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Morte Ecolgica
Meio AmbienteA gesto de resduos londrinensepgina 05
ComportamentoA mobilidade urbana em Londrina
pgina 10
PoderIndgenas na UEL e seus desafios
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FuturoO potencial das edificaes sustentveispgina 16
pg. 03
As dvidas e problemas que os londrinenses enfrentam quanto a
seus falecidos
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Este jornal um trabalho desenvolvido pela turma
54 de Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina,
coordenado e orientado pelo professor
mestre Silvio RicardoDemtrio
Somos a turma do 4 ano de jornalismo matutino da Universidade
Estadual de Londrina, de 2014. Nosso projeto foi desenvolvido com a
coordenao e
orientao do Prof. Ms. Silvio Ricardo Demtrio, e com o apoio da
UEL.
Editor Chefe: Prof. Silvio Ricardo
Demtrio
Um certo capito PlanetaRafael Gratieri
- Eu acho muita pretenso o ho-mem querer salvar o planeta. Ns
temos a Hora do Planeta, o Minuto do Planeta, o Capito Planeta... A
gente quer salvar o planeta, mas no damos conta nem de salvar o
meio ambiente! Olha o nome. s metade do ambiente e mesmo assim ele
t todo poludo.
- Mas voc no entende que...- E as baleias? Salvem as ba-
leias! Bom, e algum perguntou para elas se elas querem ser
salvas? Talvez elas no queiram ser salvas. Talvez as ONGs verdes
sejam as tes-temunhas de Jeov do meio ambien-te. Elas querem salvar
todo mundo, mas ao invs de carregarem uma Bblia elas levam debaixo
do brao uma mudinha de ip.
- Eu acho que isso que voc t falando no faz muito sent...
- E racionar gua! Essa boa. Olha ao redor. Tem um bebedouro, gua
da privada, torneira, se voc abrir o chuveiro cai gua, quando voc
vai praia tudo o que tem na sua frente gua. Mas da ficamos um ms
sem chuva e de repente di-
zem que estamos na maior seca da dcada. Vamos l, pessoal, no
como se a gua tivesse para onde ir. Ela derrete, vira nuvem, chove,
estraga a chapinha da sua esposa, escorre e vai parar em algum rio
de novo. Nunca vai chegar o dia em que iremos olhar para cima e
dizer: meu deus! O Amazonas t indo pra Marte! Algum segura ele!. No
pre-cisamos racionar gua.
- Seu raciocnio est equivoc...- Ei, no usem sacolinhas pls-
ticas, elas so ruins para o meio ambiente, e mesmo assim eu
nun-ca vi uma rvore pedindo socorro. Algum me ajude! Tem uma
sa-colinha me sufocando! Voc j viu essa cena? No! Acho at que se
fossem capazes as rvores usariam sacolinhas. Se elas tivessem mos
com certeza colheriam seus frutos e colocariam em sacolinhas. Um
belo dia voc chega num p de ma e elas esto todas colhidas, no p da
rvore, juntas em sacolinhas. Mas a gente acha que sacolinhas so do
mal. Bobagem.
- Eu desisto. Vou embora.- Ei, espera! E os carros?! Parar
de usar carro? Jamais!
Superintendente:Yudson Koga Reviso:
Carol FereziniIsadora LopesRafael GratieriJoo Victor
Barbosa Evangelista
Diagramao:Alessandra Galletto
Milliane LauizeNabila HaddadYudson Koga
Tiragem: 500 cpiasImpresso - Grfica da UEL
Entre em contato!Mande sua opinio, sugestes e ideias para o
Paralelo:
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Jornal Paralelo Hotmailwww.facebook.com/jornalparalelo
[email protected]
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Os desafios de uma morte ecolgicaNossa cidade enfrenta
complicaes com seus falecidos: De um lado cemitrios irregulares e
superlotados. Do outro, a falta de popularidade da cremao.
Alessandra Galletto5567. Este foi o nmero to-
tal de falecimentos processa-dos pela ACESF (Administra-o de
Cemitrios e Servios Funerrios de Londrina) no ano passado.
Com um total de 13 cemit-rios pblicos, 5 na rea urba-na e 8 nos
distritos, Londrina tem um problema iminente para resolver: A falta
de espa-o para seus mortos. A Prof. Snia Maria Nobre Gimenez,
superintendente da ACESF, estima que estes cemitrios, na condio em
que se en-contram - ou seja, sem relocar corpos ou destituir
jazigos - s conseguem suprir mais 6 me-ses da demanda
municipal.
Mas este no o nico pro-blema dos cemitrios londri-nenses. Alm da
falta de es-pao, nenhum dos cemitrios est regulamentado
ambien-talmente. Todos eles esto ina-dequados s normas impostas
pela SEMA (Secretaria munici-pal do Meio Ambiente). No sequer
possvel dizer o quanto os cemitrios esto poluindo a cidade, j que
uma das exi-gncias da legislao ambien-tal imposta pelo Conselho
Na-cional do Meio Ambiente em 2003 a instalao de poos de
monitoramento nos cemi-trios. A funo deles seria de coletar
amostras da gua sub-terrnea ou dos arredores do cemitrio para
diagnosticar se o mesmo est ou no poluindo
os lenis freticos.O maior problema dos
cemitrios construdos inade-quadamente que eles emi-tem altas
taxas de toxicidade, pelo necrochorume. Este lqui-do resultado da
decompo-sio dos materiais biolgicos dos cadveres, e extrema-mente
poluente para as guas subterrneas, podendo alcan-ar poos artesianos
utilizados para abastecer casas - expli-ca o bilogo Marcelo
Arasaki, membro da ONG MAE (Meio
Ambiente Equilibrado). Sem a estrutura e isola-
mento adequado dos tmulos, alm da distncia subterrnea entre os
tmulos e lenis fre-ticos prevista em lei, h o va-zamento do
necrochorume, e, consequentemente, a poluio ambiental.
Este no o nico tipo de agresso ambiental que os ce-mitrios
causam. H tambm problemas como o desmata-mento e a impermeabiliza-o
do solo, uma vez que so
construdas caladas, lpides e tmulos de pedra que im-pedem que a
gua da chuva penetre no solo.
Para Snia Gimenez o pro-blema vem do crescimento r-pido da
cidade e da falta de preocupao dos construtores originais dos
cemitrios com a ecologia. Como faltavam vagas e no havia ateno s
leis, foram feitas adequaes na estrutura que se tornaram
prejudiciais ao cumprimento das leis ambientais.
A ACESF j tem planos para readequar os cemitrios de Londrina.
Verbas esto reser-vadas para o incio das aes no ano que vem, e a
reade-quao ser feita em 2 anos, somando o total de R$ 580 mil. As
aes consistem em insta-lar poos de monitoramento nos cemitrios,
adequar os muros, e fazer cortinas verdes de arborizao em torno dos
locais.
A construo de um novo cemitrio, na rea rural da Warta, j est
sendo organiza-da. H um terreno reservado em poder pblico, e est
sen-do feita a documentao para a prefeitura. O prximo passo ser a
elaborao dos projetos de construo. A previso de que em 1 ano o novo
cemitrio estar recebendo novos sepul-tamentos, e de que este
cemi-trio ser capaz de atender a populao londrinense pelos prximos
50 anos. O comple-xo contar com um cemitrio--parque, um cemitrio
vertical e um crematrio municipal.
CremaoExistem atualmente 2 cre-
matrios na cidade. Um deles o Crematorium, filial de Curi-tiba,
que est em Londrina h 2 anos, e outro o cremat-rio do Parque das
Alamandas, que comeou a funcionar h 2 meses.
No processo de cremao, o corpo do falecido coloca-do no forno
juntamente com
Os cemitrios londrinenses s sero capazes de servir a cidade por
mais 6 meses.
Ale
ssan
dra
Gal
letto
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o caixo. Para evitar fumaa txica e poluio, todo tipo de metal
presente no caixo e em adereos no corpo so retirados. A cremao dura
6 horas: 3 para a queima, e 3 para o resfriamento do corpo.
Quaisquer remanescentes, em geral fragmentos de ossos, so
pulverizados num proces-so secundrio e adicionados s cinzas.
O forno totalmente au-tomatizado e possui filtros, portanto no h
emisso de poluentes para o ar. Ele utiliza como combustvel o GLP
(Gs Liquefeito de Petrleo), o mes-mo gs utilizado em foges
convencionais. A queima dos corpos produz vapor de gua e
carbono.
No existe restrio legisla-tiva quanto asperso de cin-zas no
Brasil; ou seja, a von-tade do falecido ou da famlia pode ser
cumprida sem preo-cupaes. Existem belas urnas que podem ser
mantidas em casa ou em um lugar especial, alm de urnas
biodegradveis, que podem at ser enterradas junto com sementes, de
onde nascem plantas ou rvores. Existe tambm a opo de dei-xar a urna
em lculos forneci-dos pelos crematrios.
Ento por qu so feitas to poucas cremaes? O Crema-torium, desde
que chegou em Londrina, realizou pouco mais de 100 cremaes. Vieram
cidade porque havia procura pelo servio, mas o transpor-te at a
sede em Curitiba era muito caro.
Existe um grande precon-ceito em relao a cremao. O brasileiro
tem muita supers-tio; acha que d azar, ou que sua religio no
permite. As nicas restries religiosas
cremao so para testemu-nhas de Jeov e para judeus, comenta
Dayana Rossi, geren-te do Crematorium Londrina.
A humanidade queima seus falecidos desde 1000 A.C. Para muitas
culturas o ritual era tanto simblico, para libertar a alma do
corpo, quando uma questo higinica, para preve-nir que as doenas do
morto se espalhassem pela comuni-dade.
Religiosamente, quem bus-ca a cremao o adepto ao budismo. A
religio aderiu ao ritual em 552 D. C. e a tradi-o segue at
hoje.
A maior parte da populao brasileira catlica. O Padre Romo
Martins, da Parquia Nossa Auxiliadora, esclarece quanto ao
ritual:
A Igreja no possui res-trio alguma quanto cre-mao. Inclusive, o
Padre de Camb, Jos Luis Mieto, fale-ceu recentemente e foi
crema-do, j que a famlia desejava levar suas cinzas para a
Espa-nha, onde ele nasceu.
A cerimnia escolhida pela famlia ou pelo falecido, mas
geralmente no difere do velrio do sepultamento. A nica diferena a
destinao final do corpo. Tanto para se-pultamento quanto para
cre-mao, a ACESF responsvel pelo transporte e preparao do
corpo.
CustosO preo para sepultar um
falecido varia muito. Pode ir de R$ 400,00, nos distritos, at
15.000 no cemitrio So
Pedro. H tambm uma va-riao na taxa do enterro, que depende
principalmente do tipo de caixo escolhido. Pelo mais simples, o
caixo mais as taxas de servio da ACESF fi-cam em torno de R$
1500,00.
