CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO André Patrício Ferreira Xavier Hiago Renato Jackeline Guimarães dos Santos Marcos Vinicios Cardoso Valéria Suany Gonçalves TEMPO VERDE Perfil dos consumidores das feiras municipais de Belém e os outros conceitos relacionados à oferta e demanda dos demais produtos que influenciam na precificação destes no período da Semana Santa
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Perfil dos consumidores das feiras municipais de Belém e os outros conceitos relacionados à oferta e demanda dos demais produtos que influenciam na precificação destes no período
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO
André Patrício Ferreira Xavier
Hiago Renato
Jackeline Guimarães dos Santos
Marcos Vinicios Cardoso
Valéria Suany Gonçalves
TEMPO VERDE
Perfil dos consumidores das feiras municipais de Belém e os outros conceitos relacionados à
oferta e demanda dos demais produtos que influenciam na precificação destes no período da
Semana Santa
BELÉM-PA
2012
André Patrício Ferreira Xavier
Hiago Renato
Jackeline Guimarães dos Santos
Marcos Vinicios Cardoso
Valéria Suany Gonçalves
BELÉM-PA
2012
Trabalho apresentado para obtenção de nota parcial referente á avaliação do 2° bimestre, 3º período do curso de Bacharelado em Administração do Centro Universitário do Pará (CESUPA). O presente trabalho diz respeito à atividade interdisciplinar denominada Tempo Verde.
Orientador (a): Profª. MSc Alexandre Haick
“A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.”
A feira livre é um local onde é possível encontrar com muita facilidade variados tipos de
produtos onde há uma mistura diversificada de culturas, pessoas diferentes e de variadas idades,
ambiente perfeito à obtenção informações, além de vivenciar as mudanças dos fenômenos que
influenciam a vida cotidiana do consumidor. Trata-se de um dos objetos da cultura brasileira que
mais colaboram para a construção da identidade cultural do povo brasileiro.
Uma das principais razões para empreender a pesquisa é responder a seguinte pergunta:
qual o perfil dos consumidores das feiras municipais de Belém, e os outros conceitos
relacionados à oferta e demanda dos demais produtos que influenciam na precificação destes no
período da Semana Santa?
Desta forma o presente estudo apresenta como objetivo analisar o perfil dos
consumidores das feiras municipais de Belém e os outros conceitos relacionados à oferta e
demanda dos demais produtos que influenciam na precificação destes no período da Semana
Santa.
Para atender os objetivos deste estudo a pesquisa em questão caracteriza-se melhor como
do tipo descritiva. Já em relação aos dados utilizados a pesquisa pode ser enquadrada como
quantitativa, devido à utilização de inferências estatísticas. Para colher os dados da pesquisa
foram utilizados como instrumentos um questionário fechado contendo 18 perguntas objetivas
aplicadas a 120 pessoas distribuídas proporcionalmente nas feiras do Ceasa, Pedreira, Ver-o-
Peso e 25 de setembro, aplicados a segunda semana de março, e a coleta de preços neste mesmo
período, e na semana santa.
O desenvolvimento do trabalho em questão trouxe como benefício acadêmico o
estabelecimento das relações entre as variáveis, o modelo teórico proposto e os dados observados
no mundo real, contribuindo com a sistematização do aprendizado de seus autores e o fomento
do conhecimento sobre o assunto. Para a sociedade, a pesquisa busca elucidar o perfil dos
consumidores das feiras do município de Belém, bem como identificar os agentes que
influenciam na precificação de determinados produtos comercializados durante a semana santa.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Caranguejo, camarão, charque, macaxeira, ovos e farinha. Todos estes itens fazem parte
da cultura e culinária paraense, são de fácil acesso, graças a sua grande produção regional uma
vez que esses alimentos, exceto o charque, são produzidos no interior do estado, além de
contribuir para a economia, contribuem para a geração de emprego e renda em todos os
municípios em que se instalam e na capital Belém.
Dos produtos citados anteriormente, a distribuição e comercialização do caranguejo é a
que se dá de forma mais rústica, segundo a EMBRAPA1 “Embora a atividade extrativista do
caranguejo remonte aos primórdios da história do Brasil, os catadores costumam ficar à margem
da participação de organizações de produtores e pescadores.
