- 1 - Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 06 – Ano III – 10/2014 Reg.: 120.2.095–2011 – UFVJM – QUALIS/CAPES – LATINDEX – ISSN: 2238-6424 – www.ufvjm.edu.br/vozes Ministério da Educação – Brasil Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM Minas Gerais – Brasil Revista Vozes dos Vales: Publicações Acadêmicas Reg.: 120.2.095 – 2011 – UFVJM ISSN: 2238-6424 QUALIS/CAPES – LATINDEX Nº. 06 – Ano III – 10/2014 http://www.ufvjm.edu.br/vozes Panorama dos estudos das vogais pretônicas no Português do Brasil Profª. Drª. Idalena Oliveira Chaves Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - Brasil Professora Assistente do Departamento de Estudos Brasileiros – Hankuk University of Foreign Studies (HUFS) Yongin, South Korea 1 http://lattes.cnpq.br/6208438834313089 E-mail: [email protected]Resumo: Este artigo é parte da minha tese de doutoramento, defendida em 2013, orientada pelo Prof. Dr. Seung Hwa Lee. Investigamos os resultados das análises das pesquisas em nível de mestrado e doutorado realizadas no período de 1980 a 2012, sobre as vogais médias em posição pretônica no português brasileiro, que ora se realizam como [e ~ ~ i] e [o ~ ~ u], em vários dialetos do Brasil. A pesquisa teve como suporte uma metodologia denominada de Síntese de Pesquisas (NORRIS E ORTEGA, 2006) e o recurso estatístico da meta-análise (GLASS, 1977). Discuto os resultados das investigações sobre o vocalismo pretônico que tiveram como suporte a teoria da variação, referenciada por WILLIAN LABOV, nas décadas de 60 e 70. Foram utilizadas como referências 28 dissertações de mestrado e 10 teses de doutorado, contemplando quase todas as regiões brasileiras. Palavras-chave: Vogais Pretônicas. Meta-análise. Variação. 1 Este artigo recebeu apoio financeiro do Programa de Pesquisa da Hankuk University of Foreign Studies de 2014 (This article was supported by Hankuk University of Foreign Studies Research Fund of 2014).
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Panorama dos estudos das vogais pretônicas no …site.ufvjm.edu.br/revistamultidisciplinar/files/2014/10...Yonne De Freitas Leite 2- Aspectos fonéticos-fonológicos da fala de Belém
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Revista Científica Vozes dos Vales – UFVJM – MG – Brasil – Nº 06 – Ano III – 10/2014
Resumo: Este artigo é parte da minha tese de doutoramento, defendida em 2013, orientada pelo Prof. Dr. Seung Hwa Lee. Investigamos os resultados das análises das pesquisas em nível de mestrado e doutorado realizadas no período de 1980 a 2012, sobre as vogais médias em posição pretônica no português brasileiro, que ora se realizam como [e ~ � ~ i] e [o ~ � ~ u], em vários dialetos do Brasil. A pesquisa teve como suporte uma metodologia denominada de Síntese de Pesquisas (NORRIS E ORTEGA, 2006) e o recurso estatístico da meta-análise (GLASS, 1977). Discuto os resultados das investigações sobre o vocalismo pretônico que tiveram como suporte a teoria da variação, referenciada por WILLIAN LABOV, nas décadas de 60 e 70. Foram utilizadas como referências 28 dissertações de mestrado e 10 teses de doutorado, contemplando quase todas as regiões brasileiras.
1 Este artigo recebeu apoio financeiro do Programa de Pesquisa da Hankuk University of Foreign Studies de 2014 (This article was supported by Hankuk University of Foreign Studies Research Fund of 2014).
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A variação das vogais médias /e/ e /o/ em posição pretônica no Português
do Brasil2 tem despertado grande inquietação entre os pesquisadores da área da
Linguística, a julgar pela alentada produção acadêmica sobre o tema. Afora os
escritos de menor fôlego, consubstanciados sob a forma de artigos, são muitas as
dissertações de mestrado e as teses de doutorado existentes sobre o tema, a
maioria delas ancoradas nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Quantitativa,
particularmente na Teoria da Variação.
