UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM QUÍMICA THALYTA AIRES MESQUITA MACHADO OBTENÇÃO DE FIBRAS DE BLENDAS DE POLICAPROLACTONA/POLI (N-ISOPROPILACRILAMIDA) UTILIZANDO A TÉCNICA DE ELETROFIAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LONDRINA 2016
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OBTENÇÃO DE FIBRAS DE BLENDAS DE …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/8532/1/LD_COLIQ_201… · Polycaprolactone (PCL) is a polymer that presents properties of toughness,
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA
CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
THALYTA AIRES MESQUITA MACHADO
OBTENÇÃO DE FIBRAS DE BLENDAS DE
POLICAPROLACTONA/POLI (N-ISOPROPILACRILAMIDA)
UTILIZANDO A TÉCNICA DE ELETROFIAÇÃO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LONDRINA
2016
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THALYTA AIRES MESQUITA MACHADO
OBTENÇÃO DE FIBRAS DE BLENDAS DE
POLICAPROLACTONA/POLI (N-ISOPROPILACRILAMIDA)
UTILIZANDO A TÉCNICA DE ELETROFIAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2 do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, campus Londrina, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Química. Orientadora: Profa. Priscila Schroeder Curti Co-orientador: Prof. Francisco Rosário
LONDRINA
2016
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TERMO DE APROVAÇÃO
OBTENÇÃO DE FIBRAS DE BLENDAS DE
POLICAPROLACTONA/POLI (N-ISOPROPILACRILAMIDA)
UTILIZANDO A TÉCNICA DE ELETROFIAÇÃO
por
THALYTA AIRES MESQUITA MACHADO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado em 24/11/2016 como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Química. A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
- O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso –
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AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pela oportunidade e privilégio de fazer essa pesquisa, e
por me ouvir nos momentos difíceis e me sustentar para a conclusão desse trabalho.
Agradeço aos meus pais, minha irmã e meu noivo, que me incentivaram
todos os anos que estive na universidade, apoiando e contribuindo para que esse
trabalho se realizasse. Acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse
desafio.
Agradeço à Professora Dra. Priscila Schroeder Curti pela sua dedicação e
orientação, além dos momentos de aprendizado a respeito deste tema do Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC).
Agradeço ao Professor Francisco Rosário pela co-orientação e materiais
fornecidos à pesquisa.
Agradeço também ao Programa de Bolsas de Fomento às Ações de
Graduação da UTFPR, por apoiar as atividades que contribuem para o
fortalecimento dos cursos de graduação, e também ao Programa de Apoio à
Execução de Trabalhos de Conclusão de Curso, que subsidiou recurso financeiro
para a realização das análises de MEV, necessárias para conclusão da pesquisa
desse trabalho.
Aos meus colegas de sala gostaria de agradecer pela convivência durante a
realização desta etapa tão importante em minha vida.
Agradeço ao Laboratório de Microscopia Eletrônica e Microanálise, LMEM,
da Universidade Estadual de Londrina, UEL e ao técnico do laboratório Osvaldo, por
contribuírem para a obtenção das imagens de micrografias de MEV utilizados nesse
trabalho.
Agradeço aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela
atenção e contribuição dedicadas a este estudo.
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EPÍGRAGE
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RESUMO
MACHADO, Thalyta A. M. Obtenção de fibras de blendas de policaprolactona/poli (N-isopropilacrilamida) utilizando a técnica de eletrofiação. 2016. 83 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Licenciatura em Química). Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR. Londrina, Paraná. A partir de blendas poliméricas é possível combinar propriedades de dois ou mais polímeros para obter um novo material. Nesse trabalho, os polímeros escolhidos para o estudo de obtenção de fibras em solução, por meio da técnica de eletrofiação, foram selecionados devido às suas propriedades distintas. O policaprolactona (PCL) é um polímero que apresenta propriedades de tenacidade, ductibilidade, hidrofobicidade, baixa toxicidade, capacidade de formar blendas com diversos polímeros, além de ser solúvel em vários solventes orgânicos. Ainda é um polímero biodegradável e biocompatível. O poli(N-isopropilacrilamida) (PNIPAAm) é um polímero biocompatível, que apresenta diagrama de fases tipo LCST (Lower Critical Solution Temperature) em solução aquosa, com temperatura de transição em torno de 32 a 35 ºC, que o torna sensível à variação de temperatura, devido à sua transição hidrofílica-hidrofóbica. No entanto, o processamento desse polímero produz materiais frágeis. Por isso torna-se muito interessante combiná-lo com polímeros que tenham melhores propriedades mecânicas, tais como o PCL. Assim, nesse trabalho foram realizados experimentos com o intuito de obter fibras a partir de soluções de blendas de PCL/PNIPAAm, em diferentes proporções, por meio da técnica de eletrofiação. Essas malhas fibrílicas foram caracterizadas morfologicamente, por meio das técnicas de microscopia óptica (MO), de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e por meio da avaliação de sua molhabilidade, em função da temperatura, usando a técnica de medida de ângulo de contato estático. Foi possível obter fibras eletrofiadas a partir de soluções de blendas de PCL/PNIPAAm, analisar a morfologia das fibras e estimar a LCST em função da proporção de PNIPAAm nas blendas. Dessa forma, pode-se avaliar que essas fibras apresentam potencial aplicação na área de engenharia de tecidos ou de membranas de filtração, dentre outras.
ABSTRACT MACHADO, Thalyta A. M. Blends of fibers of obtaining polycaprolactone/poly
(N-isopropylacrylamide) using the electrospinning technique. 2016. 83 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Licenciatura em Química). Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR. Londrina, Paraná. From polymer blends it is possible to combine properties of polymers to obtain a new material. In this study, the polymers used in electrospinning were selected due to their distinct properties. Polycaprolactone (PCL) is a polymer that presents properties of toughness, ductility, hydrophobicity, low toxicity, ability to form blends with many polymers, in addition to being soluble in many organic solvents. Moreover, it is a biodegradable and biocompatible polymer. Poly (N-isopropylacrylamide) (PNIPAAm) is a biocompatible polymer which presents LCST phase diagram (Lower Critical Solution Temperature) in aqueous solution with transition temperature around 32 - 35°C, which makes it a thermorresponsive polymer, due to the hydrophilic-hydrophobic transition. However, the processing of this polymer can be produce brittle materials. Therefore it becomes very interesting to combine it with polymers having improved mechanical properties, such as PCL. Thus, the goal of this work was to carry out experiments in order to obtain PCL/PNIPAAm fiber blends from the solutions in different proportions, using the electrospinning technique. The electrospun fibers were characterized morphologically by optical microscopy (OM), scanning electron microscopy (SEM) techniques and by the wettability evaluation as a function of temperature, using static contact angle measurements. It was possible to get electrophilic fibers from solutions of PCL/PNIPAAm blends. The SEM and the contact angle (as function of the temperature) analysis of the electrospun fibers showed that the PNIPAAm amount had influenced on the morphological and on the wettability properties. Thus, these fibers present potential application in the field of tissue engineering or filtration membranes, among others.
