Top Banner
7 '/ I I } l l I t I + IJ . 111SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECUPERAÇÃO D~ , AREAS DEGRADADAS - SINRAD "DO SUBSTRATO AO SOLO" 18 a 24 de maio de 1997 Ouro Preto - MG - Brasil ~ TRAB.L\LHOS VOLUNTAR/I~)S SOCIEDADE BRASILEIRA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE SOLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL VIÇOSA - MG 1997
6

Ouro Preto -MG -Brasil

Jun 27, 2022

Download

Documents

dariahiddleston
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Ouro Preto -MG -Brasil

7'/

I

I

}

l

lIt

I +IJ.

111SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECUPERAÇÃO D~,AREAS DEGRADADAS - SINRAD

"DO SUBSTRATO AO SOLO"

18 a 24 de maio de 1997Ouro Preto - MG - Brasil

~

TRAB.L\LHOS VOLUNTAR/I~)S

SOCIEDADE BRASILEIRA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREASDEGRADADAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE SOLOSDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

VIÇOSA - MG1997

Page 2: Ouro Preto -MG -Brasil

COORDENAÇAO EDITORIAL: Luiz Eduardo DiasElpídio lnácio Fernandes FilhoJaime Wilson Vargas de Mello

SECRETÁRIA:

EDITO RAÇÃO ELETRÔNICA:

Lílian Roberta Lacerda de Santana

Franz Lopes da SilvaJosé Roberto de Freitas

LOGOTIPO E CAPA: Agnaldo Pacheco

FOTOS DA CAPA: Luiz Eduardo Dias

Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação eClassificação da Biblioteca Central da UFV

S612t1997

Simpósio Brasileiro de Recuperação de Áreas Degradadas(3 : 1997 : Ouro Preto, MG)Trabalhos voluntários. - Viçosa, MG : SOBRADE; UFV/

DPS/DEF, 1997.580p. : il.

1. Áreas degradadas - Recuperação - Congressos. 2. Á-reas mineradas - Congressos. 3. Solos - Degradação - Con-gressos. r. Sociedade Brasileira de Recuperação de ÁreasDegradadas. Il. Universidade Federal de Viçosa. Il I. Título.IV. Título: Do substrato ao solo.

CDD. 19.ed. 631.6406CDD.20.ed.631.6406

IMPRESSO NA EDITORA FOLHA DE VIÇOSAVIÇOSA-MG

Page 3: Ouro Preto -MG -Brasil

_________ ••• -· •• ilií. _;J;j_g_'!I""'Z;jOK..,'!t!i •••HíI•••"••••!iiO•. ~·.m"SlMU~_"""-1!'!~.!o1! ....~~

COMPORTAMENTO SILVICULTURAL DE ALGUMAS ESPÉCIES A::,-BÓREp.sNA BACIA DE REJEITOS DA MINERAÇÃO CARAÍBA1

Marcos Antônio DRUMOND2, Adriano Quadros LIMA3

,

Paulo César Fernandes LIMA'

RESUMO - O presente trabalho foi desenvolvido numa área coberta por rejeitos fi n o s daMineração Carafba situada no sertão baiano, em Jaguarari-BA, entre as co o r de n a d as 9°87'latitude Sul e 39°86' longitude Oeste, a uma altitude média de 400 metros e precipitação médiaanual de 439 m m , com o objetivo de selecionar e conhecer o comportamento das e s p é cie s pararevegetação da bacia de rejeitos. Foram plantadas leucena i.Leuc aen a leucocep licilo.), b a r rig u d at Ceibn pentandra), faveleira t Cni dosculics phyllacanthus), umbuzeiro (Spondias t u ber as a.),c a raib e i ra (Tabebllia caraibcc), em delineamento estatístico inteiramente c a s ua liza d o nãobalanceado. Foram utilizados três tratamentos: 1) 10 litros de composto (bagaço de cana +esterco) + 15 litros de s ubs t r a t.o (argila + areia + esterco); 2) 15 litros de s ubs tr a t o (argila +areia + esterco) e 3) testemunha (plantio direto em covas sob o rejeito fino da m in e ra ção). Aavaliação preliminar demonstrou bons resultados para as espécies plantadas em covasutilizando a adição de 15 litros de s ubs t r a t.o, com sobrevivências de 100, 90, 100, 100 e 81% ealturas de 3,0; 1,3; 0,4; 1,4 e 0,5 m para leucena, barriguda, faveleira, c a r a ibo ir a e u m b u ze ir o ,respecti v arn en te.

