UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO DISCIPLINA: ECONOMIA DA ENGENHARIA I Professor JORGE JUNIOR E.MAIL: [email protected]CUSTOS DE PRODUÇÃO CUSTOS DE PRODUÇÃO Até agora nos prendemos a questões tecnológicas, físicas, entre insumos e produtos. Discutiremos agora o lado dos custos de produção, que determinarão a chamada curva de oferta da firma individual, a qual será vista na próxima unidade. Custos de oportunidade X Custos contábeis Na unidade 01 fomos apresentados ao conceito dos custos de oportunidade, numa abordagem mais genérica os custos de oportunidade representam o sacrifício que se faz, em termos do que se deixa de produzir, ao optarmos por uma dada produção. (agora discutiremos esta diferença em um nível microeconômico) Custos contábeis – envolvem dispêndio monetário. É o custo explícito, considerado na contabilidade privada. Custos de oportunidade – são custos implícitos, que não envolvem desembolso. Os custos de oportunidade privados são os valores dos insumos que pertencem à empresa e são usados no processo produtivo, e que são estimados a partir do que poderia ser ganho. o Exemplos: Capital em caixa na empresa (custo de oportunidade deixar de aplicar no mercado financeiro)
31
Embed
Parte II - Fundamentos de Teoria Econômica e Microeconômica
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO
DISCIPLINA: ECONOMIA DA ENGENHARIA I Professor JORGE JUNIOR E.MAIL: [email protected]
CUSTOS DE PRODUÇÃO CUSTOS DE PRODUÇÃO
Até agora nos prendemos a questões tecnológicas, físicas, entre insumos e
produtos. Discutiremos agora o lado dos custos de produção, que determinarão
a chamada curva de oferta da firma individual, a qual será vista na próxima
unidade.
Custos de oportunidade X Custos contábeis
Na unidade 01 fomos apresentados ao conceito dos custos de oportunidade,
numa abordagem mais genérica os custos de oportunidade representam o
sacrifício que se faz, em termos do que se deixa de produzir, ao optarmos por
uma dada produção. (agora discutiremos esta diferença em um nível
microeconômico)
Custos contábeis – envolvem dispêndio monetário. É o custo explícito,
considerado na contabilidade privada.
Custos de oportunidade – são custos implícitos, que não envolvem
desembolso. Os custos de oportunidade privados são os valores dos
insumos que pertencem à empresa e são usados no processo produtivo,
e que são estimados a partir do que poderia ser ganho.
o Exemplos:
Capital em caixa na empresa (custo de oportunidade
deixar de aplicar no mercado financeiro)
Empresa com edifício próprio (custo de oportunidade é
deixar de alugar)
Estudante (o custo de oportunidade de estar estudando é
representado pelo que está deixando de ganhar, se
trabalhasse).
O conceito do custo de oportunidade é utilizado nas empresas públicas para o
cálculo das tarifas e dos preços públicos. Algumas empresas privadas utilizam
o conceito apenas para o planejamento orçamentário.
Avaliação privada e social - o conceito de economias externas
Com uma extensão da diferença entre o enfoque contábil e o enfoque
econômico, há uma clara distinção entre a avaliação privada e a avaliação
social de projetos de investimento.
Avaliação privada: avaliação financeira, específica da empresa;
Avaliação social: custos (e benefícios) para toda a sociedade, derivados
da atividade produtiva.
Por exemplo, quando aumenta a produção automobilística, além dos custos
financeiros dessa indústria, devemos considerar também o aumento dos custos
sociais, derivados do aumento da poluição sonora e ambiental, além do
desgaste das ruas e estradas. Quando aumenta a produção da indústria
extrativa de madeira, há perdas ecológicas derivadas do desmatamento.
A diferença entre a ótica privada e a social também pode ser chamada de
externalidades ou economias externas.
