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15
CRETCEO (CENOMANIANO)
Corresponde cobertura da Bacia costeira deSo Lus, ocorreu um
ciclo de sedimentao clsti-ca datado no Cenomaniano, e efetuado em
ambi-ente litorneo. Os registros de faunas so de inver-tebrados
marinhos, peixes, tartarugas, crocodilos edinossauros, e a flora
representada por troncossilicificados.
15.1 Histrico
A denominao Formao Itapecuru foi empre-gada por Klein &
Ferreira (1979), para as ocorrn-cias do atual litoral do estado do
Maranho, esta-belecendo a unidade fcies estuarina. Estes
se-dimentos litorneos foram mapeados por Rodri-gues et al. (1994b),
mantendo o nome FormaoItapecuru.
Este conjunto litolgico de preenchimento estua-rino, do
Cenomaniano da Bacia de So Lus, Mara-nho, foi denominado por
Rossetti & Truckenbrodt(1999) de Formao Alcntara.
Os sedimentos de cobertura da Bacia de SoLus que so datados como
Cenomaniano podemser enquadrados na Formao Alcntara, e peque-na seo
de sedimentos que ocorre na rea de es-tudo atribuda Formao Cojupe
(Turoniano -Paleoceno) sem registro de fsseis.
As primeiras ocorrncias fossilferas foram estu-dadas por Price
(1947 e 1960), referentes aos verte-brados e por Oliveira (1958)
descrevendo Nerinea.Este gastrpodo, nas bacias marginais do
Nordesteocorre a partir do Cretceo Superior e sua presena
indicativa de idade mais nova do que a dos sedi-mentos de
Albiano.
As ocorrncias de fsseis na regio de litoral, emtorno da baa de
So Marcos, esto situadas nossedimentos de cobertura da pequena
Bacia margi-nal de So Lus (Figura 15.1). Os fsseis datados
noCenomaniano, foram estudados por Klein & Ferrei-ra (1979);
Cunha & Ferreira (1980); Carvalho & Silva(1992); Ferreira
(1992); Pedro et al. (1993a); Car-valho & Gonalves (1994);
Carvalho (1994b, 1994c,1994d, 1995); Ferreira et al. (1995a);
Carvalho & Pe-dro (1998); Moraes-Santos et al. (2001); Dutra
&Malabara 2001); Carvalho I. (2001); Vilas Bas &Carvalho
(2001); Medeiros & Schultz (2001); Arai(2001) e Medeiros
(2001).
15.2 rea de Ocorrncia
Os sedimentos recobrem a Bacia costeira deSo Lus, alcanando a
Bacia Bragana-Viseu,numa estreita faixa de direo noroeste. A
espes-sura na Bacia de So Lus atinge a 2.150m (Ges &Feij,
1994).
Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus
126
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Cretceo (Cenomaniano)
127
Figura 15.1 Mapa de localizao e de fcies da Bacia de So Lus
(segundo Carvalho & Pedro, 1998).
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15.3 Geocronologia e Idade
A datao por palinologia no Cenomaniano porAguiar (1971), foi
confirmada por Klein & Ferreira(1979) e por Pedro et al. (1993b
e 1996), com aidade eo-cenomaniana.
15.4 Sedimentao
As rochas que ocorrem em afloramentos no mu-nicpio de Alcntara,
formam as falsias da praia daBaronesa (Figura 14.2), e foram
descritas por Ro-drigues et al. (1994b). De baixo para cima,
apre-sentam litofcies de arenitos de gr fina a mdia,submaturos mal
selecionados, quartzosos, verme-lhos com estratificao cruzada
acanalada degrande porte; arenitos finos a mdios, macios;arenitos
avermelhados e esbranquiados, gr finaa mdia, com estratificao
plano-paralela, areni-tos brancos a vermelhos com estratificao
cruza-da festonada. As litofcies slticas sobrepostas sosiltitos
vermelhos de laminao plano-paralela; pe-litos com estruturas wavy,
linsen e climbing; calcilu-titos com estratificao ondulada. A
interpretao de plancie costeira, com ambientes de alta energiacom
praias, influncias deltaicas e canais fluviaispassando a ambiente
de baixa a mdia energia emambiente de baas ou golfos, com
influncias demar.
Esta seo da Formao Alcntara est descritapor Moraes-Santos et al.
