejada praticada
em 57,2% das intervenes, seguida de 28,5% da corretiva no
planejada, 12,8% de
preventiva e apenas 1,5% de manuteno preditiva.
O fato mais preocupante que 45% da manuteno corretiva planejada
adotada no sistema
mais crtico de abastecimento de gua, ou seja, na captao de gua
do rio. Os 55% restantes
so distribudos nos bombeamentos secundrios e ativos com
redundncia
A manuteno corretiva planejada que no montante geral representa
57,2% no ponto crtico
aumenta para 83,2% na restrio. J as intervenes preventiva e
preditiva possuem
percentuais de 7% e 2,3% respectivamente. Esses dados apontam
para um importante ponto
de melhoria na adoo das estratgias de manuteno na restrio do
sistema pois, a
interveno corretiva, segundo Marcorin (2003, p7), a melhor opo
somente quando os
custos da indisponibilidade so menores do que os custos
necessrios para evitar a falha,
condio tipicamente encontrada em equipamentos sem influncia no
processo produtivo.
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Neste sentido, Branco (2008) sugere a adoo de manuteno
preditiva, pois o custo da falha
grande e as despesas com esta tcnica so menores que as eventuais
despesas e gastos com
reparos, custos de indenizaes e custos de perda de produo. O
autor enfatiza que essa
estratgia uma das formas mais eficientes e baratas para unidades
industriais onde o custo da
falha grande.
Alm do exposto, o uso contnuo e em grande representatividade da
estratgia de Manuteno
Corretiva, conduz a uma lenta degradao dos equipamentos e das
instalaes. Este processo
de sucateamento contnuo poder acarretar em perdas de produo,
riscos integridade das
instalaes, riscos de degradao do meio ambiente e riscos vida dos
envolvidos direta e
indiretamente (BRANCO, 2008).
A ABRAMAN (2011) realizou pesquisa que apontou o volume total de
capital investido na
manuteno das organizaes estudadas. O resultado desta aplicao
apresentado na Tabela
1.
Tabela 1 - Aplicao dos Recursos na Manuteno
Fonte: Documento Nacional Abraman (2011).
Comparando os valores apresentados na pesquisa da ABRAMAN (2011)
para o ano de 2011
com os valores investidos pela gua & Esgoto no mesmo perodo,
percebe-se a disparidade
entre a prtica adotada no mercado com a poltica de manuteno da
empresa. Essa
comparao apresentada na Tabela 2.
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Tabela 2 - Comparativo de Recursos na Manuteno (%)
Fonte: Documento Nacional Abraman (2011); Empresa gua &
Esgoto (2012).
No que se refere ausncia de um software de gesto da manuteno,
nota-se que a gesto de
recursos, que envolve tanto equipamentos, peas e mo de obra,
fica prejudicada em funo
de um gerenciamento exclusivamente manual. Sem um sistema
informatizado, as tarefas de
elaborao e acompanhamento de indicadores de controle tornam-se
mais onerosas devido
limitao na gerao de relatrios.
Em sntese, o somatrio dessas fraquezas aponta para riscos na
disponibilidade dos ativos da
empresa, condio imprescindvel para esse segmento empresarial. Os
problemas decorrentes
de paradas podem variar desde a interrupo temporria do
fornecimento, at dias de
desabastecimento de gua potvel, acarretando prejuzos financeiros
e de sade pblica para a
populao.
A partir da realidade que envolve a manuteno da empresa em
estudo, emerge a seguinte
questo que motivou a realizao desta pesquisa: Como deve ser um
modelo de
Planejamento, Programao e Controle da Manuteno (PCM) voltado
para empresas
de saneamento bsico que contribua para a minimizao da degradao
dos ativos para
a distribuio adequada das polticas de manuteno, refletindo na
reduo da
ocorrncia de interrupes de abastecimento de gua? Esta questo e
pesquisa remete ao
objetivo geral deste trabalho: Proposio de um modelo de PCM
voltado ao segmento de
saneamento bsico.
A seo seguinte apresenta o referencial terico que suportou a
realizao deste trabalho e
contribuiu juntamente com o diagnstico da empresa e a percepo de
especialistas da rea na
proposio do referido modelo.
2. Planejamento, Programao e Controle da Manuteno (PCM)
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O PCM uma rea responsvel pelo gerenciamento das atividades de
manuteno que vo
desde o seu planejamento e programao, at a devida verificao
atravs de padres j
conhecidos. A partir do controle podem ser tomadas aes para
retificar desvios e falhas
(BRANCO, 2008).