Externalidades ou economias externas – são as alterações de custos e
benefícios para a sociedade, derivadas da produção das empresas, ou
então como as alterações de custos e receitas da empresa, devidas a
fatores externo à mesma.
o Externalidades positivas (empresas que se ajudam)
o Externalidades negativas (empresas que a produção de uma
prejudica a outra, química e pesqueira).
Essa ótica é muito utilizada na avaliação de projetos de investimento,
principalmente no setor público. Construção de uma hidrelétrica.
CUSTOS A CURTO PRAZO
Como já vimos a CP alguns fatores de produção são fixos, normalmente
consideramos como fatores fixos a planta da empresa e os equipamentos de
capital.
Conceitos de custo total, custo variável total e custo fixo total
Custo variável total (CVT) – parcela do custo que varia, quando a
produção varia.
o Ex.: folha de pagamento, despesas com matérias-primas, etc.
o CVT = ∫ (q)
Custo fixo total (CFT) – parcela do custo que se mantém fixa, quando a
produção varia.
o Ex.: aluguéis, depreciação, etc.
Custo total (CT) – é a soma do custo variável total com o custo fixo total.
o CT = CVT + CFT
GRAFICAMENTE
Custos Totais ($) CT = CVT + CFT
CVT
CFT
q (quantidade
produzida)
O custo total somente varia com o custo variável total, que depende da
quantidade produzida.
Notamos que, até certo ponto, as curvas CT e CTV crescem, mas a taxas
decrescentes, para depois crescer a taxas crescentes. Significa que, dada
certa instalação fixa, no início, o aumento de produção dá-se a custos
declinantes. Contudo, um aumento maior de produção começa a “saturar” o
equipamento de capital (suposto fixo no CP) e os custos crescem a taxas
crescentes. No fundo, é a lei dos rendimentos decrescentes do lado do custo
(aqui, mais apropriadamente chamada de lei dos custos crescentes).
Conceitos de custo total médio, custo variável médio e custo fixo médio
São conceitos de custo por unidade produzida:
Custo médio (CMe ou CTMe) = CT/q
Custo variável médio (CVMe) = CVT/q
Custo fixo médio (CFMe) = CFT/q
CTMe = CVMe + CFMe
GRAFICAMENTE
Custos Médios ($) CTMe
CVMe
CFMe
q (quantidade
produzida)
como CFMe tende a zero, quando q , segue-se que o CVMe tende a
igualar-se ao CTMe, pois CTMe = CVMe + CFMe.
CFMe tende a zero, pois CFMe = CT/q, assim com q tendendo ao
infinito, CFMe tende a zero.
O formato em U das curvas de CTMe e CVMe a CP também se deve à lei dos
rendimentos decrescentes, ou a lei dos custos crescentes. Inicialmente, os
custos médios são declinantes, pois se tem pouca mão-de-obra para um
relativamente grande equipamento de capital. Até certo ponto, é vantajoso
absorver mais trabalhadores e aumentar a produção, pois o custo médio cai.
No entanto, chega-se a certo ponto em que satura a utilização de capital (que
está fixado) e a admissão de mais trabalhadores não trará aumentos
proporcionais de produção (ou seja, os custos médio ou unitário começam a
elevar-se).
Conceito de custo marginal
Diferentemente dos custos médios, os custos marginais referem-se às
variações de custo, quando se altera a produção. Como veremos mais adiante,
a maximização de uma firma depende mais dos custos e receitas marginais do
que dos custos e receitas médias.
Custo marginal (CMg) – é o custo de se produzir uma unidade extra do
produto.
o CMg1 = ∆CT/∆q
CMg ($)
CMg
q
1 Em termos matemáticos, é definido como a derivada primeira da curva de custo total (CMg = dCT/dq).
Como ∆CFT = 0, segue que
o CMg = (∆CVT + ∆CFT)/ ∆q = ∆CVT/ ∆q
Ou seja, os custos marginais não são influenciados pelos custos fixos, que são
invariáveis a curto prazo.