5.1.2.1. Preparo das soluções do PCL puro e das blendas de PCL/PNIPAAm ........................................................................................................................ 40
5.1.2.2. Condições experimentais para o processo de eletrofiação das soluções de PCL ............................................................................................. 40
5.1.2.3. Caracterização morfológica das fibras obtidas por eletrofiação ......... 42
5.1.2.3.2. Caracterização por microscopia eletrônica de varredura (MEV) 40
5.1.2.4. Preparo de soluções de blendas PCL/PNIPAAm, em diferentes proporções massa/massa (m/m) e realização dos experimentos de eletrofiação .................................................................................................... 40
5.1.2.5. Caracterização das fibras de PCL e fibras de PCL/PNIPAAm .......... 41
5.1.2.5.1. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ............................... 42
5.1.2.5.2. Medidas de ângulo de contato estático em função da temperatura .................................................................................................... 43
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 46
6.1. Seleção das condições experimentais de eletrofiação das blendas de PCL/PNIPAAm ....................................................................................................... 46
6.2. Caracterização morfológica das blendas de PCL/PNIPAAm 15% .................. 50
6.3. Caracterização morfológica das blendas de PCL/PNIPAAm 10% .................. 52
10
6. 4. Medida de ângulo de contato estático em função da temperatura ................ 54
6.4.1. Medida de ângulo de contato estático em função da temperatura para as fibras de PCL puro .............................................................................................. 54
6.4.2. Medida de ângulo de contato estático em função da temperatura para as fibras das blendas de PCL/PNIPAAm ................................................................. 55
Os polímeros podem ser classificados de diversos modos, dependendo das
propriedades que são observadas. Com relação ao tipo de monômero que compõe a
macromolécula, os polímeros podem ser classificados como homopolímeros ou
copolímeros. Nos homopolímeros, a cadeia polimérica apresenta a mesma unidade
repetitiva em toda a macromolécula. No caso dos copolímeros, as unidades
repetitivas da cadeia polimérica são constituídas de dois ou mais tipos de meros, os
quais podem se apresentar distribuídos aleatoriamente, de modo alternado ou em
blocos. Ainda, um polímero pode se ramificar sobre as cadeias de outro polímero,
processo esse denominado enxertia (STEVENS, 1999; MANO; MENDES, 1999). Na
Figura 1 é apresentado um esquema simplificado dos diferentes tipos de polímeros.
Figura 1 - Representação esquemática de um homopolímero e de copolímeros.
Polím
ero
s Copolímeros
Randômico/Aleatório A-B-B-A-B-A-A-B-
AlternadoA-B-A-B-A-B-A-B-
Em BlocosA-A-A-A-B-B-B-B-
Grafitizado/EnxertadoA-A-A-A-A-A-A-A-
lB-B-B-B-B-
HomopolímerosA-A-A-A-A-A-A-A-A-
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Com relação ao arranjo das cadeias poliméricas, os polímeros podem ser
classificados como: (a) lineares, em que as unidades repetitivas estão unidas em
cadeias únicas, formando uma entidade contínua; (b) ramificadas ou não lineares,
que apresentam cadeias com ramificações laterais, conectadas às cadeias
principais; (c) reticuladas (com ligações cruzadas), tendo cadeias lineares
adjacentes, ligadas umas às outras por ligações covalentes em várias posições; e
(d) em rede, na qual meros com três ligações covalentes ativas formam redes
tridimensionais (AKCELRUD, 2007; CALLISTER, 2002). A Figura 2 apresenta
esquematicamente os tipos de cadeias poliméricas.
Figura 2 - Tipos de cadeias poliméricas. (a) lineares, (b) ramificadas, (c) com ligações cruzadas e (d) em rede. Os círculos representam as unidades monoméricas que se repetem. Fonte: Akcelrud (2007).
Os polímeros ainda podem ser classificados quanto ao seu comportamento
térmico, como termoplásticos e termofixos/termorrígidos. Os termoplásticos são
materiais relativamente moles e dúcteis, abrangendo a maioria dos polímeros
lineares. Sob o efeito do aumento da temperatura e da pressão, os mesmos
amolecem e podem facilmente ser moldados; quando o sistema é resfriado o
polímero se solidifica. Para alguns polímeros esse processo pode ser repetido várias
vezes. Os polímeros termofixos/termorrígidos possuem maior estabilidade
dimensional; sob o efeito do aumento da temperatura e da pressão, amolecem
assumindo a forma de molde. Porém, no processo de aquecimento ocorre a
formação de ligações cruzadas, de modo que o material não amolece mais em um
novo aquecimento. Essa propriedade torna esses materiais insolúveis, infusíveis e
não recicláveis (AKCELRUD, 2007; CANEVAROLO JR, 2006).
Ainda, com relação às propriedades mecânicas, os polímeros podem ser
divididos em três grandes classes: plásticos, elastômeros (ou borrachas) e fibras
(CANEVAROLO JR, 2006). O termo plástico tem seu nome originário do grego
“plastikos”, significando a capacidade de ser moldado. (ABIPLAST).
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O termo elastômero significa que na temperatura ambiente podem deformar-
se no mínimo duas vezes o seu comprimento inicial, retomando ao comprimento
original rapidamente depois de retirado o esforço. A propriedade que prevalece no
grupo dos elastômeros é o comportamento elástico após deformação em
compressão ou tração (CANEVAROLO JR, 2006).
As fibras apresentam um elevado comprimento quando comparado à sua
dimensão transversal máxima, sendo evidenciada pela sua flexibilidade e pequeno
diâmetro. As fibras, sendo naturais ou não, possuem cadeias moleculares bastante
longas, proporcionando um maior ou menor grau de orientação molecular, ou seja,
influenciando diretamente em suas propriedades. Uma elevada orientação das fibras
poliméricas confere propriedades como alta resistência à tração, baixo alongamento,
resistência ao calor e resistência química, enquanto que, fibras com elevadas zonas
amorfas inclinam-se a apresentar características contrárias, como por exemplo maior
flexibilidade. (FIBRENAMICS).
4.1.1. Blendas poliméricas
As propriedades dos polímeros podem ser alteradas tanto por meio de
modificação química da cadeia polimérica, quanto pela mistura física dos mesmos,
oportunizando inovações tecnológicas como alternativa para sanar limitações
apresentadas por esses polímeros (CANEVAROLO JR, 2006).
As blendas poliméricas podem ser obtidas por meio da mistura física de dois
ou mais polímeros, com o intuito de obter um material com propriedades
combinadas a partir dos polímeros que o originaram (DE PAOLI, 2008). O interesse
na obtenção de blendas poliméricas se dá pela possibilidade de melhoria de suas
propriedades, quando comparadas às propriedades dos polímeros puros (UTRACKI;
WILKIE, 2000). As blendas comerciais podem formar materiais monofásicos ou
bifásicos (com separação de fases). Assim, a morfologia da blenda dependerá de
vários fatores, tais como temperatura de processamento, cinética do processo de
mistura, viscosidade e presença de aditivos (AKCELRUD, 2007), dentre outros.
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As blendas podem ser miscíveis ou imiscíveis. Esses termos referem-se às
propriedades intrínsecas do par polimérico, formando sistemas homogêneos ou não.
Quando uma blenda é miscível, é possível misturar os polímeros tão bem a ponto de
suas cadeias estarem em contato íntimo, gerando uma única fase com
comportamento físico-químico intermediário ao comportamento de cada componente
individual (CANEVAROLO, 2006). Quando uma blenda é imiscível, o grau de
interação química entre os seus componentes (compatibilidade) pode ser controlado
usando agentes compatibilizantes. Assim, o termo compatibilidade refere-se às
características de desempenho do material. Os compatibilizantes são moléculas de
baixa massa molar ou copolímeros que auxiliam na formação de uma interfase entre
os componentes da blenda (AKCELURD, 2007; DE PAOLI, 2008).
4.1.2 Polímeros biodegradáveis
Os materiais poliméricos, naturais e sintéticos, estão presentes em diversos
setores, tais como agricultura, medicina, embalagens, eletrônicos, construção civil,
entre outros. Assim, se tornaram imprescindíveis no desenvolvimento da sociedade
moderna (KOBAYASHI; MAKINO, 2009). Atualmente, existe uma crescente
preocupação da sociedade em relação às questões de sustentabilidade, tornando
cada vez mais relevante a necessidade de fabricar produtos utilizando materiais
oriundos de fontes naturais renováveis, devido à sua disponibilidade na natureza e à
possibilidade de reciclagem (van DAM; KLERK-ENGELS; RABBINGE, 2005).
