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Rev Esc Enferm USP 2004; 38(4): 386-95. 386 FLOWER ESSENCES: VIBRATIONAL INTERVENTION OF DIAGNOSTIC AND THERAPEUTIC POSSIBILITIES ESENCIAS FLORALES: INTERVENCIÓN VIBRACIONAL DE POSIBILIDADES DIAGNÓSTICAS Y TERAPÉUTICAS Olympia Maria Piedade Gimenes 1 , Maria Júlia Paes da Silva 2 , Maria Antonieta Benko 3 RESUMO Este estudo objetivou conhecer à luz da Teoria do Imaginário de Gilbert Durand, por meio do teste AT.9 e sessões de aten- dimento com essências florais, a eventual ação diagnóstica e terapêutica das mesmas. Realizado com 30 sujeitos, que se tratavam com as essências florais, num consultório parti- cular na cidade de São Paulo. Os instrumentos de análise foram 60 protocolos de AT.9 preenchidos pelos 30 indiví- duos em dois momentos e 60 formulações de essências florais. Analisaram-se os traços comuns, afinados e disso- nantes, das relações estabele- cidas entre o AT.9 e as formu- lações florais, trazendo evidên- cias da sua capacidade diagnós- tica e da sua ação terapêutica, com redução de oito indivíduos desestruturados para somente um. As duas essências que tra- duziram o tom característico dessa população foram Cali- fórnia Wild Rose e Evening Primrose. DESCRITORES Medicamentos florais. Terapias complementares. Diagnóstico. ABSTRACT The purpose of this study was to know the probable diagnosis and therapeutic action of the flower essences under the light of the Theory of the Imaginary by Gilbert Durand, through the AT.9 test and flower essence interview sessions. It was applied to 30 people, who were being treated with flower essences, by a private practi- tioner in São Paulo. The study contains 60 AT.9 test protocols and 60 flower essence formulae. It analyzed the common traces, both the attuned and the dissonant ones, by the rela- tionships established between the AT.9 and the flower essence formulae, bringing forward evidences of the capacity diagnosis and the therapeutic actions of these essences. The two essences that translated the characteristic tone of this population were California Wild Rose and Evening Primrose. DESCRIPTORS Floral drugs. Complementary therapies. Diagnosis. RESUMEN Este estudo tuvo como objetivo conocer a la luz de la Teoría del Imaginario de Gilbert Durand, através del test AT.9, y sesiones de atención con esencias florales, la eventual acción diagnóstica y terapéutica de las mismas. Fue realizado con 30 sujetos, que se trataban con las esencias florales, en un consultorio particular en la ciudad de São Paulo. Los instrumentos de análisis fueron 60 protocolos de AT.9 llenados por los 30 individuos en dos momentos y 60 formulaciones de esencias florales. Se analizó los trazos comunes, afinados y disonantes, de las relaciones establecidas entre el AT.9 y las formu- laciones florales, trayendo evidencias de la capacidad diagnóstica y de la acción terapéutica de las mismas, con reducción de 8 individuos desestructurados a sólo uno. Las dos esencias que tradujeron el tono característico de esa población fueron California Wild Rose y Evening Primrose. DESCRIPTORES Medicamentos florales. Terapias complementares. Diagnostico * Extraído da Dissertação “Essências florais: inter- venção vibracional de possibilidades diagnós- ticas e terapêuticas”, Escola de Enfermagem da USP(EEUSP), 2003. 1 Enfermeira. Terapeuta Floral. [email protected] 2 Enfermeira. Livre Docente do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgico da EEUSP. [email protected] 3 Enfermeira. Terapeuta Floral. [email protected] Essências florais: intervenção vibracional de possibilidades diagnósticas e terapêuticas * Recebido: 06/08/2003 Aprovado: 07/11/2003 A RTIGO DE P ESQUISA
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Feb 08, 2018

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Rev Esc Enferm USP2004; 38(4): 386-95.

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Olympia Maria P. GimenesMaria Júlia Paes da SilvaMaria Antonieta Benko

FLOWER ESSENCES: VIBRATIONAL INTERVENTION OF DIAGNOSTIC ANDTHERAPEUTIC POSSIBILITIES

ESENCIAS FLORALES: INTERVENCIÓN VIBRACIONAL DE POSIBILIDADESDIAGNÓSTICAS Y TERAPÉUTICAS

Olympia Maria Piedade Gimenes1, Maria Júlia Paes da Silva2, Maria Antonieta Benko3

RESUMOEste estudo objetivou conhecerà luz da Teoria do Imagináriode Gilbert Durand, por meio doteste AT.9 e sessões de aten-dimento com essências florais,a eventual ação diagnóstica eterapêutica das mesmas.Realizado com 30 sujeitos, quese tratavam com as essênciasflorais, num consultório parti-cular na cidade de São Paulo.Os instrumentos de análiseforam 60 protocolos de AT.9preenchidos pelos 30 indiví-duos em dois momentos e 60formulações de essênciasflorais. Analisaram-se os traçoscomuns, afinados e disso-nantes, das relações estabele-cidas entre o AT.9 e as formu-lações florais, trazendo evidên-cias da sua capacidade diagnós-tica e da sua ação terapêutica,com redução de oito indivíduosdesestruturados para somenteum. As duas essências que tra-duziram o tom característicodessa população foram Cali-fórnia Wild Rose e EveningPrimrose.