Relações gráficas entre o custo marginal e os custos médios total e
variável
Custos Médios e Marginais CMg ($) CTMe
CVMe
q
A curva CMg intercepta as curvas de CTMe e CVMe em seus
respectivos pontos de mínimo;
Intuitivamente, se o custo marginal (ou seja, o custo adicional) supera o médio,
é evidente que o custo médio crescerá; assim, quando o custo marginal supera
o custo médio (total ou variável), significa que o custo médio estará crescendo.
Analogamente, se o custo marginal for inferior ao médio, o médio somente
poderá cair. Portanto, quando o custo marginal for igual ao custo médio (total
ou variável), o marginal estará cortando o médio no ponto de mínimo do custo
médio.
CUSTOS À LONGO PRAZO
Como já vimos no longo prazo todos os custos são variáveis. O longo prazo é
visto como um horizonte de planejamento e não o que está sendo efetivamente
realizado. Na verdade, é uma sequência de situações prováveis de CP.
Curvas de custo médio de longo prazo (CMeL)
Suponhamos três tamanhos de produção: 10,15 ou 20 máquinas e as
seguintes curvas de custo médio de curto prazo (CMeC):
Custos ($) CMeC2 (K = 15) CMeC1 (K = 10)
CMeC3 (K = 20)
q
q1 q2 q3 q4
A empresa defronta-se com as seguintes situações hipotéticas, em seu
planejamento de LP:
se a empresa – deseja produzir q1 (CMeC1) {escolherá a curva de
custos médios 1, pois os custos médios serão menores do que na
estrutura de custos dado pela curva 2}
se a empresa – deseja produzir q3 (CMeC2) {pois gastaria menos,
produzindo com a curva de custos 1 o custo seria maior}
se a empresa – deseja produzir q2 ou q4 (existem duas alternativas)
o q2 - CMeC 2
o q4 - CMeC 4
{entretanto, em virtude de um planejamento de LP, prevendo aumentos futuros
de demanda, o empresário deve escolher a planta de instalação maior}.
Entretanto devemos trabalhar no LP, para isso utiliza-se a chamada curva
cheia que é a curva de custo médio de longo prazo, conhecida na literatura
econômica como curva envoltória.
curva envoltória – é a curva de planejamento de custos de longo prazo
(mostra o menor custo médio para produzir, a cada tamanho de planta
da empresa).
custos ($)
CMeL
A
q tamanho (escala) ótimo
Como podemos observar a curva de custo médio de LP também tem um
formato em U, como as curvas de custo médio de CP. Mas o formato da curva
a CP, como vimos, é devido à lei dos rendimentos decrescentes, resultante da
existência de insumos fixos a CP. Como no longo prazo, por definição, não
existem insumos fixos, o formato em U da curva de CMe de LP é determinado
pelas economias e deseconomias de escala.
formato em U da curva de CMeL – deve-se às economias e
deseconomias de escala.
No início, á medida que a produção se expande, a partir de níveis muito baixos,
os rendimentos crescentes (que são as economias de escala) de escala
causam o declínio da curva de CMeL. No entanto, à medida que a produção se
torna maior, as deseconomias de escala (rendimentos decrescentes) passam a
prevalecer, provocando o crescimento da curva.
O ponto A – representa a escala ótima de produção
o CMeL é mínimo
Onde a empresa estaria minimizando seus custos, até o ponto A existe
economias de escala a partir do ponto A temos deseconomias de escala. Neste
ponto o custo médio também é cortado pelo custo marginal de LP ficando:
CMgC = CMeC = CMgL = CMgL.
o CMgC = CMeC = CMgL = CMgL
Diverso estudo econométricos tem mostrado que o formato mais frequente,
tanto em termos de empresas, como de setores de atividade, é o apresentado
na figura 6.7 (pág. 138).