Palavras-chave: Área degradada, se m i-á r ido , rejeito da mineração

ABSTRACT - This wo rk w a s ca rri e d ou t in a n a r e a covered with mine debris of the CaraibaMining Enterprise locat.ed jaguarar-BA, in the semi-arid a re a of Bahia State a t (Latitude: 9Q87'S; Longitude: 39Q86' W, altitude 400 m above sea leveI; with yearly rainfall average of 439 rn m .The objc ct ive 01' the study w a s select to k n o w the behavior and species to reforest the degradeda r e a , The species leucena tLeucaena leucocepluila'i, barriguda (Ceiba p en.tandr a.), faveleira(CnidosclllllS ph.y ll aca n.thtcs ), umbuzeiro (Spondias tuberosa), caraibeira (Tabebllia caraiba)w e r e p l a n t.e d in an unbalanced complete randomized designo There were there three treatments:a) 10 I 01' co m p os ite (sugarcane straw + manure) + 15 I of s ubs t r at u m (c1ay + sand + manure); b)15 I of substratum (clay + sand + m a n u r e ): c) co n t r o l (planting the seedling straight in the minedebris). The p re li m in a ry evaluation showed s a t isfa ct.o ry results for the species plant.ed w it h 15 Iof substratum wit.h survival indices of 100; 90; 100; 100 a n d 81 %; a n d p l a n t height of 3,0; 1,3;0,4; 1,4 a n d 0,5 111 for leucena, barriguda, faveleira, caraibeira and umbuzeiro, respectively.

Key w o rd s: Deg r a d e d a re a , se m i-a rid , mine debris.

INTRODUÇÃO

o Nordeste brasileiro possui uma área de1.5/JS.G72 k m", sendo que 5G% desta áreacorrespondem aos tipos climáticos árido e semi-árido. Segundo Golfari e Caser (1977), essasáreas são marcadas por adversidades climáticascom a temperatura média variando de 22 a282C, com precipitações médias de 250 a1000 mm/ano, caracterizadas por um regime dedistribuição bastante irregular, com chuvasconcentradas entre os meses de fevereiro e março,

com um período de seca de quatro a doze meses,e déficit hídrico de 500 a 1300 mm. A insolaçãomédia é alta (2.800 horas/ano), e as taxas deevaporação estão em torno de 2.000 mm/ano(Embrapa, 1979).

A vegetação é constituída por uma formaçãoarbórea arbustiva xerofítica, de baixa capacidadede suporte para produção animal e madeirapara energia. Os solos, geralmente rasos,chegam a apresentar afloramentos rochosos,pobres em matéria orgânica e ricos em cálcio epotássio. Aliadas a estas características,

I Tr~b~IIHJ aprcxunt ado 1](1 111:-;IMI'():-;IO NACIONAL DE RL(,Ul'l~RA\:i\O I)l~ .Á.REAS DEGIZADAlJAS-SINRADSociedade Brns i lc ira ele I{Cl'l1 lGra'C •

Page 4: Ouro Preto -MG -Brasil

404 DRUMOND, M.A. et aI.

diversas intervenções antr6picas têm levado 11

um aumento da degradação da região.Segundo Vollmer (1981), mais de 5 milhões

de hectares de solo em áreas potencialmenteprodutivas nas zonas áridas e sern i-ár id a s domundo se perdem por degradação.

No Nordeste do Brasil, as causas maisfreqüentes da degradação ambiental são osobrepastejo, irrigação, desmatamento, mineraçãoe cultivo excessivo, além do sistema de propriedadeda terra e da superpopulação (Rodrigues citadopor Ferreira et al., 1994)

O crescimento das áreas de mineração, temprovocado desmatamento de grandes áreasverdes, e também causando alterações natopografia pelo acúmulo de rejeitos empilhamentosde estéreis. Este processo, além da degradaçãodos solos, tem provocado desaparecimento deespécies vegetais e animais, causando impactosambientais indesejáveis.

