Top Banner
Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte 6 Parte 6 Matemática Básica 1 A reta numérica Parte 6 Matemática Básica 2 A reta numérica (Ir para o GeoGebra) Parte 6 Matemática Básica 3 Expansões decimais: exemplo 1 4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005 = 4 + 3 · 1 10 + 7 · 1 100 + 5 · 1 1000 = 4 + 3 · 1 10 + 7 · 1 10 2 + 5 · 1 10 3 . Como representar o número 4.375 em uma reta numérica? Parte 6 Matemática Básica 4 Folha 1
37

Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Nov 10, 2018

Download

Documents

trandiep
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Matemática Básica

Humberto José Bortolossi

Departamento de Matemática Aplicada

Universidade Federal Fluminense

Parte 6

Parte 6 Matemática Básica 1

A reta numérica

Parte 6 Matemática Básica 2

A reta numérica

(Ir para o GeoGebra)

Parte 6 Matemática Básica 3

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

= 4 + 3 · 110

+ 7 · 1100

+ 5 · 11000

= 4 + 3 · 110

+ 7 · 1102 + 5 · 1

103 .

Como representar o número 4.375 em uma reta numérica?

Parte 6 Matemática Básica 4

Folha 1

Page 2: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

Parte 6 Matemática Básica 5

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

0 1

Parte 6 Matemática Básica 6

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Parte 6 Matemática Básica 7

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Parte 6 Matemática Básica 8

Folha 2

Page 3: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 5

Parte 6 Matemática Básica 9

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 5

Parte 6 Matemática Básica 10

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 5

Parte 6 Matemática Básica 11

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.3 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 4.4

Parte 6 Matemática Básica 12

Folha 3

Page 4: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.3 4.31 4.32 4.33 4.34 4.35 4.36 4.37 4.38 4.39 4.4

Parte 6 Matemática Básica 13

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.3 4.31 4.32 4.33 4.34 4.35 4.36 4.37 4.38 4.39 4.4

Parte 6 Matemática Básica 14

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.37 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 4.38

Parte 6 Matemática Básica 15

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.37 4.371 4.372 4.373 4.374 4.375 4.376 4.377 4.378 4.379 4.38

Parte 6 Matemática Básica 16

Folha 4

Page 5: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.37 4.371 4.372 4.373 4.374 4.375 4.376 4.377 4.378 4.379 4.38

Parte 6 Matemática Básica 17

Expansões decimais: exemplo 1

4.375 = 4 + 0.3 + 0.07 + 0.005

4.37 4.371 4.372 4.373 4.374 4.375 4.376 4.377 4.378 4.379 4.38

Parte 6 Matemática Básica 18

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.333 . . . = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

= 3 · 110

+ 3 · 1100

+ 3 · 11000

+ · · ·

= 3 · 110

+ 3 · 1102 + 3 · 1

103 + · · ·

= 3 ·[

110

+

(1

10

)2

+

(1

10

)3

+ · · ·]

(∗)= 3 ·

[1/10

1 − (1/10)

]

=13.

Em (∗) usamos a fórmula para a soma dos infinitos termos de uma progressão geométrica.

Parte 6 Matemática Básica 19

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

Parte 6 Matemática Básica 20

Folha 5

Page 6: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0 1

Parte 6 Matemática Básica 21

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Parte 6 Matemática Básica 22

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Parte 6 Matemática Básica 23

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 1

Parte 6 Matemática Básica 24

Folha 6

Page 7: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

Parte 6 Matemática Básica 25

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

Parte 6 Matemática Básica 26

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0.3 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 0.4

Parte 6 Matemática Básica 27

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0.3 0.31 0.32 0.33 0.34 0.35 0.36 0.37 0.38 0.39 0.4

Parte 6 Matemática Básica 28

Folha 7

Page 8: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0.3 0.31 0.32 0.33 0.34 0.35 0.36 0.37 0.38 0.39 0.4

Parte 6 Matemática Básica 29

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0.33 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 0.34

Parte 6 Matemática Básica 30

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0.33 0.331 0.332 0.333 0.334 0.335 0.336 0.337 0.338 0.339 0.34

Parte 6 Matemática Básica 31

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·

0.33 0.331 0.332 0.333 0.334 0.335 0.336 0.337 0.338 0.339 0.34

Parte 6 Matemática Básica 32

Folha 8

Page 9: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais: exemplo 2

0.3 = 0.3 + 0.03 + 0.003 + · · ·E assim por diante. . .

0.33 0.331 0.332 0.333 0.334 0.335 0.336 0.337 0.338 0.339 0.34

Parte 6 Matemática Básica 33

Expansões decimais: exemplo 3

0.9 = 0.999 . . . = 0.9 + 0.09 + 0.009 + · · ·

= 9 · 110

+ 9 · 1100

+ 9 · 11000

+ · · ·

= 9 · 110

+ 9 · 1102 + 9 · 1

103 + · · ·

= 9 ·[

110

+

(1

10

)2

+

(1

10

)3

+ · · ·]

(∗)= 9 ·

[1/10

1 − (1/10)

]

= 1.

Em (∗) usamos a fórmula para a soma dos infinitos termos de uma progressão geométrica.

Parte 6 Matemática Básica 34

Expansões decimais: exemplo 3

0.9 = 1

Moral:existem números reais que possuemduas expressões decimais diferentes!

Parte 6 Matemática Básica 35

Expansões decimais

(Ir para o GeoGebra)

Parte 6 Matemática Básica 36

Folha 9

Page 10: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Expansões decimais

Exploraremos mais esse assunto posteriormente!

Parte 6 Matemática Básica 37

Números reais algebricamente(axiomaticamente): R é um corpo

Parte 6 Matemática Básica 38

Números reais algebricamente (axiomaticamente)

A partir do conjunto dos números naturais,é possível construir o conjunto dos números reais (R):

um corpo ordenado completo.

Não faremos esta construção aqui,mas explicaremos o significado de corpo ordenado completo.

Parte 6 Matemática Básica 39

R é um corpo

O conjunto dos números reais (R) munido das operações de adição (+) emultiplicação (·) é um corpo, pois satisfaz as seguintes propriedades:

(C1) Fechamento:a + b ∈ R e a · b ∈ R, ∀a, b ∈ R.

(C2) Comutatividade:a + b = b + a e a · b = b · a, ∀a, b ∈ R.

(C3) Associatividade:a + (b + c) = (a + b) + c e a · (b · c) = (a · b) · c, ∀a, b, c ∈ R.

(C4) Distributividade:a · (b + c) = a · b + a · c, ∀a, b, c ∈ R.

