ARTIGO 11 Orientação vocacional ou profissional? Suzy Cambraia Durante a atividade profissional do Psicólogo, frequentemente ele é interrogado, no mais das vezes por jovens, sobre qual o tipo já chegam preparados para abraçar a profissão do pai ou de algum parente bem-sucedido na vida, mas querem uma confirmação. Inicialmente o psicólogo deve esclarecer a diferença que há entre vocacional e profissional. Em nosso entender, a capacitá-lo para enfrentar a vida no futuro. Já a segunda, a orientação profissional, tem como meta ajudar a pessoa que já tem a formação a se preparar para o trabalho. Nesse caso ele deve ser submetido às provas de aptidões e de personalidade e das avaliações clínicas evidenciadas nas próprias entrevistas que deve fazer, só então o psicólogo terá condições de fazer um aconselhamento mais seguro. Na experiência que adquiri ao longo de mais de 30 anos de orientação, em geral surgiram casos que dão bem a ideia dos problemas causados por certa improvisação quanto à escolha de uma profissão. É o caso que passo a expor agora. Em certo dia compareceram ao serviço que eu tinha em São Paulo dois homens mais ou menos jovens, beirando os 25 anos de idade. Esclareceram que tinham sido colegas de ginásio e continuaram diferente: um era advogado e o outro era odontólogo. O primeiro atuava como Promotor Público de Justiça em uma cidade do interior do Estado. E lá estava há mais de três anos, mas não gostava, não se sentia à vontade com o dever de acusar alguém perante o Juiz. Geralmente tinha dores de cabeça quando tinha de fazer uma acusação, que só passavam quando o processo acusatório terminava. Após todas as provas de aptidões e de personalidade, foi recomendado que mudasse de atividade. Era como em um campo de futebol:ele era o atacante, o centroavante, mas deveria ser o Juiz. O trabalho mais indicado seria na área social. Deveria ter feito Sociologia, Serviço Social ou Filosofia. Três anos depois ele me procurou para dizer que tinha deixado a Promotoria, que agora era Juiz do Trabalho e estava concluindo o curso de Filosofia pura. Os problemas físicos e psicológicos que tinham sumiram todos. O outro consulente tinha montado um consultório dentário no centro de São Paulo,