E CULTURA DE QUARTEIRA CENTRO DE EDUCAÇÃO O terreno da intervenção estabelece-se em articulação com as principais vias de circulação e circunvalação da cidade, num ponto a partir do qual se estabelecem ligações directas com toda a área urbana, entendida na sua maior amplitude - a delimitada pelos núcleos de Albufeira, Loulé/Almancil e, mais a nascente, Faro. Este posicionamento estratégico e a ambição do programa consagram a este equipamento um especial protagonismo no enquadramento urbano bem como favorecem a constituição de um conjunto de vocação institucional, cuja natureza esteja claramente reflectida na sua ordem compositiva, material e formal Quarteira Faro Loulé Almancil Albufeira Os volumes que gravitam a praça contêm, cada um, um dos programas primordiais, estabelecendo pela sua configuração e posição particulares uma definição clara da sua identidade: o café-concerto, localizado à chegada, mais pequeno e dotado de um terraço sobranceiro à praça, aludindo ao seu carácter intimista e mundano; a sala principal, recuada, constituindo o pano de fundo do conjunto e assumindo o lugar de protagonista, pela sua volumetria e presença; a black-box (sala experimental), irmanada à sala principal e dele subsidiária; e a escola de dança do Conservatório de Música de Loulé, também stoa neste conjunto - ou, se visto do ponto de vista tipológico, loggia -, que se desenvolve ao longo do parque urbano, buscando reserva e contemplação. 30.5 33.75 32.0 37.0 N Planta de Implantação Escala 1/1000 Circulação Viária Alçado Norte Escala 1/1000 Perfil Longitudinal Escala 1/1000 Axonometria O CONJUNTO ORGANIZA-SE A PARTIR DE UMA PRAÇA AGREGADORA, DE ÍNDOLE GREGA, ABERTA À ACÇÃO CÍVICA E À CULTURA. É O LUGAR QUE FORMALIZA A CHEGADA E QUE AMPARA, POSICIONA EM SEU REDOR E ORIENTA, À VEZ, OS EDIFÍCIOS QUE ALBERGAM O PROGRAMA PREVISTO. É UM ESPAÇO AGREGADOR NO SENTIDO EM QUE CRIA CONECTIVIDADES PROGRAMÁTICAS, GERADAS PELOS EDIFÍCIOS EM SEU REDOR. O CONJUNTO SUBLIMA, NA SUA INTEGRIDADE VOLUMÉTRICA E NA SUA MATERIALIZAÇÃO, O REFERENCIAL HISTÓRICO QUE O TERRITÓRIO MEDITERRÂNICO CONVOCA. OS VOLUMES PUROS, RECORTADOS AO CÉU E AO PARQUE, CONSTITUEM-SE COMO GRANDES MASSAS SOBRIAMENTE ABERTAS, DESENHANDO SOMBRAS VINCADAS E RIGOROSAS. O MATERIAL PREDOMINANTE, O REBOCO DE CAL, REFORÇA O SENTIDO UNITÁRIO DE CADA VOLUME, DANDO-LHE CORPO E EVOCANDO OS SISTEMAS CONSTRUTIVOS LOCAIS E AMPLAMENTE EXPERIMENTADOS. Marcando cada entrada, acham-se pórticos de betão que fazem parte do desenho da praça, dando-lhe sentido e espacialidade, contrapondo-se aos planos de reboco e hierarquizando o conjunto. É um desenho que evoca a condição de escassez que sempre constitui, ao longo dos anos, a base criativa da construção da cultura deste lugar. CO NCURSO PÚBLICO DE CONCEÇÃO P A R A A ELAB O R AÇÃO Do PROJETO D O CENTRO DE EDU C AÇÃO E CULTURA D E Q UARTEIRA 1-3 Vista da praça a partir dos arruamentos de acesso. Vista do conjunto desde norte. Vista do conjunto desde norte. Escola de dança. Piso superior que integra as salas de aula, balneários e a galeria que se debruça sobre o parque. Zona de residências Escola de dança. Piso inferior, onde se acha a zonas administrativa, secretaria e salas de professores e alunos. Estacionamento com 1 lugares. Organiza-se por debaixo da praça de acesso, em três ntveis, dois deles debaixo do solo. Optou-se, neste caso, por criar pisos desfasados, formando eles próprios a rampa de acesso. %ack-stagH, piso inferior. Zona comum de instalações sanitárias e ligação às áreas de serviço. Piso técnico da %lack-bo[ Grande auditório. %lack-bo[ Café-Concerto. Administração.
