Olimpíadas 2016 – o triunfo do verde Emocionante foi a abertura dos primeiros Jogos Olímpicos realizados na América do Sul, incrivelmente em nosso país. Estupefatos diante de tanta tecnologia, assistimos à História do Brasil sendo contada pelo encontro de culturas, o desenvolvimento territorial e a consequente perda das florestas. A concepção do evento foi coerente em sua totalidade, contando com assessoria cientifica e trazendo as mudanças climáticas globais ao centro das atenções de 3 bilhões de pessoas. Por dois minutos, foi o maior evento cientifico da história e para nós, os plantadores de árvores, foi a maior homenagem que se pode registrar, principalmente por não ser nominal, a um ou outro individuo expoente que se dedica a esta atividade, mas sim a uma Ação – a Restauração Ecológica, ciência e prática crescente no mundo frente aos desafios climáticos. Assistir nos maravilhosos painéis ao espetáculo da vida – a germinação da semente- foi incrível. Parte da nossa rotina, as sementes são colhidas com esforço em florestas ameaçadas, recebem muitos cuidados até se desenvolverem como mudas no viveiro e serem plantadas em áreas outrora degradadas. Para se ter uma ideia, de acordo com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, somente neste bioma é necessário o plantio de 15 milhões de hectares de floresta até 2050. Também foi emblemático que cada atleta pudesse, com uma semente, contribuir para a formação de uma floresta na zona oeste do Rio de Janeiro. E quando todos aqueles viveiros verticais se transformaram nos aros olímpicos, unicamente em verde, foi a apoteose do momento ecológico das Olimpíadas 2016. Apesar das contradições e retrocessos na legislação ambiental deste país, a restauração ecológica vem se firmando com conhecimento, tecnologia e suor de pessoas anônimas que tentam recriar florestas, ainda que estas estejam a centenas de anos das infinitas redes ecológicas resultantes da evolução que originaram a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, guardiãs da biodiversidade - maior riqueza do Brasil.