Valene 2015 Des Caminhos Aqui, estão reunidos algumas palavras sobre os Des Caminhos que o amor nos leva ou traz. Há uma viagem ao íntimo de cada um de nós na busca de si mesmo/a. As trilhas do amor
Val
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2015
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Aqui, estão reunidos algumas palavras sobre os Des Caminhos que o amor nos leva ou traz. Há uma viagem ao íntimo de cada um de nós na busca de si mesmo/a.
As trilhas do amor
As trilhas do amor
Valene
VOOS NO VAZIO
Minh’alma vaga como um beija- flor
Toca todas as flores na busca de uma
Mas esses voos confundem minha mente
Pois os cheiros doces, amargos... se confundem
Meu coração vaga qual um andarilho
Em noite escura, chuvosa e fria
Busca luz, abrigo e calor
Encontra vazio, dor, desamor...
Mãos ávidas de desejo me procuram
Bocas soltam palavras vazias
Como o vento no deserto assovia
Folhas secas aos meus pés rodopiam
Minha cabeça, confusa, se espanta
Não há encanto, sonho ou fantasia
Sigo sem rumo, sem porto seguro
Paro aqui, ali, acolá...
Olho para trás, almas me assombram
Nesse assombro, sigo minha sina
Que me veio desde menina
Andar, amar e partir sozinha.
FOLHA SECA
As praças desertas
Folhas secas voam de um lado para o outro
Os pássaros não cantam como antes
Parece que o outono se aproxima
Meu coração busca algumas flores da passada
primavera
Mas ela já passou
Tento fugir desse outono
Penso ser apenas uma folha seca
Que é jogada de um lado para o outro
Que pessoas pisam sem sentimento
Ignorando a existência
Mas aquilo que se transforma em pó
Já balançou forte
E balançou ao som do vento
Levando beleza aos corações...
Uma lágrima queima minha face
Fujo dali, de mim, dos sonhos...
O SILÊNCIO
O silêncio cai sobre os homens
Como uma camada de neve espessa
O gelo congela seus corações
Como ratos escondem-se nos porões
Exalam seu cheiro de ódio, dor e morte.
O silêncio cai sobre os homens
Como a mão de um carrasco sanguinário
O sangue que os inocentes derramam
Escorre como esgoto pelos bueiros
Exalam dor, tristeza e desamor.
O silêncio desce sobre os homens
Como uma cortina de paz
A paz invade seus corações
Espalham melodias pelas ruas
Perfumam o ar como as rosas.
O silêncio desce sobre os homens
Como a mão de uma criança
A criança irradia seus sonhos
Espelham um mundo de ternura
Perfumam a manhã
O silêncio ....
Capitães de Areia
Pedro Bola
Rola
ola
la
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaareia
Dora
dor
ora
ra
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaareia
A bala
abala
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaa
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
lalalalalalalalalalalalalallalllllllalalalalalalalalallala
lalalalalalalalalalalalalalalalalalal
a
MEDO
Morcego estranho
Suga nosso sangue
em noites escuras
ruas desertas.
Também nos impede de voar
voos noturnos são mais fascinantes
Mas ele chega
Arrepia nosso corpo
Sussurra um ruído estranho
Encolhemo-nos em um canto
E nosso canto se cala
Nossas pálpebras serram-se
Nossa respiração torna-se ofegante
Quando nos damos conta
Já perdemos nossa capacidade de voar.
LUZ
O amor é a luz da vida
sem ele a escuridão nos cega
cegos caminhamos
entre pessoas cegas
Até que uma luz se acende
Novamente corremos
sorrimos, cantamos, sonhamos
escalamos montanhas
do mais alto dessa montanha
sentimo-nos inatingíveis
sentimos-nos imortais
'Que seja imortal
posto que é chama
mas que seja infinito
Enquanto dure..’.
PASSOS
Escuto teus passos
Meu coração dispara
Louco quer fugir pela boca
Tento acalmá-lo
Mais uma vez teu vulto
Invade meu quarto
Penso que você voltou
Levanto-me, estendo a mão.
Você sorri, vira e sai
Novamente desabo em um canto escuro
Desligo do mundo...
Uma música ecoa na alma
"Quanta saudade eu sinto de você
minha namorada...
Eu não posso te esquecer..."
Do escuro da alma, vem um flash
Nele te vejo sorrindo
Esse sorriso me traga
Me joga em um mar revolto
Barco abandonado,
Singro as ondas sem rumo...
