24/06/2016 Por novos rumos na ciência - 24/06/2016 - Opinião - Folha de S.Paulo http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/06/1785049-por-novos-rumos-na-ciencia.shtml 1/3 Opinião Política Mundo Economia Cotidiano Esporte Cultura F5 Classificados Últimas notícias Folha promove debate sobre nova base curricular na segunda; participe Buscar PUBLICIDADE Por novos rumos na ciência Nagib Nassar 24/06/2016 02h00 No final de 2014, artigos publicados pela revista "Nature" geraram muitas lamentações na comunidade científica brasileira. Segundo ranking da prestigiosa publicação, o Brasil é um dos países com menor eficiência no gasto com ciência. O país figurou em 50º entre 53 avaliados, atrás de nações como Irã, Paquistão e Ucrânia. A lista é feita pela divisão do número de artigos publicados em 68 revistas científicas internacionais de alto prestígio pelo total de investimentos em pesquisa. O Brasil publicou, em 2013, 670 artigos nessas revistas. O gasto com ciência e desenvolvimento aqui é da ordem de US$ 30 bilhões ao ano. O Chile, por sua vez, publicou 717 artigos, com gastos no setor de menos de US$ 2 bilhões. Esses dados indicam que há algo de muito errado na administração de recursos destinados à ciência e ao desenvolvimento no país. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), agência de fomento do setor, até hoje não divulgou o número de publicações de impacto resultantes de editais milionários do governo. Infelizmente, os editais sempre geram reclamações. Muitos pesquisadores qualificados e aptos foram prejudicados por processos de análise inapropriados. Há ausência de controle de técnicos e de consultores nos editais. Por isso, não surpreende a falta de produção científica de impacto. Entre 2012 e 2015, o CNPq lançou mais de R$ 100 milhões em editais -por exemplo, acordos de cooperação com Finlândia, Suíça e Suécia que não tiveram potencialidade de publicações de relevância. Até este momento, não sabemos o impacto socioeconômico ou a qualidade das publicações dos referidos editais. Um caso bastante lembrado é o da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que aprovou, entre 2005 e 2008, investimentos de R$ 49,4 milhões + LIDAS + COMENTADAS + ENVIADAS ÚLTIMAS 1 Sem fim à vista 2 Essência do acordo de paz Edição impressa RECEBA NOSSA NEWSLETTER PUBLICIDADE PUBLICIDADE Fotos Vídeos Relatos EM OPINIÃO A Ditadura Acabada (Vol. 5) Conheça o 5º e último volume da série sobre o regime militar escrita por Elio Gaspari De R$ 59,90 Por R$ 49,90 Comprar SEXTA-FEIRA, 24 DE JUNHO DE 2016 09:10 Logout Assine a Folha Atendimento Versão Impressa opinião siga a folha Digite seu email... enviar envie sua notícia Compartilhar 25 Mais opções
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Por novos rumos na ciênciaNagib Nassar
24/06/2016 02h00
No final de 2014, artigos publicados pela revista"Nature" geraram muitas lamentações nacomunidade científica brasileira. Segundo ranking daprestigiosa publicação, o Brasil é um dos países commenor eficiência no gasto com ciência. O país figurouem 50º entre 53 avaliados, atrás de nações como Irã,Paquistão e Ucrânia.
A lista é feita pela divisão do número de artigos
publicados em 68 revistas científicas internacionais de alto prestígio pelo totalde investimentos em pesquisa.
O Brasil publicou, em 2013, 670 artigos nessas revistas. O gasto com ciência edesenvolvimento aqui é da ordem de US$ 30 bilhões ao ano. O Chile, por suavez, publicou 717 artigos, com gastos no setor de menos de US$ 2 bilhões.
Esses dados indicam que há algo de muito errado na administração derecursos destinados à ciência e ao desenvolvimento no país.
O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico),agência de fomento do setor, até hoje não divulgou o número de publicaçõesde impacto resultantes de editais milionários do governo. Infelizmente, oseditais sempre geram reclamações.
Muitos pesquisadores qualificados e aptos foram prejudicados por processosde análise inapropriados. Há ausência de controle de técnicos e de consultoresnos editais. Por isso, não surpreende a falta de produção científica de impacto.
Entre 2012 e 2015, o CNPq lançou mais de R$ 100 milhões em editais -porexemplo, acordos de cooperação com Finlândia, Suíça e Suécia que nãotiveram potencialidade de publicações de relevância.
Até este momento, não sabemos o impacto socioeconômico ou a qualidadedas publicações dos referidos editais.
Um caso bastante lembrado é o da Finep (Financiadora de Estudos eProjetos), que aprovou, entre 2005 e 2008, investimentos de R$ 49,4 milhões
nas pesquisas das empresas de biotecnologia Alellyx e CanaVialis. Logo apósreceberem parcelas do dinheiro, as empresas, parte do grupo Votorantim,foram vendidas para anorte-americana Monsanto. A negociação recebeu críticas até do ministro deCiência e Tecnologia da época, Sérgio Rezende.
O programa Ciência sem Fronteiras é outro exemplo de desperdício queprejudica o quadro científico nacional. Foi imposto sem qualquer consulta àcomunidade científica, e as autoridades responsáveis pelo CNPq ou pelaCapes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) nemtiveram a coragem de opinar.
O Ciência sem Fronteiras nada mais fez do que fortalecer programas depesquisa e pós-graduação de institutos estrangeiros. Brasileiros foram para oexterior estudar problemas de outros países, não os da realidade brasileira.Quem o idealizou ignorou o importante papel da iniciação científica naformação do senso de cidadania.
Em seu curto mandato na presidência do CNPq (2010-2011), o físico CarlosAragão teve uma visão ampla para remediar problemas de julgamentossuperficiais de projetos milionários de editais. Tentou garantir a todos ospesquisadores o direito de concorrer, sem restrições artificiais. Infelizmente,logo que deixou o posto, tal plano foi enterrado.
NAGIB NASSAR, 78, botânico e geneticista, doutor em genética e melhoramento de plantas, é professoremérito da Universidade de Brasília
O professor Nagib Nassar apontou claramente a necessidade da realização de umareforma radical na administração de recursos financeiros para a ciência. Somenteisso salvará o que sobrou da nossa dignidade e da nossa esperança de um futuromelhor. Devese mudar tanto o sistema quanto o pessoal responsável por nos levara tal situação.
MARIA CRISTINA ALBUQUERQUE, bióloga (Brasília, DF)
*
O artigo do professor Nagib Nassar revelou fatos assustadores sobre a ciência emnosso país. Esperamos que isso sensibilize as autoridades competentes e que elastomem providências que melhorem o sistema atual do CNPq. Também é precisotrocar seus dirigentes "voadores", que vivem voando para o Rio e para São Paulo edeixam suas responsabilidades nas mãos de funcionários e técnicos.
JOSE MARIA ALVES DE SOUZA (Viçosa, MG)
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