(C5) Existência dos elementos neutros:∃ 0 ∈ R tal que a + 0 = a, ∀a ∈ R. ∃ 1 ∈ R tal que a · 1 = a, ∀a ∈ R.

(C6) Existência do elemento simétrico:∀a ∈ R, ∃b ∈ R tal que a + b = 0. Notação: b = −a.

(C7) Existência do elemento inverso para elementos diferentes de zero:∀a ∈ R− {0}, ∃b ∈ R tal que a · b = 1. Notações: b = a−1 e b = 1/a.

Parte 6 Matemática Básica 40

Folha 10

Page 11: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Observações

� A notaçãoab

significa a ·b−1. A notação a−b significa a+(−b).

� O conjunto dos números racionais (Q) e o conjunto dosnúmeros complexos (C) munidos com as operações usuais deadição e multiplicação também são exemplos de corpos, poissatisfazem as sete propriedades que caracterizam um corpo.

� Existem estruturas algébricas que não satisfazem algumasdas propriedades que caracterizam um corpo. Por exemplo,a multiplicação de matrizes não é comutativa:

�a =

[1 11 0

], �b =

[1 10 1

], �a · �b �= �b · �a.

Parte 6 Matemática Básica 41

Propriedades decorrentes do fato de R ser um corpoTodas as proposições abaixo são verdadeiras!

� O elemento neutro da adição é único. [PA01]� O elemento neutro da multiplicação é único. [PA02]� 0 + a = a, ∀a ∈ R. [PA03]� 1 · a = a, ∀a ∈ R. [PA04]� Cada número real possui um único elemento simétrico. [PA05]� Cada número real diferente de zero possui um único elemento inverso. [PA06]� −a + a = 0, ∀a ∈ R. [PA07]� (1/a) · a = 1, ∀a ∈ R− {0}. [PA08]� −(−a) = a, ∀a ∈ R. [PA09]� 1/(1/a) = a, ∀a ∈ R− {0}. [PA10]� (b + c) · a = b · a + c · a, ∀a, b, c ∈ R. [PA11]� a · 0 = 0 · a = 0, ∀a ∈ R. [PA12]� (−1) · a = −a = a · (−1), ∀a ∈ R. [PA13]� −(a · b) = (−a) · b = a · (−b), ∀a, b ∈ R. [PA14]� (−a) · (−b) = a · b, ∀a ∈ R. [PA15]

Parte 6 Matemática Básica 42

Propriedades decorrentes do fato de R ser um corpoTodas as proposições abaixo são verdadeiras!

�a · b

c= a · b

c=

ac· b, ∀a, b ∈ R, ∀c ∈ R− {0}. [PA16]

� −1a=

−1a

=1−a

, ∀a ∈ R− {0}. [PA17]

�1

a · b=

1a· 1

b, ∀a, b ∈ R− {0}. [PA18]

�a · bc · d

=ac· b

d, ∀a, b ∈ R, ∀c, d ∈ R− {0}. [PA19]

�a + b

c=

ac+

bc

, ∀a, b ∈ R, ∀c ∈ R− {0}. [PA20]

� −(a + b) = −a − b, ∀a, b ∈ R. [PA21]

� −a + bc

=−a − b

c, ∀a, b ∈ R, ∀c ∈ R− {0}. [PA22]

Parte 6 Matemática Básica 43

Propriedades decorrentes do fato de R ser um corpoTodas as proposições abaixo são verdadeiras!

�1

a/b=

ba

, ∀a, b ∈ R− {0}. [PA23]

�a/bc/d

=ab· d

c, ∀a ∈ R, ∀b, c, d ∈ R− {0}. [PA24]

Parte 6 Matemática Básica 44

Folha 11

Page 12: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA01]

O elemento neutro da adição é único.

Demonstração. Sejam 0 e 0′ dois elementos neutros para a adição.Então:

0′ (1)= 0′ + 0 (2)

= 0 + 0′ (3)= 0,

onde, em (1) usamos (C5), em (2) usamos (C2) e em (3) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 45

[PA02]

O elemento neutro da multiplicação é único.

Demonstração. Sejam 1 e 1′ dois elementos neutros para a multiplicação.Então:

1′ (1)= 1′ · 1 (2)

= 1 · 1′ (2)= 1,

onde, em (1) usamos (C5), em (2) usamos (C2) e em (3) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 46

[PA03]

0 + a = a, ∀a ∈ R.

Demonstração. Temos que:

0 + a (1)= a + 0 (2)

= a,

onde, em (1) usamos (C2) e em (2) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 47

[PA04]

1 · a = a, ∀a ∈ R.

Demonstração. Temos que:

1 · a (1)= a · 1 (2)

= a,

onde, em (1) usamos (C2) e em (2) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 48

Folha 12

Page 13: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA05]

Cada número real possui um único elemento simétrico.

Demonstração. Sejam a′ e a′′ dois elementos simétricos de um númeroreal a. Temos que

a′ (1)= 0 + a′ (2)

= (a + a′′) + a′ (3)= (a′′ + a) + a′ (4)

= a′′ + (a + a′) (5)= a′′ + 0 (6)

= a′′,

onde, em (1) usamos [PA03], em (2) usamos (C6), em (3) usamos (C2),em (4) usamos (C3), em (5) usamos (C6) e em (6) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 49

[PA06]

Cada número real diferente de zero possui um único elemento inverso.

Demonstração. Sejam a′ e a′′ dois elementos elementos inversos de umnúmero real a �= 0. Temos que

a′ (1)= a′ · 1 (2)

= a′ · (a · a′′) (3)= (a′ · a) · a′′ (4)

= (a · a′) · a′′ (5)= 1 · a′′ (6)

= a′′,

onde, em (1) usamos (C5), em (2) usamos (C7), em (3) usamos (C3),em (4) usamos (C2), em (5) usamos (C7) e em (6) usamos [PA04].

Parte 6 Matemática Básica 50

[PA07]

−a + a = 0, ∀a ∈ R.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 51

[PA08]

(1/a) · a = 1, ∀a ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 52

Folha 13

Page 14: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA09]

−(−a) = a, ∀a ∈ R (o simétrico do simétrico de a é a).

Demonstração. Basta mostrar que (−a) + a = 0, pois (−a) + (−(−a))também é igual a 0 e o elemento simétrico é único. Agora

− a + a (1)= a + (−a) (2)

= 0,

onde, em (1) usamos (C2) e em (2) usamos (C6).

Parte 6 Matemática Básica 53

[PA10]

1/(1/a) = a, ∀a ∈ R− {0} (o inverso do inverso de a é a).

Demonstração. Basta mostrar que (1/a) · a = 1, pois (1/a) · (1/(1/a))também é igual a 1 e o elemento inverso é único. Agora

(1/a) · a (1)= a · (1/a) (2)

= 1,

onde, em (1) usamos (C2) e em (2) usamos (C7).