(2001) atribuindo o ambi-ente de praia, mar, laguna e delta de
washover.
Prximo a Alcntara, na ilha do Cajual, ocorre nalaje denominada
Coringa uma concentrao de ro-chas e fsseis descritas por Medeiros
et al. (1996) eSilva & Andreis (1997), classificada como
bo-ne-beds. So depsitos rudticos, variando de con-glomerado com
fragmentos de quartzitos, xistos, mi-lonitos, com escassos
fragmentos de ossos at pu-ras acumulaes de ossos. O material
compreendeabundantes fragmentos rolados de variado tama-nho, de
ossos, costelas, fmures, dentes de carnos-sauros, de dinossauros
herbvoros, de plesiossau-ros e de crocodilos, placas sseas de
peixes e tron-cos mineralizados (Figura 15.3). Seriam de um
de-psito feito por sedimentao de alta energia.
15.5 Fsseis
15.5.1 Microfsseis
A idade eo-cenomaniana foi determinada pelasuperzona
Elateroplicites africaensis. A alta fre-
qncia de plens do gnero Classopollis e a pre-sena de
Equisetosporites, Gnetaceaepollenitesindicam climas quentes e
ridos. Testas quitinosasde foraminferos indicam ambiente marinho
raso(Pedro et al., 1993b).
15.5.2 Fauna
Na regio do litoral, Price (1947, 1960) identificouvrtebras de
saurpodes, e fragmentos de ossosde rpteis Theropoda, Sauropoda,
Crocodilia eChelonia e peixes referidos a Elasmobranchia, Dip-noi e
Actinopterygii. Oliveira (1958) descreveu gas-trpodos classificados
como Nerinea pontagros-sensis.
Em pesquisas nas localidades de Itaqui, Alcn-tara, Farol de S.
Marcos e Ilha da Madeira, Klein &Ferreira (1979) determinaram
como fcies estuari-na da Formao Itapecuru, o conjunto de fsseis
elitologias compostas por arenitos calco-argilosos,calcrios
dolomticos, folhelhos, e camadas carbo-nticas. So citados
invertebrados marinhos, verte-brados e fragmentos vegetais. Os
bivlvios descri-tos so Brachidontes eoexustus, Inoceramus
sp.,Chlamys sp., Neithea (Neitheops) nana, Plicatulasp., Acesta
maranhensis, Lopha (Actinostreon)lombardi, Pterotrigonia
(Scabrotrigonia) sp., Muli-noides sp. As espcies so correlacionadas
comque as ocorrem nas bacias marginais da costa dafrica (Figura
15.4). Ferreira (1992) assinalou mate-rial referido s famlias
Astartidae, Nuculanidae eCarditidae.
A descrio do peixe dipnico Neoceratodus(Cunha & Ferreira,
1980; Martin, 1984), semelhanteaos que ocorrem no norte da frica
(Figura 15.5) re-foraram a correlao dada pelos
invertebrados.Escamas de Lepidotes foram registradas (Carvalho&
Silva,1992).
Ossos dissociados e bem ornamentados docrnio de Mawsonia, que
representam a ocorrn-cia geologicamente mais recente deste gnerono
Brasil. Esto associados com espinhos de tu-bares hibodontdeos,
dentes de raias marinhasdo grupo dos miliobatdeos e do dipnico
Neoce-ratodus africanus e fragmentos de Lepidotes eamideos (Cunha
& Ferreira, 1980; Medeiros &Schultz, 2001; Medeiros, 2001;
Dutra & Malabar-ba, 2001).
Na baa de So Marcos, em Alcntara (Figuras15.7 e 15.8) e na ilha
de So Lus (Figura 15.9),Carvalho & Gonalves (1994) e Carvalho
(1994b,1994c, 1994d e 1995), descreveram abundantespistas e pegadas
de dinossauro. Formam um
Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus
128
-
Cretceo (Cenomaniano)
129
Figura 15.2 Formao Alcntara (Cenomaniano). Falsia da praia da
Baronesamunicpio de Alcntara, Maranho.
Figura 15.3 Conglomerado que forma a laje do Coringa na ilha do
Cajual, baa deSo Marcos, Maranho.
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Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus
130
Figura 15.4 Fauna estuarina do Cenomaniano (segundo Klein &
Ferreira, 1979).
