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Ano XII nº 167 fevereiro/2009 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto painel 2008 anos Como commodity a soja ocupa hoje papel de destaque na economia mundial, um status que o etanol quer – e precisa – alcançar Grãos de ouro Grãos de ouro 60 ANOS Chinaglia visita AEAARP em uma de suas últimas viagens como presidente da Câmara. CONSTRUÇÃO Mercado espera medidas para manter crescimento do setor. PERFIL José Carlos Meirelles: da Engenharia à luta pela causa indígena.
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Painel - edição 167 – fev.2009

Mar 07, 2016

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Revista oficial da Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto.
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Ano XII nº 167 fevereiro/2009 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

painel 2 0 0 8 a n o s

Como commodity a soja ocupa hoje papel de destaque na economia mundial, um status que o

etanol quer – e precisa – alcançar

Grãos de ouroGrãos de ouro60 AnosChinaglia visita AEAARP em uma de suas últimas viagens como presidente da Câmara.

ConstRuçãoMercado espera medidas para manter crescimento do setor.

PERfIlJosé Carlos Meirelles: da Engenharia à luta pela causa indígena.

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60Apesar de a sabedoria popular dizer que o Brasil só começa a funcionar depois do carnaval, este ano de 2009

iniciou, no setor produtivo, ensaiando passos mais lentos que os anteriores, próprios de tartaruga. Aguardar os efeitos da crise é discurso cauteloso e recorrente entre os empresários, principalmente depois da posse de Barack Obama, o novo presidente dos EUA que assumiu com a gigantesca responsabilidade de recolocar nos trilhos a economia do seu país, cujos reflexos, positivos ou negativos, são sentidos em todo o mundo.

Por aqui, torcemos para que o País efetivamente cumpra os índices de crescimento previstos por vários econo-mistas. Afinal, quando todo o mundo cresceu, ficamos parados e, infelizmente, nosso governo não capitalizou as inúmeras chances que teve, aproveitando-se dos índices de aprovação e dos superávits crescentes nas receitas – com os impostos entre os mais altos do mundo –, para azeitar e tornar eficiente a máquina, diminuir as despesas de custeio, prestigiar o setor produtivo (que gera riquezas, cria empregos e paga impostos), colocar ordem na ciranda financeira, diminuindo os juros (os mais altos do mundo) e fazer as reformas administrativas, política e fiscal.

Agora para fazer tudo de uma vez, ficou complicado e difícil! Porém ainda é possível.Quanto ao segmento da construção civil, que criou emprego e riquezas em Ribeirão Preto e várias outras regiões

até o “anúncio da crise” em 2008, a preocupação e a cautela são grandes. O SindusCon-SP reuniu-se recente-mente e tomou posição sobre a crise, assumindo a postura cautelosa que é necessária diante das incertezas tão grandiosas quanto as que vivemos. A construção civil, que no início de 2008 projetou perspectivas animadoras e atravessou o ano acumulando recordes, mantém os investimentos, mas aguarda medidas governamentais que garantam os níveis de crescimento que o País precisa. Nessa hora é imprescindível que os governos atuem de forma decisiva, irrigando a economia nacional, em todos os níveis (federal, estadual e municipal), com recursos abundantes (aqueles bilhões acumulados pela cobrança crescente e imensa dos altos impostos e contribuições), baratos, rápidos e desburocratizados. Desta forma poderemos manter o nível de empregos e movimentar a indústria e o comércio, que por seu turno produzirão mais riquezas, movendo a roda viva, que irá se autoalimentando.

A Santelisa Vale anunciou no final do mês de janeiro que aguarda a liberação de R$ 500 milhões do BNDES para capitalizar a empresa, que conta com dívida muito superior. Além de muito importante para nossa região, trata-se da segunda maior empresa do setor sucroalcooleiro do País, o cartão de visitas mais ecologicamente correto, politicamente interessante e economicamente viável que o governo brasileiro está apresentando para os países de todo o mundo. O setor precisa urgentemente de políticas eficazes, de crédito e de atenção, além de uma autorregulação e investimentos em eficiência para que continue gerando e mantendo empregos, produzindo riquezas e ocupando serviços, importantes vetores de progresso e desenvolvimento. A nossa região que está inserida neste contexto aguarda ansiosa por providencias!

Os exemplos que temos comprovam o compasso de espera. A realidade, entretanto, pede celeridade de decisões. Não podemos retroceder nos níveis de emprego e de desenvolvimento. Não podemos, sobretudo, frear o curso da história, que nos guia para um futuro que pode ser promissor. Para isso, lá e cá, precisamos de agilidade e respon-sabilidade dos governos e compromisso do setor produtivo em manter os postos de trabalho e a produção.

Em janeiro, recebemos o deputado federal Arlindo Chinaglia, então presidente da Câmara, na sede da AEAARP. Na oportunidade, ele listou as ações do governo para garantir a saúde de instituições financeiras, como a aquisição, pelo Banco do Brasil, do Banco Votorantin, detentor de uma importante carteira de financiamento de automóveis.

É preciso também garantir a saúde das empresas, da construção civil, da indústria, do comércio, da prestação de serviços e da produção de bens, que igualmente movimentam bilhões em produtos, empregos e impostos. Aproveitamos a visita do deputado e entregamos a ele o nosso livro AEAARP 60 anos de histórias e conquistas e o fizemos portador de outros dois livros, um para o Senado Federal e outro para a Presidência da República, para que possam fazer parte dos acervos bibliotecários das duas casas.

Solicitamos que, pela importância regional de Ribeirão Preto, como polo de prestação de serviços e de facili-dades a milhares de cidadãos desta grande região produtora de riquezas, que interceda junto ao governo federal para a liberação de recursos para investimento em obras de drenagem urbana, intervenções que as chuvas das últimas semanas comprovam que se fazem cada vez mais necessárias e urgentes.

Os brasileiros querem e precisam de mais. Aguardamos, portanto, as medidas que poderão ser anunciadas em fevereiro e que darão mais facilidades para a aquisição de financiamentos de moradias populares, setor de imensas carências e estratégico ao bem estar e segurança do cidadão.

Portanto é um período de reflexões e também de ações que devem ser rápidas e eficazes. Na AEAARP vamos pautar debates no decorrer do ano, principalmente nas questões referentes à revisão do Plano Diretor e o Plano de Transporte Urbano Integrado, importantes para impulsionar o desenvolvimento da cidade com qualidade. Nossas portas permanecem abertas ao debate plural e democrático.

Eng. Civil Roberto MaestrelloPresidente da AEAARP

Eng. CivilRoberto Maestrello

Editorial

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AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

Índice

Expediente

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Roberto Maestrello José Roberto Hortêncio Romero Presidente Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor-administrativo: Pedro Ailton GhideliDiretor-financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor-financeiro Adjunto: Cecílio FráguasDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Aníbal Laguna

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: Francisco Carlos FagionatoDiretora Comunicação e Cultura: Maria Inês CavalcantiDiretora Social: Luci Aparecida Silva

DIRETORIA TÉCNICAEngenharia, Agrimensura e Afins: Argemiro GonçalvesAgronomia, Alimentos e Afins: José Roberto ScarpelliniArquitetura, Urbanismo e Afins: Marcia de Paula Santos SantiagoEngenharia Civil, Saneamento e Afins: Luiz Umberto MenegucciEngenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Edson Luís DarcieGeologia e Minas: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Júlio Tadashi TanakaEngenharia Química e Afins: Denisse Reynals BerdalaEngenharia de Segurança e Afins: Edson BimComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Evandra Bussolo Barbin

DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Onésimo Carvalho LimaDa Mulher: Maria Teresa Pereira LimaDe Ouvidoria: Geraldo Geraldi Junior

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: João Paulo de S. C. FigueiredoAlexandre Sundfeld Barbin Luiz Antonio BagatinCarlos Alberto Palladini Filho Luiz Fernando CozacEdes Junqueira Luiz Gustavo Leonel de CastroEdgard Cury Manoel Garcia FilhoEricson Dias Mello Marcos A. Spínola de CastroHideo Kumasaka Maria Cristina SalomãoHugo Sérgio Barros Riccioppo Ricardo Aparecido DeBiagiInamar Ferraciolli de Carvalho Sylvio Xavier Teixeira JúniorJosé Fernando Ferreira Vieira CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP REPRESENTANTE DA AEAARPCâmara Especializada em Engenharia Civil: Wilson Luiz LagunaCâmara Especializada em Engenharia Mecânica: Giulio Roberto Azevedo Prado

REVISTA PAINELConselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Ericson Dias Mello, Giulio Roberto Azevedo Prado e Hugo Sérgio Barros Riccioppo

Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação – Rua Paschoal Bardaro, 269, cj 03, Ribeirão Preto-SP, Fone (16) 3916.2840, [email protected]

Editores: Blanche Amâncio – MTb 20907 e Daniela Antunes – MTb 25679

Publicidade: Promix Representações - (16) 3931.1555 - [email protected] Pajolla Júnior / Jóice Alves

