C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XX NÚMERO 228 SETEMBRO 2014 TRANSPORTE ATUAL Observatório do Transporte ITL trabalha na proposta de implantação de um ambiente virtual com informações que contribuirão para o aumento da eficiência logística e da mobilidade do país JOHN KASARDA FALA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE AEROTRÓPOLIS NO MUNDO Observatório do Transporte
ITL trabalha na proposta de implantação de um ambiente virtual com informações que contribuirão para o aumento da eficiência logística e da mobilidade do país
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CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT
ANO XX NÚMERO 228SETEMBRO 2014
T R A N S P O R T E A T U A L
Observatório do Transporte
ITL trabalha na proposta de implantação de um ambiente virtual com informações que contribuirão para o aumento da eficiência logística e da mobilidade do país
JOHN KASARDA FALA SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE AEROTRÓPOLIS NO MUNDO
Observatório do Transporte
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 20144
REPORTAGEM DE CAPA
ANO XX | NÚMERO 228 | SETEMBRO 2014
CNTT R A N S P O R T E A T U A L
CAPA SERGIO ALBERTO/CNT
John Kasarda apresenta o conceitode aerotrópolis
PÁGINA 8
ENTREVISTA
Encontro na CNTreúne empresárioschineses
PÁGINA 38
BRASIL-CHINA
Projetos para aimplantação de doisaeroportos-cidades
PÁGINA 44
SETOR AÉREO
BRASIL NOS TRILHOS • Evento discutiu os desafios e as oportunidades para o transporteferroviário de cargas e de passageiros
PÁGINA 30
Instituto de Transporte e Logística apresenta proposta de criação do Observatório do Transporte, ambiente virtual com informaçõessobre o setor de transporte do país que deve contribuir para a melhoria da eficiência logística e da mobilidade
Página 22
CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Tereza PantojaVirgílio CoelhoWesley Passaglia
Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do
1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.
Tiragem: 40 mil exemplares
Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual
EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT
Programa consolidaações em sete anosde atuação
PÁGINA 54
DESPOLUIR
NTU debate demandas sociaispara o setor
PÁGINA 58
PASSAGEIROS
Sest Senat festeja20 anos com showsem todo o Brasil
PÁGINA 62
COMEMORAÇÃO
Circuito de Caminhadae Corrida de Rua continua no país
PÁGINA 66
SEST SENAT
Alexandre Garcia 6
Duke 7
Mais Transporte 12
Rede ampliada 65
Boletins 70
Tema do mês 78
Opinião 81
Cartas 82
Seções
AQUAVIÁRIO • Brasil ainda investe pouco emaproveitamento hídrico quando comparado com EUA e países europeus e asiáticos
PÁGINA 48
www.cnt.org.br
Agência CNT Entrevista
A Agência CNT de Notícias publica, periodicamente, entrevistascom autoridades e especialistas sobre os mais diversos assuntosque envolvem o setor. Entre os temas recentes estão: transportepúblico, ferrovias, setor aquaviário, investimentos e mobilidadeurbana. Atualize-se e conheça outros pontos de vista!Acesse: www.cnt.org.br/agencia.
economista Raul Veloso fez umestudo sobre a evolução dosgastos federais (custeio e inves-timento) de 1997 a 2013. E desco-briu que esses gastos subiram,
no período, de 14% do PIB para 19%. Eque, entre os gastos federais do anopassado, 72,5% vão para as variadasbolsas, os abonos, as aposentadorias, oseguro-desemprego – os chamados gas-tos sociais. Antes de a Constituição de1988 impor ao Estado uma pesada cargasocial dos gastos federais, 39% iam pa-ra algum tipo de assistência pública.Agora é quase o dobro disso. A conse-quência é que antes sobravam para in-vestimento 16% dos recursos federais.Agora, a sobra caiu para uma terça par-te disso: um resto de 5%.
Eleições a cada dois anos estimulam adistribuição de bondades com o dinheiroalheio dos contribuintes. E a tendência éo crescimento das ações caritativas, nãoapenas federais, mas estaduais e munici-pais. Segundo a Cepal, em dados de 2010,temos jeito de Papai Noel da América La-tina. O México e o Paraguai destinam 11%dos gastos sociais federais para o social;a Colômbia, 14%; o Chile, 16% a Costa Ri-ca, 23%, para citar alguns países quetêm números claros e confiáveis. Querdizer, os vizinhos gastam, em números
relativos, de 15% a 30% da nossa assis-tência social.
Os números ajudam a entender por-que subiram, no mesmo período, os tri-butos em relação ao nosso PIB. Em 1997,já eram 27,81% do PIB; este ano, come-çou com 37,65% do PIB, segundo o IBPT.Tudo isso ajuda a entender porque secresce pouco, porque se sofre a opres-são tributária e não se tem serviços pú-blicos eficientes nem infraestrutura detransportes. Por outro lado, a China, nos-sa companheira de Brics, tem carga tri-butária equivalente a 20% do PIB. E issoexplica seu crescimento gigantesco.
Como estamos em mais um ano eleito-ral, são úteis os números acima. Númerossubstantivos que explicam com simplicida-de e clareza as nossas dificuldades. Os can-didatos a presidente e a governador nãotêm como dourar esses números e se espe-ra que expliquem como pretendem dimi-nuir a carga tributária e aumentar os in-vestimentos. Não precisa prometer milagrenem mágica. Basta usar o óbvio: a varinhade condão da inteligência, bom senso, tra-balho e honestidade. Na verdade, precisa-ria também coragem para reduzir as bon-dades em curto prazo em troca de bem-es-tar em longo prazo. Porque com menos im-posto e mais investimento virão resultadosmais estáveis no social.
O
“A China, nossa companheira de Brics, tem carga tributária equivalente a 20% do PIB. E isso explica seu crescimento gigantesco”
Tudo pelo social
ALEXANDRE GARCIA
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 7
Duke
ENTREVISTA
Acriação de uma cidadeao redor de um aero-porto vem ganhandofôlego por todo o mun-
do. A chamada aerotrópolis (aero,de aeroporto, e pólis, do grego,cidade) se baseia na tese da pro-ximidade da infraestrutura urba-na aos terminais aéreos de car-gas e de passageiros.
O conceito, desenvolvido porJohn Kasarda, diretor do CentroComercial Aéreo na UCN (Univer-sidade da Carolina do Norte) eprofessor de Estratégia do Insti-tuto Kenan (instituição ligada àuniversidade onde são realizadaspesquisas nas áreas de empreen-dedorismo, desenvolvimentoeconômico e competitividadeglobal), prevê o desenvolvimentode uma região de grande impor-tância econômica, tendo comoponto central um aeroporto, emque a integração modal para o
transporte de passageiros e decargas é essencial.
De acordo com Kasarda, umaaerotrópolis é uma sub-regiãometropolitana, cuja infraestrutu-ra, uso da terra e economia sãocentrados em um aeroporto, ofe-recendo a conectividade rápidade seus negócios a seus fornece-dores, clientes e parceiros de em-presa, em nível nacional e mun-dial. “Uma definição simplificadaé: uma cidade construída em tor-no de um aeroporto”, afirma ele.
Kasarda tem mais de cem arti-gos e dez livros sobre infraestru-tura da aviação, logística e de-senvolvimento urbano publica-dos. Seu livro mais recente,“Aerotrópolis: o novo modo comovamos viver” (coautoria comGreg Lindsay), foi destaque na re-vista “Time”, em 2011, como umadas “dez ideias que vão mudar omundo”. Em 2013, Kasarda tam-
bém foi classificado como “umdos cem maiores inovadores decidades de todo o mundo” pelarevista “Future Cities”.
No Brasil, ele desenvolve umprojeto em parceria com o go-verno de Minas Gerais para a im-plantação da aerotrópolis noAeroporto Internacional Tancre-do Neves–Confins, em Belo Hori-zonte, além de já ter contatocom outros órgãos também in-teressados no projeto. Nesta en-trevista, concedida à CNTTransporte Atual, ele detalha oconceito de aerotrópolis. Acom-panhe os principais trechos.
Quais as característicasprincipais de uma aerotrópolis?
A aerotrópolis é compostado aeroporto e dos negóciosdependentes da aviação perifé-rica e empreendimentos resi-denciais associados. Quando
falo em aviação dependente,refiro-me a empresas que sãocapazes de operar, principal-mente, por causa da conectivi-dade nacional e global propor-cionada pelo transporte depassageiros e de carga. A aero-trópolis também contém umconjunto completo de instala-ções comerciais que apoia osnegócios dependentes da avia-ção de carga e dos milhares deviajantes aéreos que passampelo aeroporto anualmente. Es-tão incluídos entre eles, a expe-dição, a logística de terceiros,as instalações de armazena-mento e distribuição, hotéis,salas de exposições, salas dereuniões e complexos, edifíciosde escritórios para executivosde viagens aéreas intensivas eprofissionais, com lojas, restau-rantes, lazer, entretenimento elocais de turismo.
“Os benefícios sociais de uma aerotrópolis planejada e desenvolvida e mais rápidos para o trabalho e para casa e volumes reduzidos de
Aeroporto-cPOR LIVIA CEREZOLI
JOHN KASARDA - CRIADOR DO CONCEITO DE AEROTRÓPOLIS
incluem trajetos mais curtos tráfego e das emissões”
No mundo, esse conceito jáestá sendo empregado? Queexemplos o senhor citaria?
Há mais de 40 aerotrópolis emdesenvolvimento em todo o mun-do. Bons exemplos incluem aque-las dentro e ao redor dos aeropor-tos de Amsterdã, Pequim, Dalas,Dubai, Hong Kong, Memphis e Seul.
Qualquer aeroporto podese tornar uma aerotrópolis?Existe uma área com tamanhoespecífico para se criar essaestrutura?
Nem todo aeroporto pode ge-rar uma aerotrópolis. Para a im-plantação, deve haver rotas aé-reas suficientes (com pelo menosalgum serviço internacional), eco-nomia local ou mercado de tama-nho suficiente para criar uma de-manda significativa para passa-geiros e cargas, uma força de tra-balho com habilidades necessá-
rias para atender às indústriasdependentes da aviação e um lo-cal de apoio e governo do Estado.Também deve haver uma boa co-nectividade de superfície para oaeroporto, de interseções metro-politanas-chaves.
O Brasil tem vocação paraa implantação de aerotrópo-lis? Onde?
Os melhores locais são asprincipais regiões metropolitanasdo Brasil, onde já existem aero-portos internacionais com espa-ço para novos desenvolvimentosem torno deles. Em alguns casos,onde o espaço nas proximidadesé limitado, pode haver uma re-conversão industrial perto doaeroporto para permitir novosnegócios voltados à aviação.
Na implantação de umaaerotrópolis, como devem ser
divididas as responsabilidadesdo poder público e da iniciati-va privada?
Uma aerotrópolis não pode sedesenvolver sem investimentopúblico substancial e também dosetor privado. Ela exige um novoreforço coordenado desses in-vestimentos, por meio da comu-nicação eficaz, cooperação e co-laboração entre os intervenien-tes dos dois setores. O governo énormalmente responsável peloamplo planejamento da aerotró-polis, bem como de sua infraes-trutura básica e serviços públi-cos de superfície. Enquanto o se-tor privado é o principal respon-
sável por investimentos de capi-tal nos negócios. Em alguns ca-sos, as PPPs (Parcerias Público-Privadas) podem ser criadas tan-to para infraestrutura, quantopara o desenvolvimento das faci-lidades dos negócios.
Quais os benefícios econômi-cos e sociais das aerotrópolis?
Os benefícios econômicosque ela fornece são: conectivida-de local, nacional e global maiseficiente, que reduz os custos deempresas, aumenta a produtivi-dade e expande o alcance demercado. Isso também contribuipara aumentar o investimento, o
ARQUIVO PESSOAL
idade
comércio, os empregos e a pros-peridade global da região metro-politana. Os benefícios sociais deuma aerotrópolis, devidamenteplanejada e desenvolvida, in-cluem trajetos mais curtos emais rápidos para o trabalho epara casa, volumes reduzidos detráfego e das emissões, que con-tribuem para a sustentabilidadeambiental, e a sustentabilidadesocial, por meio da localização edo design adequados da comuni-dade residencial.
Quais as vantagens que aaerotrópolis traz para otransporte de passageiros ede cargas?
As principais vantagens são otrânsito mais rápido e eficiente,que contribui para uma melhormobilidade local, regional, nacio-nal e global.
A implantação das aerotró-polis está muito ligada aotransporte aéreo de cargas,mas, no Brasil, essa atividadeainda é muito pequena na divi-são da matriz de transporte.Isso pode ser um problema?Como solucioná-lo?
Na verdade, o Brasil tem ummercado substancial de cargaaérea, o maior da América doSul e um dos maiores do mundo.Enquanto outras formas detransporte de cargas no Brasilpodem ser consideravelmentemaiores em peso, a carga aéreacontribui com uma porcentagemmuito elevada do valor do co-mércio do Brasil (importações
mais exportações). Muitas dasprincipais indústrias do país,tais como equipamento aeroes-pacial, microeletrônica, farma-cêutica, autopeças e perecíveisde alto valor (peixe fresco, flo-res frescas, frutas frescas etc)não poderiam existir sem o ser-viço de carga aérea da nação.
Sempre se falou na necessi-dade de um distanciamento en-tre o aeroporto e a cidade porquestões de segurança. O quemudou agora para que se defen-da a construção de uma cidadeao redor de um aeroporto?
O planejamento da aerotrópo-lis é voltado para a segurança. Elecoloca as comunidades residen-ciais e os edifícios altos fora dasrotas de voo das aeronaves e foradas zonas de outros desenvolvi-mentos para minimizar os riscosde acidentes.
Como está o desenvolvimen-to do projeto da aerotrópolisde Confins, em Minas Gerais?
O desenvolvimento dentro eem torno do Aeroporto Interna-cional Tancredo Neves-Confins eda aerotrópolis da Grande BeloHorizonte está progredindo. Emmenos de dez anos, desde que omodelo foi abraçado pela lide-rança do governo, a infraestrutu-ra de transporte de superfíciepara o aeroporto foi melhorada,e grandes obras ainda estão emandamento. A zona do aeroportoindustrial foi desenvolvida e estáoperando. A área de manutençãode aeronaves da Gol foi construí-
da, contribuindo com a geraçãode mais de 1.000 postos de traba-lho, e grandes grupos comerciaisevoluíram na região do aeropor-to. Funcionários do governo locale de Minas Gerais estão colabo-rando com o setor privado e asprincipais universidades da re-gião para facilitar novos investi-mentos na aerotrópolis. FashionCity Brasil, o maior showroom domercado de moda de vestuárioda América do Sul, a apenas cin-co minutos do terminal do aero-porto, vai abrir nos próximos me-ses. Tão importante quanto, a Ci-dade Administrativa do Estado deMinas Gerais, empregando cercade 16 mil pessoas, foi inauguradahá três anos, no corredor princi-pal da aerotrópolis (Linha Verde),
“O governo é responsávelpelo amplo
planejamento,bem como a
infraestruturabásica eserviços
públicos desuperfície”
fraestrutura aeroportuária e ins-talações estão em obras.
Em quanto tempo a aerotró-polis de Belo Horizonte estarámadura, em condições de com-petir mundialmente?
Desenvolver uma aerotrópo-lis é mais como correr uma ma-ratona do que uma disparada decem metros. Dada a grande esca-la e o escopo econômico daaerotrópolis de Belo Horizonte,levará pelo menos duas décadaspara ela alcançar seu potencialcompetitivo total. No entanto,mesmo os gigantes nascem pe-quenos e, conforme acima men-cionado, grandes progressos jáforam feitos com efeitos compe-titivos positivos. Eu teria a ex-
pectativa que isso fosse acumu-lativo com efeitos concorren-ciais globais significativos sendovistos nos próximos cinco anos.
Com a implantação da aero-trópolis em Confins, qual deveser o futuro do aeroporto daPampulha?
O aeroporto da Pampulha nun-ca poderá sustentar o desenvolvi-mento de uma aerotrópolis, nemtornar a região competitiva a ní-vel mundial. Embora conveniente,é muito pequeno para essa fun-ção e um tanto perigoso, dada adensidade de desenvolvimentode seus arredores. Sua aparênciaé apertada, um pouco sem graça,e não oferece uma boa primeiraimpressão de Belo Horizonte para
os seus visitantes aéreos quepassam pelo aeroporto. Tambématrai o tráfego do Aeroporto In-ternacional de Belo Horizonte, ne-cessário para esse aeroportocontinuar a desenvolver novasrotas. Em minha opinião, a RegiãoMetropolitana de Belo Horizonteseria mais bem servida, eliminan-do o tráfego aéreo comercial daPampulha e convertendo-o emum aeroporto de aviação geralque sirva táxis aéreos, jatos exe-cutivos e demais aeronaves parti-culares para executivos. O terre-no onde o aeroporto fica é tãobem posicionado e valioso que aInfraero poderia ter a sua própriamina de ouro se fosse para fecharo aeroporto e vender a terra parauso de desenvolvimento de quali-dade mista comercial e residen-cial ou firmar uma PPP com o se-tor privado para desenvolver es-sa terra como outros aeroportosimportantes têm feito na Europa.
Além da consultoria que osenhor está prestando para ogoverno de Minas Gerais no de-senvolvimento da aerotrópolisde Belo Horizonte, outros Esta-dos brasileiros já procurarampelo seu trabalho?
Sim, tenho falado com outrosoperadores aeroportuários e go-vernos no Brasil, mas a única re-lação concreta que eu tenho nomomento é com a Secretaria doEstado de Minas Gerais de Desen-volvimento Econômico. l
Leia mais sobre aerotrópolisna página 44.
EXEMPLO A aerotrópolis de Amsterdã é uma das 40 já existentes no mundo
AMSTERDAN SCHIPHOL AIRPORT/DIVULGAÇÃO
que liga o terminal à cidade deBelo Horizonte. Tudo isso está le-vando mais desenvolvimento aolongo do corredor da aerotrópo-lis Belo Horizonte.
O aeroporto de Confins tema infraestrutura necessáriapara a implantação de umaaerotrópolis?
O terminal está se expandindorapidamente e melhorando a suainfraestrutura para se tornar umapoderosa aerotrópolis. Isso incluium segundo terminal de passa-geiros, uma segunda pista depouso e decolagem, áreas atuali-zadas de carga, e melhores estra-das internas. Sob a nova conces-são do operador aeroportuário,outras grandes melhorias de in-
“Umaaerotrópolisnão pode sedesenvolver
sem investimento
público substancial etambém do
setor privado”
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201412
MAIS TRANSPORTE
TÁXIS
Com dois anos de exis-tência, os aplicativosde chamadas de táxi já
fazem parte da realidade dospassageiros que utilizam otransporte com frequência.Poucos toques na tela do celu-lar são necessários para aten-der rapidamente à demandade quem solicitou o veículo.Com o advento da tecnologia,o setor vai debater, entre osdias 26 e 28 de setembro, noRiocentro (RJ), como manter omercado em alta.
O 1º Seminário de Aplicati-vos de Chamadas de Táxi in-tegra a Expotáxi Brasil – Fei-ra Nacional do Táxi, Freta-mento de Passageiros, Veícu-los Executivos, Frotistas e Si-milares. Motoristas, dirigen-tes de associações, coopera-tivas, proprietários de veícu-los executivos e de empresasde táxi e frotas terão a opor-tunidade de conhecer as no-vidades tecnológicas do se-tor automotivo, assistir pa-lestras e apresentação deexpositores gratuitamente.
Nesta edição, a feira tam-bém tem foco educacional.Entidades do Sistema S, co-mo Sest Senat, vão oferecercursos de qualificação pro-fissional para a categoria.
Diversos fóruns estãoprevistos, como o Fenacar-
go (Fórum Especial Nacionaldo Transporte de Carga) e oFórum de Prevenção aoRoubo de Cargas. Os exposi-tores lançam ainda a RedeTransporte, um canal decompras de produtos e ser-viços voltado especifica-mente para o setor, quecontará com uma represen-tação em cada Estado.