Caso a famlia no tenha condies de arcar com os custos, o servio
realizado normalmente, e aps a de-clarao da famlia de
impos-sibilidade de pagamento, a assistncia social averigua sua
situao financeira e lhe re-passa a verba social.
J o custo mdio de uma cremao de R$ 3000,00. Como os jazigos,
podem ser adquiridos em planos familia-res ou preventivos. Ao
con-trrio do sepultamento, ainda no existe um servio pblico
de cremao, portanto, no possvel obter uma exonera-o do
servio.
Qual o ritual funerrio ideal?Ambientalmente, a crema-
o o processo mais eco-lgico. Apesar de gastar gs combustvel, ele
no emite resduos continuamente; a queima gera vapor, e a fuma-a
filtrada pelo sistema dos fornos.
J o sepultamento produz resduos contnuos de decom-posio, alm de
ser necess-ria a manuteno dos tmulos e o monitoramento da polui-o
dos cemitrios. Todo tipo de resduo destes locais - at mesmo velas e
flores - so classificados legalmente como resduos perigosos e
precisam ser descartados de maneira adequada.
Mas para Snia Gimenez, o cemitrio no apenas um depsito de
falecidos. Ain-da existe algo muito cultural quanto aos tmulos. Ele
um referencial, onde voc tem momentos de reflexo sobre aquela
pessoa. O ideal, em termos ecolgicos, a cre-mao, mas culturalmente
o cemitrio um memorial de extrema importncia. Uma fa-mlia tem um
vnculo eterno com o sepulcro.
Porm, a cremao no im-pede a reverncia aos entes queridos.
Mantendo uma urna num local especial, o mesmo pode ser feito.
A morte tem que ser dig-na para todas as pessoas. O respeito com
o morto e seus desejos finais algo maior do que o debate sobre qual
seria a melhor forma de destinar o corpo, finaliza Marcelo
Ara-saki.
Ale
ssan
dra
Gal
letto
Atualmente, a cremao o mtodo que menos agride o ambiente.
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Gesto de lixo, de problemas e de futuroEntre erros e acertos,
Londrina sempre foi pioneira quando o assunto tratamento de
resduos.
Joo Victor EvangelistaEm 2014 o sistema de coleta
seletiva de Londrina atinge sua maioridade e, mais do que isso,
mostra o pioneirismo da cidade em buscar solues para a ges-to de
resduos. Em 1996 come-ou a funcionar a coleta seleti-va no
municpio. Na poca uma frente de trabalho da prpria prefeitura
recolhia os reciclveis da regio central da cidade com um caminho
exclusivo para o servio. Todo o material recolhi-do era vendido por
leiles.
Os catadores s foram inclu-dos no processo de coleta ofi-cial em
2001, aps o Ministrio Pblico do Trabalho emitir um Termo de
Ajustamento de Con-duta (TAC) forando a Prefeitura de Londrina a
retira-los do Ater-ro que na poca ainda era li-xo - do Limoeiro. O
motivo foi a morte de um catador causada por acidente no local.
Aps a emisso do TAC foi criado um programa de inclu-so social
dos catadores e eles comearam a fazer a coleta nas portas das
casas. Isso fez com que vrias associaes fossem criadas e a cidade
fosse dividida em vrias reas para que cada associao tomasse conta
de uma delas. Em 2009 a legislao de licitaes muda e permite que
cooperativas formadas por cata-dores sejam contratadas pelos
municpios para fazerem o servi-o de coleta seletiva sem abertu-ra
de licitao.
Neste momento surge o pro-grama Londrina Recicla, onde a cidade
passa a ser a primeira do pas a contratar uma cooperativa de
catadores para realizar a cole-ta de materiais reciclveis porta a
porta. A Coopersil, hoje Cooper-regio, foi a primeira contratada.
Hoje em dia cinco cooperativas
Cooperregio, Cooperoeste, Coocepeve, Coopermudana e Cooper Refum
- e aproximada-mente 400 catadores cuidam da coleta seletiva de
100% da rea urbana da cidade.
Eliene Moraes, analista de gesto ambiental da Companhia
Municipal de Trnsito e Urbaniza-o de Londrina (CMTU), diz que nesse
contrato eles (os catado-res) tem o benefcio do recolhi-mento do
INSS, o recebimento pelo servio de coleta que eles executam e ao
mesmo tempo, hoje a cooperativa com a nova legislao tem a
possibilidade de melhorar a renda desse pesso-al de forma
qualificada. A viso da CMTU, como da prefeitura cada vez mais
melhorar a coleta seletiva e consequentemente as condies de
trabalho dos cata-dores e a renda deles.
Segundo Eliene, hoje os que trabalham no processo da co-leta
seletiva tanto os catado-res, quanto os da triagem -che-gam a
receber em mdia R$ 1.300,00 ms, podendo ir at a R$ 2.000,00.
Anteriormente esse valor variava entre R$ 300,00 e R$ 400,00. O
diferencial da ci-dade de Londrina contratar cooperativas para
realizar esse servio, o que no acontece nos demais municpios do
Brasil. In-clusive nos recebemos diversas visitas e ligaes querendo
saber informaes sobre essa forma de contratao de cooperativas de
catadores sem licitao atenden-do as normas da lei de licitao,
diz.
Outro diferencial do sistema em vigncia na cidade a
sensi-bilizao da populao, que aca-ba se envolvendo mais no pro-
cesso. Eliene atribui essa maior participao dos moradores da
cidade ao fato de os catadores fazerem a coleta porta a porta nas
casas. Isso acabou sensibi-lizando as pessoas. Hoje a quali-dade do
material muito melhor do que voc pode imaginar, ele chega limpo
para eles. A popu-lao sabe que est ajudando essas pessoas com a
gerao de trabalho e renda diz.
Um dos maiores problemas atuais do sistema com a dis-tribuio dos
sacos verdes. Este saco era distribudo gratuita-mente para a
populao pela prefeitura at o ano passado, mas o contrato com e
empresa que o fornecia acabou e no foi renovado. Eliene explica que
O saco verde foi um mecanismo de comunicao e sensibilizao da
populao para separar o mate-
rial. No uma obrigao do po-der publico fornecer esse saco. Desde
2001 ele era fornecido e para mudar esse procedimento muito
dificultoso, porque muitas pessoas pararam de separar o lixo porque
no recebiam mais o saco verde. O cidado consciente vai continuar
separando. Com o medo da queda na coleta a Co-opermudana est
comprando e distribuindo os sacos verdes na regio onde coleta.
EcopontosOs Ecopontos foram criados
em Londrina em 2009 porque existe uma lei que diz que os
re-sduos da construo civil de at 1 metro cbico devem ser
reco-lhidos pelos municpios. At 75% do entulho gerado em Londrina
vem de pequenos volumes at este tamanho, oriundos de re-formas e
pequenas construes. Estes Ecopontos seriam locais onde a populao
poderia des-cartar corretamente estes res-duos de maneira
voluntaria.
Os grandes geradores de entulho so obrigados por lei a
destinarem corretamente o seu entulho. Para dar entrada no
habite-se, documento que ates-ta que a obra foi construda de acordo
com as exigncias das normas municipais, as constru-toras tem que
apresentar um plano de recolhimento de res-duos da construo civil
onde explique o que vai ser feito com os entulhos gerados pela
obra. Depois de pronta a construo, a empresa responsvel tem que
apresentar uma comprovao de que realmente cumpriu o que foi
estipulado no plano de gerencia-mento de resduos, caso contr-rio a
obra no liberada.
Para determinar onde seriam os Ecopontos a CMTU mapeou os
principais locais de descarte
Fim da distribuio de sacos verdes levou alguns a no separarem
mais o lixo.
Joo
Vic
tor
Eva
ngel
ista
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irregular de entulho e em alguns desses locais os Ecopontos
foram instalados. Londrina tem mais de 300 pontos de descarte
irregular de lixo. Em 2013 aproximada-mente 5.700 caminhes de lixo
foram retirados desses locais. At 2012 Londrina contou com 12
destes locais para descarte de entulho abertos nas regies nor-te,
sul e leste. A ideia porm no vingou. A falta de vigilncia em um dos
locais chegaram a furtar a cerca que delimitava o espao e de
fiscalizao transformou os Ecopontos em verdadeiros li-xes. L eram
descartados des-de entulho at mveis usados e lixo orgnico.
Alm disso, alguns Ecopontos estavam em reas de preserva-o
permanente. Por isso hoje apenas 3 ainda esto abertos. Depois do
fracasso deste mo-delo, outro j est para ser im-plantado. Os Pontos
de Entrega Voluntria vo receber todos os tipos de resduos - tirando
mate-rial reciclvel e os lixos orgnico e rejeito - como podas de
rvo-res e grama, produtos eletrni-cos e linha branca entre outros,
porque esses matrias podem ser reaproveitados . O modelo a ser
adotado foi implantado com sucesso em So Jos dos Cam-pos e vai
fazer parte de um pro-jeto maior, o Lixo Zero.
A aposta para o futuroO Projeto Lixo Zero foi apre-
sentado pelo diretor-presidente da CMTU, Carlos Alberto
Geiri-nhas, no primeiro semestre de 2013. A meta do projeto, como
diz o nome, zerar o enterro de lixo no Centro de Tratamento de
Resduos (CTR) de Londrina. Po-rm, at chegar nesse ponto o caminho
longo.
Segundo Geirinhas o atu-al sistema integrado de lixo da cidade
tem problemas desde a origem at o final. As donas de casa no fazem
a separao conveniente do lixo, 90% dele ainda vm todo misturado.
Qual
a tcnica de disposio do lixo que temos hoje? Coloca em cai-xas,
saquinhos e pe na rua. Se o caminho passa s amanh, tudo bem. Mas
ele fica l, sujeito ao tempo, a cachorros, a ratos, a formigas. E a
coleta, feita por pessoas que correm de 30 a 40 quilmetros por
noite. Isso no est certo. Alm do destino.
Hoje o municpio leva 450 toneladas de lixo para o CTR
diariamente. Como muitas ve-zes este lixo no est separado
corretamente ele gera 80 metros cbicos de chorume que s no vai
contaminar o solo por que o CTR tem uma manta imperme-abilizante. O
problema que a vida til dessa manta de dez anos e aps este perodo
ela pode rasgar a qualquer momen-to e ai sim, este chorume vai
contaminar o solo e os lenis freticos.
Para o presidente da CMTU, que j implantou sistemas se-melhantes
em outros lugares do mundo, como Alemanha e Israel, o atual sistema
deve ser
mudado. Em funo do modelo que ai est, h que se construir um
modelo que em determinado momento evite o enterro dessas 450
toneladas (de lixo) por dia, fala. O nome do projeto foi esco-lhido
de acordo com as experin-cias vividas for do pas. Segundo Geirinhas
realmente possvel zerar a produo de resduos que seriam levados para
o CTR, mas isto levaria pelo menos uma gerao.
