-
Economia.| 16SEXTA, 04 DE MARÇO DE 2016
Macroeditor: Abdo Filhoz [email protected]: Joyce
Meriguettiz [email protected]
WhatsApp (27) 98135.8261Telefone: (27) 3321.8327
PAÍS EM CRISEPAÍS EM CRISE
BRASIL ENCOLHE 3,8%E POPULAÇÃO SOFREImpactos do pior momento
econômico em décadas se espalham
BEATRIZ SEIXASLUÍSA TORRE
Ricardo Shalders é comer-ciante, dono de lojas deroupas. Rodrigo
Motta,dentista.Oqueosdois têmem comum é o que temacontecido com
diversosempresários dos mais va-riadossetoresdaeconomiabrasileira:
a crise os forçoua fechar seus negócios, jáque os custos subiram e
aclientela caiu. EnquantoRicardo fechoumetade
desuaslojasemdoisanos,Ro-drigo deixou de ser donoda clínica onde
atuava evoltou a ser funcionário.O fechamentodeempre-
sase,consequentemente,depostosdetrabalho,éumdosmais cruéis
reflexos que ainstabilidade econômica,agravada do ano passadopara
cá, tem trazido para odiaadiadosbrasileiros.On-tem, a divulgação do
resul-tado do Produto InternoBruto(PIB)apenasquantifi-cou o
sofrimento pelo qualpassa a população: em2015, a retração
registradapeloIBGEfoide3,8%,apiordesde1990.OPIBpercapitatambém teve
redução e fi-cou em R$ 28.876, 4,6%menor quenoanoanterior.Entre os
setores da eco-
Aeroportômetro
dias para a conclusão da obra
5 7 1
EVOLUÇÃO DO PIB BRASILEIRO
nomia,aindústriaregistrouapiorqueda,de6,2%.Jáosserviços, que têm
o maiorpeso na economia, recua-ram 2,7%. O único setorque teve
resultado positivofoi a agricultura, com altade 1,8% frente a
2014.A despesa de consumo
das famílias,motordaeco-nomia, caiu 4% frente aoano anterior. É
omaior re-cuo da série histórica, ini-ciadaem1996.Ademandadoméstica
brasileira, queincluiu consumo das famí-lias, do governo, os
inves-timentose tudoque foi im-portado descontando
oquefoiexportado,tambémdespencou–efoibemmaisque o PIB: retraiu
6,5%.
RECESSÃO“Essa retração da econo-
mia em diversos trimestreséamaior
sequênciadeque-dasdosúltimos25anos.Vo-cê já vê reflexos fortes
nainadimplência dos
alunosdenívelsuperior.Nodesem-prego,ondesevêaspessoasbuscandoalternativas,
ven-dendo coisas em meio aoscarros, um aumento na in-formalidade. A
queda nafrequênciadosrestaurantese o volume de compras
nossupermercados que, de 4
GUILHERME FERRARI
Adaptação
Depois de ver os custos da clínica
dispararem e a procura por ser-
viços odontológicos recuar diante
da crise, o dentista Rodrigo Motta
decidiu fechar o negócio, que fun-
cionou por três anos.
“A vida do empreendedor é muito difícil no Brasil. Oscustos são
muito elevados e as obrigações, como a cargatributária, atrapalham
a prosperar. Com a crise, acheimelhor fechar a clínica e voltar a
ser funcionário. Alémdisso, estou buscando outros nichos dentro do
setor”
-
| 17SEXTA, 04 DE MARÇO DE 2016
CARLOS ALBERTO SILVA
Queda na rendaCom uma redução na de-
manda por faxinas, a dia-
rista Helena Costa, 41, viu
sua renda cair 30%. As
contas começaram a ficar
sem pagamento.
“Os clientes estão chamando menos,prolongando o tempo entre
faxinas.Minha renda caiu. Estou com as contasde luz, TV e celular
atrasadas. Vou teraté que cancelar o celular”
GUILHERME FERRARI
AtualizaçãoA especialista em gestão
de pessoas Regina Mace-
do perdeu o emprego há
cinco meses. Mas conti-
nua investindo em estudos
para se manter atualizada.