A expectativa é que 10 milvisitantes participem doevento. Interessados podemse cadastrar pelo sitewww.expotaxibrasil.com.br.Durante a feira, os taxistas
não pagam para estacionarno local.
AplicativosO número de passageiros
que utilizam aplicativos de táxié crescente. Só o Easy Taxi pos-sui 5 milhões de usuários e 100mil taxistas cadastrados em 23países. No Brasil, está presenteem 32 cidades. A 99Táxis entrouem funcionamento em 2012 e jáatinge 60 cidades, com númerode corridas que passou de 300para 26 mil por dia, em um pe-ríodo de menos de um ano.
O Rio de Janeiro foi escolhi-
do para sediar o evento porapresentar potencial promissorpara esse tipo de tecnologia, jáque metade da frota de táxis –que ultrapassa 70 mil veículos –possui cadastro em aplicativosde chamadas de corridas.
“Os aplicativos são umarealidade no mercado de tá-xis. A principal vantagem éque eles suprem a demandade tempo dos usuários, queprecisam chegar rapidamenteaos destinos”, ressalta o dire-tor executivo da Expotáxi,Cláudio Montenegro.
(Evie Gonçalves)
EXPOTÁXI Feira deve atrair 10 mil visitantes para debater o setor
Evento discute mercado de aplicativos de chamadas
RICH
ARD
HOLL
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ÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 13
VAGÕES
AVale iniciou a opera-ção do novo trem depassageiros da Estra-
da de Ferro Vitória-Minas.Única empresa do país a ofe-recer, diariamente, o trans-porte ferroviário de passa-geiros em longa distância, amineradora investiu US$80,2 milhões na compra dosnovos carros. Os 56 vagõesforam fabricados na Romê-nia, sendo dez para a cate-goria executiva, com capaci-dade para 57 passageiroscada, e 30 para a categoriaeconômica, cuja capacidadeé de 75 lugares cada carro.Completam o investimentocarros restaurante, lancho-nete, gerador e cadeirante
(destinado a pessoas com di-ficuldade de locomoção).
Todos são climatizados econtam com tomadas elétri-cas individuais nas poltro-nas para possibilitar o carre-gamento de equipamentoseletrônicos, como notebookse telefones celulares. Os ba-nheiros receberam novolayout e novas intervenções,como a substituição do pa-pel toalha por ar quente pa-ra a secagem das mãos e sis-tema de descarga a vácuo,semelhante ao utilizado naindústria da aviação. Os no-vos carros também são equi-pados com monitores de ví-deo como opção de entrete-nimento aos passageiros.
Mais conforto nos trilhos
Voo com biocombustível A Gol, em parceria com a Amyris,empresa do segmento de combustíveis e químicos renováveis,tornou-se a primeira companhiaaérea brasileira a realizar um voointernacional com biocombustível.O voo, realizado em um Boeing737-800 NG, utilizou o primeirobioquerosene produzido no Brasile certificado após revisão danorma D7566, desenvolvida peloComitê da ASTM International(entidade norte-americana quedesenvolve e publica normas técnicas para uma ampla gama de
materiais, produtos, sistemas eserviços, como produtos petrolíferos,combustíveis líquidos e lubrificantes).O abastecimento utilizou uma mistura com 10% do combustívelrenovável a partir da cana-de-açúcar,produzido em Brotas (SP), e 90%de combustível fóssil. O voo foirealizado entre Orlando (EUA) eSanto Domingo (RepúblicaDominicana), com destino aoAeroporto Internacional deGuarulhos (SP). A expectativa daGol é de realizar outros voos como biocombustível ainda este ano.
GOL/DIVULGAÇÃO
COMBUSTÍVEL Abastecimento com produto da cana-de-açúcar
AGÊNCIA VALE DIVULGAÇÃO
NOVIDADE Os carros têm monitores de vídeo
Novidades em rotaO crescimento da demanda estimulou a Asia Shipping ainvestir no embarque consolidadopróprio da Ásia, a partir do hubde Hong Kong, para o Norte doBrasil, no porto de Manaus. O terminal amazonense é o sexto aser atendido no país pela AsiaShipping com embarque consolidado,tanto de contêineres como decargas fracionadas. A ideia inicialda companhia foi oferecer saídasquinzenais com uma parceria,
mas, como a demanda seguiacrescente, a Asia Shipping decidiudesenvolver um serviço consolidadopróprio. No mercado mundial, arota entre Hong Kong e Manaus éoferecida somente via Europa ouEstados Unidos. Segundo aempresa, com o novo serviçodireto e regular, foi possível eliminar o transbordo ao cliente,além de melhorar o transit time(tempo gasto) e a qualidade logística da operação.
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201414
MAIS TRANSPORTE
As concessionárias Chrysler do Brasil estão comercializando o triciclo de lazer Mopar Trikke Elétrico 48v. O veículo possui dois modosde condução: econômico (autonomia de 45 km e velocidade máxima de 19 km/h) e rápido (26 km e 28 km/h). O Mopar Trikke pode serrecarregado em qualquer tomada doméstica. A reposição total de energia leva cinco horas em rede 220 volts.
Triciclo elétrico chega ao Brasil
MOPAR/DIVULGAÇÃO
A segunda edição do PrêmioAbear de Jornalismo, realizado pela AssociaçãoBrasileira das EmpresasAéreas, está com as
inscrições abertas. Criado paraestimular, reconhecer e valorizar a produção jornalísticacom foco na aviação civilcomercial nacional, o prêmio
conta com sete categorias.Podem concorrer trabalhospublicados em TV, rádio, revista, jornal ou internet.Serão aceitas matérias
publicadas entre 1º de outubrode 2013 e 30 de setembro de2014. As inscrições seguem atéo dia 5 de outubro. Mais informações no site da entidade.
Prêmio Abear de Jornalismo
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 15
Atendimento via WhatsApp A Mitsubishi Motors investiuem mais um canal de atendimento para consultade informações do modeloLancer – o App (aplicativo)WhatsApp. Por meio do App,o consumidor pode obtertoda a ficha do sedã, comocores, versões, fotos evídeos, além de sanar dúvidas. Caso o cliente
queira adquirir o veículo, oApp encaminha o consumidorpara uma loja da marca paraque o negócio seja fechado.A iniciativa é experimental eestá disponível apenas nosEstados de São Paulo e Riode Janeiro. Para utilizar oserviço, basta adicionar no WhatsApp o número (11) 94652-2111.
AerolindasCriada há quase um ano noFacebook, a comunidadeAerolindas é sucesso entre ascomissárias de voo de todo país. A página já possui mais de 15 milcurtidas (até fim de agosto) eexibe fotos de aeromoças nomomento do trabalho. "Nãoimporta o que tenha que enfrentar,o céu é meu sonho e lá que queroestar”, diz um dos comentários. A
ideia partiu de uma estudantemineira que sempre foi apaixonada pela carreira e resolveucriar um canal de aproximaçãoentre as profissionais. Ela tambémcriou o perfil @aerolindasoficialno Instagram, que já é seguidopor 11 mil usuários. A atualizaçãoé feita diariamente e mostramomentos descontraídos durante o expediente.
Recorde de cargas na Ferroeste O volume de cargas transportadopela Ferroeste no primeiro semestre de 2014 foi superior em19% ao movimento registrado nomesmo período do ano passado,conforme divulgou a concessionária.A aquisição de duas locomotivasMX620, de 2.000 HPs, que começaram a operar em março eabril deste ano, é apontada pelaempresa como um dos fatores queimpactaram de forma positiva a
produção da ferrovia. Nos seis primeiros meses de 2014, aFerroeste transportou 415.892 TUs(toneladas úteis). Mesmo com aparalisação de dez dias, em junho,por causa dos estragos causadospelas chuvas na via permanente, ovolume supera as 347.267 TUsmovimentadas no primeiro semestre de 2013. Já em relação a 2012, o crescimento foi de 11%sobre o mesmo período.
MITSUBISHI/DIVULGAÇÃO
TECNOLOGIA Aplicativo auxilia consumidor
FERROESTE/DIVULGAÇÃO
ALTA Movimentação cresceu 19%
REPRODUÇÃO/FACEBOOK
COMUNIDADE Página é sucesso entre aeromoças
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201416
MAIS TRANSPORTE
DESEMPENHO
Oporto de Itapoá, es-pecializado na movi-mentação de contêi-
neres, localizado na baía daBabitonga (SC), conquistoua maior nota dos usuáriosportuários: 8,9, conforme aPesquisa do DesempenhoPortuário Brasileiro, reali-zada pelo Instituto Ilos. Apesquisa de opinião mostraa avaliação feita por 169companhias, de 18 setoresda economia brasileira. Esteano, a avaliação apresentouqueda em relação às outrasséries do estudo. Os profis-sionais de logística das em-presas deram nota de 0 a 10para os três principais por-tos que usam. As piores
avaliações vieram dos seto-res de mineração, químico,petroquímico, higiene e lim-peza, cosmético e farmácia.
Quando o trabalho foi ini-ciado, em 2007, a nota médiadada pelos usuários dos por-tos era de 6,3; subiu para 6,9,em 2009; 7,3, em 2012; e, ago-ra, caiu para 6,8. Conforme apesquisa do Ilos, o segundoporto no ranking dos melho-res avaliados é Pecém, noCeará (7,90), seguido por Na-vegantes, em Santa Catarina(7,44), Rio Grande, no RioGrande do Sul (7,30), e Vitó-ria, no Espírito Santo (7,29).O porto de Santos ficou ran-queado na 11ª posição, com aavaliação de 6,36.
Porto número 1
PORTO ITAPOÁ/DIVULGAÇÃO
AVALIAÇÃO Porto recebeu nota 8,9
RUÍDO Aparelho elimina sons estridentes
FEIRA Foco no transporte e na logística
Mais segurança na operaçãoUma nova opção para eliminaros sons estridentes dos avisossonoros emitidos para a operação de empilhadeiraschega ao mercado brasileiro.Produzida pela TotalSource, oRed Safety Light (luz de segurança vermelha), que usa a tecnologia LED, sinaliza o percurso das empilhadeiras.Segundo a TVH-Dinamica, responsável pela comercialização,o componente de segurançavisual garante áreas de
transição mais claras, uma vezque projeta no chão a luz vermelha, poucos metros àfrente na direção que se dirige,funcionando como um alertaaos funcionários que se aproximam da empilhadeira.Composta por duas fontes luminosas de 12-48 V, geralmenteinstaladas no topo da estruturada parte de proteção da empilhadeira, a lâmpada de segurança possui foco direcionadoe elevada luminosidade.
Logistique 2014 A Logistique (Feira Internacionalde Logística, Transporte eComércio Exterior) será realizadade 21 a 24 de outubro, no parquede exposições da Efapi, emChapecó (SC). Com o temaInteligência que Move o Mundo, oevento pretende reunir as maisrecentes soluções para as principais áreas que impulsionam
e movimentam a economia globalem três grandes focos: transporte, logística e comércioexterior. Esta edição vai contarcom 165 expositores e pretendegerar R$ 140 milhões em negócios. A expectativa dos organizadores é de que a feirareceba 15 mil visitantes nos quatro dias de evento.
LOGISTIQUE/DIVULGAÇÃO
TVH-
DINA
MIC
A/DI
VULG
AÇÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 17
Líder dos furgões A Renault comemora a marca alcançada pelo furgão Master nos primeirossete meses do ano. Segundoa montadora, o comercialleve é o atual líder do segmento, com 6.472 emplacamentos no acumulado de janeiro a julho, um aumento de 11% em comparação ao mesmo
período do ano passado. A empresa celebra ainda o crescimento de 2,1% no volume de emplacamentospara o período, se comparadoao mesmo intervalo de 2013,em um mercado que registrouqueda de 8,4%. A companhiatotalizou 1,9 milhão de veículos emplacados dejaneiro a julho deste ano.
AIRBUS/DIVULGAÇÃO
RENAULT/DIVULGAÇÃO
CRESCIMENTO Vendas tiveram alta de 11%
O Aeroporto Internacionalde Guarulhos (SP) participou do tour internacional do AirbusA350 XWB, consideradauma das aeronaves maismodernas e eficientes domundo. A turnê mundial domodelo começou em 24 de
julho e envolveu uma série de testes em quatroviagens. Ao todo, o aviãovisitou 14 aeroportos emtodo o mundo. O avião quepousou em São Paulo é umdos cinco protótipos doA350 XWB usados pelaAirbus para realizar testes
de voo abrangentes e ensaios de desenvolvimento do modelo. A família A350 XWBé formada por três versõespara passageiros, comcapacidade real de longoalcance para voar até15.580 km. De acordo com a
fabricante, em uma configuração típica de duas classes, o A350-800 vai oferecer276 assentos, enquanto o A350-900 e o A350-1000vão oferecer 315 e 369 assentos, respectivamente.
Brasil na rota do A350 XWB
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201418
MAIS TRANSPORTE
Nécessaire de luxo a bordo A Singapore Airlines, reconhecida por ser uma das companhias mais luxuosas do mundo,apresentou um kit exclusivo com produtos da marca italiana Salvatore Ferragamo. Anécessaire é distribuída aos passageiros da primeira classe e está
disponível nos voos da rotaSão Paulo–Barcelona–Cingapura.Focado em produtos práticos para os viajantes, o kit traz itens, como perfume, creme de mão e protetor intensivo labial em duas fragrâncias:Signorina (feminino) ou Acqua Essenziale (masculino).
SINGAPORE AIRLINES/DIVULGAÇÃO
EXCLUSIVIDADE Kits têm produtos italianos
CHRYSLER/DIVULGAÇÃO
A Dodge apresentou o novoDodge Charger SRT Hellcat. Omodelo, que será lançado apenas em 2015 no mercadonorte-americano, será equipadocom o motor HEMI Hellcat V8Supercharged de 6,2 litros, queproduz 717 cavalos de potência e89,8 de torque. Segundo a
fabricante, essas característicasfazem do carro o sedã de produção mais potente domundo. De acordo com a Dodge,o modelo pode atingir 328 km/he acelerar de 0 a 100 km/h em3,7 segundos. Há cinco modos decondução para adaptar o comportamento do carro às
preferências do motorista. ODodge Charger SRT Hellcat vaiter duas chaves de série: vermelha, que permite liberartodo o poderio do motor, e preta,que vai “segurar” parte dapotência. Com essa chave, omotor fica limitado a 4.000 rpm,entre outras restrições.
Sedã mais potente do mundo
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 19
REGIONAL
ASAC (Secretaria deAviação Civil) publi-cou, em agosto, o Pla-
no Geral de Outorgas paraexploração dos aeroportospúblicos. O documento inte-gra o Programa de AviaçãoRegional, que prevê investi-mentos na adequação físicade 270 terminais no interiordo país, a gestão por entescapacitados e incentivos pa-ra que as empresas aéreasincluam as rotas municipaisnos seus trajetos.
Com o plano, a concessãodos aeroportos a Estados emunicípios passa a seguir re-gras bem definidas. Caso de-monstrem interesse e capa-cidade técnica, os entes po-derão construir, implantar,ampliar, reformar, adminis-trar, operar, manter e explo-rar economicamente os ter-minais regionais.
Além disso, terão a possi-bilidade de conceder a ges-tão dos aeroportos à iniciati-va privada, se comprovarem,entre outras questões, quepoderão fiscalizar a execu-ção dos contratos.
Outro critério previsto noplano é a necessidade decomprovação do PIB (Produ-to Interno Bruto) local acimade R$ 1 bilhão. Existe a possi-bilidade de que municípios
vizinhos se consorciem parachegarem ao valor previsto eadministrem os aeroportos.
A SAC definiu ainda queEstados têm preferência emrelação aos municípios, seambos manifestarem inte-resse. Mas isso não os isentade demonstrar a capacidadetécnica, administrativa, orça-mentária e de planejamentopara explorar o aeroporto.
Terminais de maior movi-mentação de passageiros emcada Estado, passíveis de ex-ploração por meio de autori-zação e considerados estra-tégicos pela SAC, continuamsob alçada da União.
As novas regras são umaforma de a União retomar aadministração de aeroportosgeridos, atualmente, por pre-feituras no interior do país
que não se enquadram noscritérios definidos pela se-cretaria e que não possuemcondições financeiras demanter os terminais. “O pla-no define quem é o pai maisadequado para fazer a ges-tão de cada aeroporto”, ex-plica o secretário de PolíticaRegulatória de Aviação Civilda SAC, Rogério Coimbra.
(Evie Gonçalves)
SAC publica Plano Geral de Outorgas
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AEROPORTOS Plano prevê investimentos em 270 terminais no interior do país
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201420
MAIS TRANSPORTE
MOBILIDADE
ALinha 15-prata do primei-ro monotrilho de SãoPaulo e do Brasil foi
aberta no último dia 30 deagosto. O trecho de 2,9 km, en-tre as estações Vila Prudente eOratório, vai funcionar, das 10hàs 15h, com operação assistida.
Segundo o Metrô SP, essa pri-meira fase serve para os ajustesfinais antes da liberação comer-cial. A linha vai funcionar no míni-mo dois meses aos sábados e do-mingos sem cobrança de tarifas.
Com oito meses de atraso, aLinha 15-prata é a primeira detransporte de massa a ser inau-gurada com essa tecnologia nopaís. Até meados de 2018, o go-verno espera ter três linhas demonotrilho em operação.
A tecnologia empregada na fa-bricação do monotrilho se asse-melha à utilizada na aeronáutica.Os carros têm peso aproximada-mente 30% menor que de umtrem convencional e com desem-penho equivalente. Para obter es-se resultado, foram utilizados ma-teriais mais leves e resistentes,como o alumínio, estrados de açocarbono e aplicação de “rebites”estruturais no fechamento da cai-xa em vez de soldas.
No monotrilho, foram incor-poradas inovações tecnológicasjá presentes nos novos trens dometrô, entre as quais se desta-cam a operação totalmente au-
tomática, passagem livre entrecarros, ar-condicionado, câme-ras de vigilância e baixo nível deruído. Também estão contempla-dos itens de acessibilidade, co-mo espaços apropriados paracadeiras de rodas, sinalizaçãoaudiovisual de abertura e fecha-mento de portas, saída de emer-gência sinalizada, comunicaçãoem braile e dispositivos deemergência de comunicação.
De acordo com informaçõesdo governo do Estado de SãoPaulo, a capital será a primeiracidade do mundo a receber ummonotrilho de alta capacidade.A frota contará com 54 trens
que poderão atingir velocidademáxima de 80 km/h. Quandoconcluída totalmente, a nova li-nha terá extensão de 25,8 km e18 estações, entre Ipiranga e Ci-dade Tiradentes, e atenderá auma demanda de até 48 milusuários por hora e por sentido,o que equivale a meio milhão depessoas diariamente. O mono-trilho reduzirá para apenas 50minutos o trajeto entre os bair-ros de Vila Prudente e CidadeTiradentes, que hoje leva maisde duas horas.
O monotrilho é uma opçãoecologicamente limpa, porproduzir menor impacto vi-
sual, ambiental e sonoro. Porser um transporte elétrico, osistema não emite gases po-luentes para a atmosfera e ésilencioso. Com recursos decontrole totalmente automati-zados, o veículo do monotrilhotambém é mais seguro e con-fiável. Sob a via elevada, estáprevisto um programa de tra-tamento paisagístico no entor-no da linha, com área verde eciclovia, para tornar o ambien-te harmonioso, agradável e in-tegrado à vida da população.
(Ana Rita Gondim, cominformações do governo do Estado de São Paulo)
São Paulo inaugura trecho do primeiro monotrilho do país
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AMPLIAÇÃO Até meados de 2018, o governo espera ter três linhas de monotrilho em operação
REPORTAGEM DE CAPA
Para pensar
o transporte
SERGIO ALBERTO/CNT
Instituto de Transporte e Logística trabalha na implantação de
observatório voltado para analisar o setor
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201424
Agregar e disponibi-lizar informação econhecimento per-tinentes ao setor
de transporte e de logística.Esse é o principal objetivo doObservatório do Transporte,uma iniciativa que está sen-do elaborada pelo ITL (Insti-tuto de Transporte e Logísti-ca), entidade ligada à CNT(Confederação Nacional doTransporte).