DESCRITORES Medicamentos florais.Terapias complementares.Diagnóstico.

ABSTRACTThe purpose of this study wasto know the probable diagnosisand therapeutic action of theflower essences under the lightof the Theory of the Imaginaryby Gilbert Durand, through theAT.9 test and flower essenceinterview sessions. It wasapplied to 30 people, who werebeing treated with floweressences, by a private practi-tioner in São Paulo. The studycontains 60 AT.9 test protocolsand 60 flower essence formulae.It analyzed the common traces,both the attuned and thedissonant ones, by the rela-tionships established betweenthe AT.9 and the flower essenceformulae, bringing forwardevidences of the capacitydiagnosis and the therapeuticactions of these essences. Thetwo essences that translated thecharacteristic tone of thispopulation were California WildRose and Evening Primrose.

DESCRIPTORSFloral drugs.Complementary therapies.Diagnosis.

RESUMENEste estudo tuvo como objetivoconocer a la luz de la Teoría delImaginario de Gilbert Durand,através del test AT.9, y sesionesde atención con esencias florales,la eventual acción diagnóstica yterapéutica de las mismas. Fuerealizado con 30 sujetos, que setrataban con las esenciasflorales, en un consultorioparticular en la ciudad de SãoPaulo. Los instrumentos deanálisis fueron 60 protocolos deAT.9 llenados por los 30individuos en dos momentos y60 formulaciones de esenciasflorales. Se analizó los trazoscomunes, afinados y disonantes,de las relaciones establecidasentre el AT.9 y las formu-laciones florales, trayendoevidencias de la capacidaddiagnóstica y de la acciónterapéutica de las mismas, conreducción de 8 individuosdesestructurados a sólo uno.Las dos esencias que tradujeronel tono característico de esapoblación fueron CaliforniaWild Rose y Evening Primrose.

DESCRIPTORESMedicamentos florales.Terapias complementares.Diagnostico

* Extraído da Dissertação“Essências florais: inter-venção vibracional depossibilidades diagnós-ticas e terapêuticas”,Escola de Enfermagemda USP(EEUSP), 2003.

1 Enfermeira.Terapeuta [email protected]

2 Enfermeira. Livre Docentedo Departamento deEnfermagem MédicoCirúrgico da [email protected]

3 Enfermeira.Terapeuta [email protected]

Essências florais: intervençãovibracional de possibilidadesdiagnósticas e terapêuticas*

Recebido: 06/08/2003Aprovado: 07/11/2003

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TIGO D

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INTRODUÇÃO

Nosso interesse em estudar os temas li-gados à saúde sob o prisma de um novoparadigma, no qual o ser humano é visto ecompreendido em sua totalidade, vem de lon-ga data e culmina com esta pesquisa que bus-ca uma forma de expressar a ação das essên-cias florais no indivíduo. Nesse caminhar fo-ram realizados dois cursos de Especializaçãoem Terapia Floral na Escola de Enfermagemda USP 1998 e 2000, sendo que do primeirocurso resultou o livro Florais: uma alterna-tiva saudável(1) com a publicação dos traba-lhos de pesquisa realizados nesse curso, en-tre outras tantas iniciativas que divulgassemessa estratégia de cuidar. Temos feito inter-namente muitas perguntas, algumas de fun-do existencial e outras sobre a maneira desentir o desenrolar da vida, e nesteenvolvimento com a terapia floral encontra-mos muitas respostas. Ligadas à academia foinatural procurarmos métodos que fizessemesta aproximação buscando metodologiaspara expressar a intervenção com a TerapiaFloral, podendo ampliar e validar esta manei-ra de tratar a emoção humana, efetuando tra-dução ajustada do que é diagnosticado cominstrumentos reconhecidos como o testeprojetivo AT.9 (Teste Arquétipo de 9 elemen-tos). A fronteira que estabelecerá os padrõespara estudo, uso e pesquisa com as essênci-as florais, ainda está sendo delineada no mun-do, e certamente ficará tão mais nítida, quan-to mais nos utilizarmos de registros e referên-cias que fundamentem as experiências nestaárea. Porém, para não simplificar este estudo,exploramos a emoção humana, não só verifi-cando os resultados do uso das essênciasflorais, já evidenciados em outros estudos(1),mas adentrando no mundo do latente, utili-zando a Teoria do Imaginário de Durand.

O imaginário de Gilbert Durand e o testearquétipo de nove elementos (AT9) deYves Durand

O estudo se desenvolveu à luz da Teoriado Imaginário de Gilbert Durand, mais espe-cificamente através de sua obra “As Estrutu-ras Antropológicas do Imaginário”(2). Segun-do esta teoria o imaginário é como uma redede imagens cujo sentido dá-se pela relaçãoestabelecida entre elas, organizando-se deacordo com uma certa lógica, com uma certaestruturação, de modo que a configuraçãomítica de nosso imaginário depende da forma

como arrumamos nele nossas fantasias. Édessa configuração que decorre o nosso po-der de melhorar o mundo, recriando-o cotidi-anamente, pois o imaginário é o denominadorfundamental de todas as criações do pensa-mento humano. É um lugar de criatividadeonde desenvolvem-se processos deenfrentamento do destino e onde elaboram-se meios representativos, simbólicos,retóricos e racionais, de finalidade “defensi-va” frente à fatalidade da morte(3).