Linhas
Na palma de tuas mãos
Linhas finas e muitas
Teus olhos fitos nelas
Tentam divisar o caminho
Entra em qualquer linha
Segue teu coração
Quando ele cansar do caminho
Desvia em uma linha
Percorre novos caminhos
Descobre novas trilhas
Renasce para o novo
Abandona velhas roupas
Abandona velhos ninhos
Abandona velhos mundos
É o amor menino
que se abre em teu peito
Qual flores num deserto
Qual olhos de bebê
Vendo o mundo pela primeira vez
Deixa-te pronunciar as primeiras palavras
e u e u eu eu eu t e t e a m m o o
Palmilha devagar o rosto amado
não sentiste ainda
não viveste ainda
Nascera para amar
Nas linhas infinitas de muitos horizontes.
ENCONTRO ABSURDO
Vejo estrelas
O sol queima
Meu peito vibra
Tuas mãos passeiam
O guarda do parque vem
Precisamos fugir
Não encontramos as roupas
Os pássaros cantam
O chape-chape das botas se aproxima
Precisamos fugir
Estamos sem roupas
Uma grande rede nos aprisiona
Gritamos...
Ninguém vem
Só o som dos passos
Estamos apavorados
A lua brilha
A terra queima
Encontro absurdo
Lua e sol encontram se em sonho.
A PRIMEIRA VEZ
A vez primeira que te vi
vi o mar e suas ondas
vi o céu e suas estrelas
vi a lua e o sol
Senti a fúria do mar
Senti o céu no chão com estrelas a
aplaudirem
Senti o calor do meio dia e a luz da lua
crescente
Ouvi a melodia do mar a falar de amor
Ouvi o som das trombetas de um anjo em
um céu azul
Ouvi o diálogo apaixonado do sol e lua q
se encontravam
Acariciei o mar e suas ondas
Acariciei o céu e suas estrelas
Acariciei a lua e o sol
Provei o sal do mar
Provei o gosto do céu e suas estrelas
Provei os raios solares e lunares.
TUAS MÃOS
Sinto tuas mãos deslizarem em meu corpo
Na rua escura, apenas nós e um vigilante solitário
Apito em punho, avisa de sua presença
Passa cabisbaixo
Tentando decifrar alguma coisa
Mas estamos apenas conversando
Olha um pouco para trás
Vai-se noite a fora
Nós, amantes do medo, continuamos
A palmilhar nossos corpos
Como quem busca algo invisível
A sensação de volúpia estremece -nos por inteiro
Entregamos-nos aos desejos da carne
Sempre como a primeira vez.
Cada rua que nos abrigava era a primeira
A emoção, o medo e a excitação se entrelaçavam.
Dando sabor àquele momento único
Assim seguimos, noites a fio.
Como pedintes errantes arriscavam cada dia mais
Mais amávamos cada vez com mais intensidade.
De súbito, tuas mãos pararam
Tu paraste
A respiração foi sumindo
Meu desespero aumentando
Chamava-te, jogava-me sobre ti
Mas não havia respostas
Tuas mãos caiam mortas.
PRESENÇA
A tua presença é tão forte em minha vida
que te sinto mesmo quando não estás presente
Acordo, sei que já saiu para trabalhar
mas teu perfume está em nosso quarto
qual jardim florido
Abro a cortina vejo
o sol da manhã com seu clarão e calor
Lembro- me dos teus olhos
queimando minha pele de desejo
Lembro-me de tua mão quente
acariciando meu corpo
No banheiro o cheiro do sabonete e do creme de
barbear
Fazem-me te procurar pela casa
Tua presença é tão nítida
Que a ausência torna-se presença
Ligo o som vem uma canção que diz palavras de
amor
Um arrepio per corre-me o corpo
É entre delicias e encantos que tua presença me
segue.
AMOR
O amor é uma água poderosa
Rega o peito deserto
Faz nascer uma pequena plantinha
Quanto mais se rega
mais frondosa fica
chega o momento da beleza
Surgem as flores
e da plantinha, às vezes esquecemos
Flores são bem mais bonitas
também são efêmeras
Quando murcham
entristecem nosso jardim
Se virarem fruto
teremos maravilhosa colheita
Se chegarem a sementes
cumpriu-se o destino da planta
Germinar novamente
E num ciclo maravilhoso de vida e amor
renovar-se é tornar-se eterna.