O projeto de implantaçãodo observatório foi apresen-tado durante reunião do Nú-cleo de Inteligência e Estra-tégia do Transporte, órgãode assessoramento do insti-tuto, da Confederação e doSest Senat composto poracadêmicos e pesquisadoresem transporte, empresáriose especialistas do setor.
A proposta do observató-rio é possibilitar o debate so-bre a atividade transporta-dora entre órgãos públicos eprivados, academia e setorprodutivo. Ele funcionará emum ambiente virtual, deacesso livre, na página do ITL(www.itl.org.br), e contarácom informações capazes de
modos de transporte de car-gas e de passageiros (rodo-viário, ferroviário, aéreo eaquaviário).
Para os membros do Nú-cleo de Inteligência e Estra-tégia do Transporte que tra-balham diretamente no se-tor, a iniciativa de criação doobservatório pode contribuirpara um planejamento maiseficiente tanto na área de in-fraestrutura quanto na ges-tão dos sistemas. “O obser-vatório, ao ser esse concen-trador de dados, certamentevai ter um papel muito im-
embasar, por exemplo, asanálises sobre o atual siste-ma de transporte brasileiro.Além disso, essas informa-ções auxiliarão no planeja-mento futuro e contribuirãopara a elaboração de um pla-no de desenvolvimento dopaís, principalmente, para otransporte.
Entre os objetivos do ob-servatório estão coletar, or-ganizar e disponibilizar nú-meros e características so-bre as atividades do setorpúblico, privado e acadêmicoreferentes aos diferentes
DISCUSSÃO Reunião de especialistas, acadêmicos e empresários estimula a geração de conhecimento
POR LIVIA CEREZOLI
“O observatório
vai ter o papelde apoiar asdecisões de
planejamentode transporte”
ADALBERTO FEBELIANO,CONSULTOR TÉCNICO DA ABEAR
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 25
portante a cumprir no futu-ro, apoiando todas as deci-sões de planejamento detransporte do setor público edo setor privado”, diz Adal-berto Febeliano, consultortécnico da Abear (Associa-ção Brasileira das EmpresasAéreas).
De acordo com ele, hoje,todas essas informações es-tão dispersas em diversosórgãos e instituições, dificul-tando o acesso. Por isso étão importante organizar to-das elas em um único am-biente para favorecer a to-
mada de decisões mais inte-ligentes e eficazes. “Nãoexiste planejamento sem in-formação, e não se pode fa-zer planejamento, com achis-mos, especialmente quandose trata de recursos públi-cos”, destaca o consultor.
Para André Dantas, dire-tor-técnico da NTU (Associa-ção Nacional das Empresasde Transportes Urbanos), acriação do observatório éuma iniciativa revolucionáriaporque possibilita ao setorconhecer a sua própria reali-dade. “A reunião de todas es-
sas informações e a troca deexperiências que será pro-movida por esse novo am-biente que está sendo proje-tado servirão para validar asnecessidades de todo o setorde transporte. Teremos umabase de dados mais amplapara argumentar com todasas esferas de poder. Dessaforma, as demandas da nos-sa atividade ficam mais cla-ras e evidentes.”
Além de possibilitar con-sultas a dados e informa-ções, a proposta é que o Ob-servatório do Transporte
FERNANDO SOARES/FRAME PRODUÇÕES
na área de transporte e logística
“Teremosuma base dedados maisampla paraargumentarcom todas as esferas de poder”
ANDRÉ DANTAS, DIRETOR-TÉCNICO DA NTU
Instituto trabalha na geração de conhecimentoATUAÇÃO
O ITL (Instituto de Trans-porte e Logística) foi criadopela CNT, em 2013, para gerarmais competitividade ao se-tor de transporte e promovera formação avançada de pro-fissionais em nível acadêmicoe profissional. O instituto temcomo objetivos a geração doconhecimento, o aprimora-mento do capital humano e ainovação da atividade trans-portadora, além de se trans-formar em um centro de refe-rência em educação, pesqui-sa e inteligência para o setor.
O trabalho do instituto vai
além da formação técnicaprofissional já realizada peloSest Senat em todo o Brasil.As ações do ITL estão volta-das para a área empresarial,para o planejamento e paraas discussões sobre o futurodo transporte, favorecendo aidentificação de tendências eestimulando a inovação e ouso de novas tecnologias co-mo solução para os proble-mas que a atividade enfrenta.
Além da oferta de bolsasde estudo voltadas para apesquisa, o instituto tambémestá promovendo a especiali-
zação de gestores que jáatuam em empresas do setorde transporte e de logísticacom a realização do curso deespecialização em Gestão deNegócios da FDC (FundaçãoDom Cabral).
O curso tem como objetivocontribuir para o fortaleci-mento e a competitividade dosetor, qualificando profissio-nais para superar os desafiosatuais e futuros, além de for-mar um núcleo de especialis-tas capaz de discutir e contri-buir para as questões emer-gentes do transporte.
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201426
O ambiente virtual aindadeve atuar como um agentedisseminador do conheci-mento gerado a partir dasdemais ações desenvolvidaspelo ITL, como reunir os re-sultados das discussões doNúcleo de Inteligência e Es-tratégia do Transporte e to-do o material produzido peloPrograma Avançado de Capa-citação do Transporte, queestá sendo desenvolvido pe-lo instituto.
A doutora em transportee professora do Departa-
mento de Engenharia deTransporte da Escola de En-genharia da USP (Universida-de de São Paulo) Ana PaulaLarocca afirma que isso éfundamental para divulgar apesquisa em transporte noBrasil. “Hoje, existe uma ca-rência enorme na forma co-mo os dados sobre transpor-te são coletados e disponibi-lizados. Essa proposta do ob-servatório vai permitir que aacademia e os órgãos públi-cos e privados possam ter areal noção de como o país
também realize debates pormeio da realização de fórunstemáticos virtuais. As discus-sões serão abertas para queos interessados possamapresentar problemas e su-gerir soluções para o aper-feiçoamento de todos os mo-dais que compõem o comple-xo sistema de transporte na-cional. “Isso também favore-ce o desenvolvimento de so-luções para os entraves queenfrentamos hoje”, lembraDantas.
Geração de conhecimento
SOLUÇÕES Observatório também deve reunir dados
MISSÃO• Atuar na produção de informações, na geração do conhecimento voltado para
a eficiência logística e mobilidade e na integração do sistema de transporte
VISÃO• Ser reconhecido como uma ferramenta tecnológica indutora da geração e da
disseminação do conhecimento do setor de transporte
OBJETIVOS
Gerais• Atuar na geração e disseminação de conhecimento voltado para o aumento
da eficiência logística e mobilidade do país• Gerar conhecimento dos diferentes modos de transporte, proporcionando uma
visão integrada das informações produzidas pelo setor público, privado e acadêmico
Estratégicos• Monitorar o planejamento e execução dos projetos de governo• Implementar fóruns técnicos• Monitorar a competitividade logística do país• Monitorar os projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação do setor
Científicos• Disponibilizar para sociedade um repositório de informações provenientes de
pesquisas de campo feitas pela academia ou por parceiros do ITL• Monitorar a produção de artigos, teses, livros e dissertações sobre transporte
Econômicos e Sociais• Direcionar os investimentos em infraestrutura do setor de transporte, por meio
da coleta das informações e necessidades de cada um dos modos de transporte
Fonte: ITL
Conheça o projeto
OBSERVATÓRIO DO TRANSPORTE
“O observatóriopermite ter areal noção decomo o paíscaminha”
ANA PAULA LAROCCA, DOUTORA EM TRANSPORTE
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 27
caminha. Além disso, os da-dos serão instrumentos defomento de novas pesquisasnessa área”, explica.
Segundo Orlando FontesLima Júnior, professor titulardo Lalt (Laboratório deAprendizagem em Logística eTransporte) da Unicamp (Uni-versidade de Campinas), es-sa é uma grande oportunida-de de crescimento para umsetor carente na área de de-senvolvimento de conheci-mento. “Em outros setores,há alguns anos, já tivemos
de soluções para os princi-pais problemas do setor.
Na primeira etapa do pro-grama, 58 projetos de pes-quisa em transporte de uni-versidades públicas e priva-das, sem fins lucrativos, sãoapoiados pelo ITL. Ao todo,216 pesquisadores de mestra-do, de doutorado e de pós-doutorado irão receber bol-sas de estudo para desenvol-ver pesquisas relacionadas atemas pertinentes ao setor.Do total de projetos apoia-dos, 33 estão relacionados ao
SERGIO ALBERTO/CNT
sobre o transporte de passageiros no país
esse salto, como na químicae na nanotecnologia. Mas aatividade transportadoraprecisava disso. O ITL trazessa nova perspectiva para osetor produtivo do transpor-te”, afirma.
Programa AvançadoO Programa Avançado de
Capacitação do Transportepromove cursos de especiali-zação (lato sensu) e bolsas deestudo (stricto sensu) paragarantir a formação de mãode obra e o desenvolvimento
Primeiraetapa
selecionou
58projetos depesquisa emtransporte
CIA DOCAS DO RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO
INTEGRAÇÃO A utilização dos diversos modos de transportes é um dos focos dos projetos financiados pelo ITL
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201428
modal rodoviário, cinco aomodal aéreo e 14 são multi-modais. Os setores ferroviá-rio e aquaviário têm três pro-jetos aprovados cada um.
Na visão do professor asso-ciado da Escola de Engenhariada USP (Universidade de SãoPaulo) de São Carlos, AntônioNélson Rodrigues da Silva, es-se incentivo à pesquisa queestá sendo realizado pelo ITLterá consequências bastantepositivas para a academia e osetor empresarial, uma vezque está focado na busca de
IMPORTÂNCIA As informações sobre transporte disponibilizadas
Por modo
Rodoviário 33
Multimodal 14
Aéreo 5
Aquaviário 3
Ferroviário 3
Total 58
Universidades participantes
Instituição Projetos aprovados
Cefet-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) 1
UFF (Universidade Federal Fluminense) 1
Unesp (Universidade Estadual Paulista) 1
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) 1
Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) 4
IME (Instituto Militar de Engenharia) 4
UFC (Universidade Federal do Ceará) 5
UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) 5
UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) 6
UnB (Universidade de Brasília) 6
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) 9
USP (Universidade de São Paulo) 15
Bolsas por especialização
Mestrado 115
Doutorado 66
Pós-doutorado acadêmico 30
Pós-doutorado empresarial 5Fonte: ITL
Distribuição dos projetos
PROGRAMA DE BOLSAS
“A iniciativado ITL em
reunir o setorprodutivo do
transporte e aacademia émuito rica”
ANTÔNIO NÉLSON RODRIGUES DA SILVA, PROFESSOR DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA USP SÃO CARLOS
soluções para os entraves queainda impedem o desenvolvi-mento do setor transportadorno Brasil. “Como pesquisado-res, estamos atrás de proble-mas. E os transportadores,muitas vezes, têm, dentro desuas empresas, os problemas,mas não as soluções. Por umaquestão de falta de aproxima-ção, não conseguimos chegara eles e nem eles a nós. A ini-ciativa do ITL em reunir o se-tor produtivo do transporte ea academia é muito rica.”
Para ele, esse é um ciclo
virtuoso, uma vez que os tra-balhos desenvolvidos nasuniversidades podem gerarnovas questões dentro dasempresas que, por sua vez,gerarão novas pesquisas. “Nofim, todos os lados são bene-ficiados, mas ganha é o paíscom a geração de novos co-nhecimentos e o desenvolvi-mento de um setor econômi-co de extrema importância.”
O ITL já trabalha na formu-lação do segundo edital parao programa de bolsas de es-tudos para mestrado acadê-
mico e doutorado acadêmico.A previsão é que ele seja di-vulgado em março de 2015.
O novo edital trará umaproposta de aprimoramentodos projetos apoiados peloITL, como uma maior partici-pação do setor empresarialna identificação dos proble-mas que poderão ser objetosde pesquisa da academia. Oedital também buscará inte-grar os centros de pesquisasem transporte nas diferentesregiões do país. l
(Com Ana Rita Gondim)
TAM/DIVULGAÇÃO
servirão de base para planejar o setor
Ao todo,
216pesquisadoresirão receber
bolsas deestudo
ITL participa de congresso da AnpetEVENTO
As ações desenvolvidas peloITL também serão apresentadasdurante a 28ª edição do Con-gresso Nacional de Pesquisa eEnsino em Transporte da Anpet(Associação Nacional de Pes-quisa e Ensino em Transporte).O evento acontece de 24 a 28 denovembro, no Centro de Even-tos Sistema Fiep (Federação dasIndústrias do Estado do Para-ná), em Curitiba (PR).
Na programação do con-gresso, estão previstos debatessobre aspectos técnicos, geren-ciais, políticos, ambientais, eco-nômicos e sociais relativos a to-dos os modos de transporte. Oevento é aberto para acadêmi-cos, pesquisadores, especialis-tas e empresários do setor, quediscutirão os problemas enfren-tados no dia a dia dos diferen-tes sistemas de transportes.
Durante o congresso, tam-bém será realizada a entregado Prêmio CNT de ProduçãoAcadêmica 2014 para os dezmelhores trabalhos selecio-nados para o congresso.Criado em 1996 e organizado
desde o ano passado pelo ITL,o prêmio é uma parceria en-tre a CNT e a Anpet e tem co-mo objetivo principal incenti-var a pesquisa e estimular adescoberta de inovações quecontribuam para a melhoriada produtividade e da compe-titividade do setor de trans-porte no país.
Os critérios de seleção dostrabalhos consideram: a origi-nalidade, a atualidade, a rele-vância para a atividade trans-portadora, o rigor científico e aclareza nas exposições do con-teúdo e da conclusão. Os traba-lhos são avaliados pelo ComitêCientífico da Anpet e por umacomissão julgadora especial-mente constituída por especia-listas em transportes do ITL.
Todos os artigos premiadosserão publicados no livro“Transporte em TransformaçãoXIX”, que será lançado em 2015.O lançamento do livro com ospremiados em 2013 acontecedurante o congresso deste ano.A publicação serve como ferra-menta de pesquisa no meio em-
presarial, entre os órgãos dopoder público das diversas es-feras e também como referên-cia bibliográfica para novaspesquisas dentro da academia.
Os exemplares são distribuí-dos para as entidades represen-tativas do setor de transporte,para as universidades que ofe-reçam cursos voltados para aárea e para os participantes docongresso. O download do livrotambém pode ser realizado nosite da CNT (www.cnt.org.br).
28º Congresso Nacionalde Pesquisa e Ensino emTransporte da AnpetData: 24 a 28 de novembrode 2014Local: Centro de EventosSistema Fiep (Federaçãodas Indústrias do Estado doParaná), em Curitiba (PR)Inscrições e mais informações:www.anpet.org.br
SERVIÇO
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201430
Para garantir o cresci-mento econômico sus-tentável, a melhoria dalogística e também da
mobilidade urbana de muitas ci-dades brasileiras, é imprescindí-vel investir no transporte sobretrilhos, tanto na área de cargascomo na de passageiros. O paíspassa por um momento em quehá muitos projetos voltados pa-ra esse modal, mas é necessáriodar mais agilidade e resolverquestões cruciais para que elessejam efetivados. Os desafios eas oportunidades para esse se-
tor, contidos na Agenda 2020,estiveram em debate, em Brasí-lia, nos dias 20 e 21 de agosto,durante o VI Brasil nos Trilhos.As propostas seriam entreguesaos candidatos à Presidência daRepública para que sejam incor-poradas como prioridade emseus programas de governo apartir de 2015.
Segundo o presidente daANTF (Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários),Gustavo Bambini, qualquer in-vestimento em malha ferroviá-ria, por ser um investimento
pesado em termos de recursos,sempre vai depender do auxíliodo setor público. “Essa parce-ria entre o setor público e oprivado é fundamental paraque as obras públicas do setorferroviário saiam do papel”,disse Bambini. Ele consideraque um importante desafio quese coloca neste momento é aconciliação do atual modeloferroviário para o transportede cargas com as novas con-cessões propostas no PIL (Pro-grama de Investimentos em Lo-gística), lançado há mais de
Evento em Brasília debateu os desafios e as oportunidades para o transporte ferroviário;
propostas serão entregues aos presidenciáveis
POR CYNTHIA CASTRO
Brasil nostrilhos
COMPETITIVIDADE
CPTM
/ANP
TRIL
HOS/
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ANTF/DIVULGAÇÃO
ENCONTRO VI Brasil nos Trilhos reuniu representantes do setor
Gargalos merecem atençãoPASSAGEM EM NÍVEL
Além da necessidade deadequação e expansão damalha ferroviária, gargaloshistóricos que aumentam osriscos e reduzem a produti-vidade precisam ser resolvi-dos no Brasil. Os cruzamen-tos críticos de ferrovias comrodovias (passagens em ní-vel) e as invasões de faixasde domínio (trechos próxi-mos das linhas férreas) sãoalguns temas que merecematenção especial do poderpúblico nesse processo deretomada dos investimentosno modal ferroviário.
Atualmente, há no Bra-sil 12.289 passagens em ní-vel, sendo 2.659 conside-radas críticas e 276 priori-tárias, segundo informa-ções da ANTF (AssociaçãoNacional dos Transporta-dores Ferroviários). Aspassagens em nível sãocruzamentos entre ruas eferrovias que precisam desoluções, passando pelamelhoria na sinalização,até a construção de con-
tornos ou passarelas paratorná-las mais seguras.
A malha ferroviária brasi-leira tem pelo menos 355 in-vasões de faixa de domínio.São locais em que as casas eos estabelecimentos comer-ciais estão muito próximosdas ferrovias. Elas não ape-nas prejudicam o desempe-nho ferroviário como cau-sam riscos para a população.
O diretor executivo daCNT, Bruno Batista, partici-pou do VI Brasil nos Trilhos edestacou que esses proble-mas precisam de solução ur-gente. “Tudo isso faz comque as composições tenhamque trafegar em velocidademuito mais baixa do que opossível, onerando o trans-porte. Existem situações ab-surdas no Brasil em que avelocidade operacional cai aum quinto do que poderia sedar. Isso prejudica o desem-penho e, de certa forma, de-sestimula a migração modaldo transporte rodoviário pa-ra o ferroviário.”
passageiros sobre trilhos, o Bra-sil possui 15 sistemas urbanos,distribuídos em 11 Estados e oDistrito Federal. Juntos, há ummovimento de mais de 9 mi-lhões de pessoas todos os dias.Há projetos previstos e em an-damento em diversas cidades.Entretanto, é necessário fazermais, pois o sistema metrofer-roviário existente não está con-seguindo absorver a demandacrescente de passageiros.
Neste momento em que oBrasil está às vésperas de rea-lizar eleições presidenciais e
dois anos, mas que ainda nãosaiu de fato do papel.
“O modelo novo, por tratarde forma diferente o operadorferroviário daquele que vaiconstruir a malha, vai ter algu-mas questões diferentes. Nonosso modelo vigente, o opera-dor ferroviário é também ooperador que gera manutençãoe garante a viabilidade da ma-lha. Isso traz diferenças”, co-mentou Bambini, ao ressaltarque está otimista e enxergacom bons olhos as novas medi-das no sentido de tornar o mo-
dal mais competitivo. O PIL pre-vê a construção ou o melhora-mento de 11 mil quilômetros delinhas férreas.
O transporte de cargas contahoje, no Brasil, com uma malhaferroviária de cerca de 28 milquilômetros de extensão, poronde circulam 25% de todas asriquezas do país. Somente em2012, foram movimentados maisde 481 milhões de toneladas decargas, como minério de ferro,commodities agrícolas, carvão,combustíveis e açúcar.