O imaginário pode ser considerado comoum mapa com o qual lemos o mundo, pois oreal decorre de uma construção simbólica. Asimagens são produzidas, entre as pulsõessubjetivas e as intimações do meio cósmico esocial, no qual se insere a noção importantís-sima do trajeto antropológico de Durand(2),que consegue articular o biopsíquico e o só-cio cultural, trajeto constante e reversivoentre as pulsões subjetivas assimiladoras(o biopsíquico) e as intimações objetivasacomodantes (do meio cósmico e sócio-cul-tural), de onde emergem como produto o sím-bolo e o imaginário.

Todas as funções da imaginação simbólicavisam estabelecer, seja para o indivíduo, grupoou cultura, uma constante reequilibraçãoresultante da incidência desestruturadorados fenômenos portadores da angústia origi-nal, sobre as já elaboradas produções simbóli-cas e imaginárias(2). Entenda-se por equili-bração antropológica de Durand, uma constan-te reequilibração, uma constante complexi-ficação das produções simbólicas e imagi-nárias reelaboradas, e não o equilíbrio estático,filosófico, de ordem; e entendendo-se porangústia original, o enfrentamento do tempoque se esgota e, portanto, anuncia a morte.

G. Durand classificou as estruturas doimaginário em nível estritamente teórico. Avalidação de sua teoria coube a YvesDurand(4), seu discípulo, que criou um mode-lo normativo num teste projetivo por ele de-nominado AT.9 (teste arquétipo de nove ele-mentos). Esse autor entendeu que se na con-cepção antropológica de G. Durand a ordemestrutural do imaginário era pertinente, tam-bém seria possível reencontrá-la em fatos re-levantes da criatividade imaginária do homemcomum; e o objetivo desse teste projetivo foio de identificar os núcleos organizadores dasimbolização, os universos míticos que seconstituem ao longo das histórias individu-ais e ou grupais(4).

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Para tal investigação construiu um instru-mento, composto por desenho e narrativa ela-borados a partir de nove palavras chaves, asaber: queda, espada, refúgio, monstrodevorante, alguma coisa cíclica, personagem,água, animal e fogo(4). A escolha destes ele-mentos não foi aleatória; foram consideradosseus significados mais profundos, para queservissem de motivação ao sujeito, funcionan-do como estímulos, para fazer emergir a pro-blemática da angústia diante do tempo mortal,e os mecanismos e meios que o sujeito encon-tra para enfrentar e ou resolver cada situação.Este instrumento, AT.9, compõe-se de:

1- Uma parte desenhada onde solicita-seao sujeito que desenhe uma cena com os se-guintes elementos: Uma queda, uma espada,um refúgio, um monstro devorante, algumacoisa cíclica (que gira, que se reproduz ouque progride), um personagem, água, um ani-mal (pássaro, peixe, réptil ou mamífero) e fogo;

2 - Uma parte escrita, que chamamos denarrativa, com a instrução de escrever a his-tória de seu desenho, contando o que se pas-sa; e

3 - Um questionário com perguntas sobrea história, com a solicitação de responder comatenção às seguintes perguntas:

1. Qual a idéia central de sua história? Vocêficou em dúvida entre duas ou mais idéias?Quais?

2. Quando você pensou em sua história, vocêse lembrou de algum filme ou de algum livro?Qual?

3. Indique entre os 9 elementos da suahistória:a) Os elementos mais importantes doseu desenho; b) Os elementos que você gos-taria de eliminar no seu desenho. Por quê?

4. Como termina a cena que você imaginou?

5. Se você tivesse que participar da cena quevocê compôs, quem você seria? O que vocêfaria?

E finaliza com um quadro de simbolização(Quadro 1) para ser respondido claramente:

1. Na coluna A que desenho você fez pararepresentar cada elemento;

2. Na coluna B qual o papel de cada elemento,para que ele serve na história;

3. Na coluna C o que cada elemento significapara você, qual sentido ele tem.

Quadro 1 - Simbolização dos elementos que compõem o AT.9

Os nove elementos deste teste têm comoalvo serem associados, sob os efeitos de uma“energia imaginária”, de modo a fazer emergi-rem certas formas de organização (heróica,mística, sintética), um acoplamento entre osnove elementos, constituindo um “sistema”capaz de informar as estruturas imagináriaspropostas, organizadas pelo sujeito(4).

Nas soluções heróicas, a ação e a lingua-gem heróica dominam o conjunto da compo-sição. Observa-se que os heróicos costumamser pessoas mais ou menos racionais, quetêm uma visão realista do mundo, da dinâmi-ca da luta pela vida e do uso das armas desobrevivência. Já as respostas místicascorrespondem a pessoas freqüentemente

Elemento

A B C

Representadopor

Papel/função Simbolizando

Queda

Espada

Refúgio

Monstro

Alguma coisa Cíclica

Personagem

Água

Animal

Fogo

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muito imaginativas, criativas, fantasiosas epouco agressivas com um certo gosto da in-timidade secreta, uma vontade de união. Osque elaboram mecanismo sintético, podem serdefinidos como pessoas criativamente inteli-gentes, equilibradas e capazes de buscar res-postas pessoais para tudo que está ao seuredor e incide em suas vidas(5).