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E CULTURADE QUARTEIRA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
O terreno da intervenção estabelece-se em articulação com asprincipais vias de circulação e circunvalação da cidade, num pontoa partir do qual se estabelecem ligações directas com toda a áreaurbana, entendida na sua maior amplitude - a delimitada pelosnúcleos de Albufeira, Loulé/Almancil e, mais a nascente, Faro. Esteposicionamento estratégico e a ambição do programa consagram aeste equipamento um especial protagonismo no enquadramentourbano bem como favorecem a constituição de um conjunto devocação institucional, cuja natureza esteja claramente reflectida nasua ordem compositiva, material e formal
Quarteira
Faro
Loulé
Almancil
Albufeira
Os volumes que gravitam a praça contêm, cada um, um dos programas primordiais,estabelecendo pela sua configuração e posição particulares uma definição clara da suaidentidade: o café-concerto, localizado à chegada, mais pequeno e dotado de um terraçosobranceiro à praça, aludindo ao seu carácter intimista e mundano; a sala principal,recuada, constituindo o pano de fundo do conjunto e assumindo o lugar de protagonista,pela sua volumetria e presença; a black-box (sala experimental), irmanada à sala principal e
dele subsidiária; e a escola de dança do Conservatório de Música de Loulé, também stoaneste conjunto - ou, se visto do ponto de vista tipológico, loggia -, que se desenvolve aolongo do parque urbano, buscando reserva e contemplação.
30.5
33.75
32.0
37.0
NPlanta de ImplantaçãoEscala 1/1000
Circulação Viária
Alçado NorteEscala 1/1000
Perfil LongitudinalEscala 1/1000
Axonometria
O CONJUNTO ORGANIZA-SE A PARTIR DE UMA PRAÇA
AGREGADORA, DE ÍNDOLE GREGA, ABERTA À ACÇÃO CÍVICA E À
CULTURA. É O LUGAR QUE FORMALIZA A CHEGADA E QUE
AMPARA, POSICIONA EM SEU REDOR E ORIENTA, À VEZ, OS
EDIFÍCIOS QUE ALBERGAM O PROGRAMA PREVISTO. É UM
ESPAÇO AGREGADOR NO SENTIDO EM QUE CRIA
CONECTIVIDADES PROGRAMÁTICAS, GERADAS PELOS
EDIFÍCIOS EM SEU REDOR.
O CONJUNTO SUBLIMA, NA SUA
INTEGRIDADE VOLUMÉTRICA E NA SUA
MATERIALIZAÇÃO, O REFERENCIAL
HISTÓRICO QUE O TERRITÓRIO
MEDITERRÂNICO CONVOCA. OS VOLUMES
PUROS, RECORTADOS AO CÉU E AO
PARQUE, CONSTITUEM-SE COMO GRANDES
MASSAS SOBRIAMENTE ABERTAS,
DESENHANDO SOMBRAS VINCADAS E
RIGOROSAS. O MATERIAL PREDOMINANTE,
O REBOCO DE CAL, REFORÇA O SENTIDO
UNITÁRIO DE CADA VOLUME, DANDO-LHE
CORPO E EVOCANDO OS SISTEMAS
CONSTRUTIVOS LOCAIS E AMPLAMENTE
EXPERIMENTADOS.
Marcando cada entrada, acham-sepórticos de betão que fazem parte dodesenho da praça, dando-lhe sentidoe espacialidade, contrapondo-se aosplanos de reboco e hierarquizando o
conjunto.
É um desenho que evoca a condição
de escassez que sempre constitui, aolongo dos anos, a base criativa daconstrução da cultura deste lugar.
C O N C U R S OP Ú B L I C O D ECONCEÇÃOP A R A AE L A B O R A Ç Ã OD o P R O J E T ODO CENTRO DEE D U C A Ç Ã O EC U L T U R A D EQ U A R T E I R A
1-3
Vista da praça a partir dos arruamentos de acesso.
Vista do conjunto desde norte.
Vista do conjunto desde norte.
Escola de dança. Piso superior queintegra as salas de aula, balneários e agaleria que se debruça sobre o parque.
Zona de residências
Escola de dança. Piso inferior,onde se acha a zonasadministrativa, secretaria esalas de professores e alunos.
Estacionamento com 128lugares. Organiza-se pordebaixo da praça de acesso,em três níveis, dois delesdebaixo do solo. Optou-se,neste caso, por criar pisosdesfasados, formando elespróprios a rampa de acesso.
Back-stage, piso inferior. Zonacomum de instalações sanitáriase ligação às áreas de serviço.
