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tatu... Paca, cutia, não Claudio Fragata
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Paca, tatu... cutia, sim!

Mar 23, 2016

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Evoluir

 
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Page 1: Paca, tatu... cutia, sim!

tatu...Paca,

cutia,não

Claudio Fragata

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Fragata, Cláudio Paca tatu, cotia sim / texto de Cláudio Fragata ; ilustrações de Tiago Passos. -- São Paulo : Evoluir, 2012.

1. Ficção - Literatura infantojuvenil I. Título.

12-15515 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. Ficção : Literatura infantil 028.5 2. Ficção : Literatura infantojuvenil 028.5

Coordenação Editorial: Flavia BastosSupervisão: Fernando MonteiroProjeto Gráfico e ilustrações: Tiago PassosRevisão: vou te passarImpressão: Evoluir Cultural

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tatu...Paca,

cutia,não

Claudio Fragata

Page 6: Paca, tatu... cutia, sim!

A cutia já estava cansada

de uma coisa que acontecia

fosse noite ou fosse dia:

sempre era barrada

em todo lugar que ia.

Se não era na entrada,

então era na saída.

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Era barrada no baile,

na festa, na avenida,

no estádio de futebol

bem na frente da torcida.

Deixavam passar a multidão,

na vez dela, fechavam o portão:

- Paca, tatu... cutia, não!

Page 8: Paca, tatu... cutia, sim!

Passava boi, passava boiada,

passava o sapo, passava a rã.

Passava a onça-pintada,

Passava o bicho da maçã.

Passavam abelhas na zoada,

Passavam o carcará e a acauã.

Passavam galinhas cacarejantes,

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Passava a rastejante serpente.

Passava uma fila de elefantes

incomodando muita gente.

Passavam a cabra e o cabrito,

Até o terrível tubarão.

Entrava toda a bicharada:

- Paca, tatu... cutia, não!

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Não adiantava crachá,

cartão de visita,

nem carta de apresentação.

Carteira de estudante,

De identidade ou de habilitação.

Não valia passaporte

ou outra documentação.

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Era barrada mesmo fantasiada

de colombina, de odalisca

ou com roupas de safári.

E até quando disfarçada

de espiã Mata Hari.

Sempre a mesma humilhação:

- Paca, tatu... cutia, não!

Page 12: Paca, tatu... cutia, sim!

Ela já não duvidava,

diante de tal esculhambação,

que na Arca de Noé

ocorreu igual situação.

Os bichos entrando aos pares

numa longa procissão

para tomar seus lugares

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na famosa embarcação,

a zebra com a zebra,

a leoa com o leão.

Na vez das cutias, Noé,

com sua voz de trovão,

barrava a passagem com o pé:

- Paca, tatu... cutia, não!

Page 14: Paca, tatu... cutia, sim!

Até que num certo dia,

a cutia fez as malas

e foi visitar sua tia.

Encontrou a pobre velha

tomando banho de bacia.

Descobriu pra seu espanto

que a tia também sofria

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com a mesma tirania:

era barrada em todo canto,

na porta, na portaria,

na feira, no supermercado,

no cinema, na pastelaria.

Sempre a mesma discriminação:

- Paca, tatu... cutia, não!

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Mas a tia da cutia

nada tinha de coitada.

Era uma velhinha

muito, muito espevitada.

Disse então à sobrinha:

chegou o momento

de lutar pelo nosso direito,

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organizando um movimento

contra esse preconceito.

Chamaram todas as cutias,

fizeram cartazes, panfletos,

e uma faixa comprida assim

com as palavras de ordem:

- Paca, tatu... cutia, SIM!

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A tia da cutia tomou a dianteira,

pegou o megafone

e falou às companheiras:

— Ouçam bem, minhas queridas,

cutias unidas, jamais serão vencidas!

Saíram em grande passeata

Agitando toda a mata:

— Exigimos respeito,

abaixo o preconceito!

E a bicharada com cara de pamonha

Afinal — quem não sabe? —

discriminar é uma vergonha!

Dali em diante seria enfim:

— Paca, tatu... cutia, SIM!

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A luta das cutias virou lei

que dá aos bichos direitos iguais.

Hoje é obedecida até pelo Leão,

que é o rei dos animais.

Quem barra uma cutia

Seja em que lugar for,

vai logo parar na delegacia.

Page 21: Paca, tatu... cutia, sim!

Mas se algum bicho, um dia,

achar que é o melhor,

as cutias voltarão à rua

porque a luta continua.

Até que todos saibam de cor,

a briga não vai ter fim:

- Paca, tatu... cutia, SIM!

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Sobre o autor

Cláudio Fragata nasceu e mora na cidade de São

Paulo. Já trabalhou no “Jornal da Tarde” e nas

revistas “Globo Ciência” e “Recreio”. Na área

editorial, projetou os primeiros Manuais da Turma da

Mônica. Escreveu alguns livros, como “A Princesinha

Boca-Suja” (Editora Scipione), e o elogiado “Zé Perri:

A Passagem do Pequeno Príncipe Pelo Brasil” (Galera

Record), que, com ares de crônica literária e poesia

romântica, narra as pegadas que Saint-Exupéry deixou

pelo país. Em Paca Tatu o autor trata de temas sobre

preconceito, diferença e bulling

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Neste Livro o autor trata da questão do bulling de uma ma-neira divertida e irreverente. As cotias ao se perguntarem porque todas os outros bichos podiam entrar e as cotias não, elas só conseguem descansar quando escutam o esperado sim. Agora felizes gritavam sem parar: Paca Tatu, Cotia Sim!