Tiragem: 5.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Fotos: Fernando Battistetti.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

BIBLIOTECA 05AEAARP 60 anos - Histórias e Conquistas

COMMODITY 06Soja – a commodity que o etanol quer ser ECONOMIA 10A explicação do “milagre” dos anos 1970

AgRICuLTuRA 11Brasil é o quarto país que mais aplica seguro rural

60 ANOS 12AEAARP presenteia Chinaglia com o livro

sobre os 60 anos da entidade

PESQuISA 14Embrapa exporta conhecimento para países africanos

TECNOLOgIA 15Japoneses desenvolvem radiador para automóveiscomposto de óleo de mamona

CONSTRuÇÃO CIVIL 16Em compasso de espera

CONSTRuÇÃO CIVIL 17Demissões vão além da sazonalidade na construção civil

AEAARP 18Em pauta

PERFIL 20Da Engenharia ao isolamento

MEIO AMBIENTE 22Empresa desenvolve placa termoplástica que pode substituir vidros

LEgISLAÇÃO 23Lei de assistência técnica deve ampliar campo de trabalho para engenheiros e arquitetos

NOTAS E CuRSOS 24

CREA Crea-SP empossa nova diretoria e conselheiros 26

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Revista Painel 5

BIBLIOTECA

AEAARP 60 anos – histórias e conquistas

Há cerca de 30 anos, a AEAARP firmou um convênio com o jornal O Diário de Ribeirão Preto. A entidade queria publicar suas ideias, defender a classe profissional e apresentar propostas para os problemas da cidade relativos a habitação, meio ambiente, transportes, Plano Diretor e tantos outros. Daí surgiu a ideia de lançar o jornal Painel, que teve sua primeira edição em abril de 1979, conforme o trecho abaixo que está no capítulo 3 do livro AEAARP 60 anos – histórias e conquistas. A obra traz esta e muitas outras histórias da Associação e da cidade:

A primeira edição do jornal Painel, redigida por Lagamba, veiculou reportagem, com chamada de capa, relatando os esclarecimentos prestados pelo Major Paulo Antonio Castillo Rego, comandante do Corpo de Bombeiros, a respeito da

Capa da primeira edição do jornal Painel

fiscalização de obras. Nas outras páginas, foram publicadas matérias variadas, inclusive informando aos associados os convênios mantidos pela entidade, e textos assinados por engenheiros como Heino Tavares, que escreveu sobre Engenharia Legal; Paulo Petraquino Greco, sobre gestão ambiental e desenvolvimento, Décio Carlos Setti, sobre a fiscalização da profissão e os objetivos do Crea-SP, e Marcos Vilela Lemos, falando sobre a carência de reservas naturais em Ribeirão Preto.

AEAARP 60 anos – histórias e conquistasPáginas: 112 Formato: 34,5 cm x 24 cmISBN: 978-85-62130-00-7Autores: Adriana Capretz Borges da Silva Manhas, Blanche Amâncio Silva, Carlo Guimarães Monti, Daniela Farah AntunesPreço: R$ 50,00Fic

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AEAARP6

COmmOdITy

Soja - a commodityGabriel Rico, CEO da Amcham (Câmara

Americana de Comércio), declarou, no final do mês de janeiro, que o empresariado brasileiro considera que este é o momento de aprofundar as relações econômico-comerciais com os EUA, embora o Brasil não esteja na lista de prioridades da primeira fase do governo Barack Obama. Ele aposta na ampliação de oportunidades na área de energias renováveis, cujo resultado afeta diretamente a região de Ribeirão Preto.

A escolha de Steven Chu como secretário de Energia do governo norte-americano é o que motiva o otimismo do executivo. Chu é especialista em mudanças climáticas e defende maiores investimentos em pesquisas sobre energias alternativas. “Ele admira o modelo adotado no Brasil, conhece bastante o programa do etanol e os programas relacionados à biomassa. Nesse segmento vamos ter um aprofundamento da interação e de muitas oportunidades”, afirma Rico.

No entanto, para ultrapassar as fronteiras nacionais, o etanol precisa percorrer ainda um longo caminho, aquele que vai convertê-lo em commodity. Este é o sonho de produtores e industriais do setor sucroalcooleiro: ter o combustível brasileiro com cotação nos mercados internacionais. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do Conselho do Agronegócio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), admitiu, no final do ano passado, que a crise econômica adiou este sonho em pelo menos um ano.

O jornalista mineiro Paulo Lemos de Oliveira é um admirador dos benefícios nutricionais da soja e chama a atenção para a experiência japonesa com o produto. De acordo com a Embrapa, a soja cultivada hoje é diferente da cultivada na Antiguidade. Antes, eram plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do rio Yangtse, na China. As primeiras citações do grão aparecem no período entre 2883 e 2838 AC, quando a soja era considerada um grão sagrado, ao lado do arroz, do trigo, da cevada e do milheto. Um dos primeiros registros do grão está no livro Pen Ts’ao Kong Mu, que descrevia as plantas da China ao Imperador Sheng-Nung. Para alguns autores, as referências à soja são ainda mais antigas, remetendo ao Livro de Odes, publicado em chinês arcaico.

Até aproximadamente 1894, término da guerra entre a China e o Japão, a produção de soja ficou restrita à China. Apesar de ser conhecida e consumida pela civilização oriental por milhares de anos, só foi introduzida na Europa no final do século XV, como curiosidade, nos jardins botânicos da Inglaterra, França e Alemanha.

Lemos conta que o processo alimentar da população da Ilha de Okinawa, no Japão, tem o grão como elemento principal. Lá, a perspectiva de vida é de 97 anos para os homens e de 93 anos para as mulheres e a alimentação à base de soja influencia na prevenção de intempéries da andropausa e

A sojA e seus benefícios AlimentAres

a soja no “mar” de cana

Na região de Ribeirão Preto a cultura da soja tem relação direta com o canavial. De acordo com o escritório regional da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), até abril do ano passado, último levantamento disponível, a região produziu 281.780 sacas de soja. Carlos Gaeta Filho, diretor técnico da CATI, afirma que muitas dessas lavouras são provenientes de áreas de renovação de cana-de-açúcar.

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que o etanol quer sera soja brasileiraA agricultura brasileira produz exemplos

importantes que são cortejados nos mercados financeiros internacionais, como a soja, que tem posição cobiçada entre aqueles que têm a cana-de-açúcar em suas propriedades. A soja era irrelevante na cadeia produtiva brasileira até os anos de 1960. Logo nos primeiros anos de cultivo o grão alcançou posição de destaque. De acordo com a Embrapa Soja, em 1966 o Brasil colheu 500 milhões de toneladas do grão.

Hoje, a soja é estratégica para o Brasil. Tanto o grão quanto os produtos que resultam dele, como o farelo e o óleo, têm espaço garantido na balança comercial brasileira. O economista José Arídio de Sá Martins avalia que o Brasil apresenta uma vantagem competitiva em relação aos outros países produtores, como o fato de o escoamento da safra brasileira ocorrer no período da entressafra americana, quando normalmente os preços atingem as maiores cotações.

Apesar de o início desse processo ter começado nos anos de 1960 com força relevante, foi na década de 1970 que o mercado mundial de soja experimentou uma explosão de preços, despertando ainda mais interesse dos agricultores e do próprio governo brasileiro.

“O país passou a investir em tecnologia para adaptação da cultura às condições brasileiras. A conquista dos cientistas brasileiros revolucionou a história mundial da soja, principalmente em termos de produtividade, e seu impacto começou a ser notado pelo mercado a partir do final da década de 1980 e mais notoriamente na década seguinte, quando os preços do grão começaram a cair e a maior produtividade passou a ser vital para a competitividade desta commodity no mercado internacional”, avalia José Martins, que acompanha diariamente o mercado mundial em seu escritório na TBC Investimentos.

A crise financeira afetou as commodities de uma maneira geral. Até então todos aproveitavam um momento que Martins classifica de “exuberância econômica”, com forte crescimento das economias mundiais, como a chinesa, e com forte captação de recursos de fundos de investimentos. A deflagração da

da menopausa. “Não há obesos e conta-se nos dedos os óbitos oriundos de doenças crônico-degenerativas”, afirma Lemos.

Segundo ele, um estudo do Okinawa Centenarian Study, concluído em 2002, relatou que os habitantes de Okinawa consomem, todos os dias, uma média de duas medidas de produtos da soja ricos em flavonoides. Segundo as informações levantadas por ele, os moradores de Okinawa tem 80% menos câncer de mama e próstata, e menos da metade dos cânceres de ovário e cólon, comparados aos povos ocidentais.

“Essa enorme redução dos riscos de incidência de câncer se deve, em parte, ao grande consumo de isoflavonas da soja pelos moradores de Okinawa. Essa é uma importante descoberta, pois mostra que os menores índices de câncer no mundo industrializado estão nesta localidade, onde o consumo de soja é o maior do planeta, o que, nem de longe pode-se comparar ao consumo dos ocidentais, em especial no Brasil, onde se depara com um consumo semanal de apenas, em média, l0 gramas de óleo de soja, via condimentação básica e ou aquecimento para frituras e mesmo para a prática do ‘refogar’ de condimentos, a exemplo da cebola e do alho”, afirma.