Todo o projeto baseado em 4 premissas: A legal, representa-da
pela obedincia a legislao ambiental federal e ambiental; a educao
ambiental continua-da, para a conscientizao dos cidados quanto a
importncia da colaborao com o programa; a incluso social,
representada pela incluso das cooperativas de catadores no projeto;
e a tec-nologia, que necessria para o funcionamento de toas as
outras premissas.
Como vai funcionarPara que o Lixo Zero fun-
cione necessrio que todas as
ruas da cidade recebam contai-ners para que o lixo, separado
entre mido e seco ou org-nico e rejeito em um e reciclvel em outro.
A medida importan-te para que o lixo no entre em contato com o solo
e se conta-mine, alm de facilitar a coleta e evitar que os sacos vo
parar em bueiros.
Esta coleta mais eficiente vai permitir que 30% ou at 33% do
lixo seja reciclado. Hoje a recicla-gem atinge somente 5% do lixo
em Londrina. Outros 55% desse lixo, correspondente ao orgni-co,
poderiam ser compostados e transformados em adubo. So-brariam 15%
de resduos inser-vveis, que num segundo mo-mento teria seu destino
definido depois de um debate entre a po-pulao. Em uma segunda fase
possvel at se vender esse lixo limpo e j transformado.
As cooperativas vo cuidar, alm do recolhimento dos reci-clveis,
vai cuidar tambm dos Pontos de Entrega Voluntria. Cada cooperativa
vai cuidar de
pelo menos 4 deles. O material recolhido ali vai ser de
proprie-dade e responsabilidade dessas cooperativas. Os resduos
reco-lhidos nos containers vo ser de responsabilidade de uma
empre-sa que vai transformar esse lixo em adubo. Geirinhas afirma
que se conseguirmos implantar essa primeira fase nos prximos anos,
seremos considerados talvez uma das melhores cidades para se viver
no Brasil.
O atual sistema de gesto de resduos de Londrina custa
apro-ximadamente R$ 33 MI ao ano, porm a prefeitura arrecada em
torno R$ 13 MI para financi-lo, gerando um dficit de
aproxima-damente R$ 20 MI. A implan-tao da primeira fase do Lixo
Zero custaria entre R$ 300 MI a R$ 400MI, que seriam pagos pela
empresa ganhadora da lici-tao para cuidar do lixo londri-nense por
30 anos.
A implantao do projeto deve ocorrer em no mnimo 10 anos. At o
final deste ano a em-presa que vai cuidar dos resdu-os domsticos da
cidade vai ser conhecida, pois uma licitao j est em andamento.
Quando ela for conhecida vai levar de quatro a cinco anos para
instalar os sete mil containers estimados. Outros cinco anos devem
ser gastos para que o sistema seja adapta-do e consolidado. O
investimento seria totalmente recuperado em um perodo de 15 at 17
anos.
Se para alguns o empreen-dimento pode parecer mega-lomanaco, mas
Geirinhas v a questo de uma outra maneira. Estamos iniciando uma
revolu-o em termos de lixo em Lon-drina, para que possamos deixar
para nossos filhos, no diria para meus filhos, mas para meus ne-tos
uma vida melhor. Com menos doenas, menos possibilidade de
contaminao do mio ambien-te e acima de tudo um melhor
aproveitamento dos recursos disponveis no planeta.
Joo
Vic
tor
Eva
ngel
ista
Lixo Zero pode colocar Londrina novamente entre os modelos na
gesto de resduos.
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Conhecendo a energia solarO sol uma fonte de energia limpa e
renovvel, mas ainda pouco usada no Brasil
Fernando BianchiO sol considerado uma fon-
te de energia limpa e renovvel: no gera resduos ou gases
po-luentes e no consome recursos naturais esgotveis. Porm, este
tipo de gerao de energia ainda pouco utilizada por aqui. Se-gundo a
Aneel (Agncia Nacional de Energia Eltrica), o Brasil pos-su apenas
83 microgeradores funcionando a partir da energia trmica gerada
pelo sol. Um n-mero pequeno, se comparado, por exemplo, com a
Alemanha, um pas com uma extenso ter-ritorial e irradiao solar
mui-to menor do que a nossa, e que ainda assim possui mais de 1,5
milhes de geradores deste tipo. De acordo com Gerson Tiepolo,
professor e pesquisador do De-partamento de Eletrotcnica, Energias
Renovveis e Sistemas Fotovoltaicos da UTFPR (Univer-sidade
Tecnolgica Federal do Paran), falta conhecimento a respeito da
gerao de energia solar no Brasil, e por isso ela to pouco
utilizada. O que existe um desconhecimento quanto aplicao das
tecnologias e dos seus benefcios, diz o pesquisa-dor.
Como usar?Atualmente, existem duas
maneiras de se aproveitar a energia trmica proporcionada pela
irradiao solar: para aque-cer gua ou gerar energia eltri-ca. Nos
sistemas de aquecimen-to, a gua entra em contato com o coletor
solar (placas escuras expostas ao sol, geralmente ins-taladas no
telhado), aquecida e armazenada para uso posterior. Esta gua pode
ser usada para
banho, diminuindo ou at mesmo eliminando o uso de chuveiros
eltricos, que so grandes con-sumidores de energia. Este tipo de
utilizao da irradiao solar relativamente comum no Brasil, que tem
mais de 2,5 milhes de instalaes deste tipo, segundo a Aneel. De
acordo com o pes-quisador da UTFPR, o uso destes equipamentos reduz
o consumo de energia eltrica ou gs para o aquecimento de gua, o que
contribui para o desenvolvimento sustentvel do planeta.
Gerao de energia a partir do sol
A irradiao solar tambm pode ser utilizada para gerao de energia
eltrica, atravs dos sistemas fotovoltaicos. Neste caso, os
coletores solares so ligados a um sistema de com-ponentes que
convertem a irra-diao solar em energia eltrica. Este tipo de
sistema ainda tem pouco uso no Brasil, devido ao baixo rendimento
da gerao e os altos custos de instalao. Po-rm, segundo o professor
Gerson Tiepolo, a tendncia de cresci-mento. No caso de sistemas
fo-tovoltaicos, apenas agora o Brasil est acordando definitivamente
para esta fonte, e ela tende a crescer significativamente nos
prximos anos, diz o pesquisa-dor.
Custo-benefcio Para calcular o custo-be-
nefcio da utilizao da energia trmica do sol em uma casa,
necessrio levar em conta v-rios fatores. Para a utilizao no
aquecimento de gua, deve-se considerar o volume de consumo de gua
para banho na residn-
cia, j que, se a gua quente se esgotar, levar tempo para
acu-mular novamente. Neste caso, o ideal contar com um sistema de
aquecimento de apoio, a gs ou eltrico, que ser acionado quando no
houver irradiao solar suficiente. Este sistema complementar faz o
aquecimen-to da gua em dias nublados e no caso de consumo maior que
as reservas de gua durante a noite, por exemplo. Especialistas
garantem que sem o funciona-mento de chuveiros eltricos em uma
residncia a economia na conta de luz pode chegar a 70%. O custo das
adaptaes depende do equipamento utilizado e das especificidades da
edificao. O ideal que o sistema de aque-cimento de gua atravs do
sol seja instalado durante a cons-truo da casa, o que poupa a
necessidade de reformas poste-riores.
J no caso dos sistemas fotovoltaicos para gerao de energia
eltrica, as adaptaes so maiores e mais caras. Mas, dependendo do
desempenho, o sistema da residncia pode at mesmo fornecer energia
eltrica para a rede pblica, quando a gerao maior do que o consu-mo.
Neste caso, a casa dotada de um sistema fotovoltaico funciona como
uma pequena usina gera-dora de energia o que com-pensado na conta
de luz, j que, quando a casa fornece energia para a rede, o
ponteiro do rel-gio de luz correr ao contrrio. Numa casa
autossuficiente que gera toda a energia que consome a conta de luz,
consequente-mente, ser zerada.
Uso do calor do sol para aquecer gua comum no Brasil
leiDe acordo com o Instituto
Agronmico do Paran (IAPAR), Londrina tem em mdia 2,6 mil horas
de sol por ano, o que a tor-na uma cidade bastante ensola-rada.
Desde 2008, existe uma lei municipal que obriga a instala-o de
aquecedores solares de gua em novas construes com mais de 100
metros quadrados de rea construda que tenham mais de dois
banheiros. Porm, a lei s se aplica a construes localizadas em
condomnios fe-chados e novos loteamentos.
Quanto custa?O custo de instalao de co-
letores solares para o aqueci-mento de gua ou gerao de energia
depende das caracte-rsticas de cada residncia, pois podem ser
necessrias adap-taes estruturais. Um aquece-dor solar com
capacidade de reserva de 200 litros de gua custa, em mdia, de
R$800,00
a R$ 1.000,00. Soma-se a este valor o custo da instalao, que
pode variar bastante. O ideal pesquisar antes de fazer a es-colha.
J para a instalao de um sistema fotovoltaico de ger-ao de energia
eltrica para toda a residncia necessrio um investimento de cerca de
R$ 15 mil para abastecer uma casa com um consumo aproximado de 250
kwh/ms, mdia para uma residncia que abriga de trs a quatro pessoas.
Para am-bos os sistemas, a Copel (com-panhia responsvel pela
dis-tribuio de energia eltrica no Paran) no realiza adaptaes nas
residncias, sendo a insta-lao de responsabilidade do proprietrio,
que deve procurar uma empresa especializada. No caso dos sistemas
fotovol-taicos, a companhia monitora a gerao de energia para que o
excedente possa passar rede pblica de distribuio.
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-
Contato com agricultura orgnica transforma vida de
voluntrios
Os aprendizados adquiridos com experincias naturais saem da
agricultura para atingir a vida daqueles que se propem a viver de
maneira sustentvelPaola Cuenca Moraes
A engenheira agrnoma Ma-riana Telles Rocha ainda estava na
graduao quando perce-beu que seus aprendizados na academia visavam
o consumo predatrio dos recursos natu-rais. Quando eu descobri que
a agroecologia e agricultura orgnica eram a metodologia alternativa
de gerar alimentos respeitando todos os elemen-tos envolvidos e,
ainda por cima de forma rentvel, eu passei a entender o que era a
agronomia para mim e ir atrs de mais conhecimento sobre isso,
explica.
Produzir alimentos de forma orgnica produzir sem o uso de
substncias qumicas que possam oferecer risco para a sade humana e a
do meio ambiente. O uso responsvel de solo, gua, ar e respeito das
relaes humanas e animais deve ser prioridade em todas as etapas do
cultivo. O apare-cimento de produtos prontos para serem colhidos se
torna um pouco mais lento, mas a qualidade e sabor so
marcan-tes.
