ORIGEM, EVOLUÇÃO E DIVERSIDADE DA VEGETAÇÃO DO BIOMA PANTANAL Arnildo Pott (Prof. Vis. CAPES) PPG Biologia Vegetal, Herbário CGMS, UFMS [email protected]
ORIGEM, EVOLUÇÃO E DIVERSIDADE DA
VEGETAÇÃO DO BIOMA PANTANAL
Arnildo Pott (Prof. Vis. CAPES) PPG Biologia Vegetal, Herbário CGMS, UFMS
+ OESTE: Menos chuva
+ SUL: + frio, – seca
SOLOS: areia, argila, calcário
Pantanal (11 sub-regiões) e Bacia do Alto Paraguai
Silva & Abdon
Origem da Vegetação do Pantanal
• “Complexo”, até Adámoli (1982): influência fitogeográfica Cerrado, Chaco, Mata Atlântica e Amazônia, com base em fitofisionomia;
• RADAMBRASIL (2 vol., 1982), com sensoriamento remoto.
• Mapa de cobertura vegetal e uso do solo do PROBIO, incorporado ao GeoMS (Silva et al. 2011)
An alternative
Gondwana: Biota links South America,
New Zealand and Australia (McCarthy et al.,
Biogeografía 2, 2007)
O PANTANAL É MUITO JOVEM, embora compartilhe algumas plantas com América Central e África
Pantanal: Caos? ou “Complexo” organizado pela água; Arranjos e contrastes fitogeográficos distintos
Baía do Jacadigo: solo de conchas, xerófitas: Sideroxylon obtusifolium
(quixabeira do NE)
Leque aluvial do rio Taquari: areia Campo de murundu, capões e cordilheira com espécies de cerradão/floresta estacional
Gravateiro, Bromelia balansae
Pantanal: campos inundáveis
Pantanal: fases aquática e seca
Vazante = curso d’água sazonal
Pimenteiral Licania parvifolia
Dinâmica espacial: relevo temporal: sazonal/"cíclico”
Paisagem: vegetação x nível da água (superf. ou sub)
Cordilheira
Baía
Salinas = lagoas salobras ou alcalinas (pH 8-10)
e
ciclos climáticos
1988 1999 2010
Pantanal: Contingentes Fitogeográficos
• Ampla distribuição (Campos)................
• Cerrado
Floresta Estacional
Decidual (Caatinga, Chiquitanos).........................
Mata Atlântica (de Interior)/Bacia do Paraná
Chaco............................
Amazônia
Endêmicas
Invasoras, ruderais
Dolichopsis paraguariensis
Brasiliopuntia brasiliensis
Tarumã Vitex cymosa
Macrosiphonia
velame
Cephalanthus glabratus
Formações pioneiras, mono
ou oligodominantes
Babaçual Attalea speciosa………………….. Canjiqueiral Byrsonima cydoniifolia Cambarazal Vochysia divergens.......................... Carandazal Copernicia alba Caronal Elionurus muticus Lixeiral ou lixeiro Curatella americana Paratudal Tabebuia aurea Pimenteiral Licania parvifolia Pombeiral Combretum lanceolatum
Espinheiral................................................ Etc.
Espécies de ampla distribuição
Philodice
hoffmannseggii
Anthaenantia lanata
(Leptocoryphium)
Hortelã-brava
Hyptis crenata
Limãozinho Ximenia americana
Jenipapo Genipa americana
Ximbuva, timbauva Enterolobium
contortisiliquum
Ampla distribuição
Foto: P.R.Souza
Ampla distribuição Influência humana pre-colombiana?
Mangaba Hancornia speciosa
Bocaiuva, macaúba Acrocomia aculeata
Cedrão Argemone mexicana
CERRADO no Pantanal
Caronal Capim-carona
Elionurus muticus
Campo de murundu Fura-bucho
Paspalum spp.
Cumbaru Dipteryx alata
Abacaxizinho Ananas ananassoides
CERRADO
Cajuzinho Anacardium
humile
Ata
Annona coriacea
Pequi Caryocar brasiliense
Ariticunzinho Duguetia furfuracea
Pindaíba, Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica
Sucupira-branca, faveiro Pterodon emarginatus
CERRADO
Carobinha Jacaranda decurrens
FLORESTA ESTACIONAL
Peltophorum dubium
Canafístula Myracrodruon
urundeuva Aroeira
Pterogyne
nitens
Bálsamo
Mata do Cedro
Tillandsia
loliacea
Sterculia apetala Mandovi
Pisonia zapallo Pau-de-sal
Foto: P.R.Souza
Espécies Restritas: Chaco
Ruellia tweedei Heimia salicifolia Pleurophora sarcocarpum
Chaco (Savana Estépica)
Sudoeste do Pantanal: Porto Murtinho
Única área de Chaco verdadeiro no Brasil.
E sem Unidade de Conservação!!!
