IDEIA Instituto de Desenvolvimento em Educação Faculdade Suldamérica Coordenação de Pós-Graduação Latu Sensu Disciplina: Educação, Sociedade e Cultura EDUCAÇÃO DOS EDUCADORES : O PENSAMENTO DE EDGAR MORIN Djalma Caetano de Miranda
IDEIAInstituto de Desenvolvimento em Educação
Faculdade SuldaméricaCoordenação de Pós-Graduação Latu SensuDisciplina: Educação, Sociedade e Cultura
EDUCAÇÃO DOS EDUCADORES : O PENSAMENTO DE EDGAR MORIN
Djalma Caetano de Miranda
O pensamento de Morin à respeito da formação de professores
• Morin trabalha com a ideia de que o conhecimento deve ser complexificado.
• A realidade é por natureza um fenômeno complexo á medida que não podemos vivê-la de forma fragmentada.
• O próprio ser humano é complexo: somos únicos e múltiplos ao mesmo tempo.
“ Cada indivíduo é único. Cada individuo se compões de inúmeros indivíduos que ele não conhece” (Octávio Paz).“ Cada indivíduo é único. Cada individuo se compões de inúmeros indivíduos que ele não conhece” (Octávio Paz).
• Quando analisamos mais profundamente um acontecimento constatamos que este é uma parte inserida num todo.
• O paradigma simplificador, redutor e reducionista analisa os acontecimentos numa só perspectiva.
• Diante de uma realidade complexa devemos pensar também de forma complexa.
• Quem educará no futuro os educadores será uma minoria de educadores, estimulados por esse pensamento complexo.
• Os educadores deverão buscar saberes para que possa responder às questões fundamentais referentes á ética, à cidadania, à sociedade planetária e global do presente e do futuro.
Morin sugere sete saberes “fundamentais” para a educação do futuro
PRIMEIRO SABER: As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão.
• Temos erros de percepção ou de julgamento em relação à realidade exterior e em relação a nós mesmos.
• Tendemos a acreditar que a ciência clássica garante a detecção desses erros e dessas falhas.
• Porém, nem o conhecimento científico está imune ao erro.
• A educação do futuro deverá estar consciente da possibilidade do erro nos processos do conhecimento.
SEGUNDO SABER: Os princípios do conhecimento pertinente (relativo).
• Somos portadores e reprodutores de saberes desunidos e compartimen- dores, fragmentados e fragmentadores, divididos e divisores.
• Os conhecimentos tem divisões estanques e não comunicáveis geradas por uma lógica binária que determina uma dupla visão do mundo falsamente antagônica.
• O educador deve ser capaz de promover uma relação dialógica entre o particular e o geral, a parte e todo, do local e do global.
• A educação do futuro formará o cidadão e o profissional apto a pensar e trabalhar com o todo e não com as partes isoladamente.
TERCEIRO SABER: Ensinar a condição humana.
• Nosso destino está irremediavelmente ligado ao destino da Terra e do Universo.
• A educação do futuro deverá conscientizar as novas gerações do nosso duplo imperativo antropológico: conservar a unidade e a diversidade humana.
• A educação do futuro deverá conscientizar da nossa condição como cidadãos do mundo e do nosso destino em comum: individual, social e global.
Nossa condição cósmica nos leva a sermos três relações triádicas simultaneamente.
QUARTO SABER: Ensinar a identidade terrena
• Somos todos originários da mesma espécie, possuímos as mesmas características fundamentalmente humanas.
• O professor do futuro deverá despertar e cultivar nas futuras gerações um sentimento de desvelo e pertencimento à Terra.
• Essa tomada de consciência já se iniciou: consciência ecológica, ação em defesa dos direitos humanos, direitos das minorias étnicas, culturais, sexuais e muitos outros movimentos sociais.
QUINTO SABER: Enfrentar as incertezas
• A história do ser humano não é só calçada de certezas, ordens, determinis- mos, evoluções, progressos.
• A história do ser humano comporta também incertezas, desordens, acasos, involuções e regressões.
• Nossa vida não é linear, mas um complexo de ordens, desordens, organi- zações e desorganizações.
• A educação do futuro ensinará que toda ação é um jogo de inter-retro-ações entre o sujeito e o contexto, com suas probabilidades e improbabilidades.
• Deveremos desenvolver habilidades cognitivas que possibilitem um pen- samento criador de estratégias.
SEXTO SABER: Ensinar a compreensão
• Ensinar a compreensão é a missão espiritual da educação.
• Vivemos um paradoxo. No momento em que o mundo mais se comunica menos nos compreendemos.
• A incompreensão tem suas raízes que vão do mal-entendido ao não entendido de uma informação, passando pela ignorância :
a)Dos ritos e costumes de outras culturas;
b)Dos códigos de éticas e dos valores;
c)Das visões e concepções de mundo.
• As posições contrárias à compreensão são:
a)O egoísmo e o egocentrismo;
b)O etnocentrismo e o sociocentrismo;
c)O espírito frio e redutor (o ladrão é só ladrão, o pobre é só pobre, etc).
• A educação do futuro deverá ensinar a ética da compreensão.
• Essa ética apregoa o compreender de modo desinteressado e mais ainda, que se possa compreender a própria incompreensão.
• A ética da compreensão requer uma abertura simpática ao outro, não somente ao próximo, mas ao distante também.
• A ética da compreensão requer tolerância para as ideias e convicções diferentes das nossas.
SÉTIMO SABER: A ética do gênero humano
• Devemos conceber cada uma dessas esferas como inseparáveis e coprodutoras uma das outras.
• Devemos conceber cada uma dessas esferas como inseparáveis e coprodutoras uma das outras.
• A ética do gênero exige o dever ético de ensinar os princípios
democráticos da liberdade individual, da responsabilidade dos atos,
o respeito à diversidade e ao antagonismo,o consenso que nasce do
conflito de ideias, posições e pensamentos, da aceitação das
pluralidades, concorrências e antagonismos.
Referências bibliográficas:
BENZATTI, Eduardo. A educação e os educadores do futuro.
“Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. A educação
do futuro deve enfrentar o problema de dupla face do erro e da ilusão. O
maior erro seria subestimar o problema do erro; a maior ilusão seria
subestimar o problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão
é ainda mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem como
tal."
Edgar Morin
“Um trabalho tem sentido para uma pessoa quando ela o acha
importante, útil e legítimo”.
Edgar Morin
“Temos todos o mesmo destino porque vivemos com os mesmos
problemas, medos e tensões. Vivemos os mesmos perigos, e eles são
vários: as doenças, as guerras, as tensões religiosas”.
Edgar Morin