Há também no AT.9, formas negativas,onde o domínio da angústia é evidente, e noextremo, ocorre o que se identifica comodesestruturação de textos e desenhos, im-possíveis de serem classificados por este pro-tocolo. Nesses desenhos nomeados deses-truturados, cada elemento é desenhado semcompor um conjunto, sem cenário, sem con-texto; na escrita, o sujeito não constrói enre-do, as frases são isoladas revelando grandedificuldade semântica. Estes desenhos deses-truturados (também chamados de desenhosimplodidos) e as narrativas sem enredo oucontexto, denotam alto grau de ansiedade ealtíssimo nível de angústia no dia a dia.

A manifestação heróica de forma negati-va demonstra, em geral, fracasso total do he-rói; a forma mística negativa revela geralmen-te o monstro possuindo a espada; já o uni-verso sintético expressa concepções fatalis-tas e pessimistas da evolução humana ou dedualismo sem saída, mortífero.

Os micro universos míticos são divi-didos, cada qual (heróico e místico) em 4gradientes(3,5-6):

• super heróico - hipervaloriza o comba-te onde o monstro é hiperbólico e os demaiselementos são esquecidos; heróico integra-do - todos os elementos concorrem para com-por o cenário do combate; heróico impuro - heterogeneidade onde um grupo de elemen-tos fica como que justaposto, como “corpoestranho” evocando o universo místico, po-rém sem integração; heróico descontraído ouatenuado - combate poten-cializado, o heróié um herói e o monstro é um monstro; a açãoé protelada e o território dividido, cada qualmovendo-se na sua esfera privada.

• super místico - há escotomização domonstro e ou da espada, que desaparecem;místico integrado - monstro e espada sãoeufemizados pela disfuncionalização ouemblematização; místico impuro - monstro eespada disfuncionalizados, figuração arbitrá-ria criando um “corpo estranho” heróico nocenário místico; místico lúdico - monstro e

espada introduzidos num cenário de jogo,portanto integrados, sugerindo que se aação heróica ocorrer os elementos estarãointegrados.

É importante ressaltar que ciências da saú-de demandam qualidade e quantidade o tem-po todo, entretanto, estruturas lógicas de persi, muitas vezes não conseguem expressar arealidade. Ancoradas por estas afirmaçõesestabelecemos laços entre o latente (simbóli-co) de cada criatura e o universo das essênci-as florais, numa tentativa de transformar oabstrato em concreto, dando textura materialàs idéias, corporificando conceitos, fazendocorresponder símbolos às palavras e percep-ções, conferindo consistência ao que erapensamento.

A Terapia Floral

Falar de terapia floral é falar do caminhode Edward Bach, um caminho de iniciaçãode quem entrou profundamente em contatocom a natureza, numa senda alquimista,para encontrar o manancial curativo laten-te guardado nas flores. Bach compreendeuo que já havia sido compreendido por gran-des médicos como Paracelsus (1493 - 1541)e Culpeper (1616 - 1654): que a Natureza é overdadeiro médico e que o terapeuta é ape-nas seu mediador(7).

Descreveu um elo real entre emoções,somatizações e enfermidades, caminho peloqual também se poderia estabelecer a cura. Pormeio do entendimento da relação das emoçõeshumanas com a energia das flores, estabele-ceu o que chamou de um “novo sistema decura”, onde aqueles que não são médicos enem mesmo enfermeiros, poderiam cuidar deseus semelhantes, exercendo prática simples,por meio do uso das essências florais.

Observando as flores e os estímulos quedesencadeavam em si mesmo, colocou floresem recipiente com água e as expôs ao sol.Numa manhã de maio veio a grande inspira-ção; sol intenso e nos cálices das flores go-tas brilhando como diamantes: o orvalho.Concluiu que os raios de sol transferiam opotencial das flores para a água, assim comofora no orvalho. Esse procedimento incluíaos 4 elementos, a terra que sustenta a planta,o ar que nutre, o fogo que transfere força, e aágua que absorve os poderes curativos e osarmazena. Dr Bach descobriu assim, comotransmitir as forças do macrocosmo para omicrocosmo, das flores para a água(7).

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Caminhando e observando optou por ela-borar os “remédios” com flores frescas, co-lhidas no auge da florada, se possível próxi-mo do dia de São João, quando o sol alcançatoda sua força (para o hemisfério norte). Bachfoi além, tomou gotas de orvalho, colocouflores na água e expôs ao sol, viveu as desco-bertas em seu próprio corpo experimentandosintomas emocionais e físicos. Descobriu quetomando a essência da flor os sintomas dimi-nuíam e que a mesma essência também de-sencadeava alívio em padrões similares deseus pacientes. Dizia para não nos fixarmosna doença, mas para lançarmos um olhar cui-dadoso em “como o paciente vê a vida”(7).