Os polímeros biodegradáveis são aqueles cuja degradação ocorre a partir da
ação de microorganismos, como bactérias, fungos e algas (BRITO et al, 2011). O
polímeros biodegradáveis são de origem natural quando são formados durante o
ciclo de crescimento de organismos vivos. Eles podem ser subdivididos em:
polissacarídeos; ácidos algínicos; polipeptídeos naturais e poliésteres bacterianos
(FRANCHETTI; MARCONATO, 2006).
Os polímeros biodegradáveis de origem sintética também ganharam um
importante espaço na área de biomedicina, na fabricação de cápsulas para liberação
controlada de fármacos, como fixadores em cirurgias (suturas, clips, pinos para
ossos) e embalagens especiais. Dentre estes polímeros, se destacam o poli(ácido
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lático) (PLA), poli(ácido glicólico) (PGA), poli(ácido glicólico-ácido lático) (PGLA) e o
PCL (AMASS, 1998; CHANDRA; RUSTGI, 1998).
A Figura 3 apresenta esquematicamente a origem dos tipos de polímeros
biodegradáveis.
Figura 3 - Representação esquemática de Polímeros Biodegradáveis de origem natural e origem sintética.
De acordo com a Norma ASTM 6400-04, a biodegradação de um material
acontece quando o mesmo é usado como nutriente por um determinado conjunto de
micro-organismos (bactérias, fungos ou algas) que existem no meio ambiente onde
o material será degradado.
Segundo Flemming (1998), que utiliza o termo biodeterioração em vez de
biodegradação, esse fenômeno é causado por micro-organismos que colonizam a
superfície dos polímeros biodegradáveis, formando biofilmes que, em contato com
os polímeros, causam mudanças estruturais e/ou morfológicas. Para que esse
conjunto de micro-organismos use o material como nutriente é preciso que eles
produzam as enzimas adequadas para quebrar algumas das ligações químicas da
cadeia principal do polímero, considerando a existência de condições adequadas de
temperatura, umidade, pH e disponibilidade de oxigênio. A velocidade de
crescimento da colônia de micro-organismos e as condições ambientais determinam
Polímeros Biodegradáveis
Origem Natural
Polímeros formados durante o ciclo decrescimento de organismos vivos. Suasíntese geralmente se trata de reaçõescatalisadas por enzimas e reações decrescimento de cadeia a partir demonômeros ativados, que são formadosdentro das células por processosmetabólicos complexos (CHANDRA;RUSTGI, 1998).
Esta classe de polímeros tem sedestacado em usos biomédicos e paraembalagens especiais (AMASS; AMASS;TIGHE, 1998; KORNER; REDEMANN;STEGMANN, 2005).
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se o material sofrerá biodegradação e a velocidade com a qual o material será
biodegradado (DE PAOLI, 2008).
4.2. Biomateriais
Os materiais naturais ou sintéticos capazes de interagir com tecidos naturais
são denominados biomateriais. Devido a essa propriedade, eles podem ser
utilizados na área da medicina, medicina, farmacologia, odontologia, dentre outras
(RATNER, 2013).
O termo biomaterial foi definido na Conferência do Instituto Nacional de
Desenvolvimento de Consenso em Saúde em 1982 como:
“Qualquer substância (outra que não droga) ou combinação de substâncias,
sintética ou natural em origem, que possa ser usada por um período de tempo,
completa ou parcialmente, como parte de um sistema que trate, aumente ou
substitua qualquer tecido, órgão ou função do corpo” (HELMUS E TWEDEN, 1995).
Quando se almeja desenvolver um material para substituir, regenerar ou
assistir tecidos e órgãos é primordial utilizar um material adequado para a fabricação
do dispositivo que será usado em contato com o corpo.
Os biomateriais englobam todos os tipos de materiais, podendo ser metais,
cerâmicas, polímeros sintéticos e naturais, os quais podem ser utilizados como
dispositivos médicos que em contato com proteínas, células, tecidos, órgãos e
sistemas orgânicos, não causam qualquer tipo de rejeição (JAHNO, 2005). Na
Tabela 1 são apresentados alguns exemplos de polímeros utilizados na área de
biomateriais, com suas respectivas aplicações.
Esse desenvolvimento tecnológico melhorou a qualidade de vida da
população em geral, pois resultaram na produção dos mais eficientes dispositivos
médicos disponíveis no mercado hoje.
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Tabela 1 – Polímeros utilizados na área de biomateriais com suas respectivas aplicações.
Polímero Aplicação Referências Polietileno (PE) Cateteres e tubos de drenagens. (THOMÉ et al, 2012)
Polimetilmetacrilato (PMMA)
Lentes oculares; dentes postiços; cimento ósseo; bombas sanguíneas; membranas para diálise, e o poli(hidroxietil)metacrilato (PHEMA) é usado em lentes de contato macias (forma hidrogel).
(NOGUEIRA et al, 2012; LOKENDRAKUMAR; CHAUHAN, 2013)
Politereftalato de etileno (PET)
Enxertos vasculares, reconstrução de ligamentos e fixação de implantes.
(RATNER, 2013)
Polipropileno (PP) Suturas e reparos de hérnias. (GUPTA et al, 2007; HALMER TAL, 2007)
Policloreto de vinila (PVC)
Dispositivos médicos como tubos de circulação sanguínea e sacos para armazenamento de sangue.
(CHIELLINI et al, 2013)
Polidimetilsiloxano (PDMS)
Suporte para crescimento celular. (JACCHETTI et al, 2014)
Poli ácido lático-co-ácido glicólico (PLGA)
Suturas e suporte para crescimento celular. (RATNER, 2013; HOLZAPFEL, et al, 2013)
Quitosana (QTS) Curativos, suporte para crescimento celular e dispositivo para liberação de fármacos.
(PAUL; SHARMA, 2001)
Policaprolactona (PCL)
Dispositivo para liberação de fármacos e suporte para crescimento celular.
(RATNER, 2013; HOLZAPFEL, et al, 2013)
Poli(N-isopropilacrilamida) (PNIPAAm)
Sistema de liberação controlada de fármacos, músculos artificiais, biosseparação, culturas de células, engenharia de tecidos.
(SUN et al, 2010)
Fonte: Adaptado das fontes citadas nessa Tabela.
4.2.1. Policaprolactona e Poli (N-isopropilacrilamida)
O PCL é um polímero pertencente à família dos poliésteres alifáticos
(AMASS, 1998), sendo que sua síntese ocorre a partir da abertura do anel da Ɛ-
caprolactona, monômero esse de origem sintética (JONES, 2004). Esse polímero é
classificado como termoplástico, possuindo uma cadeia linear, sendo biocompatível.
A síntese da Ɛ-caprolactona pode ser feita pela reação de oxidação de Bayer-Villing
partindo da ciclohexanona. Dessa forma, não se considera o custo de produção
desse polímero elevado (ALVES, 2008). A Figura 4 demonstra a reação de
polimerização do PCL.
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Figura 4 – Polimerização por abertura do anel da Ɛ-Caprolactona. Fonte: Martins (2011).
O PCL é um polímero hidrofóbico, possuindo baixa toxicidade, baixa
temperatura de fusão (55 a 60 °C); é semicristalino (possui cristalinidade em torno
de 50 %). Além disso, apresenta temperatura de transição vítrea abaixo da
temperatura ambiente (-60°C). Sua massa molar pode variar de 5.000 a 80.000 Da.
Apresenta baixa viscosidade e densidade no valor de 1,13 g/cm3. Ainda, devido à
sua grande miscibilidade ou compatibilidade mecânica com outros tipos de
polímeros (SINHA, 2004), é capaz de formar blendas com diversos polímeros, além
de ser solúvel em vários solventes orgânicos (ALVES, 2008; BORDES et al., 2010).
Isso o torna um poliéster eficiente para aplicações biomédicas (JELLINEK; KACHI,
1989; ALVES, 2008). Segundo Sasmazel (2008), o PCL tem diversas aplicações em
sistemas para liberação controlada de fármacos, recobrimento de cânulas uretrais e
na engenharia tecidual, em tecido epidérmico, muscular, ósseo e cartilaginoso.