Em decorrência da multiplicidade dos trabalhos voltados a investigar os
fatores que favorecem essa variação e das perspectivas de análises neles
empregadas, proponho-me a fazer, no presente estudo, a meta-análise das
dissertações e teses apresentadas no País no período de 1980 a2012, a fim de
obter a melhor síntese possível das informações já disponíveis. Esse estudo meta-
analítico é baseado na metodologia de síntese de pesquisas (research synthesis)
proposta por Cooper e Hedges (COOPER E HEDGES,2009).
Nesse sentido, recorro à investigação de caráter bibliográfico3 para, num
primeiro momento, inventariar e sistematizar os resultados das pesquisas sobre as
vogais pretônicas e, posteriormente, submetê-los a tratamento estatístico. A
compreensão do estado do conhecimento sobre o que tem sido feito, em termos de
pesquisas, sobre as vogais pretônicas é necessária, neste momento, tendo em vista
a proliferação dos estudos sobre a temática desde os anos 80. Vale dizer que o
perfil dos estudos sobre as vogais pretônicas não mudou muito nas últimas décadas,
embora o número de trabalhos tenha aumentado consideravelmente a partir do ano
2000, como observa-se nos quadros abaixo:
2 Pesquisas dessa natureza são de grande importância, pois nos conduzem à compreensão do estado alcançado pela ciência a respeito de determinado assunto, sua extensão, as tendências teóricas e as vertentes metodológicas.
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1-As Vogais Médias Pretônicas No -Falar Da Cidade De Bragança
Freitas, Simone Negrão De
PA Bragança
2001 SociolinguísticaQuantitativa
Dissertação UFPA Orientador: Abdelhak Razky
2.O alçamento de vogais médias pretônicas e os itens lexicais
Viegas, Maria do Carmo
MG-Belo Horizonte
2001 Difusão lexical Tese UFMG Orientador: Marco Antônio De Oliveira
3.As Vogais Médias Pretônicas Na Fala Culta De Nova Venécia – Es
Gianni Fontis Celia
ES-Nova Venécia
2004 Sociolinguística Dissertação UNICAMP Orientadora: Maria Bernadete Abaurre
4.As pretônicas médias em comunidades rurais do semi-árido baiano
Soares, Adriana Santana
BA Casinhas, Tapera e Lagoa do Inácio
2004 Teoria da Variação
Dissertação UFBA Orientadora: Myrian Barbosa da Silva
5.Da zona urbana à rural/entre a tônica e a pré-tônica: o alteamento /o/ > [u] no português falado no município de Cametá/Ne paraense - uma abordagem variacionista.
Rodrigues, Doriedson do Socorro
PA Cametá
2005 Teoria da Variação
Dissertação UFPA Orientadora: Regina C. F. Cruz
6.As Vogais Médias Pretônicas Em Situação De Contato Dialetal
Marques, Sandra Maria Oliveira
RJ Rio de Janeiro
2006 Contato Dialetal Tese UFRJ Dinah Callou
7.Variação Das Vogais Médias Em Posição Pretônica Nas Regiões Norte E Sul De Minas Gerais: Uma Abordagem À Luz Da Teoria Da Otimalidade
Rubens Vinícius Martins Guima-rães
MG Três Corações Lavras Bom Sucesso Montes Claros Bocaiúva Mirabela
2006 Teoria Otimalidade
Dissertação
UFMG Orientador: Seung Hwa Lee
8.Alçamento Das Vogais Médias Pretônicas Sem Motivação Aparente
Patricia Klunck
RS Porto Alegre
2007 Teoria Da Variação
Dissertação PucRS Orientadora: Leda Bisol
9. As vogais médias pretônicas no falar popular de fortaleza: uma abordagem variacionista
Aluiza Alves de Araújo
CE Fortaleza
2007 Teoria da variação
Tese UFCE Orientadora: Maria do Socorro Silva Aragão
10.As vogais no dialeto do sertanejo da região de Balsas-MA
3Grupo de Pesquisa sobre a Descrição Sócio-Histórica das Vogais do Português (do Brasil) - que realiza uma investigação multidisciplinar – sócio-histórica e linguística – para descrever as realizações fonéticas das vogais nos dialetos do Sul ao Norte do Brasil, envolvendo 17 universidades dessas regiões.(relin.letras.ufmg.br/probravo)
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linguística é propriedade da língua materna. Isto é, nenhuma análise estatística ou
teoria fonológica seria capaz de explicar porque ocorre a variação.