Dr. Bach, entre 1930 e 1936, preparou eclassificou, 38 essências, dividindo-as em setegrupos de atuação, a saber(8):

• Para os que sentem medo - flores que tra-zem encorajamento para realizar desde asações mais simples do cotidiano e até osenfrentamentos mais desafiantes: Rock Rose,Mimulus, Cherry Plum, Aspen, Red Chestnut;

• Para os que sofrem de indecisão – floresque trazem assertividade, clareza de propósi-to, vigor, esperança, otimismo e fé: Cerato,Scleranthus, Gentian, Gorse, Hornbeam, WildOat;

• Falta de interesse pelas circunstânciasatuais – flores que trazem presença despertae focada no momento presente, vivificada pelaalegria: Clematis, Honeysuckle, Wild Rose,Olive, White Chestnut, Mustard, ChestnutBud;

• Para a solidão – flores que ensinam acompartilhar os próprios dons, modulando osritmos pessoais, favorecendo os relaciona-mentos: Water Violet, Impatiens, Heather;

• Para os que têm sensibilidade excessiva àsinfluências e opiniões – flores que nos aju-dam a fazer transições, atuar com transparên-cia e seguir livre de influências limitadoras:Agrimony, Centaury, Walnut, Holly;

• Para o desalento e o desespero - flores quenos ajudam a estabelecer vínculos por meioda profunda coragem da aceitação do outro ede nós mesmos: Larch, Pine, Elm, SweetChestnut, Star of Bethlehem, Willow, Oak,Crab Apple;

• Excessiva preocupação com o bem-estardos outros - flores que nos ajudam a amar

com compaixão, fluindo com tolerância pelo“caminho do meio”: Chicory, Vervain, Vine,Beech e Rock Water (sendo esta última a úni-ca essência feita sem infusão de flor, apenascom água potencializada).

Considerava como doença real e básicado homem certos defeitos: orgulho, cruelda-de, ódio, egoísmo, ignorância, instabilidade ea ambição, todos contrários à unidade.

Considerava o orgulho ou arrogânciacomo a incapacidade de reconhecer a peque-nez da personalidade humana e sua absolutadependência da Alma, e como doença, mani-festando-se pela rigidez. A crueldade umanegação de que tudo está interligado, sendoa dor, o resultado deste defeito. O ódio é con-trário ao Amor, portanto o reverso à lei daCriação, trazendo as conseqüências do isola-mento e perturbações mentais. Assim, quan-do há crueldade, é preciso desenvolver a com-paixão, buscando no outro e em si mesmo obem, que existe em todos nós; o egoísmo étambém a negação da Unidade, colocandointeresses pessoais acima do bem estar dahumanidade e conduzindo à intros-pecção eneurastenia. A cura se dá ao abrir-se para osoutros, dirigindo para fora o carinho e a aten-ção que devotamos a nós mesmos; a igno-rância é o fracasso em aprender, é a recusaem ver a verdade. Na persistência deste de-feito há dificuldades de viver o cotidiano. Ainstabilidade, a indecisão, e a falta de deter-minação ocorrem quando a personalidade serecusa a ser conduzida por sua própria Alma,resultando em disfunções que afetam o mo-vimento e a coordenação motora. É necessá-rio desenvolver a autodeterminação, fortale-cendo a mente e a ação. A ambição conduzao desejo de poder, sendo assim, uma nega-ção à liberdade e à individualidade. A perso-nalidade ambiciosa dita ordens conforme suavontade e comanda desconsiderando o ou-tro, tendo a aprender que cada um nada maisdeve fazer além de encorajar o próximo, aju-dar a ter esperança, a ampliar conhecimentose repartir experiências(8).

Nas últimas décadas, usuários de essên-cias florais do Dr. Bach sentiram-se impulsio-nados a extrair diferentes essências de flores,o que resultou em termos à disposição novossistemas de essências florais. Os conteúdosdescrevendo a ação das mesmas foram sur-gindo, foram aprimorados e, finalmente,publicados. Essas publicações contêm osrepertórios de uso e indicação das essências

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extraídas por esses autores. São verdadeirosmanuais de orientação e sugestões para osterapeutas florais utilizarem em sua prática.Os outros repertórios escolhidos como refe-rência para este trabalho, e também seus cor-respondentes sistemas de essências florais,seguem a mesma compreensão de Bach so-bre o uso das mesmas, e são:

• Florais da Inglaterra, essências extraí-das por Julian Barnard, Healing Herbs®, coma estrutura da alma humana representada nasessências de Dr. Edward Bach(9).

• Florais da California, essências extra-ídas por Patrícia Kaminski e Richard Katz,Flower Essence Society®, com a solar men-sagem das flores nativas iluminando estadosda alma do homem contemporâneo(9).

• Florais do Alasca, essências extraídaspor Steve Johnson, Alaska Project®, trazen-do a força de uma natureza intocada, que serevela com essências sutis, de aceleração efreqüência altamente revitalizadora(10).

• Florais da Austrália, essências extraí-das por Ian White, Australian Bush®, tra-zendo o vigor da tradição e do conhecimentoaborígene(11).

• Florais da Austrália, essências extraí-das por Vasudeva Barnao e KadanbiiBarnao, Living Essences®, explorando apossibilidade de interagir com a vida rom-pendo limitações(12).

A Terapia Floral é parte de um campo emer-gente de tratamentos e modalidades terapêu-ticas, de características não invasivas, consi-derada importante alavanca de cura, que am-plia o universo de ações dos profissionais dasaúde(1). Cuidar, e o enfermeiro é um cuidadorpor excelência, com o uso das essências flo-rais, é ir além de sintomas e queixas, é sobre-tudo, observar e compreender a criatura hu-mana em sua maravilhosa complexidade.