As associações de catadores não atuam de forma adequada; a grande maioria dos
catadores tem a pesca do caranguejo como único sustento, mas não possui registro-geral e,
consequentemente, não podem adquirir a carteira de pescador, praticando o extrativismo na
ilegalidade”. Em outubro de 1997, técnicos do IBAMA, pesquisadores e representantes do poder
público promoveram reuniões com comunidades. Houve consenso quanto a não captura de
fêmeas ovígeras, mas foram feitos questionamentos por parte dos pescadores em relação a
proibição da “redinha” e a completa suspensão da atividade durante o período do defeso
(Rodrigues et al., 2000).
Já a produção e distribuição da macaxeira (que pode ser conhecida
como aipim ou mandioca-doce, origina-se do termo tupi maka'xera), seguem de maneira bem
simples, passando pelo processo de colheita em pequenas propriedades, geralmente esta ligada a
mandiocultura, onde são cultivadas juntas, mas, são separadas após a colheita e seguem rumos
diferentes a partir do momento em que entram no mercado, são na sua grande maioria negócios
familiares e são vendidos em feiras livres e supermercados.
Em relação ao camarão VALENTI (2002) diz:
“Há grande tradição no consumo de camarões de água doce nas regiões norte, nordeste e sudeste do Brasil. Este mercado vem sendo abastecido pela pesca, que declina rapidamente. Há também nichos específicos de mercado voltados para grupos étnicos, que pagam preço excepcional por camarões frescos e vivos.”
No caso do Brasil, os maiores produtores de camarão de cultivo, estão concentrados nos
estados do Ceará e Rio Grande do Norte. E os maiores produtores de camarão capturados estão
no Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O charque faz parte da bovinocultura de corte, e entra em cena durante a escolha de
animais jovens para o abate, as peças escolhidas apropriadamente para esse fim junto com sobras
de outros cortes, passam pelo processo de salga e são embalados para posterior transito entre
suas filiais e assim distribuída pelo país porem Felício (2002) 2,
“Na última estatística oficial, referente a 1986, constata-se que o charque foi o produto cárneo com maior volume de produção, 117 mil t., a maior parte, 71%, fabricada no estado de São Paulo. A evolução da produção daí em diante é desconhecida porque, lamentavelmente, o Ministério da Agricultura deixou de publicar o Anuário Estatístico do Serviço de Inspeção Federal. O charque é o produto cárneo ideal para ser exportado, pois é concentrado (45% de umidade), tem uma ampla vida-de-prateleira à temperatura ambiente, e agrega valor à carne de dianteiro e ponta-de-agulha de bois e vacas”.
De acordo com Santos Filho (1989), as cadeias produtivas de carne de aves e ovos estão
entre as mais importantes cadeias agropecuárias do país. Ambas contribuem substancialmente
para o desenvolvimento econômico e social, sobre a dimensão de cada uma, mostrando que a
cadeia de corte é maior que a de postura e remunera melhor o trabalho e a produção, existe um
grande mercado potencial para esse tipo de produção, mas ainda pouco explorado, ainda assim
de acordo com dados de 2009, o Brasil ocupa a 13° posição entre os maiores produtores de ovos
no mundo.
Para efeito de pesquisa, escolheu-se a Farinha de mandioca como produto para se
explicar detalhadamente a cadeia produtiva por esta apresentar uma maior identificação com a
cultura regional da região amazônica.
Nas casas de farinha são transmitidos os saberes particulares para transformação da
mandioca, amarga e venenosa, em produtos para consumo.
Serra (2001) afirma que:
“Como patrimônio cultural, a gastronomia é, certamente, muito mais do que simples arte culinária. Assume-se, também, como um importante veículo da cultura popular, ao mesmo tempo em que possibilita uma percepção acerca da forma como vivem os habitantes de cada região, numa dada época”
No Pará, esse alimento é produzido principalmente no interior e em comunidades
ribeirinhas que estão espalhadas ao longo de todo território estadual. Em alguns desses pequenos
municípios, como o de Bragança, essa atividade (produção de farinha) é considerada como uma
economia de subsistência.
2 Professor-associado da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP.Artigo publicado na Revista ABCZ, ano 1, n.6, p.54, (jan./fev.), 2002.
Fonte: SEBRAE, Estudos de mercado.Título: Processo de conversão da mandioca em Farinha.
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No entanto, existem pequenas colônias agrícolas espalhadas pelo interior do Marajó, que
tem nessa atividade, sua principal fonte rentável. Apesar das evoluções tecnológicas, a produção
da farinha de mandioca em todo o país ainda continua semelhante a do período colonial, ou seja,
uma produção ainda artesanal, negócio de agricultura familiar, o qual envolve mulheres e
crianças e ocorre em casas de farinha, ou outras demais denominações usadas.