Em relação ao transporte de
também para os governos deEstado, o presidente da ANP-Trilhos (Associação Nacionaldos Transportadores de Pas-sageiros sobre Trilhos), Jou-bert Flores, destaca que devehaver um alinhamento de in-teresse das três esferas depoder e ressalta também queo transporte público é umaobrigação constitucional. “Amobilidade passou a ser vistacomo algo muito importante.Nas cidades com mais de 10milhões de habitantes, não fazsentido as pessoas levarem
ferroviário de cargas e de passageiros e representantes do poder público
FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT
GUSTAVO BAMBINI – ANTF “A parceria entre o setor públicoe o privado é fundamental para que as obras saiam do papel”
JOUBERT FLORES – ANPTRILHOS “Não faz sentido as pessoaslevarem duas horas para trabalhar e outras duas para voltar”
LUÍS ROBERTO BARROSO – STF “Há um comprometimento daqualidade técnica das agências como consequência da politização”
duas horas para trabalhar eoutras duas para voltar. Issoreduz a qualidade de vida e aprodutividade.”
Segundo dados dos organi-zadores do VI Brasil nos Tri-lhos, a perspectiva para otransporte de passageiros éde que a malha dobre de ta-manho nos próximos cincoanos. Já há pelo menos 24projetos em andamento, quepreveem o aumento em maisde mil quilômetros de exten-são, o que ainda será insufi-ciente para a demanda, na
avaliação dos organizadoresdo encontro.
Flores considera que, atual-mente, há projetos interessan-tes no Brasil voltados para aárea de passageiros. Entretanto,ele afirma que falta agilidade.“A maturação é lenta, e não pre-cisava ser assim. O licenciamen-to é altamente demorado. En-tão, é importante todos os ór-gãos públicos envolvidos enten-derem que quanto mais demora,mais se retarda o benefício da-do à população.” O presidenteda ANPTrilhos citou que os li-
presidente da ANPTrilhos. Se-gundo ele, o maior custo opera-cional se refere à mão de obra,seguido de energia e manuten-ção. Flores destaca ainda que,ao longo de décadas, o Brasilpriorizou o transporte indivi-dual e que essa lógica precisaser mudada. “Quando falamosdo transporte público, do trans-porte de massa, não estamos in-ventando a roda. É o que as ou-tras cidades desenvolvidas fize-ram. Mas nós fazemos exata-
PASSAGEM EM NÍVEL Cruzamentos de vias com rodovias requerem cuidado
cenciamentos ambientais, porexemplo, são importantes, masque precisam de maior rapidezpara serem concluídos.
Sobre as principais de-mandas solicitadas aos pre-sidenciáveis, Flores destacaque, além da expansão damalha, é necessário reduzir ogasto com operação. Essecusto é muito impactado pe-la energia. A ANPTrilhos pro-põe ao governo federal queseja adotado o desconto de
75% na tarifa de energia elé-trica aplicada ao transportesobre trilhos. Desse modo, opercentual desonerado po-deria ser revertido em inves-timentos na modernizaçãodos sistemas.
“O desconto para o transpor-te de passageiros sobre trilhoseletrificado já foi de 75%. Comisso, o custo da energia dentrodo custo operacional era de 2%.Hoje é de 20%, dez vezes mais,o que impacta na tarifa”, disse o
ANPTrilhosreivindica
75%de desconto
em tarifade energia
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 35
mente o contrário. Investimosem transporte individual, que émais caro, mais poluente e maisarriscado”, afirmou.
ConcessõesO debate sobre as conces-
sões em andamento das ferro-vias que atenderão ao trans-porte ferroviário no Brasil foidestaque durante o VI Brasilnos Trilhos. Conforme o minis-tro dos Transportes, Paulo Pas-sos, um dos projetos que estão
prontos para ser licitado é otrecho de Lucas do Rio Verde(MT) a Campinorte (GO), com883 km de extensão e investi-mento de R$ 5,4 bilhões. “Esta-mos buscando esclarecer todosos aspectos para que, com se-gurança, coloquemos a licita-ção na rua e tenhamos a pri-meira concessão ferroviáriacom sucesso”, disse o ministro.
Outros seis trechos recebe-ram 81 manifestações de inte-resse para a apresentação de
projetos. Essas empresas têmde seis a oito meses para apre-sentar as propostas. “O Brasiltem uma percepção muito clarada importância e da necessida-de de estruturar uma logísticaeficiente e de baixo custo, mo-derna e de alta produtividade.Para estruturar essa logística, aárea ferroviária tem um papelfundamental.”
Entre as obras ferroviáriasprevistas, o presidente daANTF considera que a Norte-
ATENÇÃO Buzina de locomotiva; invasões de faixa de domínio trazem riscos
DEMANDASTemas incluídos nas reivindicações do setor ferroviário
Cargas
• Passivo trabalhista da RFFSA (Rede Ferroviária Federal)• Prosefer (Programa Nacional de Segurança Ferroviária em Áreas Urbanas)• Campanhas de segurança• Licenciamento ambiental para empreendimentos ferroviários• Curso de engenharia ferroviária• Regime tributário para incentivo à modernização e à ampliação da estrutura
ferroviária• Desoneração da folha de pagamento• Diesel ferroviário• Acesso aos portos• Agenda regulatória• Biodiesel• Prorrogação das concessões
Passageiros
• Redução da tarifa de energia elétrica metroferroviária• Integralização das cargas elétricas• Desoneração da folha de pagamento• Investimento público federal obrigatório nos sistemas sobre trilhos• Redução a zero do ICMS cobrado sobre a venda de energia elétrica por parte
dos Estados• Redução a zero do ISS cobrado dos municípios sobre os serviços de transporte• Isenção do pagamento de IPTU sobre a servidão das vias férreas urbanas e
estações de passageiros
Fontes: ANTF, ANPTrilhos
FOTOS ANTF/DIVULGAÇÃO
“O Brasil temuma percepção
clara daimportância deuma logísticaeficiente e de baixo custo”
PAULO PASSOS,MINISTRO DOS TRANSPORTES
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201436
Sul é a espinha dorsal do setor.“A ligação da Norte-Sul com aatual malha existente vai per-mitir que as atuais concessõespossam adentrar essa malha,percorrer distâncias dessepaís continental e conquistaresse mercado que hoje estáchegando ao porto de Santospor caminhões.”
Sobre a possibilidade de nãohaver muito interesse da inicia-tiva privada em investir nas fer-rovias propostas, o presidenteda ANTF disse que tem expecta-
TECNOLOGIA Centro de controle
País está aberto a parceriasINVESTIMENTO ESTRANGEIRO
São inúmeras as necessida-des do Brasil para se melhorar eampliar o transporte sobre tri-lhos. O governo federal já reco-nheceu a necessidade de sechamar a iniciativa privada paraparticipar dos projetos em an-damento. Durante o VI Brasil nosTrilhos, o assunto foi reforçadotanto por parte do poder públicocomo pelos representantes dasferrovias presentes no encontro.
O ministro dos Transportes,Paulo Passos, afirmou em en-trevista à imprensa que a parti-cipação dos estrangeiros émuito bem-vinda. “A possibili-dade de participação nesseprograma de grande dimensãona área ferroviária do Brasiltraz oportunidades que podeme devem ser aproveitadas pelosetor privado do país e tam-bém de outros países”, disse oministro. Segundo ele, qual-quer empresa estrangeira quevenha para o Brasil, que se ins-tale aqui formalmente, tantopara a construção da infraes-trutura como para a operação,será bem acolhida.
O presidente da ANTF, Gus-tavo Bambini também conside-ra positiva a possível participa-ção dos estrangeiros e citou aChina e a Rússia. “Os chinesessão experts em fazer ferrovia. Émuito gratificante poder con-
tar não só com o aporte finan-ceiro que eles farão, caso ve-nham a ganhar alguns dos lei-lões, como também com todo oconhecimento que têm paraconstrução de ferrovias em umpaís de dimensões continen-tais. Os russos também têmgrande expertise nesse setor edeverão colaborar bastantecom o novo modelo e com omodelo vigente.”
Na opinião de Bambini, paraque esses investimentos es-trangeiros possam chegar aoBrasil com maior rapidez, é ne-cessário saber vender bem aimagem do país para o mundo.“Recentemente, o encontro doBrics (grupo formado por Bra-sil, Rússia, Índia, China e Áfricado Sul) ajudou muito. Trouxe oschefes de Estado, proporcionouum espaço importante de dis-cussão do setor. Acho que esseé o caminho”, afirmou.
Em abril deste ano, a CNTabriu um Escritório em Pequim,na China, para tentar atrair in-vestimentos estrangeiros parainfraestrutura de transporte noBrasil. Alguns encontros já fo-ram realizados no Brasil, e oschineses se mostraram interes-sados em investir em infraes-trutura de transporte, especial-mente na área ferroviária (leiamatéria na página 38).
“Existem situações
absurdas em quea velocidade
operacional caia um quinto”
BRUNO BATISTA,DIRETOR EXECUTIVO DA CNT
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 37
tiva de que aumente essa von-tade de participação. “Todos osmodelos novos geram, de certaforma, algumas apreensões. Es-se modelo de concessões queestá sendo pensado não existeno Brasil. Mas eu acredito queisso vai melhorar. Mais empre-sas vão participar.”
AgênciasA programação do VI Brasil
nos Trilhos também foi compostapor palestras de representantesde outros setores, além do trans-
porte. O ministro Luís RobertoBarroso, do STF (Supremo Tribu-nal Federal), falou sobre o papeldas agências reguladoras. Naavaliação do ministro, há umaqueixa de que o espaço das agên-cias perdeu a neutralidade, pas-sando a ser cobiçado pelos parti-dos políticos. “Há um comprome-timento da qualidade técnica dasagências como consequência dapolitização”, afirmou Barroso.
Na avaliação do ministro doSTF, “o excesso de ingerência polí-tica pode, eventualmente, com-
prometer a autonomia das agên-cias”. Sobre como reverter essa si-tuação, Barroso considera que es-sa não é uma questão que seja pa-pel do Judiciário ou doLegislativo.Na opinião do ministro, deve haverumdebatepúblicodequalidadeso-breessaatuaçãodasagências. “Euachoqueafilosofiadeumaagênciadeve ser pela predominância daneutralidade política. Mas sou ape-nas uma voz, e não o dono da ver-dade.Háumdebatepúblicosobreopapeldasagências.” l
(Com Natália Pianegonda)
operacional de sistema de metrô EXPANSÃO Brasil tem plano de ampliar e construir novas ferrovias
SUPERVIA/ANPTRILHOS/DIVULGAÇÃO
ANTF/DIVULGAÇÃO
Brasil temcerca de
28 mil kmde ferrovias
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201438
ACNT e a Câmara Chinesade Comércio para Impor-tação e Exportação deMáquinas e Produtos Ele-
trônicos – CCCME – assinaram ummemorando de cooperação no iní-cio do mês de agosto com o objeti-vo de estimular os investimentoschineses em infraestrutura detransporte no Brasil. Um grupo deempresários chineses participoude um encontro da delegação chi-nesa e a CNT, realizado na sede daConfederação, em Brasília.
Entre os termos contidos nomemorando, está prevista a trocade informações comerciais, econô-
micas e tecnológicas regularmen-te. O objetivo é ajudar no entendi-mento do mercado de comércio einvestimentos, especialmente naárea de transporte e serviços fer-roviários no Brasil.
Os representantes dos dois paí-ses também se comprometeramem fazer todos os esforços possí-veis para disseminar nos círculosde negócios de cada lado informa-ções sobre a evolução dos merca-dos, incluindo a compra, a venda ea cooperação para estimular opor-tunidades de parceria. A organiza-ção de seminários econômicos ecomerciais, visitas e pesquisas de
mercado e divulgação de informa-ções relevantes para o comérciobilateral e para os investimentosem transporte ferroviário, espe-cialmente, também estão incluídasnessa parceria.
Na reunião que ocorreu na se-de da CNT, em Brasília, os empresá-rios chineses se mostraram inte-ressados em participar dos proje-tos no Brasil. “Trouxemos as princi-pais empresas na área de logísticae transportes. Nossas empresas fi-caram muito satisfeitas. Acredita-mos que temos ótimas oportuni-dades aqui para investimentos nosetor de infraestrutura de trans-
porte e também na área de ener-gia e outras”, disse o vice-presi-dente da Câmara Chinesa de Co-mércio, Shi Yonghong.
Neste ano, a CNT abriu um Es-critório em Pequim, na China,para tentar atrair os investimen-tos para o Brasil. A reunião, emagosto, foi uma das ações noâmbito desse escritório. No mêsde julho, durante a visita do pre-sidente Xi Jinping ao Brasil, aCNT também participou de umseminário com os chineses paraa troca de informações entre osempresários dos dois países.
“Os chineses são fundamentais
CNT e Câmara de Comércio da China assinam acordopara estimular os investimentos em infraestrutura de
transporte, especialmente ferroviária, no BrasilPOR CYNTHIA CASTRO
COOPERAÇÃO
Parceriachinesa
REUNIÃO
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 39
FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT
prevendo várias medidas na áreade transporte. Ele considera que oEscritório da CNT, em Pequim, teráum papel fundamental no sentidode aproximar os empresários dosdois países, permitindo o inter-câmbio de informações e estimu-lando a ajuda mútua.
“Gostaríamos de avançar maisna implementação de alguns pro-jetos chineses no mercado local.Temos alguns que já estão em an-damento e alguns que estamosacompanhando e temos interes-se em participar da licitação.Gostaríamos do apoio da partebrasileira nesse processo. Assim,faremos a nossa contribuição pa-ra o maior desenvolvimento bra-sileiro”, disse Yonghong.
Por enquanto, a área ferroviá-ria é a que mais tem despertado ointeresse dos chineses em rela-ção à infraestrutura de transporteno Brasil. Liu Ming, vice-presiden-te da chinesa CNR, afirmou quecom o apoio da CNT será possívelavançar muito nos investimentosem transporte sobre trilhos noBrasil. Ele explicou que a CNR pro-duz trilhos e outros equipamen-tos. O escritório-sede está em Pe-quim e há 28 empresas agrega-das. Segundo ele, a capacidade deprodução é de mil locomotivas e4.000 vagões por ano. Além domercado chinês, a empresa ex-porta para 80 países do mundo.
Qian Lizhe, do DepartamentoInternacional da CompanhiaAPOIO Shi Yonghong e Harley Andrade
Delegação de empresários chineses se encontrou com representantes da CNT para debater investimentos em transporte
nesse momento em que o Brasilprecisa melhorar sua infraestrutu-ra. Eles têm expertise. Há empre-sas grandes, muito capitalizadas.Eles estão com essa necessidadede mercado, e o Brasil é um merca-do potencial para eles”, afirmou odiretor de Assuntos Internacionaisda CNT, Harley Andrade.
Shi Yonghong explicou que adelegação da Câmara Chinesa deComércio veio ao Brasil recomen-dada pelo Ministério do Comércioda China. No último mês de julho, opresidente da China, Xi Jinping, as-sinou acordos bilaterais de coope-ração com o governo brasileiro,
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201440
tou que a produção agropecuáriabrasileira vem se deslocando pa-ra o centro e norte do país, o queindica a maior necessidade de in-vestimentos em transporte.
“O Brasil é o terceiro maiorexportador de produtos do agro-negócios do mundo. O melhormercado para as exportaçõesbrasileiras é a China. Há um défi-cit grande de infraestrutura, es-pecialmente nas regiões Norte eNordeste. E o desenvolvimentodependerá muito da construçãoferroviária”, afirmou.
Na avaliação do diretor deAssuntos Internacionais da CNT,o encontro com a delegação e aassinatura do memorando fo-ram muito positivos no sentidode estimular ainda mais a atra-ção dos investimentos. “Tenhocerteza de que, em breve, vamos
mentos se mostra fundamental.”Durante a reunião, o diretor-
presidente da ITB (Investimentoem Infraestrutura do TransporteBrasileiro S.A.), Ivan De Filippo,detalhou alguns projetos que po-dem receber recursos estrangei-ros. A ITB busca parceiros inter-nacionais para estimular o setortransportador do Brasil. “Busca-mos trazer tecnologia e recursospara que a infraestrutura ocor-ra”, disse Filippo.
Também participou da reu-nião na sede da CNT o ex-embai-xador do Brasil na China, Clodoal-do Hugueney Filho. Hoje ele é umdos consultores do Escritório daConfederação em Pequim. Naavaliação de Hugueney, a parce-ria é positiva para os dois países.Ele enfatizou a necessidade demelhoria da infraestrutura e ci-
delegação chinesa conheceu de-talhes do Plano CNT de Trans-porte e Logística 2014, que indi-ca a necessidade de investimen-tos de R$ 987 bilhões em 2.045projetos prioritários no Brasil,nos diferentes modais (ferroviá-rio, aquaviário, rodoviário, aéreoe também em terminais). So-mente para as ferrovias, são ne-cessários R$ 449 bilhões.
O diretor executivo da CNT, Bru-no Batista, comentou que os proje-tos propostos no Plano CNT deTransporte e Logística estimulam oinvestimento na integração dos di-ferentes modais. Ele destacou queo Brasil tem pouco mais de 28 milquilômetros de ferrovias e que es-sa malha precisa ser aumentadacom urgência. “A participação dasempresas estrangeiras com know-how e capacidade de fazer investi-
Ferroviária da China, reforçouque há um interesse enormeem participar dos projetos deconstrução de infraestruturaferroviária no Brasil. A empresaque ela representa exerce, prin-cipalmente, a função de cons-trução de infraestrutura ferro-viária. Mas as ações se expandi-ram e há projetos também vol-tados para portos, aeroportos eáreas urbanas.
“Construímos 80 mil quilôme-tros de ferrovias. Mais de dois ter-ços das ferrovias da China, incluin-do 8.000 quilômetros de vias de al-ta velocidade”, disse. Segundo ela,nesse momento, há um interesseem expandir os projetos realizadosno exterior. “Nossos serviços es-tão focados na Venezuela, Áfricado Sul, Nigéria e outros países.”
Durante a reunião na CNT, a
INTERESSE Chineses conheceram o Plano CNT de Transporte e Logística APROXIMAÇÃO
colher frutos dessa parceria”,disse Harley Andrade.
Antes da reunião na sede daCNT, a delegação chinesa esteveno Ministério dos Transportes etambém na Valec – Engenharia,Construções e Ferrovias, conhe-cendo o que está previsto pelogoverno federal. Os empresáriostiveram acesso a mais detalhessobre os projetos da Ferrovia Nor-te-Sul e da Ferrovia de IntegraçãoOeste-Leste. O PIL (Programa deInvestimentos em Logística), lan-çado há dois anos pelo governofederal, prevê a construção e mo-dernização de 11 mil quilômetrosde ferrovias com investimento es-timado de R$ 99,6 bilhões.
(Com Natália Pianegonda)
Leia mais sobre transporteferroviário na página 30.
CNT abriu Escritório em Pequim
“Queremos identificar novos projetos”ENTREVISTA - SHI YONGHONG
Para o vice-presidente daCâmara Chinesa de Comércio,Shi Yonghong, o estabeleci-mento do Escritório da CNT, emPequim, será muito positivo pa-ra aproximar os dois países eestimular os investimentos. Eleafirma haver um forte interes-se dos empresários chinesesem participar dos projetos detransporte no Brasil.
Como atua a entidade queo senhor representa?
Represento a maior Câmarade Comércio na área de negó-cio internacional na China. Hojeem dia são mais de 10 mil asso-ciados que trabalham basica-mente em mais de 20 setores,como ferroviário, energia novaetc. Estamos aqui para visitar aCNT, a principal organização re-presentativa do setor de infra-estrutura de transporte, com oobjetivo de colocar em práticao consenso chegado pelos doischefes de Estado na recente vi-sita do presidente chinês (XiJinping) ao Brasil, sobretudo naárea de cooperação de ferrovia.Estamos aqui com várias em-presas muito capacitadas chi-nesas na área de ferrovia, justa-mente para buscar a parceriacom as empresas brasileiras.Temos conosco empresas de fa-bricação de equipamentos, deelaboração de projetos de fer-rovia, de construção e tambémde fornecimento de materiais eequipamentos.
Quais são os quatro obje-tivos principais dessa visitaao Brasil?