ESTRUTURAS DE MERCADO
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três
variáveis principais:
o Número de firmas produtoras no mercado;
o Diferenciação do produto;
o Existência de barreiras à entrada de novas empresas.
formas de mercado:
o concorrência perfeita
número infinito de firmas, produto homogêneo e não
existem barreiras à entrada de firmas;
o monopólio
uma única empresa, produto sem substitutos próximos,
com barreiras à entrada de novas firmas;
o concorrência monopolística (ou imperfeita)
inúmeras empresas, produto diferenciado, livre acesso de
firmas ao mercado;
o oligopólio
pequeno número de empresas que dominam o mercado,
os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, com
barreiras à entrada de novas empresas.
Objetivo da firma
maximizar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar
margem de rentabilidade sobre os custos.
Nos cursos de microeconomia, discute-se fundamentalmente o chamado
modelo neoclássico ou marginalista, o qual apresentaremos a seguir:.
teoria neoclássica
o objetivo da firma é sempre maximizar o lucro total
RMg = CMg
Ou seja, a empresa aumenta sua produção até o ponto onde a receita marginal
obtida com a produção de uma unidade a mais do produto iguala o custo
marginal para a produção desta unidade adicional.
Nos anos 30, alguns estudos revelaram que a regra de formação de preços
seguida pela grande maioria das grandes empresas era a maximização do
mark-up, definido como margem sobre os custos diretos, em que o preço seria
determinado fundamentalmente a partir dos custos da empresa, dado a
dificuldade de prever as receitas. Contudo esta teoria somente é aplicada para
empresas de grande porte que possuem grande poder de mercado para,
assim, formar o seu preço.
MERCADO EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
Hipóteses do modelo
atomicidade (mercado atomizado) – mercado com infinitos participantes
(compradores e vendedores), de forma a um agente isolado não ter
condições de afetar o preço de mercado. Assim as empresas neste
mercado são price-takers;
homogeneidade (produto homogêneo) – todas as firmas oferecem um
produto semelhante (não existe diferença de embalagem, qualidade);
mobilidade de firmas (livre entrada e saída de firmas e compradores no
mercado)
racionalidade – firmas sempre maximizam o lucro e os consumidores
maximizam sua satisfação;
transparência de mercado – consumidores e firmas possuem acesso a
toda informação relevante (sem custos), isto é, conhecem preços,
qualidade, os custos, as receitas e os lucros dos concorrentes;
mobilidade de bens (não existem custos de transporte) – completa
mobilidade de produtos entre as regiões (não se considera a localização
espacial de firmas e consumidores);
inexistência de externalidades – não existem influências externas nos
custos das firmas, ou seja, nenhuma firma influi no custo das demais e
nenhum consumidor afeta o consumo dos demais;
divisibilidade – conceito matemático que objetiva facilitar a compreensão
do funcionamento do modelo;
mercado de fatores de produção também em concorrência perfeita –
todas as hipóteses anteriores também valem para o mercado de fatores
de produção.
Funcionamento do modelo de concorrência perfeita
Para determinarmos o ponto de produção ideal de uma firma em concorrência
perfeita, precisamos conhecer o comportamento da demanda desse mercado,
pois esta permitirá uma previsão das receitas da firma, e como se comportam
seus custos.
Curva de demanda de mercado e da firma individual (pág. 146)
P P
($) Si ($)
P0 DEMANDA INDIVIDUAL
Di
q
q
(Mercado Total) (firma isolada)
Dada à hipótese da atomicidade, uma firma isolada não consegue alterar o
preço de mercado. Caso a firma venda a um preço mais elevado não venderá
nada, pois os produtos são homogêneos, assim, os compradores comprarão de
outras firmas. A firma não venderá a um preço mais baixo, pois este fere o
princípio da racionalidade (o preço p0 vende quanto quer, por que vender mais
barato?).
Portanto a curva de demanda de mercado é negativamente inclinada, mas a
curva de demanda individual da firma é horizontal (infinitamente elástica).