“Este é um momento muito complicado.Por isso, acho que devemos
tentar usarda melhor forma a nossa capacidade degerenciar
conflitos, ser criativos ebuscar alternativas profissionais”
meses para cá, os carrinhosestãomuitomenos cheios eas pessoas
estão compran-do só o essencial. Isso é re-flexo da inflação alta e
daqueda da renda”, comentaRoberto Vertamatti, diretorde economia
daAssociaçãoNacional dos Executivos deFinanças, Administração
eContabilidade (Anefac).Outros impactos, explica
Vertamatti, estão no endivi-damentoeinadimplênciadapopulação.
“Hoje, mais de60%das famílias estão
comdívidanoBrasil.Abuscaporcrédito é significativamentemenor por
causa da crise,porqueobrasileironãoquerseendividarmais.Elenãovêum
cenário positivo e estádesestimulado. Essa perdade confiança também
é re-flexoda crise”, analisa.Quemconhecebemoim-
pacto da recessão é a psicó-logaeespecialistaemgestãode pessoas
Regina Macedo,de 42 anos. Há 16 anosatuandonaárea,éaprimei-ra vez
que ela é vítima deumacriseeconômica.Demi-tida de uma indústria
capi-xabaemoutubro,elaviusuarenda cair pelo menos pelametade. Ela
vem buscandoreorganizar seu orçamento,com o corte de despesas
etrabalhos extras. “Não é fá-cil,mas éummomento quetemos que buscar
utilizar oque temos de melhor, alémde criatividade, para
tentarumanovaoportunidade”.Aquedadarendafoisen-
tida também pela diaristaMaria Helena Costa.
Autô-noma,elacontouquemuitagente reduziu o número defaxinas ou
aumentou o es-paçode tempoentre os ser-viços. “Com a redução
dasfaxinas,minha renda caiu eestou com as contas de luz,TV e
celular atrasadas. Vouter até que cancelar o celu-lar”,
lamenta.
COMO CHEGAMOS ATÉ AQUI
QUEDAS DO PIB AO LONGO DOS ANOS
1990RETRAÇÃO DE -4,35%t Plano ColorEm meio a um cenário
de hiperinflação,
Fernando Collor lançou o
Plano Collor – marcado
pela substituição do
cruzado novo pelo
cruzeiro e pelo confisco
da poupança.
1992RETRAÇÃO DE -0,47%t ImpeachmentO país que ainda sofriacom os
efeitos dainflação desenfreadaparou na expectativa doque poderia
acontecercom o país diantedo impeachmentdo presidenteFernando
Collor.
2009RETRAÇÃO DE -0,1%t Crise internacionalEm 2008, eclodiu
nosEstados Unidos umaforte crise financeiraque impactou
diversospaíses, inclusive o Brasil.A crise americana, sealastrou
pela Europa edepois começou a afetarpaíses emergentes.
2015RETRAÇÃO DE -3,8%t Desajuste econômicoCrédito abundante
edesoneração de setoresincentivaram o consumo.Tanto população
quantogoverno gastaram maisdo que podiam. O paísagora precisa de
ajustes,que o governo nãoconsegue fazer.
DESEMPENHO DOS SETORES EM 2015
O QUE FOI BEMt Agropecuária: +1,8% t Exportação: +6,1%
O QUE FOI MALt Indústria: -6,2%t Serviços: -2,7%t Consumo das
famílias:-4,0%
t Governo: -1,0%
t Importação: -14,3%t Imposto sobreprodutos: -3,3%t Formação
bruta decapital fixo: - 14,1%
-
18 | ECONOMIA SEXTA, 04 DE MARÇO DE 2016
EMPREGADORES SÃOOS QUE MAIS PENAM
PAÍS EM CRISE
Indústria, comércio e serviços amargam forte retração
RONDINELLI TOMAZELLIBEATRIZ SEIXAS
Os setores privados maisatingidos pela retração daeconomia
nacional sãotambém os que mais em-pregam. E esse baque
serefleteemgrandescadeiasda atividade econômicacapixaba: indústria,
cons-trução civil, comércio eserviçosamargamummo-mento de
dificuldade eperspectivas pouco alvis-sareiras. Além do
endivi-damento da população eda reduçãodo consumo, acrise política
em Brasíliacontamina a confiança econgela os investimentos,dada a
instabilidade deum governo paralisado eque pode cair a
qualquermomento.Segundoosnúmerosde
2015doCadastroGeraldeEmpregados e
Desempre-gados(Caged)doMinisté-rio do Trabalho, no
Espíri-toSantohouvereduçãode44.971 postos de trabalho- a indústria
foi responsá-vel por 19.491 dessas de-missões (43%).
