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1 Planejando com o Agrinho no Semiárido: Um parceiro para professores de escolas do Ensino Fundamental! Ana Kelly Cláudio Gonçalves Irene de Almeida Victor José Maclecio de Sousa Maria José Barbosa Karilena Alves Montenegro Fernandes
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Planejando com o Agrinho no Semiárido: Um parceiro … · delos de educação que vivenciamos no dia a dia a partir das salas, dos pátios, das qua- dras esportivas, das bibliotecas,

Sep 28, 2018

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    Planejando com o Agrinho no Semirido: Um parceiro para professores de escolas do

    Ensino Fundamental!Ana Kelly Cludio Gonalves

    Irene de Almeida VictorJos Maclecio de Sousa

    Maria Jos BarbosaKarilena Alves Montenegro Fernandes

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    SENAR PARAN

    SENAR PARAN

    Coleo Agrinho: VIVER BEM NO SEMIRIDO

    -Cartilha 2 ao 5 ano.

    Coordenao: Ana Kelly Cludio Gonalves

    Autora: Rejane Le Ramos Gomes

    Reviso do texto: Ana Kelly Cludio Gonalves

    Editorao: Paulo Rogrio Rigaud de Amorim

    Projeto grfico e ilustraes: Rafael Dantas Gomes

    Reviso ortogrfica: Gerardo Angelim de Albuquerque

    SENAR CEAR

    SENAR CEAR

    CONSELHO ADMINISTRATIVO

    Presidente: Flvio Viriato de Saboya Neto

    MEMBROS TITULARES SUPLENTES

    Daniel Klppel Carrara - SENAR/AC Eduardo Peixoto Rola Fernandes Ferreira - SENAR/AC

    Luiz Carlos Ribeiro de Lima - FETRAECE Maria Erivanda Frana de Oliveira - FETRAECE

    Alci Porto Gurgel Junior - SEBRAE/CE Carlos Antonio de Moraes Cruz - SEBRAE/CE

    Joo Nicdio Alves Nogueira - OCB Jos Aparecido Santos - OCB

    CONSELHO FISCAL REGIONAL

    MEMBROS TITULARES SUPLENTES

    Carlos Bezerra Filho - FAEC Luiz Hildemar Colao - FAEC

    Joo Batista da Silva - SENAR/AC Jussara Dias Soares - SENAR/AC

    Lucilene Batista de Lima - FETRAECE Raimundo Martins Pereira - FETRAECE

    SUPERINTENDENTE

    Paulo Helder de Alencar Braga

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    ApresentaoO Programa Agrinho, em 2012, completou dez anos de existncia no Estado do Cear, nessa d-

    cada desenvolveu os temas: Meio Ambiente, Sade, Cidadania, Trabalho e Consumo. Temas impor-tantes de serem explorados junto s crianas visando a formar futuros produtores esclarecidos, que vivem na zona rural, com uma qualidade de vida melhor que os pais.

    Neste ano, o Programa Agrinho traz uma proposta inovadora para trabalhar, com crianas, adoles-centes e jovens das regies semiridas. A proposta do programa, ao desenvolver este tema, formar futuros produtores rurais conscientes das caractersticas fsicas desse espao, em que esses produ-tores deixam de ser indivduos determinados pelo meio para serem sujeitos que o adaptam as suas necessidades, tornando-o produtivo, no apenas um meio no qual o homem sobrevive suscetvel s intempries, mas aquele em que ele se utiliza de todos os recursos em beneficio prprio, todavia, com sustentabilidade.

    Tomamos como fundamentao pedaggica para desenvolver o tema as Diretrizes Operacionais para a Educao Bsica nas Escolas do Campo e a Proposta Pedaggica do Programa Agrinho.

    Das Diretrizes Operacionais para Educao Bsica nas Escolas do Campo, a proposta construir uma educao que preconize superar a viso da cidade como modelo de educao, em que o rural e o urbano se complementem. Compreende-se que os dois tm modos distintos de ser, de viver, e de produzir, desmistificando a pretensa superioridade do urbano sobre o rural. um projeto de desenvol-vimento cientfico dos educandos do campo, mas tambm, visando ao desenvolvimento social, justo, economicamente, e sustentvel.

    As Diretrizes consideram, tambm, que as escolas do campo devem realizar.Art. 13 [...] I - estudos a respeito da diversidade e o efetivo protagonismo das crianas, dos jovens e dos

    adultos do campo na construo da qualidade social da vida individual e coletiva, da regio, do pas e do mundo;

    II - propostas pedaggicas que valorizem, na organizao do ensino, a diversidade cultural e os processos de interao e transformao do campo, a gesto democrtica, o acesso ao avano cientfico e tecnolgico e respectivas contribuies para a melhoria das condies de vida e a fidelidade aos princpios ticos que norteiam a convivncia solidria e colaborativa nas sociedades democrticas.

    A proposta pedaggica toma o tema Viver bem no Semirido um eixo articulador de todo o tra-balho pedaggico, desenvolvido por meio de eixos temticos que fragmentaro o assunto e permitiro aprendizagens mais aprofundadas.

    A escola um dos principais lcus de formao da cidadania. Compreender o papel da escola nesta direo entender que a formao da cidadania pratica de vida em todas as instncias de convvio dos indivduos: na famlia, na escola, no trabalho, na comunidade, na igreja e no conjunto da socie-dade. trabalhar em todos os nveis e modalidade de ensino, com a formao de hbitos, atitudes e mudana de mentalidade, calcadas nos valores de solidariedade, de justia e de respeito ao outro.

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    ndiceIntroduo ............................................................................................................................................................................................ 05 A Proposta Pedaggica Do Programa Agrinho ............................................................................................................................ 061 Momento: ........................................................................................................................................................................................ 07 Delimitao (definio) Da Pesquisa2 Momento: ......................................................................................................................................................................................... 07Pesquisa3 Momento: ......................................................................................................................................................................................... 08Apresentar Os Novos Saberes Para Pais E As Mes E Toda A ComunidadeO Agrinho No Ensino Fundamental ............................................................................................................................................... 09

    Unidade I ............................................................................................................................................................................................. 13Vivendo No Semirido, Conhecendo O Bioma Caatinga!Tema: O Meu Lugar Semirido!Unidade II ............................................................................................................................................................................................ 17Tema: Conhecendo O Bioma CaatingaUnidade III ........................................................................................................................................................................................... 21Passando Pela Quadra Chuvosa E Pelo Perodo De Estiagem, Entendendo O Clima Semirido!Tema: Entendendo E Vivendo No Clima Semirido!Unidade IV ........................................................................................................................................................................................... 24Nos Terrenos Da Regio, Identificando Rochas, Relevos E Solos Do Serto!Tema: Estudando Os Terrenos No Semirido, As Rochas, O Relevo E Os Solos!Unidade V ............................................................................................................................................................................................. 27Identificando As Fontes Hdricas Superficiais E Subterrneas E Os Modelos De Captao De gua No Semirido!Tema: Identificando As Fontes Hdricas No Semirido!Unidade VI .......................................................................................................................................................................................... 31Adentrando A Vegetao Do Semirido, Encontrando Matas Verdes Que Se Tornam Secas, Combatendo O Desmatamento E Queimadas!Tema: Conhecendo E Cuidando Da Caatinga!Unidade VII ......................................................................................................................................................................................... 34Os Seres Da Terra, Do Ar, Das guas, Na Biodiversidade Da CaatingaUnidade VIII ........................................................................................................................................................................................ 37Atividades AgropecuriasTema: AgriculturaUnidade IX ........................................................................................................................................................................................... 42Aproveitamento Dos Frutos Naturais Da Regio.Unidade X ............................................................................................................................................................................................. 45Conhecimento De Pequenas CriaesUnidade XI ........................................................................................................................................................................................... 48ManejoUnidade XII .......................................................................................................................................................................................... 50Dialogando Com O EcossistemaUnidade XIII ........................................................................................................................................................................................ 52Resgate Da Sabedoria PopularUnidade XIV ........................................................................................................................................................................................ 55Atividades No AgrcolasTema: O Ecoturismo E As Manifestaes Culturais No SemiridoUnidade XV .......................................................................................................................................................................................... 62Arte Popular & TrabalhoAs Manifestaes Culturais Tradicionais So Transmitidas Oral Ou Gestualmente, Unidade XVI ........................................................................................................................................................................................ 69 Comidas E Bebidas Tpicas Do SertoUnidade XVII....................................................................................................................................................................................... 73Cultura & Trabalho Para no Concluir ............................................................................................................................................................................... 76

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    IntroduoConquistamos o direito e consolidamos o dever de contextualizar bem o nosso ensi-

    no-aprendizagem, tornando-os coautores de currculos e prticas pedaggicas que vm transformando a funo social de nossas escolas.

    Assim, percebemo-nos interagindo em novos relacionamentos pedaggicos que mo-dificam as nossas identidades, estabelecendo um conjunto de saber e fazer renovado e renovador que no apenas chegam a ns, professores, mas que nos potencializam como educadores.

    Por esse entendimento, estamos credenciados a intervir de maneira criativa nos mo-delos de educao que vivenciamos no dia a dia a partir das salas, dos ptios, das qua-dras esportivas, das bibliotecas, das salas de multimdia, da cantina, dos jardins; enfim, nos diferentes lugares que compem o espao de sermos escola.

    Mas, podemos nos sentir atnitos com a mudana paradigmtica que indicam as propostas emergentes. Como fazer? De aonde partir? Para aonde seguir?

    Pensando nesta tarefa, o Agrinho nas escolas aparece com a proposta de tornar-se parceiro de professores que se identificam com o objetivo de compreender que pos-svel viver bem no Semirido brasileiro.

    Com essa misso, surgiram-nos abordagens educativas passveis de serem usadas ou recriadas junto aos professores de escolas pblicas, fazendo, deste material, um mapa metodolgico para nos aproximar das veredas do serto cearense; na verdade, para adentr-las, pedagogicamente - por entre sua vegetao, por seu relevo, em seus audes, vendo a fauna, pisando o solo, captando a gua, conhecendo as tcnicas de manejo, re-vivendo as prprias culturas, cultuando um novo jeito de sermos sertanejos.

    Nesse trajeto, convidamo-lo a passear dentro e fora da sala de aula por entre saber e fazer do nosso Semirido, encontrando o Agrinho nas escolas como seu parceiro para mudarmos a nossa concepo de mundo, a partir de uma agenda escolar com-prometida com a realidade cotidiana, fundando novas percepes, emoes e razes que se refletem em prticas individuais e coletivas de um viver bem em nossos locais, como parte de um compromisso poltico-social desafiador e empolgante.

