-
Aantiga Bretanhaarmoricana, na Frana, uma bela regio peninsular,
comencostas belssimas, famosapor vrios monumentosmegalticos, como o
de Carnac,utilizados pelos druidas paravrios rituais entre os
celtas.Segundo revelao dos espritos,foi nessa regio que Rivail,
ofundador do espiritismo, teveuma encarnao como umantepassado de
sua me,possivelmente como druida.Essa regio foi, por longo tempo,um
reduto dos celtas, tanto naliteratura como na msica.
Os menires de Carnac,assim como o Stonehengena Inglaterra,
soenigmticas construesde pedra, usadas comoobservatrio astronmicoe
celebrao de rituaisministrados pelossacerdotes druidas.
Foto
s R
epro
du
o
-
Reproduo
Guinevere com o SantoGraal, o Rei Arthur e uma
representao grficamedieval ( dir) de uma
reunio dos Cavaleiros daTvola Redonda.
O Rei Arthur, das Brumas de Avalon, um dosmitos clticos mais
conhecidos em todo o mundo.Trata-se de uma representao mtica da
fase de transiodo antigo mundo celta, pago ao novo mundo, o
cristo.Os Cavaleiros da Tvola Redonda, o adultrio deGuinevere, sua
esposa e a busca do Santo Graal, a fim deresgatar o poder e a glria
de Avalon, constituem umaformidvel epopia que ainda permanece viva
no coraodos amantes do romantismo celta.
Rep
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Reproduo
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osse
tti
-
Santo Graal, o clice daltima Ceia, onde o
essnio Jos de Arimatia(no alto) teria recolhido osangue de
Cristo, aps o
golpe de misericrdiadesferido pelo legionrio
Longinus, no Glgota. Ao lado, representao
grfica de uma batalha dosCavaleiros Templrios.
O cavaleiro Parcival.
Fotos Reproduo
AOrdem dos CavaleirosTemplrios foi umaorganizao guerreira
medievalsurgida na Primeira Cruzada,cuja finalidade era proteger
oscristos dos mouros aps aconquista de Jerusalm (1099),no sculo 12.
Seus membrosfaziam voto de pobreza ecastidade, eram
mongesguerreiros, iniciados, comamplo domnio das artesblicas.
Vestiam-se com mantosbrancos estampados por umacruz vermelha de
malta. Osmaons se dizem herdeiros dosTemplrios. Diz a lenda
queesses monges teriam comofinalidade a proteo epreservao do Santo
Graal,smbolo cltico-cristo, querepresentaria a retomada dopoder e
glria da lendriaAvalon, do Rei Arthur.O cavaleiro Parcival, da
TvolaRedonda, teria resgatado oclice do Cristo, que se
tornariaobjeto de proteo dosTemplrios. O Santo Graal(sangue real)
tambm seria adescendncia de Jesus medianteo corpo de sua esposa,
MariaMadalena, lenda vinculada dinastia merovngia,
cujosrepresentantes diziam-sedescendentes dos reis de Triae do
Cristo. Essa dinastia surgiuna Glia (atual Frana) aotempo dos
francos germnicos.
O templrio Jacquesde Molay, o ltimoGro-Mestre daOrdem
dosCavaleiros Templrios.
Pietro Perugino - 1495
Ferdinand Leeke
-
John William Waterhouse - 1916
A lenda medieval deorigem cltica, Tristoe Isolda, conta a
histria deum amor trgico eimpossvel entre o cavaleiroda Cornulia,
Tristo e aprincesa irlandesa Isolda.Em algumas interpretaes,Tristo
teria sido umcavaleiro da TvolaRedonda, do Rei Arthur,em busca do
Santo Graal. um dos mitos de maiorinfluncia na culturaocidental.
Segundo a lenda,o casal teria se apaixonadoaps tomarem, por
acidente,uma poo mgica.
O mito de Tristo eIsolda ganhoumais uma verso para o cinema em
2006, sob a direo do cineasta ingls Ridley Scott.
Shakespeare foiinfluenciado pelalenda ao escrevera pea Romeu
eJulieta. Ao lado,O ltimo Beijode Romeu em
Julieta, segundo opintor italiano
Francesco Hayez.