A degradação do PCL foi analisada em diversos meios como águas de rio,
de lago e de mar, lodo de esgoto e solo. Os resultados desses estudos apontaram
que a sua degradação está diretamente relacionada à quantidade de micro-
organismos presentes no meio (KASUYA et al, 1998; ALBERTSSON et al; 1998).
Ainda, a degradação do PCL em ambientes em contato com o ar é mais rápida do
que em ambientes que não há oxigenação (ALVES, 2008).
O PNIPAAm é um polímero que se destaca por suas aplicações como
biomaterial (LIU; SHEARDOWN, 2005; GUILHERME et al, 2005), pois é
potencialmente usado como sistema de liberação controlada de fármacos, músculos
artificiais, biosseparação, culturas de células, engenharia de tecidos (SUN; et al.,
2010), etc. Na Figura 5 é apresentada a unidade repetitiva do PNIPAAm.
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Figura 5 - Estrutura da unidade repetitiva do PNIPAAm.
Esse polímero apresenta diagrama de fases tipo LCST (Lower Critical
Solution Temperature), em meio aquoso, com temperatura de transição em torno de
32 a 35 ºC. Quando está abaixo da LCST, o PNIPAAm apresenta caráter hidrofílico,
sendo solúvel em meio aquoso. Isso ocorre porque os grupos amida interagem com
as moléculas de água, por meio de interações de hidrogênio. Acima da LCST, o
PNIPAAm torna-se hidrofóbico e insolúvel em meio aquoso, pois sua estrutura
molecular sofre contração conformacional, expondo os grupos N-isopropil, que são
hidrofóbicos. Essa transição hidrofílica-hidrofóbica é reversível, sendo considerada
muito útil para aplicações na área de biomateriais (CURTI, 2003; OLIVEIRA, 2010).
No entanto, esse polímero apresenta propriedades mecânicas frágeis.
A combinação desses dois polímeros vem sendo estudada devido às
propriedades interessantes que cada um deles apresenta. Possivelmente, as
blendas formadas a partir dos polímeros PCL e PNIPAAm podem possibilitar a
obtenção de materiais poliméricos com propriedades interessantes entre esses
polímeros, tais como tenacidade, ductibilidade e biodegradabilidade, provenientes do
PCL e propriedades termorresponsivas, devido à presença de PNIPAAm, visto que
os dois apresentam biocompatibilidade.
Recentemente, o PCL e o PNIPAAm tem sido selecionados para a
produção de micelas termorresponsivas biodegradáveis (XU et al, 2008,
NAKAYAMA et al, 2006; LOH et al, 2008), nanopartículas (ZHANG et al, 2007),
hidrogéis (PARIS; QUIJADA-GARRIDO, 2009, LEE; CHENG, 2008) e, inclusive,
nanofibras obtidas pela técnica de eletrofiação (CHEN et al, 2010).
n
25
4.3. Eletrofiação
A técnica de eletrofiação, também conhecida como electrospinning, é um
método de produção de fibras com diâmetros em escala micro e a nanométrica.
Essa técnica dispõe de uma montagem relativamente simples, barata e versátil,
além da capacidade de fabricar estruturas apresentando elevada área superficial
(LIU, 2013; KHORSHIDI, 1978). Esse processo foi primeiramente patenteado em
1902 por J. F. Cooley e W. J. Morton, sendo posteriormente estudada e refinada por
Formhals (1934), que patenteou uma serie de adaptações ao método e ao
equipamento (TUCKER et al, 2012).
O método de eletrofiação ocorre por um processo que consiste basicamente
na geração de uma gota na ponta do capilar, positivamente carregada, seguida pela
formação do cone de Taylor, processo no qual a gota é deformada do formato
esférico para o cônico, devido à ddp aplicada entre a ponta da agulha e a placa
coletora. (RAMAKRISHNA et al, 2005; ANDRADY, 2008). O cone de Taylor é
formado conforme apresentado na Figura 6.
Figura 6 – Esquema da formação do cone de Taylor. Fonte: Adaptado de Costa (2012).
Quando o cone de Taylor é formado, a densidade de carga positiva,
presente na gota da solução polimérica, torna-se alta suficiente para ultrapassar o
valor de sua tensão superficial, de modo que a gota deformada gera um jato
eletricamente carregado, que sofre o processo de elongação, formando um fio
contínuo, entre a ponta da agulha e a placa coletora. Esse jato eletricamente
carregado sofre instabilidades, chamadas de chicoteamento, até alcançar a placa
coletora. O solvente é evaporado antes que a fibra atinja a placa coletora, ocorrendo
5.1.2.5. Caracterização das fibras de PCL e fibras de PCL/PNIPAAm
5.1.2.5.1 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
A caracterização morfológica das fibras eletrofiadas de blendas de
PCL/PNIPAAm, com diferentes proporções (m/m), foi feita utilizando a técnica de
MEV. O procedimento usado foi o mesmo citado no item 5.1.2.3.2.
5.1.2.5.2. Medidas de ângulo de contato estático em função da temperatura
As fibras de PCL e de blendas de PCL/PNIPAAm, eletrofiadas na
concentração de 10% (Tabela 4), foram caracterizadas por meio de medidas de
molhabilidade da gota de água sobre suas superfícies em função da temperatura,
usando a técnica de medida de ângulo de contato estático. Utilizou-se o software
Image J para medir o valor do ângulo de contato formado pela gota de água sobre a
manta fibrílica. Calculou-se as médias do ângulo de contato de 4 gotas após 10
segundos de contato entre a gota e a superfície da fibra polimérica, para as
45
temperaturas de 20, 25, 30, 35, 40 e 45 °C. A partir dessas informações, foi possível
construir gráficos de temperatura (°C) x ângulo de contato (θ), nas diferentes
temperaturas citadas, a fim de avaliar o efeito da temperatura na molhabilidade da
superfície das mantas fibrílicas em função da proporção de PNIPAAm presente nas
mesmas. Além disso, estimou-se o valor da LCST do PNIPAAm, em função de sua
proporção nas fibras, a partir da determinação da derivada segunda da equação
polinomial de terceira ordem obtida para cada curva.
46
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Eletrofiação das amostras selecionadas
Inicialmente, soluções de PCL nas concentrações de 5%, 8%, 10%, 12%,
15% e 20% foram submetidas ao processo de eletrofiação, nas seguintes condições
experimentais: tensão entre 10 e 15 kV, fluxo da solução de 1,0, 1,5 e 2,0 mL/h e
distância de trabalho entre 10 e 15 cm (Tabela 2). Nessa etapa obteve-se 64
amostras de PCL (Tabela 2). Na Figura 13 são apresentadas imagens de MO de
algumas dessas amostras eletrofiadas. Foi observado que apenas algumas das
amostras analisadas por MO, com aumento de 50 – 500 vezes, exibiram potencial
para formação de fibras. Dessa forma, foram selecionadas 20 condições
experimentais que apresentavam alguma tendência à formação de fibras. As outras
imagens de MO são apresentadas no Apêndice 1.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 13 - Imagens de MO das amostras (a) PCL10 com ampliação de 50 vezes; (b) PCL10 com ampliação de 500 vezes; (c) PCL14 com ampliação de 50 vezes; (d) PCL14 com ampliação de 500 vezes;
47
Na Figura 14 são apresentadas as imagens de MEV de amostras de PCL
submetidas à eletrofiação (PCL01, PCL02, PCL03, PCL04, PCL07, PCL08, PCL09,
PCL10, PCL13, PCL14, PCL15, PCL16), nas condições apresentadas na Tabela 3.
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
48
(i) (j)
(k) (l)
Figura 14 – Imagens de micrografia de MEV de amostras de PCL puro eletrofiadas: (a) PCL01, (b) PCL02, (c) PCL03, (d) PCL04, (e) PCL07, (f) PCL08, (g) PCL09, (h) PCL10, (i) PCL13, (j) PCL14, (k) PCL15, (l) PCL16. Ampliação de 3000x.