O exemplo japonês, na visão de Lemos, dá aos povos ocidentais a chance de evoluir no mundo da nutrição e da saúde. “É claro que nem só de soja vive o povo de lá. Ainda se adicionam, em proporções equilibradas, cereais, tubérculos e raízes, gordura não saturada e bebidas regradas. Porém, o feijão soja é a base”, ressalta.

Etanol: exportação recorde em 2008

O Brasil bateu recorde na exportação de etanol em 2008 com um total de 5,16 bilhões de litros vendidos, segundo o boletim da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, que aponta aquecimento também no mercado interno. A quantidade de etanol vendida corresponde a mais que o dobro das exportações de gasolina pela Petrobras no mesmo período. O preço médio ficou em US$ 0,47 por litro, sendo que a maior exportação do combustível brasileiro foi para os Estados Unidos – cerca de 2,8 bilhões de litros.

O Ministério divulgou ainda o balanço sobre os lucros gerados com a produção e utilização do biodiesel. O uso do combustível ambientalmente correto evitou a importação de 1,1 bilhão de litros de diesel de petróleo, o que rendeu aproximadamente US$ 976 milhões para o Brasil.

Na publicação, o Ministério defende o uso do biocombustível afirmando que o principal fator para o saldo positivo na balança comercial brasileira foi a mistura compulsória de biodiesel ao combustível. Afirma também que além da alta contribuição para o mercado brasileiro, o biocombustível beneficia as economias regionais e locais, desde a etapa agrícola até a indústria de bens e serviços.

crise motivou um ajuste de preços nos mercados financeiros e, após grandes perdas nos últimos meses, a soja atravessou o mês de janeiro com novas perspectivas de valorização.

“Após atingir um preço máximo de US$ 36,60/saca de soja de 60 kg, em 3 de julho de 2008, com a crise financeira mundial, o mercado derrubou as cotações até o mínimo de US$ 16,55/saca de 60 kg no dia 5 de dezembro de 2008 e atualmente se encontra nos níveis de US$ 21,50 saca/60 kg em 15 de janeiro”, afirma Martins.

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CommodityA melhora, na avaliação do economista,

é motivada por fatores como o regresso dos fundos de invest imentos e especuladores nos mercados futuros, fatores adversos no campo, como o clima, quebra na produção e menor produtividade esperada para próxima safra. Os 21.313 milhões de hectares plantados na safra 2007/08 sofrerão uma retração de 0,3% na safra 2008/09, de acordo com os levantamentos divulgados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Como commodity, a soja brasileira sofre reflexo dos mercados externos e na avaliação de Martins vem da Argentina uma das maiores preocupações. “O grande período de estiagem e a possibilidade de altas temperaturas em algumas províncias produtoras daquele país vêm chamando a atenção do mercado”, afirma. No cenário avaliado pelo economista, composto por players, exportadores e produtores que negociam suas sacas no mercado futuro, como a BM&FBOVESPA, a preocupação é com o preço. Eles se mantêm em posição de stand by. “Absorvendo as informações tanto do campo, como do cenário econômico mundial. Esse mix de notícias é que tem direcionado o rumo dos preços da soja”, explica Martins.

O Brasil é o segundo maior produtor

A Embrapa Soja espera reunir 1.600 palestrantes no V Congresso Brasileiro de Soja e no Mercosoja 2009, que acontecerão entre os dias 19 e 22 de maio, no Centro de Convenções de Goiânia (GO). Com o tema Soja: fator de desenvolvimento do Cone Sul, os eventos vão concentrar debates sobre as mais recentes inovações tecnológicas e promoverão discussões sobre as tendências da pesquisa e os diversos aspectos que envolvem o agronegócio da soja no Mercosul e no mundo. As inscrições podem ser feitas no site www.cbsoja.com.br.

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de soja no mundo. É também o segundo maior produtor de etanol. Neste último caso fica atrás apenas dos EUA que, na avaliação do CEO da Amcham, está longe de abrir as portas para o etanol brasileiro.

Plano energético

Pesquisa rentável

Como objeto de pesquisa a soja é igualmente relevante financeiramente. A Embrapa Soja já recebeu R$ 12 milhões referentes à sua parte dos direitos de propriedade intelectual pela venda das duas últimas safras de variedades de soja geneticamente modificadas, desenvolvidas em parceria com a empresa Monsanto. O diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo França, explicou que o convênio para desenvolvimento dessas variedades de soja teve início em 2000, mas as sementes só foram colocadas no mercado em 2005. “O importante é que esse dinheiro está ajudando a financiar novos projetos de pesquisa, não só da Embrapa, mas de várias outras instituições brasileiras com a soja, o algodão, o arroz e de biofortificação para culturas plantadas no Norte e Nordeste do país”.

Governo preparar plano estratégico para

o agronegócio

O governo federal começa a preparar neste ano uma análise estratégica do agronegócio brasileiro para os próximos 15 anos . O pesquisador d a E m b r a p a D e c i o L u i z Gazzoni vai gerenciar este trabalho na Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. A conclusão está prevista para dezembro de 2010. “É um grande desafio poder mapear o agronegócio brasileiro do futuro, traçando os panos de fundo doméstico e internacional, identificando os problemas e os pontos de alavancagem, as ameaças e as oportunidades, propondo medidas legais para sanar os gargalos e viabilizar os apoios”, avalia Gazzoni.

O bagaço da cana-de-açúcar e a força dos ventos são fontes de energia alternativa que poderão ser usadas nos próximos dez anos. A informação é do Plano Decenal de Expansão Energética (PDE) 2008-2017, feito pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que prevê o desenvolvimento e a contratação de novas formas de energia para o País e a construção de 82 usinas termelétricas e 71 hidrelétricas. A bioeletricidade, proveniente da biomassa, vai percorrer uma trajetória crescente, na estimativa do presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, em decorrência da expansão do etanol. Entretanto ainda ocupará o espaço de fonte complementar, pelo fato de a safra ter duração de sete meses.

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AEAARP10

ECOnOmIA

O chamado “milagre econômico” brasileiro – período de excepcional crescimento da economia entre 1968 e 1973 – decorreu principalmente do efeito tardio das reformas asso-ciadas ao Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo), durante o governo de Castello Branco (1964-1967). Essa é uma das principais conclusões de um estudo publicado na Revista Brasileira de Economia e divulgado pela Agência Fapesp.

O trabalho, que recebeu em 2008 o Prêmio Mario Henrique Simonsen, concedido ao melhor artigo publicado na revista editada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), destaca o fato de que, embora o “milagre” tenha sido amplamente estudado na literatura acadêmica, “não existe um consenso em relação aos seus determinantes”.

De acordo com Fernando Veloso, professor do Ibmec (Ins-tituto Brasileiro de Mercado de Capitais) do Rio de Janeiro e coautor do artigo – o objetivo do trabalho era quantificar a importância de cada uma das vertentes de interpretação para o “milagre” brasileiro.

Os outros autores do estudo são André Villela, da Escola de Pós-Graduação em Economia da FGV, e Fabio Giam-biagi, pesquisador do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade e integrante do Departamento Econômico do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

“Verificamos, em particular, em que medida o milagre de-correu da situação externa favorável e do desempenho de variáveis de política econômica associadas à estabilidade macroeconômica, política fiscal, nível de desenvolvimento do sistema financeiro e grau de abertura ao exterior”, disse Veloso à Agência FAPESP.

As interpretações para o milagre encontradas na literatura podem ser agrupadas em três grandes linhas, segundo o estudo. A primeira enfatiza a importância da política econô-mica do período 1968-1973, “com destaque para as políticas monetária e creditícia expansionistas e os incentivos às exportações”.

Uma segunda linha de interpretação atribui grande parte do “milagre” ao ambiente externo favorável, devido à grande expansão da economia internacional, melhoria dos termos de troca e crédito externo farto e barato.

Já uma terceira explicação credita grande parte do “mila-gre” às reformas institucionais do Paeg do governo Castello Branco, em particular às reformas fiscal, tributária e finan-

A explicação do

“milagre” dos anos 1970

ceira, que teriam criado as condições para a aceleração subsequente do crescimento.

Segundo Veloso, a principal conclusão do artigo é que o “milagre” econômico brasileiro decorreu em grande medida do efeito defasado das reformas associadas ao Paeg. Den-tre essas reformas incluem-se a criação do Banco Central, o desenvolvimento do mercado de capitais – incluindo o mercado acionário – e a criação do Sistema Financeiro da Habitação.

“Como em geral ocorre quando são feitas reformas de gran-de profundidade, as reformas do Paeg só tiveram efeito nas principais variáveis macroeconômicas, como crescimento econômico e inflação, alguns anos depois de sua implanta-ção, especialmente a partir de 1968”, destaca.

