Os Imprios humanos e a supremacia divina
Desde a fundao do mundo, os imprios continuam a ascender e a
cair. A supremacia divina, porm, continua indelvel, imarcescivel.
Frova-nos isso estar Deus no supremo comando da Histria. De acordo
com a sua soberana vontade, vo os filhos dos homens escrevendo suas
crnicas.Depois de exaltar-se e desafiar os cus, confessa
Nabucodonozor. poderoso rei de Babilnia: "Agora, pois, eu,
Nabucodonozor, louvo, e exalo e glorifico ao rei do cu; porque
todas as suas obras so verdades; e os seus caminhos juzo, e pode
humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37).Veremos, a seguir,
como os grandes imprios da antigidade e mencionados na Bblia
ascenderam e caram. Tanto em sua ascenso, como em sua queda, no nos
ser difcil vislumbrar a potente mo de Deus. Rapidamente, portanto,
acompanharemos o nascimento, o apogeu e a queda destes imprios:
Egito, Assria, Babilnia, Prsia, (ircia e Roma.Logo aps, na terceira
parte desta obra, comearemos a caminhar sobre a Terra Santa, onde
desenrolou-se a maravilhosa histria da salvao.
Imprio Egpcio
Sumrio: Introduo. I Histria do Egito. II -Geografia do Egito.
III - A grandeza do Egito. IV - O Egito e os filhos de Israel.
INTRODUOO Egito representa uma das mais antigas civilizaes
humanas. Sua histria quase to antiga como o prprio homem. Julgam
alguns historiadores, por isso, ter sido o Vale do Nilo o bero da
humanidade. Mas, por intermdio das Sagradas Escrituras, sabemos ser
a Mesopotamia o primeiro lar de nossos mais remotos
ancestrais.Napoleo Bonaparte, em sua campanha pelo Oriente Mdio,
ficou extasiado com a antigidade da civilizao egpcia. Ao contemplar
as colossais pirmides, exclamou aos seus homens: "Soldados, do alto
dessas pirmides, quarenta sculos vos contemplam". A grandiosidade
do Egito exerce um grande atrativo sobre o nosso esprito. Como no
admirar as monumentais conquistas dos forja-dores da civilizao
egpcia?A presena do Egito nas Escrituras Sagradas muito forte. Por
esse motivo, precisamos conhecer melhor a histria e a geografia
desse lendrio e misterioso pas. Tendo em vista o exguo espao de que
dispomos, no poderemos tratar, com profundidade, da cultura egpcia.
Cabe ao leitor, entretanto, aprofundar-se no assunto e buscar novas
informaes em uma bibliografia adequada. Basta-nos. por enquanto,
alguns dados gerais sobre o outrora portentoso imprio do Nilo.
I - HISTRIA DO EGITONo podemos datar, com preciso, quando
chegaram os primeiros colonizadores aos territrios egpcios. Quanto
mais recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa.
Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa regio foram
nmades. Aps uma vida de rduas e incmodas peregrinaes, eles comearam
a organizar-se em pequenos Estados. Essas diminutas e inexpressivas
unidades polticas conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o
passar dos sculos, at formarem dois grandes reinos: o Alto Egito,
no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambos estavam localizados,
respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do mesmo rio.Entre
ambas as regies havia um forte contraste. Seus deuses eram
diferentes, como diferentes eram, tambm, seus dialetos e costumes.
At mesmo a filosofia de vida desses povos eram marcadas por visveis
antagonismos. Declara o egiptlogo Wilson: "Em todo o curso da
histria, essas duas regies se diferenciaram e tiveram conscincia da
sua diferenciao. Quer nos tempos antigos, como nos modernos, as
duas regies falam dialetos muito diferentes e vem a vida com
perspectivas tambm diferentes."Sobre essa poca, escreve Idel
Becker: "Neste perodo pr-dinstico, o desenvolvimento da cultura
egpcia foi, quase totalmente, autctone e interno. Houve apenas,
alguns elementos de evidente influncia mesopotmica: o selo
cilndrico, a arquitetura monumental, certos motivos artsticos e,
talvez, a prpria idia da escrita. H, nessa poca, progressos bsicos
nas artes, ofcios e cincias. Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro
(instrumentos, armas, ornamentos, jias). Havia olarias; vidragem;
sistemas de irrigao. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e
costumes tradicionais - leis consuetudinrias."
1 - A unificao do EgitoEm conseqncia de suas muitas diferenas, o
Alto e o Baixo Egito travaram violentas e desgastantes guerras por
um longo perodo. Essas constantes escaramuas enfraqueciam ambos os
reinos, tornando-os vulnerveis a ataques externos. Consciente da
inutilidade desses conflitos, Mens, rei do Alto Egito, conquista o
Baixo Egito. Depois de algumas reformas administrativas, esse
monarca (para alguns historiadores, uma figura lendria) unificou o
pas, estabeleceu a primeira dinastia e tornou Tnis, a capital de
seu vasto imprio.A unificao do Egito ocorreu, de acordo com clculos
aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nesta mesma poca, os egpcios
comearam a fazer uso da escrita e de um calendrio de 365
dias.Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais
florescente e poderoso imprio da antigidade. Os reis iniciaram a
construo das grandes pirmides, que lhes serviu de tumba. Por causa
desses arroubos arquitetnicos, receberam o apelido de "casa grande"
- fara. Ento, a cultura egpcia alcanou propores considerveis.No
final do Antigo Imprio, que abrange o perodo de 2.780 a 2.400 a.C,
o poder dos faras comeou a declinar. O fim dessa era de glrias
marcado por revoltas e desordens, ocasionadas pelos governadores
dos nomos.Uma febre de independncia alastra-se por todo o pais.
Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; a influncia da realeza
decai continuamente. Aproveitando-se desse caos generalizado,
diversas tribos negrides e asiticas invadem o pas.Graas,
entretanto, a interveno dos faras tebanos, o Egito consegue
reorganizar-se, pelo menos at a agresso hicsa.
2 - A invaso dos hicsosNo obstante a segurana trazida pelos
prncipes de Tebas (11* dinastia) e pelas conquistas poltico-sociais
do povo, o Egito comea a sofrer incurses de um bando aguerrido de
pastores asiticos. Nem mesmo o prestgio internacional dos faras
seria suficiente para tornar defensveis as fronteiras egpcias.Esses
invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, aproximadamente, so
conhecidos como hicsos. Eles iniciam sua dominao em 1.785 e so
expulsos por volta de 1580 a.C.Idel Becker, com muito critrio,
fala-nos acerca desse conturbado perodo: "Esta a poca mais confusa
e discutida da histria do antigo Egito: um perodo de invases e de
caos interno. Os hicsos - conglomerado de povos semitas e arianos,
invadiram o Egito (atravs do istmo que o ligava pennsula do Sinai),
venceram os exrcitos de fara e dominaram grande parte do pas.
Possuam cavalos e carros de guerra (com rodas); e armas de bronze
(ou talvez, mesmo, de ferro), mais bem acabadas e mais fceis de
manejar do que as dos egpcios. Tudo isso explica a sua
superioridade blica e os seus triunfos militares. Os hicsos talvez
estivessem fugindo da presso dos invasores indo-europeus (hititas,
cassitas e mitanianos), sobre o Crescente Frtil."Com os hicsos,
acrescenta Becker, devem ter entrado no Egito os hebreus.
3 - Novo ImprioCom a expulso dos hicsos, renasce o Imprio Egpcio
com grande pujana. Com Ames I, os faras tornaram-se imperialistas e
belicosos. Tutms III, por exemplo, conquistou a Sria e obrigou os
fencios, cananitas e assrios a pagarem-lhe tributo.A expanso
egpcia, entretanto, esbarrou nos interesses dos poderosos hititas,
senhores absolutos da sia Menor. Na ocasio, o clebre fara, Ramss II
fez ingentes esforos para venc-los. Como no conseguiu o seu
intento, assinou com o reino hitita um tratado de paz, que vigorou
por muitos anos. 32Foi durante o Novo Imprio (1580-1200 a.C), que
os israelitas comearam a ser escravizados pelos faras. 4 -
DecadnciaAps o Novo Imprio, o Egito comeou a sofrer sucessivas
intervenes: lbia, etope, indo-europia, assria, persa, grega e
romana. Em linhas gerais, essa nao, cujo passado foi to glorioso,
pertenceu ao Imprio Romano, durante 400 anos; ao Imprio Bizantino,
durante 300 anos. No Sculo VII d.C, fica sob a tutela dos
muulmanos. A partir de 1400, torna-se possesso turca. No Sculo XIX,
fica sob a custdia franco-inglesa. No incio deste Sculo, torna-se
protetorado ingls.Em 1922, todavia, conquista sua independncia.
Hoje, porm, no passa de um apagado reflexo de sua primeira
glria.
II - GEOGRAFIA DO EGITONetta Kemp de Money descreve o antigo
Egito: "O Egito da antigidade se assemelhava em sua forma a uma
flor de ltus (planta importante na literatura e na arte egpcia), no
extremo de um talo sinuoso que tem esquerda e um pouco abaixo da
prpria flor, um boto de flor. A flor composta pelo Delta do Nilo, o
talo sinuoso a terra frtil que se estende ao longo do dito rio, e o
boto o lago de Faium que recebe o excedente das inundaes anuais do
Nilo".O Egito atual tem o formato de um quadrado. Localizado no
Nordeste da frica, limita-se ao norte, com o mar Mediterrneo; a
leste, com Israel (e, tambm, com o mar Vermelho); ao sul, com o
Sudo; a oeste, com a Lbia. De sua rea, de quase um milho de
quilmetros quadrados, 96 por cento so compostos de terras ridas.
Sua populao, de 45 milhes de habitantes, obrigada a viver com os 4
por cento de terras cultivveis.Localizava-se o Alto Egito no Sul do
atual territrio egpcio. Essa regio, chamada de Patros pelos hebreus
(Jr 44.1,15), constituda por um estreito vale ladeado por penedos
de formao calcria. O Baixo Egito, por seu turno, localizava-se no
Norte e sua rea mais frtil encontra-se no Delta.O Egito, no
entanto, no existiria sem o Nilo. Esse rio o mais extenso do mundo,
com um percurso de 6.400 km com suas vazantes, fertiliza vastas
extenses de terra, tornando possvel fartas semeaduras. Herdoto, com
muita razo, disse ser o Egito um presente do Nilo.Em seu livro
Geografia das Terras Bblicas, afirma o pastor Enas Tognini: "Sem o
Nilo, o Egito seria um Saara - terrvel e inabitado. O Nilo
proporcionou riquezas aos faras que puderam viver nababescamente,
construindo templos suntuosos, monumentos grandiosos, palcios de
alto luxo, pirmides gigantescas e a manuteno de exrcitos bem
armados que, no somente protegiam o Egito, mas tomavam, nas guerras
novas regies. Os egpcios no tinham necessidade de observar se as
nuvens trariam chuvas ou no. O Nilo lhes garantia a irrigao e as
suas guas lhes davam colheitas fartas e certas. fato que uma seca
poderia trazer pobreza terra, como aconteceu no tempo de Jos. Se a
cheia fosse alm dos limites, as guas poderiam arrasar cidades,
deixando o povo desabrigado e prejudicariam as safras. Mas, tanto
secas como enchentes eram raras. O Nilo era ento, como hoje, a vida
do Egito e o principal fator de suas mltiplas organizaes, simples
algumas e sofisticadas e complexas outras".
III - A GRANDEZA DO EGITOOs egpcios deixaram um marco de
indelvel grandeza na Histria. Desde as pirmides s conquistas
cientficas e tecnolgicas, foram magistrais. Haja vista, por
exemplo, os arquitetos modernos que continuam a contemplar, com
grande admirao, os monumentos piramidais construdos pelos
faras.Desta forma Halley descreve a Grande Pirmide de Queops: "O
mais grandioso monumento dos sculos. Ocupava 526,5 acres, 253
metros quadrados (hoje 137), 159 m de altura (hoje. 148).
