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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · representação da natureza ou de um fenômeno. ... as tecnologias são produtos da ação humana, ... onde o conhecimento científico

Nov 10, 2018

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO TRADICIONAL E DE INFORMÁTICA PARA O ENSINO DA DISCIPLINA DE FÍSICA

Mirian Jaqueline Coelho1

Américo Tsuneo Fujii2

RESUMO

Este artigo apresenta informações teórico-pedagógicas que resultaram da implementação do Projeto desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE/SEED/PR, nas turmas de 1ª e 2ª série do Ensino Médio do período da manhã do Colégio Estadual Hermínia Rolim Lupion - Ensino Fundamental e Médio. O projeto teve por objetivo mostrar que a experimentação, no ensino de Física, é importante metodologia de ensino que contribui para formular e estabelecer relações entre conceitos, proporcionando melhor interação entre professor e estudantes, e isso propicia o desenvolvimento cognitivo e social no ambiente escolar. Neste contexto, foi proposto no presente projeto, experimentos com a utilização dos laboratórios tradicional e de informática, também a utilização de materiais de baixo custo para alunos de 1º e 2º ano, as atividades foram trabalhadas em forma de contra turno no período noturno onde o espaço dos laboratórios é menos utilizado. Os conteúdos foram trabalhados em sala de aula e as práticas realizadas nos laboratórios, assim pudemos observar onde houve maior participação e interesse por parte dos alunos. Neste estudo a expressão atividades práticas ou atividades experimentais significam experiências realizadas na escola, nas quais os alunos interagem com materiais, observando e ou manipulando para compreender conceitos físicos.

Palavras-chave: Experimentação. Laboratório. Física.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho, ”A Utilização do Laboratório Tradicional e de Informática

no Ensino da disciplina de Física”, apresentado no Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, é parte integrante das atividades de formação continuada do

professor da Rede Pública da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, e foi

desenvolvido junto aos alunos do Colégio Estadual Hermínia Rolim Lupion Ensino

Fundamental e Médio, mostrando que o objetivo da experimentação no ensino de

física é melhorar a compreensão acerca dos fenômenos físicos. Essas atividades

experimentais podem suscitar a compreensão de conceitos, ou a percepção da

1 Professora de Física da Rede Pública Estadual de Educação do Paraná - Colégio Estadual

Hermínia Rolim Lupion, Ensino Fundamental e Médio- Sabáudia Pr -Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE-2013. 2 Professor Orientador. Doutor em Física. Docente do Departamento de Física da Universidade Estadual

de Londrina – UEL – PR.

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relação de um conceito com alguma ideia anteriormente discutida, e também

contribuem para que o estudante perceba, além da teoria, as limitações que esta

pode ter. As atividades experimentais podem apresentar algumas dificuldades e até

erros, mas estes devem contribuir para uma reflexão dos alunos em torno do estudo

da ciência. Com a presença de laboratórios de informática com acesso à internet

nas escolas, abriram-se muitas perspectivas para o trabalho docente no ensino de

Física, pois os laboratórios tradicionais existentes atuais, além de desatualizados,

sem os materiais necessários para a prática das atividades, não recebem atenção

nem o investimento de recursos para reposição de peças, mobiliário, e os materiais

usados geralmente são trazidos pelos próprios alunos, gerando um custo,

prejudicando a participação mais efetiva de todos. Já os computadores podem ser

utilizados de diversas maneiras, para se fazer pesquisas, produções, animações, ou

seja, representações dos movimentos que, nos livros didáticos, são representados

por figuras estáticas, em apenas duas dimensões, o que pode tornar o fenômeno

incompreensível para os estudantes. Outra situação, que permite ir além das

animações, são as simulações. Diferente das animações, as simulações permitem

uma interatividade entre o estudante e a máquina e podem ser utilizadas on-line.

Entretanto, ao se utilizar de simulações, é necessário lembrar que elas são modelos

de uma situação real apresentados como realidade virtual.