    Vamos juntos aprender com o Serto!

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    A Proposta Pedaggica do Programa Agrinho A proposta pedaggica do Programa Agrinho para o tema Viver bem no Se-

    mirido estar pautada na associao do saber da experincia com o saber cientfico, realizando pesquisas sobre a realidade do meio do educando, refletindo-os luz dos conhecimentos cientficos, a fim de que sejam desmistificados saberes que, durante muitos sculos, tm impedido que o espao rural no se desenvolva, e os homens e os animais vivam vitimizados s condies climticas do semirido.

    Tomamos como o eixo articulador da Proposta Pedaggica questes relaciona-das a Viver bem no Semirido, e dele partiram Eixos temticos que colaboram para responder a estas questes.

    VIVER BEMNO

    SEMIRIDO

    ARMAZENAMENTO DASGUAS:

    - Audes- Barragens- Cisternas

    ASPECTOS FSICOS:

    - Relevo, solo, vegetao(caatinga)

    - Hidrograa e fauna

    HOMENS E MULHERESNORDESTINOS:

    - Movimentos migratrios- O papel da mulher na

    economia rural

    ATIVIDADES NOAGRCOLAS:

    - Turismo: ecoturismo,turismo arqueolgico,

    artesanato- Cultura e Trabalho

    GUAS:

    - Ciclo das guas- guas subterrneas- guas superciais

    - Rios

    ATIVIDADESAGROPECURIAS:

    - Agricultura- Pecuria: bovinos,

    caprinos- Coleta vegetal: caa

    - Apicultura- Piscicultura

    MANEJO SUSTENTADODA CAATINGA:

    - Uso do fogo- Manejo orestal- Deserticao

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    Os eixos temticos sero explorados, didaticamente, de forma transversal e interdisciplinar, por meio de atividades investigativas, quando os educandos vo a campo em busca do tema; em sala, eles refletiro sobre esse saber me-diado pelos professores os quais faro a reflexo cientfica, e juntos faro a sn-tese do apreendido, que ser transposto para divulgao das mais variadas for-mas: cartazes, poesias, teatro, pardias, produes textuais, desenhos, grficos, tabelas.

    A transversalidade do Viver bem no Semirido um tema que pode ser abordado em todas as disciplinas, pois permite que seja discutido em lingua-gem diversa, seja a linguagem mate-mtica, a artstica, a histrica, a geo-grfica, a biolgica, seja a religiosa. O importante que o aluno possa com-preender que morar no semirido no estar condenado a viver dependente das condies climticas, mas saber como o clima configura-se, desenvol-ver aes compatveis com ele, assim como acontece com os habitantes das regies desrticas, das regies geladas, dos pntanos e das florestas.

    Torres e Bochniak (2005) afirmam que a proposta pedaggica do Progra-ma Agrinho divide-se em trs momen-tos:

    1 Momento: Delimitao (definio) da pesquisa

    Neste momento, estabelecida a abrangncia do que ser estudado. Compe-se de duas atividades funda-mentais:

    Levantamento de argumentos tericos pelo professor e pelos educan-dos: ponto de vista tcnico, cientfico, socioeconmico, poltico, literrio, psicossocial, operacional, etc. A busca pode ser realizada em livros didticos, Manual do Professor, internet, artigos de revistas, jornais, filmes, vdeos, ro-mances, poesias, peas de teatro, etc.

    Leitura da realidade: questionar os educandos sobre o que eles sabem sobre o tema, incentivar o aluno para fazer uma pesquisa acerca do conheci-mento na comunidade, no grupo social, no ambiente em que a pesquisa ser de-senvolvida.

    2 Momento:

    Pesquisa

    Neste momento, teremos diver-sas atividades:

    Questionar o conhecimento: a elaborao de questes sobre o tema. O professor, ao falar sobre o tema na sala, vai motivar os alunos a elabora-

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    rem questes que eles acham importan-tes para buscar o saber no ambiente da pesquisa. Eles podero fazer isso em pequenos grupos. O professor, tambm, dever investigar tanto sobre o eixo te-mtico que foi escolhido para pesquisa, no perdendo de vista o eixo articulador Viver bem no Semirido, quanto melhor forma de trabalhar com o edu-cando, buscando tcnicas, dinmicas, de forma a tornar o contedo atrativo para o educando e para motiv-lo a aprender.

    Responder aos questionamentos elaborados: os educandos vo a cam-po em busca de respostas para seus questionamentos. Eles podem fazer isso mediante entrevistas, aplicao de questionrios, observao da realidade, levantamento de documentos.

    Propor conexes ao conheci-mento trabalhado: Os educandos vo estabelecer relaes entre o que eles coletaram na realidade e os textos le-vantados e explorados na sala de aula.

    Produzir novos conhecimentos: os educandos podero, individualmente, ou em pequenos grupos produzir snteses, em que falem sobre os dados da pesquisa e os conhecimentos tericos. As snteses sero entendidas no como um resumo de ideia de outros, mas como uma produo pr-pria, particular do educando ou do grupo de educandos. Os professores podero contri-buir para as snteses orientando como redi-gir textos, como elaborar cartazes e painis, como elaborar grficos e tabelas, etc.

    Divulgao dos novos conheci-mentos: os educandos e os professores devem encontrar formas de divulgar os novos conhecimentos produzidos, seja por meio de folders, textos informati-vos, histrias em quadrinhos, teatro, palestras e outras formas de divulgar os conhecimentos aprendidos.

    Avaliar os procedimentos realiza-dos: o professor vai avaliar os procedi-mentos desenvolvidos pelos alunos em todos os momentos da pesquisa, a ca-pacidade de levantamento da realidade, dos aspectos tericos, de responder aos questionamentos elaborados, as cone-xes propostas e as snteses elaboradas. Os educandos, tambm, devem autoava-liar-se e avaliar a atuao do professor no desenvolvimento da pesquisa.

    3 Momento:

    Apresentar os novos saberes para pais e as mes e toda a comunidade.

    Pensar na relao escola-comu-nidade: O professor, com o apoio da equipe pedaggica da escola, com a participao interventiva e criadora dos alunos, constroem atividades sociocul-turais, convidando a comunidade esco-lar a conhecer os projetos educativos que seus filhos experimentam por meio da socializao de saber durante even-tos coletivos - momentos artsticos, festivos, palestras, exposies dos tra-balhos realizados, feiras culturais, entre

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    outros - de maneira a reconhecerem que o saber local est em dilogo construti-vo com o prprio contexto de vida.

    Socializar o saber tornando-o co-munitrio: os estudantes devem-se reco-nhecer autores de seu saber na medida em que organizam, registram e apresen-tam os prprios conhecimentos e coau-tores de saber local, quando se percebem conhecedores conscientes de sua realida-de e dos conhecimentos ali contidos, fa-zendo da socializao comunitria uma ao escolar que valoriza o saber da ci-ncia e do povo, fazendo que o saber dos educandos ganhem significados sociais e se tornem experincia individual e co-letiva, ganhando status de saber para a vida, por conseguinte transformando a vida social a partir da comunidade em que se situa.

    Dessa maneira, o Agrinho nas escolas constitui-se um manual, que, longe de se fazer receita metodolgica pronta, apoia um dilogo entre educadores que dele se apropriarem, possibilitando a recriao das teorias e das prticas aqui presentes por meio da ao concreta nas escolas, ajudando a recriar prticas pedaggicas. E, para isso, construmos temas poss-veis, planejamentos, intencionalidades educativas e inserimos sugestes de ati-vidades e leituras complementares.

    Desejamos a todos, bom trabalho.

    O Agrinho no EnsinoFundamental

    Nos primeiros anos, estamos a pas-sear pela formao de crianas que lan-am olhares investigativos a respeito do prprio mundo, vidas por respostas adequadas aos alcances de compreen-so de que so dotadas, e isso, em si, j lhes direcionam a novos patamares de conscincia sobre a realidade, que, de incio, prxima - Quem sou eu? Quem o outro? O que esse lugar? O que nele contm? Que objetos so esses? amplia-se na medida em que lhes so viabilizadas oportunidades educativas compatveis De onde vem? Como se forma? Posso modificar? - conforman-do saberes diversos em torno do que vivenciam, habilitando-os a imaginar, a pensar, a projetar e a transformar a realidade pessoal e coletiva, sobretudo quando, na infncia e na adolescncia, a oportunizamos essas posturas de vida.

    As atuaes pesquisadoras das crian-as e dos adolescentes, diante do ambien-te que lhes dizem respeito, proporcionam o desenvolvimento de atitudes e habili-dades como formas de interagirem com o conhecimento e com o lugar em que o processo de saber se d. Uma vez sofisti-cadas, mediante interveno intencional e bem conduzida por ns professores, convergem em uma gama indispensvel de intencionalidades pedaggicas quando projetamos o desenvolvimento educativo dos nossos educandos.

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    Conforme os desafios atuais, nossa ta-refa envolve objetivos amplos, como os de participar da formao, viabilizando o ser autnomo, coletivo, crtico, criati-vo, solidrio, compromissado, engajado e atuante, alm de habilidades nela associa-das, por exemplo, interpretar a realidade, registr-la, re-escrev-la, participar des-sa realidade, refletir sobre ela, promover aes, construir comportamentos, rea-lizar tarefas, cumprir etapas, socializar informaes, entre outras.

    Ao longo dessa trama, os nossos edu-candos criam suas identidades, re-configu-ram suas tradies culturais, re-constroem valores e se firmam como atores sociais. O Agrinho nas escolas reconhece esses fun-damentos e, ao estabelecer-se no desafio do viver bem no Semirido cearense, en-foca a formao de crianas e adolescentes que, nesse ambiente, desenrolam a prpria histria de vida.

    preciso lembrar que, muito embora estejamos alinhados com a mudana de compreenso do que seja habitar o serto cearense, o que predomina no imaginrio social uma viso reducionista e negativa da regio semirida brasileira. Maltratada devido ao fenmeno da Seca, limitada de bens naturais e habitada por homens e mulheres subservientes ou acomoda-dos por preceitos polticos e religiosos, a regio semirida e, por extenso, todo o Nordeste brasileiro so concebidos em torno de diferentes formas de preconcei-tos e estigmas que tendem a inferiorizar os seus grupos sociais e impedir inves-

    timentos efetivos que os desenvolvam, considerando as especificidades e as po-tencialidades do Bioma Caatinga, equa-lizando as desigualdades sociais repro-duzidas ao longo da histria de uso e de ocupao desse espao.