Calcula-se que se empregaram nela 2.300.000 pedras de 1 metro de
espessura mdia, e peso mdio de 2,5 toneladas. Construda de camadas
sucessivas de blocos de pedra calcria toscamente lavrada, a camada
exterior alisada, de blocos de granito delicadamente esculpidos e
ajustados. Estes blocos exteriores foram removidos e empregados no
Cairo. No meio do lado norte h uma passagem, 1 m de largura por 130
de altura, que leva a uma cmara cavada em rocha slida, 33 m abaixo
do nvel do solo, e exatamente 180m abaixo do vrtice; h duas outras
cmaras entre esta e o vrtice, com pinturas e esculturas descritivas
das proezas do rei".Os antigos egpcios destacaram-se, ainda, na
matemtica e na astronomia. H mais de quatro mil anos, quando a
Europa revolvia-se em sua primitividade, os sbios dos faras j
lidavam com frmulas para calcular as reas do tringulo e do crculo
e, tambm, do volume das esferas e dos cilindros.Souto Maior
fala-nos, com mais detalhes, acerca do avano cientfico dos antigos
egpcios: "Apesar de no conhecerem o zero, j resolviam nessa poca
equaes algbricas. Os seus conhecimentos astronmicos permitiram-lhes
a organizao de um calendrio baseado nos movimentos do Sol. A diviso
do ano em doze meses de trinta dias de origem egpcia; os romanos
adotaram-na e ainda hoje conservada com pequenas modificaes. A
medicina egpcia tambm era surpreendentemente adiantada. Chegaram a
fazer pequenas operaes e a tratar com habilidade as fraturas sseas.
Pressentiram a importncia do corao e, na observao das propriedades
teraputicas de certas drogas, adquiriram alguns conhecimentos de
farmaco-dinmica".
IV - O EGITO E OS FILHOS DE ISRAELO relacionamento de Israel com
o Egito remonta Era Patriarcal. Premidos pela fome e outras
agruras, Abrao e Isaque desceram terra dos faras, onde sofreram
srios constrangimentos. O primeiro e maior patriarca hebreu, por
exemplo, esteve prestes a perder a esposa, cuja beleza embeveceu o
rei daquela nao. No fosse a interveno divina. Sara no seria contada
entre as ilustres mes do povo israelita.Em sua velhice, Abrao
recebe esta sombria revelao do Senhor: "Saibas, de certo, que
peregrina ser a tua semente em terra que no sua, e servi-los-o; e
afligi-los-o quatrocentos anos; mas tambm eu julgarei a gente, a
qual serviro, e depois sairo com grande fazenda. E tu irs a teus
pais em paz; em boa velhice sers sepultado. K a quarta gerao tornar
para c; porque a medida da injustia dos amorreus no est ainda
cheia" (Gn 15.13-16).
1 - Jos, primeiro-ministro do EgitoEstvo, sbio dicono da igreja
primitiva, conta-nos como Jos chegou a primeiro-ministro do Fara:
"E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a Jos para o Egito.
mas, Deus era com ele. E livrou-o de todas as suas tributaes, e lhe
deu graa e sabedoria ante Fara, rei do Egito. que o constituiu
governador sobre o Egito e toda a sua casa. Sobreveio ento a todo o
pas do Egito e de Cana fome e grande tributao; e nossos pais no
achavam alimentos. Mas, tendo ouvido Jac que no Egito havia trigo,
enviou ali nossos pais, a primeira vez. E, na segunda vez foi Jos
conhecido por seus irmos, e a sua linhagem foi manifesta a Fara. E
Jos mandou chamar a seu pai Jac e a toda sua parentela, que era de
setenta e cinco almas" (At 7.9-14).No obstante sua humilde condio
de escravo, Jos tornou-se primeiro-ministro do Fara. E, por seu
intermdio, Deus salvou toda a descendncia de Israel. No fosse o
providencial ministrio exercido por esse intrpido hebreu, a prognie
abramica ver-se-ia em grandes dificuldades. Sua histria uma das
obras-primas da humanidade.Jos chegou ao Egito no Sculo XX a.C.
Nesse tempo, segundo os historiadores, os hicsos dominavam o pas.
Sendo, tambm, semitas, os novos senhores da terra no tiveram
dificuldades em demonstrar sua magnanimidade aos hebreus.
Mostrando-se liberais e generosos, ofereceram aos israelitas a
regio de Gsen, onde a linhagem abramica desenvolveu-se
sobremaneira.
2 - MoissContinua Estvo a contar a histria dos israelitas no
Egito:Aproximando-se, porm, o tempo da promessa que Deus tinha
feito a Abrao, o povo cresceu e se multiplicou no Egito; at que se
levantou outro rei, que no conhecia a Jos. Esse, usando de astcia
contra a nossa linhagem, maltratou nossos pais, a ponto de os fazer
enjeitar as suas crianas, para que no se multiplicassem. Nesse
tempo, nasceu Moiss, e era mui formoso, e foi criado trs meses em
casa de seu pai. E, sendo enjeitado, tomou-o a filha de Fara, e o
criou como seu filho. E Moiss foi instrudo em toda a cincia dos
egpcios; e era poderoso em suas palavras e obras."E, quando
completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao corao ir visitar
seus irmos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o
defendeu, e vingou o ofendido, matando o egpcio. E ele cuidava que
seus irmos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela
sua mo; mas eles no entenderam. E no dia seguinte, pelejando eles,
foi por eles visto, e quis lev-los paz, dizendo: Vares, sois irmos;
por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu prximo o
repeliu, dizendo: Quem te constituiu prncipe e juiz sobre ns?
Queres tu matar-me, como ontem mataste o egpcio?"E a esta palavra
fugiu Moiss, e esteve como estrangeiro na terra de Midi, onde gerou
dois filhos. E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do
Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um saral.
Ento Moiss, quando viu isto, maravilhou-se da viso; e,
aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor: "Eu
sou o Deus de teus pais, o Deus de Abrao, e o Deus de Isaque, e o
Deus de Jac. E Moiss, todo trmulo, no ousava olhar. E disse-lhe o
Senhor: Tira as alparcas dos teus ps, porque o lugar em que ests
terra santa: Tenho visto atentamente a aflio do meu povo que est no
Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci a livr-los. Agora, pois,
vem, e enviar-te-ei ao Egito."A este Moiss, ao qual haviam negado,
dizendo: Quem te constituiu prncipe e juiz? a este enviou Deus como
prncipe e libertador, pela mo do anjo que lhe aparecera no saral.
Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodgios e sinais na
terra do Egito, e no mar Vermelho, e no deserto, por quarenta anos.
Este aquele Moiss que disse aos filhos de Israel: Senhor vosso Deus
vos levantar dentre vossos irmos um profeta como eu; a ele
ouvireis" (At 7.17-37).Israel deixou o Egito no Sculo XV a.C.
Depois do xodo, israelitas e egpcios voltariam a se enfrentar no
tempo dos reis e no chamado perodo inter-bblico. Recentemente, com
a independncia do moderno Estado de Israel, as foras judaicas
defrontaram-se com as egpcias diversas vezes. O antagonismo entre
ambos os povos milenar. Entretanto, o futuro dessas naes ser de paz
e glria: "Naquele dia haver estrada do Egito at a Assria, e os
assrios viro ao Egito, e os egpcios iro Assria: e os egpcios
adoraro com os assrios ao Senhor. Naquele dia Israel ser o terceiro
com os egpcios e os assrios, uma bno no meio da terra. Porque o
Senhor dos Exrcitos os abenoar, dizendo: Bendito seja o Egito, meu
povo, e a Assria, obra de minhas mos, e Israel, minha herana" (Is
19.23-25).
Assria
Sumrio: Introduo. I A geografia assria. II -A histria assria.
III - As relaes entre a Assria e Israel.
INTRODUOOs assrios jactavam-se de descender de Assur, filho de
Sem e neto de No (Gn 10.11). Esse ilustre patriarca deixou a
plancie de Sinear para estabelecer-se em uma cidade localizada na
orla oriental do Tigre, que passou a levar seu nome.Durante muito
tempo, os descendentes desse renomado semita tiveram uma tranqila
existncia. Abstinham-se de conlitos abrangentes.
I - A GEOGRAFIA ASSRIAO territrio assrio, no princpio, era
inexpressivo. Perdia-se entre as grandes possesses dos pases
circundantes. Com o passar dos sculos, foi se estendendo e
abarcando muitas naes vizinhas, transformando-se em um grande
imprio. As fronteiras assrias, porm, nunca foram definidas.
Variavam de conformidade com as vitrias ou derrotas dos soberanos
de Assur.No pice de sua glria, a Assria ocupava uma rea que ia do
Norte da atual Bagd at as imediaes dos lagos Van e Urmia. Na linha
leste-oeste, ia dos montes Zagros at o vale do rio Habur. Tendo em
vista a sua privilegiada posio geogrfica, era alvo de constantes
invases dos nmades e nativos do Norte e do Nordeste.
II - A HISTRIA ASSRIADurante muitos sculos, Nnive manteve-se
inexpressiva no cenrio assrio. Em 2.350 a.C, contudo, Sargo
transformou-a na capital dos filhos de Assur. A partir de ento, a
cidade tornou-se participante das glrias e derrotas da Assria.Nnive
a prpria histria do Imprio Assrio.No Sculo XII a.C, os assrios
comeam a demonstrar suas intenes hegemnicas. Sob a poderosa
influncia do rei Tiglete-Pileser, encetam vrias campanhas
militares, visando expanso de seu territrio. Nessa poca, subjugaram
facilmente os sidnios.Os assrios, entretanto, no possuam guarnies
suficientes para manter suas conquistas. Enquanto marchavam em
direo ao Ocidente, os vassalos orientais rebelavam-se. A Assria, em
conseqncia desses insucessos militares, sofre clamorosas perdas
territoriais.O enfraquecimento do imprio assrio favoreceu a
consolidao do reino davdico.Duzentos anos mais tarde, a Assria fez
novas tentativas para dominar o mundo. Salmaneser II, primeiro
soberano assrio a ser mencionado nas crnicas hebraicas, derrotou,
na batalha de ('arcar, na Sria, uma coligao militar formada por
srios, fencios e israelitas.Passados doze anos, ele volta a
enfrentar a aliana palestnica. E, semelhana da primeira vez,
vence-a. Rumores do Oriente, entretanto, fazem-no voltar Assria.
Frustrado, abandona suas conquistas.No Sculo VIII a.C, a Assria
comea a estabelecer-se, de fato, no Ocidente.Tiglete-Peliser II
estende as fronteiras de seu imprio at Israel. Mostrando quo
ilimitada era a sua autoridade, obriga o rei israelita, Manan, a
pagar-lhe tributos.Mais tarde, ajuda Acaz, rei de Jud, a livrar-se
das investidas do reino de Israel. Oportunista, toma dez cidades
israelitas e translada sua populao Assria. Como se isso no
bastasse, desaloja as tribos de Rubem, Gade e Manasses das
possesses que elas receberam de Josu, sucessor de Moiss.A Assria
teve o seu apogeu entre 705 a 626 a.C. Perodo que abrange os
reinados de Senaqueribe, Esar-Hadom e Assurbanipal. Esse clmax de
prosperidade e brilho demasiado efmero. Alis, o poder humano, por
mais invencvel que se mostre, no passa de vaidade, de tolas
vaidades.O imprio assrio desmorona-se!Em 616 a.C, Nabopolassar,
governador de Babilnia, subleva-se e declara a independncia dos
territrios sob sua jurisdio. Decidido a arrasar com o j minado
poderio assrio, alia-se ao rei medo Ciaxares. Este, em 614 a.C,
conquista e destri totalmente Nnive, para onde Jonas fora enviado a
proclamar os juzos do Eterno contra os reticentes filhos de
Assur.Com a queda de Nnive, desaparece a glria da Assria.