A rea de PCM traz inmeras vantagens para as empresas. A otimizao
do tempo atravs do
melhor acesso informao; o aumento da produtividade e
disponibilidade dos equipamentos
por meio de paradas programadas nos momentos mais apropriados; o
estabelecimento e
registro de rotinas e padres de trabalho; a anlise de
indicadores; e os planos corretivos
utilizados para o cumprimento das metas esto entre os principais
benefcios com a
implantao desse rgo de suporte gesto da manuteno (BRANCO,
2008).
Desta forma, o PCM tem a funo de alocar recursos, no momento
mais adequado, com a
poltica de manuteno mais eficaz. A mesma ateno dada ao
planejamento da produo,
onde h um desmembramento de atividades e definio de planos,
dever ser estendida ao
planejamento da manuteno. Com padres de trabalho e controle ser
possvel avaliar as
atividades realizadas e garantir resultados (FOGLIATTO e
RIBEIRO, 2009).
Pinto (2001) apresenta uma sequncia de etapas que compe o PCM,
sendo estar originadas
no processamento das solicitaes que demandaro o planejamento e a
programao. Aps
essas etapas, j possvel gerenciar equipamentos e registrar dados
que permitiro o controle
da manuteno. Administrar a carteira de servios, padres de
servio, recursos e estoques so
algumas destas possibilidades.
2.1 O Planejamento da Manuteno
O Planejamento um processo composto por aes devidamente
coordenadas que tem por
objetivo atingir uma determinada meta. Ele til para manter-se
uma regularidade ou quando
se deseja atingir, em vrios aspectos - custos, recursos, riscos
- um parmetro desejado
(BRANCO, 2008).
Tavares (1996) afirma que o planejamento da manuteno resulta em
um conjunto ordenado
de polticas de manuteno que so continuamente controladas e, se
for necessrio, recebem
aes de correo e melhoria, tendo sempre como objetivo a reduo de
custos. Assim, cabe
ao planejamento busca pelas melhores solues para executar cada
servio. Em
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consequncia, obtm-se melhores ndices de mantenabilidade, maior
facilidade e segurana
nas manutenes (PINTO, 2001).
Ao realizar o planejamento busca-se a minimizao dos custos da
manuteno e o aumento do
ndice de disponibilidade dos equipamentos, principalmente quando
existe uma clara
estratgia de atuar de maneira distinta para cada tipo de
equipamento (TAVARES, 1996).
Corroborando com esta funo, Takahashi (1993) destaca ganhos
superiores em qualidade e
eficincia atravs da adoo de planejamento prvio e planos de
manuteno, principalmente
quando se compara com os resultados obtidos com posturas
reativas.
Quanto adoo de planos de manuteno, Takahashi (1993) enumera
algumas vantagens de
um plano de manuteno:
a) Estabelecimento de rotinas de manuteno;
b) Auxlio no dimensionamento de recursos humanos;
c) Minimizao de erros relativos aquisio de peas de reposio;
d) Compra de materiais de maior qualidade;
e) Sincronia da manuteno com a produo;
f) MTTR mais bem definidos;
g) Equipe mais focada;
h) Maior eficincia.
O planejamento varia em funo da estrutura adotada para a rea de
manuteno, sendo que
suas principais sadas so os tipos de intervenes que sero
utilizadas, ou seja, as estratgias.
A definio adequada das distintas estratgias resultante de uma
boa definio dos critrios
que definem a criticidade de cada um dos equipamentos. Esta
criticidade organizada por
meio de uma matriz prpria que contempla os elementos que esto
alinhados as estratgias da
empresa (segurana pessoal, segurana ambiental, custo, etc.).
2.2 Programao da Manuteno
Programao compreende toda e qualquer ao que tem de ser executada
dentro de
determinado perodo de tempo (BRANCO, 2008). Com relao programao
da
manuteno, pode-se defini-la como a rea do PCM onde so traadas as
atividades para o dia
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seguinte, respeitando-se o grau de urgncia, a ordem das
solicitaes, a disponibilidade de
recursos (pessoal, ferramentas e peas) e a viabilidade de parada
dos equipamentos (PINTO,
2001).
Jasinski (2005) caracteriza a programao como sendo o calendrio
da manuteno. a etapa
onde se define a data das atividades assim como os responsveis
pela sua execuo. de
suma importncia para o cumprimento das necessidades da empresa,
principalmente pela
estruturao de processos e rotinas de trabalho, itens diretamente
relacionados a esta etapa do
PCM.