Há várias maneiras de indicar-se as es-sências florais e também diferentes formasde proceder-se ao diagnóstico para a indi-cação das mesmas. Os métodos mais utiliza-dos são: entrevista e aconselhamento, se-guidos de indicação conforme queixas men-cionadas, e seleção e indicação por meio detécnicas vibracionais, como cinesiologia(teste muscular), radiestesia (pêndulo), sen-sibilidade direta pelas mãos ou pela pontados dedos(9).

O diagnóstico estabelecido utilizando aescolha das essências florais pela sensibili-dade direta pelas pontas dos dedos, tem otom característico da qualidade curadora dasessências que compõem a formulação. Pormeio de

um nível profundo e não-verbal de cons-ciência, os métodos vibracionais podemsugerir questões e essências que estãoocultas à percepção racional; ou talvez,eles ajudem a refinar a escolha das es-sências após a entrevista inicial ou ses-são inicial de aconselhamento (9).

Sendo a terapia floral parte dos tratamen-tos vibracionais que conduzem o homem aum processo de integração entre todas as suaspotencialidades e faculdades, achamos sig-nificativo revelar sua ação pautada nas evi-dências científicas, como neste caso, o testearquetípico de nove elementos AT.9, buscan-do encontrar uma voz de expressão para pen-samentos e fenômenos desconhecidos pelarestrição da palavra, evidenciando, ainda,componentes desconsiderados ao pensamen-to constituído.

Assim, o objetivo deste estudo foi conhe-cer a eventual ação diagnóstica e terapêuticadas essências florais à luz da Antropologiado Imaginário de Gilbert Durand.

TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

Trata-se de um estudo prospectivo, queutilizou como instrumento de levantamentode dados, o teste de Yves Durand e a formu-lação de essências florais. Foi realizado numconsultório particular, na cidade de São Pau-lo (SP) e a população foi constituída por 30sujeitos, de ambos os sexos, com idade supe-rior a dezoito anos, que se tratavam com asessências florais e aceitaram participar doestudo, recrutados também em outras insti-tuições de saúde da cidade de São Paulo.

O projeto foi analisado e aprovado peloComitê de Ética em Pesquisa da Escola deEnfermagem da Universidade de São Paulo eos dados foram coletados, no período demarço a abril de 2002. Todos os participantesassinaram o Termo de Consentimento Livre eEsclarecido, permitindo que suas respostasdo AT.9 e formulações de floral fossem utili-zadas para esta pesquisa. A todos foi infor-mado o teor e a finalidade do estudo e men-cionado ser livre a adesão. O agendamento

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dos participantes foi efetuado, explicando-seque, imediatamente após o preenchimento doAT.9, seria efetuada a sessão para a indica-ção das essências florais e o atendimentoocorreu em três momentos:

Primeiro momento: aplicação do testeAT.9 – para o preenchimento do AT.9 foi as-segurado ambiente calmo, sem interferênci-as, com o conteúdo do teste impresso, lápispreto e prancheta para apoio;

Segundo momento: após cada teste foirealizada sessão terapêutica, que consta daentrevista, concomitante à passagem daspontas dos dedos sobre os frascos das es-sências florais. Aquelas que apresentaram,ao passar sobre elas, “formigamento”, sãoselecionadas para compor a fórmula. Apósesta seleção e indicação, é preparado o fras-co contendo as essências florais selecionadase feito o agendamento de retorno;

Terceiro momento do estudo: repetiçãodos 1º e 2º momentos (AT.9 e sessão terapêu-tica), com intervalo de 30 – 45 dias após suarealização. Este estudo ficou constituído porsessenta AT.9 preenchidos e sessentasessões de atendimento com as essênciasflorais.

Ao final das duas sessões foi dado aoteste AT.9 tratamento interpretativo pela aná-lise dos dados obtidos nos testes, com a fi-nalidade de inventariar a estrutura dominan-te do imaginário dos participantes. A análisedos 60 protocolos de AT.9 foi efetuada pelaeducadora Livre Docente Helenir Suano, daFaculdade de Educação da Universidade deSão Paulo, especialista na temática(6). A in-

dicação das essências florais nas 60 sessõesrealizadas foi feita pela primeira autora desteestudo; a combinação de essências florais,constituindo uma indicação diagnóstica, foianalisada e interpretada em seus significa-dos, à luz dos repertórios publicados pelosextratores dos sistemas de essências floraisutilizadas, em seus textos originais e nos seussites oficiais, com banco de dados disponi-bilizados para atualização e pesquisa. As-sim, neste estudo o AT.9 foi utilizado comorecurso para avaliar a evolução da terapêuti-ca com as essências florais. Não temos a pre-tensão, neste trabalho, de expor e discutir oAT.9 como instrumento diagnóstico na tera-pia floral.

APRESENTAÇÃO EDISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Dos 30 clientes atendidos durante o tra-balho, 27 (90%) eram do sexo feminino e 3(10%) eram do sexo masculino. A idade emanos variou de 20 a 65 anos, a mediana foi de39 anos, a média de 37,6 anos e predominoua faixa etária de 20 a 29 com 11 pessoas(36,66%), seguida da faixa de 30 a 39 anoscom 8 pessoas (26,66%). Estas duas faixasreuniram 19 pessoas (63,32%). Na variávelescolaridade com predominância o 3º Graucompleto, representado por 18 pessoas(60%), seguido de 7 pessoas com o 2º Graucompleto (23,33%).