FOTOGRAFIA
Em teus olhos a vida como um mar
A esperança de viver eternamente
Teu sorriso um convite à vida sem mistérios
Em tua juventude ingenuidade e leveza
A felicidade dançando em teu ser
A liberdade à bandeira de tua estrada
O mar tragou teu olhar
A vida eterna no coração dos que amam
Teu sorriso apagado pela brutalidade do acidente
fatal
Da tua juventude apenas as lembranças
A felicidade estampada em teu rosto parecia sorrir
Finalmente, a liberdade ansiada.
Teu corpo desceu à terra
Tua alma povoa a lembrança dos que te amam
No porta retrato, teu sorriso eterno.
Amor
As vozes aproximavam-se de mim
Via pés aproximarem-se
Ninguém me via ali
Todos passavam sem rosto
Todos passavam sem coração
Todos passavam sem passado
Meu coração quebrado
Encolhia-se no peito
Meus olhos vazios
Vadiavam como bêbados
Eu ali em uma embriaguez estúpida
Eu ali sozinha, pisoteada, silenciada.
A noite caia sem piedade sobre mim
Nenhuma estrela no céu
Nenhum raio de luar
Apenas aves da noite em seus voos rasantes
Ratos saiam de seus esconderijos
Mas qual os humanos
Apresavam se em fugir sem rumo
Com medo da vida e dos sonhos
Continuei no mesmo lugar
Qual planta fixa a espera de chuva
Folhas murchas, flores tristes
Semente nenhuma
Essa espécie precisa ser extinta
antes que contamine as outras
Todos devem fugir
Afinal, o amor é uma doença contagiosa.
QUANDO NÃO SE AMA
Quantas noites de terror...
Mar revolto...
Solidão no cais...
Uma vela que flama
Encolhida em meu mundo
Escuto as músicas de Aznavour
“que c’est Triste Venisse
Quand on ne s’aime pas”
Olho ao eu redor
Tanta tristeza
Tanto vazio
Tanta solidão
Pessoas circulam sem coração
Outras comem migalhas do chão
Algumas esmolam
Muitas ignoram a existência.
Penso...
Como o mundo é triste
Quando não se ama...
Túmulo do amor
Ninguém olha
Ninguém fala
Ninguém ouve
Ninguém cheira
Ninguém sente
SOLIDÃO
s solidão o
s olida o
s lida o
s ida o
s da o
s a o
so
s o
s o
s o
VENTO E LUAR
O vento bate forte
Meu cabelo em desalinho
Espalha-se sobre meu rosto
Sento em uma pedra
As ondas vão e vêm
Meu coração bate acelerado
Uma onda de solidão me sufoca
Os olhos choram
O clarão do luar bate em meu rosto
O perfume das ondas invade o meu ser
Sinto tua presença na lua que banha à noite
O vento bate mais forte te leva de mim.
SEMENTES DA VIDA
A natureza é sábia
De uma semente
nasce uma plantinha frágil
Cresce, floresce e enche-se de beleza
Dá fruto que alimentam o ser humano,
O seu fim não é a morte,
Mas a semente que volta a terra
Para renascer mais bela.
Sem lembranças de passado
Sem esperança de eternidade
Mas cumprindo a função de ser efêmera
Mas eterna, pois o eterno não é o que permanece
Mas o que em instantes fugazes se faz vida e
semente de vida.
CAMINHOS TORTUOSOS
Caminhava na escuridão
Pés cansados
Mãos trêmulas
Cabelo ao vento
Qual folha na ventania
Zumbidos fortes o assustavam
Cada vez mais aquela noite o tragava
Qual náufrago buscava
Uma tábua de salvação
Nada viam os olhos secos,
Repletos de areia
Ardiam como fogo
As aves da noite em seus voos rasante
Faziam-no encolher-se
Cada vez mais sem sentido
Sentia que era o fim
Tudo o comprimia
Numa rajada forte de vento
Se segura em uma árvore
Vê uma luz
Segue trôpego e trêmulo
Sente uma mão em seu ombro
Um sopro de vida...
Silêncio
Mãos vazias
Olhos secos
Boca apertada
Coração aos pulos
Silêncio
Lua minguante
Estrelas cadentes
Teu sorriso estampado em minha mente
Minh' alma em frangalhos
Como naufraga agarro -me
Às últimas esperanças
Em vão tento fugir do destino fatal
Pulo no vazio
Baque final.