A partir da análise das imagens de micrografias de MEV apresentadas na
Figura 12, pode ser verificado que as soluções com concentração de 5% de PCL
submetidas a eletrofiação produziram estruturas porosas e coalescidas, não
ocorrendo formação de fibras em nenhuma das condições experimentais de
eletrofiação, mostrando que a concentração da solução não foi suficiente para que
houvesse a formação das fibras no coletor. Nas amostras eletrofiadas a partir da
solução de PCL na concentração de 10% houve a formação de pequenas fibras
finas ramificadas e arredondadas, mas as estruturas porosas e coalescidas
predominavam. Com o aumento na concentração de PCL, as fibras poliméricas
começaram a ser formadas no processo de eletrofiação. Em concentrações mais
altas, essas fibras ainda apresentaram defeitos, chamados contas, em sua estrutura
(as outras imagens de micrografias de MEV são apresentadas no Apêndice 2).
Dessa forma, pode ser verificado que os parâmetros que tiveram maior
influência nos experimentos de eletrofiação foram a concentração de PCL e a tensão
aplicada. Observou-se que à medida que a concentração de PCL aumentava, havia
uma maior tendência à formação de fibras, principalmente a partir da concentração
49
de 15%. Além disso, verificou-se que para uma mesma concentração, quando a
tensão de 15 kV foi aplicada, a eletrofiabilidade do PCL melhorou. Na concentração
de 5% o processo levou a uma leve tendência à formação de fibras nas condições
15 kV, 10 cm e 1 mL/h. Na concentração de 10%, pôde-se notar uma melhora na
eletrofiabilidade do PCL nas mesmas condições. Na concentração de 15% ocorreu a
formação de fibras em todas as condições estudadas, mas principalmente nas
condições de 15 kV, 15 cm e 1 mL/h. No entanto verificou-se que em todas as
condições nas quais ocorreram a formação de fibras, as mesmas ainda
apresentaram defeitos, chamados de contas, que diminuíram à medida que a
concentração de PCL aumentou.
Na Tabela 5 são apresentadas as amostras de PCL nas concentrações em
que ocorreu a formação de fibras durante o processo de eletrofiação, além dos
resultados de diâmetro médio, desvio padrão e variância. A análise dos dados,
mostrou que o diâmetro médio das fibras de PCL puro apresentou pequenas
variações até a concentração de 15%. A partir de 20% o diâmetro médio das fibras
aumentou, no entanto ocorreu uma heterogeneidade maior em seus valores. Para
todas as amostras, os valores de diâmetro médio das fibras ficaram abaixo de 0,6
µm.
Tabela 5 – Valores do diâmetro médio, desvio padrão e variância das fibras de PCL puro.
Amostra Concentração
(%)
Diâmetro médio
(µm)
Desvio padrão
(µm)
Variância
(µm)
PCL08 10 0,2089 0,0735 0,0054
PCL12* 12 0,2140 0,0585 0,0034
PCL13 15 0,2343 0,0595 0,0035
PCL14 15 0,2909 0,0707 0,0050
PCL15 15 0,1644 0,0368 0,0014
PCL16 15 0,2300 0,0578 0,0033
PCL17* 20 0,3176 0,0902 0,0081
PCL18* 20 0,5858 0,2333 0,0544
PCL19* 20 0,3426 0,1336 0,0179
PCL20* 20 0,3848 0,1561 0,0244
* As imagens de micrografia de MEV são apresentadas no Apêndice 2.
50
Para o preparo das blendas de PCL/PNIPAAm, analisou-se a morfologia e o
diâmetro médio das fibras eletrofiadas. De acordo com os dados apresentados na
Figura 12 e Tabela 5, foi selecionada a condição experimental da amostra PCL14
(15%, 15 kV, 10 cm, 1,0 mL/h), pois nessa condição houve formação de menos
defeitos nas fibras.
6.2 Caracterização morfológica das blendas de PCL/PNIPAAm eletrofiadas,
obtidas na concentração de 15%
As blendas de PCL/PNIPAAm, eletrofiadas em diferentes proporções (m/m),
foram caracterizadas por MEV. Na Figura 15 são apresentadas imagens de
micrografias das amostras de PCL/PNIPAAm na concentração de 15 %, as quais
foram submetidas à eletrofiação.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 15 – Imagens de MEV de amostras de PCL/PNIPAAm 15% eletrofiadas: (a) PCL/PNIPAAm - 70/30, (b) PCL/PNIPAAm - 50/50, (c) PCL/PNIPAAm - 30/70, (d) PCL/PNIPAAm - 0/100. Ampliação de 3000x.
51
Observou-se que com o aumento da proporção de PNIPAAm nas blendas de
PCL/PNIPAAm na concentração de 15%, houve um maior gotejamento da solução
durante o experimento de eletrofiação. Além disso, a eletrofiação do PNIPAAm puro
(PCL/PNIPAAm - 0/100) formou poucas fibras, não arredondadas, sendo as mesmas
bastante largas, demonstrando que a concentração dessa solução estava muito alta,
influenciando diretamente no aumento significativo da concentração. Ainda, a
distância de 10 cm não foi suficiente para que o solvente fosse evaporado antes que
as fibras poliméricas atingissem o coletor, deixando as fibras de PNIPAAm puro
eletrofiadas em uma morfologia mais coalescida, na forma de fitas.
Na Tabela 6 são apresentados os valores do diâmetro médio, desvio padrão
e variância das fibras de PCL/PNIPAAm eletrofiadas, que foram preparadas na
concentração de 15%.
Tabela 6 – Valores do diâmetro médio, desvio padrão e variância das fibras das blendas de
PCL/PNIPAAm, obtidas na concentração de 15 %.
PCL/PNIPAAm 15%
(m/m)
Diâmetro médio
(µm)
Desvio padrão
(µm)
Variância
(µm)
100/0 0,2909 0,0707 0,0050
70/30 0,3456 0,0985 0,0770
50/50 0,5224 1,7694 3,1309
30/70 0,6541 0,4471 0,1999
0/100 5,1226 2,3854 0,0383
De acordo com os dados observados na Tabela 6, foi verificado que o
diâmetro médio das fibras de PCL/PNIPAAm 15% aumentaram conforme a
proporção de PNIPAAm nas soluções foi alterada. Para todas as amostras, os
valores do diâmetro médio das fibras ficaram abaixo de 5,30 µm. Para a eletrofiação
dos polímeros individuais nas mesmas condições de eletrofiação, pôde-se notar uma
grande diferença entre os diâmetros das fibras formadas, com valores em torno de
0,2909 ± 0,0707 µm para o PCL puro, e de 5,1226 ± 2,3854 µm para o PNIPAAm
puro. Esse resultado mostra que de fato, o aumento da proporção de PNIPAAm nas
soluções das blendas aumentou significativamente a viscosidade da solução,
refletindo no aumento no diâmetro médio das fibras eletrofiadas.
A partir da análise da morfologia das fibras formadas, optou-se por refazer
os experimentos de eletrofiação utilizando a mesma condição da amostra PCL10
52
(10%, 15 kV, 15 cm e 1,0 mL/h), nos quais os parâmetros de concentração e
distância foram mudados.
6.3 Caracterização morfológica das blendas de PCL/PNIPAAm eletrofiadas,
obtidas na concentração de 10%
A partir da análise morfológica por MEV das fibras de blendas de
PCL/PNIPAAm, eletrofiadas na concentração de 15 %, foi observada a necessidade
de utilizar uma outra condição de eletrofiação, a fim de obter fibras arredondadas e
sem ou com muito poucos defeitos. Assim, soluções de blendas de PCL/PNIPAAm,
em diferentes proporções (m/m), foram preparadas na concentração de 10% e
eletrofiadas na distância de 15 cm, mantendo os outros parâmetros de eletrofiação
iguais aos usados anteriormente (15 kV e 1,0 mL/h). Para o preparo das soluções
das blendas de PCL/PNIPAAm a 10%, foram estabelecidas as mesmas proporções
(m/m), com o intuito de comparar as análises e verificar se a partir da diminuição da
concentração e do aumento da distância, seria possível obter fibras homogêneas e
com poucos ou nenhum defeito.
