OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM Diego Leite de Oliveira – FL/UFRJ
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Diego Leite de Oliveira – FL/UFRJ
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEMContribuições para o estudo da língua russa
Mikhail Vassilievitch Lomonossov Vladimir Ivanovitch Dalh Viktor Vladímirovitch Vinogradov Serguei Ivanovitch Ojegov
Contribuições para o estudo da linguagem Nikolai Serguieievitch Trubetskói Roman Ossipovich Jakobson Mikhail Mikhailovich Bakhtin
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Mikhail Vassilievitch Lomonossov (1711-1765)
• Primeira gramática normativa da língua russa;
• Conceito sobre as partes do discurso;• Ortografia;• Pronúncia das palavras;• Sistema estilístico da língua russa;
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Vladimir Ivanovitch Dalh (1801-1872)
-Criador do Dicionário da grandiosa língua russa viva;-Pesquisa de coleta de ditados populares e provérbios russos e ucranianos;
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Viktor Vladímirovitch Vinogradov (1894-1969)
• semântica;•Sintaxe;•Fonêmica;•Estudos sobre estilística e língua literária.
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Serguei Ivanovitch Ojegov (1900-1964) Criação do dicionário mais famoso
da língua russa; http://slovarozhegova.ru/ http://www.mirslov.ru/3/ http://www.ozhegov.ru/ http://ozhegov-online.ru/ http://www.ozhegov-shvedova.ru/
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEMO Formalismo russode 1910 até 1930Viktor Chklovsky, Vladimir Propp, Yuri Tynianov,
Boris Eikhenbaum, Roman Jakobson e Grigory Vinakur
Estudo da especificidade e da autonomia da linguagempoética e literária.
OPOJAZ (Obscestvo izucenija Poeticeskogo Jazyka - Sociedade para o Estudo da Linguaguem Poética)
Círculo Linguístico de Moscou
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEMa literatura por ela mesma. As características
que a distinguem de outras atividades humanas devem constituir o objeto de inquisição da teoria literária;
segundo, 'fatos literários' têm de ser priorizados sobre os compromissos metafísicos da crítica literária (sejam filosóficos, estéticos ou psicológicos);
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Vladimir Iakovlievitch Propp (1895-1970) "corpus" de 449 contos; 31 funções agrupadas em 7 esferas de
ação:
1ª Esfera - O agressor (o que faz mal) 2ª Esfera - O doador - o que dá o
objeto mágico ao herói. 3ª Esfera - O auxiliar - que ajuda o
herói no seu percurso. 4ª Esfera - A Princesa e o Pai (não tem
de ser obrigatoriamente o Rei). 5ª Esfera - O Mandador - aquele que
manda. 6ª Esfera - O Herói 7ª Esfera - O falso herói
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM Morfologia do conto:
1. DISTANCIAMENTO: um membro da família deixa o lar (o Herói é apresentado);2. PROIBIÇÃO: uma interdição é feita ao Herói ('não vá lá', 'vá a este lugar');3. INFRAÇÃO: a interdição é violada (o Vilão entra na história);4. INVESTIGAÇÃO: o Vilão faz uma tentativa de aproximação/reconhecimento (ou tenta
encontrar os filhos, as jóias, ou a vítima interroga o Vilão);5. DELAÇÃO: o Vilão consegue informação sobre a vítima;6. ARMADILHA: o Vilão tenta enganar a vítima para tomar posse dela ou de seus
pertences (ou seus filhos); o Vilão está traiçoeiramente disfarçado para tentar ganhar confiança;
7. CONIVÊNCIA: a vítima deixa-se enganar e acaba ajudando o inimigo involuntariamente;8. CULPA: o Vilão causa algum mal a um membro da família do Herói; alternativamente,
um membro da família deseja ou sente falta de algo (poção mágica, etc.);9. MEDIAÇÃO: o infortúnio ou a falta chegam ao conhecimento do Herói (ele é enviado a
algum lugar, ouve pedidos de ajuda, etc.);10. CONSENSO/CASTIGO: o Herói recebe uma sanção ou punição;11. PARTIDA DO HERÓI: o Herói sai de casa;12. SUBMISSÃO/PROVAÇÃO: o Herói é testado pelo Ajudante, preparado para seu
aprendizado ou para receber a magia;13. REAÇÃO: o Herói reage ao teste (falha/passa, realiza algum feito, etc.);.