PARA SEMPRE
Jogo meu corpo na cama
Ela parece não me reconhecer
Os travesseiros já não guardam teu cheiro
O quarto, na penumbra, parece um fantasma
a me acusar por tua ausência
Rolo na cama
Ela parece mais larga que o normal
Um calafrio percorre meu corpo
não tenho forças para puxar o lençol
Fico inerte, muda,
escutando apenas o silêncio
As batidas do meu coração tornam-se lentas
O sangue foge de minhas veias
Minha respiração pouco a pouco vai sumindo
Dos meus olhos, lágrimas quentes queimam-me
Fecho os olhos para sempre.
FALTA
Sinto falta de teu olhar
Queimando minha pele
Sinto falta de tuas mãos
Deslizando loucamente pelo meu corpo
Sinto falta de teus beijos
Ardentes como fogo
Sinto falta do teu sorriso
Espelho da minha alma
Sinto falta das nossas noites eternas
Sinto falta dos momentos ínfimos eternos
Sinto falta de ti
Sinto falta de mim
Sinto falta de nós
Removo o pó das vidraças
Teu olhar sumiu
Tuas mãos apáticas
Teu beijo gelado
Teu sorriso apagado
Minha alma irrefletida
As noites longas
Os momentos longos
Tu ali parado
Eu ali esperando
Nós sumindo um do outro.
AS ONDAS
Rabisco em uma folha
Sorriso tímido
Olhar encabulado
Pernas bambas
Coração saltitante
Teus olhos
Tuas mãos
Teu corpo
meus olhos
minhas mãos
Meu corpo
Uma comunhão o encontro das ondas com a praia.
CORAÇÃO PERDIDO
Quando o mar te vê passar
Canta uma melodia
Suas ondas vão e vêm
Como a batida de teu coração
Hoje o mar te vê passar
Cabisbaixo e sorrateiro
Como gato que espreita rato
Teu coração apertado e sofrido
Tu não tens mais coragem de olhar o mar
Teus ouvidos não ouvem a melodia das ondas
Teus olhos não veem a lua refletida no mar
Naquele encontro quase erótico.
Tu passas pela vida
Como um sonâmbulo
Caminha como um vagabundo
Teu coração se perdeu.
LÁBIOS DE MEL
Iracema viu Martim
Martim viu a mata virgem
Iracema viu o amor
Martim viu seu corpo
Iracema voou de sua aldeia
Martim destruiu aldeias
Iracema esperou Martim
Martim embrenhou-se na mata virgem
Iracema vagou sem norte
Martim causou a morte
Iracema deu vida a Moacir
Moacir lhe deu a morte
Iracema voou para a eternidade
Martim levou Moacir
Martim trouxe destruição
Iracema, vida
Martim queria terra
Iracema, amor
Iracema tinha lábios de mel
Martim, de fel
Iracema ficou na literatura
Heroína pura e bela
Martim, na História, destruidor
Covarde feio e matador.
O DIA QUE NÃO EXISTIU
O dia não nasceu
Hoje acordei com saudade
Da criança que não correu perigos
Das amigas que não tive
De voar sem limites
Da paixão que não vivi
Do soco que não dei no insulto
Da adolescência roubada
Da irresponsabilidade não vivida
Da ressaca pós-carnaval
Da pele queimada ao sol das doze
Do olhar de minha avó cega
Da fala de meu filho que sumiu
Da filha que me foi negada
De mim que morri aos poucos
Com tantas negações e imposições.
POEIRA
Sou a poeira de uma estrada
Sou a poeira de algum móvel imóvel
Sou a poeira que tudo cobre
Sou a poeira que incomoda
Sou a poeira deixada na entrada
Sou a poeira de um deserto
Sou a poeira de um universo
Sou a poeira que segue teus passos
Sou a poeira invisível no espaço
Mas estou em todos os lugares
Onde pões a mão, lá estou
Se escreves com o dedo
É em mim que fazes as letras
Se tua respiração fica ofegante
Sou eu fechando tua respiração
Sou a poeira que não desaparece de tua vida.
ESTILHAÇOS
Ventava forte naquele final de tarde
Gotas de chuva caiam sobre nós
O sol com um olhar trêmulo escondia-se
Deixando um clarão sanguíneo no firmamento
O teu silêncio ao meu lado
Como se o vento tivesse levado tuas palavras
A frieza de tua mão na minha
Um olhar perdido e distante
Leves gotas rolavam pela face
Um soluço incontido
Levantei-me do banco
Não olhei para traz
Mas senti os estilhaços dos corações
Que caiam por terra
Fragmentando-se em bilhões de pedaços.