Presiden-tedaFederaçãodas Indús-trias do Estado (Findes),Marcos
Guerra lista os fa-tores que desestabiliza-ram a atividade de
pe-ças-chave da economia.“A causa é que 2015 foi
umanoperdidoparaoBra-sil,comessaenormecrisee
ARQUIVO
Indústria capixaba foi responsável por 43% do número de
demissões em 2015
CORTES NO ES
ENTREVISTA
“A INDÚSTRIAFOI A QUE MAISDESEMPREGOU”
Marcos GuerraPresidente da Findes
Prevê alguma recu-peração em 2016?Acredito que em 2016 agente
não terá esse desem-prego todo de 2015, quan-do houve 40 mil
desem-pregados no geral no Es-tado. Nós deixamos de ge-rar 35 mil
empregos, queera o crescimento médiode vagas no Estado. É pos-sível
falar num déficit de75 mil postos de trabalho.A indústria foi a que
maisdesempregou em 2015.O que pode turbinar
a atividade industrial?
A única coisa que contribuipara melhorar o quadro daindústria é
o dólar se man-ter entre R$ 3,60 e R$ 4.Isso favorece as
empresasque atuam no mercado in-ternacional, e o EspíritoSanto é
forte em commo-dities. Com o dólar man-tendo-se nesse patamar,
aindústria de transformaçãobrasileira (confecção, mo-veleira,
calçadista, automo-bilística), que atende o va-rejo nacional, fica
compe-titiva, pois os produtos im-portados ficam mais caros.
ENTREVISTA
“NÃO HÁ SERVIÇOPARA EMPRESASDA CONSTRUÇÃO”
Aristóteles Costa NetoPresidente do Sinduscon
Como a crise atingeo setor da construção?As empresas
prestadorasde serviços ao setor pú-blico foram
extremamenteprejudicadas. A queda doPIB refletiu na perda dereceita
e no comprometi-mento do orçamento dosmunicípios e Estados.
Aadministração pública re-programa obras, cancelaprojetos, e as
empresas en-frentam dificuldades por-que não tem serviço.E as
empresas que
atendem indústrias?
Não há trabalho para pres-tadoras de serviço nessaárea. Grandes
indústriasnão estão fazendo investi-mentos. Samarco, Vale, Ar-celor
e Fibria, que geravammercado e tinham planosfortes de investimento,
vi-vem dificuldades da crise.Empresas estão indo a ou-tros Estados
buscar opor-tunidades. E a indústriaimobiliária teve grande
re-dução de negócios. A crisegera insegurança e incer-tezas na
população, que re-cuou na decisão de investir.
indefinição política. Issoabalouaindústria,quetemde pensar o
futuro, plane-jar investimento. E o paísenfrentou rebaixamentosde
notas de crédito nomundo,umainfluênciane-gativa nas grandes
indús-trias nacionais”, lamenta.Guerra cita, ainda, o pro-blema da
redução de com-pra pelos países da Ásia,um duro impacto
propor-cional para o Brasil.
Além disso, o endivida-mento levou as pessoas
aconsumirecomprarmenos,enquantoogovernofederalnão investiu em
infraestru-tura e paralisou vários pro-jetos. “Todas essas
nuancesjogaram o PIB (Produto In-ternoBruto)parabaixo.Es-pero um
ano difícil e desa-fiador. Não acredito num2016melhor, mas de pé
nochão e de pouquíssimo in-vestimento”, avaliaGuerra.