    Ao levantarmos esses aspectos, aler-tamos os professores sobre o risco do ensino descontextualizado, reproduti-vista e acrtico uma vez que as escolas situadas no Semirido, distanciadas da prpria realidade, porque se detm em contedos, predominantemente, for-jados em outras realidades socioam-bientais, reforam o processo de des-conhecimento sobre o Bioma que aqui tratamos ou, ainda pior, corroboram com o engessamento dos estigmas ne-gativos atinentes.

    De outro modo, temos acesso a co-nhecimentos que do conta do Semirido cujos aspectos geoambientais geolo-gia, relevo, hidrografia, clima, vegeta-o, fauna, constituem bens naturais fundamentais ao processo de desen-volvimento do Nordeste brasileiro, com forte potencial de biodiversidade e so basilares para as relaes sociais. Por isso, essas mesmas relaes funda-mentam-se no modo de vida sertaneja, produzindo importante legado cultural para a sociedade brasileira, com forte carga potica e artstica.

    As crianas e os adolescentes que habitam o Nordeste, os lugares diversos do Cear, em especial, as que vivem no

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    Semirido, podem melhor conhecer a prpria realidade com a colaborao da escola, de maneira que a insero quali-tativa dessa oportunidade denote a im-portncia dos professores: temos trata-do os temas escolares mediante estudos sobre a localidade? Dialogamos com os conhecimentos prvios de nossos alunos? Aproximamos o saber da esco-la com os da comunidade de maneira colaborativa? Conhecemos a realidade em que vivem nossos educandos? O que sabemos e o que viabilizamos sa-ber da realidade do Bioma Caatinga?

    Um vis importante de se trabalhar os aspectos contidos no Programa Agrinho porque eles colaboram com os desa-fios acima elencados, revisita o esprito investigativo das crianas e sua capaci-dade de construir conhecimentos a partir das interaes escolares, bem relacio-nando essas potencialidades cognitivas aos aspectos ambientais e culturais do Semirido. Vejamos, nas propostas a se-guir, como podem ocorrer esses novos relacionamentos pedaggicos.

    Sugestes de subsdios didticos

    (Retirado do Caderno Pedaggicos Educadoras e Educadores Economia Solidria Projovem Campo Saberes da Terra p. 121 123.)

    Apresentamos, neste guia, sugestes para apresentao de trabalhos, pesqui-sas, relatos de experincia, que o pro-

    fessor pode adequar a sua realidade.

    Seminrios

    O seminrio uma tcnica para divulgao de resultado de uma pesqui-sa que se desenvolve com a apresentao dos dados seguidos de debates. Deve ser organizado de forma que os alunos apre-sentem, realmente, a sntese do seu tra-balho, no se detenha apenas leitura de textos, mas apresente resultados que pro-movam a interao, mediante questiona-mentos ou apreciaes sobre o tema, com aqueles que esto presenciando.

    No momento da apreciao, os organizadores devem preparar um ro-teiro, usar um texto de apoio que deve ser distribudo com o pblico ouvinte, fazer uso de recursos de figuras, mapas, recortes de revistas, vdeos, entre ou-tros que deem nfase a seu assunto.

    O Seminrio pode ter um tema, por exemplo, Vivncia no Semirido, e cada aluno ou grupo de alunos ter um subtema para explorar, por exemplo, : desertificao, agricultura, pecuria, solos, etc.

    Componentes:

    a) Coordenador aquele que de-monstrar ter liderana, capacidade de organizao, para orientar toda a orga-nizao dos trabalhos.

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    b) Relator um aluno, ou mais de um, que deve ser responsvel pela or-ganizao do trabalho escrito e pela apresentao.

    c) Secretrio aquele que anota os resultados do debate para estruturao de novo texto.

    d) Comentador um aluno, ou mais de um, que se responsabilizar por es-tudar com antecedncia um dos aspec-tos do tema com o objetivo de fazer os comentrios durante a exposio e dirimir as dvidas.

    e) Debatedores todos os alunos da sala devem participar fazendo pergun-tas, pedindo esclarecimentos, colocan-do objees, reforando argumentos, dando sugestes.

    Roteiro da sntese do seminrio:

    a) A confeco de um plano de tra-balho definindo o que vo pesquisar e organizar os escritos, as responsabili-dades e a forma de apresentao.

    b) A sntese deve ter a seguinte or-ganizao: Introduo, Contedo, Con-cluso e Referencias Bibliogrficas.

    Formas de avaliao:

    O professor deve observar a exa-tido com que foi abordado o tema, o equilbrio do planejamento, a sequncia

    das atividades, a adequao da matria. Na exposio oral, deve ser observado: o controle da turma, o tom de voz, o vocabulrio e a participao dos com-ponentes, a seleo do material didtico e os recursos usados na apresentao.

    Feira cultural

    Objetiva proporcionar contatos e intercmbio de experincias por meio de exposio ou venda de material , produes elaboradas pelos participan-tes, apresentaes artsticas.

    Palestra

    Objetivo: Apresentar um assun-to estudado previamente e, em conse-quncia disso, responder s perguntas feitas pelo pblico ouvinte.

    Metodologia: Algum apresenta o palestrante que fala em um perodo de tempo entre 45 minutos e 1 hora, usan-do ou no material ilustrativo: multim-dia, cartazes, etc. Ao final, a plenria faz perguntas ao palestrante.

    Mesa Redonda

    Oferecer e oportunizar troca de ideia entre especialistas, lideranas comunitrias ou outros convidados. O nmero de participantes deve estar de acordo com o tempo estipulado para durao, e no deve ultrapassar 2 horas.

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    Metodologia: O debate media-do por um moderador que anima a tro-ca de opinies entre os participantes da mesa, computando o tempo de forma equalizada. O mediador faz perguntas elaboradas por ele prprio e pela plen-ria para animar o debate.

    Painel

    ObjetivoApresentar diferentes pontos de vista

    sobre um determinado tema pelos par-ticipantes e dar tempo para a plenria fazer perguntas.

    Metodologia

    Alguns debatedores apresentaram um determinado assunto em pouco tempo, e um moderador faz perguntas e solicita outras plenria. O moderador no faz interveno, apenas l as per-guntas e controla o tempo.

    Unidade IVivendo no semirido,

    conhecendo o bioma caatinga!

    Tema: O meu lugar semirido!

    O desafio de viver bem no Semirido passa pelo reconhecimento dos lugares das nossas crianas, de modo que elas se sintam integradas com o prprio am-

    biente nas suas dimenses ecolgicas e sociais, percebendo-o como supor-te para as suas prticas de vida. Dessa maneira, a criana aprender sobre os fenmenos estando prxima a eles, ele-mentos e relaes com a natureza que diz respeito a elas.

    Nesse sentido, sugerimos que, para que haja o processo de conhecimento, nos anos iniciais, se promovam encon-tros educativos entre as crianas e o universo delas, propiciando uma com-preenso ampliada do que seja o con-ceito de Semirido, o qual permita as crianas reconhecerem a regio em que habitam, as condies naturais dela e a forma de organizao social que a po-pulao assume diante desse cenrio, bem como as relaes que ela mantm com esse ambiente.

    A regio Nordeste do Brasil com-posta por 9 Estados federados. O Semi-rido brasileiro (SAB) abrange 8 desses 9 Estados, ocupando 86,48% da regio, alm de 13,52% da regio Sudeste. O Semirido ocupa uma rea total de 969.589,4 km. Com a ltima atuali-zao, a rea classificada oficialmente como Semirido Brasileiro aumentou, sendo composta de 1.133 municpios dos Estados do Piau, Cear, Rio Gran-de do Norte, Paraba, Pernambuco, Ala-goas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais (FUNDABRINQ, 2013).

    No Semirido nordestino vivem 13 milhes de crianas... Sabemos que os

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    primeiros anos so de vital importncia para crianas, pois nessa fase que elas comeam a construir os fundamentos da identidade e afetividade e iniciam o desen-volvimento de suas capacidades fsicas, cognitivas, lingusticas e psicossociais, por isso promover experincias enriquece-doras para assegurar um bom comeo na vida um dos deveres mais importantes que toda sociedade tem para com a infn-cia. Experincias positivas na infncia tm o potencial de fomentar o pleno desenvol-vimento das crianas, garantindo-lhes no presente e no futuro uma vida segura, sau-dvel e feliz (FUNDABRINQ, 2013).

    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas ao grau de abstrao de cada turma.

    Objetivo:

    Conhecer a regio semirida, iden-tificando elementos e fenmenos pre-sentes no espao local, estimulando a ampliao dos saberes popular e cien-tfico, alm de ampliar os sentimentos de pertena com o ambiente.

    Questes Geradoras:

    Qual o lugar onde moro: bairro, cidade, estado, pas?

    Quais so as caractersticas am-bientais do meu lugar?

    Em qual regio estamos situados e como vivemos nela?

    Eu moro no Semirido, o que isto significa?

    Como vivemos no Semirido? possvel viver bem no Semirido?

    Aes:

    Pea aos alunos que elaborem desenhos representando cada nome surgido, que destaquem a possibilida-de de desenhar imagens a partir do que eles veem e convivem no dia a dia, que apresentem e socializem entre si o por-qu de seus desenhos, evidenciando as descobertas que esto contidas em suas produes;

    Busque, na discografia de Lus Gonzaga, ou em canes compostas por Humberto Teixeira e de outros compositores, retrataes sobre o Nor-deste, para, em sala de aula, reinterpre-tar, parodiar as letras dessas canes conforme o contexto dos alunos, pois essa uma forma ldica de perceber, pensar e cantar a realidade.

    Estimule as crianas a investigar as suas localidades, coletando e regis-trando, com eles, todos os nomes das comunidades de cada um dos partici-pantes; se possvel, em forma de car-taz, contemplando o bairro, a cidade, o estado, a regio e o pas, relacionando--os s suas posies geogrficas no Se-mirido, refletindo sobre a diversidade

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    de localidades surgidas e destacando a possibilidade de ampliar o conheci-mentos em relao a cada escala geo-grfica surgida.

    Motive os alunos a problemati-zar o significado das nomenclaturas, elaborando pesquisas junto aos pais e aos representantes das comunidades, atentando para o vnculo quanto his-tria social da organizao das locali-dades, e aqueles pertencentes a esp-cies da fauna ou da flora ou mesmo de outra relao que possa haver com o contexto.