Piso técnico da Black-box.
Grande auditório.
Black-box.
Café-Concerto.
Administração.
AutoCAD SHX Text
.
1.2.1
1.6.2
1.6.3
1.6.4
2.1
2.1.1
2.2 Estúdio 5
1.6.1 Café-Concerto
café-concerto
1.6 Café-Concerto
1.6.1 Café-Concerto
1.6.2 Régie
1.6.3 Balcão/Bar
1.6.4 Copa
centro de
espetáculos e
residências1. Grande auditório e black-box1.1 Foyer1.1.1 Loja/Livraria1.1.1.1 Arrumos livraria1.1.1.2 Arrumos livraria1.1.2 Recepção/Balcão1.1.3 Bengaleiro1.2 Zona de serviço1.2.1 Área de lixos1.3 Sala de espetáculos1.3.1 Fosso da orquestra1.3.2 Palco1.4 Backstage1.4.1 Camarim III1.4.2 Sanitário camarim III1.4.3 Antecâmara1.4.4 Balneário camarim III1.4.5 Camarim IV1.4.6 Balneário camarim IV1.4.7 Antecâmara1.4.8 Sanitário camarim IV1.5 Black-box - Sala estúdio
Espaço destinado a Serviço / Funcionários / Artistas
QUAR
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IS
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CALDEIRA
CAFÉ-CONCERTOESCOLA DE DANÇA
CENTRO DEESPETÁCULOS ERESIDÊNCIAS
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Circulação Viária
ACESSOSERVIÇOS/
FUNCIONÁRIOS
Corte LongitudinalEscala 1/200
Avenida
de Ceut
a
NPlanta Piso à cota 32 mEscala 1/200
49.50
44.50
35.50
31.50
28.00
24.50
39.50
Organigrama funcional e esquema de circulações internas.
É A PRAÇA QUE ESTABELECE A LIGAÇÃO NATURAL ENTRE A
CIDADE E O PARQUE, A PARTIR DOS ARRUAMENTOS DE
ACESSO, E QUE ESTABELECE OS PERCURSOS ENTRE AS
DIFERENTES COTAS, QUE AQUI SE VENCEM EM
CONTINUIDADE. A ELEVAÇÃO DA PRAÇA EM RELAÇÃO AO
ARRUAMENTO CONSAGRA A NATUREZA DESTACADA DO
CONJUNTO, POTENCIADOR DE UMA NOVA CENTRALIDADE, E
PROPORCIONA O INTERVALO OPORTUNO QUE ANTECEDE A
ENTRADA NOS ESPAÇOS DO PROGRAMA - FUNCIONA COMO
UMA ESPÉCIE DE ANTECÂMARA, DE MOMENTO DE TRANSIÇÃO
EM QUE O RUÍDO E O MOVIMENTO AMAINAM E O SENTIDO
GANHA ESPAÇO PARA APRECIAR UM NOVO E MAIS SENSÍVEL
ESTÍMULO. A PRAÇA ACHA-SE ABRIGADA PELAS ÁRVORES
QUE BORDEJAM O LIMITE NORTE DO TERRENO E É MARCADA
PELAS DUAS ÁRVORES DE GRANDE PORTE QUE MARCAM E
DÃO SOMBRA E ESCALA AO CONJUNTO. É, EM TODOS OS
SENTIDOS, O ESPAÇO CENTRAL, AQUELE PARA O QUAL,
ATRAVÉS DE GRANDES ABERTURAS ARQUEADAS QUE
ENUNCIAM A SUA PRESENÇA, TODOS OS ESPAÇOS
PRIMORDIAIS DÃO. MAS, PORQUE OS EDIFÍCIOS EM SEU
REDOR LHE CONFEREM UMA FORTE ESPACIALIDADE E
ATMOSFERA, É TAMBÉM UMA GRANDE SALA PÚBLICA, UM
ESPAÇO APTO A RECEBER UM CONJUNTO MUITO ALARGADO
DE EVENTOS, DE DIFERENTES NATUREZAS E ESCALAS.
A configuração da sala principal resulta da justaposiçãodesencontrada de duas conchas, ou espaços, que secomplementam. Uma destina-se a acolher os espectadores,formando a plateia e constitui-se como um cavername em madeira,deformado de modo a encontrar a posição justa de cadaespectador, na relação visual com o palco. Uma outra, que forma o
tecto e os limites recuados do balcão e frisas, é desenhada pelosom, formando uma canópia fragmentada, de cor negra.