Parte 6 Matemática Básica 54

[PA11]

(b + c) · a = b · a + c · a, ∀a, b, c ∈ R.

Demonstração. Temos que

(b + c) · a (1)= a · (b + c) (2)

= a · b + a · c (3)= b · a + c · a,

onde, em (1) usamos (C2), em (2) usamos (C4) e em (3) usamos (C2).

Parte 6 Matemática Básica 55

[PA12]

a · 0 = 0 · a = 0, ∀a ∈ R.

Demonstração. Temos que

0 (1)= a · 0 − a · 0 (2)

= a · (0 + 0)− a · 0 (3)= (a · 0 + a · 0)− a · 0

(4)= a · 0 + (a · 0 − a · 0) (5)

= a · 0 + 0 (6)= a · 0,

onde, em (1) usamos (C6), em (2) usamos (C5), em (3) usamos (C4),em (4) usamos (C3), em (5) usamos (C6), e em (6) usamos (C5). Istomostra que a · 0 = 0. Por (C2), segue-se que 0 · a = a · 0 = 0.

Parte 6 Matemática Básica 56

Folha 14

Page 15: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA13]

(−1) · a = −a = a · (−1), ∀a ∈ R.

Demonstração. Basta mostrar que a+(−1) ·a = 0, pois a+(−a) tambémé igual a 0 e o elemento simétrico é único. Temos que

a + (−1) · a (1)= 1 · a + (−1) · a (2)

= (1 + (−1)) · a (3)= 0 · a (4)

= 0,

onde, em (1) usamos [PA04], em (2) usamos [PA11], em (3) usamos(C6), e em (4) usamos [PA12]. Isto mostra que (−1) · a = −a. Por (C2),segue-se que a · (−1) = (−1) · a = −a.

Parte 6 Matemática Básica 57

[PA14]

−(a · b) = (−a) · b = a · (−b), ∀a, b ∈ R.

Demonstração. Para a primeira igualdade:

− (a · b) (1)= (−1) · (a · b) (2)

= ((−1) · a) · b (3)= (−a) · b,

onde, em (1) usamos [PA13], em (2) usamos (C3), e em (3) usamos[PA13]. Para a segunda igualdade:

− (a ·b) (4)= (−1) · (a ·b) (5)

= (−1) · (b ·a) (6)= ((−1) ·b) ·a (7)

= (−b) ·a (8)= a · (−b),

onde, em (4) usamos [PA13], em (5) usamos (C2), em (6) usamos (C3),em (7) usamos [PA13], e em (8) usamos (C2).

Parte 6 Matemática Básica 58

[PA15]

(−a) · (−b) = a · b, ∀a, b ∈ R.

Demonstração. Temos que:

(−a) · (−b) (1)= −(a · (−b)) (2)

= −(−(a · b)) (3)= a · b,

onde, em (1) usamos [PA14], em (2) usamos [PA14], e em (3) usamos[PA09].

Parte 6 Matemática Básica 59

[PA16]

a · bc

= a · bc=

ac· b, ∀a, b ∈ R, ∀c ∈ R− {0}.

Demonstração. Para a primeira igualdade:

a · bc

(1)= (a · b) · 1

c(2)= a ·

(b · 1

c

)(3)= a · b

c,

onde, em (1) usamos a definição do símbolo “/”, em (2) usamos (C3), eem (3) usamos a definição do símbolo “/”. A segunda desigualdade ficacomo exercício.

Parte 6 Matemática Básica 60

Folha 15

Page 16: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA17]

−1a=

−1a

=1−a

, ∀a ∈ R− {0}.

Demonstração. Para a primeira igualdade:

− 1a

(1)= (−1) · 1

a(2)=

−1a

,

onde, em (1) usamos [PA13] e em (2) usamos a definição do símbolo “/”.Para a segunda igualdade: basta mostrar que (−a) · (−1/a) = 1, pois(−a) · 1/(−a) também é igual a 1 e o elemento inverso é único. Agora:

(−a) · −1a

(3)= (−a) ·

(−1

a

)(4)= a · 1

a(5)= 1,

onde, em (3) usamos a primeira equação, em (4) usamos [PA15], e em(5) usamos (C7).

Parte 6 Matemática Básica 61

[PA18]

1a · b

=1a· 1

b, ∀a, b ∈ R− {0}.

Demonstração. Basta mostrar que (a ·b) · ((1/a) · (1/b)) = 1, pois (a ·b) ·1/(a · b) também é igual a 1 e o elemento inverso é único. Agora:

(a·b)·(

1a· 1

b

)(1)= (b·a)·

(1a· 1

b

)(2)=

(b ·

(a · 1

a

))·1b

(3)= (b·1)·1

b(4)= b·1

b(5)= 1,

onde, em (1) usamos (C2), em (2) usamos (C3), em (3) usamos (C7),em (4) usamos (C5), e em (5) usamos (C7).

Parte 6 Matemática Básica 62

[PA19]

a · bc · d

=ac· b

d, ∀a, b,∈ R, ∀c, d ∈ R− {0}.

Demonstração. Temos que:

a · bc · d

(1)= (a · b) ·

(1

c · d

)(2)= (a · b) ·

(1c· 1

d

)(3)= (a · b) ·

(1d· 1

c

)(4)= a ·

(b · 1

d

)· 1

c(5)= a · b

d· 1

c(6)= a · 1

c· b

d(7)=

ac· b

d,

onde, em (1) usamos a definição do símbolo “/”, em (2) usamos [PA18],em (3) usamos (C2), em (4) usamos (C3), em (5) usamos a definiçãodo símbolo “/”, em (6) usamos (C2), e em (7) usamos a definição dosímbolo “/”.

Parte 6 Matemática Básica 63

[PA20]

a + bc

=ac+

bc

, ∀a, b ∈ R, ∀c ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 64

Folha 16

Page 17: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA21]

−(a + b) = −a − b, ∀a, b,∈ R.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 65

[PA22]

−a + bc

=−a − b

c, ∀a, b,∈ R, ∀c ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 66

[PA23]

1ab

=ba

, ∀a, b ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 67

[PA24]

abcd

=ab· d

c, ∀a ∈ R, ∀b, c, d ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 68

Folha 17

Page 18: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA25]

∀a, b, c ∈ R, a = b ⇒ a + c = b + c e a = b ⇒ a · c = b · c.

Demonstração. Basta usar o princípio da substituição. Se a = b, entãoa + c = b + c. Do mesmo modo, se a = b, então a · c = b · c.