Primeiro, apresentar nos-sas empresas e produtos paraas empresas brasileiras e tam-
bém para o governo do Brasil.Segundo, queremos conhecero plano de desenvolvimentona área ferroviária do Brasilpara identificar algumas opor-tunidades de investimentos ede negócios. E também provero conhecimento das empresaschinesas sobre o Brasil, naárea de investimentos e decooperação. Queremos impul-sionar os projetos que even-tualmente as empresas chi-nesas já ganharam para a suaexecução e identificar novosprojetos para o investimento.Outro importante objetivo davisita é exatamente assinar omemorando de cooperaçãocom a CNT para estimular es-sa cooperação, sobretudo naárea de transporte sobre tri-lhos, com a perspectiva deconstruir essa plataforma deintercâmbio entre as duas en-tidades. Fico feliz em saberque a CNT está abrindo o es-critório em Pequim e gostariade manter esse contato fre-quente e institucional entre asduas entidades, por meio des-se escritório.
Na área de ferrovia,quais exemplos o senhorpoderia citar na China emrelação à construção, pro-jetos, tecnologia?
A malha ferroviária da Chi-na conheceu o desenvolvi-mento nos últimos 60 anos,especialmente nas últimastrês décadas houve um saltoquantitativo. Hoje em dia, aChina conta com uma malhaferroviária de mais de 100 milquilômetros (entre passagei-ros e cargas), com destaquepara o trem de alta velocida-de, com velocidade superior a250 km/h. Já são mais de 10mil quilômetros. É o número 1do mundo. E há ainda 15 milquilômetros em construçãode trem de alta velocidade.Por isso, com todo esse de-senvolvimento, as empresaschinesas conseguiram avan-ços tecnológicos nas áreas deprojeção das obras, execuçãoe também de produtos, os ma-teriais rodantes. E, sobretudona área de trens de alta velo-cidade, a tecnologia chinesa éa dianteira no mundo. l
AVIAÇÃO
Ocrescimento do trans-porte aéreo e o proces-so de urbanização re-gistrados nos últimos
anos, em todo o mundo, trouxe-ram para a discussão a necessi-dade de criação de uma nova es-trutura para as cidades, favore-cendo os deslocamentos.
É nesse sentido que surge oconceito de aerotrópolis, criado edefendido por John Kasarda, autordo livro “Aerotrópolis: o novo modocomo vamos viver” (veja entrevistacom o autor na página 8). O mode-lo prevê a implantação de uma re-gião de grande importância econô-mica, tendo como ponto central umaeroporto, conectado com a cidadepor meio de sistemas de transpor-tes eficientes.
“Nessa região, deve ser instala-do um conjunto complexo de esta-belecimentos industriais e comer-ciais, hotéis, edifícios de escritórios,restaurantes e áreas de lazer e en-tretenimento, além, é claro, de umaárea residencial”, explica Kasarda.
Segundo Carlos Leite, arquiteto,urbanista, professor da Universida-de Presbiteriana Mackenzie, essenovo conceito é o rótulo de uma
tendência do século 21 que procurareinventar as cidades a partir denúcleos autônomos, uma das cor-rentes em voga do urbanismo hoje,em que é possível fazer todas ascoisas do dia a dia. “Por isso, a im-plantação desses aeroportos-cida-des é muito coerente com aquiloque se busca no mundo. Ainda maisquando se leva em consideração o
crescimento do transporte aéreonos últimos anos em vários países”,afirma Leite.
Em todo o mundo já existemmais de 40 aerotrópolis em desen-volvimento, como as áreas dentro eao redor dos aeroportos de Amster-dã, Pequim, Dalas, Dubai e HongKong. E a ideia da implantação deaeroportos-cidades já começou a
ser discutida no Brasil. Dois estudosindependentes avaliam as poten-cialidades dos aeroportos de BeloHorizonte-Confins, em Minas Gerais,e de Viracopos, em São Paulo, de setornarem aerotrópolis.
De acordo com a Secretaria deEstado de Desenvolvimento Econô-mico do governo de Minas Gerais, oprojeto Aerotrópolis Belo Horizonte
Projetos paPaís já tem estudos para a implantação de aeroportos-cidades;
POR LIVIA CEREZOLI
que se trata de um projeto do go-verno do Estado em andamento an-terior à assinatura do contrato decessão da operação do terminal. Aconcessão tem duração de 30 anos.
No aeroporto de Viracopos, aideia de criação da aerotrópolis es-tá em fase inicial, e os estudos deviabilidade para a definição dequanto investir e qual a área de
abrangência ainda estão em anda-mento. De acordo com Aluízio Mar-garido, diretor comercial do Con-sórcio Aeroportos Brasil, que admi-nistra o terminal, a proposta pre-tende transformar o aeroporto emum vetor de crescimento da região.“Os aeroportos são grandes centra-lizadores de investimentos, e o nos-so projeto está focado nisso. Um
aeroporto-cidade precisa ter moti-vação financeira para existir, e oterminal de Viracopos tem o maiorvolume de cargas eletrônicas dopaís. Esse é um grande estímulo”,afirma ele. O aeroporto de Viraco-pos foi concedido em 2013 tambémpor um período de 30 anos.
Mesmo com os pontos positi-vos, os projetos esbarram em al-gumas dificuldades. Para MozartMascarenhas Alemão, especialistaem infraestrutura e operaçõesaeroportuárias, só é possível im-plantar aerotrópolis no Brasil coma construção de novos terminaispor causa da necessidade de es-paço físico para todos os em-preendimentos que o conceito en-globa. “Só conseguimos pensarnessa inovação a partir de novosaeroportos, em novas áreas. E es-sa é uma necessidade urgente doBrasil. Nos últimos 20 anos, mes-mo com o crescimento da aviação,não tivemos nenhum novo aero-porto construído (o de São Gonça-lo do Amarante apenas substituiuo de Natal). Temos demanda sufi-ciente para isso”, explica ele.
Na visão do especialista, os lo-cais mais propícios para a instala-ção desses novos terminais seriamos Estados do Paraná e de Minas
começou a tomar forma, em 2004,com a transferência dos voos doaeroporto da Pampulha para oAeroporto Internacional TancredoNeves-Confins. O projeto do gover-no mineiro tem consultoria de JohnKasarda. A BH Airport, concessioná-ria que administra o aeroporto deConfins desde agosto deste ano,não quis comentar o assunto, já
ra o Brasilnovidade esbarra na falta de espaço dos terminais em operação
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PARCERIA Em Minas Gerais, projetoestá sendo desenvolvido pelo governo do Estado desde 2004
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201446
senvolvimento Econômico do go-verno de Minas Gerais afirma queaté o fim deste ano está investindoR$ 380 milhões em obras na redeviária da região e do entorno doterminal, além de projetos paraampliar a capacidade de tráfego ea conectividade de cargas e depassageiros, uma das principaispremissas da criação de um aero-porto-cidade. Segundo o órgão,nas aerotrópolis, as distâncias nãosão medidas por quilômetros, esim por minutos. Dessa maneira, aideia é que a agilidade proporcio-nada pelo modal aéreo seja esten-dida até o destino final para passa-
cargas de maneira eficiente. “Ossistemas de transporte disponíveispodem determinar o sucesso ou ofracasso das aerotrópolis.”
Segundo Leite, o grande desafiodo Brasil é complementar a rede detransporte que vai permitir aosaeroportos do país se transforma-rem em um hub de transporte mul-timodal, com linhas de ônibus urba-nos, trens e metrôs para garantirque as pessoas se movimentemcom facilidade. “Nenhum aeroportomerece ser chamado de aerotrópo-lis sem uma rede de transporte efi-ciente e integrada”, alerta ele.
A Secretaria de Estado de De-
Gerais, a região Nordeste ou o en-torno de Brasília (DF). “Quando falode Minas Gerais, não é necessaria-mente Confins, justamente porquelá existem agravantes que impõemdificuldades para fazer novasobras, como as áreas de preserva-ção ambiental e os patrimônios ar-queológico e espeleológico.”
Alemão explica que as áreasoperacionais para a instalaçãodas aerotrópolis precisam sergrandes para que seja preserva-da a segurança de passageiros,trabalhadores e residentes da re-gião. De acordo com ele, é impor-tante pensar também na localiza-ção dos empreendimentos emrelação ao posicionamento daspistas de pouso e de decolagemdos aeroportos, uma vez que oruído das aeronaves durante es-sas operações podem causargrandes transtornos.
“O ruído é algo que não podeser eliminado. Ele sempre vai exis-tir. Por isso, o mais correto é pensarem posicionar os espaços residen-ciais em áreas nas laterais das pis-tas onde o barulho é menor. Nas ca-beceiras, não existe problema eminstalar indústrias, por exemplo.”
O arquiteto e urbanista CarlosLeite acredita que é possível im-plantar aeroportos-cidades nos ter-minais já em operação no Brasil,mas, para isso, é fundamental ga-rantir a mobilidade de pessoas e de
PROJETO Estudos avaliam a viabilidade de implantação
“Só conseguimospensar nessainovação a
partir de novosaeroportos, emnovas áreas”
MOZART ALEMÃO, ESPECIALISTA EM
INFRAESTRUTURA E OPERAÇÕES AEROPORTUÁRIAS
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 47
geiros e cargas, por isso, o sistemaviário planejado para a região con-templa rodovias de padrão inter-nacional de tráfego rápido.
Aluízio Margarido, de Viraco-pos, diz que a concessionária doterminal busca estabelecer parce-rias com os governos municipal,estadual e federal para que sejaimplantada uma rede de transpor-te que garanta a mobilidade dequem trabalhará e viverá no entor-no do terminal. “Essa interface énecessária e já estamos realizandoum trabalho conjunto.”
A SAC (Secretaria de AviaçãoCivil) afirma que a implantação de
novas infraestruturas aeroportuá-rias está associada a estudos dedemanda por transporte aéreo noBrasil e ao desenvolvimento dessemodal de forma estratégica. “Odesenvolvimento específico deuma aerotrópolis envolve um con-junto de interesses do governo fe-deral, no sentido do desenvolvi-mento da infraestrutura aeropor-tuária nacional, e dos Estados emunicípios, no sentido do planeja-mento e desenvolvimento das ci-dades e de seus centros logísti-cos”, diz Martha Seillier, diretorado Departamento de Regulação eConcorrência da secretaria.
Ela explica que diversas leis,decretos e atos normativos regu-lamentam a construção de novosterminais aeroportuários no Bra-sil, diferenciando os públicos dosprivados. Esses últimos apenaspodem ser utilizados com a per-missão de seus proprietários, masnão podem ser explorados comer-cialmente. Os aeroportos públicospodem ser construídos, mantidose explorados pela União, por em-presas especializadas da adminis-tração federal indireta, por Esta-dos e municípios (mediante con-vênio com a União) ou por conces-são, ou autorização. l
de uma aerotrópolis em Viracopos EXPERIÊNCIA Em Dubai, o conceito de aeroporto-cidade já está implantado
AEROPORTOS BRASIL/DIVULGAÇÃO
DUBAI AIRPORT/DIVULGAÇÃO
“Os sistemasde transporte
podem determinar osucesso ou ofracasso dasaerotrópolis”
CARLOS LEITE,ARQUITETO E URBANISTA
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 49
OBrasil ainda possuipoucos projetos deuso múltiplo daságuas, quando com-
parado com Estados Unidos epaíses da Ásia e Europa. Aconclusão é do consultor doInstituto de Desenvolvimen-to, Logística, Transporte eMeio Ambiente, FredericoBussinger, que visitou quaseuma centena de propostas deexpansão portuária pelomundo nos últimos 30 anos.
Ele esteve presente, emagosto, no seminário sobre
produção de sedimentos, as-soreamento e dragagem,uma parceria da CNT (Confe-deração Nacional do Trans-porte) e do MMA (Ministériodo Meio Ambiente). Repre-sentantes do setor tambémparticiparam do encontro,que ocorreu na sede da con-federação em Brasília (DF).
De acordo com o consul-tor, o Brasil esbarra em vá-rios entraves para desenvol-ver sua tecnologia hidroviá-ria. Entre eles está o foco nolicenciamento ambiental em
detrimento do planejamento,gerenciamento e previsibili-dade nos processos decisó-rios. Bussinger relatou que,em muitos países, a obtençãoda licença não é feita de for-ma independente, sendoigualmente priorizadas asáreas econômicas e sociais, oque garante celeridade aosprocessos.
Outro ponto abordado foio excesso de normas, leis eresoluções existentes no Bra-sil. “Os outros países focamna jurisprudência e gover-
Comparado a outros países, o Brasil ainda possui aproveitamento hídrico
reduzido devido ao pouco planejamento
POR EVIE GONÇALVES
Uso múltiplodas águas
LONDON GATEWAY/DIVULGAÇÃO
AQUAVIÁRIO
LONDON GATEWAYPorto de águas profundas é um dos projetos de referência na Europa
LONDON GATEWAYPorto de águas profundas é um dos projetos de referência na Europa
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201450
rio de transporte para o con-tinente até 2050. Entre essesprojetos, existe o canal Sena-Norte, que vai permitir co-nectar a bacia do rio Senacom a do rio Scheldt, quecorta a Bélgica e a Holanda. Osistema prevê a navegaçãoentre Paris e Londres aindanesta década.
Em relação à dragagem,Londres trabalha na implan-tação do London Gateway,um megaporto de águas pro-fundas a poucos quilômetrosdo Big Ben. O porto vai dra-gar o rio Tâmisa, aterrar mi-lhões de metros quadradosde espelhos- d’água e utilizar
linha conjunta de atuaçãopara desenvolver cada vezmais o setor”, disse.
Projetos internacionaisExistem diversos projetos
de aproveitamento hídricono mundo. A Europa, porexemplo, possui uma malhahidroviária de quase 30 milquilômetros, sendo que, emum terço dessa extensão,existem canais artificiaisconstruídos. Além disso, ospaíses investem na constru-ção de outros 10 mil quilôme-tros de canais.
A medida faz parte do Whi-te Paper, um plano hidroviá-
nança. Além disso, as autori-zações e as licenças, quandodemandadas, são resolvidasem instâncias administrati-vas, sendo pouco utilizadosrecursos ao Judiciário e atémesmo a interferência de ór-gãos, como Ministério Públi-co e Tribunais de Contas”.
A ideia também é compar-tilhada pela consultora daCNT, Patrícia Boson, que re-presentou a entidade duran-te o evento. “Caímos semprena velha história de falta deplanejamento e de articula-ção entre as normas. Temosvários agentes, mas eles nãoconversam, cada um age deum jeito”.
Para o presidente da Fena-mar (Federação Nacional dasAgências de Navegação Marí-tima), Waldemar Rocha Jú-nior, a iniciativa da CNT per-mitiu o aprofundamento dadiscussão, sobretudo no quetange à retirada de sedimen-tos do fundo dos rios, lagos,marés, baías e canais deacesso aos portos. “Nós pre-cisamos de portos dragados,seja a dragagem de aprofun-damento, seja a manutençãoconstante dessa dragagem.Os novos navios demandamáguas mais profundas e, aomesmo tempo, há a preocu-pação com a questão am-biental. Precisamos de uma
SEMINÁRIO Especialistas discutem melhor
“Os novos naviosdemandam águasmais profundase, ao mesmotempo, há a preocupação com a questãoambiental”
WALDEMAR ROCHA JÚNIOR, PRESIDENTE DA FENAMAR
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 51
boa parte do antigo parquede tanques de petróleo e de-rivados.
Na Índia e na China, hácerca de 30 projetos de ex-pansão portuária, a maioriaocupando os espelhos-d’água. Em todos eles foramfeitas dragagens e aterrosexpressivos, inclusive em al-guns manguezais, para a im-plantação dos novos portos eterminais.
Hidroanel metropolitanoNo Brasil, o projeto já ini-
ciado com potencial seme-lhante aos internacionais é odo Hidroanel Metropolitano
em São Paulo. Trata-se de in-terligação, por meio de umgrande canal, entre os riosTietê e Pinheiros e as repre-sas de Billings e Taiaçupeba.A ligação total, quando con-cluída, vai formar um hidroa-nel circular de aproximada-mente 180 km. Uma das prin-cipais vantagens é a super-posição em relação ao rodoa-nel e ao ferroanel, formandouma integração trimodal.
O hidroanel compõe umplano de uso múltiplo daságuas e envolve um conjuntode obras que podem ser rea-lizadas separadas e gradati-vamente. São várias contri-
buições para o Estado, alémda navegação. Entre elas:controle de inundações,abastecimento de água, des-poluição do rio Pinheiros,agricultura em áreas possí-veis de ser irrigadas e gera-ção de energia. O projetotambém favorece o lazer, oturismo e a requalificação deáreas lindeiras para uso imo-biliário.
Atualmente, a eclusa doCebolão, primeira parte daobra, na confluência das mar-ginais Pinheiros e Tietê com arodovia Castelo Branco, já es-tá concluída. Por eclusa en-tende-se a possibilidade de
aproveitamento do setor hidroviário PREJUÍZO Estiagem no sudeste afetou o transporte na hidrovia Paraná-Tietê
Índia eChina
possuemcerca de
30projetos deexpansãoportuária
SÉRGIO ALBERTO/CNT
DEPARTAMENTO HIDROVIÁRIO DE SÃO PAULO/DIVULGAÇÃO
Movimentação nos portos tem altaBALANÇO
O setor portuário brasilei-ro movimentou 460 milhõesde toneladas no primeiro se-mestre deste ano. Os dadosconstam do relatório semes-tral, divulgado pela Antaq(Agência Nacional de Trans-portes Aquaviários), em agos-to, e indicam um acréscimo de5,2% em relação ao mesmoperíodo de 2013. O minério deferro foi líder em movimenta-ção, com 160 milhões de tone-ladas transportadas.
Os TUPs (Terminais deUso Privativo) transporta-ram a maior parte da cargano país, com 293 milhõesde toneladas em 2014. Pon-ta da Madeira (MA), Tuba-rão (ES) e Almirante Barro-so (SP) foram os líderes emmovimentação. Já os por-tos públicos foram respon-sáveis pelo transporte de167 milhões de toneladas.
O porto de Santos (SP)continua sendo o recordistano volume de cargas movi-mentadas. Entretanto, trans-portou 2% a menos em 2014.Itaguaí (RJ) ficou em segun-do lugar, e o porto de Para-naguá (PR), em terceiro.
Navegação marítimaEm relação ao transporte
de longo curso, os dados daAntaq revelam que houve umaumento de 17,3% na cargatransportada. No total, foram260 milhões de toneladas ex-portadas contra 78 milhõesimportadas. Contudo, o cres-cimento da importação foisuperior. Em relação ao pri-meiro semestre de 2013, aquantidade de carga embar-cada teve crescimento de
5%. Já o desembarque teveincremento de 9%.
O granel sólido represen-tou 85% do volume exporta-do. A carga importada, en-tretanto, teve distribuiçãomais equânime: 43% de gra-nel sólido, 30% de granel lí-quido e 23% de carga trans-portada por contêineres.
A China foi o principaldestino das exportações. Jáa principal origem dos gra-néis importados pelo Brasilfoi a África Ocidental/Golfoda Guiné. Os dados da agên-cia reguladora revelam ain-da que a cabotagem teveum incremento de 17,2% emrelação ao primeiro semes-tre de 2013, o equivalente a70 milhões de toneladastransportadas.
Navegação interiorEste ano, duas situações
antagônicas foram responsá-veis pela redução significati-va no transporte de grãos nasduas principais hidrovias dopaís, em relação ao ano pas-sado. De um lado, a cheia his-tórica do rio Madeira na re-gião Norte. De outro, a forteestiagem na região Sudeste,que afetou o transporte na hi-drovia Paraná-Tietê.
Segundo os dados daAntaq, houve redução de38% no transporte da sojae de 18% no do milho, o querepresentou cerca de 1,4milhão de toneladas a me-nos movimentadas entreos primeiros meses de 2013e de 2014. Com o excessode chuvas, o corredor dorio Madeira (Porto Velho-Itacoatiara e Porto Velho-
Santarém) chegou a ficardois meses fechado.