1 Brachidontes eoexustus Ferreira & Klein,
1979Localidade:Portode ltaqui,
ilhadeSoLus,baadeSoMarcos,Maranho.Coleo: MN 5312-I.
2 Chlamys sp.Localidade:Portode ltaqui,
ilbadeSoLuis,baadeSoMarcos,Maranho.Coleo: MN 5330-I.
3 Neithea (Neitheops) nana Ferreira & Klein,
1979Localidade:FaroldeSoMarcos,PontaGrossa,
ilhadeSoLus,Maranho.Coleo: MN 5314-I.
4 Plicatula sp.Localidade:Portode ltaqui,
ilhadeSoLus,baadeSoMarcos,Maranho.Coleo: MN 5313-I.
5 Acesta maranhensis Ferreira & Klein,
1979Localidade:Portode Itaqui,
ilhadeSoLus,baadeSoMarcos,Maranho.Coleo: MN 5332-I.
6 Lopha (Actinostreon) lombardi Dartavelle & Freneix,
1957Localidade:Portode ltaqui,
ilhadeSoLus,baadeSoMarcos,Maranho.Coleo: MN 5317-I.
7 Mulinoides sp.Localidade:FaroldeSoMarcos,PontaGrossa,
ilhadeSoLus,Maranho.Coleo: MN 5319-I.
8 Nerinea pontagrossensis (Oliveira,
1958)Localidade:FaroldeSoMarcos,PontaGrossa,
ilhadeSoLus,Maranho.Coleo: DGM 4516-I.
8
-
grande jazigo de ampla extenso geogrfica, clas-sificado pelos
autores como um megatracksite.As pegadas pertencem a carnossauros,
celulos-sauros, ornitsquios quadrpedes e bpedes. Fo-ram produzidas
em um ambiente litorneo, demar. Pelo estudo destas pegadas
Carvalho
(2001) fez uma reconstituio de ambientes edos possveis
dinossauros produtores referidosa dromeossaurdeos.
Moraes-Santos et al. (2001) descreveram uma ca-rapaa incompleta
de tartaruga da superfamlia Pe-lomedusoides procedente da praia da
Baronesa.
Cretceo (Cenomaniano)
131
Figura 15.6 Dentes de rpteis encontrados na laje do Coringa,
ilha do Cajual, Maranho.(segundo Medeiros et al., 1996).
Figura 15.5 Molde em ltex de dente de Neoceratodus africanus
(Haug, 1905).Localidade: Porto de Itaqui, So Lus, Maranho. Coleo:
MN-3820-V.
-
Os fsseis contidos nos arenitos finos so frag-mentos de ossos,
escamas e dentes de peixes te-lesteos, carapaas e plasto de
quelnios, den-tes de crocodilos, dentes isolados de saurpodese
terpodes, dentre estes ltimos alguns so car-nossauros.
Deste material, foram identificados dentes de ple-siossauros
(Carvalho et al., 1997). Posteriormente,foram descritos por Villas
Boas & Carvalho (2001),dentes de Mosassaurus da praia da
Baronesa e Ple-siosaurus, da laje do Coringa, ilha do Cajual.
O material fssil da ilha do Cajual, na laje do Co-ringa comeou a
ser estudado por Medeiros et al.(1996), que registraram abundantes
fragmentos devertebrados, entre os quais dentes de carnossau-ros e
crocodilos (Figura 15.6).
Medeiros (2001) e Medeiros & Schultz (2001) es-tudaram
dentes e vrtebras da fauna de dinosssau-ros, estabelecendo sua
estreita conexo com asdescries de gneros ocorrentes no norte da
fri-ca, em sedimentos do Cretceo Mdio. So regis-trados entre os
Terpodos Carcharodontosaurus,Spinosaurus, Sigilmassasaurus e
Baharijasaurus.Os saurpodos so representados por Aegyptosau-rus,
Malawisaurus e Rabbachisaurus.
Vrtebras referidas famlia Andesauridae daPatagnia (Argentina), e
registradas tambm noMarrocos, mostra correlao com estas regies.H o
registro do gnero Astrodon, que tem distribui-o ampla na Amrica do
Norte, Europa e norte dafrica.
Os autores registram ainda que com os dinos-sauros ocorrem
dentes de crocodilos, escamasde Lepidotes, ossos de Mawsonia,
placas deNeoceratodus e espinhos de tubaro. Observamque uma
associao semelhante s do norteda frica.