Tristan and Isolda - direo de Ridley Scott - 2006
Francesco Hayez - 1823
Sir Edward Burne-Jones
John Taylor - 1610
-
Bravurabells
A canadense Loreena McKennitt e aharpa cltica, o casal
australiano doDead Can Dance, os escocesesIncredible String Band
com seustradicionais instrumentos medievais e airlandesa Enia:
msicos empenhados noresgate da msica celta
As bandas brasileirasTerra Celta (acima) e
Olam Ein Sof ( dir.) seinspiram na msica celta,
preservada por grupostradicionais como o
escocs Bagad Arduinn,com suas gaitas de fole,
antigo instrumentomusical muito usadopelos druidas bardos
A s tradies clticas sobrevivem at hojeatravs da msica, tanto no
trabalho demsicos tradicionais como de bandas popcontemporneas
inspiradas pelo folk e ritmostribais, derivados da msica celta, que
sedesenvolveu na antiga Europa Ocidental.
Fotos Reproduo
Vassil2 Encontro Medieval - Brasil
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-
O Dia dos Mortos,data celebrada pelosespritas do sculo 19,tem
sua origem nastradies celtas, assimcomo o Halloween, nosEstados
Unidos.
As famosas Catrinas mexicanas (no alto),personagens soturnas da
Festa do Dia dosMortos ( esq.). Acima, a ttrica cabea deabbora do
Halloween e logo abaixo, ummomento de comemorao do Dia deFinados,
em um cemitrio no Brasil.
A mesma data celebradafestivamente no Mxico,na popular Festa do
Diados Mortos, porinfluncia da culturapr-colombiana.
Fotos Reproduo
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Os Celtas e o Espiritismo Eugenio Lara PENSE - Pensamento Social
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10. OS PROLEGMENOS E OS CELTAS
Nem se pe vinho novo em odres velhos; do contrrio, rompem-se os
odres,
derrama-se o vinho e os odres se perdem. Mas, pe-se vinho novo
em odres novos
e ambos se conservam. (Mateus 9:17)
a primeira obra de Allan Kardec, O Livro dos Espri-tos, h um
curioso texto de apresentao intitulado
Prolegmenos, intermedirio entre a introduo e o livro
propriamente dito. Poucos talvez tenham se dado conta da importncia
desse texto, espremido entre a apresentao de Rivail e a primeira
questo sobre Deus.
Prolegmenos (ou prolegrmenos) uma palavra de origem grega
(proleghmena), normalmente usada em filosofia, na literatura ou em
teologia. Sua funo de-monstrar os objetivos de determinada obra,
sua finalida-de e princpios gerais. Contm as noes preliminares,
fundamentais para a total compreenso de determinados pressupostos,
das ideias bsicas e de toda a argumenta-o que o leitor ir se
deparar ao longo da leitura.
Trata-se de uma palavra erudita, sinnimo de pre-fcio, introduo,
intrito, muito usual em tratados de fi-losofia, como na conhecida
obra de Immanuel Kant, Prole-gmenos a Toda a Metafsica Futura. Na
teologia, notada-mente a crist, quase sinnimo de teologia
fundamental, introdutria compreenso das verdades crists a
respei-
N
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to de Deus. Na literatura, prolegmenos tem a mesma funo aplicada
na filosofia, de inserir o leitor no universo literrio, potico ou
mesmo apologtico que o autor pre-tenda expor.
Portanto, no foi -toa que Rivail e os espritos pre-feriram
prolegmenos a prlogo, prefcio ou intrito, dentre outros termos
aplicados na apresentao de qual-quer obra. No caso, uma obra de
carter filosfico, moral e tambm teolgico. Longe de ser arcaica e
desatualizada, prolegmenos, apesar de inusual, uma palavra precisa,
exata: sintetiza todas as ideias compiladas por Rivail e os
espritos, anunciando assim ao leitor o contedo vindouro da
obra.
O Smbolo do Espiritismo - O simptico e singelo desenho de uma
cepa, um ramo de uva com as frutinhas e as folhas de parreira logo
no frontispcio da pgina, sur-preende, pois ao contrrio das
filosofias esotricas e religi-osas, o espiritismo dispensa smbolos
e paramentos. To-davia, esse desenho, provavelmente a primeira
psicopicto-
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riografia da histria do espiritismo, funciona como um smbolo
dessa nova filosofia espiritualista.
um smbolo cheio de significados, dissecados pe-los prprios
autores desse fac-smile decorativo: ele o emblema do trabalho do
Criador. Todos os princpios ma-teriais que podem melhor representar
o corpo e o esprito nele se encontram reunidos: o corpo o ramo; o
esprito a seiva; a alma, ou o esprito ligado matria o bago. O homem
quintessencia o esprito pelo trabalho e tu sabes que no seno pelo
trabalho do corpo que o esprito ad-quire conhecimentos. 85
85 O Livro dos Espritos - Prolegmenos (Lake) traduo de Herculano
Pires.