    Selecione, dependendo do alcan-ce cognitivo das crianas, um globo ter-restre ou mapas geopolticos (munic-pios, estados, regies e pases) e pea que eles, divididos em se localizem, de acordo com o tipo de mapa, em cada um deles. importante a sua ajuda nes-se processo, mas permita que eles mes-mos, por meio de suposies, hipteses e conjecturas encontrem suas posies. Questione quanto dimenso territorial dos espaos elencados, s localidades, ao bairro, cidade, ao estado, regio, ao pas, destacando a posio geogrfica no Semirido e sua extenso na realidade brasileira.

    Promova, junto aos alunos, con-sultas e pesquisa em sites, caso a escola possua sala multimdia, que dispem imagens de satlite das localidades tra-balhadas; lembre-se de que a valoriza-o do local comea desde a educao

    infantil, mas no se encerra no decor-rer dos anos, o que ocorre a capacida-de ampliada de compreender o mundo. Para tanto, pode-se usar, por exemplo, o Google Earth ou Google Maps. im-portante o professor e os alunos fami-liarizarem-se com essas ferramenta.

    Solicite aos alunos que obser-vem o meio ambiente circundante, no trajeto que fazem at escola, no mo-mento em que eles esto nela ou mes-mo em casa e procurem registrar, em uma caderneta destinada a anotaes da pesquisa de campo, todos os aspec-tos ambientais vegetao, hidrologia, fauna, relevo, geologia, clima, assim como as formas de ocupao e uso do solo que eles constatarem. Utilize essa caderneta ao longo de vrias aulas ou mesmo durante todo o ano letivo. importante informar aos grupos que essa prtica uma maneira eficiente de analisar a prpria realidade, como tambm ajudar na sua caracterizao. Alm disso, pea que os alunos pas-sem a registrar, ao longo do tempo, as mudanas que perceberem a partir dos registros iniciais.

    Construa, objetivando conhecer bem a regio a partir da localidade, um roteiro de entrevista dialogado em sala de aula, para aplicar com os pais ou com os representantes da comunidade, visando a caracterizar, ambientalmente, as suas localidades. Apresente os resul-tados e promova discusses sobre eles, ressaltando as diferentes formas de des-

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    crever o ambiente.

    Convide moradores antigos da comunidade para participar das aulas, por meio de atividades de contao de histrias, em rodas, construindo temas geradores, tais como: causos, fbulas, aventuras, histrias do povo da regio. Em etapas posteriores, pea aos alunos que faam desenhos sobre as histrias ou, se j iniciaram o processo de regis-tro escrito, escrevam aquelas que fo-ram socializadas, o que pode ser feito em formato de cordel livreto disposto em corda na sala de aula, por exemplo.

    Conduza pesquisas em jornais, livros, ou internet sobre as imagens no Semirido. Problematize com os alu-nos a possibilidade de haver predom-nio de aspectos positivos ou negativos na regio. Leve-os a refletir sobre o significado atribudo a essas imagens. relacionando-as com o modo de vida do grupo. Destaque as contradies, com o objetivo de que eles percebam as potencialidades existentes na loca-lidade. Oriente-os a fazer dessa pro-blematizao uma simulao de uma Cmara Municipal ou Assembleia Le-gislativa, motivando discusso acerca de melhorias que possam ser aplicadas no prprio bairro ou mesmo na cidade onde reside, de modo a construir proje-tos viveis de desenvolvimento para o Semirido.

    Convide os pais dos alunos ou os responsveis por eles para fazer um

    relato ou mesmo um debate eviden-ciando o modo de vida no Semirido e identificando as mudanas sociais e ambientais que ocorreram entre as di-ferentes geraes.

    Selecione publicaes de diver-sificadas fontes como literrias ou tc-nico cientficas para estabelecer leitu-ras que acrescentem conhecimentos sobre a regio, por exemplo, as dispo-nveis no site do Instituto Nacional do Semirido INTA -, que disponibiliza cartilhas, colees, relatrios, livros, notas tcnicas, peridicos, etc.

    Solicite aos alunos, caso haja sala multimdia e acesso internet na Instituio Educacional em que lecio-na, que pesquisem em vdeos dispon-veis no site www.youtube.com temas geradores que envolvam o Semirido. Para a apresentao deles e a discusso sobre eles, importante organizar um festival de Curta o Semirido. Se a escola dispuser de Data Show, pode--se, tambm, realizar sesses com lon-ga-metragem que retratem o Nordeste, operacionalizando debates vinculados s sesses.

    Estimule a busca por informa-es jornalsticas ou de atualidades so-bre o Semirido cearense, tais como os que se encontram nos cadernos regio-nais do Dirio do Nordeste e do Jornal O Povo. Se a escola fizer assinaturas de revistas, jornais, levar exemplares para

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    a sala de aula. Caso contrrio, informe aos alunos que as principais empresas de comunicao disponibilizam gratui-tamente as edies via internet. Lem-bre-se de estimular a leitura crtica dos textos jornalsticos, evitando constru-es indevidas.

    Promova Saraus com recitaes de versos, poemas, cordis com os alunos , lembrando-se de mencionar autores renomados como Patativa do Assar - permitindo que eles selecio-nem a obra para recitar ou, ainda, que produzam o prprio material, visando a melhor desenvolver suas relaes de pertena e afetividades no Semirido.

    Referncias Bibliogrficas:

    FUNDABRINQ. Anlise da Si-tuao dos Direitos das Crianas do Semirido.< http://sistemas.funda-brinq.org.br/biblioteca/acervo/Publi-cacao_Situa%C3%A7%C3%A3o%20dos%20Direitos_Corrigido_12jan12_em%20baixa%20FINAL.pdf > Acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    IPECE. Mapas do Cear. Dispo-nvel em < http://www.ipece.ce.gov.br/categoria5/cartografia > Acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    GOOGLE EARTH. Google Ear-th. Disponvel em < http://www.goo-gle.com/earth/index.html > Acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    GOOGLE MAPS. Google Maps. Disponvel em < http://maps.google.com.br/ > Acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    INTA. Acervo digital. Dispon-vel em < http://www.insa.gov.br/acer-vo-digital/> Acesso em: 28 de feverei-ro de 2013.

    JORNAL O POVO. O Povo. Disponvel em < http://www.opovo.com.br/jornaldehoje/ceara/ > acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    DIRIO DO NORDESTE. Di-rio do Nordeste. Disponvel em < http://diariodonordeste.globo.com/ca-derno.asp?codigo=16&CodigoEd= > Acesso em: 28 de fevereiro de 201

    Unidade IITema: Conhecendo o bioma

    caatinga

    O Bioma Caatinga, conformado a partir das condies ambientais de Semiaridez, o maior ecossistema do Nordeste brasileiro, ocupando os Es-tados da Bahia, Cear, Piau, Pernam-buco, Rio Grande do Norte, Paraba, Sergipe, Alagoas, Maranho e Minas Gerais, (IBAMA, 2013).

    Para ampliar o processo de conhe-

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    cimento sobre a Regio Semirida, importante que as crianas percebam as particularidades ecolgicas desse Bioma, promovendo a valorizao dos bens nele contidos, respeitando os fe-nmenos naturais, aprendendo a inter-vir na Caatinga de maneira criativa e adequada para estabelecer novos mode-los de uso e ocupao, condizentes com o viver bem no Semirido.

    preciso que professores reconhe-am, na Caatinga, uma importante bio-diversidade que deve ser considerada pela escola como parte do cotidiano das crianas, de maneira que, alm de ser o ambiente em que vivem, pode-se e deve-se aprender melhor sobre ele, como parte do projeto de aprender a viver bem no Semirido. Ao todo so 826.411 mil km, o que representa 10% do territrio nacional e 70% da regio nordeste. Seu patrimnio biolgico nico, no sendo encontrado em nenhu-ma outra regio do planeta (A CAA-TINGA, 2013).

    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas ao grau de abstrao de cada turma.

    Objetivo:

    Compreender a Caatinga como Ecossistema da regio Semirida, co-

    nhecendo as relaes ecolgicas a par-tir da realidade local, valorizando os bens naturais, respeitando o meio am-biente, percebendo as possibilidades de se viver bem no Semirido.

    Questes Geradoras:

    O meu lugar, tambm, semiri-do, tenho noo de sua ecologia?

    O que conheo da Caatinga na minha localidade?

    Temos como viver bem na Caa-tinga?

    Aes:

    Faa o uso mesclado de painis, bem como a sua exposio em sala de aula ou nos corredores da escola, para demonstrar a diversidade de paisagens que o Bioma Caatinga apresenta a partir de sua natureza. No caso de crianas que esto no incio do processo de aprendi-zagem, pode-se trabalhar a construo desses painis e a discusso sobre eles de maneira gradativa e processual, um painel por etapa. Dessa forma, torna-se possvel que, independentemente da idade, eles possam reconhecer que vivem no Bioma Caatinga, termo que j pode ser inserido no vocabulrio dessas crianas, de forma positiva. A ideia desconstruir o conceito negativo de seca, como um fenmeno natural-mente ruim, e professores e alunos o

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    perceberem normalmente como as con-dies ecolgicas do ambiente Semiri-do, compreendendo que os perodos de chuva e de estiagem esto vinculados, ecologicamente, conformando o Bioma Caatinga.

    D continuidade, com a caracte-rizao do ambiente Semirido a par-tir de aes do tema anterior, O meu lugar Semirido!, ao processo de abordagem dos aspectos ambientais do lugar dos estudantes, inserindo noes ecolgicas em torno do conceito Caa-tinga.

    Elabore painis sobre o ambiente fsico do Semirido, para os alunos enten-derem os aspectos de sua natureza. Di-vida-os em grupos por temas geradores, por exemplo: um painel pode enfatizar caractersticas atmosfricas durante a qua-dra chuvosa (presena de nuvens, chuva, etc.); um segundo deve apresentar o cu firmamento durante a estao seca (cu limpo, forte irradiao solar, etc.); um ter-ceiro pode expor o serto durante o dia, em perodo de quadra chuvosa, enfatizando a condio da vegetao; um quarto deve exibir a descrio do serto durante o dia, em perodo de estiagem, tendo como foco, tambm, a vegetao; um quinto pode re-tratar a imagem do serto, contemplando riachos, rios e audes, tanto em perodo de chuva quanto em perodo de seca; um sexto deve revelar as imagens sertane-jas como os animais prprios da regio e aqueles que nela se encontram; um sti-mo construiria deve caracterizar o serto

    durante a noite. Esses painis podem ser elaborados com material disponibilizados pela prpria escola, e isso envolve o uso de cartolinas, papel madeira, giz de cera, ca-netinhas, recorte de revistas, EVA. Caso contrrio, o professor pode orientar que os alunos elaborem imagens menores em papel A4, com lpis de cor ou, ainda, que recortem imagens referentes ao ambiente semirido em revistas, ou mesmo na sala de multimdia, via internet. Lembre-se de valorizar as produes dos estudantes, in-dependentemente, dos valores estticos, de padres impostos pelos adultos que ten-dem a perceber os desenhos das crianas como feios e malfeitos, esquecendo-se de que elas esto em processo de aprendiza-do, inclusive no registro das imagens.

