(õ) Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária C~ Emp,"sa Bmileira de Pesquisa Ag<opecuáda - EMBRAP A V Centro Nacional de ~esquisa de Agroindústria Tropical - CNPAT RELA TóRIO TÉCNICO ANUAL DO CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE AGRQINDÚSTRIA TROPICAL 1993 Relat. téc. anual do CNP A T Fortaleza p.l-HI
109
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(õ)C~V - cnpat.embrapa.br · Agrometeorologia Ph.D. Botânica M.Sc. Fitotecnia M.Sc. Climatologia M.Sc. Economia Rural Ph.D. Entomologia M.Sc. Economia Rural M.Sc. Solos e Nut. de
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(õ) Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma AgráriaC~ Emp,"sa Bmileira de Pesquisa Ag<opecuáda - EMBRAP AV Centro Nacional de ~esquisa de Agroindústria Tropical - CNPAT
Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical - CNP A TRua dos Tabajaras, 11 - Praia de IracemaTelefone (085) 231.7655 Fax (085) 231.7762 Telex (85) 1797Caixa Postal 3761
60060 - 510 Fortaleza, CE
Tiragem: 500 exemplares
RELATÓRIO TÉCNICO ANUAL DO CENTRO NACIONALDE PESQUISA DE AGROINDÚSTRIA TROPICAL 1993. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1994. 11lp.
1. Agroindústria - Pesquisa - Relatório. 2. Agricultura Pesquisa - Relatório. r. EMBRAP A - Centro ~acionalde Pesquisa de Agroindústria Tropical. (Fortaleza - CE)
CDD 634.5730981
HOMENAGEM
LIANNA MARIA SARAIVA TEIXElRA• 10.04.1951+ 15.07.1994
Este relatório é dedicado à Engenheira-AgrônomaLianna Maria Saraiva Teixeira, pesquisadora, falecida emPiracicaba, São Paulo, por ocasião do curso de pós-graduação emnível de doutor. Este acontecimento trouxe grande perda para acomunidade científica. Todavia, seu espírito de luta e dedicaçãosempre estará presente entre todos os que fazem aEMBRAPA/CNPAT e aqueles que tiveram a felicidade decompartilhar de seu convívio e amizade.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidente: Itamar Franco
Ministro da Agricultura: Sinval Guazzelli
EMBRAPA
Presidente:Diretores:
Murilo Xavier FloresMárcia de Miranda Santos
Elza Ângela Battaggia Brito da CunhaJosé Roberto Rodrigues Peres
CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE AGROINDúSTRIATROPICAL
Chefe: João Pratagil Pereira de AraújoChefe Adjunto Técnico: João Ribeiro CrisóstomoChefe Adjunto de Apoio: José Ednilson de Oliveira Cabral
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Pós-graduação
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SUMÁRIO
Pág.
APRESENT AÇÃO
1. RECURSOS GENÉTICOS 13
2. MELHORAMENTO GENÉTICO 14
2.1. Efeito da depressão por endogamia na produção e outrascaracterísticas do cajueiro anão precoce 14
2.2. Competição e avaliação de dones de caj ueiro anãoprecoce , 21
2.3. Hibridação em cajueiro para apoio ao melhoramento 26
2.4. Comportamento de progênies oriundas de dones decaj ueiro anão precoce 27
2.5. Seleção e adaptação de cajueiro anão precoce 29
2.6. Jardins clonais de cajueiro anão precoce 30
2.7. Novos clones de cajueiro em avaliação 32
3. SOLOS E NUTRIÇÃO DE PLANTAS 33
3.1. Áreas produtoras de caju no Rio Grande do Norte 33
3.2. Manejo de solos cultivados com cajueiro 36
3.3. Uso de adubação verde em cajueiro 37
3.4. Adubação de cajueiro anão precoce 40
4. MANEJO E TRATOS CULTURAIS 44
4.1. Recuperação de cajueiros pela substituição de copas 44
4.2. Práticas de manejo no cajueiro comum 47
4.3. Sistema radicular do cajueiro 49
4.4. Adensamento de cajueiro anão precoce 50
Pág.
5. PROPAGAÇÃO VEGETA TIV A 54
5.1. Aspectos morfológicos c fisiológicos na germinação docaj ueiro 54
5.2. Borbulhia 59
5.3. Efeitos da adubação na formação de mudas de cajueiroanão precoce 63
6. ENTOM OLOGIA 72
6.1. Biologia das principais pragas do cajueiro 7:
6.2. Influência de níveis de desfolha c retirada de panículasna produtividade do caj uciro anão precoce enxertado 73
6.3. Efeitos de produtos seletivos no controle de pragas docaj ueiro 73
7. FITOP A TOLOG IA 83
8. TECNOLOGIA AG ROIND USTRIAL 85
8.1. Característica física, química e sensorial do fruto epseudof ruto do caj ueiro 85
8.2. Produção de suco de caju clarificado 90
8.3. Produção industrial de vinho de caju 91
9. COMERCIALIZAÇÃO E CAPTAÇÃO DE RECURSOS 94
10. CLIMA TOLOG IA 96
11. ECONOMIA 98
12. DIFUSÃO E TRANSFER~NCIA DE TECNOLOGIA 100
13. INFORMAÇÃO 108
APRESENTAÇÃO
o Centro Nacional de Pesquisa de Caju - CNPCa,'criado em 1987, teve a sua missão ampliada, em abril de 1993,para atender outras matérias -primas agropecuárias de interesseda agroindústria tropical, passando a denominar-se CentroNacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical - CNPAT.
Com a nova missão, o mandato do CNP ATatenderá as demandas agrícolas e industriais de matérias primasvegetais como as oleaginosas, alimentares, medicinais e as frutas(caju, manga, acerola, graviola, sapoti, goiaba, entre outras) e dematérias-primas de origem animal (carne e seus derivados, leitee seus derivados, peles, couro, entre outros), em parceria e emcomplementação às missões dos demais Centros de Pesquisa daEMBRAPA e do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária SNPA.
o presente relatório representa um marcodivisório entre a antiga (exclusivamente a agroindústria do caju)e a nova missão (agroindústria tropical). Portanto, os principaisresultados de pesquisa apresentados em 1993 são relativos aagroindústria do caju, contemplando as áreas de recursosgenéticos, melhoramento genético, solos e nutrição de plantas,manejo e tratos culturais, propagação vegetativa, entomologia,fitopatologia, tecnologia agroindustrial, c1imatologia e economia.Contempla ainda as ações de informação, difusão e transferênciade tecnologia e comercialização de tecnologias/produtos/serviçose captação de recursos. Esta última ação é uma característica doCNPAT que o tem colocado na vanguarda das instituições depesquisa & desenvolvimento no Brasil. Os recursos captados nainiciativa privada e organismos oficiais, em 1993, correspondema 49,2% dos recursos de custeio investidos no CNP AT. Ofinanciamento de projetos de pesquisa por esta via também temproporcionado maior integração com a iniciativa pública eprivada, tanto do Brasil como do exterior.
Os avanços tecnológicos obtidos nos sete anos deexistência do ex-CNPCa e principalmente os apresentados nesterelatório, como: novos clones de cajueiro-anão-precoce,recuperação de cajueiros pela substituição de copas, borbulhia docajueiro, controle eficiente das pragas do cajueiro, produção desuco de caju clarificado e produção industrial de vinho de caju,representam um salto tecnológico capaz de revolucionar aagroindústria do caju. Isto só foi possível graças ao empenho,dedicação e entusiasmo dos pesquisadores c demais membros daequipe do CNPA T, que mesmo sem as condições ideais detrabalho (infraestrutura de laboratórios, materiais c pessoal deapoio técnico e administrativo), apresentaram resultados destamagnitude, que nos orgulha e justifica os investimentos feitospela sociedade no ex-CNPCa, resultando num benefício/custo de4,66 e taxa interna de retorno de 40,38%.
João Pratagil Pereira de AraújoChefe do CNPAT
1. RECURSOS GENÉTICOS
o Banco Ativo de Germoplasma de caju está localizadona Estação Experimental de Pacajus-CE e conta, atualmente, com 326acessos da espécie cultivada Anacardilll1l occidentale L., além dasespécies A. humile, A. otlzoniaml/ll, A. microcarpll11l e diversos acessosde Anacardium sp. não identificados. Cerca de 82% dos acessos daespécie cultivada foram coletados no Estado do Ceará. Hánecessidade, pois, de coleta de novos acessos para aplicação dadiversidade genética e adaptabilidade a diferentes ecossistemas,notadamente cerrados e semi-áridos, onde observa-se maior expansãoda caj ucultura.
Outro aspecto a se considerar na catalogação dosacessos do BAG - Caj li diz respeito ao germoplasma anão precoce.Grande parte das plantas existentes na Estação Experimental,resultantes do programa de melhoramento da EMBRAP A/CNP AT,não estão relacionadas no acervo da coleção. Está sendo iniciado umtrabalho de identificação da variabilidade para ampliação nominal dosacessos do BAG.
Ainda com relação à ampliação da diversidade genéticado BAG, estabeleceu-se a· meta de 400 acessos de cajueiro do tipocomum e 400 do tipo anão' precoce, para os próximos cinco anos. Paratanto será retomado o trabalho de coleta.
Com relação à caracterização dos acessos, continuarão aser empregados os métodos multivariados (análise de componentesprincipais, distância euclidiana e agrupamento pelo método deTocher) em caracteres botânico-agronômicos, até que seja possível oemprego de caracteres moleculares.
Sobre o uso de acessos do BAG no programa demelhoramento, foram conseguidos híbridos entre A. microcarpum x A.occidentale, tipo anão precoce, visando pedúnculos com maiorresistência à prateleira. As plantas obtidas encontram -se em campopara avaliação. Também a espécie A. othonianum está sendo utilizadano programa de híbridos, não só para pedúnculo, mas tambémobtenção de genótipos para cultivo em sistemas de produção para ascondições de cerrado.
Ainda no programa de híbridos, alguns acessos decajueiro do tipo comum estão sendo utiljzados no programa decruzamento com o tipo anão precoce para aumento do peso do fruto eda amêndoa. Di versos híbridos encontram -se em avaiiação; alguns jáforam clonados e estão sendo avaliados, como clones, para os demaiscaracteres de interesse agronômico (produção, precocidade, porte daplanta e fitossanidade).
Esta fr,se - uso dos acessos em programa demelhoramento - é a mais importante de um Banco de Germoplasma econseguiu sucesso na coleção de Anacardium, razão pela qual houveuma desaceleração, no período, da atividade de coleta ecaracterização.
2. MELHORAMENTO GENÉTICO
2.1. Efeito da depressão por endogamia na produção e outrascaracterísticas do cajueiro anão precoce
Não obstante o esforço para esclarecimento dasconseqüências do emprego de mudas de pé - franco na formação edesempenho de um pomar de cajueiro, a prática continua sendonorma comum, principalmente pelo elevado custo de implantação deuma área com mudas enxertadas de clones selecionados. Some-se aisso o desconhecimento dos aspectos técnico-científicos envolvidosque resulta no mau deserhpenho dos pomares formados por mudas nãoenxertadas.
As sementes colhidas num pomar formado por mudasde pé-franco, selecionadas ou não, formam uma mistura de genótipos(indivíduos) heterozigóticos (desuni formes). O plantio dessas mudasresultará em novo pomar com características muito similares ao deorigem; situação normalmente indesejável em razão dadesuniformidade de porte das plantas, produção, peso da castanha edo pedúnculo, qualidade e cor do pedúnculo e demais aspectosagronômicos envolvidos numa cultura, característica das áreasformadas com o plantio direto da castanha ou com mudas nãoenxertadas.
No caso de castanhas colhidas em um pomar formadopor um só e1one, situação mais comum entre os caju cultores que
14
adotaram o cajueiro do tipo anão precoce, o resultado é autogamia,sejam as sementes autofecundadas ou não, já que quando não sãoautofecundadas resultam de cruzamento entre indivíduos semelhantes
(mesmo gen6tipo). Em situações como esta, ocorrendo o fenômeno dadepressão por endogamia, O pomar resultante do plantio destassementes apresentará diversos caracteres de interesse agronômico comdesempenho abaixo daquele observado no pomar- mãe, formado pormudas enxertadas que são uniformes.
Objetivando avaliar o fenômeno da depressão porendogamia no cajueiro anão precoce, foi iniciado, no ano de 1989,um estudo na Estação Experimental de Pacajus, daEMBRAPA/CNPAT, onde foram avaliadas, comparativamente,progênies autofecundadas (AF) e de polinização livre (PL) de doisdones de cajueiro anão precoce, o CCP 76 e CCP 1001, para diversoscaracteres agronômicos. Os resultados obtidos até o ano de 1991mostram: a) perda de vigor das progênies autofecundadas em relaçãoàs de polinização livre, para a percentagem de germinação, diâmetrodo caule e altura de plantas aos quatro e seis meses de idade; b)menores valores para altura e envergadura da copa (diâmetros nortesul e leste -oeste) aos 12 e 18 meses; c) menores valores para oscaracteres do fruto (peso da castanha, peso da casca e peso daamêndoa). A maior perda de vigor ocorreu nas progêneies do cloneCCP 001 e na respectiva matriz CP 1001, indicando ser este genótipopossivelmente mais heterozigótico do que o CP 76, razão pela qualsofreu maior depressão por endogamia. Verificou-se também que aperda de vigor foi mais expressiva, em termos quantitativos, noscaracteres vegetativos da planta do que nos relativos ao fruto(reproclutivos) (dados apresentados no Relatório Técnico Anual doCNPCa 1991-1992).
A análise de variância para os caracteres enxt:rtados,nos anos de 1992 e 1993 (Tabelas 1 c 3), possibilitou identificar-sediferenças estatisticamen te signi ficati vas, entre tratamentos, ao nívelde 1% para altura de planta (1992 e 1993), envergadura da copa nasdireções norte-sul (1993) e leste-oeste (1992-1993), ou ao nível de 5%para envergadura norte-sul (1992) e produção (1992), não sendoobservada significância entre tratamentos para a produção no ano de1993 e para os caracteres do fruto (peso da castanha, peso da amêndoae relação amêndoa/ fruto), avaliados apenas no ano de 1992.
15
TABELA 1 . Resultados da análise de variância da altura, envergadura e produção
referentes aos anos agrícolas de 1992 e 1993 do experimento de depressão por
endogamia conduzido em Pacajus, CE. Fortaleza, 1994.
TABELA 2 • Média por tratamento e resultados do teste de Tukey referente à altura,
envergadura e produção avaliadas em 1992 e 1993 no ensaio de depressão por
endogamia conduzido em Pacajus, CE. Fortaleza, 1994.
Variáveis---Envergadura (m)
Altura (~)
N - SL - OProdução (g)
Tratamento 1992
1993199219931992199319921993
1. Autofecundação
eP76
2,12 bc1,94 bc3,77 ab2,99 be4,06 ab3,08 ab0.000,00 a501,56 a
2. AutofecundaçãoCP 1001
2,80 ab2,35 ab3,46 b3,18 abc3,90 ab3,19 ab1.161,43 a559,28 a
3. PoLinização livre
Cn62,49 ab2,38 ab4,49 ab3,76 ab4,68 a3,80 a909,75 a468,50 a
4. Polinizaçáo LivreCP1001
2,82 ab2,58 a4,29 ab3,45 abe4,31 ab3,73 a1.431,25 a777,92 li
5. Polinizaçáo livre eloneeep 76
2,56 ab2,33 ab4,90 a3,97 a5,18 a3,79 a1.325,68 a770,47 a
6. Polinização livre eloneCC?1001
2,86 li2,65 a4,14 ab3,48 abe4,51 ab3,54 ab1.672,37 a675,53 a
7. Hfbridos CP76 x CP10012,47 ab
2,33 ab4,48 ab3,76 ab4,59 ab3,70 ab1.625,42 a947,21 a
8. Clone CCP761,56 e
1,61 e3,28 b2,55 e3,90 ab2,74 b456,00 a388,00 a
9. elone CCP10012,18 abe
2,09 abe4,07 ab3,34 abe3,92 b3,18 ab1.383,75 a1.001,67 a
17
A inexistência de diferença entre os tratamentos para aprodução no ano de 1993, que seria esperada considerando-se que jáocorrera no ano de 1992 e que, com a evolução etária das plantas,tenderia a acentuar-se, deveu-se, provavelmente, ao quadro de secaque caracterizou o período, afetando toda a atividade agrícola daregião.
A comparação entre as médias dos tratamentos, peloteste de Tukey a 5% (Tabelas 2 e 4), não permite confirmar-se atendência observada, nos anos anteriores, de depressão das progêniesautofecundadas em relação às de polinização livre para os caracteresavaliados, não obstante diferenças absolutas de até 40%. Tal fatodeveu-se não só aos aspectos climáticos, já mencionados, que inibiramo desenvolvimento normal das plantas, mas também aos elevadoscoeficientes de variação registrados, os quais ocorreram graças àscaracterísticas dos genótipos avaliados (segregantes) e às condiçõesexperimentais (planta perene e parcelas grandes).
18
Os dados apresentados na Tabela 5, onde são feitascomparações absolutas apenas entre os dois tipos de progênies(autofecundadas e polinização livre), mostram as diferenças nãodetectadas pelo teste de comparação de média c confirmam atendência já observada de serem os caracteres do fruto menosafetados pelo fenômeno, notadamente no genótipo CP 1001.