A programao das atividades geralmente ditada pelos planos de
manuteno (anuais,
mensais e semanais). Aps a realizao das atividades (entrega do
plano de trabalho), o
sistema atualizado e gerado novas reprogramaes (PEREIRA,
2009).
Existem algumas regras quanto prioridade de atendimento.
Geralmente podem ser definidos
quatro graus de importncia para os servios solicitados, onde os
de maior prioridade so
programados primeiramente. Aqueles com parada de equipamentos
crticos caracterizam o
grau mximo: emergncia; urgncia so os eventos onde h eminncia na
interrupo de
equipamentos importantes; normal operacional so todas as
manutenes rotineiras em ativos
vinculados aos processos produtivos; e normal no operacional so
as manutenes sem
ligao produo (PINTO, 2001).
Outros critrios de prioridade ainda podem ser considerados
durante a programao dos
servios. A data de abertura de ordens de servios, dentro de um
mesmo grau de importncia,
define a ordenao dos trabalhos (prioridade para as Ordens de
Servio mais antigas);
intervenes previamente agendadas se sobrepem as de programao
vigente; e bloqueios
por ausncia de recursos podem causar a interrupo do trabalho e
alterar a sequncia da
programao (PINTO, 2001).
A minimizao das perdas nas atividades de manuteno pode ser
obtida atravs do trabalho
do programador. Segundo Branco (2008), as principais perdas so
motivadas justamente pela
ausncia ou falha de planejamento e recursos; do agendamento
inadequado das atividades;
ausncia de tcnicas preventivas; riscos indevidamente calculados
e/ou ausncia de medidas
de preveno; e pelo acompanhamento ineficiente dos
indicadores.
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2.3 Controle da Manuteno
Controle o conjunto de aes que tem por objetivo monitorar as
atividades quanto ao
cumprimento de seus objetivos, sendo ponto de partida para
planos corretivos e melhoria
contnua (BRANCO, 2008). Pinto (2001) caracteriza essa etapa como
sendo uma ao de
acompanhamento e anlise de oramentos e custos, podendo ser
segmentadas por reas, tipos
de manuteno e especialidades; verificao do nvel de atendimento
da programao bem
como a composio da carteira de servios; levantamento de ordens
de servio em atraso
(backlog); clculos de MTBF e MTTR; e indicadores de
produtividade e nvel de utilizao
de recursos.
Xenos (1998) comenta a necessidade de monitorar apenas o
necessrio, abdicando de
indicadores que no geram aes de melhoria. Para otimizar recursos
e no desperdiar
esforos da equipe, deve-se evitar uma grande quantidade de
ndices.
Tavares (1996) indica mais alguns indicadores para o
acompanhamento da efetividade da
manuteno. So eles:
a) Tempo mdio entre falhas;
b) Tempo mdio para falha;
c) Tempo mdio entre manutenes preventivas;
d) Tempo mdio para intervenes preventivas;
e) Disponibilidade de equipamentos;
f) Desempenho dos equipamentos.
Alm dos ndices relacionados padronizao e confiabilidade da
manuteno (MTBF,
MTTR), existem outros correlacionando os custos da manuteno com
a produo (gastos por
produto produzido); alm daqueles que avaliam equipamentos
(gastos energticos, eficincia
global, nvel de ocupao, disponibilidade, etc); e ainda os que
avaliam as polticas de
manuteno mais utilizadas (ndice de preventiva x corretiva)
(PEREIRA, 2009).
Com relao aos indicadores de controle, mais precisamente da
disponibilidade, Tavares
(1996) indica algumas aes importantes para o monitoramento dos
equipamentos crticos.
Para obter o percentual de tempo em que o ativo est operacional,
sugere-se iniciar pelo
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registro das paradas (data e tempo de interrupo) para
estabelecer um ndice mnimo
tolervel de disponibilidade, e sempre que houver um desempenho
menor que a meta
preestabelecida, deve-se justificar e proceder com aes
corretivas. Para o acompanhamento
da tendncia de comportamento do equipamento, deve-se realizar um
levantamento contnuo
de sua operao e avaliar as aes corretivas de desvios, atravs de
comparaes entre
perodos distintos. Grficos de Pareto, linhas ou barras so
ferramentas teis para a avaliao
destes indicadores.