Para o pesquisador, o estudo apresentou evidências empí-ricas de que o “milagre” brasileiro foi um milagre de produ-tividade. Isso significa, diz, que o crescimento econômico brasileiro na época foi impulsionado por ganhos de eficiência e progresso tecnológico, que permitiram que a economia produzisse mais com a mesma quantidade de fatores de produção, como capital e trabalho.

“O artigo sobre os determinantes do ‘milagre’ fornece uma explicação para essa evidência. Os resultados indicam que os ganhos de eficiência que proporcionaram o aumento da produtividade no período do ‘milagre’ decorreram das reformas institucionais do Paeg, principalmente a fiscal e tributária e a financeira”, diz.

O artigo mostra que não seria possível manter a linha evolu-tiva de crescimento nos anos seguintes após 1973. De acordo com Veloso, era inevitável que houvesse uma desaceleração econômica no período pós-1973.

“A razão é que, na medida em que a aceleração do cres-cimento associada ao milagre decorreu em grande parte do efeito defasado das reformas do Paeg, o crescimento tenderia a se reduzir quando este efeito se esgotasse, o que ocorreu em 1973”, afirma.

Além disso, acrescenta, em 1973 ocorreu o primeiro choque do petróleo e houve uma piora de diversas variáveis macroe-conômicas, em particular um aumento da inflação e elevação da dívida externa, que contribuíram para uma redução ainda mais acentuada do crescimento.

A íntegra do artigo está disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP).

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Revista Painel 13

AgrICuLTurA

“O seguro rural é uma ferramenta importantíssima para a agricultura bra-sileira. Hoje somos o quarto maior país que atua com esse sistema no mundo, ao somarmos os seguros públicos e privados. O Fundo de Catástrofe, Projeto de Lei que está em tramitação no Con-gresso, contribuirá para um crescimento ainda maior”. A declaração é do secretá-rio de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edílson Guimarães.

Dentre as culturas contempladas no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural em 2008 estão a cana-de-açúcar, tomate, uva, laranja, ameixa, café, limão, amendoim, trigo, algodão, maçã, tangerina, morango e berinjela. Em rela-

ção à importância segurada por produto, dos R$ 7,2 bilhões alcançados em 2008, a soja contribuiu com R$ 3,1 bilhões, o mi-lho com R$ 1,2 bilhão e o arroz, R$ 550,5 milhões. O resultado alcançou cobertura de 4,8 milhões de hectares.

Do total de 60,1 mil contratos firmados em 2008, a modalidade que mais concor-reu para o seguro rural foi a agrícola, res-ponsável por 59,7 mil operações, seguida da florestal (200) e pecuária (182). Por regiões, as que mais aderiram ao segu-ro foram a Sul, com 37,9 mil operações e a Sudeste (12,5 mil). No ranking dos contratos por estados mais assistidos pelo programa estão o Paraná, com 21,8 mil, Rio Grande do Sul (10,5 mil) e São Paulo (8,2 mil).

BRASIL É O QUARTO PAÍS QUE MAIS APLICA SEGURO RURAL

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AEAARP12

O deputado federal Arlindo Chinaglia esteve na AEAARP, no dia 16 de janeiro, para receber o livro AEAARP 60 anos: histórias e conquistas, lançado em dezembro de 2008. Chinaglia, então presidente da Câmara dos Deputados (o parlamentar completou seu mandato no início de fevereiro), foi recebido em um café da manhã pela diretoria da Associa-ção e cerca de 50 convidados.

Políticos, empresários e associados foram prestigiar a visita do deputado. Roberto Maestrello, presidente da AEA-ARP, enfatizou, durante seu discurso, a importância da aprovação e da sanção de leis como a que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para projeto e construção de habitação de interesse social (Lei nº 11.888). Ele também solicitou ao parla-mentar que intercedesse junto ao Gover-no Federal pela destinação de recursos para Ribeirão Preto para investimentos em obras de infra-estrutura e especial-mente nas ações anti-enchentes.

Chinaglia, em entrevista aos jornalistas que cobriram o evento, disse que percor-ria o interior paulista para colher suges-tões e solicitações de lideranças locais. No discurso, salientou a importância da discussão coletiva de propostas para

os municípios e disse que saía daquele encontro empenhado em trabalhar para viabilizar os investimentos necessários para a cidade.

O deputado recebeu três exemplares do livro, embalados em caixas produzi-das a partir da palha da cana-de-açúcar, fornecida por uma empresa de Bonfim Paulista. Os livros foram endereçados à biblioteca da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Seis décadasAEAARP 60 anos: histórias e conquistas

foi escrito pelas jornalistas Daniela An-tunes e Blanche Amancio, o historiador Carlo Monti e a arquiteta e pesquisadora Adriana Capretz. A obra é dividida em duas partes: a primeira trata da formação e urbanização do município de Ribeirão Preto e a segunda traz as histórias pa-ralelas do desenvolvimento da cidade e da atuação da AEAARP nas últimas seis décadas. Além da documentação produzida pela entidade nos seus 60 anos, os autores usaram uma ampla bibliografia e gravaram mais de 40 horas de entrevistas, que agora fazem parte do acervo da biblioteca da AEAARP para novas pesquisas.

60 AnOs

AEAARP presenteia Chinaglia com o livro

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Revista Painel 13

José carlos carvalho, presidente da Associação

Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP) também recebeu o livro para a biblioteca da entidade.

Chinaglia e Daniela Antunes, coautora do livro.

Maurílio Biagi e José Aníbal Laguna.

Maestrello e Carvalho.

sobre os 60 anos da entidade

Colegas de colégio: João Paschoalin, Carlos Gabarra e Chinaglia.

Chinaglia e Maurilio Biagi. José Alfredo Monteiro, Carlos Gabarra e Chinaglia.

Chinaglia e Roberto Maestrello.

José Roberto Geraldine, Chinaglia, Roberto Maestrello, João Paulo Figueiredo e Maria Ines Cavalcanti.

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AEAARP18

O governo da Argélia deve encomendar da Embrapa (Empre-sa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) um projeto sobre

a tecnologia de cruzamento de gado das raças Gir com Holandês, cujas matrizes além de serem resistentes

ao clima tropical, têm alta produção de leite. A expectativa é do engenheiro agrônomo Paulo

Galeano, gerente do escritório da Embrapa, em Gana, na África do Sul.

De acordo com reportagem da Agência Brasil (www.agenciabrasil.com.br), Ga-

leano disse que os argelinos também estão interessados na tecnologia para o cultivo e processamento de cereais, pois a indústria local não apresenta capacidade produtiva suficiente para acompanhar os avanços que estão sendo implementados na agricultu-ra para diminuir a dependência da importação de alimentos, hoje em torno de 45%.

“O Brasil é o líder mundial em tec-nologia para a região agrícola tropical,

e o objetivo da Embrapa é solucionar problemas do setor agrícola, fazendo a

transferência de nossa tecnologia para institutos de pesquisas agropecuárias de

outros países”.Na África a empresa desenvolve projetos

em Benin, Gana, Senegal, Serra leoa, Libéria, Angola, Moçambique, Nigéria e São Thomé e

Príncipe. Além disso, a Embrapa tem escritórios na Coréia do Sul, nos Estados Unidos, na França,

Inglaterra e Holanda.Em Gana, a Embrapa repassou tecnologia para a plantação de cana-de-açúcar de variedade

brasileira em uma área de 27 mil hectares. Os primeiros 100 hectares começaram a ser plan-tados em dezembro e a expectativa, segundo Galeano, é de que nos próximos dois anos os 27 mil hectares estejam cultivados e a usina de beneficiamento da cana implan-tada. Toda a produção será vendida para a Suécia.

“Na Tunísia, as conversas também foram para transferência de tecnologia para o cultivo de trigo e da cana-de-açúcar, que hoje são importados em larga escala, principalmente do Brasil. No Marrocos, a Embrapa também pode ajudar no desenvolvimento de projetos para melhorar a qualidade de culturas como trigo, milho e cana-de-açúcar”.www.agenciabrasil.com.br

pEsquIsA

Embrapa exporta conhecimento para países africanos

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TECnOLOgIA

A empresa japonesa Denso apresentou um novo radiador para automóveis cons-truído com uma resina vegetal derivada do óleo de mamona. O equipamento começará a ser produzido em escala industrial e deverá estar nos primeiros carros a partir do segundo semestre deste ano.

Praticamente a totalidade dos radia-dores de automóveis fabricados hoje é feita de alumínio. O novo bio-radiador é construído com uma resina extraída do óleo da mamona, além de materiais petroquímicos e fibra de vidro. Os ingre-dientes derivados do óleo de mamona representam 40% da resina.

A resina é produzida por meio de uma reação química entre dois compostos orgânicos derivados do óleo de mamona e do petróleo. O material é reforçado com fibra de vidro, adicionada para aumentar a resistência mecânica do radiador.

