Escola de Arquitetura - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Disciplina: Projeto Flexibilizado (PFlex) Tema: Frações Ideais Orientação: Silke Kapp Etapa: Segunda análise crítica
Esta apresentação resume passo-a-passo o processo de ocupação proposto
Introdução ao tema: Quando um movimento popular de moradia conquista (por ocupação, doação ou compra) uma gleba de terra não urbanizada, a primeira questão que se coloca é sua forma de divisão, que também determinará a configuração do futuro bairro. Na RMBH, os movimentos têm optado pelo parcelamento em pequenos lotes individuais (~120m2). As assessorias técnicas encontram dificuldade para discutir alternativas, tais como a divisão em lotes maiores e coletivos, que demandaria menos arruamento e possibilitariam melhor qualidade ambiental. Nossa hipótese é de que a resistência a essas alternativas provenha, ao menos em parte, da identificação imediata do lote coletivo com o prédio de apartamentos ou com o cortiço. Faltam referências ou imagens espaciais de outras formas de compartilhamento de um mesmo lote por várias moradias, isto é, de outras formas de fracionamento ou “frações ideais”. Partindo desse contexto, propõe-se que os estudantes, em duplas, desenvolvam projetos de moradias em lotes de ~1000m2 compartilhados por seis a oito famílias. Poderão ser utilizados lotes de um plano urbano da Ocupação Dandara que foi proposto pelo arquiteto Tiago Lourenço (porém depois foi reformulado, a pedido dos ocupantes, com lotes individuais). Não há programa de necessidades predefinido, apenas a premissa de que se trata de grupos de renda muito baixa, que tendem a construir em etapas e a modificar com frequência os usos dos espaços domésticos.
Em conjunto, os projetos elaborados na disciplina constituirão um catálogo de possibilidades que servirá para ampliar as discussões com os movimentos sociais e os moradores das ocupações. Para que tal catálogo contemple uma variedade razoável de situações espaciais, as duplas trabalharão com diferentes tipos arquitetônicos (moradias térreas, sobrados, fita, vila etc.) e terrenos (plano, aclive e declive). Para que o catálogo atenda ao objetivo da discussão com não-arquitetos, os projetos deverão ter uma apresentação clara e amigável, seguindo alguns padrões básicos definidos coletivamente pela turma. O nome “frações ideais” é uma referência, por um lado, à chamada “fração ideal”, tal como utilizada nos condomínios verticais para designar a porção (abstrata) do terreno que corresponde a cada propriedade individual. No nosso caso, as “frações” são “ideais” porque também indicam o horizonte de um compartilhamento ou uma coletividade que não se vê nos usuais condomínios de classe média ou alta.
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FRAÇÕES IDEAIS Por Bernardo Carvalho e Estevam Gomes