Também para o presi-dente da Fecomércio do Es-pírito Santo, José
Lino Se-pulcri, a queda do PIB é
re-flexodeum“2015horrível”,comaagravanteperspectivadeocenáriocontinuardifícilesteano.“Opaíscontinuanaindefiniçãopolítica
(dopro-cesso de impeachment dapresidente Dilma Rousseff -PT), e as
principais lideran-ças nacionais estão envolvi-das numa crise
seríssimanaeconomia enapolítica”.Diante desse quadro, as-
sinala Sepulcri, quando seperdea credibilidadenas li-deranças, o
reflexo se dánafalta de confiança da popu-lação. “E essa falta de
con-fiança tem se difundindoem outras esferas. As gran-des
potências do mundo jánão veem o Brasil com amesma credibilidade”.Do
mesmomodo, o Sin-
dicato das Empresas deConstrução Civil
(Sindus-con)nãovêprojeçõesmuitootimistas para este ano, amenos que
haja uma solu-çãoparaacrisepolítica.“Es-tamos em compasso de
es-pera para a economia reto-mar o crescimento. Senão,podehaver
corte de empre-gos este ano. O que pode-mosassegurar éque, tão
lo-go a economia melhore, aconstrução civil vai dar res-postas
rápidas”, aposta opresidenteAristótelesNeto.
CRISE SEM FIM
“A recessão do Brasilpode ultrapassar opercentual de 2015.Os
setores decomércio, bens eserviços estão entre osmais
prejudicados”
JOSÉ LINO SEPULCRIPRES. DA FECOMÉRCIO
t Indústria detransformação e extrativa
7.735VAGAS FECHADAS
t Construção civil
11.460VAGAS FECHADAS
t Comércio
9.010VAGAS FECHADAS
t Serviços
15.616VAGAS FECHADAS
-
SEXTA, 04 DE MARÇO DE 2016 ECONOMIA | 19
GOVERNOFALA EMRETOMADANESTE ANOFazenda afirma que país voltaráa
crescer ainda em 2016, masanalistas pioram previsão do PIB
MA
RC
ELO
CA
MA
RG
O/A
GÊN
CIA
BR
ASIL
Para Nelson Barbosa, fatores da queda do PIB não devem se
repetir em 2016
PAÍS EM CRISE
OMinistériodaFazendainformouontemque o go-verno tem adotado
“todasas ações necessárias pararecuperar a economia” eque, no
momento em queas medidas produziremefeito, “será possível reto-mar
o crescimento econô-mico, comgeraçãode ren-da e emprego em
basesmais sustentáveis”. E a re-tomada deve começar apartir do 4º
trimestre.Na avaliação da Fazen-
da, do ministro NelsonBarbosa, a queda da ativi-dade econômica
em 2015foi fruto de vários fatores.Entre eles, citou a
quedadospreçosdas “commodi-ties” (produtos básicoscom cotação
internacio-nal,comopetróleoeminé-rio de ferro), a crise hídri-ca,
os “desinvestimentos”da cadeia de petróleo, gáse construção
civil”.
“Vários desses fatoresnão devem se repetir namesma intensidade
em2016, de forma que, apóster absorvido plenamenteseus efeitos, a
economiapoderá se estabilizar noterceiro trimestre e apre-sentar
crescimento positi-vo a partir do quarto tri-mestre deste ano”,
acres-centou oministério.O desempenho da eco-
nomiaem2015foi tãoruimque analistas já revisaram
parabaixoaexpectativapa-ra o PIB deste ano. E a ati-vidade
econômica pode serainda mais fraca do que
noanopassado,umavezquejáhá quem espera uma con-traçãode4%em2016.A
Rosenberg Associados
piorou sua projeção em 0,5ponto percentual. Para aconsultoria,
oPIBdesteanoencolherá 4% em vez dos3,5% previstos
anterior-mente.ACapitalEconomicsébemmaisotimista,masre-duziudeformasignificativasua
previsão: queda de 3%emvezde recuode2,3%.No ranking de desem-
penho do PIB, feito pelaAustin Rating, que con-templa 32 países,
o Brasilaparece na 30ª posição. Aeconomia brasileira
sónãotevepiordesempenhodo que a Ucrânia, com
re-traçãode6,4%em2015,ea Venezuela.