A situação mais complica-da, porém, ocorre na hidroviaTietê-Paraná. Com a seca evi-dente há meses, nos trechosentre São Simão–Anhembi eSão Simão-Pederneiras, am-bos em São Paulo, não houveo transporte de grão de milho.No caso da soja, a queda foisuperior a 50%, dependendodo trecho.
O assunto foi abordadoem reportagem da edição deagosto da revista CNTTransporte Atual.
“Não imaginamos outraalternativa a não ser a voltada chuva na hidrovia. Nossaprevisão é de que a situaçãosó se normalize em novem-bro ou dezembro, quando ovolume de água aumenta naregião”, declarou o gerentede desenvolvimento e regu-lação de navegação interiorda Antaq, José Renato Fialho.Ele ressaltou que a situaçãoclimática acabou gerandodesemprego nos portos.
Outra consequência foi amigração da carga transpor-tada para as rodovias e ferro-vias. Sem concorrência, o va-lor do transporte ferroviárioaumentou consideravelmen-te. “A situação nas hidroviasgerou um acréscimo de 20mil caminhões bitrens (comdois semirreboques em umamesma composição) paratransportar a demanda exce-dente desses produtos agrí-colas”, afirmou Adalberto To-karski, diretor da agência, aomencionar a alternativa en-contrada de escoar a produ-ção também pelas rodovias.
embarcações subirem ou des-cerem os rios ou mares emlocais onde há desnível.
No fim do ano passado, ogoverno de São Paulo inicioua segunda parte da obra: aeclusa da Penha, que fica emuma região considerada es-tratégica, entre as rodoviasDutra e Ayrton Senna, ao la-do do aeroporto de Guaru-lhos e da antiga ferrovia quedá acesso ao Vale da Paraíbae ao Rio de Janeiro.
Com a conclusão do novotrecho, serão 55 km de nave-gação possíveis no hidroanel,
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 53
cerca de um terço dos 180 kmprevistos inicialmente. Hoje, orio Tietê já possui 41 km nave-gáveis. “Com a eclusa da Pe-nha, 5 milhões de metros cúbi-cos de água serão dragadosno rio para formação do canalde navegação. Também seráformado um grande lago, quepassa a integrar o sistema decombate às enchentes”, afir-ma Bussinger. Não há previsãopara o término total da obra.
DragagemAtualmente, as áreas com
maior concentração de sedi-
mento no Brasil são os por-tos de Santos (SP), Paraty(RJ), Aratu (BA) e Itapoã (SC).Existem vários tipos de depó-sitos, como areia e argila, porexemplo, que são trazidaspor meio da erosão formadaa partir da água das chuvas.Mas também existem os sedi-mentos contaminantes, quesão vistos com preocupaçãopor representantes do setor.
“Antes de fazermos a dra-gagem, temos de mapear asáreas, ver a qualidade domaterial e analisar de quemaneira podemos fazer a ex-
tração do sedimento”, expli-cou, durante o evento, ocoordenador-geral da Ama-zônia Legal, da Secretaria dePatrimônio da União, Fer-nando Campagnoli. Ele afir-mou que o Brasil deveria in-vestir, anualmente, R$ 6 bi-lhões para limpeza dos re-servatórios. Só em São Pau-lo, o custo de limpeza porano seria de R$ 700 milhões.
Outro ponto mencionadono evento foi a resolução doConama nº 454/2012, que es-tabelece as diretrizes geraise os procedimentos necessá-rios para dragagem em terri-tório nacional. “A norma in-troduziu um plano detalhadode retirada de sedimentos nopaís. Agora, acompanhamospasso a passo a natureza doque é extraído”, disse o dire-tor de avaliação de impactoambiental da Cetesb (Compa-nhia Ambiental do Estado deSão Paulo), José Eduardo Be-vilacqua. Ele disse que o Bra-sil passou oito anos sem ne-nhuma regulamentação so-bre o setor, o que poderia ex-plicar o atraso em relação àtecnologia já adotada nosoutros países. l
DRAGAGEM O porto de Santos está entre as áreas de maior concentração de sedimento no Brasil
PORTO DE SANTOS/WWW.IMAGENSAEREAS.COM/DIVULGAÇÃO
O Brasildeveriainvestir
R$ 6 bi por ano paralimpeza dosreservatórios
Despoluir, desenvolvido emdiferentes cidades de todo opaís, tem mudado as atitudesde muitos transportadores,que passaram a aliar respon-sabilidade socioambiental abenefícios econômicos emseu trabalho do dia a dia.
Desde o início do progra-
Osetor de transporteestá mais forte emais consciente doseu papel funda-
mental em busca da sustenta-bilidade, com a consolidaçãodas ações do programa am-biental lançado há sete anospela CNT e pelo Sest Senat. O
ma, em julho de 2007, já foramrealizadas mais de 1,1 milhãode aferições de ônibus e decaminhões, contribuindo as-sim para a menor emissão depoluentes, para a economia decombustível e para a melhoriada imagem do setor. São cercade 11 mil empresas e 12,7 mil
transportadores autônomoscadastrados.
O Projeto de Redução daEmissão de Poluentes pelosVeículos, realizado em parce-ria com 27 federações de pas-sageiros e de cargas (incluin-do os autônomos), é um dosprimeiros e principais eixos
O Despoluir, Programa Ambiental do Transporte,completa 7 anos e consolida ações voltadas
à responsabilidade socioambiental
POR CYNTHIA CASTRO
Mais forte econsciente
SUSTENTABILIDADE
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201454
do Despoluir. Os técnicos veri-ficam, com base em normasdo Conama (Conselho Nacio-nal do Meio Ambiente), se aopacidade da fumaça pretaemitida por caminhões e ôni-bus está de acordo com os pa-drões estabelecidos.
Se estiver tudo certo, é
emitido um selo do Despo-luir. Se não estiver, as equi-pes repassam orientações demanutenção para a correçãodo problema e posterior rea-valiação do veículo. Nessessete anos, a média de apro-vação aumentou de 82,4%para 88,87%.
A frota de veículos das uni-dades de atendimento foi to-talmente renovada no últimoano. Hoje são 89 veículos no-vos que levam os equipamen-tos (opacímetro, tacômetro ecomputador portátil) para fa-zer as aferições de cami-nhões e ônibus.
Em muitas regiões, o selodo Despoluir tem contribuído,inclusive, para validar a con-tratação de serviços, confor-me destaca o presidente daFetram (Federação das Em-presas de Transporte de Pas-sageiros do Estado de MinasGerais), Waldemar Araújo. Se-gundo ele, o selo é um dife-rencial na área de fretamen-to de ônibus. “Há empresasque só aceitam contratar seo veículo tiver o selo do Des-poluir.” Muitas federaçõesparticipantes realizam pre-miações anuais para estimu-lar as empresas a manteremseus veículos com a manu-tenção adequada.
O programa também atuaem diversas outras frentes,como a busca da melhoria dagestão e eficiência energéti-ca, a defesa de um programanacional de renovação de fro-ta de caminhões, a importân-cia da logística reversa. Sãorealizados, periodicamente,seminários, workshops e dis-cussões sobre temas que en-volvem sustentabilidade etransporte e também são pro-duzidos materiais informati-vos, criando um banco de da-
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/CNT
presas. E isso se aplica tam-bém à questão ambiental.Projetos muitas vezes sim-ples, mas de grandes resulta-dos, vêm sendo desenvolvi-dos”, diz o presidente da Cepi-mar, David Lopes.
Segundo ele, tem havidouma busca por capacitação eeducação ambiental envol-vendo empresários, trabalha-dores, comunidade e tambémpor meio de maior parceria
cio do Despoluir. As ações pe-la redução de emissão tam-bém são complementadas poriniciativas, como a realizaçãode um prêmio anual de me-lhoria da qualidade do ar.
“O processo de conscienti-zação do empresariado dotransporte é constante e evo-lutivo. Temos sentido que ca-da vez mais o profissionalis-mo e a visão de futuro estãopresentes na prática das em-
dos para o setor. Em todas asedições da revista CNT Trans-porte Atual, são publicadosboletins ambientais com da-dos ambientais.
A execução de outros pro-jetos ligados ao Despoluirtem fortalecido a represen-tatividade e a participaçãodo setor de transporte nosdebates e nas definições depolíticas públicas sustentá-veis. Isso tem ocorrido pormeio da atuação com o go-verno federal, meio acadêmi-co, câmaras técnicas, fórunse grupos de trabalho volta-dos à gestão.
A atuação pela sustentabi-lidade é reforçada tambémcom a capacitação de milha-res de caminhoneiros autôno-mos, taxistas e outros traba-lhadores do setor por meio dotrabalho nas unidades do SestSenat e de outras ações dasfederações espalhadas portodo o país.
IncentivoNa Cepimar (Federação das
Empresas de Transportes Ro-doviários dos Estados do Cea-rá, Piauí e Maranhão), já fo-ram realizados mais de 80 miltestes de veículos desde o iní-
ABRANGÊNCIA
Dois temas têm tido desta-que na atuação do Despoluir:a necessidade de se renovar afrota de caminhões do país ea importância da aplicação demedidas de eficiência energé-tica no transporte de cargas ede passageiros.
O Brasil tem hoje mais de230 mil caminhões com maisde 30 anos. Esses veículostêm tecnologia ultrapassada,emitem muitos poluentes,contribuem para aumentar osriscos de acidentes e os con-gestionamentos porque apre-sentam defeitos mecânicoscom maior frequência.
No fim do ano passado, aCNT e outras entidades entre-garam ao governo federaluma proposta prevendo a re-novação. As medidas, voltadasespecialmente para o cami-nhoneiro autônomo, foram ba-seadas no RenovAR, o PlanoNacional de Renovação de Fro-ta de Caminhões, desenvolvi-do pela CNT em 2009.
O Despoluir também tem in-centivado cada vez mais a pro-moção de ações que estimulema eficiência energética no setor.Um seminário internacional foirealizado no ano passado, emBrasília, e mostrou diversas ini-ciativas para a redução do con-sumo de energia, passando portecnologia, gestão de frota, me-lhoria de infraestrutura e trei-namento de motoristas.
A CNT realizou neste ano aPesquisa Eficiência Energéti-ca no Transporte Rodoviáriode Cargas. A ideia é avaliar osresultados para propor maisações de incentivo à melhoriada eficiência energética deveículos rodoviários de cargano Brasil.
No início de setembro, oDespoluir participou de umworkshop internacional, emSão Paulo, sobre eficiênciaenergética. Foram debati-das experiências de outrospaíses, como China, França,Estados Unidos.
Foco na eficiência energética
MOBILIZAÇÃO Frota utilizada no
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201456
com os órgãos ambientais.“Tenho toda a certeza e orgu-lho em afirmar que muito dis-so se deve à atuação do pro-grama Despoluir.”
Na opinião do presidenteda Fetergs (Federação dasEmpresas de Transportes Ro-doviários do Estado do RioGrande do Sul), Pedro AntonioTeixeira, o Despoluir permiteuma avaliação objetiva dasemissões de poluentes, indi-cando a necessidade de mu-danças, e estimula outras ini-ciativas de interesse ambien-tal, como a reciclagem de lixoe o reúso da água.
“A utilização da água dachuva e da reciclagem para alavagem de ônibus é umaprática que vem crescendonas empresas. Há uma cons-ciência que se forma. Cadapeça que se acrescenta embusca da sustentabilidadedesperta o interesse de umanova atitude. E o Despoluirtem trabalhado nesse senti-do de mostrar cada vez maisa importância da sustentabi-lidade”, afirma Teixeira. Se-gundo ele, uma lavagem nor-mal de ônibus gasta cerca de500 litros de água. Com a re-
ciclagem, é possível reduzirpara 50 ou 60 litros.
Sobre a redução de emis-sões, o Despoluir tem mais decem empresas de passageirosparticipando com a Fetergs,entre ônibus urbanos, metro-politanos, intermunicipais ede fretamento. Desde o iníciodo programa, foram realiza-das mais de 72 mil aferições.Somente neste ano, o númerochega a 8.000.
Na região da Amazônia, oPrograma Ambiental desenvol-vido pela CNT também temcontribuído para aumentar aconscientização do setortransportador sobre a impor-tância da sustentabilidade. Ocoordenador do Despoluir naFetramaz (Federação das Em-presas de Logística, Transpor-te e Agenciamento de Cargasda Amazônia), Augusto Neto,afirma que hoje os transporta-dores buscam a entidade paraparticipar do programa commaior frequência.
“Mudou muito a mentali-dade de todos desde o inícioda implantação do Despoluir.Há um interesse maior emfazer as aferições”, comentaAugusto Neto. lprograma foi toda renovada; mais de 23 mil transportadores já foram atendidos
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 57
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201458
provação da idade, no caso dosidosos, e de inscrição regular eminstituição de ensino, no caso dosestudantes. Também acreditamque a tarifa deve ser subsidiadapelo governo federal.
Várias fontes de subvenção dotransporte coletivo com orçamen-to público foram citadas pela pes-quisa. No total, 92% dos ouvidospela entidade avaliam que os esta-cionamentos públicos poderiamser cobrados, 85% acreditam que o
Uma tarifa social justade transporte públicourbano não pode com-prometer a renda nem
deve onerar o trabalhador. É oque avaliam gestores públicos,empresários, parlamentares, es-pecialistas, representantes demovimentos sociais, jornalistase acadêmicos ouvidos pela NTU(Associação Nacional das Em-presas de Transportes Urbanos)para a elaboração de uma pes-quisa de opinião sobre o trans-porte urbano de passageiros nopaís. Os resultados foram apre-sentados no Seminário Nacionalda entidade, que aconteceu emagosto na capital federal, e de-bateu, além do estudo, as prin-cipais demandas sociais rela-cionadas ao setor.
As manifestações de junho de2013, que caracterizaram, entre ou-tros aspectos, a indignação da so-ciedade com as tarifas cobradas notransporte público urbano, motiva-ram a NTU a realizar o trabalho.
Os 91 entrevistados aponta-ram a necessidade de haver gra-tuidades no transporte públicopara idosos e estudantes, com rí-gido controle na concessão, com-
governo deveria taxar a gasolina,65% pensam que uma saída é a co-brança de pedágio urbano nasáreas centrais das grandes cidadese 52% disseram que a solução éaumentar o IPTU dos imóveis maiscaros. Uma mesma pergunta per-mitia múltiplas respostas.
De acordo com os dados, en-tre os principais atributos paraum transporte de qualidade es-tão regularidade do serviço(cumprimento de horário), tempo
total da viagem, incluindo o deespera, segurança no exterior einterior dos veículos, gentileza eeducação dos funcionários, in-formações aos usuários nos ter-minais e veículos, assim como alimpeza e iluminação deles.
Em relação à mobilidade urba-na, representantes do setor, emsua maioria, julgam os sistemas dealta capacidade, como o BRT (BusRapid Transit) e o metrô primor-diais. As faixas exclusivas para ôni-
Seminário da NTU debate reinvindicações da população para melhorar o
transporte público urbanoPOR EVIE GONÇALVES
Demandassociais
MOBILIDADE
bus e a adoção de tecnologias, co-mo sistemas inteligentes de trans-porte e bilhetagem eletrônica, tam-bém são consideradas importantespara a qualidade do transporte.
A pesquisa revela ainda que81% dos entrevistados acreditamque a população está mais preocu-pada com os reajustes dados aotransporte público do que com ascontas de água, luz e telefone, porexemplo. A principal razão é por-que se trata de um custo diário, ou
seja, mais perceptível do que osgastos mensais de outros serviços,diluídos ao longo do tempo.
“Precisamos melhorar conside-ravelmente a qualidade do trans-porte público. As avenidas no Brasilestão congestionadas de tantosveículos. É preciso fazer com queas viagens de ônibus sejam maisrápidas. Assim, o usuário do carrocertamente vai querer experimen-tar o transporte público comoocorre no mundo todo”, afirmou o
presidente da NTU, Otávio Cunha,durante o evento.
Em seu discurso na abertura doseminário, o ministro das Cidades,Gilberto Occhi, ressaltou o que temsido feito pelo governo, como porexemplo o compromisso com acriação do PAC da Mobilidade, cominvestimento de R$ 143 bilhões pa-ra o setor. “Vamos continuar traba-lhando para buscar uma condiçãomelhor de vida para a populaçãobrasileira e nossa meta só será
cumprida quando todos, sem dis-tinção de classe e renda, usarem otransporte público", garantiu.
Gilberto Perre, secretário exe-cutivo da Frente Nacional de Prefei-tos, afirmou que atender às de-mandas sociais no que se refere aotransporte coletivo urbano requermedidas, como a instituição de umconselho em cada região do país ea aprovação da proposta que cria oReitup (Regime Especial de Incenti-vos para o Transporte Coletivo Ur-
SÉRGIO ALBERTO/CNT
MOVE Corredores exclusivos de BH contemplam 390 mil pessoas por dia
acessibilidade universal, veículo ar-ticulado e pagamento em bilhete-rias fora dos veículos. Entre as van-tagens, o BRT custa de quatro a 20vezes menos que os sistemas deVLT (Veículos Leves sobre Trilhos) eentre dez e cem vezes menos que aimplantação de uma rede de metrô.
O sistema tem capacidade paratransportar até 45 mil passageirospor hora, possui integração comoutros modais, como metrô, VLT ebicicletas, além de um centro decontrole operacional que realiza omonitoramento contínuo da frotavia GPS e câmeras integradas. Osusuários possuem o benefício daredução do tempo de viagem e da
bano e Metropolitano de Passagei-ros), que permite a queda no valordas tarifas. Ele também defendeque parte da cobrança da CideCombustíveis, um recurso própriodo setor de infraestrutura de trans-portes, que está suspenso desdejunho de 2012, fique para os muni-cípios investirem em projetos demobilidade urbana.
De acordo com o diretor deJuventude da Conam (Confedera-ção Nacional das Associações deMoradores), Getúlio Vargas, o pri-meiro passo para atender aos an-seios da sociedade é ouvir a po-pulação organizada, dentro dosconselhos dos transportes e dascidades. "O nosso desafio é muitogrande porque precisamos mu-dar a cultura da população. Issose dará com o envolvimento dosdiversos segmentos, inclusive dosetor público. Temos de colocar otransporte coletivo no mesmopatamar das infraestruturas bási-cas", argumentou.
BRTUm dos principais assuntos dis-
cutidos no seminário foi a necessi-dade de implementação do BRT emgrandes cidades do país para desa-fogar o tráfego nessas regiões. Sãosistemas de transporte em que osônibus circulam em uma rede decanaletas exclusivas com atributosespeciais, como possibilidade de ul-trapassagem, embarque em nível,
espera nos pontos de parada, alémdo pagamento das tarifas nas esta-ções de embarque. O Brasil já pos-sui 45 projetos de BRT, incluindo ci-dades, como Goiânia, Curitiba, Bra-sília, São Paulo, Belo Horizonte eRio de Janeiro.
“Temos de mudar um paradig-ma de mobilidade e rever o mode-lo do carro. A maioria da populaçãoatualmente usa o transporte públi-co. Precisamos fazer com que aparcela que prefere os automóveismigre também. O BRT é uma daspeças desse mosaico”, acreditaClarisse Linke, diretora do ITDP(Instituto de Políticas de Transpor-te e Desenvolvimento).
SEMINÁRIO Painel de abertura debateu
“É preciso fazer com
que as viagens de
ônibus sejammais rápidas”
OTÁVIO CUNHA,PRESIDENTE DA NTU
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 61
No Rio de Janeiro, já existemdois corredores do BRT em fun-cionamento: o Transoeste, desde2012, e o Transcarioca, inaugura-do em junho deste ano. O primei-ro liga a Barra da Tijuca a SantaCruz e tem 56 quilômetros de ex-tensão, 57 estações, 191 veículose 3 milhões de passageiros trans-portados por mês. Já o segundovai da Barra da Tijuca ao Aero-porto Internacional Tom Jobim,passando por 27 bairros e fazen-do integração com o metrô e otrem. Quando suas 47 estações e147 veículos estiverem em plenofuncionamento, os cerca de 320mil usuários que serão transpor-
tados por mês irão economizaraté 60% do seu tempo.