Em busca de conhecimentos prticos sobre o cultivo ecol-gico,
Mariana decidiu realizar seu estgio obrigatrio no se-tor de
Transferncia de Tecno-logia da Empraba Agrobiologia, rgo federal de
estudos do cultivo orgnico, em Seropdi-ca, no Rio de Janeiro. Foi
nesse ambiente que o sutil interesse
pela forma de cultivo se trans-formou em algo mais srio. Fui
convidada para um muti-ro de implantao de sistema agroflorestal no
municpio de Resende, na Vila da Fumaa, numa propriedade de
neorurais - urbanos que esto retornan-do para o rural e l conheci o
Jos Ferreira, agricultor de referncia em agricultura fami-liar.
Pedi para trabalhar direta-
mente com ele em troca de ali-mentao e moradia e alguns meses
depois j estava em sua propriedade..
Mas, no so s jovens re-lacionados s cincias agrrias que acabam
se envolvendo com a prtica sustentvel. O ex-estudante de
Administra-o, Joo Luiz Clementino fazia intercmbio para aprender
ln-gua inglesa na Irlanda quando
ouviu falar do projeto WWOOF (World Wide Oportunities on Organic
Farms). Conheci um brasileiro que havia acabado de sair de uma
fazenda onde trabalhou pelo WWOOF. Me in-teressei na hora! Sempre
tive vontade de conhecer outras formas de se viver e se ali-mentar.
Algum tempo depois fui para minha experincia no campo, relata.
O WWOOF um programa de voluntariado mundial no qual as pessoas
trabalham em pequenas fazendas ecolgicas em troca de alimentao e
mo-radia assim como a agrno-ma Mariana fez com o agricul-tor Jos.
Para ter acesso a rede de organizaes do projeto, preciso pagar uma
taxa vlida por um ano, ao decidir o pas e cidade de destino, o
prprio interessado entra em contato com o dono da propriedade e
combina um tempo de esta-dia, que geralmente dura entre uma e duas
semanas.
Se descobrisse o WWOOF no primeiro dia que pus o p na Irlanda s
teria feito isso. Salvaria muito dinheiro, conhe-ceria muito mais
gente e meu ingls evoluiria muito mais!, lamenta Joo. A experincia
do brasiliense durou apenas duas semanas nas cidades de Gort e
Galway, mas ele garante que o aprendizado cultural e a tro-ca de
conhecimentos valeram mais do que os meses anterio-res no curso de
ingls. Essa experincia abriu minha viso de mundo. Retornei ao Pas e
hoje trabalho com Recursos Humanos na ONU Brasil., re-vela.
J a estadunidense Stepha-nie Stovall descobriu a paixo pelo
voluntariado com um tra-balho voluntrio temporrio em uma fazenda
orgnica de irms episcopais perto de Nova York. H algum tempo
andava
Foto
s: A
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vo p
esso
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Joo acompanhado de duas wwoorfers e o cachorro da propriedade em
Galway
-
descontente com meu trabalho como psiquiatra em um grande
hospital e sentia que precisava me espiritualizar. Quando sou-be
dessa fazenda de irms que recebia voluntrios para aju-dar nos
servios dirios dando abrigo e nos alimentando com produtos
produzidos ali mes-mo, tirei frias e fui em bus-ca de renovao pelo
contato com a terra e pessoas de f, explica.
Aps limpar plantaes, co-lher legumes, cuidar de ani-mais,
cozinhar e aprender a viver sem luxos e facilidades, Stephanie
decidiu largar seu emprego e viajar em busca de experincias
voluntrias seme-lhantes. Passou pelo Mxico, Guatemala e Nicargua.
Tra-balhou com outras fazendas orgnicas at descobrirem sua formao e
a convidarem para atuar em um centro de amparo para mulheres. Por
mais que
eu ame interagir com a natu-reza, a partir desse convite eu
redescobri uma admirao pela minha profisso ao cuidar de mulheres em
situaes de risco ou em conflito com suas vidas, esclarece.
Assim como Stephanie, o contato com situaes reais do cultivo
sustentvel no stio do senhor Jos em Paraty foram suficientes para
que Mariana decidisse retornar ao trabalho anterior com ainda mais
dis-posio. Eu vi o seu Z recu-perando solo com pH1 apenas com
adubao verde, o que se-ria impossvel para muitos dos meus
professores universit-rios. Ele [seu Z] me falou algo muito certo:
cada um tem seu papel e para cada intercmbio feito preciso aprender
a fim de retornar ao local de atuao para desenvolver algo
concre-to. Envolvida com projetos do Ncleo Interdisciplinar de
Agroecologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ), Mariana pretende ex-pandir e divulgar os benefcios da
agricultura orgnica.
J Joo decidiu mudar a rea de seus estudos. No final desse ano
ele prestar vesti-bular para o curso de Cincias Sociais, mas ainda
dar uma pausa para repetir a experin-cia do voluntariado ecolgico.
Viver numa fazenda sem celu-lar, televiso, computador, car-ro,
dinheiro, gente e poluio demais!, afirma. Stephanie re-fora os
benefcios do volunta-riado na agrobiologia: Nesses locais voc
encontra gente com mente aberta, com vises da vida diferentes da
sua e acaba se abrindo para uma realidade nova. uma descoberta
pes-soal feita com a ajuda pessoas incrveis em um ambiente de muita
paz. Vale a pena entre-gar-se a si mesmo!. Mariana ajudando nas
atividades de cozinha em Paraty
Parte da estrutura fsica do stio do s. Joo, no qual Mariana se
hospedou por cerca de um ms
-
UEL e indgenas: uma relao de progressoO nmero de alunos indgenas
na Universidade aumenta, mas ainda h desafios
Isadora LopesDurante sculos o jovem ind-
gena sofreu preconceitos e era im-pensvel a insero dele nos
mei-os acadmicos brasileiros. Hoje, no podemos dizer que isso no
mais acontece, mas vem diminu-indo gradativamente.
Na UEL, existem vagas suple-mentares reservadas para indge-nas
desde 2002, em cumprimento Lei Estadual n. 13134/2001. De 2002 a
2005, foram destinadas a cada ano trs vagas na Universi-dade. De
2006 at 2012 os ind-genas foram contemplados com seis vagas a cada
ano, conforme a Lei Estadual n. 14.995/2006, to-talizando, em dez
anos, 54 vagas. Nesse perodo, seis estudantes concluram os cursos,
distribuin-do-se entre os de Medicina, Jor-nalismo, Servio Social,
Medicina Veterinria e Odontologia. Os da-dos so do estudo publicado
pelos professores da UEL Maria Nilza da Silva e Jairo Queiroz
Pacheco.
Porm, o graduando indgena tem tratamento um pouco difer-enciado
desde o momento do pro-cesso seletivo. O aluno Yago San-tos, do
segundo ano de Jornalismo conta como foi para ingressar na UEL.
O processo seletivo diferen-ciado, denominado Vestibular
Ind-gena e a prova constituda por 40 questes, uma redao e uma prova
oral. O teste realizado em uma Instituio estadual diferente a cada
ano. No ato da inscrio co-locamos como opo trs cursos, mas
escolhemos de fato na hora da matricula, explica o aluno j
ponderando a diferena do vestib-ular regular, onde o candidato faz
a prova direcionada para o curso de seu interesse.
De acordo com Miriam Veigas, aluna do quarto ano de Medicina, a
sua maior dificuldade acom-panhar o restante da sua turma
um desafio desde o incio. Precisa-mos ter uma melhor base de
estu-dos para quando entrarmos no en-sino superior, afirma. A
indgena tambm considera um problema o fato de que o candidato
escolhe um curso sem ao menos saber ex-atamente o que ir estudar e
qual ser o futuro profissional.
Por isso Miriam, admira o tra-balho da CUIA Comisso
Uni-versidade para os ndios, que no primeiro ano do ingresso,
apre-sentando as diferentes opes de
curso para que ento o aluno faa a escolha. Entre as funes da
Comisso, esto: realizar reunies mensais para discutir e acom-panhar
pontualmente os assuntos pertinentes aos estudantes ind-genas, como
o controle da fre-quncia mensal dos estudantes, o pagamento de
bolsas, apoio da FUNAI nos assuntos relacionados educao superior,
entre outros pontos.
No cenrio nacional, de acor-do com o Ministrio da Educao
(MEC), em 2011, eram 3.540 ind-genas entre os 1.773.315
matric-ulados no ensino superior pblico (na esfera privada, os
nmeros ainda no esto consolidados), ou seja, um indgena a cada 500
alunos. Segundo estudos, as di-ficuldades em todas as
universi-dades do pas que contam com alunos indgenas so as mesmas
das citadas por Yago e Miriam: a dificuldade em acompanhar o res-to
da turma, o choque cultural e a dificuldade financeira.
Na opinio de Miriam e Yago, a bolsa na UEL deveria ser maior. Ns
recebemos em torno de R$ 650. Se tem filho dependente, esse valor
sobe para R$ 950. Ainda no suficiente para se manter na cidade,
afirma Miriam.
Apesar de todas as adversi-dades, o nmero de indgenas sobe a
cada ano. Hoje a UEL con-ta com mais de trinta estudantes, das
etnias Kaingang e Guarani, distribudos nos mais variados
cur-sos.
Reunio da Comisso Universidade para ndios, da UEL
Gis
ele
Rec
h
-
O reciclador batalha todos os dias com o carrinho de reciclagem
de mais de cem kilos para conseguir dar o melhor para sua
famlia
Milliane LauizeNascido em Pernambuco, Joo
Pedro da Silva, ou Z Pedro como conhecido, de 64 anos, percorre
todos os dias em mdia uns cinco quilmetros da sua casa at o seu
trabalho. Reciclador h quase 40 anos, Z Pedro encontrou o seu ganha
po nas ruas de Londrina. Alm de ser um modo de viver, ele tambm
cumpre o seu papel como cidado: ajuda a cuidar do meio ambiente
atravs da reciclagem. Com isso, Z Pedro descobriu um novo estilo de
vida, encontrou o amor e tambm recebeu a admi-rao dos companheiros
de traba-lho.
O reciclador chegou juntos com os seus pais no Paran quando
ainda era crianaem busca de no-vas oportunidades. A possibilida-de
de trabalho era bem maior aqui no norte do pas e por isso meus pais
vieram trabalhar com colhei-ta de algodo. No comeo sofre-mos
bastante e quase chegamos a passar fome, conta. Enquanto os pais
trabalhavam na roa, ele e seus seis irmos cuidavam do stio em Santa
Ceclia do Pavo, crian-do porco e chegaram a ter quase 50 cabeas de
porcos para vender. Depois de perder os seus pais e seus quatros
irmos, Z Pedro fi-cou com um irmo que reside em So Paulo, mas
atualmente eles tm pouco contato.