No Cristianismo - Uva, parreira e vinho so sm-bolos muito
importantes, tanto no cristianismo como no judasmo. Segundo o mito
bblico, aps degustarem o fru-to proibido da rvore da sabedoria, Ado
e Eva, ento li-bertos de sua ingenuidade intelecto-moral,
esconderam sua nudez com a parreira, a folha da uva. E o primeiro
milagre de Jesus de Nazar se deu nas bodas de Cana, ao operar a
transformao da gua em vinho, a fim de garan-tir a alegria dos
convidados. E lembremos do milagre da transubstanciao, que segundo
a teologia catlica, con-verte o vinho no sangue do Cristo, do
Cordeiro de Deus, ritual de consagrao ainda hoje celebrado em toda
missa catlica, a fim de relembrar a sua memria, atravs do vi-nho e
da stia, o corpo do Cristo.
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Todavia, na bblia, a meno ao vinho nem sempre est vinculada
alegria, celebrao. H tambm casos de perverso, associados ao sexo e
a excessos de todo tipo.
Curiosamente, Cana era o nome do filho de Cam, amaldioado por
No, que ficou furioso quando soube que ele viu a sua nudez
provocada pelo consumo de vinho em excesso. Os outros dois irmos,
Sem e Jaf, cobriram a nu-dez do pai que, por ser lavrador, havia
plantado a vinha de onde produziu o vinho, logo em seguida ao pacto
celebra-do com Deus aps o dilvio. A bebedeira de No talvez tenha
sido o primeiro porre da histria. (Gnesis 9:20-25). 86
86 As citaes bblicas foram traduzidas por Joo Ferreira de
Almeida.
Depois da destruio de Sodoma e Gomorra, h um caso de incesto
entre L e suas duas filhas. Preocupadas com a descendncia da
famlia, as duas embebedam o pai com vinho, deitam-se com ele, cada
uma delas em dias intercalados e engravidam. Dessa unio incestuosa
nasce-ram Moabe e Bem-Ami. (Gnesis 19:31-36).
Por outro lado, foi com uma taa de vinho que o sa-cerdote
Melquisedeque, rei de Salem, abenoou Abrao, o grande patriarca
hebreu (Gnesis 14:18-20). E conforme a descrio do profeta Isaas,
Deus abenoou essa bebida co-mo vemos nesta passagem: Assim diz o
SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: No o
desperdices, pois h bno nele; assim farei por amor de meus servos e
no os destruirei a todos. (Isaas 65:8).
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Na Grcia - Na cultura grega o vinho possua um valor to
importante que havia um deus a ele consa-grado: Dionsio ou Baco
para os romanos, demonstrando um lado mstico de sua devoo a essa
bebida. Os filso-fos gregos, alm de apreci-lo, tambm ministravam o
vinho como remdio. E os simpsios gregos, cujo signifi-cado literal
beber em comunho, eram reunies para se tomar vinho em salas
apropriadas, com divs, onde o alegre convvio e a conversao giravam
em torno de te-mas filosficos. Tais colquios eram constitudos por
homens nobres e sbios, por filsofos e pensadores. A propsito, o
Simpsio Brasileiro do Pensamento Esprita, surgido em Santos por
iniciativa do escritor esprita Jaci Regis, realizado desde 1989, no
foge ao carter primor-dial desse costume grego, pois um evento
voltado ao dilogo, ao debate e reflexo no contexto da cultura
esprita. E na abertura do evento, j tradio a realiza-o de um
coquetel acompanhado de um bom vinho.
uma das bebidas mais antigas da histria da Hu-manidade. A Grcia,
na Antiguidade, foi um dos maiores produtores e exportadores do
vinho, bastante apreciado pelos celtas.
Na Cultura Celta - Nem s de cerveja e hidromel viviam os celtas,
notrios beberres. Eles tambm aprecia-vam o vinho, consumido
principalmente pela elite guer-reira e os druidas. Os prncipes da
Blgica celta eram normalmente enterrados com odres de vinho, o que
de-monstra que era uma mercadoria cara e de muito valor para
eles.
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Os celtas importavam o vinho dos gregos e tambm dos romanos.
Resultantes de guerras intestinas, os escra-vos eram a principal
moeda de troca, enquanto os celtas irlandeses preferiam troc-lo por
ces ferozes.
O barril, que at hoje serve para acondicionar o vi-nho, foi uma
inveno dos celtas, grandes artfices no trato com a madeira. Os
gregos e romanos, que utilizavam fr-geis nforas para transportar o
vinho, adotaram definiti-vamente a tcnica dos celtas no decorrer do
sculo 3 d.C.