TABELA 4 - Média dos tratamentos para os três caracteres dacastanha obtidos em 1992 no ensaio de depressão porendogamia no cajueiro anão precoce, conduzido emPacajus, CE.
Variáveis
Tratamentos Peso de castanha
Peso de amêndoa%A/C
(g)
(g)
Autofecundação CP 76
6,73 a1,78 a29,40 aAutofecundação CP 1001
6,81 a1,61 a26,42 aPaI. livre CP 76
7,81 a1,94 a27,65 aPaI. livre CP 1001
6,51 a1,68 a28,76 aPaI. livre dane CCP 76
7,91 a1,99 a28,17 aPaI. livre dane CCP 1001
6,92 a1,81 a29,03 aHíbrido CP 76 x CP 1001
7,31 a1,77 a27,01 aClone CCP 76
8,06 a2,11 a29,10 aClone CCP 1001
7,08 a],82 a28,59 a
x
7,241,8328,15
19
TABELA 5 - Depressão porendogamiaemseiscaracteresagronômicos de
progênies autofecundados decajueiroanão
precoce(AF),comrelaçãoaprogêniesde
polinização livre(PL), nos anos de1992e 1993, em
Pacajus, CE. Fortaleza, 1994
Oenótipos
Caracter
AnoCCP 76 CCP 1001
PL
AFDo/, PLAFD%-Altura (m)
19922,492,1214,862,822,80-0,71
1993
2,381,9418,492,582,358,91
Envergadura da copa (m)N-S
19924,493,7724,944,293,4619,35
1993
3,762,9920,483,453,187,83
L-O
19924,684,0613,253,733,1916,92
1993
3,803,0818,956,916,535,50
Produçlo de castanhaspor planta (9)
1992909,75739,3718,73 1.431,25 1.161,4318,85
1993
468,50501,56-7,06777,92559,2828,11
Peso dacastanha (9)"
1992*7,826,7313,946,516,81-4,61
Peso daamêndoa (g)
1992*1,941,788,251,681,614,17
* Parâmetro estimado apenas em 1992 em decorrência da pequena variação entre anos.
20
2.2. Competição e avaliação de c10nes de cajueiro anão precoce
As vantagens do porte baixo que permite maioradensamento populacional e das precocidades - etária e estacional que possibilitam retorno econôm ico em menor prazo e maior períodode colheita, com maior aproveitamento do pedúnculo, tornaram ocajueiro anão precoce mais atrativo que o tipo comum,tradicionalmente cultivado. A necessidade de novas opções aos danescomerciais existentes fez com que se instalasse, na EstaçãoExperimental de Pacajus, um experimento para avaliar 26 novosdones, os quais estão sendo comparados aos quatro já existentes, CCP06, CCP 09, CCP 76 e CCP 1001, em blocos ao acaso, com quatrorepetições e quatro plantas por parcela.
Os danes estão sendo avaliados para diversosparâmetos de interesse agroindustrial, como produção, porte da planta,peso de fruto, peso da amêndoa, facilidade de descasque e resistênciados cotilédones à abertura no processo industrial.
Com relação à produção, ainda um carácter da maiorimportância para o produtor, os dados obtidos (22, 32 e 42 ano),apresentados na Tabela 6, permitem as seguintes conclusões:
1) a produção de quase todos os dones no 42 ano foi superior à médiaestimada para a cajucultura brasileira no ano de 1993, que nãoatingiu 200kg de castanhas/ha, com os cinco melhores alcançandoproduções significativas, considerando-se a idade e as condiçõesclimáticas observadas naquele ano (CAP 06 - 473,2 kg/ha; CAP 26- 440,6 kg/ha; CAP 17 - 403,9 kg/ha; CAP 25 - 387,6 kg/ha; eCAP 08 - 381,5 kg/ha);
2) a produção de alguns, clones no 3º ano (1992) também pode serconsiderada significativa, superando as melhores testemunhas (CAP18 - 359,0 kg/ha; CAP 12 - 316,2 kg/ha; CAP 26 - 275,0 kg/ha;CAP 01 - 255,0 kg/ha);
3) nenhum dos danes avaliados superou a melhor testemunha no 22
ano (1ª produção comercial), não obstante boas produçõesalcançadas.
21
A análise conjunta da produção nos anos de 1992 e1993 (32 e 42 ano), cujos resultados apresentam -se na Tabela 2,permite identificar alguns clones com melhor potencial produtivo queas testemunhas avaliadas, no caso, os quatro dones comerciais decajueiro anão precoce disponíveis. Entre estes ressaltam-se o CAP 26(361,1 kg/ha), CAP 06 (361,0 kg/ha), CAP 25 (312,1 kg/ha), CAP 01(311,3 kg/ha), CAP 08 (303,8 kg/ha), CAP 17 (299,9 kg/ha), CAP 18(295,8 kg/ha) e CAP 1J (275,4 kg/ha), com, respectivamente, 60,0%;60%; 38,3%; 38,0%; 34,7%; 32,9%; 31,1%; e 22,1% de produção decastanhas a mais que a melhor testemunha, no caso, a CCP 1001, com225,6 kg/ha.
Por outro lado, nem todos os dones que produzirammelhor que a testemunha (Tabela 7) mostraram características deporte mais favorável (Tabela 8), o que faz com que seja necessárioavaliá-Ios por mais, um mínimo, de dois ciclos, para estabelecer-se amelhor densidade populacional e, a partir daí, estimar- se asprodutividades de cada um.
22
TABELA 7 • Análise conjunta da produção de castanhas, em kg/ba,de 30 c10nes de cajueiro anão precoce, nos aDOS de1992 e 1993, avaliados em Pacajus, CE. Fortaleza,1994
TABELA 8 . Altura de plantas (m) e envergadura de copa (m) dosmelhores dones avaliados nos anos de 1992 e 1993, emPacajus, CE. Fortaleza, 1994
Envergadura (m)Altura (m) Clone
Norte-sulLeste -oeste
1992
19931992199319921993
CAP 06
1,802,184,065,254,135,37CAP 26
1,642,004,205,544,125,69CAP 25
1,401,602,843,342,963,68CAP 01
2,392,704,165,394,095,30CAP 08
1,801,993,654,583,804,72CAP 17
2,122,493,234,373,204,42CAP 18
1,882,563,865,213,995,23CAP 11
1,772,033,984,994,205,01CAP 13
1,471,653,714,703,534,36CAP 23
1,381,463,343,533,153,71CP 06
1,411,612,663,152,663,33CP 09
1,291,433,123,643,473,51CP 76
1,401,673,163,633,413,60CP 1001
1,742,033,063,873,153,95
x (danes)
1,762,063,704,693,714,75
x (test.)
1,461,683,003,573,173,59
o peso da castanha e da amêndoa dos melhores danesfoi para quase todos superior ao das testemunhas (Tabela 9). Os danesCAP 25 e CAP 01, no entanto, apresentaram baixo percentual deamêndoa em relação à casca, o que significa maior custo de transportedo produto de interesse que é a amêndoa. Considerando-se que aavaliação destes caracteres ocorreu em ano de forte seca, cujosreflexos são intensos na redução de peso do fruto e da amêndoa,somente com avaliação em anos normais serão tomadas decisões sobreos dones a serem lançados para os produtores
25
TABELA 9 • Peso da castanha (g), peso da amêndoa (g) epercentagem de amêndoa do 10 clones de cajueiro anãoprecoce (mais quatro testemunhas), no ano de 1992,avaliados em Pacajus, CE. Fortaleza, 1994
Clone Peso da castanhaPeso da amêndoaPercentagem de(g)
2.3. Hibridação em cajueiro para apoio ao melhoramento
o porte baixo, a precocidade e o potencial produtivodo cajueiro anão precoce motivaram a centralização de esforços demelhoramento com o emprego deste germoplasma. A dificuldade deobter genótipos com peso de fruto superior a 10g, exigência daindústria, fez com que fosse adotada a hibridação com o cajueiro dotipo comum, como forma de ampliar a variabilidade genética do tipoanão precoce, uma vez que no tipo comum encontra-se uma grandediversidade genotípica para os caractercs de interesse industrial, bemcomo para a produção.
26
Além da ampliação da variabilidade, a possibilidade de
obtenção, já no F 1 de genótipos desejáveis, com sua conseqüentemultiplicação vegetativa, motivara o desenvolvimento do programa,iniciado em 1989, quando foram obtidos 7,25% de pegamento. Em1990 foram obtidos 19,49% e em 1991 15,4%. No ano de 1993, 1.501cruzamentos efetuados geraram 387 frutos, ou 26,49% do total. Esteincremento deveu-se não só ao aprimoramento do pessoal envolvidono trabalho, mas também ao melhor conhecimento da espécie porparte da equipe envolvida no programa.
É importante observar que o sucesso na hibridaçãodepende não só de fatores extrínsecos, como fertilidade, fitossanidade,irrigação e habilidade pessoal na tarefa, mas também da idade e dosgenótipos envolvidos. Assim, dos resultados obtidos no ano de 1993,verificou-se que houve uma variação de 9,52% de pegamento entre osgenótipos CP 76 x CAP 14 e 62,5% entre CP 06 x CP 09. Paraidentificar as causas en vaI vidas nesta variação, há necessidade deestudos sobre a biologia floral dos genótipos a serem empregados noscruzamentos, época de recepti vidade do estigma, viabilidade do pólene até fatores de incompatibilidade.
Os híbridos obtidos encontram-se em campo paraavaliação dos principais caracteres de interesse agroindustrial:produção, peso do fruto, peso da amêndoa, relação peso daamêndoa/peso do fruto, porte e precocidade. Os melhores serãodanados e avaliados para estas e outras características, comotolerância a doenças e estresse hídrico.
2.4. Comportamento de progênies oriundas de clones de cajueiroanão precoce
A divulgação das qualidades do cajueiro anão precocetem levado não só a adoção da tecnologia conforme recomendado, mastambém a desvios que acarretam prejuízos graves aos produtores.Entre estes, o mais comum é o aproveitamento de sementes oriundasde campos de danes, quase sempre de um único done, para aformação de mudas e instalação do novo pomar.
27
o cajueiro é uma espécie alógama, razão pela qual asplantas, na natureza, formam combinações heterozigóticas que maufavoreceram a adaptação do genótipo ao ambiente que ocupa. Emdecorrência, dones selecionados pelos atributos favoráveis dosgenótipos que Ihes dão origem são heterozigóticos para estes caracteresde interesse.
Em pomar formado por um done, o maior percentualde sementes colhidas resulta de cruzamentos entre plantas de umamesma constituição genética, o que representa, na prática, umaautofecundação, uma vez que há ocorrência de autogamia, mesmosendo os cruzamentos inteiramente naturais. Em função disto, há umincremento de homozigose na segregação que ocorre na geraçãoseguinte. Esta segregação tem reflexos práticos no pomar, com plantasde diferentes portes, produção, peso do fruto e outros caracteresqualitativos e quantitativos de interesse agroindustrial.
Objetivando estudar c quantificar a segregaçãofeno típica do cajueiro anão precoce, está sendo avaliado um pomarformado com sementes oriundas do dane CCP 76, na FazendaCOPAN, em Icapuí, CE, desde 1989. Foram quantificados os efeitosde segregação no porte da planta, no peso do fruto e no peso daamêndoa em comparação com o dane mãe, no caso o CCP 76. Estesresultados já foram apresentados no Relatório Técnico Anual doCNPCa/EMBRAPA 1991-1992.
As produções obtidas, mesmo considerando-se asbaixas precipitações registradas no período de avaliação, podem serconsideradas boas (Tabela 10). Entretanto, o grau de variaçãoobservado para o porte das plantas que dificulta o manejo do pomar,para o peso do fruto, com reflexos negativos para a indústria debeneficiamento, desaconselha a recomendação da prática de formaçãode pomares com mudas de sementes, principalmente as oriundas deum campo de done.
28
TABELA 10 - Produção de um pomar de cajueiro formado commudas de sementes do clone CCP 76, em Icapuí • CE.Fortaleza, 1994
AnoVariáveis
Produção (kg/ha)Área colhida (ha)
1990
6,73,73
1991
76,93,69
1992
253,21,51
1993
332,71,51
2.5. Seleção e adaptação de cajueiro anão precoce
Objetiva avaliar maior número possível de indivíduos,para obter genótipos adaptados aos diferentes ecossistemas queformam a Região Nordeste do Brasil, uma vez que os donescomerciais disponíveis de caj ueiro anão precoce foram avaliadossomente em Pacajus, CE, transição litoral caatinga.
No período 1992/1993 foram incorporadas 331 novasprogemes ao programa de melhoramento da EMBRAPA/CNPAT, emdiversos ensaios e locais, a saber:
Local Ano
Fazenda CAPISA, 1992Pio IX, PI
Estação Experimental 1993de Pacajus, CE
Fazenda CAPISA, 1993Pio IX, CE
Número de
progênies
145
120
171
29
Origem
Pio IX, PI
Pio IX, PICanto do Buriti, PIe Pacajus, CE
Pio IX, PICanto do Buriti, PIe Pacajus, CE
Com base nas observações iniciais de porte,precocidade de florescimento e peso de fruto, 28 genótipos foramselecionados nos ensaios da Fazenda CAPISA, no município de PioIX, para serem donados e avaliados em competição com os donescomerciais disponíveis. As progênies serão avaliadas em relação aosparâmetros porte da planta, precocidade, produção e característicasindustriais do fruto. As progênies com melhor desempenho serãoselecionadas para novos ensaios, após três ciclos de produção. Osmelhores indivíduos de todo o campo, após este período, serãodonados para novos testes de competição em diferentes locais.
2.6. Jardins clonais de cajueiro anão precoce
O aumento crescente na demanda por mudas decajueiro anão precoce, tanto para emprego em pesquisa como paraatendimento à comunidade produtora, principalmente pela falta deagressividade da iniciativa privada no negócio de produção de mudas,faz com que seja necessário não só a manutenção dos jardins donaisjá existentes, mas também a ampliação destas estruturas, notadamentecom os dones CCP 76 e CCP 09, os mais procurados pelos produtores,e CCP 06, para emprego como porta-enxerto.
Essas áreas têm sido de maior utilidade, também, paraexperimentação nas diversas áreas de interesse da pesquisa, como nocontrole de pragas e doenças, poda e adubação, além de estudosfenológicos básicos. Na Tabela 11 são apresentados os campos, donese idade das plantas que formam os jardins donais de cajueiro anãoprecoce. Os demais dones relacionados em relatórios anteriores doCNPCa/EMBRAP A, como pertencentes ao acerVO de jardins donais,encontram-se no acervo de dones em avaliação, pelo fato de aindanão terem sido lançados comercialmente.
30
TABELA 11 - Clones de cajueiro anão precoce, área de plantio enúmero de plantas, dos jardins c10nais daEMBRAPA/CNPAT, na Estação Experimental dePacajus, CE. Fortaleza, 1994
Ano de plantio CloncNll de plantas..
1980
CCP 06201982
CCP 76141983
CCP 065561983
CCP 1001081984 - 1
CCP 1001411984
cCP 06171984
CCP 09251984 - 1
CCP 76181984 - 2
CCP 762751984 - 3
CCP 76901986
CCP 761251986
CCP 091251987 - 1
CCP 761841987 - 2
CCP 764821987
CCP 091171989
CCP 091961989
CCP 76241989
CCP 1001121990 - 1
CCP 09511990
CCP 100141990 - 1
CCP 76331990 - 2
CCP 761201992
CCP 761251992
CCP 091251993
CCP 06401993 - 1
CCP 761471993 - 2
CCP 76761993 - 3
CCP 761001993 - 4
CCP 761301993 - 5
CCP 764961993 - 1
CCP 092001993 - 2
CCP 09351993
CCP 100130
• Total do CCP 06: 633 plantasTotal do CCP 76: 2.439 plantas
Total do CCP 09: 874 plantasTotal do CCP 1001: 95 plantas
31
2.7. Novos dones de cajueiro em avaliação
Além dos 30 dones de caj ueiro anão precoce(incluindo quatro testemunhas) em competição desde 1990, 129gen6tipos, selecionados em função de caracteres de interesseagroindustrial favoráveis, encontram-se em fase de avaliação inicial,em diferentes locais. Nesta fase, serão observados, basicamente, oscaracteres do fruto de interesse industrial, no caso, peso e rendimentode amêndoa e resistência ao descasque no processo de beneficiamento.Os clones selecionados com base nestes caracteres entrarão em ensaios
de competição, onde serão avaliados para os caracteres de interesseagronômico (produção, porte, precocidade e fitossanidade). Estaestratégia deverá permitir ganho de tempo no lançamento de novosdones de cajueiro.
Os genótipos, origem e local de avaliação estãorelacionados na Tabela 12.
TABELA 12 - Número, tipo, origem e local de avaliação dos novosdones de cajueiro da EMBRAPA/CNPAT. Fortaleza,1994
Local de Número deEnsaioTipo/Origemavaliação
clonesporte
Pio IX, PI
201/92AnãoPacajus
Pio IX, PI
52/92MédioPacajus
Pio IX, PI
53/92ComumPacajus
Pacajus, CE
201/93AnãoCuru
Pacajus, CE
222/93AnãoPacajus
Pacajus, CE
211/94AnãoPio IX
Mossor6, RN
311194AnãoPacajus
Canto do Buriti, PI
311/93AnãoPio IX
Canto do Buriti,PI
142/93AnãoCanto doBuriti
32
3. SOLOS E NUTRIÇÃQ DE PLANTAS
3.1. Áreas produtoras de caju no Rio Grande do Norte
O desenvolvimento desta pesquisa envolve métodos decampo e laboratório já conhecidos e padronizados para o estudo depedologia, compreendendo a seleção de áreas representativas,identificação e descrição dos solos, coleta de amostras e análise físicoquímica e de fertilidade.