Oposição ataca Planaltopor tombo na
economiaParlamentaresdaoposi-
çãonãopouparamcríticasaogovernoapósadivulga-ção do resultado
anual daatividade econômica e noúltimo trimestre de 2015.O senador
e presidente doPSDB, Aécio Neves (MG),afirmou que o
resultadoconfirma as previsõesmais pessimistas.“O governo que
prome-
tia ‘pibão’ entrega reces-são, amaisgravede todaahistória. O
grupo políticoque se vangloriava de es-tar a salvo da
‘marolinha’das crises internacionais,agora, está atolado na la-ma,
e junto levou a econo-miadopaís”, afirmou, emnota. Segundo ele, o
país
foi “nocauteado pela in-competência, pela inefi-ciência e por
ummodeloruinoso: estímulo des-mesurado ao consumo,farta concessão
de crédi-to, reduçãode tarifas pú-blicas e juros na
marra,intervençãoexcessivanomercado, agigantamen-to do
Estado”.JáolíderdoDEMnoSe-
nado, Ronaldo Caiado(GO) afirma que o dadonegativo do PIB é
reflexodeumgoverno sem rumo.“Os sucessivos erros co-metidos pelo
governo setraduzemnosnúmerosdoPIB. Tudo isso combinadoà
incompetênciagerencialda presidente”.
EntidadescriticamPIB ruim
Empresários do setor in-dustrialcobraramcortenosgastos do
governo e refor-mas estruturais para que opaís retome o
crescimento.As Federações das Indús-triasdoRiodeJaneiro
(Fir-jan)eSãoPaulo(Fiesp)cri-ticaram o aumento de im-postos,
apontado comoameaça à recuperação daeconomia, e frisaram a
ne-cessidadedecortenosjurospara deslanchar investi-mentos e gerar
empregos.AForçaSindicaldefendeuaimediata redução da taxade juros. O
Banco Centralchamou a redução do PIBde “expressiva”.
RETRAÇÃO
4%de queda
É quanto a economia dopaís deve despencar em2016, afirma a
Rosenberg.
Concorrências Públicas Nros. 016/2016, 017/2016, 018/2016,
019/2016, 020/2016,
021/2016 e 022/2016
A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL torna público que venderá pela melhor
oferta e através de propostas fechadas,no estado físico e de
ocupação em que se encontram, imóveis de sua propriedade, de
propriedade da EMGEA e depropriedade do FAR localizados em
municípios do Estado do Espírito Santo e Rio de Janeiro (Região
Norte Fluminense),constantes do Anexo II dos Editais das
Concorrências Públicas 016/2016, 017/2016, 018/2016, 019/2016,
020/2016,021/2016 e 022/2016, que estarão à disposição dos
interessados nas Agências da CAIXA no Espírito Santo e Rio
deJaneiro (Região Norte Fluminense), e na INTERNET
(www.caixa.gov.br), de 04 de Março de 2016 a 04 de Abril de
2016:Entrega de propostas: Até o dia 04 de Abril de 2016, nas
Agências da CAIXA citadas acima, em horário de expedientebancário.
Abertura de propostas: 11 de Abril de 2016, às 14h00 na GI -
Alienar Bens Móveis e Imóveis Vitória / ES(GILIE/VT), sito à Av.