Uma animação não é, jamais, uma cópia fiel do real. Toda a animação, toda simulação está baseada em uma modelagem do real. Se essa modelagem não estiver clara para professores e educandos, se os limites de validade do modelo não forem tornados explícitos, os danos potenciais que podem ser causados por tais simulações são enormes (MEDEIROS; MEDEIROS, 2002, p. 81).

Esses danos podem ser mais prejudiciais ainda quando as

simulações possuem erros. Por isso, ao escolher uma simulação para trabalhar com

seus alunos, o professor deve estar muito atento às limitações desse recurso. Uma

simulação é válida quando o experimento não é possível de ser realizado na prática

por dificuldades técnicas, falta de equipamentos ou perigo no manuseio. Outra

possibilidade é a utilização de aplicativos, como por exemplo, o editor de texto e

planilha eletrônica. Quando utilizados para edição de textos ou confecção de tabelas

e gráficos, podem auxiliar na compreensão de algum conteúdo ou finalização de

alguma atividade. No entanto, quando se utiliza aplicativos é necessário atenção

para não confundir uma aula de física com uma aula de informática. Araújo e Abib

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(2003) declaram que o uso de atividades experimentais como estratégia de ensino

de Física tem sido apontado por professores e alunos como uma das maneiras mais

frutíferas de se minimizar as dificuldades de se aprender e de se ensinar Física de

modo significativo e consistente. Desse modo, este trabalho busca por intermédio da

experimentação e análise computacional dos dados, proporcionar ao aluno uma

aprendizagem significativa dos conceitos apresentados.

A experimentação, no ensino de Física, é importante metodologia de

ensino que contribui para formular e estabelecer relações entre conceitos,

proporcionando melhor interação entre professor e estudantes, e isso propicia o

desenvolvimento cognitivo e social no ambiente escolar.

Neste contexto, propõem-se no presente projeto, experimentos com

a utilização dos laboratórios tradicional e de informática, também a utilização de

materiais de baixo custo.

Diante do exposto, as atividades práticas ou experimentais, podem

contribuir para a aprendizagem significativa na medida em que estimulam o

interesse dos alunos, desenvolvam níveis diferentes de experiências pessoal e

social, ajudam a construir e entender novas descobertas, desenvolva e enriqueça

sua personalidade, simbolizando um recurso pedagógico que leva o professor à

condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem, auxiliando os

alunos na tarefa de formulação e de reformulação de conceitos, ativando seus

conhecimentos prévios e articulando esses conhecimentos a uma nova informação

que está sendo apresentada (POZO, 1998).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Física tem como objeto de estudo o Universo em toda sua

complexidade e, por isso, como disciplina escolar, propõe aos estudantes o estudo da

natureza, entendida segundo Menezes (2005) como realidade material sensível. Ressalta-

se que os conhecimentos de física apresentados aos nossos alunos do Ensino Médio não

são coisas da natureza, ou a própria natureza, mas modelos elaborados pelo Homem no

intuito de explicar e entender essa natureza. (PARANÁ, p. 38).

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2.1 OS MODELOS CIENTÍFICOS NO ENSINO DA FÍSICA.

Os modelos científicos buscam representar o real, sob a forma de

conceitos e definições. Para descrever e explicar os objetos de estudo a comunidade

científica formula leis universais, amparadas em teorias aceitas, mediante rigoroso

processo de validação em que se estabelece “uma verdade” sobre o objeto.

A ciência não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos

construídos a partir da de método(s) científico(s). Assim, os modelos científicos são

construções humanas que permitem interpretações a respeito de fenômenos resultantes

das relações entre os elementos fundamentais que compõem a Natureza.

O fazer ciência está, em geral, associado a dois tipos de trabalhos: um

teórico e um experimental. Em ambos, o objetivo é estabelecer um modelo de

representação da natureza ou de um fenômeno. No teórico, é formulado um conjunto de

hipóteses, acompanhadas de um formalismo matemático, cujo conjunto de equações

deve permitir que se façam previsões, podendo, às vezes, receber o apoio de

experimentos em que se confrontam os dados coletados com os previstos pela teoria.