Parte 6 Matemática Básica 69

[PA26]

∀a, b, c ∈ R, a+ c = b + c ⇒ a = b e a · c = b · c e c �= 0 ⇒ a = b.

Demonstração. Observe:

a + c = b + c (1)⇒ (a + c)− c = (b + c)− c (2)⇒ a + (c − c) = b + (c − c)(3)⇒ a + 0 = b + 0 (4)⇒ a = b,

onde, em (1) usamos [PA25], em (2) usamos (C3), em (3) usamos (C6),e em (4) usamos (C5). Se c �= 0, então existe 1/c. Logo:

a · c = b · c (5)⇒ (a · c) · 1c= (b · c) · 1

c(6)⇒ a · (c · 1

c) = b · (c · 1

c)

(7)⇒ a · 1 = b · 1 (8)⇒ a = b,

onde, em (5) usamos [PA25], em (6) usamos (C3), em (7) usamos (C7),e em (8) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 70

Observação

Na Passo (5) da demonstração dada para [PA26], o certo seria escrever

a · c = b · c e c �= 0 (5)⇒ (a · c) · 1c= (b · c) · 1

c,

no lugar de simplesmente

a · c = b · c (5)⇒ (a · c) · 1c= (b · c) · 1

c.

Note que a condição c �= 0 foi indicada anteriormente e, então, ela ficousubentendida. Essa é uma prática comum. Moral: fique atento ao que foisuposto anteriormente!

Parte 6 Matemática Básica 71

[PA27]

∀a, b, c ∈ R, a + c = b + c ⇔ a = b.

Demonstração. (⇒) [PA26]. (⇐) [PA25].

Parte 6 Matemática Básica 72

Folha 18

Page 19: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA28]

∀a, b ∈ R, ∀c ∈ R− {0}, a · c = b · c ⇔ a = b.

Demonstração. (⇒) [PA26]. (⇐) [PA25].

Parte 6 Matemática Básica 73

[PA29]

∀a, b ∈ R, a · b = 0 ⇔ a = 0 ou b = 0.

Demonstração.

(⇐) Se a = 0, então a · b = 0 · b = 0 por [PA12]. Se b = 0, entãoa · b = a · 0 = 0 por [PA12]. Assim, se a = 0 ou b = 0, então a · b = 0.

(⇒) Sejam a, b ∈ R tais que a · b = 0. Se a = 0, então a = 0 ou b = 0.Se a �= 0, então existe 1/a e, portanto,

a · b = 0 (1)=⇒ b · a = 0 (2)

=⇒ b · a · 1a= 0 · 1

a(3)=⇒ b · 1 = 0 (4)

=⇒ b = 0,

onde, em (1) usamos (C2), em (2) usamos [PA28], em (3) usamos (C7)e [PA12], e em (4) usamos (C5). Assim, se a �= 0, então b = 0 e,consequentemente, a = 0 ou b = 0. Em todos os casos, se a · b = 0,então a = 0 ou b = 0.

Parte 6 Matemática Básica 74

[PA30]

∀a, b, c ∈ R, a · c = b · c ⇔ a = b ou c = 0.

Demonstração.

(⇐) Se a = b, então a·c = b·c por [PA25]. Se c = 0, então a·c = a·0 = 0e b · c = b · 0 = 0 por [PA12]. Logo, a · c = 0 = b · c.

(⇒) Se c = 0, então a = b ou c = 0 (nada há para se fazer). Se c �= 0,então por [PA28], se a · c = b · c, então a = b e, assim, a = b ou c = 0.Em todos os casos, se a · c = b · c, então a = b ou c = 0.

Parte 6 Matemática Básica 75

[PA31]

ab=

cd

⇔ a · d = b · c, ∀a, c ∈ R, ∀b, d ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 76

Folha 19

Page 20: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PA32]

ab+

cd

=a · db · d

+b · cb · d

=a · d + b · c

b · d, ∀a, c ∈ R, ∀b, d ∈ R− {0}.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 77

Usando os axiomas e as propriedadesde números reais para resolver

equações

Parte 6 Matemática Básica 78

Resolvendo equações. . .Estas propriedades são úteis para se resolver equações!

2 · x − 5 = 9[PA27]⇐⇒ (2 · x − 5) + 5 = 9 + 5

(C3)⇐⇒ 2 · x + (−5 + 5) = 9 + 5

[PA07]⇐⇒ 2 · x + 0 = 14

(C5)⇐⇒ 2 · x = 14

[PA28]⇐⇒ 12· (2 · x) =

12· 14

(C3)⇐⇒(

12· 2

)· x =

12· 14

[PA08]⇐⇒ 1 · x =12· 14

[PA04]⇐⇒ x = 7.

Parte 6 Matemática Básica 79

Resolvendo equações. . .

x · x = x[PA27]⇐⇒ x · x − x = x − x(C6)⇐⇒ x · x − x = 0(C5)⇐⇒ x · x − x · 1 = 0(C4)⇐⇒ x · (x − 1) = 0

[PA29]⇐⇒ x = 0 ou x − 1 = 0[PA27]⇐⇒ x = 0 ou (x − 1) + 1 = 0 + 1(C3)⇐⇒ x = 0 ou x + (−1 + 1) = 0 + 1

[PA07]⇐⇒ x = 0 ou x + 0 = 0 + 1(C5)⇐⇒ x = 0 ou x = 1

Parte 6 Matemática Básica 80

Folha 20

Page 21: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

O que está errado neste argumento?

x = 1 ⇐⇒ x2 = x

⇐⇒ x2 − 1 = x − 1

⇐⇒ (x − 1) · (x + 1) = x − 1

⇐⇒ (x − 1) · (x + 1)x − 1

=x − 1x − 1

⇐⇒ x + 1 = 1

⇐⇒ x = 0

É verdade que x = 1 ⇒ x2 = x , mas é falso que x2 = x ⇒ x = 1.

Apenas para x �= 1,(x − 1) · (x + 1)

x − 1=

x − 1x − 1

⇔ (x − 1) · (x + 1) = x − 1.

Parte 6 Matemática Básica 81

Resolvendo equações. . .

Verdadeiro ou falso?

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 ⇐⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 ⇐= 2 · x2 − 5 · x = 0 (x = 0 é um contraexemplo)

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 =⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 ⇐⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0 e x − x3 �= 0

Parte 6 Matemática Básica 82

Cuidado com as implicações e equivalências!

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 =⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0

=⇒ x · (2 · x − 5) = 0

=⇒ x = 0 ou 2 · x − 5 = 0

=⇒ x = 0 ou x =52

Cuidado!