Foto: Paulo R. Souza
Verde-olivo Parkinsonia praecox
Chaco
Carandazal Copernicia alba
Echinopsis rhodotricha
Chaco: Savana monodominante (palmar) de Copernicia alba
Carbonato de cálcio
Chaco florestado
Quebracho Schinopsis balansae Regenerado pós-derrubada para tanino
Chaco
Ruellia tweediana
Bacopa cochlearia
Pleurophora saccocarpa
Arachis lignosa
Dolichandra cynanchoides
Heimia salicifolia
Tripogandra glandulosa
Neptunia pubescens
Ex.: Savana de Tabebuia aurea
Paratudal
Cerrado? Mas flora associada (e.g.Aporosella) é do Chaco inundável, vertissolos, logo, é Chaco
Pantanal: seleção de
“fortes”
1a noite
Foto
Pau
lo R
. Sou
za
Vitória régia (Victoria amazonica): lagoas de meandro
2a noite Frutifica submersa
Raras.......
Endêmicas........................
Disjuntas
Cleistocactus baumannii
Nymphaea belophylla, Xanthosoma aristiguietae.
.
Habranthus pantanalensis
Stilpnopappus pantanalensis
Xanthosoma pottii
Discolobium
psoraleaefolium
Plantas endêmicas Relativamente poucas no Pantanal • Arachis diogoi: Rio Paraguai e grandes lagoas; • A. helodes; • A. hoehnei; • A. subcoriacea: Cáceres; • A. valida: restrita ao carandazal próx. Corumbá; • A. vallsii: 2 pontos na planície do rios Paraguai e
Miranda; • Euploca pottii: coleta única no local do typus; • Habranthus pantanalensis: do Rio Aquidauana ao Rio
Paraguai; • Stilpnopappus pantanalensis: Nhecolândia, Abobral; • Xanthosoma pottii: 2 pontos.
A. pfluegeae
Ex. de riqueza da Flora do Pantanal: 16 spp silvestres de Arachis,
6 spp. endêmicas
(das 30 spp. no MS, 50 no Brasil e 80 no mundo)
A. vallsii
A. hoehnei Resist. nematóides
A. valida
Pantanal: Arachis, espécies perenes
A. diogoi A. helodes A. linearifolia
A. kretschmerii “Pantanal peanut"
A. subcoriacea
Piúva-do-pantanal (ipê) Handroanthus heptaphyllus
Piuval
Floresta ripária
Cambará Vochysia divergens
Rio Paraguai
Abobreira Erythrina fusca
Rio Miranda
Sarã-leiteiro Sapium obovatum
Floresta ripária
Dinâmica plurienal: avanço e retrocesso de
plantas lenhosas x herbáceas
Pós-cheia 1988
Árvores do ciclo seco 1960-74, pós-cheia 1980
Raízes plagiotrópicas
Reserva Nhumirim,
1 ano exclusão gado
Sucessão para gramíneas altas = incêndios
Dinâmica espaço-temporal: infl. antrópica, mais ou menos água
Tanque escavado com plantas aquáticas e aterro com lenhosas
Aterro
Caixa de empréstimo
1988
2000
Poste do Rondon Zanthoxylum rigidum
Modelo de sucessão biológica para o Pantanal como paisagem sucessional
1 ano seco 3 anos secos 5 anos secos 7 anos secos
• • • .
Invasor Suportador Resistidor Evitador Climax
1 ano úmido 3 anos úmidos 5 anos úmidos 7 anos úmidos • • • .
Modelo lógico para as regras de transição entre estágios de sucessão e tempo de transição para uma comunidade mudar de estágio, em anos. Lourival et al. 2011
Gradiente de TERRESTRIALIZAÇÃO
Gradiente de PALUDIFICAÇÃO
Sucessão de vegetação aquática: Salvinia até BACEIRO c/arbustos
Banco de sementes “flex"
• Sementes “para o que der e vier”:
riqueza e densidade para estágio inicial de sucessão de flora de cheia ou de seca.
Ruderais pantropicais
paina-de-sapo Calotropis procera
malva-rosa Urena lobata
Anos secos: Canjiqueiral (Byrsonima cydoniifolia)
Anos de cheia: Cerrado e cerradão
Fisionomias com mais
supressão
Mapa: www.embrapa.cnptia.br/probiopantanal; GeoMS
Búfalos: reduzem diversidade de plantas aquáticas, 2 anos pós removidos: 5 espécies 23 espécies
Pantanal
Pantanal: espécies exóticas invasoras:
Panicum repens grama-castela: solos arenosos;
Urochloa humidicola CV Tupi (nova): + tol. solo úmido;
Urochloa arrecta (Brachiaria arrecta, NÃO = U. subquadripara) “tanner-grass”, braquiária-d`água: solos argilosos
U. arrecta: propagação pela água
Bacia do Alto Taquari
Macroleque 50.000 km2 41% do Pantanal Delta do Rio Taquari: árvores mortas, baceiro
Conservação: ameaças externas
Cerrado desmatado no planalto: Baixo Taquari assoreado,
campos aquáticos, árvores mortas