Existem ainda outros dois cor-redores previstos para serem con-cluídos até 2016. São eles, Transo-límpica, que vai ligar a Barra da Ti-juca a Deodoro e Transbrasil, inter-ligando o centro e Deodoro. Juntos,os quatro sistemas formam a RedeIntegrada de Mobilidade. “A inten-ção é que trens, metrôs, barcas eBRT estejam conectados até 2018.Queremos extrair o máximo do sis-tema já na Olimpíada”, afirmou opresidente da Fetranspor (Federa-ção das Empresas de Transportesde Passageiros do Estado do Rio deJaneiro), Lélis Teixeira.
Em Belo Horizonte, o sistemade BRT Move já está plenamenteem funcionamento desde marçodeste ano. No total, 390 mil pes-soas são contempladas diaria-mente. São cinco estações de inte-gração, três com o metrô e duascom corredores exclusivos. “Épossível ir do extremo norte aoextremo sudeste da cidade comuma única passagem. O belo-hori-zontino teve uma redução de até50% no tempo de viagem em umsistema mais eficiente, com umtrânsito bem menor”, comemorouRamon Victor, presidente daBHTrans (Empresa de Transportese Trânsito de Belo Horizonte). l
pesquisa sobre demandas sociais TRANSCARIOCA Corredor inaugurado este ano liga a Barra da Tijuca ao aeroporto Galeão
FOTOS NTU/DIVULGAÇÃO
No RJ, oscorredores
de BRT transportam
mais de 3 milhões de passageiros
por mês
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201462
Neste mês de setembro, serãorealizados shows em Palmas (TO),Rio de Janeiro (RJ), Divinópolis,Santana do Paraíso (MG), Juiz deFora (MG), Guarulhos (SP), Sobral(CE) e Curitiba (PR). Em outubro,estão programadas mais oitoapresentações. Em algumas cida-des acontecem shows duas du-plas (veja na página 63 o calen-dário com as datas). A programa-
Para agradecer a con-fiança dos trabalhado-res do setor de trans-porte nessas duas déca-
das de atuação, o Sest Senat rea-liza uma extensa programaçãocom shows musicais em todo oBrasil. Até o fim do ano, serãomais de 50 apresentações gratui-tas das duplas sertanejas Alan &Alex e César Menotti & Fabiano.
ção completa das apresentaçõesestá no site do Sest Senat(www.sestsenat.org.br).
Com a realização dos shows,o Sest Senat contribui para obem-estar dos trabalhadoresem transporte, proporcionandoa eles um momento de lazer edescanso das suas atividadesrotineiras. Além disso, é umaforma de agradecimento da ins-
Sest Senat realiza shows musicais em todo o Brasil para comemorar 20 anos de atuação. Até o fim do ano, serão mais de 50 apresentações
POR LIVIA CEREZOLI
Presente aostrabalhadores
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 63
tituição pela confiança dessestrabalhadores nos serviçosprestados ao longo de todos es-ses anos.
A dupla Alan & Alex, de Be-lo Horizonte (MG), está na es-trada desde 2004. Com trêsCDs lançados, os sertanejosviraram febre nos carnavaisfora de época do país com oprojeto Alan & Alex Elétrico.
Em 2012, gravaram o primeiroDVD, “A Pressão do Brasil”,com participações de Edson eHudson, Marcelinho de Lima eCamargo e Alexandre Peixe. Adupla realiza uma média de 20shows por mês em todo o Bra-sil e já fez turnês pela Europae pelos Estados Unidos.
Com dez anos de carreira, adupla César Menotti & Fabiano
EDNEY CARVALHO/SEST SENAT/DIVULGAÇÃO
SUCESSO Shows da dupla Alan & Alex empolgam público do Sest Senat
SHOWS PELO BRASILVeja as datas e os locais das próximas apresentações
AGENDA
Data Cidade Apresentação
7/9 Palmas (TO) Alan & Alex
14/9 Rio de Janeiro (RJ) Alan & Alex / César Menotti & Fabiano
19/9 Divinópolis (MG) Alan & Alex
20/9 Santana do Paraíso (MG) Alan & Alex
21/9 Juiz de Fora (MG) Alan & Alex
24/9 Guarulhos (SP) Alan & Alex / César Menotti & Fabiano
26/9 Sobral (CE) Alan & Alex
28/9 Curitiba (PR) Alan & Alex / César Menotti & Fabiano
3/10 Teresina (PI) Alan & Alex
9/10 Caruaru (PE) Alan & Alex / César Menotti & Fabiano
10/10 Ribeirão Preto (SP) Alan & Alex
14/10 Luziânia (GO) César Menotti & Fabiano
15/10 Goiânia (GO) César Menotti & Fabiano
16/10 Brasília (DF) Alan & Alex / César Menotti & Fabiano
19/10 Recife (PE) Alan & Alex
24/10 Rio Claro (SP) Alan & Alex
Fonte: Sest Senat
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201464
HISTÓRIA César Menotti & Fabiano já têm dez anos de carreira
MARCOS HERMES/DIVULGAÇÃO
já vendeu quase 1 milhão de có-pias. Os irmãos também come-çaram a ganhar espaço nos ba-res da noite belo-horizontina, ea projeção nacional veio, em2005, com o lançamento do CD“Palavras de Amor”, com músi-cas que até hoje fazem sucesso,como “Leilão” e “Anjo”. Em2009, a dupla recebeu o Gram-my Latino na categoria melhorálbum de música românticacom o CD “Com Você”.
A programação de showsdo Sest Senat teve início emagosto, quando foram realiza-das dez apresentações da du-
pla Alan & Alex. Na região Cen-tro-Oeste, as apresentaçõesaconteceram em Anápolis eGoiânia (GO), Brasília, no Dis-trito Federal, e Cuiabá e Ron-donópolis (MT). Milhares detrabalhadores do setor canta-ram os sucessos com a dupla.
Minas Gerais recebeu duasapresentações. Em Montes Cla-ros, o evento foi realizado den-tro da programação da 175ª Fes-ta de Agosto e do 36º FestivalFolclórico da cidade. Mais de 12mil pessoas estiveram presen-tes na praça da Matriz. “Foi tudomágico, indescritível. Não pode-
ríamos nem de longe imaginar oquanto é caloroso e animado opessoal aqui de Montes Claros”,disse Alex após o show.
Em Uberlândia, o show encer-rou um dia todo de atividadesvoltadas para o cuidado da saú-de e do bem-estar dos trabalha-dores do setor. Profissionais doSest Senat prestaram diversosatendimentos e deram orienta-ções na praça Sérgio Pacheco.
Capitais da região Norte dopaís, como Manaus (AM), RioBranco (AC) e Porto Velho (RO),também receberam os shows dadupla no mês de agosto. l
Em MontesClaros,
12 milpessoas
participaramdo show
Para ampliar a sua rede deatendimento ao trabalha-dor em transporte, o SestSenat inaugurou uma no-
va unidade em Três Barras, SantaCatarina. A cerimônia foi realizadano dia 22 de agosto e contou com apresença de representantes do se-tor, dos trabalhadores e de autori-dades locais.
A unidade vai oferecer qualifi-cação e atualização profissionalde qualidade e atendimentos naárea de saúde para os trabalha-dores e seus dependentes. Com anova sede, o Sest Senat passa acontar agora com 11 unidades noEstado de Santa Catarina e 147em todo o país.
O presidente do Conselho Re-gional do Sest Senat e da Fetran-cesc (Federação das Empresas deTransporte de Cargas e Logísticade Santa Catarina), Pedro Lopes,enfatizou a necessidade de inves-tir em melhorias no setor detransporte, principalmente inves-tindo em mão de obra. “O setor detransporte movimenta 100% daeconomia do Estado de Santa Ca-tarina. E é por isso que devemos
estar empenhados em desenvol-ver projetos na área da mobilida-de urbana, de infraestrutura e dequalificação de profissionais. Te-mos de preparar a cidade para ofuturo e isso começa agora, emoportunidades como essa.”
Na cerimônia, o presidente doSindivale (Sindicato das Empresasde Transporte do Vale do Canoi-nhas), Nestor Ferens, disse que anova unidade era o resultado deum esforço conjunto entre poderpúblico e iniciativa privada. “Esse é
um dia especial para nós transpor-tadores. Todos da região serão be-neficiados com essa unidade.”
Para o presidente do Sindicatodos Trabalhadores do Transportede Canoinhas, Ézio Rodrigues, oSest Senat Três Barras irá permi-tir que trabalhadores tenham seuespaço de aprendizagem e quali-ficação, aumentando as possibili-dades de ganhar melhores salá-rios. “Não tenho dúvida que oSest Senat vai cuidar da saúde dotrabalhador. Estamos engajados
na campanha dessa entidade nosentido de profissionalizar o nos-so motorista”, disse ele.
O prefeito da cidade, Elói Que-je, destacou que esse é o primeiroestabelecimento inaugurado, emsua gestão, voltado para qualifi-car a mão de obra local e da re-gião. “Essa é mais uma conquista.O nosso único objetivo é propor-cionar educação e oferecer me-lhores condições de vida aostrês-barrenses”, afirmou. l
(Com informações da Fetrancesc)
Redeampliada
Sest Senat inaugura unidade em Três Barras, SantaCatarina, para oferecer ainda mais qualidade de vida
e qualificação para os profissionais do transporte
DA REDAÇÃO
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INAUGURAÇÃO Representantes do setor e autoridades participam de cerimônia na nova unidade do Sest Senat
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201466
Proporcionar mais quali-dade de vida e incenti-var a prática esportivaentre os trabalhadores
do setor de transporte. Esse é oobjetivo principal do CircuitoSest Senat de Caminhada e Cor-rida de Rua. Neste mês de se-tembro, mais duas etapas do
projeto estavam previstas. Oevento faz parte das ações reali-zadas para comemorar os 20anos de atuação da instituição,em todo o país, em prol do tra-balhador em transporte.
Em Campo Grande (MS), aprova estava marcada para o dia14. Em Chapecó (SC), o circuito
acontece dia 28 de setembro.Com o circuito, o Sest Senat bus-ca incentivar a prática de exercí-cios, fundamental para a saúdee o bem-estar físico e mental,prevenindo e controlando doen-ças, aliviando ou combatendo oestresse, exercendo efeitos noconvívio social dos trabalhado-
Sest Senat realiza novas etapas do Circuitode Caminhada e Corrida de Rua pelo Brasil
POR LIVIA CEREZOLI
Bem-estar e qualidade de vida
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 67
FOTOS SERGIO ALBERTO/CNT
BRASÍLIA Etapa realizada na capital federal abriu o circuito organizado pelo Sest Senat
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201468
cada para o dia 26 de setem-bro, das 13h30 às 17h, e 27 desetembro, das 9h às 17h, naprópria unidade.
E já tem equipe se prepa-rando para a prova. O Sest Se-nat de Chapecó, por exemplo,organizou um grupo formadopor profissionais da área dasaúde, que atuam na unidade,como nutricionista, fisiotera-peuta, educador físico e ins-trutor de esporte, para passarorientações a quem está ini-
res do setor de transporte e dapopulação em geral.
Todas as etapas têm provasde 5 km e 10 km para corrida e 2km para caminhada. A inscriçãopara as provas de corrida é gra-tuita para os trabalhadores au-tônomos ou contratados, apo-sentados e proprietários deempresas do setor de transpor-te e funcionários do Sest Senat.A taxa para o público em geralé de R$ 25. A inscrição para acaminhada é gratuita para to-
dos os públicos. Os participan-tes do circuito de corrida rece-bem kit contendo camiseta depoliamida, toalha, squeeze, mo-chila, porta-celular e medalhade participação. As inscriçõespara todas as etapas podemser feitas pela internet (http://corrida.sestsenat.org.br).
Em Chapecó, a prova acon-tece na avenida Getúlio Vargas,com largada em frente à Cate-dral, às 8h. A entrega dos kits edos chips na cidade está mar-
AGENDE-SEConfira mais informações sobre o Circuito
Em Brasília,
3.400pessoas
participaramda prova
ETAPA CHAPECÓ (SC)
Prova: 28/9, às 8h, na avenida Getúlio Vargas
Retirada dos kits e dos chips: 26/9, das 13h30 às 17h, e 27/9, das 9h às 17h,
na unidade do Sest Senat (avenida Leopoldo Sander, 3.500 D, Engenho Braun)
PRÓXIMAS ETAPAS
Dia Etapa
9/11 Campos dos Goytacazes (RJ)
30/11 Ribeirão Preto (SP)
7/12 Cariacica (ES)
21/12 Recife (PE)
CATEGORIAS
Prova de caminhada
• Inscrições gratuitas para todos os participantes
Prova de corrida
• Inscrições gratuitas: beneficiários cadastrados no Sest Senat (como aposentado
de empresa de transporte, proprietário de empresa do transporte,
trabalhador de empresa e autônomo) e funcionários do Sest Senat
• Inscrições no valor de R$ 25: público em geral
Fonte: Sest Senat
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 69
ciando as atividades físicas. Ogrupo se reúne, duas vezespor semana, em um parque dacidade por aproximadamenteuma hora e meia. Os interes-sados em participar devemprocurar a unidade.
“Nossa ideia é passar as prin-cipais dicas sobre preparo físicoe alimentação. Queremos incen-tivar os trabalhadores do setor etoda a comunidade a praticarexercícios e a conquistar umamelhor qualidade de vida”, afir-
ma Geila Beck, diretora do SestSenat de Chapecó.
Até o fim deste ano, oito cida-des terão recebido o projeto. Aspróximas etapas serão realiza-das em Campos dos Goytacazes(RJ), Recife (PE) e Cariacica (ES)(veja na página 68 o calendáriocom as datas).
A primeira etapa aconteceudia 17 de agosto, em Brasília,(DF), e 3.400 pessoas movi-mentaram o Parque da CidadeDona Sarah Kubitschek. No dia
31 de agosto foi a vez de BeloHorizonte (MG) receber o cir-cuito. A prova foi realizada naLagoa da Pampulha e contoucom a participação de mais de2.400 pessoas.
Lucas Silva de Souza é as-sistente administrativo deuma empresa de transporte depassageiros no Distrito Fede-ral e venceu a prova de 10 kmna categoria beneficiários daetapa de Brasília. “Corro há 11anos, mas nunca tinha ganha-
do nenhuma prova. Estou mui-to satisfeito. Não esperavachegar tão bem. Essa foi a mi-nha melhor corrida.”
Segundo ele, a realização doCircuito Sest Senat incentiva,principalmente, os trabalhado-res do setor de transporte, quepassam grande parte do dia sen-tados, a iniciarem uma atividadefísica regular. “Correr faz bempara a saúde, e todo mundo de-veria começar.”
O segundo colocado e tam-bém assistente administrativode uma empresa de transportede passageiros na capital dopaís, Márcio Luiz Vieira, sempregostou de praticar exercícios ecomeçou a correr há cinco anos.De acordo com ele, a prática daatividade física, além da saúde,proporciona mais disposição notrabalho e favorece as amiza-des. “Hoje, tenho mais ânimo pa-ra trabalhar e muito mais ami-gos. A corrida é boa também porisso”, diz ele.
Uma das vantagens do cir-cuito, organizado pelo Sest Se-nat, destacada por Vieira, é ofato de a inscrição ser gratuitapara os trabalhadores do setor.“Geralmente as provas têm va-lores altos. Na do Sest Senat,além do valor em conta para opúblico geral, nós trabalhado-res não pagamos nada. É umincentivo a mais.” l
BELO HORIZONTE Prova aconteceu na orla da Lagoa da Pampulha
“Queremosincentivar ostrabalhadores
do setor apraticar
exercícios e a conquistar uma melhorqualidade de vida”
AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 669 Transporte não regular: táxi aéreo 1.579Privado 8.825Outros 8.328Total 19.401
MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS
MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)
Rodoviário 485.625 61,1
Ferroviário 164.809 20,7
Aquaviário 108.000 13,6
Dutoviário 33.300 4,2
Aéreo 3.169 0,4
Total 794.903 100
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BOLETIM ECONÔMICO
Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)
(dados atualizados julho/2014)
Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)
* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br
Autorizado Total PagoValores Pagos do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores
2015
R$
bilh
ões
1050
25
1,28
16,24
8
INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE*
EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE
Observações:(1) Expectativa de crescimento do PIB para 2014 e 2015 - O valor de crescimento do PIB 2013 foi revisado pelo IBGE de2,3% para 2,5%. (2) Taxa Selic conforme Copom 16/07/2014 e Boletim Focus. (3) Inflação acumulada no ano e em 12 meses até julho/2014 e expectativas segundo o Boletim Focus. (4) Posição Dezembro/2013 e Julho/2014 em US$ bilhões. (5) Câmbio de fim de período divulgado em 31/07/2014, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial até julho/2014.
* A taxa de crescimento do PIB para 2014 diz respeito ao desempenho econômico no primeiro trimestre de 2014 (jan-mar 2014).
Fontes: Receita Federal, SIGA BRASIL - Senado Federal, IBGE e Focus (Relatório de Mercado 01/08/14),Banco Central do Brasil.
Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal);Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais (MPGO/DEST).
Investimentos em transporte da União por Modal (total pago acumulado - até julho/2014 (R$ 6,11 bilhões)
Nota sobre a CIDE: Até o boletim econômico de março de 2013, a CNT realizava o acompanhamentoda arrecadação e do investimento com recursos da CIDE-combustíveis, Contribuição de Intervençãono Domínio Econômico, criada pela Lei 10.336, de 19/12/2001. Esse acompanhamento deixou de serrealizado, já que a alíquota da CIDE foi reduzida a zero pelo Decreto nº 7.764, de junho de 2012. Osrecursos da CIDE eram destinados aos seguintes fins: (a) ao pagamento de subsídios a preços outransporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (b) ao finan-ciamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e (c) ao finan-ciamento de programas de infraestrutura de transportes.
Notas: (A) A) Dados atualizados até 30.07.2014 (SIGA BRASIL).(B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro GND = 4 (investimento)
RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERALORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)
(R$ milhões correntes - até julho de 2014)
6,114,83
8,06,0
R$ b
ilhõe
s co
rren
tes
4,02,0
10,0
16,014,012,0
Rodoviário Ferroviário Aquaviário AéreoInvestimento Total
2009 2010 2011 2012 2013
Fonte: Orçamento Fiscal da União (SIGA BRASIL - Senado Federal) e Orçamento de Investimentos dasEmpresas Estatais (DEST-MPOG).
ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)
(valores em R$ bilhões correntes)
0
INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES
(valores em R$ milhões correntes)1
Orçamento Fiscal (total pago2 por modal de transporte)
Notas:(1) Foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), GND (4=investimentos). Para a subfunção781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. Fonte: SIGA BRASIL (Execução do Orçamento Fiscal da União).(2) O total pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de restos a pagar pagos.(3) O valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a maisde um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação Nacional. (4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (Valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2014.(5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do Orçamento Fiscal da União no acumulado de janeiro a julho de 2014.(6) Os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total pago pela União no período em análise. Não foram incluídos os desembolsos realizados pelas EmpresasEstatais.(7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programasegundo o Manual Técnico de Orçamento 2014.
REGI
ÕES3
Rank
ing
Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx
Ordem R$ milhões6
1º2º3º4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Elaboração: Confederação Nacional do TransporteDados atualizados até 30.07.2014 (SIGA BRASIL).