Curvas de receita da firma
RT = preço unitário de venda x quantidade vendida
o RT = pq
Receita Média (RMe) – é a receita por unidade de produto vendida, ou
receita unitária
o RMe = RT/q = pq/q = p
o então RMe = p (portanto receita média é sempre igual ao preço
unitário de venda)
o como observarmos que o preço de mercado é a própria demanda
individual então a RMe é a própria curva de demanda da firma
individual
o em concorrência perfeita a RMe é fixa, pois o preço de mercado é
constante.
Receita Marginal (RMg) – receita adicional, quando se vende uma
unidade a mais.
o em concorrência perfeita a RMg = P, pois o que se ganha de
receita adicional é constante)
o matematicamente
RMg = dRT/dq = dpq/dp = dp/dp ∙ q + p ∙ dq/dq, como
dp/dq é igual a zero pois a quantidade não afeta devido o
preço ser constante e dq/dq é igual a 1, então:
RMg = p
CURVA DE DEMANDA DE UMA FIRMA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
P
($)
P0 P0 = RMe = Rmg DEMANDA PARA A FIRMA INDIVIDUAL, EM CONCORRÊNCIA
PERFEITA
q
(firma isolada)
Curvas de custos
As curvas de custos são as mesmas já vistas anteriormente, na teoria dos
custos de produção.
CURVAS DE CUSTOS DE UMA FIRMA EM CONCORRÊNCIA PERFEITA
P CMg ($) CTMe
CVMe
q
A curva CMg intercepta as curvas de CTMe e CVMe em seus
respectivos pontos de mínimo;
Equilíbrio da firma em concorrência perfeita (a curto prazo)
A suposição básica dentro da teoria neoclássica é que o empresário está
sempre buscando maximizar o lucro. Como o preço é fixado pelo mercado, o
empresário decide a quantidade a ser produzida que irá maximizar o lucro.
regra para maximização do lucro:
o RMg = CMg, sendo CMg crescente
P CMg
($) CTMe
P0 X RMg = P0 = RMe
q0 q
o ponto X corresponde ao nível de produção (q0) que maximiza o lucro
o quando RMg > CMg, o empresário elevará a produção, pois o
lucro aumentará;
o quando RMg < CMg, o empresário reduzirá a produção, pois a
firma não está maximizando o lucro;
o equilíbrio: RMg = CMg;
o em concorrência perfeita: P = CMg (pois em concorrência perfeita
RMg é igual ao preço de mercado);
Como teoricamente a curva de CMg deve ter um formato em U, podem existir
dois pontos em que RMg = CMg (um ponto onde o CMg é decrescente e outro
ponto onde o CMg é crescente). No ponto onde o custo marginal é
decrescente, unidades adicionais de produto fazem com que o custo marginal
se reduza aumentando, assim, o lucro. No ponto onde CMg é igual à RMg a
quantidade produzida está maximizando o lucro, pois unidades adicionais do
produto reduziriam o lucro tendo em vista que o CMg será maior que a RMg.
Área de lucro total, receita total e custo total
P CMg ($) CTMe
RMe0 X RMg = P0 = RMe
CTMe0 A
0 q0 q
RT = RMe0 ∙ q0 = área 0 ∙ RMe0 ∙ X ∙ q0
CT = CTMe0 ∙ q0 = área 0 ∙ CTMe0 ∙ A ∙ q0
LT = RT – CT = (RMe0 – CTMe0) ∙ q0 = área CTMe0 RMe0 ∙ X ∙ A
Curvas de máximo lucro e máximo prejuízo de uma firma em concorrência
perfeita, em termos de curvas totais
$
CMe’
CMg
CMe
RMe0 RMg = P0 = RMe
CMe0
q’ q0 q
LT
RT
CT CT
($) RT
prejuízo
lucro
q’ q0 q
A curva de receita total (RT) é uma reta que parte da origem, no modelo de
concorrência perfeita. Sua declividade é constante e é a própria receita
marginal (RMg), que é o próprio preço P0 .