    Busque associar a construo dos painis feitos pelos alunos e a no-o que eles tm da Caatinga com a re-alidade local deles, comparando o que est contido na imagem com o que observvel no cotidiano, saindo da sala de aula, observando o cu, as plantas, as fontes de gua, os animais, o terreno, enfim, todos os elementos observados naquele momento. Pea que eles listem as diferenas e as semelhanas entre aquilo que eles registraram e o que est acontecendo naquele momento, isto , se o tempo est seco ou chuvoso, se a mata est verde ou se perdeu as folhas, se h gua subterrnea, no riacho, no aude, no rio por exemplo. Observe as respostas dos alunos e lembre que as mudanas temporais ocorrem.

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    Solicite que os alunos confeccio-nem um painel coletivo para apresentar as mudanas de tempo na prpria loca-lidade, ou seja, registrar a temperatura do dia, choveu ou fez sol; as condies da vegetao, das fontes de gua, do solo, etc., dessa forma torna-se possvel construir um quadro-calendrio para se fazer registros cotidiana ou sema-nalmente. No caso de a escola possuir equipamentos, como termmetro po-de-se encontrar no mercado instrumen-tos simples de baixo custo ou ainda de os professores construrem, com os alu-nos, pluvimetros para medir a quan-tidade de chuva - est indicado na bi-bliografia esse procedimento torna-se possvel fazer o registro matemtico da temperatura e da chuva ocorrida. Caso contrrio, pode-se obter estratgias de conceitos-imagem, criando cones que associam, por exemplo, Sol = tempera-tura elevada; Sol e nuvem = temperatu-ra elevada com presena de nuvens ou parcialmente nublado; Nuvens = Cu nublado com baixa temperatura; Nu-vens com pingos dgua = baixa tem-peratura e tempo chuvoso.

    Destaque, ao longo do perodo, as regularidades do tempo, as seme-lhanas que ele apresenta, e faa refe-rncia s mudanas ocorridas durante o ano. Essa prtica torna a atividade mais interessante, pois oportuniza os prprios alunos a realizarem o preen-chimento do calendrio; eles mesmos, quando surgem alteraes no tempo, chamam a ateno do professor para a

    possibilidade de incluir novas imagens no quadro.

    Crie cones, associado ao qua-dro, para a paisagem, incluindo-os nele, enfatizando o fenmeno das mu-danas temporais ao longo do ano, por exemplo, arbusto verde = nos perodos chuvosos; arbusto sem folhas = nos perodos de seca ou mandacaru floran-do = perodos chuvosos; mandacaru = perodos de seca, entre outros cones possveis, solos rachados, solos enchar-cados, etc.

    Indique o papel do clima, im-portante na manuteno e na evoluo do Bioma Caatinga, mostrando que as espcies so prprias e adaptadas, ve-getais e animais, que os tipos de rocha, de solo e o relevo mantm caractersti-cas, tambm, associadas, e que o con-junto dessas condies forma a Caatin-ga. Construa atividades teatrais com a participao efetiva dos alunos, em que cada um possa representar um elemen-to da caatinga, e a fala articulada por eles deve ser construda de acordo com a forma de interao deles no Bioma: o papel do Sol como fonte de calor e ener-gia, o comportamento das guas, sua distribuio irregular ao longo do ano; as estratgias de adaptao das plantas; a habitao dos animais no Serto; os solos rochosos que favorecem o escoa-mento das guas, etc.

    Referncias bibliogrficas:

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    A CAATINA. Bioma Caatinga. Disponvel em < http://www.acaatinga.org.br/index.php/o-bioma/sobre-o-bio-ma/caracterizacao/ > Acesso em: 01 de maro de 2013.

    IBAMA. Ecossistemas brasilei-ros. < http://www.ibama.gov.br/ecos-sistemas/caatinga.htm > Acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    BRASIL ESCOLA. Como cons-truir seu pluvimetro. Disponvel em < http://educador.brasilescola.com/estra-tegias-ensino/construcao-um-pluvio-metro.htm > Acesso em 01 de marco de 2013.

    Unidade IIIPassando pela quadra chuvosa

    e pelo perodo de estiagem, entendendo o clima semirido!

    Tema: entendendo e vivendo no clima semirido!

    Os aspectos ambientais gerais do Se-mirido, como noo espacial e caracte-rizao ecolgica, foram abordados na Unidade I ,envolvendo o cotidiano dos educandos na construo do conceito precpuo de Semirido e de Caatinga.

    Na Unidade II, as investigaes peda-ggicas sobre o Semirido continuam, tomando como referncia a compreen-so do tempo na composio do clima influente da Caatinga, de maneira que se pretende ressignificar a relao das men-cionadas estaes chuvosas e secas, para que elas no apaream apartadas e dico-tmicas na aprendizagem das crianas, mas participantes das dinmicas atmos-fricas e fundamentais para a composi-o do meio ambiente Semirido.

    A Caatinga est sob a influncia do clima semirido, que possui precipitao mdia de 800 mm por ano, concentrada em 3 a 5 meses do ano (chamada de es-tao chuvosa ou inverno), ficando o restante dos meses sem chuvas (perodo seco). A temperatura elevada variando entre 25C a 30C, em mdia. A maio-ria dos rios intermitente, ou seja, s possuem gua corrente no perodo das chuvas, tendo seu curso interrompido durante a seca (A CAATINGA, 2013).

    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas faixa etria de cada turma.

    Objetivo:

    Analisar as condies atmosfricas temporais do Semirido, observando a variao do tempo, identificando os pe-

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    rodos de quadra chuvosa e de seca, por meio do estudo sobre o ambiente local, compreendendo a distribuio irregular das chuvas para uma melhor relao so-cial com esses condicionantes fsicos.

    Questes geradoras:

    Como est o tempo hoje?

    sempre seco e quente ou o tem-po muda?

    Quais so os meses que costu-mam chover por aqui?

    Quantos meses duram o perodo de seca?

    Nosso clima quente e seco, mas h ocorrncias de chuva?

    Aes:

    Apresente detalhes, introduzidas as noes de base, Semirido e Caatin-ga, sobre um dos principais aspectos da regio semirida, o clima que o in-fluencia e que recebe o mesmo nome. Observe, para isso, as condies tem-porais que se alteram ao longo do ano. Na unidade anterior, sugerimos o regis-tro sistemtico da distribuio da chuva e das temperaturas durante as aulas de um ano letivo, possibilitando que o es-tudo de todas as temticas, neste guia tratadas, ocorram de maneira integrada, como um estudo nico sobre a realida-de Semirida.

    Leve imagens de paisagens con-sideradas secas e verdes, se possvel, de um mesmo local em estaes diferentes e questione as condies climticas em que elas se formam. Estabelea, com os alunos, a mudana dessa paisagem sob a influncia do clima e como esse pa-dro regular nessa regio e se torna prprio dela.

    Pea aos alunos que escolham uma paisagem local e faam um dese-nho retratando-a a partir de suas con-dies temporais. Solicite a eles um novo desenho dessa paisagem, mas caracterizando condies temporais di-ferentes; se o perodo estiver chuvoso, coerente que retrate a vegetao com predomnio de tonalidades esverdea-das; se o perodo est quente e seco, oportuno revelar uma paisagem consi-derada seca. Levante questionamentos enfatizando as mudanas desse espao a partir da variao de tempo e concei-tue a regularidade dessa dinmica como ciclo da natureza.

    Elabore com os alunos boletins do tempo, para acompanhar e detalhar o quadro de distribuio anual, enfati-zando a anlise atmosfrica e climtica. Ajude-os a elaborar diariamente pre-vises para o tempo: chover ou no, temperatura alta, baixa, regular ... Ve-rifique as respostas e promova discus-so sobre elas. Apresente-lhes, quando possvel, previses de tempo de rgos oficiais, por exemplo, FUNCEME.

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    Para isso, consulte a internet, jornais e observe nossa indicao bibliogrfica.

    Amplie, considerando a faixa etria dos educandos e, consequente-mente, o grau de abstrao deles, essa proposta de previso do tempo para as escalas de meses, em que eles devem tentar projetar as condies de tempo no intervalo do ano. Na medida em que os meses ocorrerem, as previses e os resultados devem ser observados e dis-cutidos. importante criar uma agenda especfica para a retomada dessa ativi-dade, uma vez por ms, por exemplo.

    Proponha aos alunos o exerccio de pesquisa de campo com agricultores da localidade, perguntando-lhes quais so os meses em que h precipitao de chuva, quais so os meses em que esse fenmeno no ocorre, e quais so os me-ses mais e menos chuvosos e os secos. Discuta os resultados e construa com eles esquemas grficos de calendrio anual do tempo, registrando os resultados que os agricultores apontaram, dando uma vi-so ampliada em torno do que acontece em termos da distribuio irregular das chuvas. Incentive os alunos, fazendo uso desses elementos, a elaborar um concei-to para o clima Semirido contemplando suas principais caractersticas. Leve-os a perceber que a definio de um determi-nado clima ocorre por meio da observa-o e dos registros sistemticos em torno dos elementos e dos fenmenos tempo-rais da atmosfera ao longo dos anos, cer-ca de 30 anos, definindo uma tipologia.

    Estabelea uma discusso entre os grupos, ainda sobre as condies cli-mticas, em torno do modo como a po-pulao sertaneja lidava, em perodos histricos anteriores, com as mudanas de tempo na Caatinga. Essa pode ser feita mediante entrevista dos alunos aos prprios parentes de geraes anterio-res, como tambm por meio de relato feito por um representante social pre-viamente convidado para esse evento.

    Pea que os alunos elaborem es-quetes, ou seja, pequenas peas de tea-tro com durao curta, cerca de 10 mi-nutos, por exemplo, para reproduzirem a relao dos antigos sertanejos com o clima regio em que habitava.

    Operacionalize, com a participa-o de um representante social ou com familiares das crianas, uma atividade discursiva que contemple a forma como sertanejo da atualidade tem-se relacio-nado com o clima semirido. Essa ati-vidade pode ser desenvolvida por meio de esquetes.

    Compare as mudanas ocorridas nos diferentes tempos histricos retra-tados, e enfatize a possibilidade de ope-racionalizar mudanas para o viver bem no Semirido, fato que envolve novos relacionamentos com o meio ambiente e polticas pblicas que fomentam o de-senvolvimento da regio.