A Tabela 1 traz a distribuição geral dosmicro universos míticos das duas aplica-ções do AT.9 dos 30 sujeitos da populaçãoestudada.

Tabela 1 - Distribuição da estrutura dos micro universos míticos na 1ª e 2ªaplicações do AT.9. (São Paulo, 2002)

É importante notar que houve significati-va redução dos indivíduos com protocolosdesestruturados, do 1º para o 2º AT.9, de-monstrando pela estruturação de textos e

desenhos, a diminuição do universo de an-gústia, a melhora da capacidade semântica ea inserção contextualizada de conteúdos nummodelo tempo/espaço.

Estruturação dos microuniversos míticos

Freqüência Porcentagem

1ª 2ª 1ª 2ª

HeróicoMístico

SintéticoDesestruturado

121008

141411

40,0033,33

026,66

46,6646,663,333,33

TOTAL 30 30 99,99 99,98

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Os deslocamentos, ou seja, a mudan-ça de gradiente verificada pela análisedos testes AT.9 da 1ª para a 2ª aplica-ção, conforme as estruturações dos

micro universos míticos, dos 30 sujeitos,em seus simbolismos heróicos, místicose sintéticos, estão representados noQuadro 2.

Quadro 2 - Deslocamentos dos testes AT.9 da 1ª para a 2ª aplicação. Estruturaçãodos micro universos míticos. (São Paulo, 2002)

É relevante a cuidadosa observação doQuadro 2 em seus deslocamentos, conformeinventário do teste AT.9, especialmente por-que, o diagnóstico em terapia floral incidesobre a perspectiva de nos deslocarmos cons-tantemente entre os aspectos emocionaisnegativos e os positivos, como um processoalquímico da “união dos opostos”, processonatural de re-equilibração psíquica. O diagnós-tico realizado com as essências florais nãodefine padrões de normalidade e suas varia-ções; traduz padrões de significado e suasexpressões, sendo feito sobre o ser, sobre acriatura, abrangendo um momento emocional,no contexto dinâmico da biografia humana.

Não há expectativa de proceder-se à exa-tidão diagnóstica, visto não haver padrõesexemplares previamente estabelecidos. Toda-via, a validação diagnóstica pode serverificada se analisarmos o processo de equi-líbrio, como um todo, abrangendo desde mu-danças nos patternings of behavoir (padrõesde comportamento), até ao reconhecimentopelo próprio sujeito do alívio de sintomas,confiança na vida, evidências de bem estar eou entendimento do próprio processo ereconfiguração de seu destino.

Estabelecer um diagnóstico com as essên-cias florais não se restringe a acertar ou errarna indicação; é algo como observar alguém nadando em alto mar; numa primeira impres-são, não saberemos se trata-se de um afoga-mento ou de nado em mar aberto; a observaçãoe o seguimento do evento trazem a resposta.Para melhor entendimento do Quadro 2, emseus deslocamentos, é importante considerarque a convergência dos protocolos de estru-turação heróica e de estruturação mística,em direção à estruturação de simbolismo sinté-tico, conforme referência anterior, indica maio-res possibilidades adaptativas dos indivíduos,visto ser na estrutura sintética que o místico e oheróico se encontram de modo conjunto,uma dupla atualização mítica da ansiedade,como que uma conciliação dos contrários.

Na análise dos deslocamentos do 1º AT.9para o 2º AT.9 agrupamos os protocolos em:

Forma negativa com deslocamento parao positivo -pudemos perceber que em qua-tro protocolos houve incidência deestruturação de forma negativa, ou seja, omonstro portando a espada, o fracasso oufuga do herói. Em dois deles houve reversãodeste quadro; Sem mudança de gradiente

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Olympia Maria P. GimenesMaria Júlia Paes da SilvaMaria Antonieta Benko

na estruturação do AT.9 -em 9 indivíduos (pro-tocolos nos 2, 7, 12, 13, 20, 21, 22, 24, 29), nãohouve deslocamento do 1º AT.9 para o 2º AT.9, quanto à estruturação heróica, mística e sin-tética. Na análise dos dois AT.9 notou-se quemesmo sem mudança de gradiente ocorreuperlaboração de conteúdo, comprovada pelamudança de registro das imagens. Destes, 8sujeitos faziam uso das essências florais den-tro de um processo terapêutico, com regulari-dade, sendo atendidos em programas de trata-mento, por um terapeuta floral. Os desloca-mentos na estruturação do AT.9 expressaramo movimento energético presente no imaginá-rio dos sujeitos e indicaram a dinâmica da psi-que, onde a mudança da imagem leva à mu-dança de comportamento e evidências daperlaboração; Desestruturado com mudançade gradiente-de 9 indivíduos com protocolosdesestruturados no 1º AT.9 (nos 3, 5, 6, 9, 10,15, 16, 19) 8 indivíduos se estruturaram em al-gum gradiente dos universos míticos e, so-mente o indivíduo do protocolo nº16, mante-ve-se desestruturado no desenho e narrativa;Estruturado com mudança de gradiente - de13 indivíduos dos protocolos com mudançade gradiente, em 12 houve deslocamento emdireção à estruturação sintética (nos 1, 4, 8, 11,14, 17, 18, 23, 25, 26, 27, 28, 30) evidenciandomelhores possibilidades adaptativas para exer-cer mecanismos de enfrentamento do cotidia-no. Em apenas um indivíduo, de protocolo no

26, ocorreu o que nomeamos de deslocamentonão esperado, ou seja, aquele que distancia ogradiente ini-cial do 1º para o 2º AT.9 da estru-tura de simbolização sintética.