Manutenção de trechos rodoviários na região Nordeste 501,14Manutenção de trechos rodoviários na região Sudeste 434,09Manutenção de trechos rodoviários na região Norte 375,68Manutenção de trechos rodoviários na região Centro-Oeste 252,19Adequação de trecho rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116 - no Estado do Rio Grande do Sul 220,70Adequação de trecho rodoviário - Palhoça - divisa SC/RS - na BR-101 - no Estado de Santa Catarina 219,11Manutenção de trechos rodoviários na região Sul 206,80Construção da ferrovia de integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - no Estado da Bahia 205,11Construção da ferrovia Norte-Sul - Ouro Verde de Goiás - São Simão - GO 181,68Construção da ferrovia de integração Oeste-Leste - Ilhéus - Caetité - BA 178,09Total 2.774,60Part. (%) no total pago do orçamento fiscal da união até junho 45,4%
Ações orçamentárias7
Maiores Desembolsos4 (total pago acumulado até julho - 2014)5
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DESPOLUIR
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest Senat lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR,com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
PROJETOS
• Redução da emissão de poluentes pelos veículos
• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador
• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais
de transporte
• Cidadania para o meio ambiente
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.
NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA
RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS
1.033.455JULHOATÉ JUNHO
20142007 A 2013 TOTAL
Aprovação no período
101.268 16.199 1.150.922
88,87% 91,08% 86,58% 89,03%
Federações participantes 21
Unidades de atendimento 82
Empresas atendidas 11.027
Caminhoneiros autônomos atendidos 12.683
O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional de Pro-dução e Uso de Biodiesel e da aprovaçãoda Lei n. 11.097. Atualmente, todo o óleodiesel veicular comercializado ao consu-midor final possui biodiesel. Essa mistu-ra é denominada óleo diesel B e apresen-ta uma série de benefícios ambientais,estratégicos e qualitativos. O objetivodesta publicação é auxiliar na rotinaoperacional dos transportadores, apre-sentando subsídios para a efetiva ado-ção de procedimentos que garantam aqualidade do óleo diesel B, trazendo be-nefícios ao transportador e, sobretudo,ao meio ambiente.
A pesquisa “Caminhoneiros noBrasil - Relatório Síntese de Infor-mações Ambientais” apresenta arealidade e as necessidades de umdos principais agentes do setor detransporte. Informações econômi-cas, financeiras, sociais e ambien-tais, além de dados relacionados àfrota, como distribuição e idademédia; características dos veícu-los e dos deslocamentos; intensi-dade de uso e autonomia (km/l) dafrota permitem aprofundar os co-nhecimentos relativos ao setor detransporte rodoviário.
PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:
SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00
EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)
EMISSÕES DE CO2 POR SETOR
*Inclui processos industriais e uso de energia
NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - JULHO 2014
Corante 3,7%
80%70%60%50%40%30%20%
Aspecto 32,5%
Pt. Fulgor 30,5%
Enxofre 9,3%
Teor de Biodiesel 18,7%Outros 5,3%
QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de S )*
Japão 10EUA 15Europa 10 a 50
Brasil 10**
CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu, Paulista,Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, São Josédos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba, Taboão daSerra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.
Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.
1,9 3,3
6,1
0,8
ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - JULHO 2014
6,4
Diesel 44,29 49,23 52,26 55,90 58,49 28,64
Gasolina 25,40 29,84 35,49 39,69 41,36 21,50
Etanol 16,47 15,07 10,89 9,85 11,75 6,02
CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)
CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*
* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 04 de agosto de 2014.
Rodoviário 38,49 34,46 36,38 38,60 40,61
Ferroviário 0,83 1,08 1,18 1,21 1,20
Hidroviário 0,49 0,14 0,14 0,16 0,18
Total 39,81 35,68 37,7 39,97 41,99
2009VOLUME
MODALVOLUME VOLUME VOLUME
2010 2011 2012
VOLUME
2013
* Em partes por milhão de S - ppm de S** Municípios com venda exclusiva de S10. Para ver a lista dos postos que ofertam o diesel S10, consulte o site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br*** A partir de janeiro de 2014, o diesel interiorano passou a ser S500. Para mais informações, consulte a seção Legislação no Site do DESPOLUIR:
www.cntdespoluir.org.br
Demais estados e cidades 500***
TIPO 2009 2010 2011 2012 2013 2014**
* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNVDados de 2009 fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA,2011.
EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL
4,7
2,6
BOLETIM AMBIEN TAL
(junho)
30,5%
2,1
18,7%
5,3% 3,7%
32,5%
11,0
9,3%
Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br
8
EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE
POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS
SAÚDE HUMANA1 MEIO AMBIENTE
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e de fontes fixas industriais3.Gás incolor, inodoro e tóxico.
Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.
Dióxido deCarbono
(CO2)
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e de fontes fixas industriais3.Gás tóxico, sem cor e sem odor.
Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.
Metano(CH4)
Resultado do processo decombustão de fontes móveis2
e fixas3, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais4.
Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.
Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.
Compostosorgânicosvoláteis(COVs)
Resultado do processo decombustão de fonte móveis2
e processos industriais4.
Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.
Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.
Óxidos denitrogênio
(NOx)
Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.
O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.
O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.
Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida5.
Ozônio(O3)
Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.
Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.
Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.
Causa destruição e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua naturezacorrosiva. Além de causar o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.
Dióxido de enxofre(SO2)
Resultado do processo decombustão de fontes móveis2
e processos industriais4.
Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.
Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.
Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida5, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.
Materialparticulado
(MP)
Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.
1. Em 12 de junho de 2012, segundo o Comunicado nº 213, o Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, em inglês), que é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou a fumaça do diesel comosubstância cancerígena (grupo 1), mesma categoria que se encontram o amianto, álcool e cigarro.
2. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.3. Fontes fixas: Centrais elétricas e termelétricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.4. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.5. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico
resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.
Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.
Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.
Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.
Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.
Monóxido decarbono
(CO)
de sistemas intermodais detransporte. Estudos aprofunda-dos de implementações em co-munidades internacionais ava-lizam a implantação de malhascicloviárias extensas, realiza-doras, em primeiro momento,da interligação de pontos demaior interesse. Entre os “efei-tos colaterais”, são promovi-das melhorias na qualidade devida da comunidade, principal-mente na saúde, disposição fí-sica, redução do estresse e au-mento do envolvimento social.
Pontualmente quanto à subs-tituição das vagas de estaciona-mento para automóveis nasruas por ciclovias, a questãotem aspectos aparentemente in-visíveis que são desconsidera-dos pelos resistentes à medida.Comerciantes argumentam queseus negócios seriam prejudica-dos pela falta de local para esta-cionamento, o que acarretariaem menor fluxo de clientes aosestabelecimentos e consequen-tes prejuízos financeiros.
Desconhecem, esquecem ou,propositalmente, ignoram que talalteração viária arrasta consigouma grande mudança comporta-mental, benéfica para o tráfegode moradores próximos e que,
pelas características do desloca-mento à baixa velocidade, expõemelhor suas vitrines e instala-ções. Os passantes de bicicleta semostram mais receptivos aosapelos de marketing de fachadae às relações interpessoais nocaminho. Isso ecoa positivamen-te no desempenho comercial.
Outras questões se referem àperda do estacionamento perma-nente de seus automóveis e aorisco que as bicicletas represen-tam para os moradores vizinhosdas ciclovias. A primeira alega-ção evidencia o uso privado doespaço público e por si mesma seesvazia. Quanto ao risco, trata-seapenas da falta de comparaçãohonesta entre os veículos: bici-cletas causam muito menos aci-dentes graves, mesmo com a in-tensificação do uso.
A conclusão remete à reade-quação do uso dos espaços ur-banos, em que os benefícios àmaioria superpõem-se aos inte-resses pessoais e comerciais. Éo resgate da cidade para a co-munidade, a sensatez da ado-ção de medidas simples e politi-camente corajosas, impulsiona-das pela urgente necessidadede desobstrução e rehumaniza-ção da estrutura viária.
TEMA DO MÊS Vagas de estacionamento devem dar lugar às ciclovias?
ANTONIO FILHO Fundador e diretor-presidente do Instituto DBike
“Valorizar o deslocamento humano sustentável se mostra como a soluçãomais racional, simples e econômica dentro de sistemas de transporte”
Ciclovias geram melhoria na qualidade de vida
Assunto fervilhante domomento e práticausual desde a origemdo automóvel, a
apropriação do espaço públiconas vias e outras áreas de con-vívio para fins de estaciona-mento particular tramita entrea falsa premissa do direito ad-quirido e a obviedade da apro-priação indevida.
Considerando que as nor-mas legislativas são em cruainstância reflexos do compor-tamento social, a questão vaialém do direito constitucionalde ir e vir e de regras específi-cas de trânsito. Trata-se dareinvenção das cidades, da hu-manização dos conglomeradosurbanos transformados emmalhas de corredores automo-bilísticos em que a soberaniaabsoluta é dos veículos auto-motores, subordinados a todosos outros meios de locomoçãonão motorizados.
Modelo esgotado, principal-mente, pela superlotação dasvias, repensar como são utili-zadas e valorizar o desloca-mento humano sustentável semostra como a solução maisracional, simples e econômica,plenamente justificável, dentro
ANTONIO FILHO
Nos anos 50, quando aindústria automobilís-tica se instalava nopaís, o automóvel era
objeto de consumo de poucos.De lá para cá, a população maisque dobrou, e os automóveis emotos tomaram conta das ruase avenidas, provocando conges-tionamentos que já comprome-tem a mobilidade urbana, agra-vando ainda mais os problemasde circulação, de “acidentes” detrânsito, de poluição sonora eambiental, além da queda verti-ginosa da qualidade de vida nascidades em todo o Brasil.
Sem uma inversão de foco,uma quebra de paradigma, aampliação da malha viária denada adianta, servindo apenaspara facilitar o acesso de maisautomóveis no sistema e queterminam por congestioná-lorapidamente, criando os cha-mados estacionamentos emvias públicas, as garagens verti-cais gratuitas ou ainda as gara-gens subterrâneas gratuitas. Éum modelo “suicida” em que to-dos saem prejudicados.
O uso da bicicleta pode tra-zer benefícios, como a diminui-ção do tempo de deslocamen-to, para viagens curtas, a eco-
ber uma nova estrutura e filo-sofia de operação, prioridadese privilégios a favor dos pedes-tres, do transporte coletivo pú-blico, do transporte coletivoprivado e, agora, dos ciclistas.
Para tanto, proponho para asprefeituras uma “ordem de prio-ridades para o uso do espaçopúblico viário”: pedestres; trans-porte coletivo público, por ôni-bus; transporte coletivo privado,por ônibus; ciclistas; transportede cargas com veículos urbanos;transporte de cargas com cami-nhões; táxi: com passageiro; au-tomóveis/utilitários com duasou mais pessoas; táxi: só o con-dutor; automóveis/utilitários: sóo condutor; motocicletas; veícu-los em geral parando; veículosem geral estacionando.
Nessa ordem, fica claro queveículos “parando” ou “estacio-nando”, em vias públicas, de-vem ser a última prioridade, de-vendo ser permitidos somentese as calçadas forem largas osuficiente para o fluxo segurode pedestres, para os “clientes”do transporte coletivo, na espe-ra e no embarque/desembar-que, e, agora, para as bicicletas,como transporte não motoriza-do e sustentável.
HORÁCIO AUGUSTO FIGUEIRA Vice-presidente da Abraspe(Associação Brasileira de Pedestres)
Estacionamento para carrosdeve ser a última prioridade
“Para implantar uma ciclovia, é preciso autorização, mas para liberarfaixas aos automóveis não é preciso. Que cidade queremos ter?”
nomia no valor da passagem, amelhoria na saúde e no condi-cionamento físico. Para im-plantar uma faixa exclusiva pa-ra ônibus ou uma ciclovia, pre-cisamos pedir autorização pa-ra toda a sociedade, mas paraliberar faixas, nos dois senti-dos de uma via, aos automó-veis, achamos normal e nin-guém precisa autorizar. Que ci-dade queremos ter? Nem o pla-neta aguenta mais.
A viabilização da “mobilida-de sustentável” passa necessa-riamente pela reorganizaçãodo uso do espaço viário, in-cluindo as calçadas. Essas mu-danças dependem de decisõespolíticas e técnicas que que-brem paradigmas, até entãoconsiderados imutáveis, como“tirar” espaço e tempo sema-fórico do “deus automóvel”.
É necessário e imprescindí-vel criar, urgentemente, e im-plantar o conceito de “enge-nharia de transporte de pes-soas”, e não mais só de veícu-los. Isso muda tudo ou quasetudo na alocação do espaçoviário, que sai da posição demero escoador do fluxo de au-tomóveis ou, pior ainda, de me-ro estacionamento para rece-
HORÁCIO AUGUSTO FIGUEIRA
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 2014 81
JOSÉ FIORAVANTIOPINIÃO
Instituto de Transporte e Logística, mais umavez, inova e surpreende o setor de transportecom iniciativa pioneira. Desta vez, com a pro-posta de implantação do Observatório doTransporte, que reunirá informações capazesde embasar o planejamento futuro do setor,bem como o desenvolvimento do país.A proposta é inédita no que se refere à coleta,
à organização e à disponibilidade de números ecaracterísticas sobre as atividades do setor públi-co, privado e acadêmico, referentes aos diversosmodos de transporte. Com isso, mais um acalenta-do sonho dos transportadores se concretiza.
Num mundo veloz e conectado como o quevivemos, o observatório agregará ainda maisvalor e utilidade ao conhecimento e as inova-ções que já estão sendo geradas para o setor.Essa iniciativa fará com que novas tecnologiassejam incorporadas à atividade transportado-ra, promovendo aumento de produtividade, dequalidade e de lucratividade.
O transporte brasileiro avançou bastantenas últimas décadas, com absorção de novastecnologias, que foram incorporadas aos equi-pamentos, especialmente para os modais aéreoe rodoviário. Os modais aquaviário e ferroviá-rio também tiveram seus avanços, ainda queem compasso mais lento, devido, principalmen-te, aos gargalos de infraestrutura portuária edas estradas de ferro, que os travaram, tornan-do menos acelerada a sua modernização.
Sem sombra de dúvida muito ainda há paraser criado, redesenhado, aperfeiçoado, melho-
rado e reinventado em termos de transporteem nosso país. E não estamos falando apenasem termos de tecnologias de produtos, mastambém em tecnologias de processos, em es-pecial os de gestão micro e macrossetorial, demodernização da infraestrutura, dos processosde gestão das políticas públicas e na gestão deinvestimentos.
O observatório conterá documentos, aná-lises, estudos, pesquisas, relatórios, artigos,planos, propostas, estatísticas, informações edados. Enfim, será um repositório importantede conhecimento em transporte em todas assuas modalidades.
Além de possibilitar a obtenção de novasinformações e de democratizar o conhecimen-to, o observatório permitirá o intercâmbio deexperiências acadêmicas e empresariais, apro-ximando, de forma efetiva e duradoura, empre-sários e executivos do transporte, professoresde várias áreas do conhecimento, pesquisado-res e estudiosos do transporte.
Com esse espaço inspirador e rico em conhe-cimento, o ITL estará cumprindo seus objetivos,superando expectativas, revelando oportunida-des, gerando e transferindo mais conhecimento eoferecendo à sociedade, em especial ao setor pú-blico e privado, possibilidades de inovação e de re-novação que farão a inserção do transporte brasi-leiro na sociedade do conhecimento.
José Fioravanti é presidente em exercí-cio da CNT
OObservatório do Transporte
“Essa iniciativa fará com que novas tecnologias sejam incorporadas à atividade transportadora, promovendo aumento de produtividade”
CNT TRANSPORTE ATUAL SETEMBRO 201482
CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE
PRESIDENTE EM EXERCÍCIOJosé Fioravanti
VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS
Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José Fioravanti
PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS
Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS
Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
Glen Gordon Findlay
Paulo Cabral Rebelo
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Rodrigo Vilaça
Júlio Fontana Neto
TRANSPORTE AÉREO
Urubatan Helou
José Afonso Assumpção
CONSELHO FISCAL (TITULARES)
David Lopes de Oliveira
Éder Dal’lago
Luiz Maldonado Marthos
José Hélio Fernandes
CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)
Waldemar Araújo
André Luiz Zanin de Oliveira
José Veronez
Eduardo Ferreira Rebuzzi
DIRETORIA
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS
Luiz Wagner Chieppe
Alfredo José Bezerra Leite
Lelis Marcos Teixeira
José Augusto Pinheiro
Victorino Aldo Saccol
José Severiano Chaves
Eudo Laranjeiras Costa
Antônio Carlos Melgaço Knitell
Eurico Galhardi
Francisco Saldanha Bezerra
Jerson Antonio Picoli
João Rezende Filho
Mário Martins
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS
Luiz Anselmo Trombini
Urubatan Helou
Irani Bertolini
Pedro José de Oliveira Lopes
Paulo Sérgio Ribeiro da Silva
Eduardo Ferreira Rebuzzi
Oswaldo Dias de Castro
Daniel Luís Carvalho
Augusto Emílio Dalçóquio
Geraldo Aguiar Brito Viana
Augusto Dalçóquio Neto
Euclides Haiss
Paulo Vicente Caleffi
Francisco Pelúcio
TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS
Edgar Ferreira de Sousa
José Alexandrino Ferreira Neto
José Percides Rodrigues
Luiz Maldonado Marthos
Sandoval Geraldino dos Santos
Éder Dal’ Lago
André Luiz Costa
Diumar Deléo Cunha Bueno
Claudinei Natal Pelegrini
Getúlio Vargas de Moura Bratz
Nilton Noel da Rocha
Neirman Moreira da Silva
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO
Hernani Goulart Fortuna
Paulo Duarte Alecrim
André Luiz Zanin de Oliveira
Moacyr Bonelli
George Alberto Takahashi
José Carlos Ribeiro Gomes
Roberto Sffair
Luiz Ivan Janaú Barbosa
José Roque
Fernando Ferreira Becker
Raimundo Holanda Cavacante Filho
Jorge Afonso Quagliani Pereira
Alcy Hagge Cavalcante
Eclésio da Silva
DOS LEITORES
Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes
TRANSPORTE NA AMAZÔNIA
Excelente a reportagem sobre osribeirinhos que vivem na Amazônia,publicada na edição nº 227 darevista CNT Transporte Atual.Conheço um pouco a realidadedaquelas pessoas, porque já trabalhei na região, mas é tudotão distante do que vivemos norestante do Brasil. É importanteretratar esse outro Brasil e apresentar as necessidades deuma população que muitas vezesfica esquecida. Além disso, é preciso olhar para o transporte hidroviário na região e entender aimportância dele para o desenvolvimento das economias locais.
Juarez CamiloPorto Alegre/RS
CAMINHADA E CORRIDA
Participei da prova realizada emBrasília e adorei a iniciativa do SestSenat. Trabalho no setor de transporte, há mais de 20 anos, esempre acreditei na necessidade doincentivo da atividade física paramelhorar o desempenho dos nossoscolaboradores. A organização daprova está de parabéns. Foi umamanhã de domingo muito agradável.Fiquei bastante satisfeita em encontrarmotoristas da empresa onde eu trabalho na prova correndo 5k ouaté 10 km. Que essa iniciativa sejarealizada mais vezes não só em Brasília, como em todo o Brasil.
Márcia FariaBrasília/DF
SINALIZAÇÃO FERROVIÁRIA
Muito válida a iniciativa da ANTF desolicitar a inclusão da sinalizaçãoferroviária como item obrigatório aser ensinado aos novos motoristas.Felizmente, o número de acidentesnos cruzamentos das linhas férreasvem reduzindo nos últimos anos,mas ainda ficamos sabendo de alguns casos, muitas vezes, porimprudência de pedestres e motoristas.Para que o nosso trânsito seja maispacífico, um dos grandes pontos aser trabalhado é a questão da conscientização e da educação.
Pedro AraújoVitória/ES
ECONOMIA DE COMBUSTÍVEL
As dicas sobre como economizarcombustível, publicadas na edição deagosto da revista CNT TransporteAtual, são muito úteis para nós motoristas. O gasto com o diesel éum dos mais altos que temos hoje notransporte e, além disso, ainda existea preocupação ambiental. Eu conhecia algumas técnicas para economizar porque já fiz o curso oferecido pelo Sest Senat, e lendo areportagem, recordei várias delas.Esse tipo de assunto é muito válidopara o nosso trabalho. Obrigado.
Éderson SantanaRecife/PE
Cartas:SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected] Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes