OBJETIVO GERAL Evangelizar, a partir de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao reino definitivo.
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OBJETIVO GERAL
Evangelizar,
a partir de Jesus Cristo, na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de
Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao reino definitivo.
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Lista de Siglas
AL- Amoris Laetitia, Exortação Apostólica pós-sinodal sobre o amor na família,
Papa Francisco
CNBB- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
DAp- Documento de Aparecida
DOC 107- CNBB
PDE- Plano Diocesano de Evangelização
RICA- Rito de Iniciação Cristã de Adulto – (Livro litúrgico)
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Apresentação
“Eu acredito que Jesus é o Filho de Deus!” (At 8,37)
Já é tempo de assumir, efetivamente, a catequese de inspiração catecumenal a serviço da Iniciação à Vida Cristã. O tempo já se cumpriu. Afinal, já são 10 (dez) anos (2009 a 2019) desde que teve início na Diocese de Parnaíba, um processo de orientação e preparação com essa finalidade, a partir do Estudo da CNBB 97, um processo de inspiração catecumenal. Convém recordar que em 2019, começa O Ano Jubilar de 75 (setenta e cinco) anos de criação (16.12.1944) e instalação (08.09.1945) da Diocese de Parnaíba; e que completam-se 10 (dez) anos de implantação das Santas Missões Populares (2009-2019).
O Plano de Evangelização da Diocese de Parnaíba (2016-2019), inspirado nas orientações do Magistério do Papa Francisco, na Conferência de Aparecida e nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil - CNBB (2015 a 2019), propôs a Conversão pastoral, o Estado Permanente de Missão, a Iniciação à Vida Cristã, o fortalecimento das comunidades e o serviço da “vida plena para todos”, como atitudes urgentes e caminhos para renovar a pastoral e o ardor de ser cristão. Em muitas paróquias e comunidades, sentimos de tal forma o desabrochar de experiências da Iniciação à Vida Cristã, com inspiração catecumenal, que sentimos estar vivenciando uma “primavera da IVC”.
Fruto da 55ª Assembleia Geral da CNBB, o documento 107, Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários, além de confirmar e respaldar as nossas tentativas de práticas pastorais, deu-nos a convicção de que a renovação pastoral passa pela transmissão da fé com “inspiração catecumenal”.
Fazemos chegar até você este Projeto Diocesano de Iniciação à Vida Cristã, como resultado do discernimento de nossa Diocese, na Assembleia de 2018. O mesmo se insere no Plano Diocesano de Pastoral (2016-2019). Atualmente, mesmo com o esforço, a dedicação e o testemunho de muitos catequistas, o resultado da vivência pessoal e comunitária da fé não corresponde à riqueza que
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os sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia, nos conferem como filhos(as) muito amados do Pai, templos do Espírito Santo e irmãos em Jesus Cristo. Portanto, precisamos “afunilar” nosso esforço catequético para o itinerário catecumenal, atualizando os seus métodos a fim de conduzir as pessoas ao encontro com Cristo.
Faz-se necessário rever nossa prática pastoral. Como dizemos no documento 107, “não se trata de efetuar apenas algumas “reformas” na catequese” mas de rever toda a pastoral, viver da Palavra de Deus e dos Sacramentos, em vista da renovação comunitária para que nossas comunidades sejam casa de Iniciação à Vida Cristã, querigmáticas, missionárias, mistagógicas e maternas.
“Para que todos tenham vida”. (Jo 10,10)
+ Juarez Sousa da SilvaBispo diocesano de Parnaíba
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Justificativa
Vivemos em época de transformações rápidas e profundas. (Cf. DGAE 19) Trata-se não só de uma “época de mudanças”, mas também de uma “mudança de época”. Neste contexto, transmitir a fé é uma realidade complexa, plural, e um desafio que exige novos paradigmas, e precisa ser enfrentado com decisão, coragem e criatividade.
O Evangelho não mudou mas mudaram os interlocutores. O que mudou foram os valores, os modelos, as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje. Jesus nos convida a sair, a escutar, a servir num movimento de transformação missionário da Igreja. (DGAE, 40)
Nos dias atuais, a prática religiosa, e consequentemente a transmissão da fé, não é mais uma tradição herdada da família (Cf. DAp, 39) mas é uma escolha pessoal que é motivada, principalmente, pela atração que a comunidade cristã exerce sobre as pessoas (IVC 7).
Para responder aos desafios da evangelização, principalmente na transmissão da fé cristã, é fundamental ter um projeto diocesano de Iniciação à Vida Cristã através do qual poderemos renovar as comunidades eclesiais. Não se trata de fazer apenas “reformas” na catequese mas de rever toda a ação pastoral a partir da Iniciação à Vida Cristã. (Cf. Doc. 107 138-139)
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Objetivo Geral
EvangelizarPromovendo a catequese de inspiração catecumenal
à serviço da Iniciação à Vida Cristã,que conduza a um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo,
formando discípulos(as) missionários(as)à serviço do Reino.