III - AS RELAES ENTRE A ASSRIA E ISRAELVisando atingir a
hegemonia absoluta do Mdio Oriente, a Assria desencadeou vrias
crises com seus vizinhos ocidentais: srios, fencios e hebreus.
Esses povos separavam Assur de seu terrvel e ambicioso rival - o
Egito.Enquanto Nnive no se impe no Ocidente, Davi solidifica seus
domnios, alargados e engrandecidos por Salomo.Os filhos de Abrao
estavam protegidos do imperialismo assrio por seus vizinhos
setentrionais, cujos territrios formavam uma rea defensvel s suas
possesses. Com a queda da Sria e da Fencia, porm, os reinos de
Israel e Jud tornaram-se mais vulnerveis, no bastassem o sectarismo
e a rivalidade entre ambos.
Em 723 a.C. a Assria destri Israel e deporta as dez tribos que o
compunham. Desaparece o Reino do Norte, fundado por Jeroboo, depois
de uma atribulada existncia de dois sculos.
Roteiro da deportao das 12 tribos Assria
Deportar para outras terras os povos subjugados e arrefecer-lhes
o ardor nacionalista. Esta era a poltica assria; visava do
extermnio moral das naes conquistadas. Povo cruel, os assrios
esfolavam vivos seus prisioneiros: cortavam-lhes as mos, os ps, o
nariz e as orelhas; vazavam-lhes os olhos; arrancavam-lhes as
lnguas. Funreos artistas, faziam montes de crnios humanos.As hordas
assrias tentaram apoderar-se, tambm, de Jud. Foram os assrios
obrigados a se concentrarem nos levantes da ('aldeia, onde
exalariam seu ltimo suspiro como imprio.
Babilnia
Sumrio: Introduo. I - Histria de Babilnia. II - Geografia de
Babilnia. III - A grandeza de Babilnia. IV - Babilnia e o povo de
Jud. V - O fim de Babilnia.
INTRODUOBabilnia, nas Sagradas Escrituras, sinnimo de poder e
glria. A histria desse imprio, simbolizado pelo ouro, antiqussima.
Trata-se de uma das primeiras civilizaes da Terra. As crnicas
babilnicas esto intimamente associadas com as da Mesopotmia - bero
da raa humana.Como no associar, tambm, a histria babilnica
hebraica? Sculos de convvio, nem sempre belicosos, ligam ambos os
povos. Babilnios e hebreus, segundo alguns estudiosos, so oriundos
de uma mesma famlia semita. O patriarca Abrao, a propsito,
originrio de Ur dos Caldeus.Conhecer Babilnia , acima de tudo,
vislumbrar as funestas conseqncias da soberba humana.
I - HISTRIA DE BABILNIAComo j dissemos, Babilnia uma cidade
antiqussima. A data de sua fundao incerta. No entanto, sua conexo
com Acad e Calnesh (Gn 10.10), leva-nos a supor tenha sido ela
estabelecida por volta de 3.000 a.C! A histria da mais importante
metrpole do Frtil Crescente no passa de uma longa srie de
sangrentas lutas. Ambiciosos soberanos encetaram as mais renhidas
guerras para expandirem Babilnia e preservarem seu
territrio.Babilnia foi sitiada vezes sem conta. difcil calcular,
tambm, quantas vezes seus muros e templos foram arrasados. vidos
inimigos despojavam-na, com freqncia, de seus fabulosos tesouros.
Seus orgulhosos habitantes sofreram os mais inumanos ataques. Essa
opulentssima cidade, todavia, levantava-se com mais brilho e pujana
at tornar-se, no tempo de Nabucodonozor, em uma das maravilhas do
mundo.Durante sculos, Babilnia permaneceu sob a tutela assria. O
governador da Caldia, Nabopolassar, levanta-se, porm, contra a
hegemonia de Nnive. Auxiliado pelos medos, sacode de si o jugo
assrio. Em 622 a.C, ele proclamado rei, em Babilnia. Tem incio,
dessa forma, uma nova dinastia na Mesopotmia. O intrpido monarca
combate, sem trguas, o exrcito assrio. Com a tomada de Nnive,
consolida, definitivamente, a sua soberania nessa regio.O novo
imprio, entretanto, teria de se defrontar com a ambio egpcia. Neco,
rei do Egito, aproveitando-se dos insucessos da Assria, enceta uma
grande campanha contra o poder emergente de Babilnia. Chega a
apoderar-se, inclusive, da metade do Frtil Crescente. Seu triunfo,
porm, no duradouro.Nabucodonozor dirige-se contra o fara e o vence
em Carquemis, no ano 606 a.C. (Quando celebrava a vitria, o prncipe
herdeiro de Babilnia recebe a triste notcia da morte de seu pai.
Regressa, ento, imediatamente capital do novel imprio onde, no ano
seguinte, coroado rei.Empreendedor, d incio a gigantescas construes
que fariam de seu reino, em tempo recorde, uma das maiores
maravilhas do mundo.
II - GEOGRAFIA DE BABILNIABabilnia abrange os territrios da
Mesopotmia que vai de Hit e Samaria, no Norte de Bagd, at o Golfo
Prsico. As possesses babilnicas ocupavam, por conseguinte, os
antigos territrios de Sumer e Acad.Babilnia foi plantada em uma
frtil regio, onde as chuvas eram constantes, possibilitando o
surgimento, no local, de grandes civilizaes, desde os primrdios da
humanidade. Foi justamente nessa abenoadssima rea que floresceu o
imprio de Nabucodonozor. At os dias de hoje, Babilnia lembra
opulncia e prosperidade.Essa notria cidade vem despertando
crescente interesse de judiciosos pesquisadores. Em 1956 e 1957,
arquelogos norte-americanos constataram a existncia de uma vasta
rede de canais entre Bagd e Nippur. Esse sistema de irrigao,
super-avanado na poca, fez de Babilnia uma potncia agrcola.Enquanto
outros povos passavam ingentes necessidades, os babilnios
desfrutavam de fartura. A escassez de alimentos era algo ignorado
pelos cal-deus.Nessa regio, as pedras eram bastante raras. Em
compensao, havia abundncia de cermica. Por isso as construes
babilnicas consistiam, basicamente, de tijolos.Alm da cidade de
Babilnia, propriamente dita, havia, tambm, a Grande Babilnia
formada pelas seguintes cidades-satlites: Sippar, Kuta, Kis,
Borsippa, Nippur, Uruk, Ur, Eridu. Babilnia ficava sobre o
Eufrates. Dizem os estudiosos que poucas cidades foram to
privilegiadas pela natureza como essa. Com sobeja razo, pois,
considerada a metrpole dourada.
III - A GRANDEZA DE BABILNIAA primeira tarefa de Nabucodonozor
foi reconstruir Babilnia, destruda por Senaqueribe, em virtude de
suas muitas rebelies. Para conseguir o seu intento, o monarca
caldeu desfechou diversas campanhas, objetivando levar para a
cidade milhares de cativos para reconstru-la.Entre outras coisas,
construiu um muro em redor de Babilnia. Dizem os entendidos que se
tratava, realmente, de uma formidvel muralha. Visava Nabucodonozor
tornar inexpugnvel a capital de seu imprio. Humanamente falando,
nenhuma potncia estrangeira poderia tom-la. To largos eram esses
muros, que duas carruagens poderiam trafegar sobre eles
tranqilamente.O maior mrito desse empafioso soberano, entretanto,
foi reedificar Babilnia. Historiadores antigos, como Herdoto,
maravilharam-se ante a imponncia e a grandiosidade dessa cidade.
Para alguns mais exaltados, s os deuses seriam capazes de erguer
tal monumento, soberba humana, claro.Babilnia estava edificada
sobre ambas as margens do rio Eufrates. Protegia-a uma dupla
muralha. De acordo com os clculos fornecidos por Herdoto, esses
muros, com 56 milhas de circunferncia, encerravam um espao de 200
milhas quadradas. Buckland, em seu Dicionrio Bblico Universal,
d-nos mais alguns detalhes acerca das grandezas babilnicas: "Nove
dcimas partes dessas 200 milhas quadradas estavam ocupadas com
jardins, parques e campos, ao passo que o povo vivia em casas de
dois, trs e quatro andares. Duzentas e cinqenta torres estavam
edificadas por intervalos nos muros, que em cem lugares estavam
abertos e defendidos com portes de cobre. Outros muros havia ao
longo das margens do Eufrates e juntos aos seus cais. Navios de
transporte atravessavam o rio entre as portas de um e de outro
lado, e havia uma ponte levadia de 30 ps de largura, ligando as
duas partes da cidade. O grande palcio de Nabucodonozor estava
situado numa das extremidades desta ponte, do lado oriental. Outro
palcio, a admirao da humanidade, que tinha sido comeado por
Nabopolassar, e concludo por Nabucodonozor, ficava na parte
ocidental e protegia o grande reservatrio. Dentro dos muros deste
palcio elevavam-se, a uma altura de 75 ps, os clebres jardins
suspensos, que se achavam edificados na forma de um quadrado, com
400 ps de cada lado, estando levantados sobre arcos."Ao construir
Babilnia, smbolo de sua opulncia, Na-bucodonozor no se esqueceu de
reverenciar os falsos deuses. O Templo de Bel um exemplo desse
exagero idoltri-co. Esse monumento, com quatro faces, constitua-se
em uma pirmide de oito plataformas, sendo a mais baixa de 400 ps de
cada lado. Quem nos descreve essa irreverncia da engenhosidade
humana o j citado Buckland: "Sobre o altar estava posta uma imagem
de Bel, toda de ouro, e com 40 ps de altura, sendo tambm do mesmo
precioso metal uma grande mesa e muitos outros objetos colossais
que pertenciam quele lugar sagrado. As esquinas deste templo, como
todos os outros templos caldaicos, correspondiam aos quatro pontos
cardeais da esfera. Os materiais, empregados na grandiosa construo,
constavam de tijolos feitos do limo, extrado do fosso, que cercava
toda a cidade."A grandiosidade de Babilnia levou Nabucodonozor a
esquecer-se de sua condio humana e a julgar-se o prprio Deus. Em
conseqncia disso, ele foi punido pelo Todo-poderoso. S reconheceu a
sua exigidade, depois de passar sete anos com as bestas feras.
IV - BABILNIA E O POVO DE JUDDeus, sem dvida alguma, permitiu a
ascenso de Babilnia para punir a impenitncia das naes do Mdio
Oriente. Nem mesmo Jud escaparia da ao judicial do Eterno. A tribo
do rei Davi, que se convertera no Reino do Sul, em virtude do cisma
israelita ocorrido em 931 a.C, perverteu a aliana mosaica. A
maioria dos soberanos judeus adorou e permitiu a adorao de falsos
deuses, induzindo o povo apostasia.No obstante a candente
advertncia dos santos profetas, os judeus continuaram reticentes. O
Senhor Deus, por isso, resolveu puni-los. Quem seria o instrumento
de sua justia? Respondem os profetas: Babilnia. Conforme j
dissemos, to logo Nabopolassar vence os ltimos redutos da
resistncia assria, volta-se para a Palestina, disposto a
conquist-la e aumentar o seu imprio. - O que poderia fazer Jud para
conter a avalanche babilnica? - Nada; absolutamente nada. Para
Jeremias, por exemplo, o fim do Reino de Jud viria inexoravelmente.
O profeta, por isso mesmo, recomendou ao monarca judata que se
submetesse ao soberano babilnico.