Concluiu-se o estudo das áreas produtoras de caju noRio Grande do Norte. As microrregiões produtoras de caju nesseEstado foram definidas consultando-se os dados de produção dacastanha de caju e complementando esta informação com estudo decampo nas áreas produtoras. Foram definidas nove microrregiõesprodutoras nesse Estado. Na Tabela 13 são apresentadas as unidadespedogenéticas por microrregiões homogêneas, no Estado do RioGrande do Norte.
Os solos estudados são profundos, muitointemperizados, sem impedimentos físicos e, de modo geral, nãoapresentam minerais primários de fácil decomposição. Na composiçãoda textura dos diferentes solos, as partículas de areia têm maiorproporção, vindo em segundo lugar a argila, com percentuais baixos,aumentando na parte inferior dos solos com horizonte B.
Os resultados das análises de fertilidade são
apresentados em duas tabelas: fósforo disponível, potássio e cálcio +magnésio trocáveis na Tabela 14; alumínio trocável e reação do solona Tabela 15
Os dados da Tabela 14 mostram deficiência de fósforo
em 94% das amostras analisadas; o potássio é deficiente em quase100% das amostras, enquanto menos de 1% possui teor médio; cálcio +magnésio estão em nível baixo em 23%, sendo que 73,8% tem teormédio. Em todos os casos de deficiência precisam ser adicionados oselementos químicos respectivos, fazendo-se adubação e/ou calagem.Os níveis de alumínio trocável são, em geral, baixos, não requerendotratamento do solo para sua neutralização. Apenas 17,4% das amostrasanalisadas têm alumínio entre 0,4 - 1,0 mE, tornando-se necessário ouso de calagem ou outro tratamento para baixar esses níveis. Em 70%das análises, os valores de pH estão entre 4,3 e 5,3, isto é, a reação éfartamente ácida.
33
TABELA 13 • Unidades pedogenéticas representativas das áreasprodutoras de caju em nove microrregiões homogêneasdo Rio Grande do Norte, 1993.
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico,textura média
Fonte: EMBRAPA/CNPAT
34
Microrregiõeshomogêneas
Natal
Macaíba
Agreste Potiguar+
Litoral Nordeste
Mossoró
Chapada do Apodi
Barra Verde
Médio Oeste
Pau dos Ferros
Umarizal
TABELA 14 • Análise de fertilidade . fósforo, potássio, cálcio emagnésio • em pomares de cajueiro das microrregiõesprodutoras do Rio Grande do Norte, 1993.*
Microrregiães Municípios
Fósforo PotássioCálcio
+ magnésio
n2 %
Natal-Parnamirim
Macaíha: Ceará-Mirim.
Macaíba, São José de
Mipibu
Litoral Nordeste: Touros.
B. de Maxaranguape
Agreste Potiguar:Vera Cruz
Mossoró: Areia Branca,Mossoró, Serra do Mel
Chapada do Apodi:Apodi, Caraúbas,
Dix Sept Rosado
Pau dos Ferros:
ltaú, Severiano Meio
Médio Oeste: Campo
Grande, Augusto Severo
Serra de Santana: Cerro
Corá, Florânia, LagoaNova, São Vicente
Borborema potiguar:
Cel. Ezequiel, Jaçanâ
BaixoMédioAlto
BaixoMédioAlto
BaixoMédio
Alto
Baixo
Médio
Alto
BaixoMédio
Alto
BaixoMédio
Alto
Baixo!vfédio
Alto
Baixo
Médio
Alto
Baixo
Médio
Alto
5
9
7
34
2
8
113
S
10
1
5
1
100
iDO
86
14
91
Ó
3
100
79
21
100
91<)
83
17
5
9
8
36
I
14
5
11
6
100
100
100
97
3
100
100
iDO
100
100
2
3
17
1
17
827
2
26
59
5
10
1
S
1
40
60
1178
11
1486
21
73
6
2S
7S
36
64
100
91
9
83
17
Fonte: EMBRAPA/CNPAT
• Fósforo disponível: potássio e cálcio + magnésio t rocáveisn2; %: número de determinações encontradas em cada nível e percentagens
35
Realizou-se esta pesquisa com a finalidade deidentificar os problemas existentes em solos cultivados com cajueironos Estados do Ceará e Piauí e recomendar as técnicas de manejomelhorado. Os estudos de campo, associados às análises de laboratório,
36
permitiram a caracterização e a classi ficação das unidades de solorepresentativas da cultura do cajueiro.
o estudo permitiu, no período de 1992/93, aidentificação dos principais problemas de solos cultivados com ocajueiro: a) acidez do solo em níveis prejudiciais; b) acidez associadaa níveis elevados de alumínio trocável; c) deficiência de nutrientesessenciais; d) compactaçãc do solo; e) textura excessivamente arenosa;f) textura argilosa, com impedimento de drenagem. Estes problemaspodem ser decorrentes de características namrais dos solos, ou domanejo inadequado.
A elevação da produtividade dos cajueiros reep2er omanejo n:cionai da cultura, com emprego de práticas demelhoramento e recuperação do solo (Tabela 16).
:!L3. Uso ~e r<dubação o/elide em caj<1eirú
A região litorânea do Estado do Ceará,cajueiro, é constituída de solos com sérias limitações nasfísicas, químicas e na quantidade de matéria orgânica.
com
Q, use de práticas~ como a Rncorporaçãoiegu.minosas, poderá ser llma altemati 'Ia viá ve 1 para a exploraçãosustel1tada e ganhe de rendimento da cultura. Considerando quesolos da regiik; 1itoráne3_ do Ceará, são também bab:a fertilidadenatural,. é necessário, portanto, investir num sistemz de manejo que
vise à meHlOJria das suas condições físicas, químicas microbiológícasoAs legum.inos2ls, usadas corou adubo verde, via de regra promovemboa cobertura do solo, dificultam o estabelecimento de plantasinvasoras, incorporam matéria orgânica ao solo, nitrogênio, através defixação simbiótica e, também, reciclam nutrientes das camadas
subsuperficiais.Nesta pesquisa procurou-se avaliar o efeito de
leguminosas em cultivo intercalar com caj ueiro anão precoce,verificando os benefícios na cultura, bem como sobre os parâmetrosfísicos e químicos do solo. O experimento vem sendo conduzido desdeabril de 1991, em área de produtor, localizada no município deHorizonte, CE. O solo é originário de sedimentos arenosos e argilososda Formação Barreiras, cujas características físico - químicas estãosumarizadas na Tabela 17.
37
TABELA 16 - Unidades de solo, problemas detectados e práticasrecomendl1das. Fortaleza, CNPA T. 1992.(*)
Foi utilizado o dane de cajueiro anão precoce CCP 09,em cultivo intercalar com as leguminosas: feijão- de - porco (Canavaliaensiformes o.c.); feijão-guandu (Cajanlls cajan L.); leucena (Leucaenaleucocephala L); mucuna-preta (Styzolobiwn aterrima Liper & Tracy)e lab-Iab (Dolichos lab lab L.).
As principais características avaliadas foram: produçãode massa verde e seca em pleno desenvolvimento e cobertura do solo,conforme resultados da Tabela 18.
As leguminosas feijão-de-porco e mucuna-preta foramas mais promissoras em produção de massa verde, com 34.501 e29.980 kg/ha e 100% de cobertura do solo, respectivamente.
39
TABELA 18 - Características de biomassa (kg/ha) e cobertura dosolo de leguminosas, no litoral do Ceará, 1993.
Uma análise a priori da viabilidade econômica datecnologia proposta e a conseqüente rentabilidade para o produtor foiefetuada com base nos resultados esperados. Considerando-se o custode manutenção de lha de cajueiro anão precoce, em torno deUS$ 211.00, mais o custo de US$ 80.00 para aplicação dostratamentos, tem - se o custo total estimado em US$ 291.00.Admitindo-se a expectativa de rendimento em torno de 1.000 kg/ha elevando-se em conta o preço atual da castanha (US$ 0.60/kg), serianecessário, no mínimo, um rendimento de 485kg de castanhas/ha paracobrir as despesas com manutenção e a tecnologia proposta. Esterendimento de castanha permitirá ao produtor obter uma rendalíquida de US$ 309.00/ha.
3.4. Adubação de cajueiro anão precoce
A produtividade do cajueiro vem decrescendo ano aano. Dentre os vários fatores responsáveis por este decIínio pode-sedestacar a baixa fertilidade natural dos solos onde a cultura é
normalmente instalada, agravada pela não reposição dos nutrientesretirados pelas plantas ao longo do tempo, o que está levando aoesgotamento das reservas nutricionais. Este esgotamento gradativo dosolo deve-se a não utilização da adubação na exploração do cajueiro,
40
onde as poucas recomendações de aduhação existentes não têm orespaldo da pesquisa. Para evitar graves prejuízos na cajucultura,deve-se lançar mão de um programa diciente de adubação, comvistas à reposição da fertilidade do solo e aumento de produtividadeda cultura. Porém, para execução desk programa, necessita-se dedados mais consistentes, tendo em vista que os resultados de pesquisadisponíveis são insuficientes para a elahoração deste programa deadubação. Visando aurt,cntar as informações sohre a adubação docajueiro, este trabalho':lem como ohjetivo avaliar o efeito da aplicaçãode fertilizantes e corretivos sohre o crescimento c produção docajueiro anão precoce.
Este experimento foi instalado em 04/92 na FazendaMarambaia - CIPA, localizada no município de Chorozinho, CE. O
clone utilizado foi o CP 76 propagado por mudas enxertadas, plantadono espaçamento 7m )t: 7m. Está sendo conduzido sob condições desequeiro.
Os tratamentos são os seguintes:
TI _ NOP2K2
T2 _ N1P2K2
T3 _ N2P2K2
T4 _ N3P2K2
TS _ N2POK2
T6 _ N2P1 K2
T7 _ N2P2K2
T8 _ N2P3K2
T9 _ N2P2KO
TIO _ N2P2K1
T 11 _ N2P2K2
T12 _ N2P2K3
---> Efeito de N
---> Efeito de P
--->' Efeito de K
41
T 14 _ N2P2K2 > Esterco
T 15 _ N2P2K2 > Micronutrientes
T 16 _ N2P2K2 > Calcário + esterco + micronutrientes
Os níveis de nutrientes para o primeiro ano de cajueiroanão são:
g/plantaN
P10SK10
30
603060
1206090
180120
Os micronutrientes (FTE BR-8) foram aplicados naordem de 10 g/planta, o esterco, 5kg e o calcário, 100 g/cova.
o delineamento experimental é axial na N, P e K;blocos ao acaso em quatro repetições e 16 tratamentos, totalizando 922plantas.
Os dados disponíveis até o momento referem-se aocrescimento das plantas, os quais podem ser observados na Tabela 19.
Apesar de não ter sido fcita a análise estatística dosdados, pode-se verificar que praticamente não houve diferença entreos tratamentos para cada época de coleta.
42
43
4. MANEJO E TRATOS CULTURAIS
4.1. Recuperação de cajueiros pela substituição de copas
A área plantada com cajueiro comum no Nordeste estáestimada em 713.000 hectares. Os pomares foram formados em suatotalidade usando multiplicação por sementes, o que redundou emplantios desuni formes e de baixa produtividade, além da produção decastanhas e pedúnculos com forma, tamanho e peso variáveis, nemsempre adequados ao mercado.
Com o objetivo de recuperar cajueiros de baixaprodução estudou-se, durante cinco anos (1989/94), a técnica desubstituição de copas via enxertia, em plantas adultas e jovens. Atécnica consistiu na decapitação das copas das plantas atípicas ou debaixa produção e posterior enxertia com materiais superiores, dostipos comum e anão precoce, nas brotações emitidas do tronco, após ocorte dos cajueiros. A melhor época para a realização da enxertia e ocomportamento das plantas quanto ao desenvolvimento e produçãotambém foram avaliados.
Os resultados considerados mais expressivos referem-seao número de plantas mortas após a decapitação, época do corte d.asplantas, número e percentagem de enxertos pegos, número epercentagem de plantas rejuvenescidas c produção de castanha.
a) Número de plantas mortas
Observou-se uma mortalidade de 21 plantas no 12 anoapós a decapitação e posteriormente a morte de mais quatro,totalizando 25 cajueiros, dos 144 decapitados, ou seja, 17,36%. Ascondições de má drenagem de parte da área experimental, a graveinfestação da broca-do-tronco, comprovada em algumas plantas apóso corte, associadas à baixa capacidade de relação de certas plantas ànova situação imposta pelo desequilíbrio provocado pelo corte, foramas principais causas determinantes dessa mortalidade.
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b) Época do corte das plantas e da realização das enxertias
Os principais aspectos considerados na definição daépoca de decapitação das plantas, cujas copas serão substituídas, estãorelacionados com o período de emissão das brotações e existência dematerial propagativo (garfos ou borbulhas) apto para a realização daenxertia. Nas condições do litoral do Ceará, o período de maior ofertade garfos concentra-se de maio a setembro, enquanto o de borbulhasocorre de julho a dezembro. Nas avaliações constatou-se que asplantas intensificam a emissão das brotações no 22 e 32 mês. Namaioria das plantas, a brotação, embora inviável, é intensa, ocorrendodurante todo o ano, o que assegura a existência de emissões aptas paraa enxertia, desde que haja oferta de propágulos. Como a emissão dasbrotaçães ocorre de forma intensa e profusa houve necessidade deeliminação do excesso, entre o 22 e 32 mês, para reduzir a competiçãoe infestação de pragas, principalmente a broca e os cupins, e permitirmaior vigor às brotações a serem posteriormente enxertadas. A épocade enxertia está, portanto, mais condicionada à existência de garfose/ou borbulhas de qualidade, ofertadas pelas plantas fornecedoras depropágulos, do que à existência de brotações aptas para a enxertia,nas plantas a serem rejuvenescidas pela substituição de copas. Diantedessas constatações, o período mais indicado para a realização do cortedas plantas está compreendido entre os meses de março a maio,quando o método de enxertia a ser usado for a garfagem à inglesasimples. No entanto, com os avanços conseguidos na melhoria dopercentual de pega, rendimento e redução dos custos do método depropagação por borbulhia, atualmente adota-se esta técnica pararejuvenescer cajueiros pela substituição de copas. Nesse caso, realizase a decapitação das plantas no período de abril a agosto, embora seconsidere mais adequado concentrar o período de corte de abril ajulho, em razão do aumento do nível de reservas das plantas,decorrente do maior "status" hídrico do solo. Na maioria das plantasobservou-se que as brotações estavam em condições de enxertia entreo 32 e 4º mês após o corte, quando alcançavam o diâmetro de lcm.No caso de utilização do método de enxertia por garfagem à inglesasimples, o período mais indicado para a realização da enxertia estácompreendido, portanto, entre os meses de junho a setembro,enquanto para o caso da borbulhia, de julho a dezembro.
45
c) Enxertos realizados e recuperação de plantas
A realização da enxertia está relacionada com aemissão de brotações aptas na planta decapitada e existência depropágulos nos dones fornecedores. Como a emissão de brotaçõesvaria de planta para planta, em intensidade e época, é evidente quenem sempre a enxertia coincide com a maior oferta depropágulos.Isto explica a variação de número de enxertos efetuados em cadaplanta, assim como a dificuldade de realização das enxertias em certasépocas.
De 83 plantas enxertadas com copas de cajueirocomum e anão precoce foram recuperadas 79, o que representa95,18%. Constatou-se também que o número total de plantasrecuperadas pela substituição de copa via enxertia foi de 75, sendo 35com copa do tipo comum e 40 do tipo anão precoce, o querepresentou 90,36%, considerando que foram enxertadas 83 plantas. Onúmero de plan tas vi vas regeneradas foi de 44.
De 378 enxertias realizadas usando-se a copa comumobteve· se um percentual de pegamento de 44,7%. Quando usou -secopa do tipo anão precoce em 464 enxertias realizadas, este percentualalcançou 39%.
Com o uso da borbulhia, este percentual estásuperando os 70%, com a vantagem da redução dos custos, ampliaçãodo período de oferta de propágulos e possibilidade de realização apleno sol.
d) Produção de castanha
Em 1990/91 não ocorreu produção de plantas cujascopas foram substituídas por material comum, o que evidencia a nãoprecocidade dos tipos comuns usados como copa. Nas plantas comcopas do tipo anão precoce, a produção média atingiu 547g, enquantonas plantas submetidas à regeneração natural a produção média/plantaalcançou 44g, indicando a ocorrência de plantas comuns que exibiamprecocidade. As produções registradas em 1991/92 e 1992/93, nos trêstratamentos, mostram que o tipo anão precoce superou os outros doismateriais em mais de 50%. Quanto aos dados de 1993/94, observa-se
que as plantas submetidas à regeneração natural apresentaram
46
produções superiores às plantas cujas copas foram substituídas pormateriais dos tipos comum e anão precoce. No entanto, avaliando-se aprodução acumulada do período 1990/94, verifica-se que a produçãomédia/planta de copa do tipo anão precoce alcançou 5.542,62g decastanha, na copa comum, 2.685,14g, enquanto no tratamento cujasplantas foram submetidas à regeneração, natural, 3.962,71g decastanhas/planta. Deve-se salientar que as condições climáticasadversas ocorridas nos últimos dois anos no litoral leste motivaramquedas de produções estimadas em 50% c 80%, respectivamente. É dese esperar, portanto, que em anos normais a produção média/plantacom idade de quatro anos supere os 6kg de castanha (Tabela 20).
TABELA 20 • Produção de castanha de cajueiros comum e anãoprecoce, recuperados pela substituição de copas, pormeio da enxertia e por regeneração natural, noperíodo de 1990/94.
Produção de castanha (g)Ano Copa comum
Copa anão precoceRegeneração natural
1990/91
0,00547,15 44,661991/92
934,232.132,55935,591992/93
1.082,401.432,301.802,071993/94
668,511.430,621.802,39
Total
2.685,145.542,623.962,71
Média
671,281.385,65990,67
4.2 Práticas de manejo no cajueiro comum
o cultivo de cajueiro comum no Nordeste ocupaextensas áreas, e na sua formação e condução não foram dispensadosos cuidados necessários, resultando em plantios desuni formes combaixas produções.
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Há de se considerar que, mesmo nos sistemas decultivos mais racionais, o manejo e tratos culturais são realizados, namaioria das vezes, de forma inadequada, usando tecnologia incipiente,o que se traduz em produtividades inferiores a 4kg de castanha porplanta.
Por estas razões foi desenvolvida esta pesquisa, com oobjetivo de estudar práticas de manejo que possam concorrer para oaumento da produtividade dos cajueirais. O estudo constituiu-se deum experimento, situado na Fazenda Pimenteiras - Grupo Cione,município de Beberibe, CE, com plantas de sete anos de idade. Oexperimento é composto de 720 plantas adultas: 480 plantas úteis e240 plantas de bordadura. Os fatores estudados foram: a) manejo(poda, controle de ervas com herbicidas, adubação NPK e todos emconjunto); b) níveis - 2 (ausência O, presença 1). Foram testados os
seguintes tratamentos: P 1COAO (poda com capina usada 'peloprodutor); POC1AO (controle de ervas com herbicidas); POCOAl(adubação NPK com capina usada pelo produtor); P 1C1AO (poda comcontrole de ervas com herbicidas); P 1COA1 (poda, adubação e capina
usada pelo produtor); POC1A1 (controle de ervas com herbicidas eadubação); e P1C1A1 (poda, controle de ervas com herbicidas eadubação).
No ano agrícola 1992/93, a produção média dasparcelas podadas foi de 13,70kg contra 17,48kg das não podadas. Asparcelas que receberam controle de ervas produziram 17,80kg contra13,34kg . das que não receberam este tratamento. As parcelas quereceberam adubo produziram mais que as não adubadas, salvo quandoo adubo foi associado à poda, parecendo indicar o não aproveitamentodo adubo aplicado. A produção média das parcelas que receberamadubo foi de 16,7kg contra 14,4kg das não adubadas. As parcelaspodadas, mesmo com adubo, tiveram menor produção, ou seja,15,75kg contra 17,79kg onde apenas foi adubada. Quande foramassociados os três fatores, verificou-se maior produção nas parcelasque receberam adubo e controle, 22,5kg contra 21,9kg nas quereceberam apenas controle e 12,76kg nas podadas. De modo geral, apoda inibiu a produção de castanha.
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4.3. Sistema radicular do cajueiro
Conforme observações realizadas em plantas adultascultivadas. em solos litorâneos do Ceará e em cerrados do Piauí,determinou-se o padrão de desenvolvimento do sistema radicular docajueiro.
Nas plantas do tipo comum, a raiz pivotante é única,ou com, no máximo, duas bifurcações, de onde são emitidas inúmerasraizes laterais de forma radial em relação à pivotante, geralmentebastante superficiais, ocupando a camada dos primeiros 40cm do solo,com desenvolvimento em extensão acentuado chegando a atingir até15m, ultrapassando assim outras ruas da cultura, o que propicia umaverdadeira rede de raízes ao longo das ruas de cultivo.
No cajueiro do tipo anão precoce, o desenvolvimentodas raízes laterais é semelhante ao do tipo comum, diferindo quanto àcaracterística da raiz pivotante, que sempre se apresenta bifurcada,geralmente ocorrendo de três a cinco bifurcações logo abaixo do colo,das quais são emitidas as raízes laterais, também bastante superficiais.Em ambos os tipos verifica-se ao longo das raízes laterais a emissãode raízes verticais, das quais também são emitidas radículas comfunção absorvente.
Em face dessas características de acentuada
concentração das raízes laterais próximo à superfície do solo, ondemesmo as que são emitidas a maiores profundidades tendem a sedesenvolver em direção à superfície, recomenda-se que as práticas decalagem e adubação de pomares adultos devem ser feitas ao longo dasruas da cultura, e as gradagens, quando necessárias, não podem serprofundas.
Quanto aos estudos do sistema radicular de cajueirosdo tipo anão precoce, cultivados sob regimes de irrigação e desequeiro, observados até o terceiro ano de idade, constatou-setambém, a tendência de bifurcação da raiz pi votante em três ou mais,assim como o desenvolvimento superficial das raízes laterais. Nãohouve diferença quando do uso de um ou dois microaspersores. Nasplantas irrigadas observou - se grande concen tração de raízes terciáriase radicelas na região do bulbo de molhadura. Já nas plantas cultivadasem regime de sequeiro, verifica-se que o sistema radicular explora umvolume de solo bem mais significativo, sem haver tendência deconcentração.
49
Recomenda-se, pois, que em pomares irrigados decajueiro anão precoce deve ser utilizado apenas um microaspersor e oaporte de adubos deve ser feito cobrindo o raio de molhadura domlcroaspersor.
4.4. Adensamento de cajueiro anão precoce
o cultivo adensado de plantas vem sendo praticado háalgum tempo em fruticultura, apresentando resultados satisfatórios.Este sistema de cultivo proporciona rendimentos iniciais elevados,permitindo a recuperação dos investimentos a curto prazo.
Devido às suas características, como porte baixo,precocidade e alto potencial produtivo, o cajueiro anão precoce seprestaria para um programa de cultivo usando o sistema adensado deplantas. O presente trabalho tem como obj eti vo estudar ocomportamento do caj ueiro anão precoce culti vado em sistemaadensado, visando ao aumento do rendimento da cultura e retornomais rápido dos investimentos.
O experimento foi instalado em 03/1991, na EstaçãoExperimental de Pacaj us, pertencente ao CNP A T, localizada nomunicípio de Pacajus, CE. No plantio foram usadas sementes do cloneCCP 76, se meadas diretamente no campo. O trabalho está sendoconduzido sob condições de sequeiro. O delineamento experimentalutilizado é o inteiramente casualizado, com cinco blocos e quatrotratamentos.
Tratamentos:
T 1 - Testemunha - sistema tradicional definitivo não adensado comespaçamento de 8m x 6m (208 plantas/ha).
T 2 - Sistema adensado com espaçamento 3m x 2m (1.666 plantas/ha).Neste tratamento será feita substituição de copa.
Sistema adensado com espaçamento 3mNeste tratamento será feita uma poda
(Hedegerow).
50
x 2m (1.666 plantas/ha).em forma de cerca-viva
T 4 - Sistema adensado com espaçamento 3m x 2m (1.666 plantas/ha).Neste tratamento serão feitos desbastes sucessivos até que aparcela tome a configuração da usada no sistema definitivo
(T 1)'
As práticas planejadas para as parcelas dos tratamentos
T 2' T3 e T 4 só serão iniciadas quando far constatada uma redução daprodução devido ao adensamento excessivo das plantas no decorrer doexperimento.
Os resultados obtidos até o momento, apresentados aseguir, refletem somente o efeito dos diferentes sistemas de cultivousados no experimento (adensado e não adcnsado) sobre os parâmetrosanalisados, tendo em vista que as práticas previstas para as parcelas dosistema adensado ainda não foram aplicadas.
Os dados obtidos para as medidas de envergadura ealtura encontram-se na Tabela 21. Como pode-se observar, as plantascultivadas em sistema adensado apresentaram maior crescimento doque as plantas do sistema não adensado (tradicional).
TABELA 21 • Média para as variáveis altura e envergadura emcajueiro anão precoce com 14 meses, cultivado emsistema não adensado e adensado, sob condições desequeiro. Pacajus, CE, 1993.
Sistema decultivo
Altura
(em)Envergadura (em)
N/S LlO
Não adensadoAdensado
83
10380
10686
103
Os dados de produção referentes às safras de 1992 e1993 estão apresentados na Tabela 22.
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TABELA 22 o Produção de castanha (nll e peso) de cajueiro anãoprecoce (CCP 76) cultivado em sistema adensado enão adensado, sob condições de sequeiro. Pacajus, CE,1993.
19921993
Sistema de
Número dePesoNúmero dePesocultivo
cast./ha(kg/ha)cast./ ha(kg/ha)
Não adensado
2.18214,864.70928,41Adensado
6.46439,8628.750175,17
Pela observação dos dados da Tabela 22, pode-severificar que a produção das plantas cultivadas em sistema adensadofoi superior àquela das plantas cultivadas em sistema tradicional (nãoadensado), sendo que o incremento na produção (kg/ha) na safra de1992 foi de 168% (25 kg/ha) e na de 1993, de 516% (147 kg/ha).
Durante a safra de 1993 foram feitas determinaçõesfísicas e físico-químicas de pedúnculo c castanha de plantas cultivadasnos dois sistemas de cultivo (Tabelas 23 c 24).
TABELA 23 • Determinações físicas de pedúnculo e castanha decajueiro anão precoce (CCP 76) cultivado em sistemaadensado e não adensado, sob condições de sequeiro.pacajus, CE, 1993.
CastanhaPedúnculo
Sistema de
Diâm. Diâm.
cultivo
PesoComp. Larg.PesoComp. maior menor
(g)
(mm)(mm)(g)(mm)(mm)(mm)
Não adensado
6,4334,9327,3454,80 57,7945,4335,80Adensado
6,9434,78 26,4075,00 64,5647,9136,22
52
TABELA 24 - Determinações físico· químicas de pedúnculo ecastanha de cajueiro anão precoce (CCP 76) cultivadoem sistema adensado e não adensado, sob condiçõesde sequeiro. Pacajus, CE, 1993.
Sistema de BrixpHAcidez T.Açú.Red.Vi t. CTaninoRend.*
cultivo
(2)(% a.m.)(%)(mg/100g)(%)ext. (7.)
Não adensado 12,50
4,20,408910,26265,190,3960,00
Adensado
13,084,50,276712,92248,810,3457,36
* Rendimento na extração do suco
Os resultados mostram que praticamente não houvediferenças entre plantas cultivadas nos dois sistemas de cultivo comrelação às características de pedúnculo c castanha, o que demonstraque a qualidade do fruto não se altera quando o cajueiro é cultivadonum espaçamento menor do que o recomendado.
Os dados obtidos até o momento evidenciam as
vantagens do sistema adensado sobre o não adensado nos primeirosanos do cultivo. Estes resultados preliminares mostram que o sistemade cultivo adensado poderá se constituir numa alternativa para aexploração do cajueiro, notadamente nas pequenas propriedades.
Posteriormente será feita a análise econômica dos
resultados para se avaliar a viabilização do sistema de cultivoestudado.
53
s. PROPAGAÇAO VEGETATIV A
Embora grande progresso tenha sido alcançado nosúltimos anos com as pesquisas em propagação vegetativa do cajueiro ede outras espécies tropicais, novos estudos são necessários no sentido
de gerar conhecimentos e tecnologias alternati vas de propagação paraas diversas espécies agroindustriais de interesse. Assim, o CNP A Tvem intensificando as pesquisas relativas a métodos alternativos depropagação, manejo de mudas, sobretudo relacionados à composiçãode substrato, micorrização, adubação orgânica e mineral,diversificação de porta-enxerto, determinação de parâmetros decrescimento entre outros. Os conhecimentos gerados contribuirão paraaperfeiçoar os atuais sistemas de produção de mudas, aprimorar astécnicas de propagação em campo, além de promover a modernizaçãoda agricultura regional visando à produção de matérias-primas emquantidade e qualidade para suprir as demandas da agroindústria.
5.1. Aspectos morfológicos e fisiológicos na germinação docajueiro
A "castanha semente" do cajueiro é ainda um dos
propágulos mais utilizados na formação de porta- enxerto, em menorescala na implantação de pomares comerciais e nos estudos demelhoramento visando aumentar a variabilidade genética para fins de
programa de seleção e produção de híbridos promissores de cajueiro.Assim, faz-se necessário o conhecimento mais detalhado da
morfologia e da fisiologia de germinação e do estabelecimento da
plântula. Acredita-se que a partir de estudos das mudançasmorfológicas e bioquímicas que ocorrem na semente e na plântula docajueiro, alguns pontos possam ser esclarecidos, a exemplo dalongevidade da castanha, melhor maneira de produzir porta-enxerto,melhor fase de desenvolvimento e local para se fazer o enxerto.
Neste sentido foram conduzidas, em 1993, ações de
pesquisa sobre método de secagem da "castanha semente", metodologiapara determinar a umidade, a curva de embebição, os estágios eindicadores de desenvolvimento e os teores de proteínas e lipídios nas
diferentes fases de germinação. Foram testadas três formas de
54
secagem: sementes recém-colhidas, sementes secas ao sol e sementessecas à sombra. Observou-se que as sementes recém colhidas tinham oteor de umidade significativamente mais elevado (20,73%), sendo queas sementes secas à sombra não diferiram das secas ao sol, cujaspercentagens de umidade foram 13,05% c 13,70%, respectivamente.
A curva de embebição foi. traçada pelos valorespercentuais da umidade ao longo de 240 horas de germinação. Usouse como substrato a vermiculita umedecida com água, na proporção de2 para 1 (v:v). A curva apresentou o padrão trifásico da absorção deágua, com etapas bem definidas das fases T, II e TIl da germinação.Do tempo zero até 144 horas, a absorção cresceu rápida esignificativamente em todos os pontos. De 144 horas até 180, pontoem que ocorreram as primeiras emergências de radículas, a absorçãoaumentou lentamente. A partir de 180 horas, a absorção voltou acrescer significativamente.
O processo de germinação e estabelecimento daplântula do cajueiro, quando observado em termos de índice dedesenvolvimento (ID) em função do tempo, resultou em uma curvasigmóide (Fig. 1), típica de qualquer processo de crescimento. Comocaracterística, apresentou um lento desenvolvimento nos primeiros setedias, seguido por uma fase de desenvolvimento mais rápido entre o 72
e o 162 dia após a semeadura, para em seguida voltar a um ritmo tãolento quanto o inicial.
55
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FIG. 1 - Curva do desenvolvimento da plãntula do cajueiro anãoprecoce (Anacardium occidenta/e L.), c10ne CCP 76.
56
A caracterização físico-química foi representada pelamatéria seca, fresca e teores de proteína e lipídios nos estágios(Tabela 25). Foram avaliados, separadamente, os cotilédones e os eixosembrionários de plântulas desenvolvidas com luz e no escuro.Colocou-se parte do material na estufa a 1050 por 96 horas, paraobtenção de matéria seca, e a outra parte foi liofilizada, moída edesengordurada a frio com hexana. Do material desengordurado foramdeterminados o nitrogênio total pelo método Baethgen & Alley e aproteína pela fórm ula Nx6,25. Nos cotilédones, o peso frescoaumentou significativamente até o estágio 5 na luz e estágio 6 noescuro. O peso seco decresceu continuamente até o estágio 8, mas noescuro o decréscimo foi menos acentuado. No eixo embrionário, opeso seco, a partir do estágio 5, aumentou significativamente e maisrápido na luz que no escuro.
Ao longo dos estágios ocorreu uma ininterruptatransferência de matéria seca para o eixo embrionário, e com ela,lipídios e proteínas; mas quando a plântula desenvolveu-se no escuroessa transferência foi menos intensa.
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TABELA 2S • Pesos fresco e seco e teores de proteína e Iipídios nos estágios da germinaçáo e
desenvolvimento da plântula do cajueiro anáo precoce (Anacardium occidentale L.),do clone CCP 76. Fortaleza, CE, 1993.
1 119 x 6rgio1 i Cot - cotilédonesi Eixo - eixo etIIbrionárioi L - lUZi E - escuro.
58
5.2. Borbulhia
Os estudos sobre borbulhia viabilizaram técnica e
economicamente a formação de mudas de cajueiro anão precoce, alémda substituição de copa de cajueiros jovens e adultos obtidos desementes. Esta técnica permite recuperar plantas fora dos padrõestecnológicos, assegurando uniformidade e maior produtividade dopomar. Por outro lado, sob condições de campo, alguns fatoresinfluenciam o sucesso da borbulhia. Assim, a época de enxertia, idadee tipo do porta-enxerto, parâmetros de crescimento e diferentes copasvêm sendo estudados pelo CNP ATem parceria com em presas privadase com a Universidade Federal do Ceará - UFC, com vistas aoaprimoramento da borbulhia e redução dos custos de muda, deimplantação e de recuperação de pomares jovens e adultos decajueiro. Neste sentido, alguns ensaios estão sendo conduzidos naEstação Experimental de Pacajus, CE, em áreas de produtores, nosmunicípios de Icaptlí e Maranguape.