Objetivos Específicos1. Organizar a Comissão Diocesana e as Coordenações Paroquiais de IVC,
que integrem as Pastorais, grupos e movimentos eclesiais;2. Investir na catequese de Inspiração Catecumenal através da formação de
catequistas na diocese (Semanas de Catequese) e nas paróquias;3. Intensificar, nos encontros e reuniões eclesiais, a Leitura Orante da Palavra
de Deus.4. Introduzir, na diocese, paróquias e Áreas Pastorais, o estilo catecumenal;5. Revisar as práticas litúrgico-catequéticas das paróquias e Áreas Pastorais a
partir do itinerário catecumenal.6. Resgatar a ordem e a unidade originais dos sacramentos da iniciação cristã
(Batismo, crisma e Eucaristia)
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À Luz da Palavra
À LUZ DA PALAVRA De Jerusalém a Gaza (At 8,26-40) At 8,36b-37: Então o eunuco disse a Filipe: “Aqui existe água. O que impede que eu seja batizado?” Filipe lhe disse: “É possível, se você acredita de todo o coração”. O eunuco respondeu: “Eu acredito que Jesus Cristo é o Filho de Deus!”. Por uma Igreja em “saída” (missionária), servidora e misericordiosa foi o tema geral da assembleia diocesana de pastoral avaliativa 2018. Além dessa temática fomos convocados a nos deixar iluminar pelo ensinamento da Sagrada Escritura em (At 8,26-40), narrativa que discorre sobre uma catequese que encontra em Cristo a sua chave hermenêutica, produzida no acompanhamento paciente e pessoal, e que leva à recepção do mistério batismal. No centro dessa narrativa dar-se-á o encontro entre Filipe e o eunuco que recebe o anúncio de Jesus (At 8,35). Deixemo-nos, portanto, que a Palavra de Deus ilumine o nosso Plano Diocesano de Evangelização. Um anjo de Deus envia Filipe para evangelizar: “Prepare-se e vá para o sul, pelo caminho que desce de Jerusalém para Gaza” (At 8,26). Filipe prontamente levantou-se e foi confiante na Palavra de Deus. Bem assim Deus espera de nós, uma fé confiante e determinada. No caminho aparece a Filipe um “eunuco etíope” que tinha ido a Jerusalém em peregrinação, e que, de volta para casa fazia a leitura do profeta Isaías, mas sem compreendê-la. Pela força do Espírito Santo, Filipe entra em cena como o enviado do Senhor para explicar a Escritura e falar de Jesus. Quem é este Filipe? Chamado “o evangelista” (At 21,8), é um dos “sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e da sabedoria” (At 6,3; cf. 21,8), escolhidos pelos apóstolos e depois
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tradicionalmente chamados “diáconos”. Aqui, portanto, trata-se de Filipe o diácono. Quem é esse eunuco? “O viajante provinha do país hoje conhecido como Sudão (e não a Etiópia moderna), onde era eunuco empregado no serviço da rainha-mãe, que tinha o título hereditário de Candace, e que, na realidade, exercia o poderio sobre a nação. O termo eunuco normalmente indica alguém que foi castrado. Pela lei judaica, tais pessoas eram proibidas de entrar no templo (Dt 23,1), embora Isaías 56,3-8 lhes prometesse uma situação melhor no futuro”. “A conversão de um eunuco etíope mostra que a fé cristã quebra todas as barreiras, tanto raciais (o etíope é negro) como nacionais (ele é estrangeiro), tanto sociais (trata-se de um escravo) como religiosas (o judaísmo não permitia que uma pessoa mutilada pertencesse à comunidade, cf. Dt 23,2). Além disso, o episódio mostra como se realizava uma iniciação na Igreja primitiva: encontro, anúncio, catequese, batismo”. O eunuco descobre a verdade pela Palavra explicada por Filipe, discípulo missionário do Senhor. Junto a essa descoberta vem a alegria de receber o batismo como sinal de adesão pela compreensão da Palavra explicada. Nesse processo então, a iniciação à vida cristã implica compreensão e adesão às Sagradas Escrituras que nos apresentam o Deus da vida e da esperança, o Deus de Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida, que nos convida a uma conversão permanente e a estarmos vigilantes aos sinais dos tempos em atitude de escuta e diálogo.
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Ideias-Chave que evidenciam maturidade na caminhada pastoral
Estimados irmãos e irmãs o Papa Francisco apresentou, na Exortação Apostólica Pós Sinodal, Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), uma proposta de renovação pastoral, que pode ser percebida com clareza nos quatro verbos: acolher, acompanhar, discernir e integrar, como ideias-chave que, para nós, evidenciam maturidade na caminhada pastoral. Queremos enfatizar, a partir do documento 107 da CNBB: Iniciação à vida cristã: itinerários para formar discípulos missionários, que os mesmos verbos são integrados no processo de Iniciação à Vida Cristã, com a pretensão de popularizar o processo.
2.1. Acolher
O acolher vem associado ao pré-catecumenato. É aquilo que marca o início de uma caminhada e desenvolve-se permanentemente, se integrando a todos os momentos da vida cristã. O primeiro ato de evangelização, momento de atração, muitas vezes pela sensibilidade, é a forma de acolhimento. No processo de Iniciação à Vida Cristã o acolhimento é imprescindível, não só o acolhimento na catequese ou na porta da igreja, mas a Igreja paroquial assumir o acolhimento como uma ação prioritária e permanente. Secretarias acolhedoras, coordenadores e pastorais acolhedoras, clérigos e religiosos acolhedores, freiras acolhedoras. Enfim a acolhida como primeiro passo para a evangelização deve ser acolhida como modelo de fazer pastoral por todos (as) nós. O acolhimento ressona como a mão de Deus acariciando-nos.
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2.2. Acompanhar
Na caminhada catequética dentro do processo de Iniciação à Vida Cristã, o acompanhamento, em parte, se associa ao Catecumenato, tempo de catequese sistemática (catequese que acontece nos grupos com catequistas), acompanhar durante todo o processo, isso é propriamente função dos catequistas que fazem os encontros e deliberam atividades cotidianas para maturidade na fé, dos padrinhos que com os familiares acompanham a vida dos(as) catequizandos(as) afim de que possam desenvolver bem a sua caminhada formativa e espiritual realizando todas as atividades inerentes ao tempo catequético.
O acompanhamento também precisa ser realizado depois da celebração de envio para que esses possam se direcionar a uma forma de continuar a vivência cristã.
Esse segundo momento do acompanhamento, realizado mais precisamente pelos membros do organismo o qual recebeu a pessoa para continuar sua vivencia cristã e por toda a comunidade. “ O processo de Iniciação à Vida Cristã realizado por tempos e etapas, ao ser concluído, implica o envolvimento constante da comunidade em favor dos iniciados. Ela os acompanhará, por meio da oração pela sua perseverança, [...]. Garantirá sua formação continuada para aprofundar a fé, especialmente diante das novas questões e situações ao longo da vida. Estimulará os iniciados a participarem da vida comunitária e a engajarem-se nas grandes causas da sociedade”1.
2.3. Discernir
O discernimento é associado ao tempo de iluminação e purificação, propriamente onde acontecem as celebrações do discernimento pelo amor de Jesus. Discernir é uma ação pessoal em vista do amor a Deus. É cada catequizando ou cada pessoa que faz seu próprio discernimento. Os mecanismos necessários para o discernimento são: a oração, a Bíblia, os ensinamentos da Igreja, as orientações pastorais diocesanas e paroquiais, “interpretados à luz da Misericórdia de Jesus Cristo”.2 Discernimento bem feito “requer tempo e paciência, implica conhecer cuidadosamente cada caso, com a boa vontade de auxiliar efetivamente a pessoa a encontrar-se com Deus, no desejo de busca
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de solucionar seus problemas de consciência; implica orar, pedindo luzes ao Espírito Santo, atentando para os ritmos e os estágios de crescimento espiritual de cada pessoa”.3
2.4 . Integrar
Integrar é um processo gradual e estar muito ligado ao acompanhamento tanto que ele é iluminado pela páscoa e realizado depois da celebração de envio, basicamente ao mesmo tempo que o acompanhamento. A integração é produto do processo. Os tempos e as fases sendo bem realizadas a pessoa já se integra à um grupo de ação pastoral. “O cume de toda integração é a inserção de cada pessoa na vida eclesial”4. Exige um projeto amadurecido de pastoral, onde a realização dos sacramentos ajude na inserção da pessoa. Necessita novo jeito de fazer pastoral e novos termos na vida cotidiana, ou seja, precisamos fazer uma revolução pastoral. No entanto, esse é o caminho.
1Conferência Nacional dos Bispo do Brasil. Iniciação a Vida Cristã: Itinerário para formar discípulos missionários. ed. CNBB.2 Plano Diocesano de Pastoral. Diocese de Parnaíba 2018, p.7.3 Plano Diocesano de Pastoral. Diocese de Parnaíba 2018, p.74 Plano Diocesano de Pastoral. Diocese de Parnaíba 2018, p.8