Nabopolassar, todavia, no pde dar consecuo aos seus planos de
expanso territorial, em virtude de sua morte inesperada. Caberia,
por conseguinte, ao seu filho e sucessor natural, Nabucodonozor.
assegurar a hegemonia babilnica no Mdio Oriente. Aps ser coroado, o
jovem monarca volta a sua ateno terra de Jud.Depois de vencer as
foras judaicas, Nabucodonozor faz de Jeoaquim seu vassalo. O
representante da dinastia davdica obriga-se a enviar a Babilnia,
regularmente, vultosos impostos. Em 603 a.C, porm, o rei de -Jud
resolve no mais cumprir os compromissos assumidos com o regime
babilnico.Irado, Nabucodonozor dirige-se a Jud e a sitia. Chega ao
fim o Reino do Sul, fundado por Roboo. O monarca babilnico, ainda
insatisfeito, prende o rei Joaquim, juntamente com a nobreza
judaica, e o deporta para a Babilnia. Entre os exilados,
encontram-se, Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego. Como despojo, o
destemido conquistador leva consigo os vasos sagrados da Casa do
Senhor.No ano seguinte, Zedequias assume o trono de Jud. Ttere,
seria obrigado a pagar, fielmente, tributos a Nabucodonozor.
Durante oito anos, o sucessor de Joaquim mantm-se fiel a Babilnia.
Em 597, porm, subleva-se, causando a destruio de Jerusalm e a
deportao dos restantes filhos de Jud. Na terra desolada, ficaram
apenas os pobres.O castigo de Jerusalm foi indescritvel. Os
exrcitos de Nabucodonozor caram como gafanhotos sobre a cidade do
Grande Rei. Destruram seus palcios, derribaram seus muros e
deitaram por terra o Santo Templo. O lugar mais santo e mais
reverenciado pelos hebreus no mais existia. O mais suntuoso
monumento do Mdio Oriente no passava, agora, de um monturo. Os
judeus, doravante, andariam errante, por 70 anos em uma terra
estrangeira e idolatra. O exlio, contudo, seria assaz benfico
prognie de Abrao, que no mais curvar-se-ia ante os falsos
deuses.
V - O FIM DE BABILNIAO Imprio Babilnico, fundado por
Nabopolassar, no teve uma vida bastante longa. Em menos de um
sculo, j emitia sinais de fraqueza e degenerescncia. Enquanto isso,
a coligao medo-persa fortalecia-se continuamente e se preparava
para conquistar a dourada prostitura do Frtil Crescente -
Babilnia.Em 538 a.C, quando Belsazar participava, juntamente com
seus altos oficiais e suas prostitutas, de uma desenfreada orgia,
os exrcitos medo-persas tomaram Babilnia, transformando-a em uma
possesso ariana. Naquela mesma noite, a propsito, o Todo-poderoso
revelara, por intermdio de Daniel, quo funesto seria o fim do
domnio babilnico.Dario, um dos mais destemidos e proeminentes
generais de Ciro II, tomou Babilnia e matou o libertino Belsazar.
Tinha incio, assim, o Imprio Medo-persa.
O Imprio Persa
Sumrio: Introduo. I - Histria do Imprio Persa. II - Geografia do
Imprio Persa. III - O Imprio Persa e os judeus. IV - Fim do Imprio
Persa.
INTRODUOCom a destruio do Imprio Babilnico surge uma nova
superpotncia no Mdio Oriente. A coligao medo-persa transforma-se,
rapidamente, em um vastssimo reino. No tempo de Assuero, por
exemplo, a Prsia dominava sobre 127 provncias, da ndia Etipia.
Jamais surgira reino de to dilatadas possesses!Durante o Imprio
Persa, os judeus foram tratados com longanimidade e condescendncia.
Permitiam-lhes os soberanos persas, por exemplo, as manifestaes de
sua religiosidade e tradies nacionais. Nesse perodo, obtm os
dispersos de Jud permisso para voltar amada e inesquecvel Terra de
Israel e reconstruir o santo Templo e suas casas.Como todo o
poderio humano efmero, o Imprio Persa no deixaria de exalar o ltimo
suspiro. Em seu lugar, outro reino emergiria. A Histria vai sendo
escrita com a ascenso e queda dos imprios. A soberana vontade do
Todo-poderoso, entretanto, permanece inclume e absoluta.
I - HISTRIA DO IMPRIO PERSAO captulo dez de Gnesis conhecido
como a genealogia das naes. Nele, esto registrados os nomes dos
principais patriarcas da raa humana. No encontramos, porm, nessa
importante poro das Sagradas Escrituras, o cadastro da
ancestralidade persa. Julga-se, por isso, ter a Prsia comeado a
formar-se sculos aps a disperso da Torre de Babel.A nao persa o
resultado da fuso de povos oriundos do Planalto Iraniano: cassitas,
elamitas, gutitas e lulubitas. A mais antiga comunidade persa a de
Sialk. Por muitos sculos, esse povo esteve envolvido em completo
anonimato. Suas alianas polticas variavam de acordo com as
tendncias da poca. Ao aproximar-se da Mdia, contudo, comea a
descobrir o valor de sua nacionalidade e as suas reais
potencialidades.A Prsia, durante o Imprio Babilnico, no passava de
um Estado vassalo da Mdia. Ambas as naes, porm, mantinham, at certo
ponto, uma convivncia pacfica, em virtude de possurem algumas
heranas comuns: eram indu-europias e dedicavam-se criao de gado
cavalar. Com o passar dos tempos, todavia, os persas aumentam o seu
poderio e comeam a desvencilhar-se dos tentculos medos.Ciro II
consegue, em 555 a.C, reunificar as vrias tribos persas.
Sentindo-se fortalecido, lana-se sobre a Mdia. Depois de trs anos
de renhidas batalhas, derrota-a. A vitria desse monarca to
retumbante, que causa espcie em toda a regio. Temerosos, os reinos
vizinhos renem-se com o objetivo de formar uma aliana para frustrar
as intenes hegemnicas do novo reino.Perspicaz e oportunista, Ciro
II move uma guerra generalizada contra essa coligao, abatendo-a em
seu nascedouro. Em uma bem sucedida srie de ataques relmpagos,
derrota a Ldia e a Babilnia. Espantadas com o mpeto blico desse
monarca, Esparta e Atenas firmam um acordo de paz com a Prsia.Dario
encarrega-se da conquista de Babilnia. Na noite de 538 a.C. esse
importante general de Ciro II, aproveitando-se da embriaguez de
Belsazar e de seus nobres, conquista a mais bela e suntuosa cidade
daquela poca. O prncipe babilnico, conforme previra o profeta
Daniel, deposto e morto. O Todo-poderoso servira-se dos persas para
contar, pesar e dividir o imprio fundado por
Nabopolassar.Condescendente, Dario resolve poupar a vida do pai de
Belsazar. Na fatdica noite da queda de seu reino, Nabonido
encontrava-se em viagem, realizando (quem sabe?) escavaes
arqueolgicas, pois deliciava-se com o estudo das coisas antigas.
Desterrado para a Carcmia, seria nomeado, posteriormente, um dos
governadores regionais do novo soberano.Inicialmente, Dario foi
designado, por Ciro II, para governar Babilnia. Enquanto isso,
consolidava os alicerces do poderio medo-persa. bom esclarecermos
que a Mdia, apesar de derrotada pela Prsia, uniu-se a esta,
imediatamente, para conseguir a hegemonia do mundo de ento.Ciro II,
conforme j dissemos, mostrava-se tolerante com os vencidos.
Procurava trat-los com dignidade e considerao. Souto Maior traa o
perfil desse controvertido persa: "Ciro foi, verdade, um
conquistador, porm no teve o aspecto primrio dos monarcas
guerreiros de sua poca. Sua dominao se fazia opressiva pelas
obrigaes econmicas exigidas, o que alis explica as constantes
revoltas. Contudo, seu imperialismo era sem dvida superior ao
primitivismo cruel dos conquistadores assrios."Quando de sua morte,
em 529 a.C, o Imprio Persa j abarcava infindveis possesses.
II - GEOGRAFIA DO IMPRIO PERSADocumentos desenterrados nas
ltimas dcadas revelam-nos existirem duas Prsias. A Grande Prsia,
localizada no Sudeste do El, e que correspondia rea ocupada
atualmente pelo Ir. Por seu turno, a Pequena Prsia limitava-se, ao
Norte, pela Magna Mdia.Em um sentido amplo, o territrio persa
compreendia o planalto do Ir, toda a regio confinada pelo Golfo
Prsico, os vales do Tigre e do Ciro, o mar Cspio e os rios Oxus,
Jaxartes e Indo. No tempo de Assuero, marido de Ester, as possesses
persas estendiam-se da ndia Grcia, do Danbio ao Mar Negro, e do
Monte Cucaso ao Mar Cspio ao Norte e atingia, ainda, o deserto da
Arbia e Nbia.
III - O IMPRIO PERSA E OS JUDEUSDurante a dominao babilnica, os
judeus no gozavam de muitas prerrogativas. Com muito custo e,
enfrentando grandes dificuldades, conseguiram manter sua religio e
suas tradies nacionais. Em seus 70 anos de exlio, os filhos de
Abrao foram provados, alis, dura e inumanamente. Reconheceram,
entretanto, quo amargos frutos colhiam em conseqncia de sua
idolatria e que no existe outro Deus, alm do Santo de Israel.Com a
ascenso do Imprio Persa, descortinam-se-lhes novos e promissores
horizontes. O Senhor usa o rei Ciro para autorizar-lhes o regresso
a Sio. No primeiro ano de reinado desse ilustre soberano, os filhos
de Jud so liberados a retornar terra de seus antepassados. A frente
dos repatriados, ia o governador Zorobabel que, nos anos
subseqentes, seria o principal baluarte da reconstruo do nosso
Estado Judaico.No fosse a liberalidade de Ciro, tratado por Deus
como "meu servo", os judeus no teriam condies de se dedicarem a
cumprir to formidvel tarefa. Sob a vista dos sucessores do fundador
do Imprio Persa, os muros e o Templo de -Jerusalm foram
reconstrudos em tempo recorde. O diligente Zorobabel, o destemido
Neemias, o erudita Esdras e o judicioso sumo sacerdote Josu,
contaram com o respaldo da monarquia persa, no santo cumprimento de
seus deveres.Ciro mostrou-se to liberal que, inclusive, devolveu
aos lderes judaicos parte dos tesouros do Templo levados a Babilnia
por Nabucodonosor. Atrs da generosidade persa, contudo, estava a
potente mo de Deus!
02
No tempo da rainha Ester, mulher do poderoso Assue-ro, vemos,
uma vez mais, o Senhor usar o poderio persa em favor de seu povo.
No obstante as maquinaes de Ham. o Deus de Abrao, Isaque e Jac
forou o soberano persa a ver com simpatia a causa dos exilados
judeus. For intermdio da belssima prima de Mardoqueu, o
Todo-poderoso intervm em favor da nao judaica e concede-lhe grande
livramento.O ministrio de Ester to glorioso que, ao interceder,
junto ao seu esposo, pela vida de seu povo, estava preservando,
indiretamente, a existncia do Salvador. Fossem os judeus
aniquilados pelo diablico Ham e toda a ancestralidade de Cristo
extinguir-se-ia nos limites do Imprio Persa.
IV - FIM DO IMPRIO PERSAO Imprio Persa resplandecia no Oriente.
No Ocidente, enquanto isso, a Grcia comea a desenvolver-se e a
tornar mais marcante a sua presena no concerto das naes.
Delineava-se, dessa maneira, o fim do imperialismo persa. Quo
exatas mostravam-se as profecias de Daniel! Segundo ele predissera,
a Grcia substituiria a Prsia no comando poltico daquela poca. E,
caberia a um intrpido macednio a glria de pr trmino expanso
medo-persa.
O Imprio Grego
Sumrio: Introduo. I - Histria da Grcia. II -Alexandre Magno. III
- Geografia da Grcia. IV - Os gregos e os judeus. V - Fim do Imprio
Grego.