A cadeia produtiva da farinha tem inicio com o plantio da mandioca, que também é
cultivada pelos produtos de farinha. Este (plantio) leva cerca de 6 a 12 meses para o
amadurecimento da raiz, e assim inicia-se a colheita para a produção.
A conversão da Mandioca em Farinha se divide em cinco etapas, as quais são ( Ver imagens no
apêndice 01):
Encerrado o processo de produção a farinha é ensacada em sacos brancos de plástico
trançado, que variam entre 30 a 60 quilos. Após a finalização do produto, os pequenos
agricultores se deslocam até a cidade, onde a farinha é vendida em fardos, litro (Lt) ou quilo
(Kg), o transporte usado por esses vendedores são caminhões, carros menores ou ainda pequenas
embarcações. Os preços são estipulados de acordo com a concorrência local, ou seja, há uma
tomada de preços nesse tipo de vendas.
De acordo com dados disponibilizados pelo IBGE, o Pará é o maior produtor de farinha
do Brasil, o que corresponde a 24% da totalidade da produção do país. Seguindo o Pará, estão os
estados do Paraná e São Paulo. Ainda com base nesses dados, ficou verificado que só na região
Norte, em média são consumidos 33,8 kg de farinha per capta, e nas demais regiões do país, há
um consumo de 7,8 kg anuais per captas. Salientando que este tipo de alimento é consumido
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principalmente nas famílias de baixa renda espalhadas pelo interior do Brasil como mostra
gráfico abaixo:
Dados recentes mostram que atualmente o Nordeste é o maior produtor de farinha
nacional, porém ainda não é suficiente para suprir a demanda de consumo da região, e devido a
isso, a maior parte da produção do Mato Grosso e de São Paulo são compradas pela mesma.
3. ANÁLISE DOS DADOS
Conforme o gráfico abaixo, 60% são mulheres e 40% são homens. Leva-se em
consideração que 41% dos entrevistados possuem nível médio completo.
Tabela 01:Escolaridade dos consumidores de "Feira Livre de Belém", março de 2012
EscolaridadeNº de entrevistados
Masc % Fem % Total%
Fund. Incompleto 17 14,2 12 10,0 24,2
Fund. Completo 11 9,2 13 10,8 20,0
Médio completo 14 11,7 35 29,2 40,8
Ens. Superior 5 4,2 12 10,0 14,2
Outro nível 1 0,8 0 0,0 0,8
Total 48 72 120
Fonte: Pesquisa de campo
Percebe-se que os consumidores tem uma
preferencia maior por vegetais, o que corresponde
a 45,8%, uma vez que o CEASA é uma central de abastecimento padronizada e trabalha com
apenas alguns produtos de venda em atacado. Estima-se que 30% desses entrevistados
frequentam a feira sem preferências específicas, dentre estes, 8,3% geralmente compram todos
os itens que foram evidenciados anteriormente, enquanto que 21,7% deles, de fato não possui
preferência específica por determinado produto como mostra o gráfico seguinte
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.
Dados relacionados á renda segundo o gênero dos consumidores apontam que 17,5% das
consumidoras de feiras possuem uma renda mensal baseadas de até 1 salário mínimo enquanto
que 10,8% dos homens tem sua renda estimada acima de 5 salários mínimos
Tabela 02: Principais produtos escolhidos por consumidores de
"Feira Livre em Belém", março de 2012
Produtos 1ª Opção %
Vegetais 55 45,8Carnes/aves 8 6,7
Farinhas 10 8,3Peixes/mariscos 11 9,2
Outros 10 8,3Nenhum 26 21,7Totais 120 100,0
Fonte: Pesquisa de campo
Nota-se que os consumidores costumam gastar muito em suas compras, pois 3,3% das
mulheres gastam até 10,00 contra 0,8% dos homens. Acima de 50,00, estão 21,7% do sexo
feminino e 19,2% dos homens.
Nas feiras pesquisadas, não há grande
frequência de jovens consumidores, apenas
0,8% dos homens e 1,7 das mulheres,
Tabela 03: Renda segundo gênero dos consumidores de "Feiras livres de Belém”, março de 2012.
SEBRAE, Estudos de mercado – ESPM/SEBRAE. INFORMAÇÕES DE MERCADO SOBRE MANDIOCA (COM FOCO EM FARINHA E FÉCULA), 2008. Disponível em www.sebrae.gov.br, acesso em 23/04/2012.