Z Pedro nem sempre foi re-ciclador, ele trabalhou 16 anos como
guarda noturno no Parque Arthur Thomas. A sua vida mudou
radicalmente logo aps ter sido mandado embora da vigia, e foi
trabalhar para uma cooperativa de reciclagem. Foi quando
descobriu que poderia ganhar mais dinheiro se trabalhasse por conta
prpria. Ganhei de um conhecido uma su-cata com carrinho e oito
motores para prensa. Os motores eu vendi e minha vida comeou a
mudar, pontua. A partir daquele dia, a fa-mlia pode dar uma
aliviada das contas e at mesmo fazer uma compra no supermercado, j
que
trabalhando sozinho, o reciclador no precisaria mais dividir o
que ganhar no dia e tambm pode comprar o seu prprio carrinho.
Um tmido romntico, Z Pe-dro conheceu sua esposa, Mareli Caetano
quando ela era moradora de rua e era maltratada pela vizi-nhana. A
sua famlia a princpio no aceitou a unio do casal e apontavam eles
sendo incapaz de sustentar uma criana. Casado h
quase 20 anos, o reciclador tem um filho chamado Matheus de 15
anos. Ele mora com sua esposa, filho e as enteadas no Jardim
Cris-tal, prxima da sada para Curitiba em um apartamento
habitacional. Z Pedro paga 25 reais por ms na prestao, mas tem a
inteno de comprar um terreno para poder guardar sua mercadoria e
seu car-rinho. Se eu tivesse um espao que eu pudesse deixar minhas
coi-
sas, com certeza eu ganharia mais dinheiro. O meu carrinho eu
deixo em ferro velho de um amigo que compra minha sucata, conta
Z.
A recompensa pelo seu traba-lho vem toda semana, sua mdia fica
entre 80 a 100 reais. J que Z Pedro e a esposa no so aposen-tados,
a sua nica renda mensal est na sua disposio para tra-balhar. J
cheguei a trabalhar at doente. Quando eu era solteiro, eu era
apenas uma pessoa. Mas, agora que sou casado, eu tenho que me
responsabilizar por duas pessoas, comenta. Quem pensa que carregar
o carrinho fcil est enganado, somente ele pesa 150 quilos, sem
contar a sucata. J cheguei a carregar 180 quilos de sucata. O
pessoal sempre comen-ta que no sabe como eu aguento andar com tanto
peso, mas tam-bm, tem noites que eu no dur-mo direito com tanta
dor, conta.
Z Pedro no pode se machu-car e tem que estar com a sade em dia.
O senhor de meia idade percorre todos os dias a cidade com um
carrinho nas costas a pro-cura de sucata. Com bom humor e sorriso
no rosto, o reciclador tem muita disposio para cumprir sua meta
diria. Como um bom pai de casa, Z Pedro tem o objetivo de cuidar da
famlia e no deixar fal-tar comida na mesa. Mas no fim, nada abala o
reciclador, que pos-sui um nico pensamento, Tenho que deixar tudo o
que tenho para o meu filho Matheus, tenho que dar o melhor para
ele. por ele que eu trabalho e me esforo, fi-naliza.
Z Pedro chega a carregar mais de 150kg de sucata em seu carrinho
pela cidade
Mill
iane
Lau
ize
Z Pedro: se eu te contar minha vida, ela d um poema
-
(i)Mobilidade UrbanaCom Londrina saturada de carros, a cidade
precisa apresentar alternativas para melhorar o ir e vir da
populao
Rafael Gratieri e Yudson Koga
Metade do transporte no mundo realizada por carro. Se essa
evoluo persistir, em 2050, os deslocamentos feitos por au-tomveis
chegaro a 70%. A concentrao de pessoas nas cidades corresponder
tambm a 70% da populao mundial. Esses dados so fornecidos pelo
Planeta Sustentvel, publicao de responsabilidade da Editora Abril.
Hoje, 84% da populao no Brasil encontra-se nos cen-tros urbanos.
Com tanta gente tentando se locomover ao mes-mo tempo e em uma
velocidade frentica, fica difcil andar meio metro dirigindo um
carro. J no d mais: o mundo precisa de al-ternativas para sair do
lugar - e sem prejudicar o meio ambiente.
Qual a semelhana, ento, entre cidades brasileiras como Curitiba
e Goinia com mais de 160 cidades mundo afora? A res-posta est no
Bus Rapid Transit, mais conhecido como BRT. A sigla representa um
meio de transporte que rene algumas das melhores caractersticas de
outros tipos de locomoo, como o metr. Estaes fixas, embarque em
nvel, pagamento da passagem antecipado e ve-culos mais longos que o
normal so algumas das peculiaridades dos BRT.
Londrina tambm vai aderir a esse transporte. Em maro de 2013, a
cidade recebeu R$174 milhes do Projeto de Acelera-o do Crescimento
(PAC-2) do governo federal. De acordo com Joo Ulisses Lopes,
diretor de
trnsito do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de
Lon-drina (IPPUL), o novo sistema ir trazer grandes contribuies:
vai ser uma nova forma, um novo modelo, um novo formato, de
transporte urbano coletivo. Vai trocar o transporte conven-cional
usado h muitos anos por um transporte moderno, de uma metrpole. A
princpio meio modesto, com 24 km apenas. a distncia que voc
atravessa a cidade no sentido leste-oes-te (Avenida Leste-Oeste) e
no sentido norte-sul (Avenida Dez
de Dezembro). So 13 km num sentido e 11 no outro. o su-ficiente
pra voc atravessar o permetro urbano do municpio.
Para atender o novo mode-lo de transporte coletivo, sero
construdos mais dois terminais e 25 estaes. O Plano de Mo-bilidade
Urbana prev tambm, alm da implantao do BRT, a duplicao de vias, a
criao de ciclovias e de marginais na BR-369. A estimativa de que a
as obras sejam finalizadas em cin-co anos, sendo os dois primeiros
anos voltados para a elaborao
do projeto, e os outros trs para a execuo das obras. O BRT uma
alternativa pra voc direcio-nar a populao a usar mais o transporte
coletivo do que o pr-prio veculo, explica Lopes.
Outra alternativa de trans-porte menos prejudicial ao meio
ambiente a bicicleta. Muitas cidades pelo mundo j possuem uma
expressiva porcentagem de pessoas que utilizam esse meio como
principal forma de locomoo. Copenhague, capi-tal da Dinamarca, por
exemplo, j apresenta 37% da populao
indo para o trabalho, escola e universidade de bicicleta.
Segundo dados da Associa-o Nacional de Transportes P-blicos
(ANTP), no Brasil apenas 1% dos deslocamentos so fei-tos a pedal, o
equivalente a 700 mil viagens dirias. Em Londri-na, a proposta do
Plano de Mo-bilidade Urbana de aumentar a rede de ciclovia. Ns
temos uma perspectiva de aumento de at 100 km de ciclovia. a nos-sa
inteno, no digo que sero feitos. Hoje ns temos quase 20. So 17 km
sendo usados, expe
Londrina no foi projetada para comportar um nmero to elevado de
carros, mas esse nmero tem se elevado ao longo dos anos
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-
Lopes. Dessa forma, a inteno tambm estimular o transporte no
motorizado.
Ainda de acordo com Lopes, a cidade de Londrina no foi
pro-jetada para comportar um n-mero to elevado de carros, mas esse
nmero tem se elevado ao longo dos anos. Dados do De-partamento de
Trnsito do Para-n (DETRAN/PR) constatam que a quantidade de
automveis em Londrina saltou de pouco mais de 100 mil, em 2000,
para apro-ximadamente 166 mil em 2010 (ver infogrfico). Hoje
existe
uma facilidade muito grande para se comprar automvel. Essa uma
competio muito forte com o transporte coletivo. A nossa misso
justamente re-verter esse quadro, comenta o Diretor de Trnsito do
IPPUL.
Calades e caladas mais largas, alm de rotas mais segu-ras - com
boa sinalizao e fai-xas de pedestres nas ruas, por exemplo -
estimulam as pessoas a andar. Isso significa que, com mais gente se
locomovendo a p, o nmero de carros na rua pode ser menor. Em Nova
York,
o prefeito Michael Bloomberg ampliou o tamanho das cala-das na
regio da Times Square e melhorou a sinalizao. Com isso, o nmero de
pedestres na rea aumentou 11% e diminuiu 63% dos acidentes. Para
Joo Ulisses Lopes, tem que conciliar tanto o volume de carro quanto
o volume de gente. Por isso tem os calades. Sem eles, voc imagina
como seria aquele volu-me de gente andando em duas caladas de trs
metros?.
Nem s de alargamento de ruas e caladas vive a mobili-
dade urbana. Criar um viaduto, por exemplo, pode ser uma das
solues para conter um grande fluxo de carros, mas ainda assim uma
medida pontual e a curto prazo. A gente pode at por um viaduto ali,
mas depois de seis meses j est tudo complicado de novo. Porque no
tratamos o entorno da cidade. Voc tem que traar as rotas de
caminhos al-ternativos na cidade seno voc no consegue resolver
aquele problema, explicita Lopes.
Enquanto o planejamento ur-bano de uma cidade realizado
ao longo do tempo, e a BRT e as ciclovias no ficam prontas, h
medidas mais rpidas que podem ser praticadas para fa-cilitar e
melhorar a mobilidade de carros e pessoas, como o incentivo
caminhada, o mape-amento das opes de transpor-te e a priorizao do
transporte coletivo. A unio desses fatores contribui para a
melhoria da qualidade de vida de uma popu-lao, alm de ser essencial
para o meio ambiente, j que reduz o uso de combustveis, a poluio
sonora e a atmosfrica.
Os calades contribuem para uma melhor locomoo daqueles que
preferem andar a p
Veculos Automotores Registrados em Londrina no perodo de
2000/2010
2000101.351 1.444 24.003
2005131.264 1.505 39.682
166.738 1.720 61.031 2010
DADOS: Departamento de Trnsito do Paran DETRAN/PR Anurio
Estats-tico 2008, dados de 2009 e 2010
ndice de motorizao de Londrina
=2005
1 CARROpara cada 2,6 PESSOAS
=2009
1 CARROpara cada
1,91 PESSOASDADOS: Plano Diretor Participativo de Londrina de
2008
Arte
: Yud
son
Kog
a
-
Legislao, fiscalizao e cooperao: como fica o meio ambiente?
A preservao ambiental frente aos impasses
internacionaisAna Maria Simono
Vamos perdoar aquela gente que no soube enxergar um pou-quinho
na frente e secou tudo at a ltima fonte... queimou a flores-ta,
matou a semente diz a banda brasileira Engenheiros do Hawaii na
cano Cinza, composta por Carlos Maltz.