Em setembro de 1992, foi instalado um ensaioobjetivando avaliar a borbulhia em cajueiro adulto com seis anos deidade, por meio da substituição de copa. Foram utilizados como copatrês clones de cajueiro comum, selecionados pelo CNP AT /COP AN(Companhia de Produtos Alimentícios do Nordeste) (COPAN BL 30,COPAN BL 52 e COP AN BL 265) e o clone CCP 76 anão precoce,· jáamplamente difundido entre os produtores. Além da compatibilidadeenxerto/porta-enxerto foram testadas cinco épocas de enxertia. Osresultados parciais obtidos (Tabela 26) mostram que os menorespercentuais de pegamento de enxerto foram observados quando aenxertia foi realizada no mês de setembro (67,8%) sendo que o cloneCOPAN BL 265 apresentou o menor valor, 59,7%, enquanto osmaiores percentuais foram conseguidos com a enxertia realizada nomês de janeiro, cujos valores variaram entre 95,2% (done COP AN BL265) e 100,0% (COPAN BL 30) e com média de 97,3%.
Ressalta-se que o número médio de enxerto realizadopor planta variou de 3,2 (outubro/92) a 3,8 (novembro/92). O menorvalor foi obtido com o clone copa COPAN BL 265, cuja média deenxerto por planta foi de 2,9 no mês de outubro e o maior número4,1 com o clone copa CCP 76 no mês de setembro/92 (Tabela 27).
59
TABELA 26 • Borbulhia no cajueiro adulto • percentuais depegamento de enxerto em função do clone (copa) e daépoca de enxertia. Fazenda Olho d'Água, Icapuí, CE,CNPAT/COPAN, 1993.
Épocas de enxertiaClone (copa) set/92
out/92nov/92dez/92jan/93
COPAN BL 30
75,591,193,182,5100,0COPAN BL 52
62,374,582,886,297,3COPAN BL 265
59,774,394,177,495,2CCP 76
73,880,083,995,296,7
Média
67,880,088,585,497,3
TABELA 27 • Borbulhia no cajueiro adulto • média de enxertorealizado por planta em função do clone copa e daépoca de enxertia. Fazenda Olho d'Água, Icapuí, CE,CNPAT/COPAN, 1993.
Número de plantas com copas recuperadas,en vergadura N -S e L -O e prod ução de castanha e de ped únculo serãocoletados visando avaliar o efeito da borbulhia sobre a recuperação daplanta, conformação da copa e produção.
Outro ensaio sobre enxertia do cajueiro vem sendorealizado visando estudar a borbulhia sob condições de campo emfunção do tipo e da idade do porta-enxerto. O ensaio está sendoconduzido pelo CNPAT/COPAN, no município de Maranguape, CE,desde junho de 1993. Estão sendo avaliados como porta-enxerto osdanes CCP 06 (anão-precoce) e o COPAN BL 221 (cajueiro-comum)e oito idades de enxertia. O delineamento utilizado foi inteiramenteao acaso, com quatro repetições, três sementes por cova e quatrocovas por parcela.
Na Tabela 28 encontram-se os resultados degerminação em função do clone. Os dados médios demonstram maiorgerminação (G = 1.31) do dane CCP 06, um dos mais utilizadosatualmente como porta-enxerto na formação de mudas de cajueiro emviveiros comerciais. Ressalta-se a importância da avaliação dagerminação da "castanha semente" de cajueiro em campo com vistas adeterminar o número de sementes por cova em face dos diversosfatores que influenciam este processo e custo deste insumo naformação do porta - enxerto para a realização da borbulhia em campo.
TABELA 28 - Borbulhia no cajueiro em função do tipo e da idadedo porta-enxerto. Número de castanha (NC) semeadapor cova e germinação em campo. Maranguape, CE,1993.
Porta - enxerto NC/covaNúmero deGerminação1observações
(g)
CCP 06
031101,31 aCOPAN BL 221
03991,19 b
CV%
--28,55
1 Dados médios trasnformados em are sen x/3
61
TABELA 29 • Borbulhia no cajueiro em função do tipo e da idadedo porta- enxerto. Diâmetro do caule (DC), altura daplanta (A), número de plantas enxertadas (NPE) eíndice de pegamento de enxerto (IPE). Maranguape,CE, 1993.
DCANPE IPEPorta -enxerto (em)
(em) 60 dias1
CCP 06
0,16 a20,15 a1,68 a1,29 aCOPAN BL 221
0,15 a29,04 a1,61 b1,09 b
Idade do porta enxerto2 11 = 46 dias
0,54 b12,55 c1,54 a1,16 a
12 = 78 dias
0,64 c15,34 c1,65 a1,29 a
13 = 108 dias
0,93 cb30,07 b1,65 a1,19 a
14 = 137 dias
0,99 cb30,00 b1,67 a1,26 a
15 = 170 dias
1,03 cb33,92 b1,66 a0,96 a
16 = 199 dias
1,06 cb37,60 b1,64 a1,32 a
17 = 235 dias
1,28 cb50,60 a1,67 a1,14 a
18 = 261 dias
5,90 a17,07 c1,79 a1,19 a
CV%
44,7629,5614,0348,20
1 60 dias após a enxerl ia.
2 Dias a partir da semeadura.Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste deTukey (5%).
Conforme se observa na Tabela 29, o porta-enxertoCCP 06 mostrou-se superior ao COPAN BL 221 no que se relacionaao número de plantas enxertadas (NPE = 1,29) e índice de pegamentode enxerto (IPE = 1,29). Já para diâmetro do caule e altura de planta,os porta-enxertos não diferiram entre si. Com relação à idade deenxertia, apenas as variações DC e A mostraram -se estatisticamente
62
diferentes entre si. O maior De (5,90cm) foi observado aos 261 diasapós a semeadura e a maior altura das plantas (50,60cm) aos 235 diasde idade. Observa-se que já a partir dos 46 dias de idade (Tabela 29)os porta-enxertos atingiram o diâmetro de enxertia (O,56cm),resultado este semelhante ao que se consegue quando o porta-enxertoé formado em viveiro, onde aos 50 dias após a semeadura atingediâmetro entre 0,45cm e 0,50cm.
5.3. Efeitos da adubação na formação de mudas de cajueiro- anãoprecoce
Visando eliminar a incidência de informações sobre ouso eficiente de adubos na formação de mudas de cajueiro,realizaram-se quatro ensaios p","'a avaliar os efeitos da adubaçãoorgânica e mineral, bem como da inoculação de fungosmicorrízicosarbusculares (FMA) sobre o desenvolvimento de mudas doporta- enxerto CCP 06 de caj ueiro anão precoce. Os ensaios foramconduzidos em casa de vegetação localizada no Campus do Piei, daUFC, por alunos do curso de pós-graduação em Agronomia, área deconcentração em solos e nutrição de plantas, com a colaboração daEMBRAP AI CNP AT.
O experimento I, com 16 tratamentos e cincorepetições, teve duração de 60 dias. Foram testadas 14 espécies defungos micorrízicos arbusculares (Tabela 30) em substrato (S)constituído de Areia Quartzosa e Latossolo Vermelho-Amarelo, naproporção 2:1.
No experimento lI, com 11 tratamentos e ClDCO
repetições, foram testadas cinco dosagens de húmus de minhoca comoadubação orgânica. Além do substrato (S), foi usado o substrato (SE),recomendado pela EMBRAPA/CNPA T para formação de mudas decajueiro anão precoce. As plantas foram inoculadas com o fungoGlomus macrocarpum (Tu!. & Tu!.), selecionado no experimento I.Foram avaliados os parâmetros altura de plantas, diâmetro do caule,peso da matéria seca da parte aérea, colonização radicular, teores defósforo e nitrogênio da parte aérea e área foliar (Tabela 31).
63
A inoculação com o fungo Glomus macrocarpum nãoproporcionou nenhum benefício no incremento dos parâmetrosanalisados, já que não houve efeito micorrízico entre o fungo e aplanta. O húmus de minhoca, pelos incrementos observados nosparâmetros analisados, revelou-se como boa alternativa na produçãode mudas de cajueiro anão precoce.
o substrato (SE), recomendado pelaEMBRAPA/CNPAT, mostrou-se superior ao substrato (S) somentenos tratamentos que não receberam dosagem de húmus, sendo inferiorcom relação aos parâmetros analisados nos tratamentos que receberama dosagem máxima de húmus (200g por quilograma de substrato).
64
TABELA 30 - Relação dos fungos testados no experimento I,pertencentes ao banco de inóculo do Setor deMicrobiologia de Solos do Departamento de Solos daUFC. Fortaleza, 1993.
TABELA 31 . Altura das plantas, diâmetro do caule, peso da matériaseca da parte aérea, teor de N e teor de P da parteaérea e área foliar do experimento 11, média de cincorepetições. Fortaleza, 1993.--Altura
Diâm.Tratamentos
dasdoPesoTeorTeorÁrea
plantas
caulesecode Nde Pfoliar(cm)
(cm)(g)(%)(%)(dm2)
T1
19.10a0.59 ab4.26 ab1.502 ab0.094 ab 4,12 a
T2
17,50 a0.57 ab3.97 a1.146 a0.088 ab 4.09 a
T3
18.00 a0,60 ab4.19 ab1.138 a0.090 ab 4.15 a
T4
18,20 a0,49 a4.23 ab1.608 b0.079 a4,28 a
T5
19,50 a0.58 ab4,91 ab1.582 c0.088 ab 5.11 abc
T6
18.20 a0.59 ab5.32 ab1.704 b0,107 ab 5,80 abc
T7
19,80 a0.58 ab5.02 ab[,670 b0.098 ab 5.10 abc
T8
19.00 a0.58 ab4.66 ab1.884 bc0.113 ab 4,93 ab
T9
19,90 a0.59 ab4.81 ab1.868 bc0.126 b5,14 abc
TlO
21.90 a0.66 ab5.77 b2.092 c0.173 c6,74 c
TU
19,60 a0.68 b5.29 ab2.146 c0.202 c6,39 bc
CV
11,8812,9010.2910.2117.4116,11
• Tratamentos seguidos da mesma letra náo diferem entre si ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste de Tukey.
TI - substrato (SE), natural. ii..a.. - FMA'"
T2 - substrato (S), pasteurizado, fI.a .. - FMA
T3 - substrato (S), pasteurizado. fI.a., + FMA'
T4 - substrato (S), pasteurizado, 50 g/kg (S) - FMA
TIO - substrato (5), pasteurizado, 200 g/kg (5) - FMA
T 11 - substrato (5), pasteurizado. 200, g/kg (5) + FMA50 g/kh (S) a 200 g/ks (5) dosagens de húmus de minhoca aplicados.ii.a. - substrato náo adubado com húmus.
- FMA = não inoculado; + FMA = inoculado.
66
No experimento IH, com nove tratamentos e cincorepetições e uma duração de 60 dias, foram testadas sete espécies defungos micorrízicos arbusculares, tendo sido utilizado um substrato (S)constituído de uma mistura de Areia Quartzosa e Latossolo VermelhoAmarelo na proporção de 2:1, com 2 mg/kg de fósforo e pH 5,10. Asplantas receberam adubação mineral com solução de Hewitt, isenta defósforo. Os resultados desse experimento encontram -se na Tabela 32.No experimento IV, com 12 tratamentos c cinco repetições e umaadubação de 50 dias, utilizou-se, além do substralo (5), um substrato(SE) recomendado pela EMBRAPA/CNPAT para a formação demudas, constituído de uma mistura de Arcia Quartzosa e Vertissolo,na proporção de 2:1, com 26 mg/kg de fósforo de pH 5,3. As plantasforam inoculadas com o fungo micorrízico arbuscular Glomusmacrocarpum Tulasne & Tulasne, previamente selecionado. Fez-se aincubação do substrato (5) com o objetivo de elevar o pH para a faixaentre 6,5 e 6,8, ideal para o crescimento do fungo, bem como elevaros níveis de cálcio e magnésio. Os tratamentos receberam umaadubação básica de 60 ml!kg de potássio na forma de doreto depotássio e 50 mg/kg de nitrogênio na forma de uréia, baseada naanálise química do substrato (S). Como fonte de fósforo solúvelempregou-se o superfosfato triplo nas dosagens de 30, 40, 90 e 120mg/kg. O substrato controle (SE) foi adubado com 1,5g desuperfosfato triplo e 1,2g de cloreto de potássio, por quilograma desubstrato. Avaliaram -se os seguintes parâmetros: altura das plantas,diâmetro do caule, número de folhas, área foliar, matéria seca daparte aérea, conteúdo de fósforo da parte aérea e percentagem decolonização radicular.
A inoculação das plantas com os fungos micorrízicosarbusculares e a adubação fosfatada não proporcionaram efeitosestatisticamente significativos no desenvolvimento das mudas nos doisexperimentos. O substrato (SE), embora dotado de boa fertilidadenatural, não se mostrou superior ao subslralo (S) utilizado no presentetrabalho (Tabela 33).
67
TABELA 32 . Altura das plantas, diâmetro do caule, matéria seca daparte aérea e colonização radicular das plantas doexperimento I, média de cinco repetições. Fortaleza,1993.
• Tratamentos seguidos da mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de
probabilidade.
69
TABELA 33 • Altura da planta, diâmetro do caule, número de folhase área foliar da parte aérea, matéria seca da parteaérea, conteúdo do fósforo, infecção radicular dasplantas, média de 5 repetições. Fortaleza, 1993.
Altura
(ca)
Diâmetro
do caule
(M)
Número
de
foLhas
Área
faL ;ar
(dm2)
Matéria
seca
(9)
Conteúdo
P
(%) **
CoLonizaçãoradicuLar**are sen %
T1 (SE, NP, SC, A, Nl)
21,00 11 6,81 11 12,80 a 4,67 a 4,89 abc 2,00 abcd* NihiL
T2 (S, NP, SC, NA, Nl)
20,00 a 6,82 a 13,20a 5,02 11 5,78 abc 1,37 de NihiL
T3 (S, NP, SC, NA, I)
22,10 a 7,23 a 11,60 11 5,46 11 6,29 a 1,23 e 20,20 a
T4 (s, P, CC, NA, I)
22,90 11 6,96 11 12,80 a 5,13 a 6,09 ab 1,43 de 17,20 ab
T5 (s, P, sc, A)
19,00 a 6,22 a 13,10 11 4,58 a 4,77 bc 1,51 de 12,60 cb
T6 (5, P, sc, NA, 1)
21,50 a 6,81 11 12,2011 4,77 a 5,79 abc 1,46 de 7,60 c
T7 (s, P, CC, A, -P, Nl)
19,10a 6,75 a 11,80a 4,35 a 4,92 abc 1,66 cde
T8 (s, P, cc, A, -P, 1)
19,00 a 6,94 a 11,60 a 4,43 a 5,08 abc 1,42 de
T9 (s, P, CC, A, P1, 1)
20,50 a 7,24 a 12,20 a 4,90 11 5,72 abc 1,72 bcde
T10 (s, P, CC, A, P2, I)
19,70 a 7,10 a 11,60 a 4,81 a 5,47 abc 2,23 a
70
NihiL
NihiL
14,40 ab
19,00 ab
TABELA 33 - Continuação.
---Diâmetro
NúmeroÁreaMatériaConteúdoColonizaçãoAltura
do cauledefoliarsecaPradicular**
(em)
(mm)folhas(dm2)(9)(%) **are Sen %
T11 (S, P, CC, A, P3, 1)
21,50 a
7,55 li14,20 a5,63 li5,77 abe2,41 a15,20 ab
T12 (S, P, cc, A, P4, 1)
20,10 a
7,38 a12,40 a4,82 a4,64 c2,64 a15,80 ab
CV%
10,327,6213,5514,9412,1118,0021,33
• Tratamentos seguidos da mesma letra não diferem enstre si ao nível de 5% de
probabilidade .
•• Parâmetros transformados onde y = arc sen x. onde x corresponde ao conteúdo de
fósforo na parte aérea e a infecção radicular expressos em percentagem.
S - substrato
A - adubado
NA - não adubado
SE - substrato controle
P - pasteurizado
NP - não pasteurizado
CC - com calagemNI - não inoculado
- P - sem fósforo
PI - 30 mg/kg de P
P2 - 60 mg/kg de P
P3 - 90 mg/kg de P
P4 - 120 mg/kg de P
se - sem calagemI - inoculado
71
6. ENTOMOLOGIA
No Nordeste brasileiro o ano de 1993 caracterizou-se
pela baixa precipitação, ocasionando várias implicações para aagricultura regional. No caso do cajueiro, no que se refere às pragasesse período pode ser considerado atípico. As pragas consideradas deimportância econômica como a broca-das-pontas do cajueiro,Anthistarcha binocularis;. traça - das- castanhas, Anacampsis sp.; pulgãoda-inflorescência do cajueiro, Aphis gossypii; tripes-da-cintavermelha, Selenotltrips rubrocinc/us; os desfolhadores (lagartasCicinnus callipius, Thagona sp., Cerodirphia rubripes, Eaclesimperialis magnifica, Megalopyge lana/a, o besouro vermelho,Crimissa cruralis apresentaram baixa população, com apenas focosesporádicos e localizados. Por ou tro lado, as condições climáticas,associadas às práticas agronômicas inadequadas, proporcionaram umsurto das brocas do gênero Marshallills em várias fazendas dos estadosdo Ceará, Pará e Rio Grande do Norte.