Toda solução de2 · x2 − 5 · x

x − x3 = 0 é solução de 2 · x2 − 5 · x = 0,

mas nem toda solução de 2 · x2 − 5 · x = 0 é solução de2 · x2 − 5 · x

x − x3 = 0!

Parte 6 Matemática Básica 83

Cuidado com as implicações e equivalências!

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 =⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0

=⇒ x · (2 · x − 5) = 0

=⇒ x = 0 ou 2 · x − 5 = 0

=⇒ x = 0 ou x =52

Cuidado!

Você pode usar implicações (⇒) para resolver equações, mas

nem todo número obtido no final pode ser solução da equação original.

Parte 6 Matemática Básica 84

Folha 21

Page 22: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Cuidado com as implicações e equivalências!

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 =⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0

=⇒ x · (2 · x − 5) = 0

=⇒ x = 0 ou 2 · x − 5 = 0

=⇒ x = 0 ou x =52

Cuidado!

É preciso tirar a “prova real”!

x = 0 não é solução da equação2 · x2 − 5 · x

x − x3 = 0!

Parte 6 Matemática Básica 85

Cuidado com as implicações e equivalências!

Usando-se equivalências, esta particularidade não aparece!

2 · x2 − 5 · xx − x3 = 0 ⇐⇒ 2 · x2 − 5 · x = 0 e x − x3 �= 0

⇐⇒ x · (2 · x − 5) = 0 e x · (1 − x2) �= 0

⇐⇒ x · (2 · x − 5) = 0 e x · (1 − x) · (1 + x) �= 0

⇐⇒[x = 0 ou x =

52

]e

[x �= 0 e x �= 1 e x �= −1

]

⇐⇒ x =52

Parte 6 Matemática Básica 86

Números reais algebricamente(axiomaticamente): R é ordenado

Parte 6 Matemática Básica 87

R é ordenado

Existe um subconjunto dos números reais, denominado conjunto dos númerosreais positivos e designado por R+, que satisfaz as seguintes propriedades:

(O1) Dado a um número real, existem três possibilidades que se excluemmutualmente: ou a é positivo, ou a = 0 ou −a é positivo.

Em símbolos: se a ∈ R, então ou a ∈ R+, ou a = 0 ou −a ∈ R+.

(O2) A soma e produto de números positivos são ainda números positivos.

Em símbolos: se a, b ∈ R+, então a + b ∈ R+ e a · b ∈ R+.

Notação: escreveremos a > 0 para indicar que a é um número positivo, isto é, quea ∈ R+.

Diremos que um número real a é negativo se −a é positivo. O conjunto dosnúmeros reais negativos será designado por R−. Escrevemos a < 0 para indicarque a é um número negativo, isto é, que a ∈ R−.

Escrevemos a < b para indicar que b − a > 0 e escreveremos a > b para indicarque b − a < 0.

Parte 6 Matemática Básica 88

Folha 22

Page 23: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Números reais positivos e a reta numérica

−5 −4 −3 −2 −1 0 11 2 3 4 5

números reais positivosnúmeros reais negativos

Parte 6 Matemática Básica 89

Observações

� Fato: a > 0 ⇔ −a < 0. Prova:

a > 0 ⇔ a é positivo ⇔ −(−a) é positivo⇔ −a é negativo ⇔ − a < 0,

onde, na segunda equivalência, usamos [PA09].

� Fato: a < b ⇔ b > a. Prova:

a < b ⇔ b − a > 0 ⇔ −(b − a) < 0 ⇔ −b − (−a) < 0⇔ − b + a < 0 ⇔ a − b < 0 ⇔ b > a.

Exercício: justifique cada umas das equivalências.

� Corolário: a > b ⇔ a − b > 0. Prova: a > b ⇔ b < a ⇔a − b > 0. Exercício: justifique cada umas das equivalências.

Parte 6 Matemática Básica 90

Propriedades decorrentes do fato de R ser ordenado

Todas as proposições abaixo são verdadeiras!

� ∀a ∈ R, ou a > 0, ou a = 0 ou a < 0 (tricotomia). [PO01]� ∀a, b, c ∈ R, a < b ⇒ a + c < b + c. [PO02]� ∀a, b ∈ R, ∀c > 0, a < b ⇒ a · c < b · c. [PO03]� ∀a, b ∈ R, ∀c < 0, a < b ⇒ a · c > b · c. [PO04]� ∀a, b, c ∈ R, a < b e b < c ⇒ a < c. [PO05]� ∀a, b ∈ R, ou a < b, ou a = b ou a > b. [PO06]� ∀a, b, c ∈ R, a < b ⇔ a + c < b + c. [PO07]� ∀a ∈ R− {0}, (i) a > 0 ⇔ 1/a > 0 e (ii) a < 0 ⇔ 1/a < 0. [PO08]� ∀a, b ∈ R, ∀c > 0, a < b ⇔ a · c < b · c. [PO09]� ∀a, b ∈ R, ∀c < 0, a < b ⇔ a · c > b · c. [PO10]� ∀a, b ∈ R, (i) a < b ⇔ −a > −b e (ii) a > b ⇔ −a < −b. [PO11]� ∀a, b ∈ R, a · b > 0 ⇔ (a > 0 e b > 0) ou (a < 0 e b < 0). [PO12]� ∀a, b ∈ R, a · b < 0 ⇔ (a > 0 e b < 0) ou (a < 0 e b > 0). [PO12]� ∀a ∈ R, a �= 0 ⇔ a2 > 0. [PO16]

Parte 6 Matemática Básica 91

[PO01]

∀a ∈ R, ou a > 0, ou a = 0 ou a < 0 (tricotomia).

Demonstração. Seja a ∈ R. Por (01) uma e somente uma das trêscondições ocorre: (1) a é positivo, (2) a = 0, (3) −a é positivo. Assim,uma e somente uma das três condições ocorre: (1) a > 0, (2) a = 0,(3) a < 0.

Parte 6 Matemática Básica 92

Folha 23

Page 24: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PO02]

∀a, b, c ∈ R, a < b ⇒ a + c < b + c.

Demonstração. Temos que

a < b (1)=⇒ b − a > 0 (2)

=⇒ b + 0 − a > 0 (3)=⇒ b + (c − c)− a > 0

(4)=⇒ (b + c)− (c + a) > 0 (5)

=⇒ (b + c)− (a + c) > 0(6)=⇒ a + c < b + c,

onde, em (1) usamos a definição de “<”, em (2) usamos (C5), em (3)usamos (C6), em (4) usamos (C3) e [PA21], em (5) usamos (C2), e em(6) usamos a definição de “<”.

Parte 6 Matemática Básica 93

[PO03]

∀a, b ∈ R, ∀c > 0, a < b ⇒ a · c < b · c.