A msica, que j comea com a expresso o mundo teu, teu umbigo, no
tece uma crtica ape-nas ao modo como se tem lidado com a questo
ambiental, mas prpria individualidade humana. O mundo assiste todos
os anos ao impasse de pases que no conse-guem chegar a um acordo
interna-cional sobre as medidas que devem ser tomadas para a
preservao do meio ambiente porque esto mais preocupados com a
propriedade, com a produtividade e com a so-berania de seus prprios
territrios na disputa capitalista.
Falar em sustentabilidade e preservao ambiental virou moda. Ser
sustentvel termo de destaque em palestras, deba-tes, ensaios.
Pessoas de diferentes reas do planeta se renem para discutir
desmatamento, poluio, efeito estufa, aquecimento global. Quem
parece no se importar com a causa de imediato tachado e excludo do
grupo. Mas se ativis-ta, j faz parte do gueto. ONGs e associaes
passaram a levan-tar a bandeira contra a destrui-o do meio
ambiente, empresas comearam a adotar posturas que se adequassem ao
novo conceito - e, bvio, trataram de estampar o lema verde em seus
anncios publicitrios.
E no que as aes desses grupos sejam ineficientes ou total-
Londrina
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mente arbitrrias. Refletir sobre o problema parece a melhor
forma de comear a enfrent-lo. H as-sociaes bastante ativas que tem
contribudo para a conscientizao e a preservao do meio ambiente.
Mas, a mbito internacional, o que tem sido feito efetivamente? Qual
a situao dos acordos firmados entre os pases? Como feita a
fis-calizao? Quem vai pagar a conta e arcar com a responsabilidade
no
final?Existem hoje mais de 250 tra-
tados sobre o meio ambiente es-palhados pelo mundo, mas as
polticas, restries e aes de fiscalizao ainda so muito ds-pares
entre os pases. De acordo com dados da Federao Interna-cional de
Transportes publicados pelo Worldwatch Institute, 70% do total de
toneladas transporta-das mundialmente pela frota mer-
cante esto nas mos de pases desenvolvidos, sendo que 67% disso
transportado segundo uma prtica de convenincias no sen-tido de
determinaes e fiscaliza-es ambientais s embarcaes nos portos. Isso
porque em locais como o Panam, por exemplo, o controle sobre o
despejo martimo mnimo.
A tnica principal da efetivi-dade das normas internacionais
Em Londrina, a Secreta-ria Municipal do Ambiente (SEMA),
instituda atravs da Lei n 8677, de 26 de dezem-bro de 2001, atua na
fiscali-zao ambiental com o intuito de coibir crimes contra o
meio
uma vontade de os Estados coo-perarem entre eles, destaca o
professor doutor Guido Soares no livro Direito Internacional do
Meio Ambiente.
Para a ambientalista Carla Lima, cooperao fundamental: o impasse
entres os interesses de pases significativos na esfera Glo-bal tem
se tornado um entrave causa ambiental.
O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e efetivado apenas a
par-tir de 2005, que visava estabelecer metas de reduo para emisso
de gases-estufa na atmosfera, foi prorrogado at 2020, mas os
Es-tados Unidos e a China - respons-veis pela emisso de mais de 40%
desses gases - relutam em se res-ponsabilizar legalmente. Os EUA no
assinaram o acordo, e a China no obrigada a cumpri-lo, j que faz
parte dos pases emergentes.
A Conferncia das Naes Uni-das sobre Desenvolvimento Sus-tentvel,
Rio+20, em 2012, no obteve resultados efetivos porque as duas
maiores potncias mun-diais no conseguem conciliar seus interesses
econmicos com as res-ponsabilidades e compromissos ambientais.
No Brasil, existe uma legislao ambiental, e o problema est na
fiscalizao. A legislao brasileira dura, e as multas aumentaram em
quase 20 vezes nos ltimos anos, mas ainda falta controle,
fiscalizao, destaca a ambienta-lista.
De acordo com dados do Minis-trio do Meio Ambiente, em 2000
foram contabilizadas mais de 20 mil infraes ambientais no pas que
somaram 758 milhes de re-ais, contra pouco menos de 9 mil autos em
1999. Para Carla Lima, ainda no suficiente ainda falta muito, em
termos de conscientiza-o e de fiscalizao, admite.
ambiente e de agir junto recupe-rao de reas degradadas.
"Hoje a principal dificuldade o nmero reduzido de fiscais, que
nem sempre conseguem atender demanda apresentada", reve-la a
responsvel pela Secretaria, que tambm destaca: "a popula-o
fundamental na questo das denncias de crimes ambientais".
Mas, de acordo com a res-ponsvel pela SEMA, em Lon-drina, as
atividades no se restringem fiscalizao am-biental e contemplam
inclusive a recuperao de fundos de vale, de mata ciliar,
gerencia-mento de resduos da constru-o civil e plantio de rvores na
rea urbana.
-
O que fazer com medicamentos em desuso?Londrina pioneira em lei
reversa de medicamentos
Adriana GallassiO que fazer com os medicamen-
tos vencidos ou em desuso, ainda no algo totalmente claro para a
maioria da populao. As pessoas, independente do nvel social, jogam
na pia, no vaso sanitrio, na varan-da, enterram ou colocam em saco
plsticos e descartam em rios e la-gos, o que observou a professo-ra
doutora Lzara Caramori em um estudo de campo que realizou em
Londrina.
Isso preocupante porque, se-gundo Lzara, vrios estudos
de-monstram a presena de produtos farmacuticos na gua porque eles
no so totalmente removidos nas Estaes de Tratamento de Esgoto
(ETE). Alm disso, a Agncia de Pro-duo Ambiental dos EUA fez uma
pesquisa na qual constatou que a maior parcela de contaminao do
meio ambiente com medicamentos no originria de operaes de
fa-bricao, e sim do uso e aes de consumidores.
O Brasil ainda no dispe de uma legislao especfica para o
descar-te, recolhimento, transporte e des-tinao ambientalmente
adequada dos resduos domiciliares de medi-camentos. Londrina e o
estado do Paran so considerados pioneiros nesse sentido, pois j
possuem leis que regem o assunto desde 2012.
Em Londrina, a Lei Municipal n 11.487 de 23 de fevereiro de
2012, promulgada antes da Lei Estadu-al, criou o Programa Municipal
de Medicamentos em Desuso. Este designa responsveis pela coleta e
recebimento de medicamentos, seja de uso humano ou veterinrio, no
utilizados, vencidos ou inservveis, para descarte e destinao
final.
De acordo com a lei a respon-sabilidade de empresas
fabrican-tes, importadoras, distribuidoras ou revendedoras de
medicamentos.
VantagensA
dria
na G
alla
ssi
O volume de resduos domiciliares de medicamentos no Brasil em
torno de 4,1 mil e 13,8 mil toneladas por ano, segundo uma pesquisa
da Unicamp de 2013
Elas tambm devem prestar servio de assistncia aos
estabelecimentos que comercializam e distribuem os produtos como
farmcias, farm-cias de manipulao, postos de sa-de, hospitais,
laboratrios, consul-trios odontolgicos e veterinrios, por
exemplo.
A lei determina tambm que qualquer estabelecimento que
co-mercialize ou distribua gratuitamen-te medicamentos ficam
obrigados a aceitar a devoluo dos remdios vencidos, usados ou
inservveis, cujas caractersticas sejam simila-res a dos vendidos ou
distribudos no local. Isso significa que todos os estabelecimentos
devem receber os resduos de medicamentos de uti-lizao domstica,
mesmo sem a comprovao de que foi adquirido nele.
Alessandra Brando, farmacu-tica tcnica responsvel da Unifil
Farma, conta que j houve casos de institutos de sade, que entram no
rol dos obrigados a receber medica-mentos e dar a destinao correta
a esses resduos, procurarem a farm-
cia para encaminhar medicamentos vencidos. Na verdade eles
preci-sam ter um plano de gerenciamento desses resduos. H um custo
para fazer a destinao correta e no nossa obrigao arcar com os
res-duos deles. Recebemos os medica-mentos domsticos, da
comunida-de, destaca ela.
A lei municipal tambm indica que os resduos de medicamentos
precisam ser armazenados de forma segregada segundo as normas
am-bientais e de sade. Estas tambm devem ser seguidas para a
coleta, transporte e armazenamento. Po-rm, isso no especificado
passo a passo no documento. Na verdade, a lei destaca o que no pode
ser feito, como: jogar ou queimar o resduo sem tratamento a cu
aberto; lan-ar em terrenos baldios, em redes de drenagem de guas
pluviais, em esgotos e etc; descartar em aterros sanitrios que no
sejam o tipo Clas-se I, que para resduos perigosos. Alessandra
explica que os resduos devem ser incinerados e depois se-rem
destinados em aterro Classe I.
A biloga, Lzara Caramori, uma das principais responsveis pela
ela-borao da lei municipal, destaca que ela importante porque o
des-carte incorreto de resduos de me-dicamento causam danos ao meio
ambiente e, consequentemente, aos seres humanos. Isso uma ques-to
que preocupa muito, porque na maioria das vezes lanado pela gua e
tem bastante anti-inflama-trio, antibitico e hormnios, que so da
classe dos persistentes. Essa gua que vai para o solo, subsolo, ela
retorna para as nossas casas, para as nossas torneiras e ns
be-bemos, ressalta.
Ela ainda destaca que segundo a literatura sobre o assunto, esse
des-carte errado dos resduos de medi-camentos tem aumentado
significa-tivamente as mutaes, as selees de microorganismos, a
feminizao dos peixes, as perturbaes no sis-tema hormonal dos seres
humanos, a infertilidade masculina, alm de representar um grande
potencial cancergeno, principalmente do cn-cer de mama, testculo e
prstata.
Como o resduo de medicamentos deve
ser separado?
Nas farmcias j comum encontrar locais destinados para esse
descarte. Segundo Alessandra Brando, far-macutica, o resduo de
medi-camento e separado em trs:
1. Os medicamentos slidos, como drgeas, com-primidos e
cpsulas
2. Os medicamentos pastosos, como pomadas e cremes
3. Os medicamento lquidos, como solues, xa-ropes e sprays
Na hora de separar em casa deve-se levar em consid-erao algumas
observaes da farmacutica.
os comprimidos no de-vem ser retirados da embal-agem, isso
porque o contato do medicamento pode con-taminar o recipiente que o
armazena, impossibilitando a reciclagem desse material;
os medicamentos lqui-dos devem ser descartados nos frascos
originais, inclu-sive as caixas que os acondi-cionam e as bulas
devem ser descartadas junto com o produto qumico, porque h grande
possibilidade de acon-tecer vazamentos do remdio e isso tambm o
contamina e impossibilita a reciclagem;
destinar papel, plstico e vidros contaminados com a qumica do
medicamento para a reciclagem, contamina todos os itens que forem
reciclados junto, o que gera um problema maior para o meio ambiente
e para os seres humanos.