Japoneses desenvolvem radiador para automóveis composto de óleo de mamona

Até agora vinha sendo difícil o de-senvolvimento de peças automotivas a partir de resinas vegetais devido às altas temperaturas que esses componentes devem suportar no compartimento do motor. A empresa resolveu este proble-ma criando um produto híbrido.

Outra vantagem do novo radiador à base de resina vegetal é a sua alta resis-tência ao cloreto de cálcio, um material utilizado nas rodovias de países sujeitos à neve para derreter o gelo que se forma sobre as pistas. O radiador desenvolvido no Japão é sete vezes ou mais resistente ao cloreto de cálcio e pode ser produzido a um custo mais baixo do que os compo-nentes similares atualmente projetados para regiões frias. A empresa afirmou em nota que pretende utilizar a resina para fabricar outros componentes para automóveis.

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Page 16: Painel - edição 167 – fev.2009

AEAARP16

A construção civi l paulista tem expectativa de recuperação do nível de emprego no primeiro trimestre e espera que medidas como redução dos juros, estímulo ao crédito, pacote habitacional e investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) contribuam para manter o crescimento da economia e do setor em 2009.

Uma reunião realizada em janeiro com a participação do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Feticom (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo) e Conticom (Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira) chegou a um consenso: se mais adiante houver necessidade de lançar mão de instrumentos para evitar demissões, tais como redução de jornada ou suspensão temporária do contrato de trabalho, isso será discutido caso a caso e efetuado dentro do que determina a lei.

O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, destacou que mesmo com a diminuição de 105 mil postos de trabalho nos últimos dois meses de 2008, a construção ainda fechou o ano passado com a contratação de 198 mil trabalhadores, 12,6% a mais que o saldo existente no fim de 2007), requerendo um grande esforço em qualificação e segurança do trabalho.

A reunião contou com sugestões, como a de Mauricio Bianchi, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, e de Paulo Sanchez, coordenador do Comitê de Tecnologia e Qualidade (CTQ) do Sinduscon-SP que propuseram a concentração de esforços no combate à informalidade. Na avaliação de Sanchez, o alargamento do prazo de pagamento do seguro desemprego, de cinco para dez meses, poderá ocasionar demissões, estimulando trabalhadores a receberem o benefício e continuar trabalhando, porém na informalidade.

“Em vez de os s ind icatos dos trabalhadores pararem obras das construtoras formais, deveriam parar as obras executadas com mão-de-obra informal”, sugeriu Sanchez.

A reunião também tratou da dificuldade de gerar empregos formais e das restrições

Em compasso de esperaimpostas por instituições financeiras para a concessão de crédito à produção.

A redução da jornada de trabalho, com consequente redução salarial é vista com preocupação por Ramalho, do Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil). Para ele, o setor agora deve lutar pela queda dos juros e por mais qualificação. Alves, da Feticon, considerou o problema do emprego na construção menos preocupante que em outros setores e sugeriu que questões como redução de jornada e suspensão de contratos sejam tratadas dentro do setor, enquanto problemas como diminuição dos juros e encargos continuem sendo negociados no âmbito das centrais e da Fiesp. Ele sugeriu a formação de uma comissão de empresários e trabalhadores para desenvolver um projeto de combate à informalidade.

Waldemar Pires de Oliveira, da Conticom, manifestou-se contrário à entrada do setor na discussão de redução da jornada ou suspensão dos contratos. “Temos que atuar pelo lado positivo sob pena de reforçar os oportunistas de plantão; o governo tem recursos para investir e os economistas mais conservadores apostam que o país vai crescer 2%.

Na penúltima semana do mês de janeiro o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu reduzir em 1 ponto percentual a taxa básica de juros. Paulo Safady Simões, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria de Construção), disse que qualquer setor ganha e com o da construção não é diferente. E continuou: “Teremos uma indústria trabalhando com menos pressão de custo financeiro”.

Ele espera que a meta de crescimento do país volte à normalidade a partir de 2010 e declarou que o segmento tem elevadas expectativas quanto ao anúncio do Governo Federal de um programa de habitação popular, cujo anúncio deveria ser feito neste mês de fevereiro. “O setor terá um papel importante neste e no ano que vem. O presidente deve anunciar boas notícias e ao longo deste ano desempenhar um bom papel”, disse.

men

os 1

%

COnsTruçãO CIvIL

Page 17: Painel - edição 167 – fev.2009

COnsTruçãO CIvIL

Demissões vão além da sazonalidade na construção civil

A pesquisa mensal do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da FGV Projetos, com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que em dezembro a queda percentual no emprego em relação a novembro foi de 4%, o que, descontados os efeitos sazonais, revela uma redução de 1,2% no número de trabalhadores com carteira assinada no setor. Do total de 87,4 mil postos de trabalhos perdidos em dezembro, 25% foram por outras razões que não a sazonalidade.

Para o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, “essa redução pode ter sido determinada pelo cancelamento dos lançamentos, que levou algumas empresas a dispensarem trabalhadores mantidos provavelmente porque uma nova obra já iria começar em seguida”.

No Estado de São Paulo, o efeito não sazonal foi um pouco maior em

dezembro. A queda no emprego em relação a novembro atingiu de 2,62% (menos 15.940 vagas); descontados os efeitos sazonais, foi de 0,96%. Significa que 37% das demissões na construção civil paulista ocorreram por outras razões.

As demissões superaram as contratações em todas as regiões do Estado. O destaque negativo foi Sorocaba, que dispensou 2.372 pessoas no mês (baixa de 3,55%). Em Presidente Prudente, as empresas demitiram 592 trabalhadores, o que representou queda de 7,38% no estoque do setor na região.

“No ano passado, tivemos um desempenho muito bom - crescemos 10% no ano, 2/3 a mais que o PIB brasileiro. Neste ano continuaremos crescendo, estimamos que o nosso desempenho será 50% maior que o PIB que os economistas estimam para o país, em 2009”, afirma José Batista Ferreira, diretor regional do SindusCon-SP.

Emprego por regiões do Estado de São Paulo (dezembro/ 2008)

região variação número mensal (%) de vagas Sede (capital) -1,71 -4.957Santo andré -2,56 -755campinas -3,31 -2.039ribeirão Preto -3,84 -1.323Santos -2,58 -603Sorocaba -3,55 -2.372São José dos campos -3,51 -1.856bauru -4,20 -1.033São José do rio Preto -2,47 -410Presidente Prudente -7,38 -592

* Fonte: Setor de Economia do SindusCon-SP

Revista Painel 17

Page 18: Painel - edição 167 – fev.2009

2009

AEAARP18

AEAArp

contas aprovadasO Conselho Deliberativo da AEAARP aprovou as contas da entidade referentes ao terceiro e quarto trimestres de 2008. A reunião também deliberou sobre o orçamento de 2009 e a nova tabela de anuidade, cujo reajuste é de 6,4814%, tendo como base o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado dos últimos 12 meses (veja tabela nesta página).

aEaarP faz recadastramentoDesde os primeiros dias de janeiro, a AE-AARP está fazendo o recadastramento de seus associados. O objetivo é alimentar o banco de dados para que todos possam receber informações da entidade, que também deseja atualizar continuamente as informações sobre seu público. O gerente Alexandre Fusco informa que o recadastramento foi decidido pela atual diretoria para diversificar e promover os serviços prestados pela entidade e para que a AEAARP possa manter as ações de aprimoramento do relacionamento com o associado.“Durante todo o ano são realizados even-tos, como cursos, palestras, encontros sociais, e precisamos ter um cadastro sempre atual para que todos tenham acesso a essas informações”, afirma.

agenda A AEAARP está dis-tribuindo aos asso-ciados, no ato do recadastramento, a agenda 2009. As páginas têm mar-cações para que o usuário coloque a data – o que dá mais versatilidade ao seu uso –, espaço para anotação de endereço e te-lefones de contatos, calendário e tabela de conversão de medidas.Produzida com capa dura e acabamento em espiral, a agenda traz um breve his-tórico da Associação com a galeria dos presidentes e imagens da sede, que em 2008 passou por importantes obras que deram novo layout ao salão de festas e remodelaram o antigo bar, convertido em um charmoso Espaço Gourmet.

O engenheiro civil Hugo Riccioppo afir-ma que a última etapa das reformas ini-ciadas em 2008 está em fase final. O deck do espaço de eventos será inaugurado ainda neste mês de fevereiro. Projetado pelo arquiteto Carlos Alberto Gabarra, a previsão é a de ampliar em mais 324 m2 a área construída da sede (atualmente, são 1.570,50 m2).

AEAARP em pauta

como FazEr o rEcadaStramEnto

Os associados devem procurar por Paulo Roberto Rodrigues, responsável pela sessão de Desenvolvimento

Associativo, que está atualizando as informações

do banco de dados e distribuindo a agenda. O processo demora apenas alguns minutos e deve ser

feito pessoalmente na sede da AEAARP.

Para colEcionar

O cartão com o selo alusivo aos 60 anos da AEAARP está à venda na entidade. Trata-se de uma peça para colecionadores, com o carimbo de lançamento (o Carimbo de Primeiro Dia). Alexandre Fusco informa que restam 20 cartões.