Curva de oferta da firma em concorrência perfeita
A curva de oferta da firma em concorrência perfeita é o segmento
crescente da curva de custo marginal, a partir do ponto em que o custo
marginal é maior que o custo variável médio mínimo;
P ($) CMg
CTMe P0 = RMg
CVMe
q
Esta definição da curva de oferta da firma em concorrência perfeita nos leva a
duas questões:
Por que é a curva de CMg?
Por que apenas após o CVMe mínimo?
Por que é a curva de CMg?
A resposta é que essa curva reflete a resposta das firmas quando o
preço de mercado varia, ou seja, reflete o aumento ou a redução de q
quando p varia;
P ($) CMg
P2 RMg2
P1 RMg1
P0 RMg0
q0 q1 q2 q
quando o preço é p0, a firma oferece q0 (que maximiza seu lucro a p0);
quando o preço é p1, a firma oferece q1 (que maximiza seu lucro a p1);
quando o preço é p2, a firma oferece q2 (que maximiza seu lucro a p2);
Como a firma maximiza lucros apenas no ramo crescente do CMg, então a
curva de oferta da firma em concorrência perfeita é o ramo crescente da curva
de CMg, dado que as reações da firma, em relação a variações de preços, dão-
se nesse trecho da curva.
Por que apenas após o CVMe mínimo?
Porque, se o empresário for racional, o preço mínimo para continuar
operando no mercado ocorre quando:
o P = CVMe mínimo
Em termos totais (multiplicando ambos os lados por q), temos: p ∙ q = CVMe ∙
q, ou seja, RT = CVT. Em situações abaixo deste ponto, o empresário, agindo
racionalmente, fecharia a firma.
Supondo quatro situações para demonstrar esta situação:
a) p > CTMe (RT > CT)
P ($) CMg
CTMe P0 = RMe0 CVMe
CTMe0 lucro P0
CVMe0
q0 q
situação normal, com lucros extraordinários (retângulo de lucros);
b) p < CTMe, mas p > CVMe (RT < CT, mas RT > CVT)
P
($) CMg
CTMe
CTMe0 prejuízo P0 = RMe0 CVMe
P0
CVMe0
q0 q
nesta situação a firma opera com prejuízo, contudo continua produzindo,
pois mantendo a produção está cobrindo todos os custos variáveis e
parte dos custos fixos;
c) p = CVMe mínimo (RT = CVT)
P ($) CMg CTMe
CTMe0 CVMe
prejuízo
CVMe0 P0 = RMe0 RMg
q0 q
neste caso, o prejuízo é o mesmo, fechando a empresa ou continuando
a operar. O empresário continuará a operar se acreditar que esta
situação seja transitória.
d) p < CVMe mínimo (RT < CVT)
P ($) CMg CTMe
CTMe0 CVMe
prejuízo
CVMe0
P0 = RMe0 RMg
q0 q
nesta situação, se continuar operando, o prejuízo indica que a firma não
está conseguindo pagar nem os custos variáveis;
o empresário terá um prejuízo menor parando de produzir, pois arcará
apenas com os custos fixos;
Assim, uma firma em concorrência perfeita deve operar apenas quando o preço
de mercado supera pelo menos os custos variáveis. Então, a curva de oferta da
firma em concorrência perfeita é o ramo crescente da curva de CMg, acima do
CVMe mínimo.
ELASTICIDADE
a) CONCEITO: Elasticidade se refere a um tipo de
sensibilidade, tem a ver com variações correlacionadas.
Por exemplo: Se eu digo que a demanda é elástica em
relação ao preço, estou afirmando que quando o Preço
Varia ocorrem Variações na Demanda.
b) MEDIDA DE ELASTICIDADE: Calcula a intensidade das
variações correlacionadas. Assim, as perguntas dentro dessa
temática são: Quando o preço varia qual vai ser a variação da
demanda (ou da oferta)? Quando a renda varia qual vai ser a
variação na demanda?
C) INTENSIDADE DAS VARIAÇÕES: Dizemos que uma
variável é muito elástica, quando pequenas variações na
variável Y, causam grandes variações (Reações) na variável
X. Exemplo: Quando o preço do queijo varia, ocorre grande
variação em sua demanda. Existe pouca elasticidade quando o
contrário é verdadeiro.