INTRODUOA Grcia o bero da civilizao ocidental. Dos gregos,
herdamos a democracia, a concepo clssica das artes e,
principalmente, a filosofia. No obstante a exigidade de suas
possesses geogrficas, a antiga Grcia continua a nos influenciar. No
fossem os helenos no haveria a tradicional diviso do mundo entre
Ocidente e Oriente.Amantes da liberdade e acostumados s discusses
ao ar livre, os gregos legaram-nos um inestimvel tesouro - as bases
de nossa civilizao. Eles, ao contrrio dos indianos, chineses e
outros povos orientais, discutiam racionalmente todos os assuntos
pertinentes "polis", - cidade, em grego. Acariciados pelos ventos
elsios, deleitavam-se em perquirir e filosofar. Tornarem-se amigos
da sabedoria - eis a sua maior ambio.Sob essa atmosfera, to propcia
ao desenvolvimento do esprito, surgiram grandes gnios: Tales,
Empdocles, Pitgoras, Scrates, Plato, Aristteles e muitos outros.
Visando ao desenvolvimento integral do ser humano, os gregos no se
preocupavam apenas com a mente. Voltavam-se, com o mesmo afinco, ao
aprimoramento fsico. comum, pois, vislumbrarmos nas esculturas
ticas verdadeiros Adnis e Vnus.Sob o comando de Alexandre Magno,
esse ilustre povo conquistou o mundo influente de ento e espalhou
sua cultura por todas as terras. Foi esse soberano macednio quem
destruiu o Imprio Persa. As faanhas desse jovem e audaz monarca
tornaram-se proverbiais.
I - HISTRIA DA GRCIAA Grcia antiga estava dividida em
cidades-estados. Sem coeso poltico-administrativa, esses pequenos e
at diminutos pases estavam em constantes alteraes. Haja vista as
repetidas escaramuas entre Esparta e Atenas. Os gregos eram unidos
somente por laos culturais e religiosos. Quando o perigo os
ameaava, firmavam, porm, alianas provisrias.O Sculo V a.C, marca o
auge da Grcia. Nessa longnqua poca, Pricles assume o comando
poltico de Atenas e comea a apoiar, maciamente, os empreendimentos
culturais. Brilhante orador e possuidor de invulgar gnio
administrativo, transforma a capital da tica na mais importante
cidade do mundo.Em meio a to viosa democracia, despontam os
filsofos, escultores, pintores, dramaturgos, poetas, arquitetos,
mdicos, etc. Essa importantssima Era da histria grega passa a ser
conhecida como o Sculo de Pricles. Jamais os helenos voltariam a
presenciar tanto desenvolvimento e tamanha glria.No sculo seguinte,
os gregos tornam-se alvo das intenes hegemnicas de Felipe II da
Macednia.
II - ALEXANDRE MAGNOLimitando-se ao sul com a Grcia, a Macednia
estava destinada a domin-la e a encabear o domnio heleno do mundo.
Seus habitantes, semelhana dos gregos, eram de origem indo-europia.
A cultura macednia, contudo, considerada bem inferior grega. Nesse
pas, cuja rea ocupada hoje pela Iugoslvia, nasceu Felipe
II.Capturado por um bando de gregos, em meados do Sculo Quarto a.C,
esse irrequieto macednio levado a Tebas, onde domina as artes
blicas da Grcia. Em seu exlio, elabora audaciosos planos:
modernizar os exrcitos da Macednia e unir todos os helenos sob o
seu comando. Eis sua grande obsesso: subjugar o Imprio Persa. De
volta sua terra, d largas s suas pretenses hegemnicas. Em pouco
tempo, transforma as foras armadas macednias em uma eficaz e
formidvel mquina de guerra. Com mpeto, domina as cidades-estados
gregas.Entretanto, quando se preparava para atingir o auge de suas
realizaes militares, assassinado. Deu-se o desenlace durante as
npcias de sua filha e s vsperas de invadir a sia Menor.
Prematuramente tolhido por to brbara fatalidade, desaparece sem dar
consecuo aos seus ambiciosos planos.Caberia ao seu filho
concretizar-lhe os ideais."Um dos maiores gnios militares de todos
os tempos". Assim descrito Alexandre Magno. Nascido em 356 a.C,
teve uma primorosa educao. Seu preceptor foi, nada mais nada menos,
que Aristteles. Aos ps do mais exato dos filsofos gregos, o prncipe
macednio universaliza-se. Com o alargamento de sua viso do mundo,
passa a contemplar a humanidade como uma s famlia.Como, porm,
concretizar esse ideal?Conquistador inato e guerreiro audaz,
declara sua inteno: conquistar a Terra. No obstante seus 20 anos,
reafirma sua autoridade sobre os gregos e, testa de um exrcito de
40 mil homens, marcha em direo aos persas. Com fria sobre-humana,
derrota Dario Codomano, que possua uma descomunal guarnio de mais
de 800 mil homens.Aps destruir o poderio persa, Alexandre Magno
prossegue, conquistando terras e mais terras no Oriente. Ao chegar
ao rio Indu, na ndia, seus homens convencem-no a voltar terra
natal. Cansados e com saudades, eles almejavam rever a Grcia e
voltar ao convvio familiar.Percebendo estar o moral de seu exrcito
um pouco baixo para novas conquistas, o soberano macednio resolve
regressar. Foi-lhes a volta sobremodo penosa. Suportaram, por
longos meses, alucinante sede e infindveis caminhadas sobre
desrticas regies. Muitos tombaram sob o causticante calor do
deserto.Alexandre Magno, ao chegar a Babilnia, recebido como um
ente celestial. Tributam-lhe divinas honrarias. Para os pobres
mortais, no havia ser to glorioso como o prncipe macednio. Os dias
vindouros, contudo, revelam a verdade: o filho de Filipe II no
passava de um homem de carne e osso, sujeito aos caprichos da
natureza e limitado pelos absolutos desgnios de Deus.Em 323 a.C.,
morreu repentinamente. Com ele, morreram tambm os seus sonhos de
ecumenizar a humanidade. Na cidade, palco de tantos acontecimentos
importantssimos para a Histria, cai o bravo prncipe macednio. O
imprio desse jovem monarca no resiste sua morte. Conforme
profetizara Daniel, as possesses alexandrinas so repartidas entre
os mais ilustres militares gregos.Coube a Lsimaco a Trcia e uma
parte da sia Menor. A Cassandro, a Macednia e a Grcia. A Seleuco, a
Sria e o Oriente. E, a Ptolomeu, o Egito. De conformidade com as
palavras do Senhor, o Imprio Grego foi dividido. Desfazia-se,
assim, o sonho pan-helenstico de um grande visionrio.Uma das
maiores realizaes de Alexandre Magno foi a difuso universal da
cultura grega. Esse magnfico empreendimento cultural facilitaria,
mais tarde, a propagao global do Evangelho. O apstolo Paulo, por
exemplo, em suas viagens missionrias, no encontrou quaisquer
dificuldades em se comunicar com os gentios, em virtude da
internacionalizao do koin - grego vulgar. O historiadorRobert
Nichols Hasting afirma que os helenos deram substancial contribuio
ao plano salvfico de Deus.
III - GEOGRAFIA DA GRCIAA Grcia constitui-se, praticamente, de
uma pennsula localizada no Sudeste da Europa. Esse maravilhoso pas
banhado por trs mares: a leste, pelo Egeu; ao sul, pelo
Mediterrneo; e a oeste pelo Jnico. A Macednia ficava ao norte. Nos
primrdios, o territrio grego era conhecido como Acaia e
limitava-se, ao sul da pennsula. A regio ocupada por Atenas, nessa
mesma poca, era denominada de tica.Toda recortada pelo mar, a Grcia
cercada por muitas ilhas e ilhotas. A natureza prodigalizou a Hlade
com numerosas montanhas e abruptos declives. Negou-lhe, entretanto,
caudalosos rios e extensas plancies. A hidrografia grega pauprrima.
Por causa disso, os helenos s cultivam sementes que resistam aos
longos estios e s altas temperaturas.Em virtude da inclemncia do
clima e do solo de sua terra, os gregos comearam a dar asas sua
imaginao. Sonharam com outras terras e vislumbraram novos
horizontes. Embevecidos de sonhos e esperanas, provocaram a sua
dispora, que durou do Sculo XII ao Sculo VI a.C. Eles fundaram
colnias nas ilhas do mar Egeu, do mar Mediterrneo e do mar Negro.
Instalaram-se, ainda, na sia Menor, no Sul da Itlia, no Norte da
frica e at em Masslia, territrio ocupado, hoje, pela Frana.A partir
do Sculo IV a.C. a histria da Grcia entrelaa-se da Macednia. bom
conhecermos, por conseguinte, algumas particularidades geogrficas
desse pas que, sob a roupagem helena, quase conquistou a Terra.A
Macednia limitava-se, ao sul com a Grcia; ao leste, com o mar Egeu
e com a Trcia; ao norte, com os montes balcnicos; e, a oeste, com a
Trcia e o Ilaco. Hodiernamente, o territrio macednio ocupado pela
Grcia, Iugoslvia, Bulgria, Albnia e a parte europia da Turquia. O
pas de Alexandre Magno era uma vastssima plancie frtil, cercada de
altas montanhas.Na Macednia, ficava a cidade de Filipos, onde o
Evangelho, atravs de Paulo, foi pregado, pela primeira vez, em
territrio europeu. Dessa regio estratgica, a Palavra de Deus
estendeu-se por toda a Europa, alcanando milhes de almas. O
territrio macednio, portanto, serviu de importantssima base
missionria para o apstolo dos gentios coroar de xitos a sua
carreira crist.Alexandre Magno, lanou-se da Macednia para
conquistar o mundo. Do mesmo lugar, o apstolo Paulo lanou-se Europa
para ganhar o mundo, mas, para Cristo. As glrias do prncipe
macednio, entretanto, feneceram. - E, as glrias do Evangelho? -
Continuam a brilhar!