O proscopiídeo mané-magro, S/iphra robusta tambémocorreu em altas populações em áreas isoladas, principalmente nosestados do Ceará e Rio Grande do Norte, causando desfolharnento de100%.
O desenvolvimento de um manejo para as principaispragas do cajueiro em 1993 teve seus resultados em parteprejudicados pela seca, com a conseqüente ausência de pragas.Todavia, desenvolveu - se e testou - se uma metodologia para avaliar afenologia da planta. Neste primeiro ano, verificou-se que o parâmetrofloração se adequa às necessidades de manejo integrado.
6.1. Biologia das principais pragas do cajueiro
O cajueiro, Anacardium occidentale L., é atacado poruma centena de artrópodes fitófagos, sendo, no entanto, cerca de 20de importância econômica. Destes, apenas dois, Eacles imperialismagnifica Walker e Aleurodicus cocois (Curtis), tiveram sua biologiaestudada na íntegra. Os resultados deste projeto revelaram os seguintesperíodos, em dias, para Thagolla sp.: ovo - 5, larva - 18,34 - 24,51,pupa - 5,97, pré-oviposição - 3,32, número de ovos por fêmea 133,58, longevidade dos adultos - 6,36 - 7,05; para Cerodirpharubripes (Draudt): ovo - 14,95, larva - 46,46 - 58,46, pré-pupa -
72
11,18 - 12,0, pupa - 25,64 • 26,08, pré-ovoposição - 3,5, número deovos por fêmea - 275,08, longevidade dos adultos - 8,85 - 9,64; paraAnthistarcha binocularis Meyrick foi apenas possível fazer a biologia
parcial, sendo o período larval de 33,6, pupa - 0,7, longevidade dosadultos 6,5 dias para insetos criados em partes da inflorescência e35,5, 10,0, 6,3 dias para período larval, pupa e longevidade,respectivamente, em insetos criados em inflorcscências inteiras.
6.2, Influência de níveis de desfolha e retirada de panículas naprodudvidade do cajueiro enxertado
Verificou-se o efeito de níveis e épocas de desfolhaem cajueiro anão, Anacardium occidentale L. Foram simulados ataquesde insetos mediante desfolhas artificiais c arranquio das folhas. Osdados de seis experimentos indicam que o cajueiro pode sofrerredução na sua área foliar até 60% no período vegetativo, 40% noperíodo de frutificação e 20% quando a desfolha efetua-se nos dois
períodos (vegetativo e reprodução), sem haver perdas significativas naprodutividade. Pode também perder todas as folhas após o primeiropico de produção, sem haver redução na produtividade.
O cajueiro, Anacardium occidentale L., é atacado porcerca de 100 artrópodes fitófagos. Vários são responsáveis por danosàs estruturas de frutificação. Os estudos efetuados para verificar oreflexo da despaniculação artificial, como método para simular o danode praga, na produtividade do cajueiro, mostraram que trêsdespaniculações de 10% já foram suficientes para causar uma reduçãode 29,27% na produtividade do cajueiro anão.
6.3, Efeitos de produtos seletivos no controle das pragas do cajueiro
O objetivo deste trabalho é comparar a eficiência deprodutos seletivos de diferentes grupos (fosforados, carbamatos epiretróides) com produtos biológicos, determinando suas dosagens efreqüência de aplicações para uma futura incorporação em um sistemade manejo integrado de pragas.
Os principais resultados obtidos serão relatados asegUlr:
a) Controle químico do pulgão-da-inflorescência do cajueiro comprod u tos se\eti vos
73
Na Tabela 34 apresenta-se a flutuação da população dopulgão-da-inflorescência Aphis gossypii c do predador Scymnus sp.quando usados diferentes defensivos. Pode ser observado que no iníciodo ensaio a população do pulgão estava alta, continuando a crescerpor duas semanas e decrescendo em seguida. O predador apresentoucomportamento semelhante. A redução na população do predadorpode ter ocorrido em funç.ão da ação dos defensivos, falta de alimentoou associação destes dois fatores.
TABELA 34 - Flutuação da população do pulgão-da-inflorescência edo
2/ Contagem prévia antes da pulverização31 Nesta linha encontram-se as contagens para pulgão4/ Nesta linha encontram-se as contagens para .§fymnus
74
Estatisticamente, somente o fosfamidon e o tiometondiferiram da testemunha. Todavia, o inseticida fosfamidon apresentouuma eficiência acima de 80% neste trabalho, mostrando - se, noentanto, tóxico ao predador Scymnlls sp. Por outro lado, os produtosmoderadamente tóxicos (mortalidade de 31% a 50%) e o vamidotionforem considerados inofensivos (mortalidade de 0% a 10%) aopredador (Tabela 35).
b) Controle de pragas no período de floração e frutificação docajueiro
Dos treze produtos testados, deí' foram eficientes nocontrole do tripes, Selenothrips rubrocillctllS nas condições em que foirealizado o ensaio. Os inseticidas fcnthion, fenvalerate, fenitrothion,carbaryl, cyfluthrin, metamidophos, dimctoato, triazofós,apresentaram eficiência acima de 94% no controle de S. rubrocinctus(Tabela 36). No controle do pulgão, os produtos dimetoato efenitrothion mostraram -se eficientes. Entretanto, apesar de outrosprodutos testados não controlarem A. gossypii em cajueiro, apenasdeltamethrin (Decis 25 CE) causou aumento na população do pulgãoda-inflorescência do cajueiro. Os graus de infestação referentes aotripes e pulgão estão resumidos na Tabela 37.
c) Efeito de phosphamidon e dimetoato na população do pulgão-dainflorescência do caj ueiro
Phosphamidon, utilizado na dosagem de 223,Og deingrediente ativo por hectare, e dimetoato, nas dosagens trações:89,32g; 178,60g; 267,80g; e 446,50g de ingrediente ativo por hectare,foram eficientes no controle de Aphis gossypii em cajueiro,utilizando-se um volume de calda de 203 Ilha. Os produtos testadosmostraram-se eficientes após 3, 7 e 10 dias após a pulverização(Tabela 38 e 39).
d) Efeito de phosphamiJon e metamidophos na população de Aphisgossypii em cajueiro
Phosphamidon, usado na dosagem de 360,80g deingrediente ativo por hectare, e metamidophos nas dosagens: 216,48g;432,96g; 649,44g; e 1.082,40g do ingrediente ativo por hectare, foram
75
eficientes no controle de Aphis gossypii em cajueiro, com um volumede calda de 328 Ilha (Tabela 40 e 41).
e) Eficiência de inseticidas no controle da mosca-branca do cajueiro,A/eurodicus cocois (Curtis, 1846).
Na Tabela 42 são apresentadas as flutuações dapopulação de A. cocois em cajueiros quando pulverizados comdiazinon, acephate, fenvalerale, metam idophos e fenitrothion.Observa-se que no início do experimento todos os cajueirosapresentavam 100% de infestação (contagem prévia). Após estaamostragem foi realizada a pulverização. Ouatorze dias após aprimeira aplicação dos produtos, o decréscimo da população do insetonão foi significativo. A partir da segunda pulverização apenas ofenitrothion diferiu da testem unha; na terceira pulverização odiazinon, fenvalerate e fenitrothion diferiram estatisticamente datestemunha. Todavia, apenas o fenvaleratc e o fenitrothionapresentaram eficiência acima de 80% (Tabela 43).
Com base nos resultados obtidos nos experimentoscitados (itens 5.1. a 5.5.) conclui -se que:
- os inseticidas vamidotion, triazophos, dimetoato c tiometon podemser usados em programas de manejo de pulgão- da- inflorescência docajueiro, A. gossypii na presença do predador Scymnus sp ..Todavia, o fosfamidon somente deverá ser usado em situação emque o predador não esteja presente;
- os inseticidas fenthion (211g do i.a./ha), fenvalerate (50g doi.a./ha), fenitrothion (316g do i.a./ha), carbaryl (572g do i.a./ha),cyfluthrin (84g do i.a./ha), fenitrothion (316g do i.a./ha),metamidophos (379g do i.a./ha), dimetoato (169g do i.a./ha) etriazofós (169g do i.a./ha) apresentaram eficiência acima de 80% nocontrole de S. rubrocinctus; e
- dentre os produtos testados no controle de A. cocois (mosca branca),diazinon (423g de i.a./ha), fenvalerate (79g de i.a./ha) efenitrothion (881g do La./ha) apresentaram eficiência superior a71,43%.
76
TABELA 35 • Efeito de diferentes defensivos sobre o pulgão- da-inrlorescência, Aphis gossypii
Glover e do predador Scym/llls sp., e ocorrência de 'meIa', Pacajus, CE, 1992.
Pulgão Scymus
Trataentos cpll
Médi a2/%E31"Mela"41I. RM51cp11Média21% RÓIkg/ha
1. Testell'lJnha
53,136,8 a71--58,8 a71--910,6 a71--945 a71
2. DillletOllto
50,027,4 a2151,3 a1366,7 ab 43805 a
3. Triazofós
59,426,7 ab3532,5 ab4533,8 abc29822 a
4. Vamidotion
53,128,1 a2446,3 a2136,8 ab O879 a
5. TiOlleton
50,015,3 bc5618,1 bc6931,9 bc43984 a
6. Fosfalidon
59,46,6c84 10,6c82 20,4 100739 a
cvm
--34,7 --35,6 ---41,4 --32,7
11 Contagel prévia, ou seja, a infestação antes da pulverização.
21 Média das observa~s feitas durante o transcorrer do ensaio após a pulverizaçlio.
31 Percentagell de eficiência baseada na infestaçlio média.
41 Percentagell de panlculas COlll ".ela".
51 Percentagell de redução da "Iltla" em re lação 11 testellunna.
61 Percentage~ de redução de Scymnus em relação a testellUnha, 3 dias após a primeira pulverização.
71 As llédias, na coluna, seguidas da mesma letra nlia diferiram estatisticalllente, entre si, ao nível de 5% de
probabil idade pe lo teste de Tukey.
77
TABELA 36 - Eficiênci~ de diferentes produtos no controle dotripes, Selenothrips ruborcinctl/s. Icapuí, CE, 1992.
TABELA 37 • Grau de infestaçáo apresentado pelo tripes e pulgão em cajueiro tratado comdiferentes defensivos. Icapuí, CE, 1992.
Tripes
Pulgão-- 13 DA3/13 DA3/13 DA3/ 13 DA3/ 13 DA3/
TrataaentO$
g. i./ha1/ cp2/11PCP11P21P31P41P
28/08
16/0928/0816/0930/0914/1029/10
1. TesteMunha(sen controle)
-39,0623,443,131,5615,6317,1217,19 a'04/
2. Fenthion (Lebaycid 500 CE)
211,00 53,131,561,564,6934,3831,2540,63 a
3. Deltalethrin (Decis 25 CE)
2,00 42,1917,193,133,1315,6345,3112,50 bcd
4. Fenvalerate (~llll8rk 75 CE)
50,00 56,250,003,130,006,2515,6317,19 ab
5. Fenitrothion (Sumithion 500 CE)
316,00 51,561,560,003,131,5612,5017,19 ab
6. Bacillus thuringiensis (Dipel PH)
7,38 45,3121,881,563,137,8121,881,56cd
7. earbaryl (Sevin 850 PH)
572,00 40,630,000,000,001,5614,0626,56 ab
8. Cyfluthrin (Baytroid 50 CE)
84,00 50,000,000,004,699,3820,3123,44 ab
9. Fenitrothion (Agrifenil 500 CE)
316,00 51,560,000,000,004,697,810,00d
10. Meta.idophos (Stron 600 CE)
379,00 56,250,000,001,560,001,5112,50 bcd
11. Carbaryl (Agrivin 850 PH)
572,00 53,130,001,564,699,3818,750,00d
12. Di.toato (Agritoato 400 CE)
169,00 43,750,001,560,003,130,0023,44 ab
13. Triazofós (Hostathion 400 aR)
169,00 51,560,000,006,2528,1332,816,25 bcd
14. TiOleton (Ekatin 250 CE)
79,00 34,3812,503,133,130,003,1317,19 ab
1/ Grall do ingrediente ativo por hectare.
2/ Contagetlprévia (antes da pulverização).3/ Treze dias após a 11, 2', 31 e 41 puLverização.4/ As l!édias,na coLuna, seguidas da meslIIlILetra não diferira., entre si, ao nível de 5X de probabilidadeptlo teste de Tukey.
79
TABELA 38 - Efeito de phosphamidon e dimetoato na população dopulgão - da - inflorescência do cajueiro. Pacajus, CE,1993.
Grau de infestação (%)Tratamentos
g.i.a./haCP
3 DAP7 DAP13 DAP
1. Testemunha
-35.42 a39.58 a41.67 a43,75 a
2. Phosphamidon (Dimecron 500)
223.3041,67 a0.00 b0.00 b0,00 b
3. Dimetoato (Agritoato 400)
89,3222,92 a8.33 b4.16 b4,16 b
4. Dimetoato (Agritoato 400)
178.6037.50 a8.33 b4.16 b10.41 b
5. Dimetoato (Agritoato 400)
267.8031.25 a2.0g b2.08 b0,00 b
6. Dimetoato (Agritoato 400)
446.5022.92 a0.00 b6,25 b8.33 b
F
1.38 n.s.25.53""14,94 ••17,13" •
Coeficiente de variação (%)
8,8310.3411,8612,26
g.i.a./ha = grama do ingrediente ativo por hectare.
CP = contagem prévia,
DAP = dias após a pulverização.
As médias, nas colunas, seguidas da mesma letra. não diferiram estatisticamente, entre si,
pelo teste de Tukey,ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 39 - Eficiência de phosphamidon e dimetoato no controledo pulgão-da-inflorescência do cajueiro. Pacajus, CE,1993.
Tratamento g.i.a. / ha 1
1. Testemunha
2. Phosphamidon (Dimecron 500)
3. Dimetoato (Agritoato 400)
4. Dimetoato (Agritoato 400)
5. Dimetoato (Agritoato 400)
6. Dimetoato (Agritoato 400)
223.30
89.32
178,60
267,80
446,50
3 DAP2 7 DAP213 DAP2
0.00
0,000,00
100.00
89,5090,50
87.30
81.5063,20
96.50
83,4086,00
96,30
87.00100,00
96.80
84,7093,10
1 Grama de ingrediente ativo por hectare.
2 Três, sete e treze dias após a pulverização.
80
TABELA 40 - Efeito de phosphamidon e metamidophos na populaçãodo pulgão-da-inflorescência do cajueiro. Pacajus, CE,1993.
g.i.a./ha = grama do ingrediente ativo por hectare.
CP = contagem prévia.
DAP = dias após a pulverização.
As médias, nas colunas, seguidas da mesma letra, não diferiram estatisticamente, entre si,
pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 41 - Eficiência de phosphamidon e metamidophos nocontrole do pulgão-da-inflorescência do cajueiro.Pacajus, CE, 1993.
Tratamento g.i.a./ha1
1. Testemunha
2. Phosphamidon (Dimecron 500)
3. Metamidophos (Stron 600)
4. Metamidophos (Stron 600)
5. Metamidophos (Stron 600)
6. Metamidophos (Stron 600)
360.80
216,48
432.96
649.44
1.082,40
3 DAP2 7 DAP213 DAP2
0.00
0.000,00
100,00
100.0090,50
67.50
85.4063,20
80.20
77.6086,00
94.10
100,00100,00
100.00
70,6093,10
1 Grama de ingrediente ativo por hectare.
2 Três, sete e treze dias após a pulverização.
81
TABELA 42 • Grau de infestação da mosca branca, Aleurodicuscocois em cajueiro tratado com diferentes produtos.Icapuí, CE, 1993.
Grau de infestação (%)Tratamento
i.a./hal1
(g)
CP2114 DA pp31 14 DA 2ip4114 DA 2ip51
1. Diazinon
423,00100.0056.25\ n.s.18.75 ab18,75 b61
2. Acephate
285.00100.0046.8828.13 ab25,00 ab3. Fenvalerate
79.00100.0050.0021.88 ab12,50 b
4. Metamidophos
634.00100.0046,8831.25 ab25,00 ab5. Fenitrothion
881.00100.0046.886.25 b3,13 b6. Testemunha
100,0065.6359.38 a65,63 a
Pulverização
02/07lf>/0730/0713/08
Coeficiente de variação (%)
21.4355.7547,85
11 Grama de ingrediente ativo por hectare.
21 Contagem prévia.
31 41 5/ 14 dias após a P. 21 e 3i pulverização.61 As médias, nas colunas. seguidas da mesma letra. não diferiram estatisticamente, entre
si, pelo teste de Tukey. ao nível de 5'7<,de probabilidade.