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM14. FORNECIMENTO DE MAGIA: o Herói adquire magia ou poderes mágicos;15.TRANSFERÊNCIA: o Herói é transferido ou levado para perto do objeto de sua busca;16.CONFRONTO: o Herói e o Vilão se enfrentam em combate direto;17.HERÓI ASSINALADO: ganha uma cicatriz, ou marca, ou ferimento18. VITÓRIA sobre o Antagonista19. REMOÇÃO DO CASTIGO/CULPA: o infortúnio que o Vilão tinha provocado é desfeito;20. RETORNO DO HERÓI: (a maior parte da narrativas termina aqui, mas Propp identifica uma
possível continuação)21. PERSEGUIÇÃO: o Herói é perseguido (ou sofre tentativa de assassinato);22. O HERÓI SE SALVA, ou é resgatado da perseguição;23. O HERÓI CHEGA INCÓGNITO EM CASA ou em outro país;24. PRETENSÃO DO FALSO HERÓI, que finge ser o Herói;25. PROVAÇÃO: ao Herói é imposto um dever difícil;26. EXECUÇÃO DO DEVER: o Herói é bem-sucedido;27. RECONHECIMENTO DO HERÓI (pela marca/cicatriz que recebeu);28. o Falso Herói é exposto/desmascarado;29. TRANSFIGURAÇÃO DO HERÓI;30. PUNIÇÃO DO ANTAGONISTA31. NÚPCIAS DO HERÓI: o Herói se casa ou ascende ao trono
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Viktor Borissovitch Chklovski (1893-1984)
ostranenie (estranhamento)
A não aproximação do significado ao nosso entendimento, mas a criação de uma concepção especial do objeto. No estranhamento, a coisa não é chamada pelo seu nome, mas, sim, descrita como se fosse vista pela primeira vez.
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM Yuri Nikolaievitch Tynianov (1894-1943)
A ciência literária deve ter uma base teórica firme e uma terminologia precisa;
As leis estruturais de um campo específico da literatura precisam ser estabelecidas antes de se relacionar com outros campos;
A evolução literária deve ser estudada como um sistema. Todas as evidências, tanto literárias quanto não literárias, devem ser analisadas funcionalmente;
A distinção entre sincronia e diacronia foi útil para o estudo da literatura e da linguagem, separando os sistemas em estágios do desenvolvimento. Mas a história dos sistemas é também um sistema, cada sistema sincrônico tem seu próprio passado e futuro como parte de sua estrutura, portanto essa distinção não deve ser preservada.
Um sistema sincrônico não é um mero aglomerado de fenômenos contemporâneos catalogados. 'Sistema' significa uma hierarquia organizada.
A distinção entre língua e palavra, vinda da Linguística, deve ser desenvolvida pela literatura a fim de revelar os princípios fundamentais da relação entre a elocução individual e a prevalência complexa de normas;
A análise de leis estruturais da literatura devem direcionar para a identificação de um número limitado de tipos estruturais e leis evolucionistas que governam tais tipos;
A descoberta de 'leis imanentes' de uma gênero permite descrever um passo evolutivo, mas não a explicar por que este passo - e não outro - foi dado pela literatura. Aqui a literatura deve ser aliada a relevantes fatos não-literários para encontrar tais leis, um 'sistema dos sistemas'. Mas ainda assim as leis imanentes do trabalho individual devem ser enunciadas primeiro.
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Nikolai Sergueievitch Trubetzkói (1890-1938)
• Seus preceitos formaram o núcleo do Círculo de Praga;
•Fundador da morfofonologia;
•Definição de fonema;
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEMO Círculo Linguístico de Praga
Fundado em 1926;
Base do Funcionalismo Linguístico;
Noção teleológica da linguagem;
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Roman Ossipovitch Jakobson (1896-1982)
•Maior divulgador das ideias do círculo linguístico de Praga;•Influências da linguística russa, do formalismo russo e da lnguística ocidental;•Contribuições para o estudo da afasia;•Contribuições para os estudos da tradução;
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Elementos da Comunicação Funções da Linguagem
contexto (referente) referencial
remetente emotiva
mensagem poética
destinatário conativa
contacto (canal) fática
código metalingüística
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM
Tradução intralinguística;
Tradução interlinguística;
Tradução intersemiótica;
OS RUSSOS NOS ESTUDOS DA LINGUAGEM Mikhail Mikhailovich Bakhtin (1895-1975)
• Polifonia;
•Dialogismo;
•Gênero textual;
Bibliografia recomendada Bakhtin, M. Freudismo. SP: Perspectiva, 2004. Bakhtin, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. SP: Hucitec, 2009. Bakhtin, M. Cultura Popular na Idade Média: o contexto de François
Rabelais. SP: Hucitec, 2010. Bakhtin, M. Estética da Criação Verbal. SP: Martins Fontes, 2010. Bakhtin, M. Problemas da poética de Dostoiévski. SP: Forense, 2010. Bakhtin, M. Questões de Literatura e de Estética . SP: Hucitec, 2010. JAKOBSON, Roman, 1963, Essais de linguistique Générale, Paris:
Editions de Minuit. JAKOBSON, Roman, 1977, Seis Lições Sobre o Som e o Sentido,
Lisboa: Moraes. JAKOBSON, Roman, s.d., Linguística e Comunicação, São Paulo:
Editora Cultrix.
Bibliografia recomendadaPropp, V. Morfologia do conto maravilhoso.
Forense Universitária.Dionisio de Oliveira Toledo, Ana Maria
Ribeiro Filipouski (org.) Teoria da literatura: formalistas russos. . Porto Alegre: Globo, 1978.
Tzvevtan Todorov. Teoria Da Literatura, V.1 e 2 . Textos dos Formalistas Russos. Lisboa: Edições 70, 1999.