    Referncias bibliogrficas:

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    A CAATINA. Bioma Caatinga. Disponvel em < http://www.acaatinga.org.br/index.php/o-bioma/sobre-o-bio-ma/caracterizacao/

    > Acesso em: 01 de maro de 2013

    FUNCEME. Previso de tempo. Disponvel em < http://www.funceme.br/index.php/areas/tempo/previsao-do-tempo/previsao-diaria-do-tempo > acesso em: 01 de maro de 2013.

    Unidade IVNos terrenos da regio, identi-ficando rochas, relevos e solos

    do serto!

    Tema: estudando os terrenos no semirido, as rochas, o

    relevo e os solos!

    Nesta Unidade, estimulamos o estu-do sobre os terrenos do Semirido, in-serindo as primeiras noes quanto s tipologias de rochas, de relevo e de so-los da regio.

    Para que esse estudo acontea de forma efetiva, objetivamos a realiza-o de atividades que oportunizem uma pesquisa da caracterizao geral e que seja introdutria, gerando o interesse sobre o conhecimento desses aspectos

    no Semirido desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, considerando que a criana, na sua relao com o meio, apreende a paisagem, interage com ro-chas e minerais e tem contato com as formas de uso e de ocupao do solo, as quais os pais e pares os parentes de-senvolvem na vida social, caracterizan-do um importante saber para o desafio de se viver bem no Semirido.

    A ideia desse tema, nos anos iniciais, no corresponde definio de todas as classificaes da Geologia, da Geo-morfologia e da Pedologia local, mas a prtica de observar, conhecer e caracte-rizar os aspectos do meio, percebendo, nessas aes, formas de construo de conhecimento sobre a Regio Semiri-da, preparando os alunos para os desa-fios atinentes a classificaes mais so-fisticadas, em outras etapas.

    No Cear As rochas cristalinas ocu-pam uma rea que corresponde a cerca de 85% da rea do Estado... Em termos de relevo, o Estado do Cear abriga em seu territrio regies de baixa, mdia e alta altitudes... O conhecimento dos solos de grande importncia para o desenvolvimento de vrias atividades, em especial as ligadas agricultura, mas, tambm, os programas de experi-mentao agrcola, os projetos de irri-gao, as iniciativas de conservao de solos, os programas de reforma agrria, alm de outros (IPECE, 2013).

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    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas faixa etria de cada turma.

    Objetivo:

    Compreender caractersticas dos so-los no Semirido, identificando, na lo-calidade, aspectos de rocha, de relevo e de uso e de ocupao do solo.

    Questes geradoras:

    Os terrenos da minha localidade so rochosos ou arenosos? Por qu?

    Observando a paisagem, como o relevo que me circunda?

    Os solos so ricos em nutrientes? Profundos ou rasos?

    Como usamos e ocupamos o solo?

    Aes:

    Construa, com os seus alunos, um catlogo com rochas/minerais e pores de argila e areia. Pea que eles selecionem, individualmente, materiais dessa natureza nos lugares que costu-mam frequentar. Com o acervo resul-tante, pea a cada equipe para separar o material pelas tipologias Rocha/mi-

    nerais, Sedimentos/areia, Sedimentos/argila, alocando-os em compartimen-tos separados, solicitando que eles ob-servem e identifiquem caractersticas singulares de cada tipologia. Reutilize garrafas PET para a atividade, nomean-do cada compartimento com o tipo de rocha que contm.

    Selecione 3 (trs) imagens de terrenos rochosos, sedimentares areno-sos e sedimentares argilosos, leve-os para a sala de aula e pea aos alunos que associem ao acervo que constru-ram anteriormente, discutindo com eles caractersticas presentes em cada ima-gem. Solicite que desenhem os tipos de terrenos de onde adveio cada tipologia de material que coletaram, apresentan-do-o em seguida.

    Identifique se existem problemas ambientais nessas reas como desma-tamento, queimadas, uso desordenado, construes humanas produzindo re-as de risco. Elabore, com esses dados, cartazes, alertando as pessoas sobre os riscos dessas aes, e tomando como referncia a realidade local.

    Busque, com os alunos, locali-zar, em mapas, os tipos de terreno dis-cutidos, tendo como referncia a refle-xo que realizaram em torno dos locais onde coletaram o material e as caracte-rsticas do meio, use mapas municipais, e, dependendo do grau de aprendiza-gem dos alunos, mapas do Cear, como de compartimentao geoambiental,

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    disponibilizados em sites como o do IPECE, que est indicado na bibliogra-fia.

    Solicite aos alunos que, se utili-zando de desenhos e conceitos apreen-didos com essas tipologias, faam uma pesquisa, com agricultores ou outros profissionais do campo, sobre o tipo de terreno que predomina na regio e o mais apropriado para as atividades agropecurias. importante discutir os resultados em sala.

    Pea aos alunos que, dependen-do do grau de aprendizagem deles, fa-am uma investigao, por meio de en-trevistas, com moradores da regio ou em sites de busca, acerca das atividades econmicas que podem ser desenvolvi-das em terras do Semirido.

    Estimule os alunos a observar e a identificar tipos de relevo que existem na localidade, no bairro e na cidade, com o objetivo de ampliar conhecimen-tos para alm do observado diretamen-te. Promova pesquisas sobre as formas de relevo existentes nas proximidades, mediante entrevistas com os moradores ou via internet. relevante observar se h serras, plancies e planaltos. Consul-te, tambm, as listas de Mapas do IPE-CE;

    Utilize, se possvel, com os alu-nos, na sala de multimdia da escola, imagens de satlite do Google Earth para visualizar as formas do relevo.

    Busque, aps identificar as for-mas de relevo na localidade ou nas re-gies adjacentes, novas informaes sobre cada forma identificada. Se hou-ver Serras no bairro ou no municpio, investigue as caractersticas delas, as condies ambientais, os usos e as ocu-paes. As plancies da mesma manei-ra. Identifique, tambm, onde predo-minam as atividades humanas em cada rea.

    Construa, junto aos alunos, ma-pas que tenham como base a identifi-cao do relevo. Utilize o mapa base do municpio consulte o site do IPE-CE no estiver disponvel na escola identifique as reas mais baixas e mais elevadas das localidades, pinte-as com cores diferentes a partir do grau de alti-tude deduzidas.

    Pea aos alunos que procurem informaes, junto aos agricultores do municpio, sobre a localizao e as ca-ractersticas de solo. Com os resulta-dos, faa perceber as possveis relaes com os tipos de relevo e de rochas que estudaram anteriormente, estabelecen-do relaes entre eles.

    Pergunte aos agricultores, por meio de entrevista, como eles manejam o solo, como busca conserv-lo, o que o desgasta. Pesquise, na internet, proble-mas que afetam a qualidade do solo no Semirido, como salinizao, queima-das e desertificao.

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    Construa encartes, digitalizados ou por escrito, sobre os temas pesqui-sados, com o objetivo de que as crian-as repassem as informaes da regio aos agricultores, e de que elas colham informaes se esses agricultores j ti-nham conhecimento do problema.

    Referncias bibliogrficas:

    IPECE. Caracterizao territo-rial do Cear. Disponivel em < http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitu-lo1/12.htm> Acesso em: 01 de maro de 2013.

    IPECE. Lista de Mapas Meio Ambiente. Disponvel em < http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/lista/ > Acesso em: 01 de maro de 2013.

    IPECE. Mapas municipais. Dis-ponvel em < http://www.ipece.ce.gov.br/categoria5/municipais > Acesso em: 01 de maro de 2013.

    GOOGLE EARTH. Google Ear-th. Disponvel em < http://www.google.com/earth/index.html > Acesso em: 28 de fevereiro de 2013.

    Unidade VIdentificando as fontes hdri-cas superficiais e subterrneas e os modelos de captao de

    gua no semirido!

    Tema: identificando as fontes hdricas no semirido!

    Devido predominncia de solos

    rochosos na Regio Semirida, h sig-nificativa facilidade de escoamento de guas superficiais e de formao de re-des e bacias hdricas a partir da conjuga-o de riachos e rios. Mas, consideran-do a distribuio irregular das chuvas, a maior parte desses cursos dgua inter-mitente. Alm dessas, outra importante fonte de recurso hdrico ocorre por meio da acumulao das guas subterrneas, formando importantes aquferos.

    Para alm da formao pelo ciclo natural de fontes hdricas, sabemos de projetos de distribuio, canalizao e captao de guas, por meio de diferen-tes tecnologias humanas, em destaque para os que tm construdo cisternas de placas, barragens subterrneas, etc., que contribuem para mudar relaes de de-pendncia das da populao do campo ao fenmeno de distribuio irregular de chuvas ou mesmo na dependncia s po-lticas assistencialistas via carro-pipa.

    As crianas identificam as diferentes fontes hdricas e a forma de us-las e armazen-las, alm de conviver com elas, na medida em que acessam in-formaes sobre elas; eis a razo de se poder enfatizar o papel da escola nesse processo de socializao.

    As principais caractersticas do Nor-

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    deste Semirido em relao ao recurso gua:

    Os rios so intermitentes, correm apenas durante o perodo das chuvas, tendo seus cursos interrompidos duran-te a estao seca;

    As secas so peridicas e as cheias frequentes;

    O escoamento superficial intenso, pois os solos so rasos e situados acima de brejos cristalinos;

    O uso predominante da gua para abastecimento humano e agropecurio;

    As guas subterrneas limitadas, em razo da formao cristalina que abrange cerca de 70 % do Semirido;

    A eficincia hidrolgica dos reser-vatrios , extremamente, baixa, em funo das altas taxas de evaporao;

    Existem conflitos de domnio, en-tre Unio e Estados, em trechos de rios perenizados por reservatrios pblicos;

    Existe a necessidade de uso conjun-to de guas superficiais e subterrneas, nos aluvies que se estendem ao lon-go de rios providos de reservatrios de montante;

    A existncia de uma ampla, embo-ra insuficiente, infraestrutura hdrica construda ao longo dos anos, com re-

    servatrios de todos os tamanhos, p-blicos e privados, e poos perfurados no sedimento e no cristalino, apresentando problemas de segurana, manuteno e operao (SEMIRIDOORG, 2013)

    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas faixa etria de cada turma.

    Objetivo:

    Conhecer as diferentes fontes hdri-cas do Semirido, as formas de distri-buio e armazenamento da gua, bem como a inovao de tecnologias refe-rentes a ela, refletindo sobre possveis impactos ambientais por ela e os riscos de escassez.

    Questes geradoras:

    De onde vem a gua que consu-mimos em casa e na escola?

    Quais as principais fontes de abastecimento de gua na minha loca-lidade?

    Onde se localizam essas fontes hdricas, qual a disponibilidade ao lon-go do tempo, como se caracterizam?

    Como o sistema de distribuio de gua no bairro, na cidade?

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    O acesso s fontes hdricas f-cil?

    A quais tecnologias de captao, de distribuio e de armazenamento de gua temos acesso?

    As fontes de gua do bairro, da cidade sofrem com algum impacto am-biental?

    Aes:

    Solicite aos alunos que investi-guem de onde vem as gua que abaste-ce sua casa, observando todas as fon-tes hdricas a que tiverem acesso, bem como os sistemas de captao, de abas-tecimento e de armazenamento.

    Pea aos alunos que construam pequenas tarjetas constando a localiza-o das fontes dgua e das tecnologias humanas referentes a ela. Alm disso, solicite que eles desenhem e recortem pequenas setas para inserir no esque-ma, na medida em que apreenderem as etapas do ciclo dgua. Assim oriente--os no preenchimento do esquema-ma-quete com as setas e suscite discusso dos resultados paulatinamente.

    Trabalhe, com as crianas me-nores, cada etapa do ciclo dgua no serto, de maneira processual, produ-zindo pequenos esquemas relativos s chuvas, aos cursos dgua, aos poos

    e cacimbas, entre outros para que eles possam ter conhecimento de onde se encontram as principais fontes hdricas de sua regio.

    Rena as crianas e, de posse dos dados da pesquisa e com a ajuda delas, construa maquetes ou esquemas, re-presentando as etapas do ciclo dgua a partir da paisagem sertaneja Utili-ze cartolinas azuis para o cu, algodo para as nuvens, desenhe e cole o sol; faa uso de pedaos de papelo ou de papel madeira para o terreno, reutilize pequenas embalagens, por exemplo, como as de fsforo, para representar residncias; subdivida os retalhos do terreno, na parte do solo, e use areia, argila, pequenas amostras de rocha na parte de superfcie; oriente-os sobre as propores a serem usadas conforme as caractersticas da regio; desenhe, na parte do subsolo, pontos que repre-sentem a capacidade de infiltrao dos terrenos se tiverem solos profundos e muita gua subterrnea; desenhe vrios se os terrenos da regio tiverem solos rasos, e desenhe poucos lugares para a infiltrao. Retalhos de papel em azul, brilhosos ou de plstico da mesma cor podem representar os locais onde as guas se acumulam ou escorrem du-rante o perodo de chuva (riachos, rios, audes, lenol fretico, etc.); desenhe e cole imagens que lembrem as formas de captao, de distribuio e de arma-zenamento de gua pela ao humana, como cacimbas, poos profundos, bar-ragens, estao de distribuio da CA-

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    GECE, cisternas de placas, etc. Caso a imagem resultante seja disposta em cartaz, obtm-se uma imagem-esque-ma; se disposta em uma distribuio 3D, obtm-se uma maquete; para isso, arranje a parte do cu na posio ver-tical, a do solo na posio horizontal, e, para as reas subterrneas, dobre o material e disponha-o, verticalmente, utilizando uma mesa como apoio para o solo; a parede da sala de aula para o cu ou adapte conforme materiais dis-ponveis.

    Procure realizar tarefas de pes-quisa para que os alunos descubram o carter intermitente ou perene das fon-tes hdricas, assim como para que elas descubram qual a fonte com maior ca-pacidade para abastecer a regio, por meio de entrevistas com moradores, ou mesmo convidando algum funcionrio de empresas de abastecimento da re-gio para fazer explanao do assunto.

    Convide moradores antigos e no-vos do bairro, da cidade para que rela-tem suas experincias quanto disponi-bilidade de gua, reconhecendo alguma mudana ocorrida nesse sentido, bem como identificando a permanncia de novos problemas.

    Realize pesquisas em jornais, revistas e internet, visando a encontrar solues tecnolgicas para a captao e a distribuio de gua no serto, que se adaptem s caractersticas ambientais da rea e que possam ser desenvolvidas

    junto populao.

    Faa uma abordagem acerca do uso da gua no bairro, na cidade, no abastecimento domstico, na indstria, na agricultura, na criao de animais, etc.

    Forme equipes e pea que cada uma escolha uma atividade socioecon-mica para investigar uso da gua nelas como a gua usada nessa atividade: se h problemas de escassez; se h, como so resolvidos; se h desperdcio, se h problemas de poluio, etc.

    Incentive leituras que contem-plem o problema da escassez de gua, assim como a soluo encontrada para combat-la. Colete e disponibilidade e disponibilize jornais, revistas, encartes. Convide um funcionrio da Prefeitura que tenha informaes sobre casos des-sa ordem para fazer palestra de cons-cientizao com os alunos ou, ainda, leve-os sala de multimdia, com in-ternet, para apreender informaes em sites de busca.

    Produza, com a turma, jornais, reunindo diferentes matrias sobre os variados temas acerca da gua. Lem-bre-se de que a linguagem que compe jornal abriga tanto os artigos de not-cias quanto poemas, crnicas, sesso de classificado, charge, etc. Procure socializar, se a escola tiver condies de public-lo, para a comunidade en-viando exemplares. Se no dispuser de

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    condies materiais, organize o jornal em formato de painel e o socialize pe-los corredores da escola, apresente-o durante reunies de pais e mestres e de-mais eventos da escola;

    Capte vdeos da internet, poden-do usar, por exemplo, o www.youtu-be.com, reunindo-os de acordo com o tema, para realizar amostras sobre ele.

    Referncias bibliogrficas:

    SEMIRIDOORG. Recursos hdricos. Disponvel em < http://www.semiarido.org.br/texto/8/0/semiarido > acesso em: 01 de maro de 2013.

    Unidade VIAdentrando a vegetao do

    semirido, encontrando matas verdes que se tornam secas,

    combatendo o desmatamento e queimadas!

    Tema: conhecendo e cuidando da caatinga!

    Outra caracterstica marcante do Se-

    mirido a predominncia da vegetao Caatinga, definida a partir de caracters-ticas ecolgicas delineadas, principal-mente, pela influncia do clima.

    Nesta Unidade, continuamos a investi-gao sobre o Semirido, buscando valo-rizar e ampliar os saberes sobre as esp-cies vegetais da Caatinga, reconhecendo a diversidade biolgica, as principais ca-ractersticas, o uso social e sua importn-cia no equilbrio ecolgico da regio.

    A flora da caatinga to marcante na paisagem que dela derivou o prprio nome do bioma (caatinga, do tupi = mata branca), assim chamada pelos ndios pela sua caracterstica marcante, a de perder as folhas no perodo de estiagem exibindo um emaranhado de troncos tor-tuosos e esbranquiados... A vegetao, na maioria das vezes, apresenta uma for-ma arbustiva, composta por espcies le-nhosas de baixo porte (geralmente at 5 m de altura) entremeadas por cactceas e bromlias terrestres, porm a caatinga compreende, tambm, uma forma de ve-getao de porte mais elevado e denso que a chamada caatinga arbrea, com espcies de mais de 20 metros de altura, rarssimas, atualmente, devido explo-rao histrica desenfreada... (A CAA-TINGA, 2013).

    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas faixa etria de cada turma.

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    Objetivo:

    Valorizar e ampliar saberes sobre as espcies vegetais do serto, compre-endendo a sua diversidade biolgica e as principais caractersticas naturais, identificando os diferentes usos pela sociedade, reconhecendo sua importn-cia ecolgica para a regio, de maneira a promover atitudes de preservao e conservao das espcies.

    Questes geradoras:

    O que conheo sobre a vegetao local?

    Ela est verde ou seca? Quando ela est verde, est viva, e, quando est seca, morre?

    Quais espcies vegetais da Caa-tinga conheceram?

    Usamos as espcies da flora da Caatinga? Para qu?

    Qual a importncia ecolgica da vegetao para a Caatinga?

    Temos preservado e conservado a vegetao da Caatinga?

    Aes:

    Estimule os alunos observao da paisagem e produo dos desenhos da vegetao, pois trabalh-la a partir da produo de imagens relevante para

    entend-la melhor. Construa lbuns se-manais ou mensais de uma mesma pai-sagem ao longo do ano, com o objetivo de analisar as mudanas ocorridas, no que se refere vegetao, e verificando as estratgias adaptadas e a sobrevivn-cia por parte das plantas, que mantm o equilbrio ecolgico da regio. Alm disso, organize, com os alunos, uma es-pcie de lbum de figurinhas, utilizan-do materiais simples da prpria escola, como papel A4, cola e pincis.

    Pea aos alunos que escolham uma parte ou uma espcie vegetal levem para a escola a fim de que seja contada histria dessa planta, como fez o mora-dor, tambm, na sombra da rvore.

    Oriente as equipes a escolhe-rem uma espcie vegetal, coletar partes dela, colar em um cartaz essas partes, identificando folha, caule, raiz, flor e fruto, se possurem. importante sus-citar nos alunos o sentimento de valo-rizao das espcies prprias da Caa-tinga, aquelas que ausentes da sala de aula. Recomende-as que, nesse mesmo cartaz, desenhem o conjunto da planta, identificando a espcie e o local onde ela foi coletada.

    Conforme percebam as mudan-as na paisagem, Chame ateno das equipes para as mudanas ocorridas na paisagem e as atividades humanas nela desenvolvida. Questione se h impac-tos ambientais que afetem a flora, iden-tificando-as e acrescentando dados em

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    seus lbuns de figurinha.

    Realize, com as equipes, en-trevistas com diversos moradores da regio, coletando o maior nmero de nomes de espcies vegetais possvel e enfatize a diversidade surgida.

    Convide um morador da regio para falar sobre as plantas nela existen-tes, destacando aquelas indicadas pelos alunos sobre o que pode ser feito me-diante rodas de conversas na sombra de uma rvore, por exemplo.

    Junte-se aos alunos e procure organizar a decorao da sala de aula, com espcies ornamentais da Caatinga, que possam adaptar-se luz e ao calor disponvel na sala de aula ou em algum setor da escola que possa ser reserva-do e cuidado pelas crianas, de manei-ra a manter e cuidar desse jardim, de modo que, se realizado em equipe, cada dia da semana um componente dela se responsabilize por regar a planta e observar com ela se encontra. Reflita com sobre as necessidades das espcies quanto gua, luz, respirao, fo-tossntese, nutrio do solo, etc.

    Sugira a escola que cultive cac-tos e demais espcies nativas nos seus jardins;

    Pea aos alunos que colham, com os moradores da regio, informa-es sobre a espcie que eles escolhe-ram, a distribuio (onde se costuma

    encontrar e se a quantidade disponvel na mata diminuiu, se corre o risco de desaparecer), as mudanas que passam ao longo do tempo (se perdem as folhas e se voltam a florescer durante as chu-vas), a utilizadas utilizao pelos mora-dores e em que momento.

    Solicite aos alunos que busquem, na internet, informaes disponveis dessas espcies, e de ordem cientfica, como o nome cientfico delas, as carac-tersticas, a importncia ecolgica, etc.

    Construa, com seus alunos, cor-dis retratando a importncia ecolgi-ca das espcies da Caatinga e socia-lize com a comunidade, distribuindo ou mostrando o contedo delas para agricultores da regio. Observe como ocorre essa interao e troca de conhe-cimento entre eles.

    Solicite aos alunos que registrem os impactos ambientais na regio e pro-duzam desenhos e cartazes que enfati-zem os prejuzos causados manuten-o da flora da regio

    Pea aos alunos que elaborem cartas e envie-as aos rgos respon-sveis pela gesto dos bens naturais, como secretarias municipais e estadu-ais do meio ambiente, entre outros.

    Promova discusso envolven-do o contedo das cartas individuais e elabore com a participao dos alunos a carta dos povos do semirido, infor-mando a sociedade da importncia do

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    cuidar do meio ambiente local, como forma de garantir a manuteno da vida de diferentes espcies, o equilbrio eco-lgico e o futuro das geraes humanas.

    Referncias bibliograficas:

    A CAATINGA. Flora. Dispon-vel em < http://www.acaatinga.org.br/index.php/o-bioma/sobre-o-bioma/flo-ra/ > acesso em: 01 de maro de 2013.

    Unidade VIIOs seres da terra, do ar, das guas, na biodiversidade da

    caatinga

    Tema: conhecendo e cuidando da fauna do semirido!

    A valorizao da vida no Semirido pas-

    sa, tambm, pelos cuidados que devemos ter com as demais espcies animais que ha-bitam o Planeta, em especial, a Caatinga, regio em que percebemos a pouca valo-rizao dedicada a ela e os diferentes com-ponentes e fenmenos existentes e ocorri-dos nela, contrapondo-se constatao por meio de estudos referentes sua riqueza ecolgica, o que reflete na biodiversidade ali encontrada e, mediante ensinamentos e orientao adquiridos na escola, podemos melhor conhec-la.

    Nesta unidade, restringimo-nos ao estu-do dos bichos da Caatinga, assim, vamos observar a forma como eles habitam essa terra, como contribuem com o equilbrio ecolgico no Semirido, como enfrentam os problemas de caa e pesca predatria, a diminuio de habitats devido ao desmata-mento e s queimadas, pois constitui inte-resse nosso estimular o viver bem com os outros seres no Semirido.

    Rico em biodiversidade, o bioma abriga:

    932 espcies de vegetais, sendo 340 endmicas;

    143 mamferos, sendo 10 espcies endmicas;

    510 espcies de aves, das quais 15 so endmicas;

    240 espcies de peixes, porm que pouco se conhece sobre eles;

    116 espcies de rpteis 47 de la-gartos, 52 de serpentes, 4 de quelnios, 3 crocodilianos e 10 anfisbendeos (co-bras-cegas (lagarto sem patas);

    51 espcies de anfbios 48 anuros (sapos, rs e pererecas) e 3 de gimno-fionas (ceclias);

    94 espcies de abelhas;

    61 espcies de formigas;

    93 espcies de aranhas;

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    42 famlias de besouros.

    Total de 2.240 espcies catalogadas at o momento (A CAATINGA, 2013).

    Indicao:

    Estas atividades podem ser aplicadas aos alunos do 2 ao 9 ano, desde que reformuladas e adaptadas faixa etria de cada turma.

    Objetivo:

    Valorizar e ampliar saberes sobre as espcies animais do serto, compreen-dendo a sua diversidade biolgica, iden-tificando os seus diferentes habitats, re-conhecendo sua importncia ecolgica para a regio, de maneira a promover atitudes de preservao e conservao das espcies.

    Questes geradoras:

    O que conheo sobre os animais da minha localidade?

    Quais espcies so encontradas na Caatinga?

    Quais os seus principais habi-tats e como esto sendo preservados ou conservados?

    Existem riscos de extino das espcies da Caatinga?

    Aes:

    Estimule a observao da reali-dade local e a produo de desenhos so-bre ela, assim como no trabalho desen-volvido com a vegetao, a produo de imagens sobre as espcies animais muito relevante.

    Realize, com a turma, entrevistas com diversos moradores da regio, cole-tando o maior nmero possvel de nomes de espcies animais da Caatinga. Enfatize a diversidade biolgica surgida;

    Construa, de posse das informa-es obtidas, junto aos alunos, um l-bum de figurinhas, apresentando como tema gerador os animais da Caatinga. Pode ser acrescentado s informaes desenhos, semanais ou mensais, de ani-mais dos quais tenha conhecimento; para isso, oriente- os a fazer pesquisa na internet ou elaborar desenho a partir de imagem apresentada em sala de aula. Divida o lbum em trs sees: animais da terra, da gua e do ar aqueles que voam. O material utilizado para a con-feco do lbum oferecido pela escola, como papel A4, cola e pincis.

    Selecione fbulas que destaquem os animais do Semirido para trabalhar com as crianas mais novas, durante a contao de histrias. Pea aos alu-nos que escolham uma espcie animal, para, com ela, construir uma fbula, contando a histria desse ser vivo. Faa a exposio de uma fbula como exem-

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    plo. Socialize, em rodas de contao de histrias, as fbulas produzidas e lem-bre-se de valorizar os espaos verdes que a escola possui.

    Construa, com os seus alunos, cenrios que lembrem os habitats de espcies em diferentes ambientes da Caatinga. Crie temas geradores, entre outras possibilidades: os bichos da ter-ra, construindo um cenrio em forma de painel referente a ele; assim como com os bichos aquticos e com as aves. Use, ainda, as classificaes clssicas da Cincia para construir, com as crian-as, cenrios da Caatinga em que vivem espcies de mamferos, aves, anfbios e rpteis. Para a construo desses pai-nis, faa uso dos materiais disponveis na escola e procure valorizar as paisa-gens locais.

    Promova festas enfatizando os bichos da Caatinga, em que cada aluno escolhe a fantasia de uma espcie ani-mal, desenhe uma mscara e participe do festival. Apresente diversas msi-cas sobre bichos e mescle com msicas regionais que retratem o Nordeste. En-fatize que a festa como o equilbrio ecolgico, em que os animais e demais elementos da natureza procuram har-monizar-se.

    Pea aos alunos que pesquisem, na internet, e obtenham informaes dessas espcies, catalogando conheci-mentos de ordem cientfica que possam estar disponveis, como o nome cien-

    tfico, as caractersticas, a importncia ecolgica delas, etc.

    Convide um morador da locali-dade para falar sobre as caractersticas dos animais da regio, o que pode ser realizado por meio de rodas de conver-sas, tambm, sombra de uma rvore, por exemplo, como indicamos na Uni-dade anterior.

    Divida a turma em equipes e, com elas, elabore, pequenas peas tea-trais, uma para cada tema gerador sur-gido, ou seja, para cada painel/habitat.

    Solicite aos alunos que se infor-mem, com os moradores da regio, sobre a espcie animal que eles escolheram, a distribuio (onde se costuma encontrar e se a quantidade disponvel na mata di-minuiu, se corre o risco de desaparecer.).

    Registre as mudanas na paisa-gem, chame ateno sobre as atividades humanas nela desenvolvida, questione se h impactos ambientais que afetem, tambm, a fauna, identificando as de-gradaes e o que as originam.

    Faa, com os alunos, o registro das formas de impactos ambientais na regio e produza desenhos e cartazes que enfatizem os prejuzos causados manuteno da flora da regio. Enfatize problemas como caa e pesca predat-ria, bem como desmatamento e quei-madas que diminuem os habitats dos

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    animais. Problematize sobre o equil-brio entre as construes humanas e a presena ou a ausncia de reas verdes nos espaos urbanos.

    Pesquise se h reas de reserva legal na regio, parque botnico, rea de Preservao Ambiental, entre outras unidades de conservao ambiental, e se possuem setores para visitaes escola-res em aula de campo. Realize, se poss-vel, realizar atividades dessa natureza.

    Pea aos alunos que elaborem cartas e as enviem aos rgos respon-sveis pela gesto dos bens naturais pela preservao e pela valorizao das espcies da Caatinga, como secretarias municipais e estaduais do meio am-biente.

    Promova discusso envolven-do o contedo das cartas individuais e elabore com a participao dos alunos a carta dos povos do semirido, infor-mando a sociedade da importncia do cuidar do meio ambiente local, como forma de garantir a manuteno da vida de diferentes espcies, o equilbrio eco-lgico e o futuro das geraes huma-nas. Associe esta tarefa das espcies vegetais.

    Referncias bibliograficas:

    A CAATINA. Bioma Caatinga. Disponvel em < http://www.acaatinga.org.br/index.php/o-bioma/sobre-o-bio-ma/caracterizacao/ > Acesso em: 01 de maro de 2013.

    Unidade VIIIAtividades agropecurias

    Tema: agriculturaA semente

    Somente a mente de um ser to bomPode criar do sentimentoUm bem to grande como a semente.

    Somente um dom cheio de vidaComo a semente pode gerar:Da vida a terra,Da terra a planta,Da planta a florAcontecida de seu amorDe flor e frutoDentro do sonho que h na menteDe uma semente cheia de vida.

    Se um deus no hDentro de quem existe o gestoQue sente e sonha nascer da terraTudo que brota da maravilhaDa fora viva de uma semente?

    Mas se h um deus onipotenteQue cria tudo com o seu poderMas se um deus h que tudo criaCom o seu amor com um presenteDo dom da vidaSe um deus existe, eternamenteAh! Pode crerQue ele algum dia foi semente.

    Carlos Rodrigues BrandoFonte: www.jornadadeagroecologia.com

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    A agricultura foi a atividade que pos-sibilitou a fixao do homem a um lu-gar. Tirou-o da vida nmade, permitin-do com que ele comeasse a atuar na natureza no como sujeito passivo, mas como protagonista da ao. No ambien-te do semirido, a atividade agrcola ainda se apresenta como muito depen-dente do clima.

    A agricultura desenvolvida, em nos-so estado, tem base familiar, ocupa pe-qu