15.5.3 Flora
Impresses de folhas de Angiospermas, regis-tradas no Farol de So
Marcos (ex. Ponta Grossa),costa norte da ilha de So Lus, so citadas
por di-versos autores (Campos, 1925; Oliveira, 1958;Klein &
Ferreira, 1979; Ferreira, 1992).
Troncos de madeiras mineralizados foram en-contrados nas
ocorrncias da baia de So Marcosnos projetos desenvolvidos por
pesquisadores daUFRJ e UFMA (Figura15.10). Esto citados por Eu-gnio
& Azevedo (1994) e Medeiros et al. (1996).
Medeiros (2001) e Medeiros & Schultz (2001)identificaram
fsseis de conferas, pteridfitas eequissetceas.
Mussa et al. (2000) descreveram Paradoxopterisque o caule de
Weichselia, uma Filicophyta deporte arborescente, tpica do Cretceo.
Tem ampladistribuio em vrios continentes. Indica climastropicais
quentes e midos e distribuio nas faixasequatorial a
subequatorial.
15.6 Paleogeografia
As litologias com faunas de idade cenomanianaindicam a evoluo de
um ambiente de alta energiaem fcies de praia, e processos de mars
para am-bientes de baixa a moderada energia intermar asubmar, em
contexto de baa (Rodrigues et al.,1994b).
Na laje do Coringa, na ilha do Cajual, os clastosso constitudos
de rochas do cristalino e fragmen-tos de outras rochas
sedimentares, que formam osconglomerados. Indicam hiato e
discordncia coma seqncia deposicional subjacente, com
carac-tersticas de uma nova provenincia, e rejuvenesci-mento da
rea-fonte. um evento deposicional deum sistema fluvial braided
(Silva & Andreis, 1997).
15.7 Eventos Biolgicos
O evento biolgico de colonizao por fauna de in-vertebrados
marinhos e o peixe de gua doce Neo-ceratodus fornecem correlaes com
as baciasmarginais do nordeste do Brasil e da costa da fri-ca.
Indicam a proximidade da linha de costa, e es-to associados ao
evento alocclico de elevao donvel do mar.
No domnio de ambientes terrestres, h o eventobiolgico constitudo
pelo desenvolvimento da co-bertura vegetal e faunas de dinossauros
saurpo-des e terpodes. Carvalho & Gonalves (1994) ob-servam que
o conjunto de dentes, fragmentos deossos e abundantes pegadas
representa uma su-perfcie de correlao para o intervalo de tempo
de-posicional. Estas pegadas foram produzidas emum ambiente
litorneo.
A identificao de dinossauros em gneros donorte da frica uma
evidncia da diferenciao eevoluo das faunas destes rpteis no
HemisfrioSul.
Nesta mesma linha esto os peixes, correlacio-nados com o
Cenomaniano do sul de Marrocos,onde ocorrem os melhores exemplares
de Mawso-nia lavocati (Tabaste, 1963; Wenz, 1981), esca-mas de
Lepidotes, e dentes isolados de Neocera-todus africanus e de
Asiatoceratodus tiquidiensis(Dutheil, 1999).
Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus
132
-
15.8 Tafonomia
Nos invertebrados marinhos do Cenomaniano,houve mistura de
material da infauna e epifauna. Amaioria dos bivlvios preservados
pertencentes epifauna, e ocorre o gnero Brachidontes da infau-na.
As unidades registradas se apresentam com asvalvas desarticuladas.
Da fauna de gua doce, hescamas de peixes Neoceratodus e
Lepidotes.Mostram que antes do soterramento, houve exposi-o,
transporte lateral e ressedimentao.
Dos vertebrados, foram conservados os dentesisolados de
saurpodes e terpodes, fragmentosde ossos dos rpteis Theropoda,
Sauropoda, Cro-codilia e Chelonia. Indicam exposio e
transporteantes do soterramento.
As abundantes pegadas que formam um grandejazigo de pistas de um
sistema tafonmico de ic-nologia, com a preservao de traos de
compor-tamento animal, por acumulao in situ.
Na ilha do Cajual, ossos fragmentados e arre-dondados
substitudos por slica e impregnadosde xido de ferro (bone beds) e
as madeiras cons-tituem o sistema tafonmico complexo na laje
doCoringa. As indicaes de ossos rolados e imbri-cados so para
transporte por correntes.