2.2 INFORMÁTICA NO ENSINO DE FÍSICA

O dia a dia das escolas não tem acompanhado o avanço das tecnologias

na vida dos alunos, sabemos que algumas escolas ainda nem possuem de professores

sem formação ou falta de domínio de conhecimento nessa área. Não bastasse isso,

sabemos que o número de aparelhos utilizáveis sempre é muito inferior ao número de

alunos, problemas com a rede, com a conexão, energia, a assessoria e suporte técnico é

escasso e tantos outros, isso assusta um pouco os professores e essa geração de alunos

que recebemos hoje nas escolas tem uma relação íntima com diferentes tipos de

tecnologias, entretanto, não sabem realmente, utilizar-se adequadamente como poderiam,

aí vem o papel fundamental do professor que qualquer que seja o recurso tecnológico

utilizado é preciso que esteja de acordo com o plano de trabalho docente feito pelo

professor.

[...] as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos (OLIVEIRA, 2001, p.101-102).

Sob a visão de mundo que a Ciência busca decifrar o universo físico

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através de conceito teórico e experimental, onde o conhecimento científico é a base da

construção humana que por sua vez abrange um contexto econômico, político e social.

Freire (1980) refere-se à educação escolar como formadora de consciência crítica, ou

seja, como processo, no qual o homem se descobre um ser de relações, sujeito concreto

do conhecimento, da história e da cultura, portanto, consciente de estar no mundo e com o

mundo.

A visão educacional de Freire, como proposta teórica, pode constituir-se

em referencial importante na prática pedagógica, voltada à educação ambiental escolar,

pois estimula o aluno a questionar e a agir sobre a realidade, possibilitando uma atuação

mais consciente frente a ela.

3 EXPERIMENTAÇÃO

É muito comum não existir nas escolas brasileiras laboratórios equipados

para que professores e alunos tenham melhores condições de fazer suas práticas, no

entanto, muitas dessas práticas podem ser desenvolvidas na própria sala de aula.

Trabalhar com experimentos é muito importante para desenvolver habilidades de

raciocínio no aluno e motivá-lo para o aprendizado significativo. O ponto de partida para a

elaboração de uma aula prática é saber qual o objetivo que se quer atingir com o

experimento. Depois, verificar os materiais necessários e se for o caso substituir por

outros materiais disponíveis, existem materiais alternativos e de baixo custo que ajudam a

superar a carência em muitas situações.

A simulação computacional também contribui nas atividades de ensino

sendo mais um recurso pedagógico de mediação do saber que fazem parte literalmente

da vida do aluno. O aluno irá visualizar fenômenos físicos através da simulação

computacional e relacionar com o que ele já sabe expandindo e estimulando a

aprendizagem entre o aluno, seu mundo e o conhecimento.

Por fim a contribuição da simulação desenvolve no aluno a capacidade

de propor explicações, analisar, argumentar e interagir diante de situações-problemas no

qual o professor deve criar possibilidades para que o aluno possa buscar avanços para a

construção do conhecimento científico. Esse modelo diferenciado de ensino vem de

encontro com as expectativas do professor em sanar ou pelo menos minimizar o problema

que enfrenta todos os dias em sala de aula, que é a desmotivação e falta de interesse por

parte de muitos alunos.

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4 DESENVOLVIMENTO

A implementação pedagógica do projeto foi realizada com alunos do

1ºe 2°anos do Ensino Médio, do Colégio Estadual Hermínia Rolim Lupion - Ensino

Fundamental e Médio do município de Sabáudia, Paraná. O material pedagógico

foi produzido no segundo semestre de 2013 para direcionar as atividades que foram

aplicadas no 1º semestre de 2014.