TABELA 43 • Percentagem de eficiênciaquímicos no controle decajueiro. Icapuí, CE, 1993.
de diferentes produtosAleurodicus cocois em
Eficiência ('7<)
Tratamento g.i.a./ha114 DA lip21J4 DA 2·p3114 DA 3ip41
1. Diazinon
423.0014.2958.4271,43
2. Acephate
285.0028.5752.6361,903. Fenvalerate
79,0023.8153.1580,95
4. Metamidophos
634.0028.5747.3761,915. Fenitrothion
881,0028,5789,4795,236. Testemunha
0.000.000,00
Pulverização
16/0729/0712/08
11 Grama de ingrediente ativo por hectare.21 31 41 14 dias após a li. 2i e 31 pulverização.
82
7. FITOPATOLOGIA
Levantamento conduzido pelo CNP AT nos Estados daBahia, Ceará, Rio Grande do Norte c PiauÍ revelaram que umpercentual de 5% a 10% das castanhas de caj u produzidas apresenta asamêndoas impróprias para o processamento industrial, em virtude dadeterioração fúngica. Até o presente, cerca de 21 diferentes fungos jáforam identificados. As espécies de Aspergil/u.s e Penicil/ium têm sidoisoladas mais freqüentemente (Tabela 44). Merece destaque a presençada espécie A. flavlls, muito embora a ocorrência da toxina (aflatoxina)normalmente produzida por este fungo não tenha sido ainda detectadaem amêndoas de cajueiro.
As pesquisas desenvolvidas indicam que a penetraçãodos fungos nas amêndoas ocorre ainda em condições de campo,agravando-se posteriormente com os métodos inadequados dearmazenamento sob alta temperatura, estocagem a granel, semventilação e elevada umidade ambienta!.
Com relação à aceroleira (Malpighia glabra L.) ficouconstatada, em recente levantamento realizado pelo CNPAT, a ampladispersão de nematóides das galhas (Meloidogyne incognita e M.javanica) tanto em mudas quanto em plantas adultas em campo. Emnove municípios do Estado do Ceará e em dois do Rio Grande doNorte, estes fitopatógenos vêm causando severas infestações naaceroleira, podendo se transformar em futuro próximo, em sérioproblema para a cultura (Tabela 45). Tem sido observada a utilizaçãode mudas infectadas com nematóides das galhas para a formação deplantios comerciais.
83
TABELA 44 - Fungos identificados associados a amêndoas decajueiro nos Estados da Babia, Ceará, Piauí e RioGrande do Norte. EMBRAPA/CNPAT. Fortaleza, CE,1993.
FungosR. G.
Babia Ceará Piauí do Norte
1. Absidia corymbifera ++
2. Aspergillus flavus+
3. A. japonicus+
4. A. erytrocephalus-+
5. A. niger++
6. A. oryzae+
7. A. ochraceus-+
8. A. parasiticus-+
9. A. ustus-+
10. Curvularia lunata++
11. Cladosporium cladosporioi des++
12. Cylindrocladium parvum-+
13. Colletotrichum gloesporioides-+
14. Fusarium solani++
15. Nigrospora oryzae-+
16. Penicillium citrinum++
17. P. purpurogenum
-+
18. Pestalotiopsis sp.++
19. Syncephalastrum racemosum
-+
20. Talaromyces trachyspermum
-+
21. Tritirachium sp.-+- + = ocorrência confirmada- = ocorrência não confirmada ainda
84
+ ++
+ ++ +
+
+ ++ +
++ ++ ++ +
+ +
TABELA 45 . Ocorrência de espécies de nematóides das galhas emacerola nos municípios dos Estados do Ceará e RioGrande do Norte.
Municípios Plantas adultas
Barreira (CE)
M. incognita eM. javanica
Cascavel (CE)
M. incognita
Maracanaú (CE)
M. incognita eM. javanica
Mossoró (RN)
M. incognita
Pacajus (CE)
M. incognita eM. javanicaParaipaba (CE)
M. incognita eM. javanica
São Luiz do Curu (CE)
M. incognita
Serra do Mel (RN)
M. incognita
Trairi (CE)
M. incognita
Tururu (CE)
M. incognita
Uruburetama (CE)
M. incognita Mudas
M. incognita eM. javanica
M. incognita
M. incognita eM. javanica
M. javanica
M. incognita
8. TECNOLOGIA AGROJNDUSTRIAL
8.1. Caracterização física, química e sensorial do fruto epseudofruto do cajueiro
Este projeto tem a finalidade de apoiar o programa demelhoramento genético do CNPÀT na seleção de plantas para os
85
estudos de uniformização dos caracteres descj áveis dos futuros clones.Duas linhas de trabalho vêm sendo desenvolvidas paralelamente, acaracterização biométrica e tecnológica das castanhas e acaracterização física, química e sensorial dos pedúnculos de diversosclones e ortetes de cajueiro.
Características biométricas e tecnológicas da castanha de caju
Neste trabalho, as características biométricas incluíram
peso, com primen to e diâmetro, e os indicadores tecnológicoscompreenderam relação peso da amêndoa! peso da castanha, facilidadede abertura, facilidade de remoção da película, estado de sanidade eperfil de classificação das amêndoas. Os dones avaliados foramCP 06, CP 09, CP 76 e CP 1001, por meio de castanhas colhidas nasafra de 1992.
Os dones CP 76 apresentaram maior peso e tamanhoque os demais danes, mostrando-se também mais promissores doponto de vista tecnológico, com alta percentagem de amêndoasinteiras após o corte (99,72) e menor quantidade de amêndoasquebradas mesmo após a despeliculagem. Cerca de 51,7% de suasamêndoas corresponderam ao W240 e 23,5% ao tipo W320,caracterizando-se por amêndoas de tamanho médio.
o done CP 09 apresentou amêndoas maIOres, com
quase 40% delas classificadas acima de inteira especiaí., fato que podeser explicado por sua maior relação amêndoa/castanha (31,27%). Noentanto, esse done apresentou maior quantidade de amêndoasquebradas e alto percentual de amêndoas brocadas.
Características físicas, químicas e senso.iai§ dos pedímculos
Na safra de 1992 foram repetidas as determinaçõesrealizadas no ano anterior, que, em sua maioria, apresentaramvariações significativas de um ano para outro. No entanto, asprincipais características dos pedúncu!os de cada dane estudadoforam confirmadas.
86
Os pedúnculos do done CP 76 possuem maior peso emaiores dimensões que os demais dones (Tabela 46). Foi confirmadatambém sua superioridade no teor de sólidos solúveis e vitamina C(Tabela 47), além de suas características sensoriais como alto saborcaracterístico, doçura e impressão global, baixa acidez e adstringência(Fig. 2).
O suco dos pedúnculos de gênero microcarpum tambémapresentam ótimas características para consumo, devido a sua elevadarelação Brix/acidez (78,0) e reduzido teor de taninos (0,12%). Aanálise sensorial realizada confirmou sua elevada doçura, baixa acideze adstringência.
TABELA 46 • Valores médios de peso, comprimento e diâmetros dospedúnculos de 5 clones de cajueiro, determinados emduas safras consecutivas (1991 e 1992).
ClonesDetermi- nação
CP 06CP 09CP 76CP 1001 Microcarpum
Peso(g)
122,42 b105,35 c139,31 a96,94 c34,79 d
Comprimento (cm)75,91 a58,36 c75,89 a64,90 b42,09 d
Diâmetro inferior (cm)53,77 b54,00 b59,55 a53,27 b35,01 c
Diâmetro superior(em)
38,56 c44,03 b46,18 a39,82 c28,53 d
87
TABELA 47 • Valores médios das determinações químicas e físicoquímicas em pedúnculos de 5 c10nes de cajueiro,definidos em duas safras consecutivas (1991 e 1992).
(mg/100ml) 183,03 b 149,14 c 272,73 a 146,55 c 73,09 d
Taninos(%) 0,36 b 0,44 a 0,37 b 0,34 c 0,12 d
88
.'
_'O..-"--- "",
-- ----- .--
\\\\\\\\\,\\\\\\\
na
Gortar*l
-- - CP06----- - CP 09
-- - CP76
-- - CP1OO1
•••••• - MicroçarpiuIII
FIG. 2 - Características sensoriais do suco dos pedúnculos de 5clones de cajueiro determinadas por meio da ADQ.
89
8.2. Produção de suco de caju clarificado
Este projeto tem por objetivo desenvolver eaperfeiçoar tecnologias para a padronização da caj uína produzida empequena e média escalas, bem como obter um processo que viabilize aprodução do suco clarificado em escala industrial, o qual poderá serutilizado na elaboração de suco concentrado, refrigerantes, vinhos,xarope e "blends" com outras frutas.
Os trabalhos envolveram ensaios de clarificação,filtração e tratamento térmico do suco de caju, testando-se diversosagentes clarificados e dois tipos de filtros. As gelatinas líquidas de usoenológico apresentaram maior eficiência de clarificação, eliminando aturbidez do suco de caju (Abs 660 igual a zero) com apenas100 ml/hl). Observou-se que, para todas as gelatinas testadas, existeum limite de remoção de taninos de 48 -50%, atingido já em pequenasconcentrações. A utilização isolada de PVPP apresentou níveis deremoção de taninos semelhantes ao da gelatina somente emconcentrações economicamente inviáveis, além de não reduzir aturbidez do suco (Tabela 48). No entanto, o uso combinado degelatina com PVPP elevou significativamente o percentual de remoçãode taninos do suco de caju, atingindo valores de 66%.
Foi ainda determinado o tempo mínimo de 30 minutospara se atingir a esterilização do suco clarificado em garrafas de500ml sob imersão em água em ebulição. Nessas condições, a ediçãode 1,Og de caramelo/100! de suco clarificado foi suficiente paradesenvolver a cor característica do produto.
90
TABELA 48 - Efeito de PVPP na clarificação do suco de caju com esem adição de gelatina (tempo de contato 15minutos).
Sem adição de gelatinaCom adição de gelatina(O)
Concen-
ReduçãoTurbidez ReduçãoTurbideztração
de(Abs) de(Abs)taninos
(Abs a 660nm)taninos(Abs a 660nm)
O
-1.112 -1.112
25100,710 550,000
50111.315 47-0,000
10030,60,021 45-0,000
150140,286 62-0,000
200100,680 66-0,000
250201,192 48-0,000
30014,50,042 60-0,000
350301,494 57-0,001
400250,139 58-0,001
450301,196 61-0,001
500350,719
550501,038
600551,013
(0) Concentração de gelatina no suco = 200 ml/hl
8.3. Produção industrial de vinho de caju
Este projeto tem como objetivo identificar técnicas econdições para as diversas etapas do processamento, que influenciamna vinificação do suco de caju, bem come estudar a obtenção deprodutos assemelhados a vinho seco, suave, licoroso, espumante ecooler. Como matéria-prima foram utilizados o suco de caju naturalda safra 1992, suco concentrado a 650Brix e duas misturas entre eles.Os tratamentos envolveram suplementação ou não com um bioativador vitamínico-nitrógeno - ENOVIT, sulfitação ou não,
91
inoculação com dois tipos de leveduras secas (Zymasil e Montrachet) eclarificação ou não com bentonita/ celulose ati vada/ caseínato,
Mediante dos resultados das análises físico-químicas,de compostos voláteis a análise sensorial verificou-se que somente osvinhos elaborados a partir do suco natural apresentavam característicasfavoráveis de vinificação, Dentre eles foram identificados cincovinhos que obtiveram médias de qualidade acima de 50%, revelando asuperioridade da levedura Montrachet, a necessidade de clarificação esulfitação e a não necessidade de suplementação ao suco de caju. ATabela 49 e a Fig. 3 apresentam o comportamento desses vinhos emrelação a algumas características físico- químicas e aos examessensoriais, respecti vamen te.
92
1ícn
w•.•• 115,00zcc:zi 11,00a::w•...~
11,00
cn
cc: ',00c
••-CÕ
7,00~w :215,008USTATIVO
VI!LW.. Ol.FATIVO Q.F./CIUST. a.GERAL.
VINHO
- VINHO 2
EXAMES SENSORIAIS
-- VINHO 3
-.- VINHO 4
VINHO 5
FIG. 3 . Valores médios de 5 vinhos escolhidos para os diversosexames sensoriais.
93
9. COMERCIALIZAÇÃO E CAPTAÇÃO DE RECURSOS
As restrições orçamentárias impostas pela política decontenção de gastos do Governo Federal suscitaram, na EMBRAP A,um esforço de diversificação das fontes de financiamento à pesquisaagropecuária brasileira. No CNP A T, c em cumprimento à diretriztraçada pela Diretoria Executiva da empresa, a atividade de captaçãode recursos tem sido praticada com forte intensidade.
Em 1993, os recursos arrecadados pelo CNP A T,
provenientes da ação da Unidade, equivaleram -se àqueles alocadospara custeio pelo orçamento ordinário da EMBRAP A (Tabela 50).
TABELA 50 - Demonstrativo da captação de recursos -financeiros.EMBRAPA/CNPAT, Fortaleza, CE, 1993
US$ 1,00
Fontes
- Recursos orçamentários(Tesouro, BIRD m, PROTERRA)
- Recursos captados(DENACOOP, venda de produtose serviços)
- Contrapartida de parceiros
Total
Fonte: AOF I CNP AT
94
US$
478.572
278.364
185.000
941.936
%
50,8
29,5
19,7
100,0
Vale ressaltar que a contrapartida de parceIrosrepresentou 40% dos recursos captados em 1993. Embora esta fontenão represente ingresso real de recursos financeiros no caixa doCNPAT, ela tornou possível a realização de importantes pesquisas viadesembolso dos parceiros em suas propriedades, fazendo face aoscustos de pessoal de campo, deslocamentos, insumos e equipamentos,etc. requeridos pelos pesquisadores do Centro, no desen volvimento desuas atividades.
A ação de comercialização e captação de recursos noCNP AT deverá receber nos próximos exercícios atençãopormenorizada, em razão dos investimentos que o Centro vemrealizando para colocar à disposição dos usuários novas tecnologias,beneficiando um número maior de produtos, inclusive com osprocessos tecnológicos de aproveitamento agroindustriaiscorrespondentes; em razão, ainda, de melhor aproveitamento da áreade comercialização e captação de recursos, que passará a contar comum projeto de marketing destinado a produzir melhores resultadoscomerciais, abrangendo áreas geográficas e mercadológicas commaiores potenciais que as trabalhadas até então, onde o caju e suaagroindústria se constituíram no principal nicho de mercado.
As ações de comercialização e captação de recursoscitadas foram desenvolvidas de acordo com a seguinte estratégia:
1. Ações na Área Governamental - Nesta área foram mantidosentendimentos com o Banco do Nordeste - BNB, Superintendênciado Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE,DENACOOP/MARA, Prefeitura Municipal de Icapuí, CE,Prefeitura Municipal de Pacajus, CE, Prefeitura Municipal deItarema, CE, Prefeitura Municipal de Serra do Mel, RN, Secretariade Agricultura e Reforma Agrária do Ceará, Secretaria deAgricultura do Rio Grande do Norte, Secretaria de Agricultura doPiauí, Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial, PrefeituraMunicipal de Penedo, AL, Associação de Apoio às Comunidadesde Campo do Rio Grande do Norte - AACC, DepartamentoNacional de Obras Contra as Secas, Universidade Federal do Ceará- UFC, Universidade Estadual do Ceará - UECE.
95
2. Ações Junto ao Setor Privado - Neste setor destacaram-seentendimentos e negociações com: Sindicato das Indústrias doAçúcar, Doces e Conservas do Estado do Ceará - SINDICAJU,Sindicato dos Produtores de, Caju - SINCAJU, CaucaiaAgropecuária S.A. - CAPISA, Companhia de Promoção Agrícola CAMPO, Companhia de Produtos Alimentícios do Nordeste COPAN, Itaueira Agropecuária S.A., Serviço de Apoio às Micro ePequenas Empresas do Estado do Ceará - SEBRAE, Caju da BahiaS.A. - CAJUBA, Construtora MeIo, Mossoró Agropecuária S.A. MAISA, diversos produtores, Companhia Exportadora de CastanhaCEC, Federação da Agricultura do Estado do Ceará - FAEC,Algodoeira São Miguel, Caju do Brasil S.A. - CAJUBRAS,Companhia Agroindustrial Vale do Curu - AGROV ALE.
3. Ações na Área Internacional - O relacionamento técnico- comercialcom o exterior foi expresso mediante consultoria, treinamento etroca de correspondência com os seguintes países: RepúblicaPopular de Moçambique, República da Guiné-Bissau, Venezuela(pARMA VEN), África do Sul (Universidade de Pretória),Ministério da Agricultura do Peru, Ministério da Agricultura doEquador, Ministério de Agricultura do Malawi, Costa Rica(Associação do Centro Ecológico Ia Pacifica), Bolívia (InstitutoBoliviano de Tecnologia Agropecuária), Haiti (SHEEPA - SocietéHaitienne d'Etudes d'Execution de Projetos Agricoles), India(National Research Center for Cashew), Tanzânia (CashewResearch Project), Itália (Oltramare), Chilaw (Wayamba Plantation- PUT Ltda).
10. CLIMATOLOGIA
O ano de 1993 apresentou situação deficitária dechuvas, pois as características do El Nifío, presentes em janeiro,persistiram por toda a estação chu vosa de fevereiro a maio,provocando déficit de chuva na região norte do Nordeste, em tornode 63% em relação à normal climatológica (Climanálise, SCT -INPE,maio/93).
96
No Estado do Ceará, além de a intensidade de
precipitação ter sido bem abai xo do esperado, a distribuição ocorreude forma muito irregular, com desviQs em relação à média, variando
de 24% a 83% (Monitor Climático, FUNCEME - v. 7, n2 74, 1993).
Nos municípios do Estado do Ceará que têm na
cajucultura sua principal atividade produtiva, assim como em locaisonde o CNPAT desenvolve ações de pesquisa e transferência detecnologia, incluindo também os Estados do Piauí e Rio Grande doNorte, o desvio da chuva observada em relação à normal variou de
26,6% a 84% (Tabela 51).