-
Construes sustentveis
Medidas ecologicamente corretas sero obrigatrias num futuro
prximo
Nathalia CorsiUso racional da gua, eficincia
energtica e preferncia por mate-riais ecologicamente corretos
esto entre os principais fatores que de-finem uma construo
sustentvel, conceito que vem sendo difundido no Brasil nos ltimos
anos. A constru-o civil um dos mais importantes setores da
economia, com destaque para as reas de moradia, comrcio, servios e
infraestrutura. No entanto, este setor caracteriza-se tambm por
consumir recursos naturais e gerar resduos em grande escala. A adoo
de prticas sustentveis pode redu-zir esses impactos ambientais. Uma
vez que contribuem na valorizao dos empreendimentos e revelam-se
uma necessidade para o futuro, as solues amigas da natureza so
crescente preocupao e alvo de in-vestimentos.
CertificaoAo olhar para um prdio certifi-
cado, no possvel enxergar logo de cara os benefcios ambientais
que ele agrega. Nem sempre h di-ferena aparente em relao a uma
construo convencional. A est a importncia da certificao - ela que
permite o conhecimento das medidas sustentveis que esto
in-corporadas no edifcio, garante o consultor ambiental Caio Dalla
Zana. O tipo de material utilizado no mer-cado da construo verde,
por exem-plo, precisa tem uma porcentagem significativa de contedo
reciclado (concreto reciclado, plstico recicla-do, etc.). Outro
critrio que no pode ser dimensionado pela simples ob-servao do
edifcio o uso de ma-teriais regionais. Comprando-os num
raio mximo de km, evita-se a po-luio por transporte. Alm disso,
h materiais que possuem substncias txicas que interferem na
qualidade interna do ambiente, dimenso que tambm avaliada para a
obteno das certificaes existentes.
Para atestar o comprometimento sustentvel empregado nas
edifica-es, existem vrios tipos de selo. O LEED (liderana em
energia e design para o meio-ambiente) a certifica-o de maior
reconhecimento inter-nacional e a mais utilizada no Brasil. A
certificao LEED avalia diferentes dimenses das edificaes e dada em
vrios nveis. Ela baseia-se em prticas obrigatrias e recomenda-es
que, quando atendidas, garan-tem pontos edificao. A certifica-o
promovida pelo Green Building Council, organizao originalmente
americana que hoje tem conselhos nacionais em todo o mundo. O
su-cesso do conselho brasileiro, que atua desde 2007, est expresso
na quarta posio ocupada pelo pas no ranking que afere o nmero de
edi-ficaes em processo de certificao em cada localidade do globo.
Dada a importncia do Brasil no ramo, a edio 2014 do Congresso
Mundial do World GBC ser realizada em So Paulo no ms de agosto.
Economia Em relao a custos, adotar me-
didas sustentveis pode ser muito vantajoso, se forem
considerados os gastos operacionais do edifcio, con-forme explica
Caio Dalla Zana. Se voc pretende um nvel de certifica-o mais alto,
vai ter que adotar mais tecnologias e por isso ter um custo maior
do que o de uma construo
convencional, afirma Zana, fazendo a ressalva: Se pensarmos na
vida til do edifcio e compararmos os gastos operacionais que podem
ser reduzi-dos, como a conta de gua e energia por exemplo, o custo
final fica me-nor. No mercado de construo ver-de, as edificaes so
avaliadas des-de o projeto at as condies de uso. A inteno do prdio
sustentvel que a soma do valor da construo e o da operao seja mais
barata, para que o usurio seja beneficiado. Da-qui a 50 anos, a
energia e a gua vo estar muito mais caras, ento quem tiver um
edifcio econmico vai estar em vantagem, conclui.
Estratgias usuais Segundo Caio Dalla Zana, um
dos requisitos para uma edificao ser considerada sustentvel que
o projeto de paisagismo tenha como objetivo o consumo mnimo de gua.
Para cumprir tal proposta, dada preferncia s plantas nativas, j que
plantas exticas precisam de maior quantidade de gua. Utilizar gua
de reuso para a irrigao tambm uma medida comum. No se deve usar gua
do sistema de abastecimento na irrigao e deve-se evitar que ela
seja feita por asperso, recomenda Zana. Ainda pensando na reduo do
consumo de gua, usar tornei-ras economizadoras uma estrat-gia
eficaz. Os modelos que possuem temporizadores esto sendo muito
usados. O consultor recomenda, ain-
da, a utilizao da gua de reuso em vasos sanitrios.
Se o intuito for racionalizar ener-gia, utilizar materiais que
refletem o calor pode ser uma boa pedida. Isso vale para os vidros
das janelas e para as tintas, por exemplo. Optar por um ar
condicionado eficiente e que eco-nomize energia outro investimento
importante, que est diretamente relacionado qualidade do ar. Mui-ta
coisa vai influenciar na eficincia energtica do edifcio: a posio
dele, a disposio das janelas, o tipo de ar condicionado, o tipo de
envoltrio usado, o dimensionamento da fia-o eltrica, entre outros
detalhes, esclarece Zana. Muitas estratgias podem ser adotadas sem
deixarem
Em fevereiro de ficou pronta a atual casa do professor e qumi-co
Julio Alves Marques. Ele conta que atrasou a construo em seis meses
para se dedicar ao projeto da casa, baseado em princpios da
sustentabilidade. No d pra ficar s no discurso, pondera. O im-vel
conta com reservatrios que possibilitam o reuso da gua e a captao
da gua da chuva, alm de sistema de aquecimento solar e iluminao
natural. O profes-sor afirma que existem recursos simples que
poderiam ser melhor aproveitados pelas pessoas: so coisas fceis de
se fazer e que trazem um retorno positivo, deve-riam ser padro para
todo mundo. Como exemplo de atitude que po-deria ser assumida por
mais gen-te, Julio cita as clulas solares que colocou no jardim -
noite, o meu jardim fica todo iluminado e s com luz solar.
A economia de gua e energia conquistada por Julio um resul-tado
prtico que chama ateno. A casa sustentvel em que o profes-sor mora
com a mulher e com os dois filhos adolescentes tem 580 metros
quadrados e, apesar da rea acima da mdia, as contas de gua e luz so
proporcionalmen-
te baixas. A fatura mensal relativa energia eltrica gasta no
passa de R$180 e a da gua tem atingido o valor mdio de R$110. O
Coloco tudo na ponta do lpis; tenho uma planilha em Excel com
minhas des-pesas e sei que todo o investimento
que fiz em termos de aquecimento solar e reservatrios de gua se
pagou em 1 ano e 8 meses, avalia o proprietrio. A economia gerada
alivia o bolso e bom exemplo para os filhos, ajudando a criar
ne-les a conscincia de que os bens naturais no so eternos.
A famlia no dispensa o con-forto, mas mantm uma postura de
preocupao com o meio am-biente, evitando desperdcios. A gua da
piscina, ao ser trocada, ao invs de ser jogada fora, como se v
normalmente, reutilizada em atividades que no requerem gua potvel,
como a rega do jardim e a lavagem da calada. A piscina aquecida,
assim como os chuvei-ros e as torneiras da casa, a partir de
energia solar.
As medidas sustentveis no encareceram a obra. Segundo o
professor, hoje, existe tecnologia acessvel e de qualidade no
mer-cado. As placas solares, por exem-plo, so de fabricao regional
- tem gente que compra importadas ou opta por marcas extremamente
conhecidas no mercado, mas te-mos empresas excelentes que tm essas
placas mais baratas e to boas quanto placas de renome, observa.
Economia no bolso e exemplo para os filhos
A diminuio das despesas e a conscincia ecolgica adquirida pelos
filhos so retornos que provam ter valido a pena os investimentos
feitos na construo da casa da famlia
Rep
rodu
o:
Fol
ha d
e Lo
ndrin
a
-
ENERGIA SOLAR
A instalao de placas de clula fotovoltaica permite a reteno da
radiao solar que pode ser utilizada para ligar aparelhos eltricos e
lmpadas.
LUZ NATURAL
O bom projeto deve aproveitar ao mximo a luz natural com
materiais transparentes, vos, brises, persianas e espelhos. Tente
deixar grandes janelas ou fachadas de vidro voltadas para o sul,
onde os raios incidem com menor intensidade.
COR / FACHADA
A cor da fachada influi na temperatura interna. Tons claros
absorvem menos calor e, portanto, evitam o uso de ar condicionado.
Cheque se a tinta no libera resduos txicos. A instalao de brises
tambm reduz a incidncia do sol no interior do imvel.
JANELA / VENTILAO
O posicionamento das janelas, de modo que o ar consiga circular
livremente por todos os cmodos, mantm o conforto ambiental dentro
da casa.
REUSO DA GUA
O resfriamento da casa apenas uma das vantagens da absoro da gua
da chuva. Ela ainda pode ser utilizada para limpeza de caladas e
garagens, lavagem de carros, descargas de vasos sanitrios e irrigao
do jardim.
JARDIM
Os jardins especialmente os internos melhoram a qualidade e a
circulao do ar pelos ambientes. Prefira espcies locais, j adaptadas
ao clima da regio, o que reduz a necessidade de regas extras.
ESTRUTURA / VIGAS
O mercado de construo j dispe de produtos feitos com ao,
plstico, alumnio e outros materiais reciclados. Quanto madeira, o
ideal que se usem as de manejo florestal como as atestadas pelo
Florest Stewardship Council (FSC), reconhecido pelo LEED.
de estar em conformidade com o oramento da obra, desde que haja
um afinado planejamento. O de-sempenho e o custo das edificaes no
so definidos na etapa de cons-truo, os problemas so resolvidos no
projeto, pontua Erclia Hitomi Hirota, professora do Departamento de
Construo Civil da Universidade Estadual de Londrina.
ObrigatoriedadeEm outros pases a conscientiza-
o das pessoas em relao s pr-ticas sustentveis est muito mais
avanada. No Brasil, a efetiva apli-cao de medidas ecolgicas
parece estar mais atrelada a regulamentos que sejam punitivos. A
professora da rea de Construo Civil, Erclia Hirota, cita o problema
dos resduos de obras como exemplo. Segundo ela, os resduos s
passaram a ser colocados em local adequado gra-as a uma resoluo do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Cona-ma), que prev multa em
caso de descumprimento. Enquanto estava s na lei e no conseguiam
rastrear
os caminhes que estavam levando o resduo para locais
irregulares, no valeu; precisaram comear a multar para a regra
funcionar, comenta e declara-se favorvel ao emprego das multas - em
outros pases a gente no v isso, mas aqui necessrio para as coisas
acontecerem.