5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Na etapa inicial deste trabalho, foi feita a apresentação do projeto para

a equipe pedagógica e comunidade escolar. Depois disso, a proposta foi levada ao

conhecimento dos alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, dando oportunidade a eles

de expressarem suas ideias prévias acerca do tema. Paralelamente também foi

apresentado aos professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), na

qual gerou uma rica discussão sobre o tema, sempre focando as necessidades, as

dificuldades e a vontade de melhorar metodologicamente suas aulas no ensino de

Física, no intuito de atrair a atenção dos alunos. Na sequência, já com a turma em sala,

foi discutido um texto sobre a experimentação e o ensino de física é apresentado um

vídeo sobre movimento, no qual apresentava exemplos de atividades práticas que

chamou bastante a atenção dos alunos. Dando continuidade ao projeto, as etapas

seguintes foram as atividades práticas desenvolvidas no laboratório tradicional de física,

e as atividades desenvolvidas no laboratório de informática.

5.1 NO LABORATÓRIO TRADICIONAL DE FÍSICA

.

5.1.1 Atividade 1: Jipe sem freio

Nessa atividade prática os alunos puderam observar a primeira lei de

Newton - Inércia de uma forma bastante simples, o Jipe sem freio mostra além de um

conceito físico, também a necessidade da utilização de cinto de segurança. Os alunos

construíram a rampa, usando pedaços de madeira, e com jipes e bonequinhos de

brinquedo, puderam, verificar a aplicação da primeira lei de Newton, colocando

barreiras no percurso do jipe, lançando o motorista para frente.

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5.1.2 Atividade 2: Medindo a velocidade da bolha

Objetivo: Encontrar a relação entre distância percorrida e tempo para o

movimento de uma bolha dentro de um tubo de vidro com água.

Material Utilizado:

- Tubo de vidro;

- Água;

- Cronômetro;

- Fita métrica.

Para esta aula prática foi montado um tubo de vidro fechado nas duas

extremidades e em seu interior contendo água e uma bolha de ar. Quando o tubo era

inclinado um pouco a bolha movia-se para a extremidade mais alta. Para preencher a

tabela os alunos deveriam medir a distância entre o início do tubo e as marcas,

anotando estes valores na coluna das distâncias. Na coluna dos tempos anotariam os

tempos que a bolha gastaria para chegar a cada marca. Como a cronometragem está

sujeita a erros de medida, era repetida as medidas 3 vezes fazendo a média dos

tempos que deveriam ser iguais. O desenvolvimento dessa atividade foi no laboratório

tradicional de física, mas também poderia ser feita em sala de aula. O trabalho foi feito

em grupos de quatro alunos e divididos em pares, onde cada dupla usando

cronômetros, faria a contagem do tempo e velocidade.

5.1.3 Atividade 3: Corrida de carros na rampa

Atividade prática no laboratório de física para verificar a variação de

velocidade.

Materiais Utilizados:

-Fita adesiva;

- Trena ou fita métrica;

- Relógio com cronômetro;

- Calculadora;

- Carrinhos de fricção.

Foram formados grupos com quatro alunos e cada grupo iria calcular

a velocidade dos carrinhos em um percurso de tamanho definido por eles. A largada

e a chegada poderiam ser demarcadas com fita adesiva. A distância seria medida

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em centímetros, e o tempo, em segundos. Os alunos iriam observar o

comportamento do carrinho em cinco lançamentos e anotar, numa tabela, a

distância percorrida e o tempo cronometrado. Baseados nesses dados e com uma

calculadora, eles determinam a velocidade média do carrinho.

Para o cálculo da velocidade média ser consistente, seria preciso

fazer a conversão de unidades, relacionando esses em Km/h.

Eles foram avaliados pela participação individual, além da

cooperação para a realização da atividade, como os grupos registraram os dados da

observação numa tabela e como explicaram a obtenção da velocidade média do

carrinho. Essa atividade incentiva a capacidade crítica na análise de resultados.

