Alberto Ordine , Cristina Amorim, Marcos Sá, Elber Bendinelli Cepel – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – Rio de Janeiro – Brasil, [email protected] A qualidade de uma pintura industrial, tanto para obras novas quanto para manutenção, depende de boas práticas de proteção anticorrosiva. Desde março de 2016, as Normas Eletrobras de Pintura Anticorrosiva estão vigentes, estabelecendo requisitos técnicos de procedimentos de pintura industrial e de tintas. Neste trabalho, apresentam-se resultados de uma pesquisa experimental de dois anos, motivadores para a utilização das Normas citadas, como meio de garantir que padrões de qualidade sejam atendidos nos serviços de pintura. Estudou-se um esquema de pintura de alto desempenho, contendo uma tinta de fundo rica em zinco, utilizado para proteção de estruturas expostas em ambientes de elevada agressividade atmosférica. Seguiu-se o procedimento padrão de preparação do esquema e realizaram-se outras condições fora do padrão, tais como, pintura sem preparação de superfície, supressão da demão final de tinta de acabamento, aplicação da tinta de fundo com espessura incorreta. Avaliou- se a relação entre o custo e o benefício utilizando-se tais procedimentos e evidenciou- se a importância do atendimento aos padrões de qualidade nos serviços de pintura anticorrosiva aplicados ao setor elétrico, que, além de melhor desempenho anticorrosivo, apresentaram menor custo em longo prazo. Resumo Metodologia Experimental Resultados de Desempenho Anticorrosivo e de Avaliação de Custo Conclusões Avaliação de Desempenho – Exposição Atmosférica – 2 anos PADRÕES DE QUALIDADE PARA SERVIÇOS DE PINTURA ANTICORROSIVA APLICADOS AO SETOR ELÉTRICO Dois anos na Estação de Corrosão Atmosférica do Cepel – RJ Esquema de pintura padrão A Aço carbono com carepa de laminação intacta Jateamento abrasivo seco ao metal branco (Sa 3) Perfil de rugosidade: 30 mm Metal base Epóxi-Zinco – 80 mm Epóxi – 180 mm Poliuretano – 70 mm B Metal base Metal base Metal base C D Epóxi-Zinco – 120 mm Carepa de laminação Efeito da modificação de etapas de pintura no custo e no benefício do esquema de pintura Modificações do esquema A AC = 0 mm AC = 16 mm AC = 9 mm Gz = 82 % AC = 0 mm AC = 0 mm A B C D “Barreira” 0 2 4 6 8 10 Et5 Et0 AC Gz Ad Total Pontuação A B C D Avaliação de desempenho anticorrosivo Exposição atmosférica: AC - avanço de corrosão; Gz - Gizamento, método Helmen; Ad – Aderência por tração, após exposição. Eletroquímicos – E (mV) vs. tempo: Et5 - 5% de área de aço exposta; Et0 - sem área de aço exposta. Pontos e Interpretação 0 Desempenho inferior 1 Desempenho mediano 2 Desempenho superior 0 2 4 A B C D Tempo gasto (h/m 2 ) Tratamento Superfície Preparação tintas Aplicação tintas 0 20 40 60 A B C D Custo (R$/m 2 ) Mão de obra Tintas x (mão de obra) (R$/h) Preço das tintas (R$/m 2 ) Avaliação de Custo dos Esquemas de Pintura -1100 -1000 -900 -800 -700 0 3 6 9 12 15 Potencial ECS (mV) Tempo (dias) A B C Avaliação de Custo e Benefício Em relação ao esquema A Esquema B: custo 9% superior e desempenho equivalente; Esquema C (sem preparação de superfície): custo 7% inferior e perda de 50% em desempenho; Esquema D (sem tinta de acabamento): custo 21% inferior e perda de 40% em desempenho. -50 -30 -10 10 A B C D Resultado relativo (%) Esquemas de pintura Desempenho Custo 0 40 80 120 A B C D Custo (R$/m 2 ) Custo inicial Custo de manutenção (após 2 anos) 0 30 60 90 A B C D Aumento de custo relativo ao esquema A (%) Gastos com manutenção após 2 anos Normas Eletrobras de Pintura Anticorrosiva Ensaios Eletroquímicos e Microscopia Substrato Carepa de laminação Tinta de fundo Tintas intermediária e de acabamento Esquema de Pintura C Potencial eletroquímico, em solução NaCl 3,5%, com 5% de área de substrato exposta. O resultado da tinta do esquema D é igual ao do A. Epóxi – 180 mm Ad = 8,6 MPa Falha B Ad = 10,4 MPa Falha B Ad = 11,4 MPa Falha B Ad = 8,3 MPa Falha A/B Conjunto de 9 normas de procedimentos e 21 normas de tintas. Padrões de qualidade para serviços de pintura anticorrosiva do setor elétrico. Guia (referência) de boas práticas de proteção anticorrosiva, tanto para obras novas, como na manutenção de estruturas metálicas e equipamentos elétricos. http://eletrobras.com/pt/Paginas/Normas-Eletrobras-de-Pintura-Anticorrosiva.aspx Valeu a pena economizar na proteção anticorrosiva? Trabalhar fora da especificação do esquema de pintura. Deixar de realizar preparação de superfície. Suprimir a etapa de aplicação da tinta de acabamento. Além de um desempenho superior, as boas práticas de proteção anticorrosiva também conferiram uma melhor relação entre o custo e o benefício, onde a manutenção foi desnecessária. Como garantir boas práticas de proteção anticorrosiva para o setor elétrico? As Normas Eletrobras de Pintura Anticorrosiva contêm padrões de qualidade para os serviços de pintura anticorrosiva que, se atendidos, conferem maior durabilidade às estruturas e equipamentos, resultando em redução de custos. NE-001: Requisitos Técnicos de Serviços de Pintura Anticorrosiva NE-002: Guia Prático para Serviços de Pintura Anticorrosiva NE-003: Jateamento Abrasivo e Hidrojateamento de Aço Carbono NE-004: Esquemas de Pintura de Equipamentos e Estruturas Metálicas NE-005: Identificação e Compatibilidade entre Esquemas de Pintura NE-006: Pintura de Aço Galvanizado NE-007: Pintura de Manutenção de Aço Carbono NE-008: Codificação de Cores de Equipamentos e Estruturas Metálicas NE-009: Classificação de Grau de Degradação em Pintura NE-010 a NE-030: Normas de Tintas