Caio Dalla Zana afirma que as prprias certificaes devem
tornar-se obrigatrias. As edificaes vo ter que ser sustentveis e vo
pre-cisar comprovar de que maneira so sustentveis, atravs de alguma
cer-
tificao, opina e completa daqui h algum tempo, todo edifcio vai
preci-sar ter um nvel de qualidade mnimo, que considere a
sustentabilidade; essa tendncia s deve aumentar. O consultor
ambiental aposta no selo Procel Edifica, elaborado em parce-ria
pelo Inmetro e pela Elotrobrs e cuja obrigatoriedade j est
prevista. A ideia que, at 2030, todos os prdios brasileiros sejam
obrigados a exibir uma etiqueta de eficincia energtica semelhante
quelas que estampam, hoje, os eletrodoms-
ticos. Cada imvel ser avaliado e receber um grau de eficincia
ener-gtica que varia de A a E (do mais at o menos eficiente). O
detalhe importante que esta exigncia no ser somente para as novas
cons-trues as antigas sero tambm sero obrigadas a se adaptar para
receber o selo. Colocando mostra as informaes referentes aos gastos
com energia eltrica de cada edifcio, a certificao pretende ser uma
for-ma de comparao que ir auxiliar a escolha de futuros
compradores.
Arte: Felipe Komarchesqui
-
Carol Ferezini eVanessa Tolentino
O estado do Paran tem mais de 150 espcies de sua fauna ameaadas
de extino, dentre elas, 44 mamferos, o que representa mais de 20%
das espcies que vivem no es-tado e 69 aves, quase 9% do total das
espcies. Os dados so do Livro Vermelho da Fau-na Ameaada no Paran,
divul-gado pelo Instituto Ambiental do Paran (IAP) em 2004 e com os
dados de mamferos atualizados em 2010.
Em comparao com a pri-meira pesquisa, foi verificado que mais 12
mamferos entra-ram em perigo, um aumento de 37% no intervalo de
seis anos. Um nmero que acabou por constatar uma espcie
re-gionalmente extinta, a pregui-a-comum.
De acordo com Mauro Brit-to, agente profissional e bi-logo do
IAP, alguns critrios e categorias estabelecidos so utilizados para
considerar que um animal foi extinto ou est em perigo. Aplica-se no
so-mente as recomendaes in-dicadas pelo rgo mximo da metodologia de
confeco de listas de espcies ameaadas, a IUCN (International Union
for Conservation of Nature), mas tambm a orientao de colaboradores
do corpo tcnico da Species Survival Commis-sion da IUCN e de seu
parceiro institucional, o Conservation International, que
contem-
plam algumas categorias de ameaas, como regionalmente extinta
(RE), criticamente em Perigo (CR), quase ameaada (NT), entre
outras, explica o bilogo.
Entre as 44 espcies de ma-mferos ameaadas, oito es-to na
categoria criticamen-te em perigo, dentre elas o tamandu-bandeira e
a ona--pintada. Em perigo esto sete espcies, como a anta e o
mico-leo-da-cara-preta.
Na mais recente lista, seis espcies sofreram um aumen-to de
categoria, ou seja, esto em situao de maior risco do que na
primeira, entre eles, o cachorro-vinagre, que subiu de vulnervel
para criticamente em perigo. Pelo lado positivo, algumas espcies
tiveram que-da na categoria na atualizao do Livro, ou seja,
diminuram a ameaa de extino.
Segundo Britto, a destrui-o ou alterao dos ambien-tes naturais a
maior ameaa fauna paranaense. Fatores aliados destruio do habitat,
como a implantao de exten-sas reas agrcolas, a poluio qumica ou
sonora, as quei-madas, o desmatamento, a expanso imobiliria e
outros, so responsveis pela situa-o quase 90% das espcies ameaadas.
Alm da caa e do comrcio ilegal ou trfico, que tambm so responsveis
por parcela significativa das ame-aas impostas aos animais,
esclarece.
Sendo assim, recuperar os espaos degradados o pas-so mais
importante. Para Gus-tavo Ges, gestor ambiental da ONG MAE (Meio
Ambiente Equilibrado), o desafio do Bra-sil grande. A Mata
Atlntica, bioma qual a maioria do Para-n pertence, tem hoje 8,5% da
sua cobertura original de ve-getao. Se pensarmos que o Brasil tem a
meta de conservar 17% de cada bioma, temos um enorme desafio nos
prximos anos, alerta.
Contudo, com investimento e planejamento possvel re-verter a
situao de uma es-pcie que esteja em perigo. No Paran um caso bem
sucedido do Papagaio-da-cara-roxa, que vive no litoral paranaense e
paulista, e com os esforos de conservao tem tido bons resultados e
deve ter um up-grade na sua situao de con-servao.
Para o Ges, os planos de ao para conservao, a cria-o de novas
unidades de con-servao e a efetividade das j existentes so
instrumentos primordiais para a manuten-o das atuais espcies
ame-aadas. Em toda estratgia de conservao, a educao ambiental
essencial para ter xito, pois como j disse o ou-tro, s se conserva
aquilo que se conhece, ressalta o gestor ambiental.
O bilogo Mauro de Britto compartilha da mesma opi-nio. preciso
desenvolver
trabalhos de conservao em espcies no seu ambiente na-tural e em
cativeiro. Combi-nadas, estas duas formas de obteno de
conhecimento, podem gerar resultados de re-cuperao de populaes, no
se esquecendo de envolver os seres humanos numa partici-pao efetiva
(sensibilizao, educao ambiental) para a devida compreenso sobre a
importncia da reverso da ameaa sobre uma determina-da espcie e seu
papel na na-tureza, esclarece.
A extino de uma espcie acarreta em um desequilbrio, j que cada
espcie exerce uma funcionalidade dentro do ecossistema. Tais
funcionali-dades so conhecidas como servios ambientais, como por
exemplo, a polinizao e o controle do clima. O desapare-cimento de
um animal no ecos-sistema, e a consequente per-da de sua funo, pode
gerar
srios efeitos em longo prazo. Podemos citar como exemplo o caso
de uma coruja especia-lista em predar ratos, caso ela seja
localmente extinta, pode-r haver uma superpopulao de ratos, e
consequentemente disseminar vrias zoonoses, explica o gestor
ambiental Gustavo Ges.
Em Londrina, a ONG MAE atua na restaurao de reas degradas que so
habitat de animais da regio. Atualmente estamos empenhados na
con-servao do maior mamfero terrestre da Amrica do Sul, a anta. Por
meio do diagnstico de uma rea de 100 mil hec-tares na regio de
Londrina, pretendemos, em dois anos, apontar reas prioritrias e
es-tratgias para a conservao desse belo e importante bicho,
conhecido como o engenheiro das florestas, por dispersar de-zenas
de espcies vegetais por onde passa, comenta Ges.
Paran tem 175 animais ameaados de extino
Cel
so M
argr
af
Alterao do habitat uma das principais causas do problema
Mico-leo-da-cara-preta est entre as espcies que correm perigo no
estado
-
Cubo mgico carregador
Lembra-se do cubo mgico? Pois bem, o princpio muito semelhante,
mas com um pequeno adicional: ele serve para carregar baterias e
aparelhos eletrnicos, e o que melhor, no precisa estar ligado a
tomada alguma! O que precisa ser feito apenas ficar brincando com o
cubo, enquanto voc mexe nele, ele transforma a energia em eltrica e
carrega o dispositivo.
Uma tomada feita para economizar energia. Inicialmente, ela fica
desligada, para liga-la, basta inserir um plug e depois gir-la em
sentido horrio, para desliga-la, basta simplesmente girar no outro
sentido! Chega de se preocupar com seus filhos tomando choque
porque colocou o dedo na tomada.
Tomada com interruptor
Carregador Universal Solar
Um carregador movido a energia solar, compatvel com grande parte
dos aparelhos existentes, sejam USB ou tomada, iPod, celular.
Funciona com qualquer voltagem e pesa 240 gramas.
Uma impressora ecologicamente correta, pois no usa de tinta para
imprimir, mas sim de grafites de lpis comum! O bom que se tiver
alguma coisa errada na folha, basta simplesmente pegar a borracha
apagar.
Impressora ecologicamente correta
-
Blackle - Google Preto
O blog ecoiron (ecoiron.blogspot.com) sugeriu uma mudana
inter-essante no Google, o site mais acessado do mundo. Se a cor
primria fosse preta, em vez de branca, o planeta economizaria 3 mil
MWh por ano - o suficiente para abastecer uma cidade de 100 mil
habitantes durante um ms.
Cinto transforma gordura do corpo em energia
A designer holandesa Emmy van Roosmalen criou uma tecnologia
capaz de acabar com a dor de cabea causada pela gordurinha extra
Muitas mulheres reclamam dos quilos a mais, porm com a ideia da
designer holandesa Emmy van Roosmalen a gordurinha extra tem a
utilidade de gerar energia. Chamado de Cinturo de Energia, o
pro-ttipo surge como mais uma alternativa produo de energia limpa.
A energia produzida capaz de recarregar gadgets e celulares.
USB Cell - Moixa Energy
Esse USB recarregador de baterias tem a vida til de quinhentas
recargas, ento diga adeus queles bilhares de pilhas alcalinas
produzidas anualmente, e seus efeitos txicos. Ele funciona
exatamente como uma pilha AA comum, mas quando a bateria acaba s
conect-lo a uma entrada USB para carreg-la novamente.
Sun Drive - Zyrus
Agora a empresa coreana de produtos eletrnicos Zyrus traz para o
segmento o Sun Drive.
O Sun Drive um dispositivo de armazenamento USB que vem com
pequenos painis solares capaz de restabelecer a carga de
eq-uipamento como celulares, mquinas de foto, MP3 Players e
afins.
Para a grande maioria destes dispositivos, o Sun Drive pode
gerar at 35 horas de carga, vindo ainda com capacidades de memrias
de 2, 4, 8 e 16 gigabytes.
Pgina 01 - CapaPgina 02 - Quem SomosPgina 03 (Meio Ambiente) -
CemitrioPgina 04 (Meio Ambiente) - Cemitrio 2Pgina 05 (Meio
Ambiente) - LixoPgina 06 (Meio Ambiente) - Lixo 2Pgina 07 (Meio
Ambiente) - SerPgina 08-09 (Comportamento) - Agricultura
OrgnicaPgina 10 (Comportamento) - IndgenasPgina 11 (Comportamento)
- PerfilPgina 12-13 (Poder) - Mobilidade UrbanaPgina 14 (Poder) -
LegislaoPgina 15 (Poder) - EndireitandoPgina 16-17 (Futuro) - Casa
SustentvelPgina 18 (Futuro) - ExtinoPgina 19 (Futuro) - EcotecPgina
20 (Futuro) - Ecotec 2