5.1.4 Atividade 4: Pêndulo simples

O pêndulo simples é um sistema mecânico ideal constituído de uma

partícula de massa m suspensa por um fio inextensível e sem massa de comprimento

L. Quando o pêndulo está em repouso, as duas forças que agem sobre a partícula, o

seu peso (mg) e a tensão aplicada pelo fio (τ ), se equilibram. Porém, se o pêndulo for

afastado de sua posição de equilíbrio, de modo que a direção do fio faça um ângulo θ

com a vertical, o componente do peso perpendicular ao fio, de intensidade

P⊥ = mg sin θ, agirá no sentido de restaurar o equilíbrio, fazendo o pêndulo oscilar, sob

a ação da gravidade.

g

Utilizando material bem simples, pode-se medir com boa precisão a

aceleração da gravidade local.

Material usado:

- Chumbadas de pesca com diferentes pesos;

- Linha de pesca;

- Uma fita métrica ou outro meio para medir em (mm);

- Um transferidor para medir o ângulo.

Os pesos de chumbo já são perfurados ao meio, o que torna-os

fácil de serem amarrados por uma linha de pesca. Uma vez fixado o peso de

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chumbo, corta-se a outra extremidade da linha maior que 2m, amarrando-a

com um laço em um prego fixo numa tábua, com altura acima de 2m,

deixando um comprimento L entre o centro do chumbo e o ponto amarrado

2m de extensão, constituindo-se num bom pêndulo simples. Com esta prática

podemos explicitar aos alunos algumas observações como: o período do pêndulo

depende da gravidade, e que uma das principais propriedades do pêndulo é a

regularidade das suas oscilações. Por este motivo, os pêndulos eram usados em

relógios. Observamos também que a massa do pêndulo não influencia no resultado

do período, mas o comprimento sim, por isso é que os relógios de maior precisão,

possuem o pêndulo de maior comprimento.

Durante os experimentos, observou-se que inicialmente os alunos

apresentavam-se um pouco apáticos; procuravam anotar tudo e acabavam não

participando e até mesmo perdendo a explicação da professora. Pareciam

inseguros. A professora tentava envolvê-los com os experimentos, convidando-os a

participarem. No entanto, alguns alunos comentavam que a aula estava cansativa.

No decorrer do trabalho, os progressos foram aparecendo, os alunos estavam mais

participativos, mais despertos, perguntavam mais. Constatou-se claramente que a

maioria acompanhava, entendendo melhor a aula. A professora procurava muitas

vezes fazer uma parte significativa entre os conceitos e problemas do dia-a-dia de

cada um.

Para a avaliação dos alunos, foi observado:

participação dos alunos na realização das experiências;

relatórios das experiências;

apresentação dos relatórios;

assiduidade durante as aulas.

É importante constar que as aulas com os experimentos foram

intercaladas com aulas teóricas e resolução de problemas e exercícios, relacionados

ao conteúdo, pois tal prática pedagógica não pode ser deixada de lado, pois ela faz

parte do ensino de Física.

5.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

5.2.1 Atividade 5: O Skatista - homem em movimento

Nessa atividade tratamos dos seguintes conceitos:

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- Energia cinética;

- Energia potencial gravitacional;

- Lei de conservação de energia mecânica;

- Cinemática rotacional;

- Aceleração centrípeta;

- Skate e movimento Hip Hop.

Com essa atividade desenvolvida no laboratório de informática, os

conceitos abordados tornaram-se mais interessantes para os alunos, pois eles

conseguiram visualizar os resultados, na medida em que alteravam, a massa(m) do

homenzinho skatista e a altura da pista (h), variando assim o valor da energia cinética e

potencial.

5.2.2 Atividade 6: Força e movimento – Atrito

O objetivo dessa atividade é compreender como as forças de atrito,

incluindo a resistência do ar, podem afetar o movimento de um corpo.