O vinho possua uma representao simblica de grande valor na
cultura celta. Os arquidruidas utilizavam o vinho em seus rituais
na floresta, junto aos carvalhos. A lenda cltica dos amantes Tristo
e Isolda, que inspirou Shakespeare em Romeu e Julieta, comea com
uma poo de amor depositada em uma taa de vinho. E o clice do Santo
Graal, da ltima ceia de Cristo e os apstolos, tem sido objeto de
mitos e lendas, desde o Rei Arthur aos Templrios, como convm antiga
cultura mitolgica dos celtas. A propsito, esse povo era bem mais
antigo do que os judeus e os cristos.
Trip Filosfico - O espiritismo, mesmo no ado-tando simbologias
esotricas para a compreenso de seus princpios, do entendimento do
homem e do mundo, pos-sui um smbolo: a videira. Ela sintetiza trs
grandes cor-rentes histricas do pensamento filosfico, o trip que
ser-viu como substrato, como raiz para a rvore conceitual da
filosofia kardecista: a cultura cltica, a grega e a crist, to-das
elas, precursoras do espiritismo.
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Cabe lembrar que a Confederao Esprita Pan-Americana (CEPA) tem
como smbolo a videira, aquela mesma que aparece no Prolegmenos, mas
com um de-sign mais arrojado. E, curiosamente, no por acaso, a
a-breviatura CEPA nos remete quele singelo desenho feito pelos
espritos.
Allan Kardec colocou os cristos e os gregos como precursores do
espiritismo. Se os celtas no foram inclu-dos, no foi por
esquecimento, mas por falta de maiores informaes histricas e
arqueolgicas desse grande povo. Tivesse o fundador do espiritismo
contato com as atuais descobertas arqueolgicas, pouco desenvolvidas
em seu tempo, ele certamente incluiria os celtas como pioneiros,
como precursores de um conjunto de princpios como a imortalidade, a
reencarnao e o desenvolvimento do ser em estgios evolutivos.
Essas ideias muito antigas, presentes na cultura de inmeros
povos da Antiguidade, especialmente entre os celtas, tomaram um
novo corpo, ganharam uma feio terica baseada na experimentao, na
observao dos fenmenos medianmicos. Praticamente, no h nada de novo
no espiritismo, a no ser a sntese, o formato e a ma-neira de
encarar e interpretar fenmenos to antigos quan-to a Humanidade. No
campo do espiritualismo, o espiri-tismo representa uma superao
filosfica em relao s culturas crist, grega e cltica.
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11. APONTAMENTOS FINAIS
Ora, esta tradio que dormitava no fundo das conscincias clticas
desperta, sai da sombra dos sculos
e se manifesta no mundo sob o nome de espiritismo. (Lon
Denis)
originalidade, a profundidade e a influncia do cel-tismo lhe
granjeia o status de filosofia espiritualista.
O espiritismo, como metfora, a reencarnao do pen-samento celta.
O conceito cltico da pluralidade das e-xistncias profundamente
evolucionista. Trata-se, sem exagero, da mais pura conceituao do
fenmeno palin-gentico de toda a Antiguidade. Nem nos Vedas ou no
Bhagavad-Gita encontramos um conceito to prximo do kardecista. O
equvoco da metempsicose, certamente o resultado de uma ideologizao
do sistema de castas, manchou para sempre a beleza do
reencarnacionismo hindu. O que nos autoriza a afirmar que o
fatalismo re-encarnatrio, a lei palingensica associada pena de
talio, manifestos na expresso carma, so completa-mente estranhos ao
espiritismo.
A viso esprita da reencarnao no crmica, cltica. Ela tambm no
crist, ainda que Jesus de Na-zar tenha ensinado a reencarnao, mas
de forma re-servada aos seus discpulos, como um pensamento
eso-trico. Pois o cristianismo, historicamente, e isto o que vale,
rejeitou a reencarnao e adotou o conceito pago de ressurreio.
A
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O druidismo serviu de adubo filosfico, de forma-o moral e mental
para os nossos diletos druidas, Allan Kardec e Lon Denis. Ambos
foram beber na fonte celta, que irrigou o solo francs e europeu com
seu canto filo-sfico e deixou uma tradio impregnada de beleza e
lirismo.
O respeito dignidade e aos direitos da mulher, verossmil ao
kardecismo, nos leva a concluir que de brbaro o povo celta pouco
tinha. Mesmo assim, fo-ram chamados de brbaros, pagos, sem a menor
ceri-mnia pelos romanos e cristos. Os romanos destroa-ram a
organizao celta e os cristos, deram o golpe de morte, com a
perseguio ideolgica, amparada pela lei, tudo em nome do Cristo.