Princesa Isabel, nº. 86, 2º piso da Ag. Beira Mar, Centro,
Vitória/ES. Divulgação do resultado: 13 deAbril de 2016, nas
Agências da CAIXA citadas anteriormente e na INTERNET
AVISO DE VENDA
Ministério da
Fazenda
Edital de Segundo Leilão Público 014/2016 – Alienação
FiduciáriaACAIXAECONÔMICAFEDERAL - CEF, pormeio daGerência de
Filial -Alienar BensMóveis e Imóveis – Vitória-ES –GILIE/VT,
tornapúblico aos interessados que venderá, pela maior oferta,
respeitado o preço mínimo de venda, constante do anexo II deste
Edital, noestado físico e de ocupação emque se encontram, imóveis
recebidos emgarantia nos contratos inadimplentes deAlienação
Fiduciária,discriminados noAnexo II do Edital. O Edital de SEGUNDO
Leilão Público - Condições Básicas, do qual é parte integrante o
presenteAviso de Venda, estará à disposição dos interessados, no
período de 22/02/2016 até 04/03/2016 em horário bancário, nas
Agênciasda CAIXA situadas no Estado do Espírito Santo e na Gerência
de Filial - Alienar Bens Móveis e Imóveis – Vitória-ES – GILIE/VT
(273321-5020), sito 1ºAndar daAg. BeiraMar,Av. Princesa Isabel, 86,
Centro, Vitória, ES, na INTERNET (www.caixa.gov.br) e no
escritóriodo Leiloeiro, Sr. Mauro Colodete, localizado na Rua Frei
Manoel, 195 – Centro – Castelo/ES – CEP 29.360-000, Telefone: (28)
3542-3333/9955-5000/ (27)9955-5000,
sitewww.colodeteleiloes.com.br.Os interessadosquedesejaremcontar
cominanciamento,ouutilizarrecursos do FGTS, deverão se dirigir às
Agências da CAIXA em tempo hábil para inteirar-se das condições
gerais e habilitar-se aocrédito, se for o caso, antes do prazo
estipulado para realização do pregão. O Leilão realizar-se-à no dia
04/03/2016, às 14h00, naGerência de Filial -Alienar BensMóveis e
Imóveis – Vitória-ES –GILIE/VT, localizada no 2ºAndar daAg.
BeiraMar,Av. Princesa Isabel,86, Centro, Vitória, ES, com
apresentação de Lances na modalidade presencial e Internet.
Adivulgação do Resultado Oicial do Leilãoserá efetuada a partir do
dia 07/03/2016 nosmesmos locais onde foi divulgado oEdital
deCondições Básicas.
AVISO DE VENDA
Ministério da
Fazenda
-
20 | ECONOMIA SEXTA, 04 DE MARÇO DE 2016
EMPRESÁRIOS CRIAMESTRATÉGIAS ANTICRISE
PAÍS EM CRISE
Com inovação e parcerias, empresas não param de crescer
BEATRIZ SEIXASLUÍSA TORRE
A crise econômica afetoudiversos segmentos daeconomia em2015
emui-ta gente teve que demitirou até fechar as portas.Mas houve
também quemconseguisse crescer emplena recessão, e que hojecomemora
bons resulta-dos.Algunsdesses empre-sários explicam os fatoresque
os levaramao sucessono ano passado.“Eu atribuo o cresci-
mento a trabalho e plane-jamento. Planejamento alongo prazo, do
qual ain-da estamos colhendo osfrutos disso. E ummarke-ting mais
agressivo quan-donossosconcorrentes fi-caram retraídos. Esse é
omomento da empresaaparecer e conquistarmais clientes”,
afirmaDil-mar Simonetti, um dosfundadores de uma redede loja
demóveis.Embora seu setor esteja
amargando númerosruins, em 2015 ele con-quistou um crescimentode
35% nas vendas, frutoda estratégia de abrir 14lojas na Grande
Vitória,ação planejada duranteanos. Nos dois primeirosmeses deste
ano, o núme-ro foinovamentepositivo:crescimentode6%. “Pare-ce que
estou mentindo,mas a gente está crescen-do porque está
trabalhan-
LEANDRO QUEIROZ/DIVULGAÇÃO
Ajustes e planejamento
Mesmo com a crise, o pro-prietário de uma rede defarmácias,
Delci Pereira daSilva, conta que a empresacresce e não foi preciso
re-duzir o quadro profissional.
“Épocas de crise nos levam a reavaliarprocessos e identificar o
que precisaser melhorado. Estamos conseguindoatravessar este
momento comprofissionalização, organização ereforço nas negociações
e nas parcerias”
O QUE A POPULAÇÃO PRECISA FAZER?
Busca por inovação e renda extra
Certa vez, Kennedy,presidente norte-america-no, sugeriu aos seus
com-patriotas que não apenasperguntassem o que ogoverno poderia
fazerpor eles, mas que se per-guntassem o que eles po-deriam fazer
pelo gover-no. No Brasil de hoje essedesafio se renova. Os
em-presários têm que buscarincessantemente a inova-
ção mercadológica e nãoapenas a gestão de seuscustos, mas
principal-mente a gestão de seusinvestimentos produtivos.O discurso
de apenascortar custos é anacrôni-co. Já os cidadãos,
buscardeterminadamente au-mentar a renda variável,já que a renda
fixa dossalários é insuficiente ecorroída pela inflação.