Nessa atividade vimos que o atrito é uma força que se opõe ao

movimento dos corpos, que atua na mesma direção e em sentido contrário ao do

movimento do corpo, vimos também que essa força existe quando os corpos se movem

num líquido, no ar ou numa superfície sólida.

A resistência que o ar oferece ao movimento dos corpos designa-se

resistência do ar. E na animação com o para quedas aberto mostra como aumenta

muito a força de atrito porque a resistência do ar se exerce em toda a área da superfície

interior do para quedas. Na simulação os alunos puderam verificar as forças que se

opõem ao movimento fazendo variar, a força, a massa, a velocidade e o meio, líquido,

ar e pista.

5.2.3 Atividade 7: Pêndulo simples

Nessa atividade de simulação os alunos tiveram a oportunidade de

compreender o movimento e as forças que agem sobre um pêndulo simples. Em

grupos de três alunos por computador, o trabalho foi desenvolvido seguindo os

comandos da professora. Onde as grandezas eram variadas e os resultados verificados

nos gráficos e anotados pelos grupos. Os alunos aprenderam a determinar o valor de g,

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e descobriram como um período varia em função da massa, do comprimento da corda e

da amplitude do balanço.

5.2.4 Atividade 8: Árvore na rodovia

Com essa atividade de simulação, um carro que encontra-se em

movimento numa rodovia e deverá passar pelo local em que se encontra uma árvore.

Cabe aos alunos seguir os comandos do jogo, que lança as questões e os mesmos vão

respondendo e em cada acerto uma próxima questão é lançada e em caso de erro , os

cálculos devem ser refeitos. Os alunos aprendem através do lúdico conceitos de

velocidade média, aceleração.

5.2.5 Atividade 9: Calcular a rapidez média

No laboratório de informática o trabalho desenvolvido foi em duplas,

pois facilita o trabalho, enquanto um manuseia a máquina o colega faz o registro dos

resultados obtidos. O conteúdo é apresentado aos alunos em forma de narração, em

seguida questões são lançadas para que os mesmos façam os cálculos.

O objetivo do jogo é aprender a determinar a velocidade média de um

corpo em movimento e compreender como efetuar os cálculos utilizando a relação entre

as grandezas velocidade média, espaço percorrido e aceleração.

5.2.6 Atividade10: Gráficos espaço – tempo

Nessa atividade de simulação, cujo objetivo é construir e interpretar

gráfico espaço - tempo é mostrado que a velocidade média de um corpo em movimento

é o espaço percorrido por esse corpo num determinado intervalo tempo. E que a

expressão matemática que permite calcular a velocidade média é: Velocidade média

(m/s)=Espaço percorrido (m)/Intervalo de tempo(s). No gráfico espaço–tempo que

mostra o espaço percorrido num dado intervalo de tempo, mostra também que quanto

maior for o valor da velocidade, mais inclinada é a linha reta. Assim se a linha reta

estiver na horizontal, o corpo está em repouso.

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6 AVALIAÇÃO

6.1 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS EXPERIMENTOS

A avaliação qualitativa das atividades realizadas foi efetuada através

da aplicação de relatórios e questionários opinativos. A análise das respostas

desses questionários, nos permitiu verificar os principais pontos positivos e

negativos, acerca do emprego dos laboratórios virtuais de Física.

Destacamos as principais argumentações resultantes da análise dos

questionários preenchidos.

6.2 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DO USO DOS LABORATÓRIOS VIRTUAIS DE FÍSICA.

6.2.1 Pontos Positivos

- Possibilidade de repetição do experimento alterando variáveis e

constantes como: massa, força, velocidade, etc., e constantes dependentes do meio.

- Poder realizar o experimento fora do ambiente de estudo, ou seja,

as simulações podem rodar em qualquer máquina, como no computador pessoal do

aluno por exemplo.

- Realização de experimentos impossíveis de serem feitos num

laboratório real devido ao alto custo e/ou alto risco.

- Possibilidade de construir um relatório mais completo, devido a

todos os pontos citados anteriormente.