3. Procedimentos tcnicos de pesquisa
A fim de garantir a funo manuteno, o modelo de PCM proposto,
oriundo de diversas
fontes (apanhado de literaturas, estudo de caso na empresa,
participao de especialistas de
outras empresas do segmento e experincia do pesquisador), tenta
manter a manuteno apta
para cumprir seu papel dentro da organizao, alm de buscar
preencher a lacuna existente
entre a teoria e a prtica. O Modelo de PCM foi estruturado a
partir de quatro etapas distintas:
a) Etapa de levantamento de dados composta por:
Reviso bibliogrfica: levantamento terico das caractersticas e
funes de
uma rea de PCM dentro de uma organizao. Foram utilizadas
essencialmente
publicaes de autores com vasta experincia na gesto da
manuteno;
Coleta de dados e entrevistas com todos os envolvidos na
manuteno
eletromecnica da gua & Esgoto: participaram os
coordenadores,
encarregados, tcnicos desta rea, a fim de compreender a
estrutura atual do
PCM e as deficincias existentes no modelo atual;
Entrevistas e questionrios com especialistas de empresas do
segmento
(benchmarking): objetivou-se conhecer a realidade da manuteno, o
PCM
mais especificamente, incorporando novos conceitos para o modelo
proposto.
Foram selecionados dois especialistas, de empresas diferentes,
com
experincia na rea de manuteno e com publicaes sobre a temtica
de
saneamento: o Engenheiro Mecnico Anderson Borin dos Santos,
da
Superintendncia de Apoio Operacional da Companhia Estadual
de
Saneamento e o Coordenador da Manuteno da Autarquia do Vale do
Rio dos
Sinos Everson Gardel Melo;
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Experincia do pesquisador: elemento relacionado na pesquisa,
onde, na juno
do conhecimento terico e experincia profissional do
pesquisador,
originaram-se insights que contriburam para a proposta do
trabalho;
b) Etapa de execuo e anlise de resultados composta por:
Sntese do referencial terico e estudo de caso: fechamento destas
duas etapas,
possibilitando a formulao de um modelo prvio que posteriormente
recebeu
incrementos por meio da realizao de um grupo focal com
especialistas da
rea de manuteno e outras duas empresas de mesmo segmento.
Anlise dos dados obtidos: onde foram analisadas todas as
informaes
adquiridas na fase de entrevistas e levantamento de dados nas
empresas do
segmento, com o intuito de elaborar o modelo proposto de PCM que
mais tarde
foi discutido no grupo focal (etapa de validao do modelo);
c) Etapa de Estruturao do modelo: montagem do modelo com base no
referencial
terico, estudo de caso e entrevistas individuais com os
especialistas;
d) Etapa de validao do modelo: novamente foi realizado um Grupo
Focal com os
especialistas das duas empresas do mesmo segmento e apresentado
o modelo
proposto, onde foi possvel ajustar os ltimos detalhes do modelo
a fim de torn-lo
mais completo a partir da viso geral do grupo de
profissionais.
O produto desta pesquisa apresentado no captulo seguinte de
forma ampla e na sequncia
detalhada cada um de suas macro-atividades.
4. Modelo de PCM para empresas de Saneamento Bsico
O modelo proposto de PCM passa pelo emprego de algumas
ferramentas que visam
minimizar ou eliminar diversos problemas encontrados na rea de
manuteno da empresa
gua & Esgoto, conforme exposto Quadro 1. Este modelo, com o
auxlio de ferramentas
simples e prticas, visa contribuir para a minimizao da degradao
dos ativos, na
distribuio adequada das polticas de manuteno, refletindo em uma
reduo da ocorrncia
de interrupes de abastecimento de gua.
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Quadro 1- Problemas comuns em PCM e ferramentas para
solucion-los
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Fonte: Elaborado pelos autores
A Figura 1 traz o fluxograma do modelo de PCM que percorre um
ciclo que vai desde o
planejamento das instalaes e aquisio de novos equipamentos at o
controle das aes.
Figura 1 - Fluxograma bsico do modelo de PCM
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Fonte: Elaborado pelos autores
A partir desta integrao, so detalhados os trs processos
inseridos no PCM, a saber:
Planejamento, Programao e Controle da manuteno. A Figura 2
apresenta as atividades
que constituem o processo de Planejamento.
Figura 2 - Modelo de Planejamento
Fonte: Elaborado pelos autores
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O modelo de planejamento parte do projeto de novas instalaes e
da aquisio de
equipamentos realizado pelo trip Projetos, Operao e Manuteno;
passa pelo
comissionamento nos fornecedores onde se confirmam as
caractersticas e desempenho
esperado dos equipamentos adquiridos pela organizao; na previso
de estoque de peas
crticas e de reposio que visam garantir a operao contnua dos
sistemas; na criao de
redundncias nos bombeamentos restritivos; na previso de
melhorias de mantenabilidade das
instalaes; no treinamento contnuo da equipe; na criao de banco
de dados e cadastro em
software de manuteno; na possibilidade de adotar a melhor tcnica
de manuteno para
cada equipamento atravs da matriz de criticidade e priorizar os
sistemas mais importantes
por meio do FMEA e FTA; na coleta de informaes de forma contnua
por meio de software
e acompanhamentos manuais; e na elaborao de rotinas,
procedimentos e estratgias que
constituem o plano de manuteno.