Page 19: Painel - edição 167 – fev.2009

Revista Painel 19

anuidadE 2009 *

Para profissionaisParcela única com desconto até 31 de março de 2009: R$ 130,00

Parcela única até 30 de abril de 2009: R$ 150,00

Pagamento parcelado até 31 de março de 2009: 3 x R$ 55,00

Para estudantesParcela única com desconto até 31 de março de 2009: R$ 65,00

Parcela única até 30 de abril de 2009: R$ 75,00

Pagamento parcelado até 31 de março de 2009: 3 x R$ 28,00

* A partir do dia 30 de março, os pagamentos em atraso estão sujeitos

a multa de 2% e juro de mora de 1% ao mês.

aEaarP 60 anos

O Conselho Deliberativo aprovou a comercialização do livro AEAARP 60 anos: histórias e conquistas a R$ 50,00. Os exemplares estão à disposição dos interessados na sede da entidade.

AEAARP 60 Anos

históRiAs E conquistAs

Adriana Capretz B. S. Manhas

Blanche Amancio Silva

Carlo Guimarães Monti

Daniela Farah Antunes

Page 20: Painel - edição 167 – fev.2009

AEAARP20

Da Engenharia ao

pErfIL

Há cerca de quatro décadas, quando a Engenharia ocupava lugar de destaque entre as opções de carreiras a serem seguidas, José Carlos dos Reis Meirelles Junior deixou a Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá e se embrenhou, lite-ralmente, pelo mato. Criado em Santa Rita do Passa Quatro, interior paulista, trabalha em uma base da FUNAI (Fun-dação Nacional do Índio) às margens do rio Envira, no Estado do Acre próximo à fronteira com o Peru. Em maio de 2008, coordenou a expedição que fotografou pela primeira vez um grupo de índios isolados na fronteira com o Peru. As imagens correram o mundo. O objetivo, conforme explicou à Painel, foi o de con-quistar a opinião pública como aliada na defesa dos direitos desses povos.

Os três anos que cursou da Faculdade de Engenharia renderam conhecimento e habilidades que foram capazes de dar conforto à casa que ocupa com outros

sete funcionários da FUNAI e permitiram resolver problemas cotidianos, como reparos em motores usados no traba-lho. Indigenista ou sertanista (as duas denominações são aceitas pela FUNAI), Meirelles diz: “Eu não seria um mau engenheiro, mas seria um engenheiro frustrado. Poderia ser produtivo, mas não seria feliz. Essa é a minha praia (o trabalho como indigenista). Faria tudo de novo. Falo para os meus filhos que sou um privilegiado. Faço o que gosto e trabalho no que gosto”, discursa ao ser questionado pelo engenheiro civil Hugo Riccioppo, conselheiro da AEAARP.

Meirelles esteve na AEAARP em de-zembro de 2008, acompanhando Ricciop-po e Roberto Maestrello, seus amigos há muitas décadas. Sua carreira começou aos 21 anos no Estado do Maranhão, em 1971. Ele conta que naquela época, auge do Regime Militar no Brasil, a política para os povos indígenas era bem dife-rente da atual.

“Naquela década estavam abrindo a BR 316, que sai de Teresina (PI), passa pelo interior do Maranhão e chega a Belém (PA). Foi naquele tempo de regi-me militar, das grandes obras da Tran-samazônica... foi a época que fizeram contato com vários grupos indígenas da Amazônia. Os que não morreram foram tirados”, conta.

As doenças foram a principal causa das mortes provocadas em índios isolados que tiveram contato com os homens brancos. A ocorrência de uma gripe é fatal e Meirelles descreve a catapora, por exemplo, como uma “hecatombe” numa aldeia de índios isolados. Em 1985

“Hoje já dá pra fazer as coisas com menos agressividade, tem

tecnologia e experiência para isso. Não precisa

matar ninguém para fazer hidrelétrica, explorar

madeira e criar boi. Cabe todo mundo na Amazônia

e sobra lugar. É só organizar”, avalia Meirelles.

FunaiNa visão de Meirelles,

a FUNAI está lotada no endereço errado. Deveria responder ao Ministério das Relações Exteriores, por estabelecer contato e fazer um verdadeiro trabalho de diplomacia junto a povos de cultura, costumes e idioma diferentes daquele falado no resto do país.

Índios isolados: as imagens que rodaram o mundo

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isolamentoum grupo de indigenistas se reuniu e fez a contagem: estima-se que 2/3 da popu-lação indígena morreram depois de um ano do primeiro contato. “Descobrimos que isso não é contato, é genocídio. É pior que a Bósnia”, compara Meirelles.

Nos anos de 1970, entretanto, a ação dos indigenistas estava focada na integração do índio à sociedade. Mei-relles lembra que alguns antropólogos chegaram a prever que os índios seriam totalmente integrados à sociedade. A Constituição de 1988 proporcionou uma nova visão à questão, que é manter os índios isolados. “Então vamos proteger o território deles e deixá-los ali. O que nós temos para ensinar a eles? Não precisam da gente e também não têm muita coisa para aprender com a gente. Eles estão lá porque querem. É um direito deles. Para serem cidadãos brasileiros não precisam deixar de ser índios”, explica.

Há 33 anos, quando Meirelles chegou à região onde trabalha, instalou-se sob as copas das árvores, armando redes nos vãos dos seus troncos. Hoje, a casa que ocupa é dotada de água encanada e só recentemente passou a contar com sinal de internet. Na floresta, ele viveu com a ex-mulher, que também trabalhava com os índios, e criou os cinco filhos que se mudaram para a cidade quando chegaram à idade escolar.

Meirelles estima que tenha proposto a demarcação de pelo menos cinco milhões de hectares nas últimas décadas. Carregando sal, farinha, rede e uma arma para garantir boa caça às refeições, muitas dessas terras foram percorridas a pé. Na bagagem, sempre pouca “tralha”, estratégia aprendida com os índios.

I m a g e n s d e s a t é l i t e , sobrevôos, GPS e telefone a u x i l i a m h o j e e m u m trabalho que ainda demanda

muitos dias de caminhada. O sertanista chega a passar dois meses caminhando no mato, demarcando terras ou identificando vestígios de populações indígenas isoladas, que ele diz que não quer saber quem são. “E tenho raiva de quem queira”, brinca. Três dos cinco filhos são indigenistas, entre eles a filha Paula, chefe de uma base da FUNAI às margens do rio Tarauacá, que corre paralelo ao Envira.

U m a s e m a n a a n t e s d e conceder entrevista à Painel, Meirelles recebeu telefonema de outro filho indigenista, Arthur. Ele queria avisar o pai que tudo correu bem na expedição, da qual acabara de chegar, cujo objetivo foi efetivar uma demarcação proposta por Meirelles 20 anos antes. E ainda há muito a ser feito. A FUNAI conta hoje com 69 evidências de novos povos isolados, 29 delas já confirmadas. “As outras ainda precisam de estudos”, diz.

três filhos indigenistas

A cidade mais próxima da base de Meirelles é Feijó. Para alcançá-la é necessário percorrer 530 quilômetros em seis dias de viagem de barco, considerando que embarcações com porte para abastecer a base só navegam no verão, quando o volume de água é maior. Nas outras épocas do ano a viagem tem de ser feita por canoas.

Meirelles durante o sobrevoo que fotografou os isolados

Revista Painel 21

Fotos: divulgação

Page 22: Painel - edição 167 – fev.2009

mEIO AmBIEnTE

Se a indústria da construção civil está em compasso de espera em decorrência dos reflexos da crise, o outro lado da ba-lança, o que pesquisa e lança materiais inovadores, anda a passos largos. Uma empresa que opera em 25 países acaba de colocar no mercado uma chapa ter-moplástica que pode substituir os vidros, prometendo ainda alguns ganhos tanto para o setor quanto para o usuário.

A nova chapa de Lexan Thermoclear tem nove camadas é a primeira chapa de várias camadas do setor de painéis e janelas transparentes a oferecer um valor U menor do que 1,0 W/ m2K. A chapa de Lexan Thermoclear, de acordo com a SABIC Innovative Plastics, que desen-volveu o produto, oferece propriedades superiores de isolamento em relação ao vidro de vários painéis, além de leveza, resistência elevada a impactos, rigidez e proteção UV (ultravioleta). A estrutura

Empresa desenvolve placa termoplástica que pode substituir vidros

em formato de “X” de nove camadas do material cria mais bolsões de ar entre o ambiente exterior e o interior do prédio, aumentando a resistência e a rigidez.

Disponível em espessuras de 35 mm, 40 mm, 45 mm e 50 mm, com valores U variando de 1,187 a 0,985 W/m2K, a chapa de Lexan Thermoclear fornece desempenho de isolamento térmico que supera o vidro de vários painéis, preen-chido com argônio, com um valor U de aproximadamente 1,4 W/m2K.