6.2.2 Pontos Negativos

- Falta de garantia de se realizar o mesmo experimento no mundo

real obtendo os mesmos resultados encontrados no laboratório virtual.

- Falta de máquinas em condições de uso necessárias para a turma

de alunos.

- Condições desfavoráveis de internet para a prática das atividades.

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- Dificuldades apresentadas no manuseio das ferramentas por

alguns alunos, enquanto que alguns dominam a tecnologia e querem estar a frente

das instruções da professora.

A respeito da constatação de pontos negativos, atestamos que os

laboratórios virtuais são mais vantajosos na apreciação por parte dos alunos.

Todavia, deve-se ponderar no processo de aprendizagem as diferenças entre a

realidade física e realidade virtual representada através de recursos computacionais.

Nesse contexto particular, nos parece mais adequado diversificar as experiências de

ensino com este recurso. Em linhas gerais, os resultados das atividades

experimentais propostas nos permitem verificar a adequação do uso das

ferramentas e simulações aos conteúdos principais dos tópicos abordados na

disciplina de Física apresentada. Em suma, a utilização do Laboratório Virtual motiva

os alunos e torna a atividade de ensino mais dinâmica e atraente, permitindo o

enriquecimento e aprimoramento dos conteúdos abordados na parte teórica.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entende-se que a Física deve educar para cidadania, contribuir para

o desenvolvimento de um sujeito crítico, que em sua formação e cultura possa

agregar valores de que o conhecimento científico é uma construção humana com

significado histórico e social.

Que a experimentação no ensino de Física contribua para relacionar

a teoria e prática, a compreensão do universo, permitindo ao aluno discutir a

construção do saber científico como produto da cultura humana, sua evolução e sua

interação no processo de transformação.

A utilização de atividades experimentais, e com o uso de novas

tecnologias, como componente essencial nas estratégias de ensino de Física, tem

sido destacada por professores e alunos, como uma das maneiras mais frutíferas de

se minimizar as dificuldades de aprender e de ensinar física de modo significativo.

Os recursos estão chegando dia a dia nas escolas, os alunos cada dia mais

inseridos nos avanços tecnológicos, então cabe a nós educadores, buscar

alternativas e metodologias que tornem nossas aulas mais significativas e

interessantes, proporcionando ao aluno além do interesse pelo conhecimento, o

prazer em aprender.

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Na implementação deste projeto foi possível perceber o quanto

prazeroso é para os alunos as atividades práticas e/ou experimentais nas aulas de

física, contribuindo satisfatoriamente para seu ensino. Os objetivos foram atingidos

no decorrer das atividades propostas.

A experimentação gerou grande entusiasmo dos estudantes por

tratar-se de um momento diverso do rotineiro ambiente escolar. Fica claro, que o

ensino de ciência pode ter sua qualidade totalmente modificada, caso investimentos

em estrutura de laboratórios fossem realizadas.

Durante as aulas foram tomados depoimentos dos alunos. Um

primeiro aspecto diz respeito à importância que os alunos dão ao aspecto

experimental no ensino de Física. Segue alguns dos depoimentos:

"As aulas de Física deveriam ser feitas com só com aulas práticas, é

muito mais interessante.”

“Ah... Agora estou entendendo...”

"As aulas só com teoria são muito monótonas".

"Os alunos se interessam mais pela aula de Física prática do que

teórica".

"Eu não gosto da Física, acho muito complicado, mas assim é bem

mais fácil de entender.”

"Eu adoro mexer com esses equipamentos...”

"Achei legal, pois até os alunos bagunceiros estão quietos".

"Muito interessante as aulas através dos experimentos. Podemos

usar materiais baratos e até mesmo o que temos em casa".

"Legal. Eu estou adorando".

8 AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, ao

Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, a Universidade Estadual de

Londrina, ao Departamento de Física e em especial ao Professor Doutor Américo

Tsuneo Fujii pela paciência e orientação.

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REFERÊNCIAS

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