Em um artigo de 2011, Oliveira (OLIVEIRA, 2001) apresenta um novo
direcionamento para o estudo das pretônicas. No seu texto, assume que:
“a forma fonética específica, atribuída a um item lexical específico da classe /e,o/ pretônico é função de uma combinação de atratores: a região em que a variedade é falada, o item lexical, o indivíduo e, provavelmente, algum outro atrator Z (p. 637)”
Nessa perspectiva, o autor apresenta uma proposta de análise através da
teoria da complexidade (que será mais detalhada na próxima seção). Esta teoria,
oriunda da física, tem como um dos seus conceitos básicos a ação de
atratores9.Nesse mesmo artigo Oliveira conjectura a possibilidade de uma solução
para a variação fonológica, através da atuação atrativa de determinados fatores.
Isso possibilitaria estabelecer um padrão de comportamento para as vogais médias
pretônicas, a partir da identificação de aspectos linguísticos e não linguísticos, que
agem na realização das vogais como altas ou baixas.
Em artigo mais atual finalmente o autor (OLIVEIRA, 2013)10, assume que
essa nova abordagem teórica é necessária, para que se explique a alternância
vocálica e deve contemplar a linguagem como um sistema adaptativo complexo11. E
assim, explicar os fenômenos de elevação e abaixamento das vogais médias
pretônicas, considerando os fatos da variação e mudança em termos da teoria da
complexidade. Na próxima seção apresento indicativos de que, de acordo com o
panorama sobre as vogais pretônicas apresentado nessa pesquisa e a proposta de
análise apresentada por Oliveira, a teoria da complexidade, talvez possa mesmo, ser
capaz de explicar o processo variável das vogais pretônicas médias nos dialetos
estudados.
2. Possibilidades de uma nova abordagem: teoria da complexidade
8 De acordo Larsen-Freeman; Cameron, 2008, denomina-se atratores, um ponto ou um ou conjunto de pontos que representa as várias condições de estabilidade possíveis de um sistemadinâmico. 9 Este artigo, até o momento da redação desse artigo, ainda não havia sido publicado. Texto cedido, gentilmente, pelo autor 10 De acordo com o autor, sistema adaptativo complexo é constituído por um conjunto de componentes que interagem, entre si, de modo definitivo, que se auto-organizam, conduzindo a um comportamento final que é complicado, organizado e imprevisível (grifo meu).
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Abstract: This article is part of my doctoral thesis, defended in 2013, oriented by prof.Dr.Seung Hwa Lee. Investigate the results of the analysis of research masters and doctoral level in the period 1980-2012, about middle vowels in pretonic position in Brazilian Portuguese, which now take place as [e ~� ~ i] e [o ~ �~ u] in various dialects of Brazil. The research was supported by a methodology called Synthesis Research (NORRIS and ORTEGA, 2006) and the statistical feature of the meta-analysis (GLASS, 1977). I discuss the results of investigations on the pretonic vocalism that had to support the theory of variation, referenced by William Labov, in the 60s and 70s 28 dissertations and 10 doctoral theses were used as references, covering almost all regions of Brazil.
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