Outro benefício apresentado pelo fabricante é o baixo peso, o que facilita o manuseio e a instalação, quando com-parado com os painéis de vidro. Além disso, o material pode ser usado com uma estrutura de sustentação em aço mais leve do que a exigida pelo vidro, o que pode reduzir os custos de material e remessa. O produto pode ser usado para painéis e janelas transparentes planos

em telhados, prédios de escritórios, shopping centers, fábricas, solários e estufas.

A linha está disponível em branco opa-la, verde com controle solar e transparen-te. Ambos os lados da chapa são tratados com proteção UV proprietária contra a ação do tempo em ambientes externos, a fim de ajudar a garantir a qualidade óp-tica no longo prazo e a elevada transmis-são de luz. A SABIC Innovative Plastics afirma que em testes de ação do tempo acelerados de 4.000 horas (DIN53387 / ASTM G26) – comparáveis a 10 anos de exposição em ambientes externos, em condições climáticas moderadas – os resultados obtidos demonstraram a capacidade superior destas chapas em manter a cor, a transmissão de luz e a resistência ao impacto, quando compa-rados a produtos concorrentes.

www.sabic-ip.com.

AEAARP22

Page 23: Painel - edição 167 – fev.2009

LEgIsLAçãO

Lei de assistência técnica deve ampliar campo de trabalho para engenheiros e arquitetos

Depois de sancionada a lei que garante assistência técnica gratuita às famílias com renda de até três salários mínimos na construção de habitações (Lei 11.888, de 24/12/08), o desafio agora é a sua operacionalização.

Segundo Alex Abiko, professor titular do Departamento de Engenharia de Construção Civil Escola Politécnica da USP, a aplicação da lei vai depender da capacidade de gerenciamento e da alo-cação de recursos por parte de estados e municípios. A União já definiu uma das fontes de recursos, que será o Fun-do Nacional de Habitação de Interesse Social.

Ao ampliar de forma considerável o mercado de trabalho para arquitetos, en-genheiros e técnicos de edificação, que prestarão assessoria para a construção de casas com até 60 m² em cooperativas, mutirões, associações de moradores

etc., haverá também necessidade de treinamento, prevê Abiko.

Além dos recursos, será preciso criar mecanismos para selecionar benefici-ários por meio de sistemas de atendi-mento implantados por órgãos muni-cipais, com composição paritária entre representantes do poder público e da sociedade civil. A lei também determina que os serviços de assistência técnica serão objeto de convênio, ou termo de parceria, com a União, estados, Distrito Federal ou municípios.

O professor da Poli destaca que existem no país inúmeras iniciativas de Engenha-ria social que prestam assistência técni-ca às habitações para a baixa renda. A lei vem para dar um direcionamento geral a essas iniciativas. Além disso, o país é rico em experiências bem-sucedidas de mutirão, lembra Abiko. A Poli publicou um manual sobre mutirões, em parceria

com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) do Ministério da Ciência e Tec-nologia, que orienta a respeito de todas as etapas de implantação e execução de habitações.

Hoje já existem escritórios-piloto de Engenharia e Arquitetura, ligados a uni-versidades e centros acadêmicos, que poderiam se engajar nesta proposta. A Poli, por exemplo, conta com a Poli Cida-dã, que atua na urbanização de favelas e de tribos indígenas, e com a Poli Júnior, escritório-piloto, além de um curso à distância especializado em urbanização de favelas. Em 2008 esse curso qualificou 280 técnicos que já atuam em órgãos públicos de estados e municípios.

Outro efeito positivo da lei é a forma-lização de construções e reformas de habitações perante o poder público mu-nicipal, evitando a ocupação de áreas de risco e de interesse ambiental.

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nOTAs E CursOs

NOVOS ASSOCIADOS

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica que microalgas encontradas no litoral brasileiro têm potencial energético para produzir 90 mil quilos de óleo por hectare. De acordo com a Agência FAPESP (www.agencia.fapesp.br) este é o melhor resultado encontrado por pesquisadores que se debruçam sobre a descoberta de novas matrizes energéticas. A alternativa proporciona ganhos ambientais por reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera, e econômicos, pelo fato de não conflitar com a agricultura. Segundo a pesquisa, as microalgas podem ser cultivadas no solo pobre e com a água salobra do semi-árido brasileiro – para onde a água do mar também pode ser canalizada – e abre pos-sibilidades para que países tropicais (como a Polinésia e nações africanas) possam começar a produzir matriz energética. Além disso, as algas crescem mais rápido do que qualquer outra planta. “O biodiesel de microalgas ainda não é viável, mas em cinco anos haverá empresas produzindo em larga escala”, estima o biólogo Sergio Lourenço, do Departamento de Biologia Marinha da UFF, responsável pelo estudo.

arquitetura e urbanismoAmanda Fontellas TaveiraGerson Rodrigues da Costa Engenharia agronômicaLandry Moreira Loesch Engenharia civilMarcos Antonio Teixeira Engenharia de Produção mecânicaLuiz Guilherme Ravacci Pires Engenharia de Produção - materiaisRoberto Lourenço Curval Engenharia ElétricaAdilson Antonio Vallada Engenharia mecânicaRoberto de Azevedo Estudante – Engenharia agronômicaThiago Augusto Camilo da Silva Estudante – arquitetura e urbanismoCinthia Oliveira AlvarengaPriscila Aparecida de Menezes Estudante – Engenharia civilAna Rita Leonardo | Elmir Garzon JuniorErnani Branquinho Ferreira | Felipe CampiHamilton Campi Junior Hudson Campos LimaJoão Alves Cordeiro JuniorPaulo Henrique Defendi CazarotoPeter Seabra da Silva Rafael Manfrini Furlan | Vinicius Duran Estudante – Engenharia de ProduçãoMarcio Henrique de CarvalhoGuilherme Santos MasseiSidnei Vieira da Conceição técnico em EletrotécnicaAntonio de Souza Nogueira Neto

AgendA

Seminário Estruturas de Concreto – Tendências, Projetos e ExecuçãoA PINI reinicia, dia 11 de março, seu ciclo de eventos promovendo o Seminário Estruturas de Concreto –

Tendências, Projetos e Execução, em São Paulo. O objetivo do evento é apresentar os avanços tecnológicos na produção de edificações para projetistas e construtores. As principais tendências de projeto e execução de estruturas de concreto no Brasil, o processo de industrialização de construção civil, os avanços tecnoló-gicos do concreto estrutural, a utilização de pré-moldados e a viabilidade técnica e econômica do concreto auto-adensável serão alguns dos assuntos que nortearão as palestras. PAlestrAs

9h às 10h: Tendências de Projeto e Execução de Estruturas de Concreto no Brasil - Eng• o Ricardo França – França & Associados10h30 às 11h30: Normas e Aspectos de Durabilidade, Resistência e Desempenho relacionados às •Estruturas de Concreto – Enga Inês Laranjeiras Battagin – Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (CB-18)/ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)13h30 às 14h20: Novas Aplicações e o Futuro dos Pré-Moldados de Concreto - Eng. Francisco •Oggi14h20 às 15h10: Concreto Auto-Adensável: Aplicações, Trabalhabilidade e Método de Dosagem - •Profa Denise Carpena Dal Molin - Universidade Federal do Rio Grande do Sul15h40 às 16h30: Cases de Aplicação de Concreto Auto-Adensável - Eng. Maurício Bianchi (Diretor •Técnico) - BKO Engenharia

As inscrições para o evento podem ser feitas pelo site www.piniweb.com.br. Informações: (11) 2173-2474.data: 11 de março de 2009 Horário: 9h às 17hlocal: Milenium Centro de Convençõesendereço: Rua Dr. Bacelar 1043 - Vila Mariana - São Paulo-SP

2º Simpósio Internacional de Nutrição de RuminantesO 2º Simpósio Internacional de Nutrição de Ruminantes será realizado nos dias 24 e 25 de abril no

campus de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O evento é organizado pelo Grupo de Estudos de Nutrição de Ruminantes da Unesp (Nutrir) e pretende abordar a relação entre utilização de resíduos e subprodutos da indústria na produção de ruminantes e novos avanços na produção de bovinos confinados. O simpósio reunirá pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação, além de profissionais do setor, que terão a oportunidade de contatar alguns dos principais pesquisadores na área, entre os quais Mike Brown (Universidade West Texas A&M), Mike Galyean (Universidade Texas Tech) e Galen Erickson (Universidade de Nebraska).data: 24 e 25 de abril de 2009local: UNESP Botucatuinscrições: www.gruponutrir.com.br

Avaliação e perícias em imóveis urbanosO curso visa a preparar profissionais para atuarem no campo de Perícias de Engenharia e Avaliações,

apresentando informações básicas para o profissional avaliar imóveis urbanos, bem como pontos a se-rem considerados nos diversos laudos, técnicas de vistoria, argumentação, plano de trabalho, segundo normas vigentes. data: de 2 a 16 de março de 2009 Horário: 19h às 23hlocal: Av. Dr. Dante Pazzanese 120 - Vila Mariana - São Paulo/SPinstrutor: José Fickerinscrições: www.institutodeengenharia.org.br

Administração e empreendedorismo para engenheiros e arquitetosPromovido pelo Instituto de Engenharia, o curso tem por objetivo capacitar profissionais de Engenharia

e Arquitetura para as áreas de administração – financeira, recursos humanos, produção, mercado – e inserir conhecimentos de administração estratégica. O módulo foi ministrado em 120 cidades de 26 estados brasileiros e também em três cidades em Portugal. Princípios do empreendedorismo, as princi-pais características dos empreendedores e as ferramentas de gestão que concorrem para o sucesso das empresas também integram a programação.data: 13 de março de 2009 Horário: 13h às 21hlocal: Av. Dr. Dante Pazzanese 120 - Vila Mariana - São Paulo/SPinstrutor: Ênio Padilhainscrições: www.institutodeengenharia.org.br

Biodiesel que vem do mar

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UFSCar promove curso sobre estruturas de aço e concreto

O DECiv (Departamento de Engenharia Civil) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) está com inscrições abertas para o curso de extensão Projeto e dimensionamento de estruturas metálicas e mistas de aço e concreto.