A revegetação dessas áreas é o primeiropasso para tornar estas ações antrópicas dedesenvolvimento menos agressivas ao meioambiente. A escolha das espécies e técnicas demelhoria do estabelecimento e desenvolvimento

. das mesmas em cada ambiente são fundamentais,

pois na novos condições il11.J:)Oi9I:IHI sao lidverstls~Assim este trabalho visa estudar o oomportamuníosilvicultural de algumas espécies arb6reas,plantadas diretamente no rejeito fino damineração com utilização ou não de compostoorgânico e/ou substrato.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no município deJaguarari-BA, entre os paralelos 9°87' latitudeSul e 39°8G' de longitude Oeste, a uma altitudemédia de 400 metros e com uma precipitaçãomédia anual de 439 mm, concentrada nos mesesde dezembro a abril (Figura 1).

A área experimental foi uma bacia de rejeitasfinos da mineração de cobre, da MineraçãoCa r a íba , oriundos do processo de tratamento dominério de cobre, através de f1otação. Esta áreaé caracterizada pela eposição de um materialfino, com 95% de partículas inferiores a200 meches, cuja análise química relevou altosteores de elementos químicos, destacando-se osmacronutrientes e metais pesados, com pH de8,2, e alta porcentagem (52%) de silte (Tabela 1) .

100 _A 98,790 78,3

Ê 80

/E 70"-" 68,4e 60lC1l

50 51,8t.rC1l- 40a. 30,4o 30Ql 20 19,4 169'- .....---... 'o..

10 -""+-- 8,~.2-..OJan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Age Set Out Nev Dez

1

1'i

lI

"

I

Iu

Figura 1 - Distribuição pluviométrica média mensal no período de'1977 a 1996, nos limites da MineraçãoCaraíba, região de Jaguarari-BA.

Tabela 1 - Características química e física da área experimental com resíduo fino da mineração de cobre,região de Jaguarari-BA

Características química e físicap 1 1< 1 eu 1 Mg 1 S 1 AI 1 Fe 13 1 Cd 1 c- 1 eu 1 Mn 1 Ni 1 Pb 1 Zn pH Silte 1 Areia 1 Argila

----------------- dug/kg mg/kg %

0,2310,51 16,201 ],831°,21 14,2714,:i2 61,8117,1 1 8~)8 111571 48:{ 1 329 1 185 163,4 8,2 52 I 43 I 5

Page 5: Ouro Preto -MG -Brasil

Comportamento Silvicultura I de Algum as Espécies Arbóreas na Bacia de Rejeitos 405

Utilizaram-se mudas de leucena(Leucaena qleucocephal.a), barriguda (Ceibapentan dra), faveleira (Cnidosculusphvllacanth u s), umbuzeiro (Spondias tuberosa)e caraibeira i.Tabeb u ia caraiba), produzidas noviveiro da Mineração Caraíba. O plantiodefinitivo foi em maio de 1996, com mudasmedindo, em média 25 cm de altura, em covasde 40 em x 40 cm x 40 cm. O espaçamento variouem função da espécie: leucena (3,0 x 2,0 m),barriguda (3,0 m x 3,0 m); faveleira e umbuzeiro(4,0 x 4,0 m) e caraibeira (4,0 x 8,0 m ). Duranteo período de junho a novembro, as plantasreceberam em média duas irrigações semanaisde 15 litros de água por cova.

O delineamento estatístico utilizado foiinteiramente casualizado não balanceado comtrês tratamentos: 1) 10 litros de composto (bagaçode cana + esterco 3:1) + 15 litros de substrato(argila + areia + esterco - 3: 1: 1); 2) 15 litros desubstrato (argila + areia + esterco - 3:1:1); e 3)Testemunha (plantio diretamente na cova sobrejeito fino da mineração).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos aos oito meses forambons para as espécies plantadas em covasutilizando a adição de 15 litros substrato,

apresentando sobrevivências de 100, 90, 100,100 e 81% e alturas de 3,0; 1,3; 0,4; 1,4 e 0,5 mpara leucena, barriguda, fave1eira, caraibeira eumbuzeiro, respectivamente (Tabela 2). A alturadas plantas em covas com substrato foi superiorà dos demais tratamentos, entretanto nãodiferindo estatisticamente para o tratamento 1(substrato + composto), para todas as espécies.Para a caraibeira e umbuzeiro, não houvediferença entre os tratamentos utilizados.