Medeiros et al. (1996) e Silva & Andreis (1997) in-dicam que
este material produto de retrabalha-mento de depsitos mais antigos.
Provavelmente,os elementos preservados, aps o enterramento,foram
exumados e sofreram novo deslocamento nosubstrato.
Medeiros (2001) detalhou a tafonomia do depsi-to, concluindo que
embora o material fosse retraba-lhado, representava organismos de
uma rea restri-ta, da bacia de So Lus, que viveu em um
pequenointervalo de tempo.
15.9 Paleoecologia/Ecossistemas
No Cenomaniano, as faunas bentnicas mari-nhas apresentando
gneros tropicais e cosmopoli-tas e, os peixes de gua doce, so
indicativos deambiente litorneo e conexo entre as bacias
brasi-leiras e da frica.
Os registros existentes para os bitopos terres-tres so de
ecossistemas com uma cadeia alimen-tar preservada, representada por
cobertura flores-tal, dinossauros herbvoros e carnvoros. Neste
am-biente de litoral, houve trnsito intenso de manadasde
dinossauros herbvoros e carnvoros, que ali dei-xaram suas pistas
(Figura 15.11).
15.10 Paleobiogeografia
As faunas bentnicas de invertebrados marinhosindicam correlaes
com as faunas das bacias damargem leste do Brasil e da costa
ocidental da frica(Klein & Ferreira, 1978). So gneros que
ocorriam naProvncia de Ttis, mas que j se diferenciavam emassociaes
caractersticas do Atlntico sul. No de-correr do Cretceo Superior,
com o afastamento doscontinentes, e novos padres de circulao
ocenicapassaram a constituir os precursores da futura Pro-vncia do
Caribe.
As faunas de dinossauros mostram que perten-cem a paleoprovncia
identificada no norte da fri-ca, ocorrendo no mesmo intervalo de
tempo (Albia-no-Cenomaniano). Como estes animais tinhamgrande
autonomia, e poderiam percorrer longasdistncias transcendendo os
limites das bacias,Medeiros (2001) sugere uma possvel existncia
deuma ponte de terra entre esta regio e o norte dafrica, permitindo
um fluxo faunstico.
15.11 Paleoclima
As indicaes para clima tropical so: a) filiaodos invertebrados
marinhos com a Provncia do T-tis; b) associaes palinolgicas de
quente e rido(Pedro et al., 1993a, 1993b, 1994); c) fases mi-das
com a formao da cobertura vegetal, docu-mentada pelas madeiras
fsseis preservadas.Mussa et al. (2000), concluem por climas
tropicaisquentes e midos e distribuio nas faixas equato-rial a
subequatorial. Segundo Medeiros (2001) osregistros de clima so
coincidentes com os do Con-tinental Intercalar do Saara.
15.12 Deriva
Na rea geogrfica do Meio Norte, este foi o lti-mo evento de
Cretceo, associado ao desenvolvi-mento da Margem Continental, onde
estiverammantidas as passagens e conexes para as faunasmarinhas e
terrestres, das regies atlnticas doBrasil e da frica. A margem
leste do Brasil e a mar-gem ocidental da frica estavam separadas, e
assedimentaes submetidas elevao global donvel do mar e circulao de
correntes.
Uma possvel ponte de terra que conectandoesta regio e o norte da
frica, permitia um fluxofaunstico so sugeridos pela identidade de
g-neros e espcies registrados por Medeiros(2001).
Cretceo (Cenomaniano)
133
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Paleontologia das Bacias do Parnaba, Graja e So Lus
134
Figura 15.7 Pegada de dinossauro carnvoro. Praia da Baronesa,
Alcntara, Maranho.Coleo do Museu Histrico de Alcntara.
Figura 15.8 Pistas e pegadas de dinossauros da praia da
Baronesa, Alcntara,Maranho (segundo Carvalho, 1994d).
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Cretceo (Cenomaniano)
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Figura 15.9 Pegada de dinossauro carnvoro. Localidade: Ponta da
Guia, municpio de So Lus, Maranho.
Figura 15.10 Ossos de rpteis e troncos de madeiras
silicificadas, em conglomerado.Localidade: Laje do Coringa, ilha do
Cajual, baa de So Marcos, Maranho.
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Pro
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