Demonstração. Temos que

a < b e c > 0 (1)=⇒ b − a > 0 e c > 0 (2)

=⇒ (b − a) · c > 0(3)=⇒ b · c − a · c > 0 (4)

=⇒ a · c < b · c,

onde, em (1) usamos a definição de “<”, em (2) usamos (O2), em (3)usamos [PA11], e em (4) usamos a definição de “<”.

Parte 6 Matemática Básica 94

[PO04]

∀a, b ∈ R, ∀c < 0, a < b ⇒ a · c > b · c.

Demonstração. Temos que

a < b e c < 0 (1)=⇒ b − a > 0 e c < 0 (2)

=⇒ b − a > 0 e − c > 0(3)=⇒ (b − a) · (−c) > 0 (4)

=⇒ b · (−c)− a · (−c) > 0(5)=⇒ − b · c + a · c > 0 (6)

=⇒ a · c − b · c > 0(7)=⇒ a · c > b · c,

onde, em (1) usamos a definição de “<”, em (2) usamos a definição de“<”, em (3) usamos (O2), em (4) usamos [PA11], em (5) usamos [PA14]e [PA09], em (6) usamos (C2), e em (7) usamos a definição de “>”.

Parte 6 Matemática Básica 95

[PO05]

∀a, b, c ∈ R, a < b e b < c ⇒ a < c.

Demonstração. Temos que

a < b e b < c (1)=⇒ b − a > 0 e c − b > 0 (2)

=⇒ (b − a) + (c − b) > 0(3)=⇒ (c − b) + (b − a) > 0 (4)

=⇒ c + (−b + b)− a > 0(5)=⇒ c + 0 − a > 0 (6)

=⇒ c − a > 0 (7)=⇒ a < c,

onde, em (1) usamos a definição de “<”, em (2) usamos (O2), em(3) usamos (C2), em (4) usamos (C3), em (5) usamos [PA07], em (6)usamos (C5), e em (7) usamos a definição de “<”.

Parte 6 Matemática Básica 96

Folha 24

Page 25: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PO06]

∀a, b ∈ R, ou a < b, ou a = b ou a > b.

Demonstração. Sejam a, b ∈ R. Por [PO01], uma e somente uma dastrês condições ocorre: (1) b − a > 0, (2) b − a = 0, (3) b − a < 0. Assim,usando as definições de “>” e “<” e as propriedades [PA25], (C3), [PA03],[PA07] e (C6), concluímos que uma e somente uma das três condiçõesocorre: (1) b > a, (2) a = b, (3) b < a.

Parte 6 Matemática Básica 97

[PO07]

∀a, b, c ∈ R, a < b ⇔ a + c < b + c.

Demonstração.

(⇒) Verdadeira por [PO02].

(⇐) Sejam a, b, c ∈ R tais que a + c < b + c. Temos que

a + c < b + c (1)=⇒ (a + c)− c < (b + c)− c(2)=⇒ a + (c − c) < b + (c − c)(3)=⇒ a + 0 < b + 0 (4)

=⇒ a < b,

onde, em (1) usamos [PO02], em (2) usamos (C3), em (3) usamos (C6),e em (4) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 98

[PO08]

∀a ∈ R− {0}, (i) a > 0 ⇔ 1/a > 0 e (ii) a < 0 ⇔ 1/a < 0

Demonstração. Vamos demonstrar (i). A demonstração de (ii) ficará comoexercício.

(⇒) Suponha, por absurdo, que exista a ∈ R tal que a > 0, mas 1/a = 0ou 1/a < 0. Se 1/a = 0, então por [PA12], a · 1/a = a · 0 = 0, umacontradição, pois a · 1/a = 1. Se 1/a < 0, então −(1/a) > 0 e, portanto,a · (−(1/a)) > 0. Mas a · (−(1/a)) = −(a · 1/a) = −1, por [PA14] e (C7).Concluímos então que −1 > 0, um absurdo.

(⇐) Basta usar (⇒) substituindo “a” por “1/a” e observar que, por [PA10],1/(1/a) = a.

Parte 6 Matemática Básica 99

[PO09]

∀a, b ∈ R, ∀c > 0, a < b ⇔ a · c < b · c.

Demonstração.

(⇒) Verdadeira por [PO03].

(⇐) Sejam a, b ∈ R e c > 0 tais que a ·c < b ·c. Como c > 0, por [PO08],1/c > 0. Temos que

a · c < b · c(1)=⇒ (a · c) · (1/c) < (b · c) · (1/c)(2)=⇒ a · (c · 1/c) < b · (c · 1/c)(3)=⇒ a · 1 < b · 1 (4)

=⇒ a < b,

onde, em (1) usamos [PO03], em (2) usamos (C3), em (3) usamos (C7),e em (4) usamos (C5).

Parte 6 Matemática Básica 100

Folha 25

Page 26: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PO10]

∀a, b ∈ R, ∀c < 0, a < b ⇔ a · c > b · c.

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 101

[PO11]

∀a, b ∈ R, (i) a < b ⇔ −a > −b e (ii) a > b ⇔ −a < −b.

Demonstração. Vamos demonstrar (i). A demonstração de (ii) ficará comoexercício.

(⇒) Temos que

a < b(1)=⇒ b − a > 0 (2)

=⇒ − (b − a) < 0 (3)=⇒ − b − (−a) < 0

(4)=⇒ − a > −b,

onde, em (1) usamos a definição de “<”, em (2) usamos que x < 0 se, esomente se, −x > 0 e, também, usamos [PA09], em (3) usamos [PA21],e em (4) usamos a definição de “>”.

(⇐) Se −a > −b, então −b < −a. Usando (⇒), concluímos que−(−b) > −(−a). Por [PA09], segue-se que b > a. Logo, a < b.

Parte 6 Matemática Básica 102

[PO12]: Parte 1

∀a, b ∈ R, a · b > 0 ⇔ (a > 0 e b > 0) ou (a < 0 e b < 0).

Demonstração.(⇒) Se a · b > 0, então a �= 0, pois, caso contrário, a · b = 0 · b = 0, umacontradição. Assim, ou a > 0 ou a < 0. Se a > 0, então 1/a > 0 por[PO08]. Por (O2), (1/a)·(a·b) > 0. Mas (1/a)·(a·b) = (1/a·a)·b = 1·b =b por (C3), [PA08] e [PA04]. Logo b > 0. Assim, a > 0 e b > 0. Se a < 0,então 1/a < 0 por [PO08]. Logo −(1/a) > 0. Por (O2), −(1/a)·(a·b) > 0.Mas − (1/a) · (a · b) = −(1/a · a) · b = −1 · b = −b por (C3), [PA08] e[PA13]. Logo −b > 0 e, portanto, b < 0. Assim, a < 0 e b < 0. Em todosos casos, concluímos que se a · b > 0, então (a > 0 e b > 0) ou (a < 0 eb < 0).