Abordando os aspectos teóricos das principais normas brasileiras de estruturas, o curso ofere-cerá aos participantes a oportunidade de ampliar e atualizar os conhecimentos na área de projetos de estruturas metálicas, entender melhor o com-portamento de perfis estruturais e de elementos mistos como aço e concreto e analisar os sistemas estruturais usuais.

Sob a coordenação do professor Alex Sander Clemente de Souza, o curso é voltado a profissio-nais, professores e estudantes de Engenharia e terá carga horária de 77 horas. O início está previsto para o dia 18 de abril. As aulas acontecem quin-zenalmente, aos sábados, das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às 16h30.

O interessado que efetivar sua inscrição até o dia 20 de março terá desconto de R$ 100 na matrícula. O investimento total é de R$ 400 de inscrição mais quatro parcelas de R$ 300. Mais informações po-dem ser obtidas pelo e-mail [email protected], pelo telefone (16) 3351-8262, ramal 221, ou pelo site www.deciv.ufscar.br/metalica.

Exportação e logística do etanol brasileiro reúnem especialistas em São Paulo

O aumento das exportações de etanol nesta década comprova a força da energia verde brasileira: de 2001 a 2008, as vendas externas cresceram 600% em volume, passando a 3,6 bilhões de litros anuais. Em valores, o crescimento superou os 1.000%, chegando a US$ 1,5 bilhão no ano passado.

Nesse cenário, o seminário Exportação e logística do etanol: caminhos para a consolidação da lide-rança global trará uma contribuição estratégica, pois será o primeiro a abordar o álcool combustível do ponto de vista da exportação e sua logística. O evento acontecerá em São Paulo, no próximo dia 6 de março.

O seminário reunirá as informações mais atu-alizadas sobre o etanol no Brasil e no mundo, as soluções para os pontos críticos na implantação de uma logística eficaz e integrada, a imagem do etanol brasileiro entre os importadores e as estratégias de redução do protecionismo.

Com o volume de produção, a qualidade e a tecnologia de ponta hoje apresentados pelo setor sucroalcooleiro nacional, até mesmo as barreiras erguidas pelos países ricos contra o álcool com-bustível de cana-de-açúcar estão sendo derrubadas, criando um ambiente favorável para a consolidação da liderança do Brasil na exportação de etanol.

Os participantes poderão conhecer, por exemplo, as peculiaridades e exigências dos 27 países da União Européia para o assunto etanol e também o disputado mercado japonês.

No evento, a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) mostrará os recentes posicionamentos exigidos pela crescente demanda mundial do etanol.

A Brenco (Companhia Brasileira de Energia Renováve) avaliará a integração logística como fator diferencial para as exportações e mostrará a viabilidade de um alcoolduto e as rotas alternativas para o transporte terrestre.

A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) mostrará suas estratégias para o alinhamento da imagem do etanol brasileiro no mundo e para desmistificar a competição do álcool combustível com alimentos.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento avaliará as novas oportunidades do zonea-mento agrícola e as modificações da capacidade de atendimento ao mercado interno.

Os participantes conhecerão também as orien-tações da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para regulação e certificação.

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) informará seus planos de negó-cios para o setor de logística do etanol e as linhas de crédito mais vantajosas para expansão. Temas a serem abordados:

Exportação versus consumo interno Crise mundial versus exportações Vantagens competitivas do álcool brasileiro Sustentabilidade e questões sociais Estratégias de melhoria na logística Exportação ao mercado japonês O mercado europeu frente às emissões de gases Certificação do etanol e produção da cana-de-açúcar Construção de alcooldutos Barreiras tarifárias

Programação

9h00 – Posicionamento estratégico frente à cres-cente demanda mundial do Etanol eduardo caldasGestor de Projetos Agronegócio da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) 10h00 – coffee break e networking 10h20 – Integração logística como fator diferencial para as exportações

Alcooldutos •Transporte terreste •Terceirização •Investimentos •

Adriano dalbemDiretor de Logística da Brenco 11h20 – Melhorando a imagem do etanol brasileiro: como apresentar nosso produto como sustentável e

desmistificar a competição com alimentos?

Alimentos versus cana-de-açúcar •Projetos internacionais de marketing •Exploração dos pontos positivos para novos •negócios

eduardo leão de souzaDiretor Executivo da Unica

12h20 Almoço 14h00 – Mercado japonês e europeu: perspectivas e condições de acesso

As peculiaridades e exigências destes mer-•cados Melhores formas de persuadir potenciais •compradores

joão josé soares PachecoEmbaixador-chefe da delegação da Comissão Européia no Brasil satoshi AwayaDiretor de Bioenergia Sojitz do Brasil 15h30 – coffee break 15h50 – Crescimento das exportações versus capacidade de atendimento ao mercado interno

Zoneamento agrícola •Certificação e regulação •Selo Verde •

edson menezes da silvaSuperintendente de Abastecimento da ANP josé nilton VieiraDiretor interino do Departamento de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 16h50 – Investimentos para o setor de logística e linhas de crédito para expansão de mercado Artur milanezGerente do Departamento de Biocombustíveis do BNDES 18H - encerramento

ServiçoData: 6 de MarçoLocal: H’ LotelAlameda Campinas, 266, Jardim PaulistaSão Paulo - SP Inscrições:Fone (11) 3066-7703 ou 0800-770-7794Fax (11) 3066-7708E-mail [email protected] www.operamundi.net/seminarios

Revista Painel 25

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CrEA

Crea-SP empossa nova diretoria e conselheiros

AEAARP26

Na manhã de 15 de janeiro, o Crea-SP deu posse aos conselheiros que terão mandato no triênio 2009-2011, procedendo assim a renovação de terço desse quadro de profissionais. Tomaram posse dois representantes da AEAARP: Giulio Roberto Azevedo Prado, na modalidade Mecânica e Metalúrgica, tendo Romolo Prota como suplente, e Wilson Luiz Laguna, na Civil com Edes Junqueira como suplente.

Os conselheiros elegeram os representantes das demais modalidades profissionais para compor cada Câmara Especializada, dos membros da Diretoria e dos membros das Comissões Permanentes de Ética Profissional, de Orçamento e Tomada de Contas, de Renovação do Terço, de Relações Públicas, de Legislação e Normas, de Educação e Atribuições Profissionais e de Meio Ambiente.

Por indicação de José Tadeu da Silva, presidente do Crea-SP empossado para o segundo mandato, Paulo Eduardo de Grava foi eleito vice-presidente, recebendo homologação do plenário.

Como parte das comemorações pelos 75 anos do Conselho, o Crea-SP homenageou Cecília Maria Lourenço, que tem o

registro funcional mais antigo, o de número 33.

nova dirEtoriaGiulio e Romolo com Tadeu

Wilson, Tadeu e Edes

Os conselheiros de Ribeirão com o presidente do CREA-SP na posse

Vice-presidente: Paulo Eduardo de Grava

Diretora administrativa: Adilma Regina Pippa Scamparini

Diretor administrativo-adjunto: Paulo Eduardo Finhane Trigo

Diretor financeiro: Valdemar Antonio Demétrio

Diretor financeiro-adjunto: Pasqual Satalino

Diretora técnica: Liane Makowski de Oliveira e Almeida

Diretor técnico-adjunto: Joaquin Marino Telle

Diretor de Valorização Profissional: Jayme de Oliveira Bezerra Nunes

Diretor de Valorização Profissional-adjunto: João Fernando Custódio da Silva

Diretor de Relações Profissionais: Carlos Alberto Guimarães Garcez

Diretor de Relações Institucionais: Egberto Rodrigues Neves

Diretora do Fórum das Entidades de Classe: Luciana Rando de Macedo Bento

Diretor(a) de Educação: nome a ser indicado

Presidente do Crea-SP: José Tadeu da Silva (em segundo mandato 2009-2011);

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