IV - OS GREGOS E OS JUDEUSDe acordo com alguns historiadores, o
contato de Alexandre Magno com os judeus foi rpido e emocionante. O
cronista hebreu Flvio Josefo narra-nos este encontro: "Dario, tendo
sabido da vitria obtida por Alexandre sobre seus generais, reuniu
todas as foras, para marchar contra ele, antes que se tornasse
Senhor de toda a sia; depois de ter passado o Eufrates e o monte
Tauro, que est na Cilcia, resolveu dar-lhe combate. Quando
Sanabaleth viu que ele se aproximava de Jerusalm, disse a Manasses
que cumpriria sua promessa logo que Dario tivesse vencido
Alexandre, pois ele, e todos os povos da sia estavam convictos de
que os macednios, sendo em to pequeno nmero, no ousariam combater
contra o formidvel exrcito dos persas. Mas os fatos mostraram o
contrrio. A batalha travou-se: Dario foi vencido com graves perdas;
sua me, sua mulher e seus filhos ficaram prisioneiros e ele foi
obrigado a fugir para a Prsia. Alexandre, depois da vitria, chegou
Sria, tomou Damasco, apoderou-se de Sidom e sitiou Tiro. Durante o
tempo em que ele esteve empenhado nessa empresa, escreveu a Jaddo,
Gro-Sacrificador dos judeus, pedindo-lhe trs coisas: auxlio,
comrcio livre com seu exrcito e o mesmo auxlio, que ele dava a
Dario, garantindo-lhe que se o fizesse, no teria de que se
arrepender, por ter preferido sua amizade dele. O Gro-Sacrificador
respondeu-lhe que os judeus tinham prometido a Dario, com
juramento, jamais tomar as armas contra ele e por isso no podiam
faz-lo, enquanto ele vivesse. Alexandre ficou to irritado com esta
resposta, que mandou dizer-lhes que logo que tivesse tomado Tiro,
marcharia contra ele, com todo o seu exrcito, para ensinar-lhe, e a
todos, a quem que se devia guardar um juramento. Atacou Tiro com
tanta fora, que dela logo se apoderou; depois de ter regularizado
todas as coisas, foi sitiar Gaza onde Bahmes governava em nome do
Rei da Prsia."Voltemos, porm, a Sanabaleth. Enquanto Alexandre
ainda estava ocupado do cerco de Tiro, ele julgou que o tempo era
prprio para realizar seu intento. Assim, abandonou o partido de
Dario e levou oito mil homens a Alexandre. O grande prncipe
recebeu-o muito bem; disse-lhe ento ele que tinha um genro de nome
Manasses, irmo do Gro-Sacrificador dos judeus, que vrios daquela
nao se tinham juntado a ele pelo afeto que ele lhes tinha e que ele
desejava construir um templo perto de Samaria; que S. Majestade
disso poderia tirar grande vantagem, porque assim dividiria as
foras dos judeus e impediria que aquela nao pudesse se revoltar por
inteiro e causar-lhe dificuldades, como seus antepassados tinham
dado aos reis da Sria. Alexandre consentiu no seu pedido; mandou
que se trabalhasse com incrvel diligncia na construo do templo e
constituiu Manasses Gro-Sacrificador; Sanabaleth sentiu grande
alegria por ter granjeado to grande honra aos filhos que ele teria
de sua filha. Morreu, depois de ter passado sete meses junto de
Alexandre no cerco de Tiro e dois no de Gaza. Quando este ilustre
conquistador tomou esta ltima cidade, avanou para Jerusalm e o
Gro-Sacrificador Jaddo, que bem conhecia a sua clera contra ele,
vendo-se com todo o povo em to grave perigo, recorreu a Deus,
ordenou oraes pblicas para implorar o seu auxlio e ofereceu-lhe
sacrifcios. Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e
disse-lhe para espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as
portas e ir revestido de seus hbitos pontificais, com todos os
sacrificadores, tambm assim revestidos e todos os demais, vestidos
de branco, ao encontro de Alexandre, sem nada temer do soberano,
por que ele os protegeria."Jaddo comunicou com grande alegria a
todo o povo a revelao que tivera e todos se preparam para esperar a
vinda do rei. Quando se soube que ele j estava perto, o
Gro-Sacrificador, acompanhado pelos outros sacrificadores e por
todo o povo, foi ao seu encontro, com essa pompa to santa e to
diferente da das outras naes, at o lugar denominado Sapha, que, em
grego, significa mirante, porque de l se podem ver a cidade de
Jerusalm e o templo. Os fencios e os caldeus, que estavam no
exrcito de Alexandre, no duvidaram de que na clera em que ele se
achava contra os judeus ele lhes permitiria saquear Jerusalm e dai
ia um castigo exemplar ao Gro-Sacrificador. Mas aconteceu
justamente o contrrio, pois o soberano apenas viu aquela grande
multido de homens vestidos de branco, os sacrificadores revestidos
com seus paramentos de Unho e o Gro-Sacrificador, com seu fode, de
cor azul, adornado de ouro, e a tiara sobre a cabea, com uma lmina
de ouro sobre a qual estava escrito o nome de Deus, aproximou-se
sozinho dele, adorou aquele augusto nome e saudou o
Gro-Sacrificador, ao qual ningum ainda havia saudado. Ento os
judeus reuniram-se em redor de Alexandre e elevaram a voz, para
desejar-lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os reis
da Sria e os outros grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos,
de tal espanto que julgaram que ele tinha perdido o juzo. Parmnio,
que gozava de grande prestgio, perguntou-lhe como ele, que era
adorado em todo o mundo, adorava o Gro-Sacrificador dos judeus. No
a ele, respondeu Alexandre, ao Gro-Sacrificador, que eu adoro, mas
a Deus de quem ele ministro. Pois quando eu ainda estava na
Macednia e imaginava como poderia conquistar a sia, ele me apareceu
em sonhos com esses mesmos hbitos e me exortou a nada temer;
disse-me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e
garantiu-me que ele estaria frente de meu exrcito e me faria
conquistar o imprio dos persas. Eis por que, jamais tendo visto
antes a ningum revestido de trajes semelhantes aos com que ele me
apareceu em sonho, no posso duvidar de que foi por ordem de Deus
que empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, destruirei o
imprio dos persas e todas as coisas suceder-me-o segundo meus
desejos."Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmnio,
abraou o Gro-Sacrificador e os outros sacrificadores, caminhou
depois no meio deles at Jerusalm, subiu ao templo, ofereceu
sacrifcios a Deus da maneira como o Gro-Sacrificador lhe dissera
que devia fazer. O soberano Pontfice mostrou-lhe em seguida o livro
de Daniel no qual estava escrito que um prncipe grego destruiria o
imprio dos persas e disse-lhe que no duvidava de que era ele de
quem a profecia fazia meno."Alexandre ficou muito contente; no dia
seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que
favores desejava receber dele. O Gro-Sacrificador respondeu-lhe que
eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis, e as
leis de seus antepassados e isent-los no stimo ano, do tributo que
lhe pagariam durante os outros. Ele concedeu-lho. Tendo-lhe, porm,
eles pedido que os judeus que moravam na Babilnia e na Mdia,
gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu com grande bondade e
disse que se algum desejasse servir em seus exrcitos ele o
permitiria viver segundo sua religio e observar todos os seus
costumes. Vrios ento alistaram-se."Aps a morte de Alexandre Magno,
como j dissemos,O Imprio Grego foi dividido entre quatro generais:
Lsimaco, Cassandro, Ptolomeu e Seleuco. Ambiciosos,
auto-coroaram-se e trataram de solidificar seus reinos. Seus
interesses entrechocaram-se muitas vezes, ocasionando violentas
escaramuas. Esses potentados subsistiram at a ascenso do Imprio
Romano.Deter-nos-emos, entretanto, apenas nas crnicas ptolomaicas e
selucidas, por causa de seu relacionamento com os filhos de
Israel.
1 - Os PtolomeusSob a gide dos Ptolomeus, experimenta o Egito um
grande progresso. Em virtude de sua formidvel e gil frota, torna-se
o mais poderoso reino grego. No obstante as guerras e a poltica
agressiva da Sria, consegue manter sua supremacia at o Sculo II
a.C. Quando da ascenso da dinastia ptolomaica, havia, na mais
florescente cidade egpcia - Alexandria - uma grande colnia
judaica.Complacentes e liberais, os ptolomeus permitiram aos
dispersos de Jud o cultivo de suas tradies e a adorao de Jeov. To
magnnimos eram esses soberanos que, inclusive, incentivavam os
judeus a continuar a praticar os ritos mosaicos. Ptolomeu
Filadelfo, por exemplo, encomendou aos eruditos hebreus a traduo do
Antigo Testamento em lngua grega. Essa verso, composta em primoroso
e escorreito grego, conhecida como a Septuaginta. Em Alexandria,
ainda, os dispersos filhos de Abrao foram autorizados a construir
um templo para perpetuar o nome do Santo de Israel.Ventos de
destruio e morte, entretanto, acabariam com a bonana da
progressista comunidade judaica egpcia. Tudo aconteceu com a
ascenso de Ptolomeu IV. Esse soberano, conhecido tambm como
Filopator, encetou uma campanha militar de grande envergadura
contra Antoco, o Grande, com o objetivo de reconquistar a
Palestina.Depois de derrotar os srios e entrar triunfalmente em
Jerusalm, comeou a urdir perigoso e sacrlego plano: entrar no Santo
Templo. Descobrindo-lhe o intento, os judeus puseram-se porta da
Casa do Senhor e, com incontido fervor, comearam a gritar e a
protestar contra essa ignominiosa inteno.Severamente pressionado,
Filopator contm-se e no entra no santurio-maior do povo israelita.
Todavia, a partir daquele momento, devota-lhe incontrolvel dio. De
volta ao Egito, comea a perseguir os judeus e, conseqentemente, a
perder o importante respaldo poltico da comunidade israelita
plantada em solo egpcio.Dessa poca em diante, o reino ptolomaico
comea a perder a sua importncia. O cenrio poltico do Oriente Mdio,
doravante, seria dominado pela Sria.
2 - Os SelucidasA Sria experimentou grande progresso sob o
reinado dos selucidas. Com o seu poderoso exrcito, fez aguerrida
oposio s intenes hegemnicas dos ptolomeus. No perodo
inter-testamental, influiu, grandemente, na poltica do Oriente
Mdio. E, por causa de suas intenes de helenizar a regio,
principalmente a Judia, tornou-se grande opositora da nao de
Israel.O imprio selucida recebe o nome de seu primeiro soberano.
Aps a morte de Alexandre Magno, o audaz e ambicioso Seleuco
estabelece poderoso reino na Sria. Os trs primeiros monarcas
selucidas mantiveram trato amigvel com os judeus. Antoco III, por
exemplo, no obstante suas intenes de anexar a Palestina, aclamado
como libertador pelos filhos de Israel. Seus mpetos expansionistas
so refreados, todavia, por Roma.Antoco III substitudo pelo seu
filho, Antoco Epfanes. Movido por incontrolvel dio, perseguiu
violentamente os judeus. - Qual o motivo de sua inexplicvel ira?
-Segundo Flvio Josefo, ele foi levado a agir de forma to insana ao
ver frustrado o seu plano de helenizar a Judia.Encarnando o prprio
Diabo, esse contumaz e demente soberano entrou em Jerusalm e
profanou o santo Templo. No lugar santssimo, sacrificou uma porca.
Os judeus, entretanto, no se conformam. Sob a liderana dos
Macabeus, rebelaram-se e humilharam o agressor. A revolta macabia
uma das mais belas pginas da nao judaica.
V - FIM DO IMPRIO GREGOEsfacelado e arruinado por disputas
intestinas, chegou ao fim o glorioso Imprio Grego. Em seu lugar,
levanta-se o terrvel e assombroso animal, visto por Daniel sculos
antes. O Imprio Romano, de acordo com a viso do santo profeta,
seria diferente de todos os outros - conquistaria, esmagaria. Qual
desamparada virgem, a nao de Israel sentiria, tambm, quo frreas e
afiadas so as garras de Roma.
O Imprio Romano
Sumrio: Introduo. I - Histria do Imprio Romano. II - Geografia
do Imprio Romano. III - O legado do Imprio Romano. IV - O Imprio
Romano e os judeus. V - O Imprio Romano e os cristos. VI - Fim do
Imprio Romano.
INTRODUOSimbolizado pelo ferro, o Imprio Romano conquistou e
subjugou muitos povos. Do Ocidente ao Oriente, o peso de seus
punhos era conhecido e proverbial. Jamais houvera reino to
poderoso! A simples meno de seu nome era mais do que suficiente
para amedrontar povos, derrubar reis e dilatar fronteiras.Eis como
Daniel viu esse frreo imprio: "Depois disto, eu continuava olhando
nas vises da noite, e eis aqui o quarto animal, terrvel,, espantoso
e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele
devorava e fazia em pedaos, e pisava aos ps o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha
dez chifres" (Dn 7.7).As histrias de Roma e Israel estreitam-se em
Jerusalm e na Eternidade. Em Jerusalm, porque foram os romanos que
destruram a amada e idolatrada capital do judasmo. Na eternidade,
porque foram os romanos, tambm, quem assinaram a sentena de morte
de Cristo, o Filho do Deus Vivo!O Imprio Romano, portanto, ser
tratado com severidade no Dia do Senhor!