Na Figura 16 são apresentadas as imagens de micrografias de MEV das
amostras de PCL/PNIPAAm, submetidas à eletrofiação na concentração de 10%. A
partir da análise dessas imagens verificou-se que a eletrofiabilidade da solução de
PNIPAAm puro (PCL/PNIPAAm 0/100) melhorou significativamente com a redução
da concentração de sua solução para 10 % e o aumento da distância de trabalho
para 15 cm. Nessas condições as fibras formadas apresentaram morfologia
arredondada, sem a presença de defeitos. Observou-se o mesmo resultado para as
fibras de PCL/PNIPAAm 50/50, indicando que o aumento da proporção de PNIPAAm
na solução melhorou a eletrofiabilidade da mesma. No entanto, notou-se que as
fibras de PCL/PNIPAAm 30/70 formadas ainda apresentaram muitos defeitos e
poucas fibras. Esse mesmo resultado foi observado na condição de eletrofiação
anterior (15%, 15kV, 10 cm e 1,0 mL/h) para a mesma proporção (m/m) de
PCL/PNIPAAm. Até o momento, não foi encontrado nada sobre esse assunto na
literatura, de modo que ainda não se sabe ao certo qual a particularidade dessas
condições, não sendo possível obter uma explicação para esse fenômeno.
53
(a) (b)
(c) (d)
Figura 16 – Imagens de micrografia de MEV de amostras de PCL/PNIPAAm 10% eletrofiadas: (a) PCL/PNIPAAm - 70/30, (b) PCL/PNIPAAm - 50/50, (c) PCL/PNIPAAm - 30/70, (d) PCL/PNIPAAm - 0/100. Ampliação de 3000 x.
Na Tabela 7 são apresentados os valores de diâmetro médio, desvio padrão
e variância das fibras das amostras de PCL/PNIPAAm eletrofiadas, que foram
preparadas na concentração de 10%.
Tabela 7 – Valores de diâmetro médio, desvio padrão e variância das fibras das blendas de
PCL/PNIPAAm, obtidas na concentração de 10 %.
PCL/PNIPAAm 10%
(m/m)
Diâmetro médio
(µm)
Desvio padrão
(µm)
Variância
(µm)
100/0 - - -
70/30 0,6577 0,3470 0,1218
50/50 1,1189 0.2115 0,0447
30/70 0,8134 0,5618 0,3156
0/100 1,3016 0,1956 0,0383
De acordo com os dados descritos na Tabela 7, pode ser observado que as
fibras eletrofiadas apresentaram diâmetros médios na faixa de 0,66 µm a 1,30 µm.
54
Essas fibras exibem menores valores tanto de diâmetro médio quanto de desvio
padrão, quando comparadas às fibras das blendas de PCL/PNIPAAm obtidas na
concentração de 15 %. Isso indica que, além de ocorrer uma melhora significativa na
morfologia das blendas eletrofiadas a 10 %, também houve uma diminuição na
heterogeneidade de diâmetro das fibras eletrofiadas.
A partir das análises morfológicas das blendas de PCL/PNIPAAm nas
condições de eletrofiação das amostras PCL10 e PCL14, selecionou-se as blendas
de PCL/PNIPAAm 10% para realizar as medidas de molhabilidade.
6.4 Medidas de ângulo de contato estático em função da temperatura
O ângulo de contato estático é um fenômeno físico que ocorre entre as
interfaces das fases sólida e líquida e, por meio de sua medida, é possível analisar a
molhabilidade da gota líquida sobre a superfície sólida devido aos tipos de
interações intermoleculares existente entre as fases em estudo.
6.4.1 Medidas de ângulo de contato estático em função da temperatura para
as fibras de PCL puro
De acordo com a literatura, a medida de molhabilidade é feita a partir do
ângulo formado entre a gota do líquido e a superfície no qual ela repousa. Para
valores de ângulo de contato maiores que 90º não ocorre interação intermolecular
favorável entre a gota de água e a superfície sólida, e para valores de ângulo de
contato menores que 90º existe uma boa interação intermolecular entre essas
superfícies e, por consequência, uma boa molhabilidade entre a gota de água e a
superfície sólida (SHAW,1975).
As fibras de PCL puro (PCL10) foram caracterizadas por meio de medidas
de molhabilidade da gota de água sobre suas superfícies, em função da
temperatura, usando a técnica de medida de ângulo de contato estático, cujos
resultados são apresentados na Figura 17.
55
20 ºC
45 ºC
Figura 17 – Medidas de ângulo de contato formado na superfície da amostra de PCL10, em
função da temperatura com a imagem fotográfica da gota na superfície da amostra de PCL
puro (PC 10) obtido após 10 segundos de contato entre a gota e a superfície da amostra com
20ºC e 45 ºC.
Para o PCL puro, no intervalo de temperatura estudado não houve mudança
significativa nos valores de ângulo de contato formado pela gota de água na
superfície da manta fibrílica. Verificou-se que as fibras eletrofiadas de PCL puro
apresentaram valores em torno 117,7 ± 3,4 o e 123,1 ± 4,3 o, entre as temperaturas
estudadas de 20 a 45 °C. Esse resultado indica que as fibras eletrofiadas de PCL
exibem caráter hidrofóbico, de acordo com o que era esperado para essas fibras.
6.4.2. Medidas de ângulo de contato estático em função da temperatura para
as fibras das blendas de PCL/PNIPAAm
A medida do ângulo de contato formado pela gota de água sobre a
superfície das mantas fibrílicas das blendas de PCL/PNIPAAm, citadas no item
5.1.2.4 e discutidas no item 6.3, foi realizada com o intuito de analisar se o
comportamento de molhabilidade das mesmas foi alterado devido à variação da
110
115
120
125
130
15 25 35 45
Ân
gu
lo d
e c
on
tato
(θ)
Temperatura (°C)
56
proporção de PNIPAAm nas fibras das blendas eletrofiadas e também em função da
temperatura.
Na Figura 16 são mostradas as imagens fotográficas da gota de água
formada sobre a superfície das blendas de PCL/PNIPAAm em diferentes proporções
nas temperaturas de 20 ºC e 45 ºC. A partir da análise dessas imagens, pôde ser
verificado que o aumento da temperatura da amostra provocou um aumento do
ângulo de contato da mesma, devido ao aumento da proporção de PNIPAAm nas
blendas das fibras eletrofiadas. A 20 oC, o PNIPAAm está abaixo de sua LCST,
apresentando caráter hidrofílico, devido aos grupos amida estarem mais expostos,
podendo interagir com as moléculas da gota de água por meio de interações
intermoleculares do tipo ligações de hidrogênio. Nessa temperatura, as interações
entre o PNIPAAm e a gota de água são favoráveis e a mesma pode se espalhar,
diminuindo o ângulo de contato formado entre o líquido e a superfície sólida. A
45 oC, o PNIPAAm está acima da LCST. Nesse caso, ocorre rompimento das
interações intermoleculares do tipo ligações de hidrogênio e os grupos isopropil
ficam mais expostos, tornando o polímero mais hidrofóbico. Nessas circunstâncias, a
gota de água se espalha menos sobre a sua superfície. Assim, foi possível visualizar
o comportamento de termossensibilidade do PNIPAAm nas blendas formadas.
Para cada amostra foram feitas quatro medidas do ângulo de contato
formado pelas gotas de água sobre a superfície das fibras dessas blendas, nas
temperaturas anteriormente citadas, obtendo os valores médios de e os desvios
médios das medidas. A partir desses dados experimentais, foram construídos
gráficos de ângulo de contato x temperatura para as fibras de blendas de
PCL/PNIPAAm. Esses dados experimentais são apresentados na Figura 18.