O estacionamento é uma estrutura semi-subterrâneaque se constitui como uma espécie de criptopórtico
que constrói a praça. É talvez, e neste sentido, o
elemento fundacional, aquele que sustenta todo oconjunto, compensando o declive do terreno e,
assim, possibilitando o acesso de nível de todos osveículos e ligando directamente a todos os edifícios
que o orbitam.
2-3C O N C U R S OP Ú B L I C O D ECONCEÇÃOP A R A AE L A B O R A Ç Ã OD o P R O J E T ODO CENTRO DEE D U C A Ç Ã O EC U L T U R A D EQ U A R T E I R A
Circulação público
Vista do interior do foyer do centro de espetáculos.
Acesso ao átrio dogrande auditório eblack-box
Acesso superiorà escola de dança
Acesso ao
café-concerto
Acesso de serviçoAcesso de serviço backstage
Circulação viária
Acesso ao estacionamento
praça
04 05 01
2.4
2.5 Estúdio 4
2.6 Estúdio 3
2.9 Estúdio 2
2.10 Estúdio 1
2.12
2.13 Sala Multifunções
2.7
2.3
2.11
2.8
escola de dança2 Área Lectiva2.1 Lobby de entrada2.1.1 Arrumos2.1.2 Balcão/Recepção2.1.3 Sala de funcionários
2.2 Estúdio 52.3 Antecâmara2.4 Balneários estúdios 4 e 52.5 Estúdio 42.6 Estúdio 32.7 Antecâmara2.8 Balneários estúdios 2 e 3
INTIMISTA E APRAZÍVEL. POR OUTRO LADO, E EM RESULTADO
DESSA DISPOSIÇÃO, O EDIFÍCIO OBLONGO ARTICULA-SE
DEMORADAMENTE COM O PARQUE, AQUI POR INTERMÉDIO
DE UMA AMPLA LOGGIA, QUE SE DEBRUÇA SOBRE A
PAISAGEM, APLACANDO A LUZ DE SUL QUE ILUMINA E
PREENCHE AS SALAS DE AULA.
O EDIFÍCIO, E MUITO PARTICULARMENTE A LOGGIA,
ESTABELECE AINDA UMA RELAÇÃO DIRECTA COM A PRAÇA
DO FORUM, PROLONGANDO-A.
É ASSIM A ESCOLA, PELA SUA DISPOSIÇÃO, A CHARNEIRA, O
LIMIAR QUE ESTABELECE, DE MODO EQUILIBRADO, A PONTE
ENTRE A VIBRANTE CULTURA URBANA E A POSSIBILIDADE DE
PAUSA E CONTEMPLAÇÃO.
As salas de aula da escola de dança, deparedes espelhadas, de pé direito alto edispostas ao longo da loggia, funcionam
como uma caixa de ressonância doambiente do parque, ampliando e
qualificando a experiência espacial queproporcionam. Em resultado de todo este
arranjo, fica criada uma atmosfera degrande proximidade com a natureza,
aberta e livre, próprios de um bem estar holístico.
O café-concerto é uma sala versátil, com uma
certa informalidade, aspectos que se achamreflectidos na sua configuração espacial.
É também um espaço de recepção, um espaço
cuja vocação e programação flexível maisfacilmente permite ser dirigido a novas e
heterogéneas audiências.
O seu posicionamento está de acordo com essepressuposto estabelecendo-se como o umbral
que marca a chegada à praça e a sua disposição
corresponde a um programa autonomizado.
A black-box localiza-se em articulação directa com o foyer,beneficiando dos serviços de acolhimento e encaminhamento
que este espaço proporciona. É um espaço que se constitui
como uma espécie de máquina transmutável e adaptável, degrande pendor técnico, e que, por isso, exige um enorme rigore controle na sua configuração. A black-box aqui proposta não
foge a essa regra, tendo sido dimensionada e estandocapacitada de acordo com as múltiplas exigências do programa
preliminar.
É um espaço geometricamente puro e disponível, capaz de
acolher multiplas configurações, proporcionandoadequadamente a ocorrência de ensaios ou espectáculos
menos convencionais e mais intimistas.
Vista para o grande auditório, a partir do palco.
3-3C O N C U R S OP Ú B L I C O D ECONCEÇÃOP A R A AE L A B O R A Ç Ã OD o P R O J E T ODO CENTRO DEE D U C A Ç Ã O EC U L T U R A D EQUARTEIRA
Vista da galeria da escola de dança, sobre o parque.
Vista do interior da sala do café-concerto.Vista do interior do edifício da black-box.