O processo de programao apresentado na Figura 3 onde percebe-se
a interface com a sada
do processo de planejamento, bem como a proposta de atividades a
serem realizadas neste
processo.
Figura 3 Modelo de Programao
Fonte: Elaborado pelos autores
Com relao ao modelo de programao da manuteno ele tem sua origem
nas solicitaes
de servio, podendo ora serem recebidas por sistemas de
rdio-frequncia ou telefonia, ora
por um sistema informatizado; aps a chegada dessas demandas, que
podem ser direcionadas
a uma central, deve-se proceder com o seu devido tratamento, ou
seja, com a diferenciao
entre as atividades que so corretivas daquelas preventivas ou
preditivas (estas originadas dos
planos de manuteno); aps a verificao de recursos para sua execuo
(pessoal, peas e
ferramentas), sugere-se deixar a critrio de um programador de
manuteno o gerenciamento
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dessa lista de espera. Caso a prioridade de atendimento for
alta, deve-se providenciar a
abertura da Ordem de Servio (OS) e executar o trabalho.
Recomenda-se tambm o envio de
e-mails aos solicitantes, deixando-os cientes do andamento e
concluso de seus pedidos.
O modelo de controle da manuteno demonstrado na Figura 4Erro!
Fonte de referncia
no encontrada. est segmentado em quatro grupos de atividades: a
gesto de peas de
reposio, onde previses de demanda oriundas do software de
manuteno suportam as
compras planejadas, reduzindo aquisies emergenciais e paradas
inesperadas por falta de
peas.
Figura 4 Modelo de Controle
Fonte: Elaborado pelos autores
Juntamente com as atividades listadas, sugere-se a adoo de
compras por registro de preos e
um adequado gerenciamento do estoque. A ferramenta de PDCA,
junto com a anlise de
indicadores, criam a possibilidade de avaliar as atividades da
manuteno e gerir planos de
correo e melhoria de seus processos. As anlises de falhas dos
equipamentos e de suas
curvas de confiabilidade permitiro visualizar o momento mais
adequado para intervir no
equipamento, assim como hierarquizar as causas mais
significativas de suas paradas. Alm
disso, podero ser tomadas decises de reforma de um ativo ou
planejar a sua devida
substituio, avaliando-se aspectos financeiros.
5. Concluso
Esse modelo, ao final, visa distribuio adequada de recursos, a
adoo de polticas
diferenciadas para cada equipamento e a anlise das principais
atividades que envolvem uma
rea de PCM. Entretanto, a palavra-chave do modelo o
planejamento, seja na compra de
equipamentos e itens crticos que podem acarretar paradas do
sistema; na construo de novas
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XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gesto dos
Processos de Produo e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento
Sustentvel dos Sistemas Produtivos
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instalaes (projetadas por equipes multidisciplinares); na
proviso de qualificao para a
equipe da manuteno; no uso de software de manuteno; e nas
decises de investimento
baseadas nas curvas de confiabilidade dos equipamentos.
O planejamento da manuteno vital para as empresas que buscam
reduzir os ndices de
interrupes na distribuio de gua potvel e melhorar a qualidade do
servio prestado
populao. Como o saneamento bsico um servio essencial, de
funcionamento contnuo, e
sujeito a convulso social em caso de m administrao, o modelo
proposto auxiliar a
minimizar possveis causas de indisponibilidade do sistema
relacionadas rea de
manuteno.
Conclui-se que o modelo pode ser aplicvel em outras empresas de
saneamento, j que possui
uma lgica simples, ferramentas e acompanhamentos acessveis a
qualquer rea de
manuteno. necessrio, no entanto, iniciativa e apoio da direo
para obter os resultados
esperados. Entretanto, a pesquisa, por abranger de forma ampla o
PCM de uma organizao
de saneamento bsico, ir requerer da mesma, ao aplicar o modelo,
possveis ajustes s rotinas
de trabalho de sua rea de manuteno. Em suma, ser necessrio
adequar o modelo
realidade da organizao, para assim, cumprir o seu objetivo.
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