A leucena e caraibeira apresentaram 100%de sobrevivência em todos os tratamentos,enquanto que a barriguda e faveleira apresentaramtaxas de sobrevivência diferenciadas, sendo queo menor índice (23%) foi verificado parabarriguda em área plantada diretamente sobreo resíduo da mineração sem composto e/ousubstrato .:

O crescimento inicial da leucena em covascom substrato (3,0 m de altura) pode ser consideradoexcelente comparado aos dados apresentadospor Lima (1986), aos 12 meses de idade (3,3 m),em áreas de sequeiro na região de Petrolina-PE.

Constatou-se no umbuzeiro, a presença defolhas esbranquiçadas em 50% das plantas,sugerindo serem sintomas de deficiência outoxidez mineral, possivelmente pelos altosteores de metais pesados na composição dosresíduos.

Tabela 2 - Altura e sobrevivência de algumas espécies arbóreas em áreas degradadas pela deposição derejeitas finos da mineração de cobre, aos oito meses de idade no município de Jaguarari-BA

Espécie Tratamento Altura* Sobrevivência

(rn ) (%)

Leucaena Leucoce plial a Substrato + Composto 2,9 a 100(Leucencc) Substrato 3,0 a 100

Resíduo de mineração 2,1 b 100

Ceib a p en.ta nclra Substrato + Composto 1,1 ab 50

(barriguda) Substrato 1,3 a 90

Resíduo de mineração 0,9 b 23

Cni donc ul us p h y l lctc a n tli u s Substrato + Composto 0,3 ab 50(fa o cle ira ) Substrato 0,4 a 100

Resíduo de mineração 0,2 b 67

Ttibeb ui a caraiba Substrato + Composto 1,2 a 100

(caraibeira) Substrato 1,4 a 100

Resíduo de mineração 1,1 a 100

Sp onciias tuberosa Substrato + Composto 0,4 a 100

(umbueeiro) Substrato 0,5 a 81n '.' ., -

Page 6: Ouro Preto -MG -Brasil

I406 DRUMOND, M.A. et a!.

CONCLUSÕES

1. A adição de substrato favoreceu o estabelecimentoe crescimento inicial das espécies leucena,barriguda, faveleira, car a ib ei r a e umbuzeiro;

2. A leucena destacou-se pela superioridade emrelação às demais, sugerindo ser umaalternativa viável para recuperação de áreasdegradadas por mineração de cobre.

LITERATURA CITADA

EMBRAPA, Centro de Pesquisa Agropecuária doTrópico Semi-Árido (Petrolina-PE). RelatórioTécnico Anual do Centro de Pesquisa doTrópico Sem.i-Árido 1977-1978. Brasília:EMBRAPA-DID, 1979.

FERREIRA, D.G.; MELO, H.P.; NASCIMENTO, P.S.J.do. Avaliação do quadro da desertificação noNordeste do Brasil: diagnósticos e perspectivas.[S.!.: s.n.], Trabalho apresentado na ConferênciaNacional da Desertificação, Fortaleza, CE, 1994.

GOLFARI, L.; CASER, R.L. Zo n e a m.en toecológico da região Nordeste paloaexperim.entação florestal. Belo Horizonte:Centro de Pesquisa Florestal do Cerrado, 1977116p. il. (PNUD/FAO/IBDF/BRA-45 PRODEPEF.Série Técnica, 10)

LIMA, P.C.F. The productivity in the semiarid zoneof Brazil. Forest Ecology a n d Ma n a g em e n t,Amsterdam. v.16, n.1/4, p.5-13, 1986.

VOLLMER, U. Presentación In: ACROFLORESTERIA:SEMINÁRIO,1981, Turrialba, Ac t a s ... Tu rr ia lba:CATIE, GTGIDSC, 1981. p.1l-13 (CATIE SerieTécnica. Boletim Técnico, 14) Editado por JochenHeuveldop, Johannes Lagemann.

/