(⇐) Se a > 0 e b > 0, então a · b > 0 por (O2). Se a < 0 e b < 0, então−a > 0 e −b > 0. Logo (−a) · (−b) > 0 por (O2). Mas, (−a) · (−b) = a ·bpor [PA15]. Assim, a · b > 0. Desta maneira, mostramos então que se(a > 0 e b > 0) ou (a < 0 e b < 0), então a · b > 0.

Parte 6 Matemática Básica 103

[PO12]: Parte 2

∀a, b ∈ R, a · b < 0 ⇔ (a > 0 e b < 0) ou (a < 0 e b > 0).

Demonstração. Exercício.

Parte 6 Matemática Básica 104

Folha 26

Page 27: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PO13]

Se a ∈ R e a > 0, então a2 > 0.

Demonstração. Exercício. Sugestão: use que a2 = a · a e (O2).

Parte 6 Matemática Básica 105

[PO14]

A sentença “se a ∈ R e a2 > 0, então a > 0” é falsa!

Demonstração. Exercício. Sugestão: apresente um contraexemplo paraa sentença.

Parte 6 Matemática Básica 106

[PO15]

Se a ∈ R e a < 0, então a2 > 0.

Demonstração. Exercício. Sugestão: use que a2 = a · a = (−a) · (−a) =(−a)2, [PO11] e (O2).

Parte 6 Matemática Básica 107

[PO16]

a �= 0 ⇔ a2 > 0.

Demonstração. Exercício. Sugestão: para a �= 0, separe nos dois casospossíveis: a > 0 e a < 0.

Parte 6 Matemática Básica 108

Folha 27

Page 28: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

[PO17]

(i) a > 0 ⇔ a3 > 0, (ii) a < 0 ⇔ a3 < 0.

Demonstração. Exercício. Sugestão: use que a3 = a2 · a e aspropriedades e os axiomas anteriores.

Parte 6 Matemática Básica 109

Observações� A notação a ≥ b indica que a = b ou a > b. Ela deve ser lida

da seguinte maneira: a é maior do que ou igual a b. Sãoverdadeiras as afirmações 3 ≥ 3 e 7 ≥ 5.

� A notação a ≤ b indica que a = b ou a < b. Ela deve serlida da seguinte maneira: a é menor do que ou igual a b. Sãoverdadeiras as afirmações 3 ≤ 3 e 5 ≤ 7.

� Todas as propriedades enunciadas anteriormente continuamverdadeiras se trocarmos “>” por “≥” e/ou “<” por “≤”.

� Alguns autores usam o símbolo R+ para indicar os reais não-negativos e o símbolo R+∗ para indicar os reais positivos.

� O conjunto dos números racionais (Q) munido com asoperações usuais de adição e multiplicação também é exemplode um corpo ordenado.

Parte 6 Matemática Básica 110

Observações

� O conjunto dos números complexos (C) munido com asoperações usuais de adição e multiplicação não pode serordenado com uma estrutura compatível com a ordenaçãode R.

De fato: i não satisfaz o princípio da tricotomia. Certamentei �= 0. O número i não é maior do que 0, pois

i > 0 ⇒ i · i > i · 0 ⇒ i2 > 0 ⇒ −1 > 0 (absurdo).

O número i não é menor do que 0, pois se i < 0, então −i > 0e, portanto,

−i > 0 ⇒ (−i)·(−i) > (−i)·0 ⇒ i2 > 0 ⇒ −1 > 0 (absurdo).

Parte 6 Matemática Básica 111

Resolvendo inequações. . .

2 · x − 4 > 0[PO07]⇐⇒ (2 · x − 4) + 4 > 0 + 4

[PA03]⇐⇒ (2 · x − 4) + 4 > 4

(C3)⇐⇒ 2 · x + (−4 + 4) > 4

[PA07]⇐⇒ 2 · x + 0 > 4

(C5)⇐⇒ 2 · x > 4

[PO09]⇐⇒ 12· (2 · x) >

12· 4

(C3)⇐⇒(

12· 2

)· x >

12· 4

[PA08]⇐⇒ 1 · x >12· 4

[PA04]⇐⇒ x >12· 4 = 2

Parte 6 Matemática Básica 112

Folha 28

Page 29: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Resolvendo inequações. . .

(x − 5) · (x − 1) > 0[PO12]⇐⇒ (x − 5 > 0 e x − 1 > 0) ou (x − 5 < 0 e x − 1 < 0)

[PO07, PA03, C3, C5]⇐⇒ (x > 5 e x > 1) ou (x < 5 e x < 1)

⇐⇒ x > 5 ou x < 1

Parte 6 Matemática Básica 113

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Parte 6 Matemática Básica 114

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b

Parte 6 Matemática Básica 115

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado

Parte 6 Matemática Básica 116

Folha 29

Page 30: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto

Parte 6 Matemática Básica 117

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto, [a, b) éfechado à esquerda

Parte 6 Matemática Básica 118

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto, [a, b) éfechado à esquerda, (a, b] é fechado à direita

Parte 6 Matemática Básica 119

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto, [a, b) éfechado à esquerda, (a, b] é fechado à direita. Os cinco intervalosda direita são ilimitados

Parte 6 Matemática Básica 120

Folha 30

Page 31: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto, [a, b) éfechado à esquerda, (a, b] é fechado à direita. Os cinco intervalosda direita são ilimitados: (−∞, b] é a semirreta esquerda, fechada, deorigem b.

Parte 6 Matemática Básica 121

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto, [a, b) éfechado à esquerda, (a, b] é fechado à direita. Os cinco intervalosda direita são ilimitados: (−∞, b] é a semirreta esquerda, fechada, deorigem b. Os demais têm denominações análogas.

Parte 6 Matemática Básica 122

Intervalos

Sejam a, b ∈ R, com a ≤ b. Os nove subconjuntos de R abaixo definidossão denominados intervalos:

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}, (−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b},(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}, (−∞, b) = {x ∈ R | x < b},[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}, [a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x},(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}, (a,+∞) = {x ∈ R | a < x},

(−∞,+∞) = R.

Os quatro intervalos da esquerda são limitados, com extremos a e b:[a, b] é um intervalo fechado, (a, b) é um intervalo aberto, [a, b) éfechado à esquerda, (a, b] é fechado à direita. Os cinco intervalosda direita são ilimitados: (−∞, b] é a semirreta esquerda, fechada, deorigem b. Os demais têm denominações análogas. Quando a = b,o intervalo fechado [a, b] reduz-se a um único elemento, chama-seintervalo degenerado e os outros três intervalos da esquerda, neste caso,são vazios.