Comparando o 1º e 2º AT.9, chamou-nos aatenção, a mudança de 8 indivíduos com pro-tocolos desestruturados no primeiro momen-to, para apenas um após a segunda aplica-ção, evidenciando significativa redução douniverso de angústia, e apontando para osflorais como agentes dessa ação.

Em 12 indivíduos (40%) houve mudançade gradiente quanto à estruturação heróica,mística e/ou sintética, indicando perlaboração;em onze deles (36,66%) o deslocamento foinotado em direção à estruturação sintética,denotando movimento da imaginação criadoraem sua capacidade de produzir novas realida-des. A qualidade da mudança, em seu simbolis-mo nas imagens, tem semelhança com a quali-dade curadora das essências florais indicadas.

Em 9 indivíduos (30%) não ocorreu deslo-camento de gradiente quanto à estruturação

heróica, mística e sintética; a mudança foi cons-tatada na qualidade da elaboração traduzidanos textos e quadro de simbolização dos AT.9;e a perlaboração confirmou-se pela mudançade registro das imagens do 1º para o 2º AT.9,tendo sua expressão condizente com o signifi-cado das essências florais indicadas.

Duas essências florais traduziram o tomcaracterístico dessa população nas 60 sessõesde atendimento: California Wild Rose eEvening Primrose, expressando, respectiva-mente, a qualidade de manifestar amor à vida ea capacidade de comprometimento e vínculo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os deslocamentos observados dos gra-dientes ajudaram a visualizar e compreendero processo de cada sujeito e o movimentointerno das elaborações; o AT.9 revelou-seinstrumento de confirmação diagnóstica dasessências florais, ao inventariar desestru-turações e estruturações negativas, situaçõesde alto nível de angústia, para as quais es-sências com a expressão curadora desse pa-drão haviam sido indicadas.

Entendemos que o AT.9 trouxe visibili-dade, num paralelismo nítido, à ação das essên-cias florais, um revelando o outro, comple-mentando-se sem fusão, delineando evidên-cias; o AT.9 como que desnuda o simbólico e ocorporifica; incorporado à terapia floral, faz omesmo pelo inverso, corporifica as emoções emseus gradientes e depois desnuda a ação dasessências florais em seus efeitos.

Consideramos que será benéfica a utiliza-ção do AT.9 na terapia floral, com clientes naprimeira consulta, visto obter-se por meio dele,registros de sensibilidade profunda, dadosque normalmente não aparecem na entrevis-ta e também poderá auxiliar o terapeuta floral,pela observação dos gradientes, a procederencaminhamentos para outros profissionaisou práticas complementares, conforme a gra-vidade do caso.

Acreditamos que com esses dois recur-sos – terapia floral e imaginário – amplia-senossa capacidade de compreender o ser / es-tar humano, pois é construída como que umalinha de sutura invisível, energética, inclusi-va, complexa, sensível, facilitando o entendi-mento e encurtando as distâncias na buscada autonomia.

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REFERÊNCIAS

Lamentavelmente, não cabe neste estu-do apreciar todas as relações estabelecidasentre os sessenta AT.9 e as sessenta formu-lações com as essências florais; tendo fica-do, entretanto, clara a riqueza de recursosque o AT.9 (como instrumento), e as essên-cias florais (como intervenção), podem arti-cular e permear, na facilitação dos proces-sos individuais de perlaboração, crescimen-to e evolução, respeitando a criatura huma-na em sua individualidade, complexidade edesenvolvimento.

Há evidências e há relativismos. Na gran-de aventura do conhecimento humano, queseja este estudo um passo alfa, uma ponteque permita a eventual passagem do real aosimbólico, numa viagem preliminar plena, ondeo tempo e o entendimento sejam a própriaponte, construída da mesma massa, sob omesmo código, permitindo a passagem do seraos domínios do absoluto, sem qualquer gran-deza, senão a de um ponto inicial.

(1) Silva MJP, Gimenes OMP, coordenadoras.Florais: uma alternativa saudável: pesquisasrevelam tratamentos e resultados dessa tera-pia. São Paulo: Gente; 1999.

(2) Durand G. As estruturas antropológicas doimaginário: introdução à arquetipologia geral.Trad. de Hélder Godinho. 2ª ed. São Paulo:Martins Fontes; 2001.

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(4) Durand Y. A formulação experimental do ima-ginário e seus modelos. Rev Fac Educ 1987;13(2):133-54.

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(10) Johnson S. A essência da cura: um guia dasessências do Alasca. São Paulo: Triom; 2001.

(11) White I. Essências florais Australianas. Trad.de Ruth Lenz César. 2a ed. São Paulo: Triom;1994.

(12) Barnao V, Barnao K. Essências florais Aus-tralianas para o século XXI: living essences.São Paulo: Triom; 2000.

Correspondência para:Olympia Maria P. GimenesR. Raul Pompéia, 726Ap. 163 - Pompéia -São PauloCEP - 05025-010 - SP