É a alteração percentual em uma variável, dada uma variação percentual em outra, ceteris paribus.
O gráfico ao lado mostra que uma queda de R$ 4,00 no preço quilo do queijo, causa um aumento de 80 quilos na demanda por queijo. Calculando a Elasticidade:
E = Δ%D = 80% = 2 Δ%P 40%
Elasticidade preço da demanda por queijo
OBS: Acima temos que, uma queda de 40% no preço gera um aumento de 2 Vezes esses 40% na quantidade demandada. Ou seja, 80%.
TIPOS DE ELASTICIDADE DENTRO DA
MICROECONOMIA
Elasticidade-preço da demanda: Variação percentual na
quantidade demandada, dada à variação percentual no
preço do bem, ceteris paribus.
No exemplo acima temos:
= 180-100/100 = 0,8 = 6-10/10 = (-) 0,4
Coeficiente de Elasticidade = 0,8/(-)0,4 = (-) 2
Obs.: A elasticidade preço da demanda é sempre negativa – variações em sentido contrário (OCORRE DEVIDO À LEI GERAL DA DEMANDA). Seu valor é sempre expresso em módulo = |Epd | - Desconsidera-se o sinal!
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE Epd:
a) Bens que possuem o preço muito baixo possuem
pouca elasticidade. Ex.: Chiclete, Botão de roupa, etc.
b) Bens cujo consumo é ESSENCIAL, também possuem
pouca elasticidade. Ex.: Sal, Açúcar.
c) Bens que não possuem SUBSTITUTOS próximos
(ex.: Gasolina/Álcool) também possuem baixa
elasticidade.
Obs.: O Horizonte temporal (possibilidade de descobrir substitutos no
futuro) e o peso do bem no orçamento (Carne X Fósforo) também
influenciam na elasticidade.
PAUSA PARA CLASSIFICAÇÃO DAS ELASTICIDADES
E > 1: Significa que a demanda é elástica. Ou seja, variações no
preço causam variações na demanda numa amplitude maior. E < 1: Significa que a demanda é Inelástica: a variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no preço. E = 1: Significa Elasticidade Preço Unitária: Ocorre quando a variação percentual na quantidade é igual à variação percentual no Preço.
NO GRÁFICO
Preço do
Bem (R$)
Quantidade demandada
a
b
c
|Epd|ponto b > 1 (elástica)
|Epd|ponto a = 1 (unitária)
|Epd|ponto c < 1 (inelástica)
Preço do
Bem (R$)
Quantidade demandada
a
b
c
|Epd|ponto b > 1 (elástica)
|Epd|ponto a = 1 (unitária)
|Epd|ponto c < 1 (inelástica)
O gráfico mostra que: Quanto mais elevado o preço, maior é a elasticidade. Quanto menor o preço, menor é a elasticidade.
QUAL É A RELAÇÃO ENTRE ELASTICIDADE E RECEITA DE
VENDA?
R.: O produtor/vendedor deve levar em consideração a elasticidade
preço da demanda quando quer avaliar o quanto pode aumentar de
seu preço, tendo em vista, por exemplo, um aumento dos custos de
produção.
Se E > 1: ocorre queda na Receita Total quando aumenta o Preço
Se E < 1: ocorre aumento da Receita Total quando aumenta o
Preço
Se E = 1: Não há variação da Receita quando varia o preço.
CONCLUSÕES:
Quando a demanda é INELÁSTICA vale à pena aumentar o preço
até o ponto onde Epd = -1. Pois, embora a quantidade caia, o
aumento de preço compensa a queda na quantidade, e a RT
aumenta. Ex.: Bens Agrícolas.
OUTRAS MEDIDAS DE ELASTICIDADE
ELASTICIDADE-PREÇO CRUZADA DA DEMANDA:
Variação percentual na quantidade demandada, dada à
variação percentual no preço de outro bem, ceteris paribus.