57
20 ºC
45 ºC
(a)
20 ºC
45 ºC
(b)
20 ºC
45 ºC
(c)
40
60
80
100
20 30 40 50
Ân
gu
lo d
e c
on
tato
(θ)
Temperatura (°C)
60
65
70
75
80
15 25 35 45
Ân
gu
lo d
e c
on
tato
(θ)
Temperatura (°C)
55
65
75
85
95
15 25 35 45
Ân
gu
lo d
e c
on
tato
(θ)
Temperatura (°C)
58
20 ºC
45 ºC
(d)
Figura 18 –Curvas de ângulo de contato em função da temperatura com as respectivas imagens fotográficas das gotas de água sobre a superfície das amostras de PCL/PNIPAAm 10% nas temperaturas de 20 e 45 ºC, após 10 segundos de contato entre a gota de água e a superfície da fibra para: (a) PCL/PNIPAAm - 70/30, (b) PCL/PNIPAAm - 50/50, (c) PCL/PNIPAAm - 30/70, (d) PCL/PNIPAAm – 0/100.
A partir de cada curva obtida nos gráficos apresentados na Figura 18, foi
possível determinar a equação polinomial de 3°ordem que melhor se ajustou aos
dados experimentais e, dessa maneira, calcular a derivada de segunda ordem de
cada função a fim de obter o ponto de inflexão da curva. Na Tabela 8 são
apresentadas as equações polinomiais obtidas pelo software Excel, determinadas
para as blendas de PCL/PNIPAAm eletrofiadas, submetidas à análise de
molhabilidade em função da temperatura. O ponto de inflexão da curva pode ser
relacionado ao valor da LCST do PNIPAAm para cada uma das blendas de
PCL/PNIPAAm.
Tabela 8: Equações polinomiais determinadas para as blendas de PCL/PNIPAAm eletrofiadas,
que foram submetidas à análise de molhabilidade em função da temperatura
PCL/PNIPAAm Equação de ajuste dos dados experimentais
70/30 𝜃 = −6,35𝑇³ + 744,68𝑇² − 26679𝑇 + 357308
50/50 𝜃 = −3,90𝑇3 + 393,32𝑇2 − 12183𝑇 + 182917
30/70 𝜃 = −4,17𝑇3 + 417,48𝑇2 − 12321𝑇 + 175188
0/100 𝜃 = −4,95𝑇3 + 492,78𝑇2 − 15019𝑇 + 209972
55
65
75
85
15 25 35 45
Ân
gu
lo d
e c
on
tato
(θ)
Temperatura (°C)
59
O valor da LCST do PNIPAAm nas blendas foi estimado a partir da derivada
de segunda ordem das respectivas funções apresentadas na Tabela 8, cujos valores
são apresentados na Tabela 9.
Tabela 9 – Valores do diâmetro médio, o desvio padrão, variância dos diâmetros e estimativa
da LCST das fibras de blendas de PCL/PNIPAAm
PCL/PNIPAAm 10 % (m/m)
Diâmetro médio (µm)
Desvio padrão (µm)
Variância (µm)
LCST (°C)
100/0 - - - -
70/30 0,6577 0,3490 0,1218 39,09
50/50 1,1189 0,2115 0,0447 34,26
30/70 0,8134 0,5618 0,3156 33,38
100/0 1,3016 0,1956 0,0383 33,19
A partir da análise dos resultados estimados para o valor da LCST do
PNIPAAm nas blendas de PCL/PNIPAAm em diferentes proporções, pôde-se
observar que o valor da LCST das fibras eletrofiadas do PNIPAAm puro foi de
aproximadamente 33,2 oC, correspondendo ao valor encontrado na literatura, que
segundo Shild, 1992 é entre 32 e 35 oC. Verificou-se que o valor da LCST das fibras
contendo proporção de PNIPAAm de até 50% praticamente não variou. No entanto,
ocorreu um aumento desse valor quando a proporção de PNIPAAm nas fibras da
blenda eletrofiada foi de 30%, isto é, o PNIPAAm apresentava-se em menor
proporção, comparado ao PCL. Nesse caso, pôde-se inferir que o valor da LCST do
PNIPAAm não sofreu variação significativa na faixa de proporção entre 50 % e 100
% nas fibras eletrofiadas. Para fibras de blendas de PCL/PNIPAAm eletrofiadas a
partir de proporções de PNIPAAm menores que 50 %, pode ocorrer um aumento do
valor da LCST do PNIPAAm.
60
7. CONCLUSÃO
A partir dos experimentos realizados nesse trabalho, foi possível selecionar
os parâmetros de eletrofiação para obter mantas fibrílicas de soluções de PCL puro
e blendas de PCL/PNIPAAm em diferentes proporções (m/m) utilizando o processo
de eletrofiação e foi verificado que à medida que a proporção de PNIPAAm na
solução aumentou, a eletrofiabilidade melhorou.
As medidas de ângulo de contato, em função da temperatura, das fibras de
blendas de PCL/PNIPAAm indicaram que a adição de PNIPAAm nas blendas
tornaram as mesmas sensíveis à variação de temperatura, indicando variação do
caráter hidrofílico-hidrofóbico à medida que a proporção de PNIPAAm nas blendas
eletrofiadas aumentou.
Por meio das medidas de ângulo de contato em função da temperatura foi
possível estimar a LCST do PNIPAAm, que ficou entre os valores de 33 oC e 34 oC,
até a proporção de 50 % de PNIPAAm nas fibras eletrofiadas. Para a proporção de
PNIPAAm de 30 %, o valor estimado para a LCST foi em torno de 39 oC, indicando
que a diminuição da proporção de PNIPAAm nas fibras das blendas eletrofiadas
influenciou no valor da LCST desse polímero.
Assim, a combinação das propriedades desses dois polímeros a partir da
eletrofiação das soluções de blendas podem apresentar potencial aplicação nas
áreas de engenharia de tecidos, crescimento celular, membranas de filtração, entre
outros.
61
REFERÊNCIAS
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71
APÊNDICE 1
Nesse apêndice são demonstradas as amostras de PCL puro analisadas por
MO que foram selecionadas para caracterização de MEV, com aumento de 50 – 500
vezes.
Ampliação Amostra
50 x 500 x
PCL01
PCL02
PCL03
PCL04
72
Ampliação Amostra
50 x 500 x
PCL05
PCL06
PCL07
PCL08
PCL09
73
Ampliação Amostra
50 x 500 x
PCL10
PCL11
PCL12
PCL13
PCL14
74
Ampliação Amostra
50 x 500 x
PCL15
PCL16
PCL17
PCL18
PCL19
75
Ampliação Amostra
50 x 500 x
PCL20
76
APÊNDICE 2
Nesse apêndice são demonstradas as amostras de PCL puro analisadas
MEV, com aumento de 3000 vezes.
PCL05 PCL06
PCL11 PCL12
PCL17 PCL18
77
PCL19 PCL20
78
ANEXOS
ANEXO A – Ficha de emergência do Clorofórmio
1. GERADOR
Universidade Federal de São Paulo
- UNIFESP
Endereço: Rua Botucatu, 740, 5º
andar, Vila Clementino, São Paulo.
CEP: 04023062.
2. NOME APROPRIADO PARA O
EMBARQUE
CLOROFÓRMIO
(TRICLOROMETANO)
3. INFORMAÇÕES DE RESÍDUO
Nº. Risco: 60
Nº. ONU: 1888
Classe ou subclasse de risco: 6.1
Descrição da classe ou
subclasse: TÓXICO
Grupo de Embalagem: III
4. TELEFONE: (11) 5576-4988.
5. ASPECTO: Líquido aquoso; sem coloração; odor etéreo; afunda na água; produz vapor irritante.
Incompatibilidades químicas com produtos das classes/subclasses (conforme ABNT NBR 14.619): explosivos das
subclasses 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 (exceto do grupo de compatibilidade S), 1.5 e 1.6; substâncias autorreagentes
(subclasse 4.1) que contém o rótulo de risco subsidiário de explosivo; peróxidos orgânicos (subclasse 5.2) que
contém o rótulo de risco subsidiário de explosivo.