Esta anomalia, que pode ser considerada como uma das
piores secas que atingiu a região Nordeste nas últimas décadas, temreflexos significativos na redução da produção de castanha de caju nasafra de 1993, onde, segundo o IBGE, a safra colhida no Nordeste foide apenas 62.400t, representando apenas 64,5% da safra colhida em1992 (94.700t), que, por sua vez, já foi muito mais baixa que asnO.OOOt colhidas em anos anteriores .
." ...",~Análises isoladas de algumas regiões dos principais
estados produtores - Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte - mostraramreduções drásticas da safra, variando em alguns casos de 70% a 90%.
97
TABELA 51 - Normais cUmatológicas de precipitação dos principaismunicípios produtores de caju nos estados do Ceará,Piauí e Rio Grande do Norte, comparadas com asprecipitações observadas em 1993. Fortaleza, CE,1993.
Muni cípio Norma lObservadaDesvio
(mm)
(mm)(%)
Acaraú (CE)
1085540-50,3
Aracati (CE)
870209-76,0
Beberibe (CE)
842467-44,6
Camocim (CE)
996486-51,3
ICllpuí (CE)
890322-63,8
ltl.lpipoca (CE)
1060612-42,3
pacajus (CE)
994301-69,7
Russas (CE)
809173-78,6
Trairi (CE)
1411472-66,6
Canto do Buriti (PI) - ltl.lueirll(1)
790580-26,6
Chorozinho (CE) - CIPA
796295-63,0
lcapui (CE) - COPAN
730297-59,3
Pl.lcajus (CE) - CNPAT!EEP
1106369-66,6
Serra do Mel (RN) - AACC
657105-84,0
Fonte: Fundação Cearense de Meteorologia - FUNCEME
Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical - CNP AT
(1) Dados referentes ao período out-92/abr-93 - período chuvoso da região.
11. ECONOMIA
A produção do cajueiro em 1993 foi bastanteprejudicada pela seca que assolou o Nordeste. O LevantamentoSistemático da Produção da Fundação IBGE aponta que a safra decastanha desse ano foi de apenas 62.421 t, concentradas nos Estados doPiauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Esse volume representa menosde 48% da safra média colhida nos últimos cinco anos. A participaçãodesses estados em relação ao volume produzido foi de 48%, 36% e
98
16%, respectivamente, Com isso, observa-se que o Piauí ultrapassou oCeará que há décadas liderava a produção do caju na região.
o baixo desempenho da cajucultura nesse contextoclimático desfavorável, entretanto, apenas potencializou a debilidadeestrutural por que passa essa atividade, uma "vez que se observa asenectude de plantas, a inaptidão de parte da área onde se encontracultivado o cajueiro, e, notadamente, a ausência do uso de tecnologiascapazes de reverter essa situação.
Para isso, o CNP AT desen vai \Teu e tem promovido adifusão de uma gama de tecnologias capazes de elevar a quantidadedos produtos e/ou promover o abaixamento dos cuslOs de produção, e,desse modo, concorrer para a elevação da renda dessa atividadeeconômica.
A realidade do campo, no entanto, é que ocomprometimento da oferta de matéria- prima desencadeou sériascomplicações para a indústria proccssadora de castanha, que teve suaociosidade e custos elevados, pro\!ocando desemprego e diminuição dedivisas.
A baixa produtividade agrícola implicou elevação docusto unitário da castanha, impingindo o aquecimento das negociaçõesentre os produtores e a indústria em torno dos preços da matériapnma.
A escassez de af erta realçou também o conflitoexistente em função da liberação das cotas de exponação de castanhacrua no ano anterior, associado à rnobilização dos representantes dosegmento agrícola, ü que implicou elevação dos preços pagos aosprodutores.
A participação da EMBRAP A como uma dasinstituições ligadas ao Governo Federal, que atuou na intermediaçãodos conflitos distributivos da cadeia agroindustrial junto à CâmaraSetorial do Caju no decorrer de 1992, de certa forma já estavaprenunciando a mudança de estrutura do CNPCa, que teve ampliada asua missão, passando a enfocar todos os elos da cadeia de produtosligados à agroindústria tro.picaL
A extinção do CNPCa sugeriu uma avaliação da sua.produção técnico-científica de modo a vislumbrar os benefícioscolocados para a sociedade. A taxa interna de retorno foi igual a
99
40,38% e a relação benefício/custo atingiu 4,66, o que comprova aelevada rentabilidade do investimento em pesquisa. As tecnologiasobjeto desse estudo resumiram-se à produção de mudas de cajueiroanão precoce por meio da enxertia por borbulhia, da substituição decopas de cajueiro pela enxertia e do cajueiro anão precoce enxertado.
A transformação do CNPCa em CNPAT implicoutambém repensar a área de economia. Essa reestruturação deu origema área de estudos dos negócios da agroindústria, que foi antecedidapela participação da chefia e pesquisadores do CNP A T no Programade Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial desenvolvido pelaFaculdade de Economia, Administração e Contabilidade daUniversidade de São Paulo.
De início, a incorporação de estudos relacionados aosegmento industrial desencadeou a realização de um trabalho emconjunto com o SEBRAE, no qual se traçou o perfil da micro epequena empresa da agroindústria de frutos tropicais do Ceará.
12. DIFUSÁO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
As atividades de difusão e transferência de tecnologiado CNPAT foram desenvolvidas visando promover o envolvimento deextensionistas, industriais, autoridades, COOyc1'ativas e associações deprodutores interessdos em desenvolver a agricultura em basesmodernas de exploração,
As ações contempladas nesse processo de transferênciade tecnologias centraram-se na realização de Treinamentos, Dias deCampo, Visitas Técnicas, Reuniões Técnicas, Palestras, Seminá ias,Exposições ...
100
EVENTOS PROMOVIDOS E REALIZADOS
Treinamentos
Curso: Treinamento em cultura de goiabaParticipantes: 25 técnicos (pesquisadores, extensionistas e professores),
Curso: Reciclagem em produção de caj uParticipantes: 22 técnicos (20 extensionistas da EMA TER/RN e 02pesquisadores da EMP ARN),
Dias de Campo
Na Fazenda Itaueira, localizada no Município de Canto do Buriti, PI,para mostrar a viabilidade do cajueiro anão precoce enxertado nosemi-árido nordestino, Participaram da atividade 150 pessoas,incluindo produtores rurais dos Estados do Ceará e Piauí,extensionistas e técnicos da rede de assistência técnica oficial eprivada, autoridades dirigentes e técnicos de órgãos/instituiçõesligadas à caj ucultura,
Na Fazenda Capisa, localizada no Município de Pio IX, PI, paraparticipar da divulgação das pesquisas c resultados do cajueiro queviabilizam a sua expansão e recuperação nas condições dos cerrados.Participaram desse evento 150 pessoas, incluindo Prefeitos Municipais,Secretários de Agricultura, agentes financeiros e produtores.
Na Fazenda Belém, loca.lizada em lcapuí, CE, de propriedade daCOP AN, com a finalidade de mostrar as novas tecnologias adequadasà expansão e recuperação do caj ueiro. O evento contou com 150pessoas ligadas ao setor produtivo do caju, destacando-se produtoresdos municípios de Icapuí, Aracati e Pacaj us (Estado do Ceará),produtores de caju dos municípics da Serra do Mel (Estado do RioGrande do Norte), técnicos, extensionistas e pesquisadores.
No Campo Experimental de Pacajus aconteceram três Dia.s de Campo,com a finalidade de apresentar resultados de pesquisa para aviabilização e expansão do cajueiro na Região Nordeste, O total departicipantes nesse evento foi de 240 pessoas, incluindo Prefeitos,
101
Secretários Estaduais e Municipais de Agricultura dos Estados doPiauí e Rio Grande do Norte, técnicos, extensionistas e pesquisadores.
Visitas Técnica§
Entre o período de janeiro a dezembro de 1993, foramrealizadas 20 visitas ao CNPAT (Campo Experimental de Pacajus),contando com a participação de 40 pessoas.
Reuniõe§ Técnicas
Foram realizadas seis reuniões no CNP AT, comdiretores de cooperativas, associações de produtores, técnicos eextensionistas, para motivação da agricultura no Estado.
Seminário
"Sistema especialista em pragas e doenças do caju"Quélzia Maria Silva MeIoCNPAT, Fortaleza, 10.5.93
"Desenvolvimento de um manejo integrado de pragas"Ervino Bleir,:herCNPAT, Fortaleza, 24.5.93
"A lei de p:itentes e proteção de cultivares: implicações para ãagricultura nordestina"Levi de Moura Barros
CNPAT, Fortaleza, 7.6.93
"Deterioração fúngica de amêndoas de castanha de cajueiro"Francisco das Chagas Oliveira FreireCNPAT, Fortaleza, 9.8.93
102
"Tecnologia e distribuição de renda"Daniel Rodrigues de Carvalho PinheiroCNP AT, Fortaleza, 16.8.93
"Projeto Áridas - variabilidade climática c desenvolvimentosustentável no Nordeste semi-árido"Paulo César Espíndola FrotaCNPAT, Fortaleza, 30.8.93
"Comercialização e captação de recursos - experiência do CNP AT"Francisco Férrer BezerraCNPAT, Fortaleza, 13.9.93
"Avanços em nutrição mineral do cajueiro"Vítor Hugo de OliveiraCNPAT, Fortaleza, 4.10.93
"Calagem em cajueiro"Fred Carvalho BezerraCNPAT, Fortaleza, 11.10.93
"Moçambique - culturas alimentares, culturas industriais"Américo N. Langa e João VicenteSecretaria de Agricultura de MoçambiqueFortaleza, 18.10.93
"Fatores genéticos que afetam a qualidade de dones do cajueiro"João Ribeiro CrisóstomoCNPAT, Fortaleza, 25.10.93
"Estudos básicos em polinização do cajueiro"Breno Magalhães Freitas - Eng2 - Agrll em curso de Pós- GraduaçãoUniversity of Wales, Reino UnidoFortaleza, 25.10.93 .
"Produção de adubo orgânico por vermecompostagem (minhocultura)"Roberval MeIo LopesUFC, Fortaleza, 29.11.93
103
"Micropropagação: técnica moderna de produção comercial de mudasde espécies tropicais de interesse econômico"Silvio Lopes Teixeira - ConsultorCNPAT, Fortaleza, 03.12.93
"Estrutura organizacional: aspectos conceituais e proposta de aplicaçãono CNP AT IEMBRAP A"José Ednilson de Oliveira CabralCNPAT, Fortaleza, 13.12.93
Painel
"Fruticultura x Agribusiness"Carlos Roberto Machado Pimentel e Mohammad Menhaz ChoudhuryCNPAT/CPATSA, Auditório da FIEC, 22.4.93
"Balanço de entrada e saída de recursos do Nordeste"Adriano S. Bezerra de MenezesBNB, Fortaleza, 21.5.93
Consultas Técnicas
Nesse serviço, cujo objetivo é o atendimento deconsultas específicas por correspondência, o CNP AT respondeu, noano de 1993, a 610 consultas sobre a cultura do cajueiro. Deve-seobservar que, de acordo com a Tabela 52, a Região Sudeste contribuiucom 49% das consultas efetuadas ao CNPAT, destacando-se
principalmente o Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, com maiorvolume de solicitações.
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TABELA 52 - Números de consultas t~cnicas atendidas pelo CNPAT(1989/93).
Região/ estado
19891990199119921993
Norte
256172761820Acre
7-7
Amazonas4014128
Pará16510169118
RondOnia33-3832
Roraima16211
Amapá10-1011
Nordeste
1.8881151.984317155Alagoas
16781351711Bahia
6794872410844Ceará
773805522Maranhão
1725176268Paraíba
165131682414Pernambuco
276202913926Piauí
21742212913Rio Grande do Norte
62970139Sergipe
111511968
Centro - Oeste
1.029801.11510096Distrito Federal
17612190113Goiás
503405294240Mato Grosso
190112153023Mato Grosso do Sul
109101242210Tocantins
51757510
Sudeste
4.2612864.589418303Espírito Santo
248162592015Minas Gerais
1.111841.17510469Rio de Janeiro
6254667013095São Paulo
2.2771402.485164124
Sul
799348264336Paraná
522155373124Rio Grande do Sul
1261213472Santa Catarina
1517155510
Totais
8.2315328.781896610
Fonte: ADT/CNPAT 105
Unidades de demonstraçijo
No ano de 1993, utilizando-se recursos do BIRD,EMBRAPA/DENACOOP, foram implantadas 34 UnidadesDemonstrativas, distribuídas no Estado do Ceará, Piauí e Rio Grandedo Norte. Foram instaladas 12 Unidades nos municípios cearenses deMilhã, Itapipoca, Itarema e Trairi, enquanto no Piauí foramcontempladas 10 Unidades, distribuídas nas localidades de Teresina,Campo Maior, Piripiri, Parnaíba, Picos, Valença, São Pedro e Pedro11. No Estado do Rio Grande do Norte, o total de Unidades foi 12,abrangendo geograficamente os municípios de Mossoró, Serra do Mel,Caraúbas, Touros e Severiano MeIo. Convém ressaltar que, devido àfalta de chuvas na região, ocorreu um alto índice de mortalidade dequase 100% das mudas enxertadas e 80% das mudas de "pé-franco".
Notícias e reportagens
"BNB financia revitalização da cajucultura no Ceará"Jornal Notícias BNB, 8.10.93
"IEL promove workshop em dezembro para cajucultores"Jornal da FIEC, nov 193
"Estados e empresários lançam o Projeto Caju"Jornal Diário do Nordeste, 7.11.93
"EMBRAP A muda e amplia parcerias"Jornal ° POVO, ago/93
"Pesquisa medirá potencial da agroindústria tropical"Jornal O POVO, 4.6.93
"EMBRAP A amplia área de estudos agroindustriais"Jornal O POVO, 11.4.93
"EMBRAPA cria Centro de Agroindústria Tropical"Jornal O POVO, 4.6.93
"Agroindústria precisa de mais pesquisa"Jornal O POVO, 20.4.93
106
"EMBRAPA elege as três prioridades no Nordeste"Jornal Tribuna do Ceará, 20.4.93
"Fruticultura versus agribusiness é tema de painel amanhã na FIEC"Jornal ° POVO, 21.4.93
"EMBRAPA financia NUTEC para vinho de caju"Jornal Diário do Nordeste, 21.4.93
"Agribusiness exige tecnologia c pesquisa"Jornal O POVO, 23.4.93
"Agribusiness faz um terço do PIB"Jornal O POVO, 23.4.93
"Recuperar é formar com maior rapidez"° POPULAR, Jornal de Brasília, Jornal do Tocantins, 29.9.93
"Hora de decidir"Jornal Diário do Nordeste, 3.1.93
"CNPCa opta por agribusiness"Jornal Diário do Nordeste, 12.2.93
XXXIXSecretarh:~Fortaleza,
Festa doGrande do
do Rio
VI FETEC ~ Feira de Oê
pela Fundação Parque Tecnol6gicoGrande/PB, 30.9 a 5.10.93.
Campina Grande, promovidada Paraíba, em Campina
X Semana da Agronomia, promovida pela Universidade Federal doCeará, em Fortaieza/CE, de 24.11 a 25.11.93.
107
13. INFORMAÇÁO
A Área de Informação - AINFO do CNP AT tem porfinalidade apoiar a execução das pesquisas do Centro, armazenando edisseminando informações especializadas, de modo a atender àdemanda da pesquisa na área de agroindústria tropical.
Atualmente, o acervo da AINFO/CNPAT conta com:
Li vros 862
Periódicos 185
Teses 182
Folhetos 1.172
Separatas 1.462
No que se refere à Comutação Bibliográfica, temos:
Comutações solicitadas pela AINFO 318
Comutações atendidas à AINFO 228
Comutações solicitadas por outrasinstituições 45
Comutações atendidas a outras intituições 35
14. PRODUÇÁO TÉCNICO-CIENTíFICA
BARROS, L. de M.; PIMENTEL, C.R.M.; CORR.ê:A, M.P.F.;MESQUIT A, A.L.M. ~ecomendações técnicas para a cultura docajueiro anão precoce. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1993. 65p.(EMBRAPA-CNPAT. Circular Técnica, 01).
108
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BLEICHER, E.; MELO, Q.M.S.;biológico do pulgão daFortaleza: EMBRAP A - CNP AT,Pesquisa em Andamento, 10).
ABREU, A.R.M. de. Controleinflorescência em cajueiro.
1993. 3p. (EMBRAPA-CNPAT.
BLEICHER, E.; MELO, O.M.S.; FURTADO, I.P. Sugestões detécnicas de amostragem para as principais pragas do cajueiro.Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1993. 5p. (EMBRAPA-CNPAT.Comunicado Técnico, 06).
BLEICHER, E.; MELO, Q.M.S.; OLIVEIRA, l.S.R. de. Métodos deamostragem das pripcipais pragas que ocorrem no período defrutificação do cajueiro. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1993.22p. (EMBRAPA-CNfAT. Boletim de Pesquisa, 07).
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical.Cajueiro anão precoce. Fortaleza, 1993. folder.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical.Destaque 1993. Fortaleza, 1993. 14p. il.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical.CNPAT 1993. Fortaleza, 1993. 6p.
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SILVA, V.V. da. Aspectos agroeconômicos sobre a cultura docajueiro. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1993. 124p. Obracoordenada por Valderi Vieira da Silva .