Todavia, nenhuma civilizao da Antiguidade valorizou tanto a mulher
do que a celta, justificando aquela afirmativa dos espritos de que
a emancipao da mulher segue o processo da civiliza-o; sua
escravizao marcha com a barbrie. 87
As divergncias em relao verdadeira origem do pseudnimo de
Denizard Rivail no devem ser motivo para se ignorar a evidente
afinidade entre o celtismo e o espiritismo. O nome Allan Kardec,
seja celta ou norman-
Assim como Scrates e Jesus, os celtas no deixaram nada
registrado, no entanto, influenciaram e influenciam at hoje todas
as culturas. Pois o valor de uma civilizao tambm se mede pelo seu
legado cultural, pelas marcas indelveis no tempo e no espao.
87 Allan KARDEC O Livro dos Espritos, q. 822-a.
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do, breto ou gauls, tornou-se consagrado. Ele funciona quase
como sinnimo de espiritismo, a ponto deste ser conhecido tambm como
kardecismo, de modo que ao denominarmos a doutrina esprita de
doutrina kardecista, apenas reafirmamos a dimenso humana de Rivail
e o seu verdadeiro papel na sua construo, como fundador e
ela-borador de um singular sistema filosfico-espiritualista de
pensamento.
Como vimos, a tradutora de sua obra esprita, Anna Blackwell,
afirmou que o nome Allan Kardec teve sua ori-gem num antepassado
breto da famlia de sua me. Ela, que conheceu o casal Rivail na
intimidade, frequentou sua casa e a Sociedade Parisiense de Estudos
Espritas, no te-ria inventado esta informao.
Por enquanto, no temos maiores dados biogrficos sobre a me de
Rivail. Segundo Anna, era uma mulher de uma beleza admirvel. Em um
estudo mais aprofundado, o levantamento de sua rvore genealgica
talvez desa-guasse no antepassado citado pela tradutora
inglesa.
Todavia, ficam ainda em nossa mente as seguintes questes: E se a
me de Rivail teve realmente um antigo antepassado na Idade Mdia,
com o nome de Allan Kardec, presumidamente normando em sua
descendncia, mas ori-ginrio da Bretanha? E se aquele Allan Kardec,
normando, que teria curado o filho do conquistador Rollon, existiu
realmente e tivesse sido aquele antepassado da me de Rivail? E se
este antepassado, ainda que no fosse propri-amente um druida,
tivesse tido contato com as reminis-
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cncias clticas, ainda presentes na Bretanha, na Norman-dia e em
todo o solo francs? No sabemos...
Longe de desvaloriz-lo, a especulao acerca do pseudnimo Allan
Kardec reafirma a dimenso humana de Rivail, desvinculando-o de
qualquer mito que surja pa-ra embaar ou embaralhar a compreenso de
sua trajetria como educador, pesquisador e homem de viso que foi.
Sua genialidade constatada e garantida pela leitura e es-tudo de
sua obra, ainda que os espritas sintam-se embria-gados pelo mito do
revelador, do messias, que o transfor-mou no Codificador, no
criador de um suposto sistema religioso, um formato sofisticado de
cristianismo, mais co-nhecido como a religio dos espritos.
O vnculo existencial de Denizard Rivail com o cel-tismo
engrandece o espiritismo e lana uma nova luz so-bre a natureza
dessa bela filosofia que, de certo modo, resgata os ensinamentos
clticos, imersos em toda a obra kardequiana.
E se ainda existissem, os druidas seriam considera-dos os
primeiros ecologistas, pelo seu profundo amor e respeito natureza,
aos seres e s coisas. Eles nos deixa-ram uma lio que ficou gravada
nos cantos brdicos, nas trades, nos mitos e lendas de uma civilizao
muito an-tiga e admirvel; no delicado e plangente som da harpa
cltica, a reproduzir toda a sensao de se entranhar no meio
ambiente, e tirar dali no somente o sustento, como tambm, um
profundo ensinamento filosfico, um senti-do para a prpria vida.
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Os Celtas e o Espiritismo Eugenio Lara PENSE - Pensamento Social
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PENSE Pensamento Social Esprita URL:
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Decodificando O Livro dos Espritos URL:
http://decodificando-livro-espiritos.blogspot.com
Wikipdia - A Enciclopdia Livre URL: http://wikipedia.org
Eugenio Lara arquiteto e designer grfico, editor do site PENSE -
Pensamento Social Esprita e membro-fundador do Centro de Pesquisa e
Documentao Esprita - CPDoc.