I - HISTRIA DO IMPRIO ROMANOEnquanto Alexandre Magno conquistava
o Oriente e esmagava o at ento invencvel poderio persa, um outro
imprio comeava a despertar e a incomodar o mundo. Fundada por Rmulo
e Remo, provavelmente, e de incio humilde e at desprezvel, Roma vai
ampliando com vagar seus raios de influncia. No Sculo III a.C, j
senhora de toda a pennsula itlica.Roma, habitada por indo-europeus,
que, em levas sucessivas, fixaram-se em seu territrio
miscigenando-se aos etruscos, gregos e gauleses, ela no pra de
expandir-se. Durante a Primeira Guerra Pnica (264-241 a.C.), os
romanos venceram os cartagineses e apossaram-se das ilhas
sicilianas. Sentindo-se fortalecidos, eles anexam a Crsega e a
Sardenha e derrotam os gauleses no Vale do P.Nas duas ltimas
guerras pnicas, Roma derrota o brilhante general cartagins, Anbal,
e pe trmino a grandeza incmoda de Cartago. Netta Kemp de Money
explica as conseqncias desses primeiros sucessos romanos: "Estas
guerras lanaram as sementes da conquista da bacia oriental, posto
que Filipe V da Macednia havia ajudado a Anbal; e Antoco, o Grande,
da Sria, lhe havia concedido asilo depois de sua derrota. Filipe
foi vencido e os esforos de seu filho Perseu, para vingar a
derrota, fracassaram. Diante desta demonstrao de poder de Roma,
quase todos os prncipes do Oriente optaram por reconhecer sua
supremacia e aliar-se com a potncia superior. Antoco, o Grande,
havia sonhado com a conquista da Grcia, porm, foi vencido pelos
romanos na batalha de Magnsia, e a seu neto, Antoco Epfanes, que se
havia proposto agregar o Egito e seus domnios, bastou uma represso
de Roma para que desistisse. Houve uma ou outra escaramua depois
dos meados do sculo segundo antes de Cristo, porm, desde aquela
poca, todo o mundo teve de reconhecer a supremacia da repblica
romana."
II - GEOGRAFIA DO IMPRIO ROMANO difcil traar os limites do
Imprio Romano. Dilatadssimo, mantinha incontveis provncias na
Europa, sia e frica. Foi o mais poderoso reino da Terra. Sua
presena era sentida em todas as partes do Globo.Nos tempos de sua
maior extenso, informa John Davis, o Imprio Romano media 3.000
milhas de este a oeste, e 2.000 de norte a sul, com uma populao de
120.000.000.
III - O LEGADO DO IMPRIO ROMANOOs gregos legaram-nos a base da
sociedade ocidental. Os romanos, sua estrutura. Pragmticos e
administradores por excelncia, deixaram-nos colossal monumento
jurdico esculpido em sua experincia privada e pblica.Souto Maior,
em sua Histria Universal, diz-nos como os romanos fizeram suas
leis: "O direito romano foi um dos legados mais importantes
deixados por Roma s civilizaes que lhe sucederam. O antigo direito
consuetudinrio, isto , baseado no uso e nos costumes, passou a ser
direito escrito com a Lei das 12 Tbuas, que considerada a mais
antiga lei romana."O sistema jurdico dos romanos resultou no
somente da necessidade de governar os diferentes povos dos pases
conquistados mas, tambm, da natural substituio de antigos costumes
por certos princpios gerais que se foram condensando atravs dos
editos dos pretores."Os pretores eram magistrados encarregados da
administrao da justia. No comeo de sua gesto, o pretor comumente
promulgava um edito, estabelecendo os princpios que iriam orientar
os seus julgamentos: embora geralmente os pretores apenas
repetissem o que j estava estabelecido por seus predecessores, de
vez em quando surgiam novas regras, modificando a estrutura jurdica
precedente."Antes do III sculo a.C. existia apenas o 'praetor
urbanus', isto , o juiz da cidade. Depois, estabeleceu-se o cargo
de 'praetor peregrinus' que deveria julgar os casos entre cidados
romanos e estrangeiros."Aplicando e interpretando a lei, os
pretores criaram duas espcies de direito: o que se aplicava aos
cidados romanos, chamado 'jus civile', e o que dizia respeito a
todos os povos de maneira geral, denominado 'jus gentium'. Era o
'jus gentium' que autorizava a existncia da escravido e da
propriedade privada, sendo, portanto, um complemento do 'jus
civile.'"No sculo II a.C, foi elaborado, por Slvio Juliano, sob o
governo de Adriano, o Edito Perptuo, que codificava os editos dos
pretores e tambm os dos imperadores."Admitiram tambm os romanos a
existncia de um 'jus naturale', que no era propriamente um conjunto
de leis e sim a idia de que, acima do Estado e das instituies,
existe um princpio de justia vlido universalmente, ou, como afirmou
Ccero, 'uma razo justa, consoante natureza, comum a todos os
homens, constante, eterna'."O 'jus civile' romano estabeleceu uma
perfeita distino entre pessoa e pessoas ao mesmo tempo. Os escravos
no eram considerados pessoas e, assim, destitudos de quaisquer
direitos."Eis mais alguns importantes legados romanos: tiroc-nio
administrativo; engenharia diversificada e prtica; poltica exterior
fundada no pragmatismo; disciplina e agilidade nas foras armadas,
e, urbanizao eficaz.
IV - O IMPRIO ROMANO E OS JUDEUSAo tomar Jerusalm, em 63 a.C, o
general romano Pompeu depara-se com a nao judaica bastante
enfraquecida, em conseqncia de renhidas disputas internas. Depois
de um comeo brilhante e glorioso, a famlia macabia passa a fazer
escusas manobras para manter-se no poder. Conhecida, tambm, como
dinastia hasmoneana, acabou por cair nas garras de uma ambiciosa e
pertinaz famlia idumia, de onde viria um monstro voraz e impiedoso
-Herodes, o Grande.Pompeu estava no Oriente Mdio para conter o
ex-pancionismo de Mitrdates, rei do Ponto. Sonhando construir ura
grande imprio, esse monarca intentava conquistar a sia Menor e a
Palestina e, assim, minar a posio romana nessa to estratgica rea.
Preocupada, Roma envia regio um bravo e nobre general.Grande
estrategista, Pompeu vence o rei Mitrdates, que se refugia na
Armnia. Mesmo vencido, o ambicioso soberano reorganiza-se e tenta
tomar a Sria. O general romano, entretanto, intervm uma vez mais e
o derrota definitivamente.O governo de Roma, satisfeito com o
desempenho de seu brilhante militar, designa-o governador das
provncias da sia. Foi nessa qualidade, que Pompeu recebeu
Arist-bulo e Alexandre. Disputando ferrenhamente o trono da Judia,
ambos submetem-se sua arbitragem. O povo, contudo, no deseja ser
governado por nenhum dos dois.Que deciso tomar?Prtico, o general
romano desejava colocar sobre os judeus um rei ttere. Entre os
contendores, opta pelo mais manobrvel e influencivel. A escolha
recai sobre Hircano, cujo carter era dbil. A deciso de Pompeu
desagrada, profundamente, a Aristbulo, que comea a arquitetar
planos de vingana e revolta.Hircano, respaldado por Roma, assume o
poder e introduz, em Jerusalm, o exrcito romano. Revoltado,
Aristbulo encerra-se no Santo Templo com 12 mil partidrios. Pompeu,
ao examinar detidamente a questo, decide tomar o santurio.A luta
grande. O espetculo, dantesco. Aristbulo consegue fugir. Seus
homens, contudo, so aniquilados. Sentindo-se senhor da situao,
Pompeu penetra no lugar mais sagrado do Templo - o santssimo.
Esperava, quem sabe, deparar-se com segredos etreos e mistrios
celestiais. Contempla, no entanto, um singelo altar, cuja glria
residia no nome do Santo de Israel. Dessa maneira, deixa a Casa do
Senhor.Depois dessa interveno, a Judia torna-se provncia
romana.-Nessa qualidade, fica sujeita aos mais absurdos caprichos
dos poderosos senhores de Roma. Durante o primeiro triunvirato,
Crasso, para mostrar seus mritos militares, declara guerra aos
partos. Mas, como financiar to arrojada campanha? Lembra-se dos
lendrios tesouros do Templo e o saqueia. Com dez mil talentos de
ouro, tenta conseguir seu intento. Embora impetuoso e feroz, no bem
sucedido: perde a guerra, o dinheiro e a vida.De manobra em
manobra, Herodes, o Grande, consegue dos romanos o governo e o
trono da Judia. Sua carreira poltica teve incio, quando ele tinha
15 anos. Desde cedo mostrou-se cruel e sanguinrio. No tolerava
quaisquer arranhes em sua autoridade. Sedento de poder, prendia,
desterrava e matava.To maquiavlico era Herodes que, fcil e
rapidamente, ganhou a confiana dos mandatrios romanos. Nas situaes
mais adversas, mostrava quo habilidoso poltico era. Ele no
suportava a menor ameaa ao seu trono. No hesitou, por exemplo, em
assassinar seus filhos Aristbulo e Alexandre. Carcomido de cimes,
executou tambm sua belssima esposa Mariana, descendente dos
macabeus.Em 37 a.C, finalmente, o monstruoso Herodes liquidou a
brava e herica dinastia hasmoneana. Enfim, o trono da Judia era
todo seu! Um de seus ltimos desatinos foi a matana dos inocentes de
Belm. Sua real inteno era destruir a vida do infante Jesus. Depois
de todas essas sandices, o perverso idumeu desapareceu entre
atrozes dores e com suas entranhas consumidas por vermes. Uma de
suas grandes obras foi a ampliao e embelezamento do Templo. Mesmo
assim, os judeus no se esqueceram de seus brbaros e selvagens
crimes.Das personalidades romanas enviadas Judia, destacaremos, a
seguir, apenas duas. Uma, responsvel pela morte de Jesus, e a
outra, pela destruio de Jerusalm. Referimo-nos a Pncio Pilatos e ao
general Tito.
1 - PilatosPncio Pilatos assumiu o governo da Judia no ano 26
d.C. Nomeado por Tibrio, sua administrao foi tumultuada e cheia de
agitaes. O historiador e filsofo hebreu, Filo, escreve sobre o
quinto governador romano da terra de Jud, taxando-o de rgido,
teimosamente severo, de disposio pronta a despeitar os outros; era
excessivamente iracundo. O mesmo cronista fala, ainda, dos
subornos, atos de orguho e violncia, ultrajes, brutalidades e
assassinatos cometidos por essa autoridade romana.Pertencente ordem
eqestre ou classe mdia superior romana, Pilatos dispunha de amplos
poderes na Judia. Tendo sua disposio formidvel aparato militar,
tinha autoridade para prender, executar e suspender qualquer pena
capital. Sob a sua custdia, ficavam as vestes sacerdotais. Ele s as
entregava ao sumo sacerdote, por ocasio dos festivais
judaicos.Inescrupuloso, provocou a ira dos judeus, certa ocasio, ao
trazer a Jerusalm, pendes com a figura do imperador romano. Os
israelitas, no suportando tamanha idolatria, comearam a gritar e a
protestar, at que as imagens foram retiradas. Mostrando-se lerdo
para aprender os costumes judaicos, de outra feita, confiscou
dinheiro do templo para construir um aqueduto em Jerusalm. Os
protestos gerados por esse arbtrio foram tambm violentos,
contribuindo para desequilibrar sua administrao.Sua perversidade,
contudo, escondia um carter fraco e uma vontade dbil. Ele estava
mais interessado em agradar ao imperador, do que a lutar por
princpios justos e ideais verdadeiros. Haja vista, por exemplo, quo
ambguo foi seu comportamento quando do julgamento de Jesus Cristo.
Procurando adular seu soberano e os lderes judaicos, consentiu,
judicialmente, a morte do Salvador da humanidade.Depois de muitas
desventuras, Pilatos foi forado a suicidar-se pelo imperador Gaio.
No inferno, segundo uma lenda, est a lavar suas mos continuamente,
mas, no consegue livrar-se das manchas carmesins do sangue do
Cordeiro de Deus.