Ex.: Carro e Pneu!
a) Epd AB > 0 => Ocorre quando os bens A e B são
substitutos (o aumento do preço de y aumenta o consumo
de x).
b) Epd AB < 0 => Quando os bens A e B são
complementares (o aumento do preço de y diminui o
consumo de x).
c) Epd AB = 0 => Ocorre quando os bens são
Independentes (o aumento do preço de y não altera o
consumo de x).
ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA: Variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual na renda do consumidor, ceteris paribus.
OBS.: O sinal da ERd não é sempre o mesmo. Isso leva a situação abaixo.
ERd > 1 => BEM SUPERIOR (ou bem de luxo): dada uma
variação da renda, o consumo varia mais que proporcionalmente.
ERd > 0 => BEM NORMAL: o consumo aumenta quando
a renda aumenta.
ERd < 0 => BEM INFERIOR: a demanda cai quando a
renda aumenta.
ERd = 0 => BEM DE CONSUMO SACIADO: variações na
renda não alteram o consumo do bem.
Obs.: Normalmente, a elasticidade-renda da demanda de
produtos manufaturados (carros, eletrônicos) é superior à
elasticidade-renda de produtos básicos, como alimentos.
ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA: Variação
percentual na quantidade OFERTADA, dada uma variação
percentual no preço do bem, ceteris paribus.
Epo > 1 => Bem de oferta elástica.
Epo < 1 => Bem de oferta inelástica.
Epo = 1 => elasticidade-preço de oferta
unitária.
GRÁFICOS DA ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA
Menos elástico Mais elástico
Perfeitamente Inelástico
Perfeitamente Elástico
ELASTICIDADE NO PONTO MÉDIO
Utilizando o exemplo anterior, vemos que não há uma reta, mas sim um arco entre os pontos. Assim, a forma correta de calcular a elasticidade é através do método do ponto Médio (Quantidade Média e Preço Médio)
Para o exemplo:
EXERCÍCIO
Solução:
Q.média =
P.Médio =
Suponha que um aumento de 3% no preço de sucrilhos cause uma redução de 6% em sua quantidade demandada. Qual é a elasticidade da demanda de sucrilhos?
Por que as elasticidades de longo prazo da demanda são diferentes das elasticidades de curto prazo? Considere duas mercadorias: toalhas de papel e televisores. Qual das duas é um bem durável? Você esperaria que a elasticidade-preço da demanda de toalhas de papel fosse maior a curto ou a longo prazo? Por quê? Como deveria ser a elasticidade-preço da demanda de televisores?
Explique por que, no caso de muitas mercadorias, a elasticidade-preço de longo prazo da oferta é maior do que a elasticidade de curto prazo.
Suponha que o governo regulamente os preços da carne bovina e do frango, tornando-os mais baixos do que seus respectivos níveis de equilíbrio de mercado. Explique por que ocorreria escassez dessas mercadorias e quais os fatores que determinarão a magnitude dessa escassez. O que deverá ocorrer com o preço da carne de porco? Explique resumidamente.
Suponha que curva de demanda de um produto seja dada por Q=10-2P+Ps, onde P é o preço do produto e Ps é o preço de um bem substituto. O preço do bem substituto é $2,00.
(a) Suponha P=$1,00. Qual é a elasticidade-preço da demanda? Qual é a elasticidade cruzada da demanda?
(b) Suponha que o preço do bem, P, aumente para $2,00. Agora, qual seria a elasticidade-preço da demanda, e qual seria a elasticidade cruzada da demanda?
Suponha que, em vez da redução na demanda suposta no Exemplo 2.7, um aumento no custo da produção de cobre leve a curva de oferta a se deslocar para a esquerda em 40%. O que ocorrerá com o preço do cobre?
Suponha que a demanda por gás natural seja perfeitamente inelástica. Qual será o efeito, se houver algum, do controle de preços do gás natural?