6. EPI DE USO EXCLUSIVO DA EQUIPE DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA: Óculos, avental, luvas (material:
viton ou butilo) e máscara contra vapores/aerossóis. O EPI do motorista está especificado na ABNT NBR 9735.
7. RISCOS
7.1. FOGO: NÃO É INFLAMÁVEL. Perigo de fogo leve quando exposto a altas temperaturas; caso contrário,
praticamente não inflamável. Recipientes fechados hermeticamente podem explodir quando aquecidos.
7.2. SAÚDE: PERIGO! Pode ser fatal se for aspirado ou inalado. Causa irritação à pele, olhos e trato respiratório.
Afeta Sistema Nervoso Central, rins, Sistema Cardiovascular e fígado. Pode causar câncer dependendo do nível e
duração de exposição.
7.3. MEIO AMBIENTE: TERRA: é esperado que evapore depressa. ÁGUA: Não é significativamente bioacumulado.
AR pode ser degradado moderadamente através de reação com fotoquímica produziu os radicais de hidroxila.
Quando lançado no ar, pode ser removido da atmosfera a uma extensão moderada tendo uma meia-vida maior que
30 dias.
8. EM CASO DE ACIDENTE
8.1. VAZAMENTO: Ventilar a área de vazamento. Usar equipamento de proteção pessoal apropriado especificado a seguir. Quando ocorrer o vazamento, recolher o material num container apropriado ou absorva com um material inerte (vermiculita, areia seca, terra). Não use materiais combustíveis, como pó de serra.
FICHA DE EMERGÊNCIA
79
8.2. FOGO: NÃO USAR ÁGUA! Usar qualquer medida apropriada para extinguir o fogo, se ocorrer.
8.3. POLUIÇÃO: Recolher resíduos para posterior descarte. As águas residuais não devem atingir galerias ou rios e
lagos, devendo ser contidas. Mantenha o material em um container bem fechado, armazenando-o em local fresco,
seco em área ventilada.
8.4. ENVOLVIMENTO DE PESSOAS: INALAÇÃO: Remover o indivíduo exposto ao ar livre. Se não estiver
respirando, fazer respiração artificial. Se respirar com dificuldade, dê oxigênio. INGESTÃO: Não induza o vômito.
Nunca dê algo pela boca para uma pessoa inconsciente. PELE: Lave imediatamente em água corrente por. Remova
a roupa contaminada e os sapatos. OLHOS: Lave imediatamente com água corrente, abrindo e fechando
ocasionalmente as pálpebras. Em todos os casos procure ajuda médica imediatamente.
8.5. INFORMAÇÕES AO MÉDICO: Pessoas com desordens de pele, olhos, fígado, rins ou com função respiratória
falha devem ser mais suscetíveis aos efeitos da substância.
8.6. OBSERVAÇÕES: As instruções ao motorista em caso de emergência encontram-se descritas exclusivamente no
Envelope para o Transporte.
80
VERSO FICHA DE EMERGÊNCIA
TELEFONES EM CASO DE EMERGÊNCIA:
BOMBEIROS 193
POLICIA MILITAR 190
DEFESA CIVIL 199
CETESB 0800 11 3560
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 191
81
ANEXO B – Ficha de emergência do Dimetilformamida
FICHA DE EMERGÊNCIA
1. GERADOR
Universidade Federal de São Paulo -
UNIFESP
Endereço: Rua Botucatu, 740, 5º
andar, Vila Clementino, São Paulo.
CEP: 04023062.
2. NOME APROPRIADO PARA O
EMBARQUE
N, N-DIMETILFORMAMIDA (DIMETILFORMAMIDA)
3. INFORMAÇÕES DO RESÍDUO
Nº. Risco: 30
Nº. ONU: 2265
Classe ou subclasse de risco: 3
Descrição da classe ou
subclasse: INFLAMÁVEL
Grupo de Embalagem: III
4. TELEFONE: (11) 5576-4988.
5. ASPECTO: Líquido aquoso; sem coloração; odor leve de amônia; flutua e mistura com água.
Incompatibilidades químicas com produtos das classes/subclasses (conforme ABNT NBR 14.619): explosivos
das subclasses 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 (exceto do grupo de compatibilidade S), 1.5 e 1.6; substâncias autorreagentes
(subclasse 4.1) que contém o rótulo de risco subsidiário de explosivo; peróxidos orgânicos (subclasse 5.2) que
contém o rótulo de risco subsidiário de explosivo.
6. EPI DE USO EXCLUSIVO DA EQUIPE DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIA: Usar luvas, botas e roupas de borracha nitrílica e máscara facial panorama com filtro contra vapores orgânicos. O EPI do motorista está especificado na ABNT NBR 9735.
7. RISCOS
7.1. FOGO: Explosão: Os vapores podem formar misturas explosivas com ar (acima 58 ºC). Reage
violentamente com oxidantes e tetracloreto de carbono. Produtos com risco de decomposição: Pode emitir
fumaças tóxicas e irritantes em caso de incêndio (gases nitrosos (NOx) e monóxido de carbono).
7.2. SAÚDE: Nocivo por inalação e em contato com a pele. Irritante aos olhos. Risco durante a gravidez com
efeitos adversos na descendência.
7.3. MEIO AMBIENTE: Não deixar que os resíduos atinjam o esgoto. O produto e a água resultante do combate ao fogo e de diluição são prejudiciais à flora e fauna. Polui rios, flora, solo e ar; prejudica a fauna.
8. EM CASO DE ACIDENTE
8.1. VAZAMENTO: Isole o local e mantenha as pessoas afastadas. Conter o vazamento. Eliminar fontes de
ignição. Ventilar o local. Recolher o material em recipientes limpos, para que seja possível sua recuperação ou
eliminação. Os resíduos devem ser recolhidos através de material absorvente inerte (por exemplo vermiculita)
para eliminação.
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8.2. FOGO: Extinguir com pó químico seco, água, espuma de álcool ou dióxido de carbono.
8.3. POLUIÇÃO: Evitar a possibilidade do vazamento atingir rios, represas, redes de esgoto. Recupere o
produto e remova o solo contaminado colocando-os em tonéis ou container para seu reaproveitamento ou
tratamento
8.4. ENVOLVIMENTO DE PESSOAS: Sintomas e efeitos: Nocivo por inalação e em contato com a pele.
Irritante aos olhos. Informações gerais: Em caso de dúvida ou se os sintomas persistirem, procurar cuidado
médico. Inalação: Transportar para local ventilado, em posição meio vertical, com a roupa desapertada. Se
houver dificuldade de respiração, deverá ser administrado oxigênio ou respiração artificial por uma pessoa
devidamente treinada. Procurar assistência médica. Ingestão: Lavar a boca com água. Dar água para beber.
Induzir ao vômito. Nunca induzir o vômito em pessoas em estado de inconsciência ou confusão. Procurar
assistência médica. Contato com a pele: Lavar imediatamente a área atingida com sabão e água corrente por
pelo menos 20 minutos. Remova imediatamente toda a roupa e calçados contaminados. Procurar assistência
médica se a irritação aumentar. Contato com os olhos: Lavar com água corrente por pelo menos 20 minutos.
As pálpebras devem ser mantidas afastadas dos globos oculares pare assegurar que a lavagem de toda a
superfície. Procurar assistência médica.
8.5. INFORMAÇÕES AO MÉDICO: Aconselha-se tratamento sintomático.
8.6. OBSERVAÇÕES: As instruções ao motorista em caso de emergência encontram-se descritas exclusivamente no Envelope para o Transporte.