2 - TitoAo rejeitar o seu Cristo, os judeus disseram: "Caia
sobre ns o seu sangue, e sobre nossos filhos!" (Mt 27.25.) Essas
duras e irresponsveis palavras foram pronunciadas ante Pncio
Pilatos que pretendia indultar algum por ocasio da Pscoa. Ao pedir
que escolhessem entre Jesus eBarrabs. eles no titubearam. Com os
seus coraes cheios de dio, optaram por um salteador e entregaram o
bondoso -Jesus morte.Com essa insana escolha, os filhos de Abrao
comeavam a escrever um dos mais tristes e funestos captulos de sua
atribulada histria. O sangue do Nazareno comearia a cair-lhes sobre
a cabea a partir do ano 70 d.C, com a destruio de Jerusalm e do
Templo pelos romanos.Nessa poca, o Cristianismo j havia alcanado os
mais longnquos rinces do Imprio Romano. A religio do Nazareno,
inclusive, j havia conquistado considervel terreno na luxuriante e
orgulhosa Roma.Na Judia, enquanto isso, os israelitas foram
obrigados a suportar toda a sorte de arbitrariedade das autoridades
romanas. O governador Gesius Florus, por exemplo, assumiu o poder
com o esprito eivado de preconceitos contra os judeus. O carrasco,
como era conhecido, quebrantou as leis mosaicas e desrespeitou,
acintosa e publicamente, as mais caras tradies do povo de Israel.
Para esse procurador, os hebreus no passavam de um bando de
fanticos e desequilibrados.Em Cesaria, os gregos, vendo a forma
como Florus tratava os judeus, comeou a persegui-los com redobrado
fervor. A vida da comunidade judaica, nessa cidade, transformou-se
num inferno. Os israelitas nem mesmo podiam adorar a Deus. Em
frente s sinagogas, os helenos promoviam grandes tumultos,
impedindo a realizao dos ofcios religiosos.Uma delegao judaica foi
enviada a Gesius Florus para pedir-lhe proteo. O governador romano,
no entanto, ordenou a matana dos representantes judeus.A notcia da
aflio dos israelitas de Cesaria chegou a Jerusalm e causou profunda
comoo. Os zelotes entraram em ao e iniciaram uma guerra de
guerrilhas contra as foras romanas. Deteriorou-se a situao quando
Florus exigiu 17 talentos de ouro que se encontravam no Templo.A
partir da, alastrou-se o conflito romano-judaico.O governador da
Sria, Cstius Gallus, viajou a Jerusalm para investigar as causas do
levante. Sua presena, no entanto, provocou profundo mal-estar, por
incorporar a 80 imagem da opressora Roma. Embora estivesse
acolitado por poderoso exrcito, foi ele obrigado a deixar a cidade.
Aps sofrer vergonhosa e fragorosa derrota, refugiou-se no territrio
srio.Os nacionalistas judeus, entusiasmados com essa vitria,
preparam-se para novos combates. Inicialmente, apenas os pobres
compunham os quadros da resistncia. Com os primeiros sucessos,
porm, os ricos e nobres passaram, com o mesmo mpeto, a atacar os
exrcitos romanos. O historiador Flvio Josefo, de origem
aristocrtica, encontrava-se entre os combatentes judeus.Nero foi
notificado do levante na Judia, quando se encontrava na Grcia
assistindo aos jogos olmpicos e participando de alegres festas.
Para sufocar a rebelio, enviou Palestina um de seus mais
competentes militares. Estrategista de primeira grandeza, o general
Vespasiano comea a tomar cidade aps cidade dos revoltosos. Quando
preparava-se para sitiar Jerusalm, foi chamado s pressas capital do
imprio. Com a morte do desvairado Nero, foi ele aclamado
imperador.A tarefa de sitiar e tomar a Cidade Santa entregue, ento,
ao filho de Vespasiano. Com a mesma determinao do pai, o general
Tito lana-se sobre Jerusalm, no ano 70 d.C.O historiador israelita,
Simon Dubnow, narra-nos, com vivas cores, como a mais amada das
cidades judaicas foi destruda:"...a fome se alastrava cada vez mais
por Jerusalm; os cereais armazenados j se haviam esgotado h muito
tempo; os ricos entregavam suas propriedades e os pobres seus
ltimos pertences em troca de um pedao de po. Histrias terrveis se
gravaram na memria do povo a respeito dos acontecimentos daqueles
dias. Martha, a abastada viva do sumo sacerdote Jesus Ben Gamaliel,
em cuja passagem, quando se dirigia ao Templo, se estendiam,
outrora, preciosos tapetes, se via agora na contingncia de aliviar
sua fome com restos recolhidos nas ruas; outra mulher rica, levada
pela fome, degolou o prprio filhinho para com-lo. As ruas estavam
repletas de cadveres e de gente desfalecida, e no havia tempo para
enterrar os mortos. Os cadveres espalhados por toda a parte
empestavam o ar. A fome, a epidemia e as setas do inimigo
provocaram a runa nas fileiras dos defensores; mas os que ainda
resistiam no perdiam as esperanas. Este herosmo e pertincia do povo
assombrou at os hericos romanos. Finalmente, eles dirigiram suas
mquinas de assdio contra as fortificaes do Templo. Quando os
romanos tomaram a Torre Antnia, descobriram repentinamente espessas
muralhas que circundavam o Templo, e, como fosse impossvel
derrub-las, Tito ordenou que se incendiassem os portes exteriores,
dos quais partia uma srie de colunas que chegavam at o prprio
Templo; os guerreiros judeus lutaram como lees, e cada passo para o
Templo custava ao inimigo rios de sangue."De repente, um soldado
romano agarrou um lenho ardente e lanou-o ao interior do Templo,
atravs de uma janela. As portas de madeira das salas do Templo se
inflamaram e logo todo o Templo se achava envolto em chamas. Tito,
que se dirigiu imediatamente para o lugar atingido, proferiu aos
soldados, em altas vozes, a ordem de sufocar o incndio e salvar o
esplndido edifcio. Mas devido ao estrpido ensurdecedor das
construes que caam, aos gritos desesperados dos sitiados e ao rudo
das armas, tornou-se impossvel perceber a voz do chefe. Os
enfurecidos romanos lanaram-se sobre as cmaras no afetadas ainda
pelo fogo, com o fim de roubar os tesouros ali acumulados, mas
somente puderam penetrar pisando os cadveres dos guerreiros judeus,
que lhes opunham uma grande resistncia no meio das labaredas. Ento,
os vencedores deram livre expanso sua clera. Velhos, mulheres e
crianas foram assassinados sem compaixo; muitos hebreus encontraram
a morte nas chamas, s quais se precipitaram valentemente. O Templo,
orgulho da Judia, transformou-se em um monte de escombros, sendo
destrudo na mesma data (nove e dez de Aw) em que fora destroado
antigamente o primeiro templo por Nabucodonosor. Dos objetos
contidos no Templo, s permaneceram intatos o candelabro, a mesa
sagrada e um rolo da Tora. Tito ordenou lev-los e conserv-los como
lembrana de seu triunfo. "Com a runa de Jerusalm, desmembrou-se por
completo o Estado Judeu. Esta luta to singular na histria, luta
entre um Estado minsculo e o Imprio mais poderoso do mundo,
absorveu uma infinidade de vtimas e cerca de um milho de judeus
pereceu na guerra com os romanos (66-70) e uns cem mil foram feitos
prisioneiros. Desses cativos, alguns foram mortos, outros enviados
a trabalhos forados ou vendidos como escravos nos mercados da sia e
frica; mas os mais fortes e belos ficaram para lutar com feras nos
circos romanos e acompanhar Tito em sua solene entrada em Roma.
Sempre que Tito celebrava o aniversrio de seu pai e de seu irmo,
organizava jogos militares e lutas de gladiadores, nos quais se
arrojavam muitos judeus s feras do circo, para que os destroassem,
divertindo o pblico."Para comemorar a sua vitria, o imperador
Vespasiano ordenou a cunhagem de moedas especiais que traziam uma
mulher acorrentada e a seguinte expresso: "Judia cativa, Judia
vencida."Poucos anos aps a queda de Jerusalm, judeus e romanos
voltariam a enfrentar-se. O renhido combate foi travado em Massada.
Mostrando mais uma vez sua audcia e coragem, a resistncia judaica
preferiu autodestruir-se, a entregar-se ao opressor romano. A
partir de ento, toda a Judia passou a pertencer aos imperadores
romanos, que passaram a doar seus lotes ou vend-los.
V - O IMPRIO ROMANO E OS CRISTOSO judasmo era tolerado no Imprio
Romano, por no possuir carter proselitista. A religio judaica
limitava-se aos judeus. Raros eram os proslitos. Os rabinos no
tinham esprito apostlico. s autoridades de Roma, por isso mesmo,
permitiam o funcionamento de sinagogas e escolas hebraicas. A
situao, contudo, foi substancialmente alterada com a guerra na
Judia em 70 d.C.Em conseqncia de seu esprito missionrio, o
Cristianismo, desde o seu nascedouro, foi duramente perseguido. As
autoridades romanas viam-no como uma perigosssima ameaa. E, de
fato, a religio do Nazareno visava e visa a conquista espiritual do
mundo. Antes de sua ascenso, ordenara Jesus aos seus apstolos:
"Foi-me dada toda a autoridade no cu e na terra. Portanto ide,
fazei discpulos de todas as naes, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Esprito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas
que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os
dias, at a consumao dos sculos" (Mt 28.18-20).E, nos momentos que
antecederam sua subida aos cus, o Ressuscitado fez esta recomendao
aos seus apstolos: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o
Esprito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalm, como em
toda a Judia e Samaria, e at os confins da terra" (At 1.8). A
partir desse momento, desse glorioso e memorvel momento, tem incio
uma luta mortal entre o Reino de Deus (a Igreja) e o principado das
trevas (o Imprio Romano).Os imperadores movem cruentas e impiedosas
perseguies contra os cristos. Nada, porm, consegue barrar o
magistral progresso da Igreja. O nmero de servos de Deus aumenta
dia aps dia. Esse avano, contudo, custa um alto preo: o sangue dos
santos.Hegesipo, escritor do Sculo II, narra-nos como o perverso e
anormal Nero tratou os cristos, acusados, por ele, de terem
incendiado Roma: "Alguns foram vestidos com peles de animais
ferozes, e perseguidos pelos ces at serem mortos, outros foram
crucificados; outros envolvidos em panos alcatroados, e depois
incendiados ao pr-do-sol, para que pudessem servir de luzes para
iluminar a cidade durante a noite. Nero cedia os seus prprios
jardins para essas execues e apresentava, ao mesmo tempo, alguns
jogos de circo, presenciando toda a cena vestido de carreiro, indo
umas vezes a p no meio da multido, outras vendo o espetculo do seu
carro".Sob o governo de Nero, que mandou incendiar a capital de seu
imprio e, covardemente, culpou os cristos, pereceram, ainda, os
apstolos Pedro e Paulo. Os seguidores de Cristo foram perseguidos
pelo Imprio Romano por quase 300 anos. A situao s se amainou com a
ascenso de Constantino, o (Irande. No falaremos mais detalhadamente
acerca dos sofrimentos desses hericos homens, mulheres e crianas,
por absoluta falta de espao. O sangue desses santos, entretanto,
continua a clamar no tempo e clamar na eternidade.
VI - O FIM DO IMPRIO ROMANODepois de sculos de sanguinolncia e
devassido, permissividade e trrea tirania, chega ao fim o
"inexpugnvel" Imprio Romano. A imoralidade e a inebriante luxaria
tiraram do povo romano sua fibra e coragem. Enquanto isso, os
inimigos de Roma fortaleciam-se e preparavam-se para deit-la por
terra.Em 476 d.C, os brbaros invadiram Roma. Desapareceu, assim, o
mais extenso e poderoso reino humano! No entanto, segundo
profetizou Daniel, esse imprio ressurgir com grande poder. Sua
durao, porm, ser curta. 0 Rei dos reis e Senhor dos senhores
encarregar-se- de destru-lo.