Parte 6 Matemática Básica 123

Observações

� Outras notações para intervalos:

]a, b[ para indicar o intervalo (a, b),

[a, b[ para indicar o intervalo [a, b), etc.

� −∞ e +∞ não são números! Eles são apenas símbolosusados para indicar que os intervalos são ilimitados. Portanto,não podemos somá-los, multiplicá-los ou executar qualqueroperação considerando-os como se fossem números.

Parte 6 Matemática Básica 124

Folha 31

Page 32: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Intervalos

[a, b] = {x ∈ R | a ≤ x ≤ b}

a b

Parte 6 Matemática Básica 125

Intervalos

(a, b) = {x ∈ R | a < x < b}

a b

Parte 6 Matemática Básica 126

Intervalos

[a, b) = {x ∈ R | a ≤ x < b}

a b

Parte 6 Matemática Básica 127

Intervalos

(a, b] = {x ∈ R | a < x ≤ b}

a b

Parte 6 Matemática Básica 128

Folha 32

Page 33: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Intervalos

(−∞, b] = {x ∈ R | x ≤ b}

b

Parte 6 Matemática Básica 129

Intervalos

(−∞, b) = {x ∈ R | x < b}

b

Parte 6 Matemática Básica 130

Intervalos

[a,+∞) = {x ∈ R | a ≤ x}

a

Parte 6 Matemática Básica 131

Intervalos

(a,+∞) = {x ∈ R | a < x}

a

Parte 6 Matemática Básica 132

Folha 33

Page 34: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Resolvendo inequações. . .

CUIDADO!

1 − 2 x − 6x − 1

> 0 ⇔ 1 >2 x − 6x − 1

⇔ 2 x − 6x − 1

< 1

⇔ 2 x − 6 < x − 1

⇔ 2 x − x < −1 + 6

⇔ x < 5.

Existe algo de errado neste desenvolvimento? Sim!

Parte 6 Matemática Básica 133

Resolvendo inequações. . .

2 x − 6x − 1

< 1 ⇔ 2 x − 6x − 1

−1 < 0 ⇔ 2 x − 6 − (x − 1)x − 1

< 0 ⇔ x − 5x − 1

< 0

Esta última inequação pode ser resolvida usando-se uma variaçãode [PO12]:

x − 5x − 1

< 0

(x − 5 > 0 e x − 1 < 0) ou (x − 5 < 0 e x − 1 > 0)

Mas vamos resolvê-la usando um método mais esquemático!

Parte 6 Matemática Básica 134

Resolvendo inequações. . .

2 x − 6x − 1

< 1 ⇔ 2 x − 6x − 1

−1 < 0 ⇔ 2 x − 6 − (x − 1)x − 1

< 0 ⇔ x − 5x − 1

< 0

Sinal dex − 5

Sinal dex − 1

Sinal de(x − 5)/(x − 1)

5

5

5

1

1

1

S = {x ∈ R | 1 < x < 5} =]1, 5[.

Parte 6 Matemática Básica 135

Números reais algebricamente(axiomaticamente): R é completo

Parte 6 Matemática Básica 136

Folha 34

Page 35: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

Q é completo?

x1 = 0.9x2 = 0.99x3 = 0.999x4 = 0.9999x5 = 0.99999x6 = 0.999999x7 = 0.9999999x8 = 0.99999999

...

Em Q, xn é crescente e xn é limitada (xn < 1 para todo n).

Em Q, xn converge para 0.9 = 1.

Parte 6 Matemática Básica 137

Q é completo?

x1 = 0.3x2 = 0.33x3 = 0.333x4 = 0.3333x5 = 0.33333x6 = 0.333333x7 = 0.3333333x8 = 0.33333333

...

Em Q, xn é crescente e xn é limitada (xn < 0.4 para todo n).

Em Q, xn converge para 0.3 = 1/3.

Parte 6 Matemática Básica 138

Q é completo?

Será que toda sequência xn de números racionais crescente elimitada sempre tende a algum número racional?

Resposta: não!

Parte 6 Matemática Básica 139

Q é completo?

x1 = 1.4x2 = 1.41x3 = 1.414x4 = 1.4142x5 = 1.41421x6 = 1.414213x7 = 1.4142135x8 = 1.41421356

...

Em Q, xn é crescente e xn é limitada (xn < 1.5 para todo n).

Mas, em Q, xn não converge para um número em Q!

Parte 6 Matemática Básica 140

Folha 35

Page 36: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

R é completo!

x1 = 1.4x2 = 1.41x3 = 1.414x4 = 1.4142x5 = 1.41421x6 = 1.414213x7 = 1.4142135x8 = 1.41421356

...

Em R, xn é crescente e xn é limitada (xn < 1.5 para todo n).

Em R, xn converge para o número√

2 ∈ R!

Parte 6 Matemática Básica 141

Q é completo?

x1 = 0.1x2 = 0.101x3 = 0.101001x4 = 0.1010010001x5 = 0.101001000100001x6 = 0.101001000100001000001x7 = 0.1010010001000010000010000001x8 = 0.101001000100001000001000000100000001

...

Em Q, xn é crescente e xn é limitada (xn < 0.2 para todo n).

Mas, em Q, xn não converge para um número em Q!

Parte 6 Matemática Básica 142

R é completo!

x1 = 0.1x2 = 0.101x3 = 0.101001x4 = 0.1010010001x5 = 0.101001000100001x6 = 0.101001000100001000001x7 = 0.1010010001000010000010000001x8 = 0.101001000100001000001000000100000001

...

Em R, xn é crescente e xn é limitada (xn < 0.2 para todo n).

Em R, xn converge para um número em R!

Parte 6 Matemática Básica 143

R é completo!

Q não é completo.

R é completo.

C é completo

(usando uma definição mais geral de completude via sequências deCauchy, que não depende do fato do corpo ser ordenado ou não)

Parte 6 Matemática Básica 144

Folha 36

Page 37: Parte 6 Matemática Básica 1 Parte 6 Matemática Básica 2 · Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Parte

R é completo!

O que é 3√

5?

Parte 6 Matemática Básica 145

Construção dos números reais

Construção dos números reais:sequências de Cauchy e cortes de Dedekind.

Parte 6 Matemática Básica 146

Construção dos números reais

Construção dos números reais:sequências de Cauchy e cortes de Dedekind.

Parte 6 Matemática Básica 147

Construção dos números reais

Construção dos números reais:sequências de Cauchy e cortes de Dedekind.

Parte 6 Matemática Básica 148

Folha 37