Ela pode se dar pela co-mercialização de traba-lhos manuais,
pela vendade alimentos emmerca-dos ambulantes, como osfood trucks,
e pela co-mercialização de habili-dades e competências co-mo aulas,
serviços de ele-tricistas, e outras ativida-des que aumentem
suarenda e aqueçam a eco-nomia brasileira.—
ANTÔNIO MARCUS MACHADO
ECONOMISTA E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
O QUE O GOVERNO PRECISA FAZER?
Implementar um projeto de país
Para sair da crise, opaís precisa acabar comsuas barreiras
internas aocrescimento, estruturais econjunturais. As primei-ras
são retratadas peloatraso tecnológico e bai-xa qualificação da
mãode obra; as segundas nainstabilidade macroeco-nômica devido aos
exces-sos e equívocos da po-lítica econômica, insistin-
do em interpor-se ao fun-cionamento dos merca-dos. Corrigi-las
requerimplementar um projetode país, com uma políticaeducacional
real – que seguie por indicadores dedesempenho de alunos
eprofessores e não por es-tatísticas de matrículas.Essa política
construiriaum estoque de capitalhumano capaz de pro-
mover o avanço do pro-gresso técnico, diversifi-car a estrutura
produtivae torná-la competitiva.Concomitantemente, osgestores
públicos preci-sam respeitar o dinheiropúblico e alocá-lo
comeficiência para prestarum serviço de qualidade,dando exemplo de
boagestão e de respeito à po-pulação do país.—
ARILDA TEIXEIRA
ECONOMISTA E PROFESSORA DA FUCAPE
do.Agente está tendoquese reinventar a cada diapara semanter”.Já
o setor de saúde e
bem-estar é um dos queforammenos afetados eé nele que a loja dos
só-cios Thiago Pimentel eGustavo Cometti, emVitória, vem se
desta-cando. Na unidade deJardim da Penha, elesvendem produtos
semglúten, sem lactose, pa-
ra vegetarianos e vega-nos e fitness.“Agentepercebequees-
tá vivendo uma era deconscientização alimen-tar, onde as pessoas
estãoredimensionando seus or-çamentos para investir naalimentação.
Isso em to-das as classes sociais. E,porserumnegóciopionei-ro,
apostarnonichodove-ganonos fortaleceu”, con-ta ele, que transformou
o
negócio em franquia, comtrêsnovas lojasemVilaVe-lha, Belo
Horizonte e Li-nhares. “Em plena crise,nós crescemos 40%”,
diz.Dentro da área da saú-
de, o setor farmacêutico ede cosméticos é outro quesofreu poucos
reflexos dacrise. Pelomenos os negó-cios do proprietário deuma rede
de farmácias,Delci Pereira da Silva, têmse mantido economica-
mente sustentáveis.O empresário, que es-
tá há mais de 30 anosnessemercado, diz que odesafio é grande em
mo-mentos de recessão, masgarante que com plane-jamento, foco na
profis-sionalização, organiza-ção, poder de negocia-ção junto a
fornecedorese parcerias é possível su-perar a crise.As ações
adotadas por
Silva têm rendido bonsresultados. Neste ano, arede vem crescendo
cer-ca de 7% na comparaçãocom igual períododo anoanterior, e o
quadro depessoal, com cerca de350 funcionários, semantémestável.
“Mesmode forma tímida, a gentevemcrescendo. Abrimos,em2015,
umaunidade e,para este ano, a meta émanter todas bem”, diz.
Em altaA busca por uma alimentação mais saudável – e a
aposta
em um nicho sem concorrência no Estado, o de
alimentação vegetariana e vegana – é o que ajudou o
negócio do empresário Thiago Pimentel a crescer 40% em
2015. Além de dobrar o tamanho da loja em Vitória, sua
operação foi formatada em 2015 para franquia.
VITOR JUBINI