-
Filosoa
Filosoa (do grego , literalmente (amigoda sabedoria ou amor pelo
saber[1][2] ) o estudode problemas fundamentais relacionados
existncia, aoconhecimento, verdade, aos valores morais e estticos,
mente e linguagem.[3] Ao abordar esses problemas, alosoa se
distingue da mitologia e da religio por sua n-fase em argumentos
racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas cientcas por
geralmente no recorrera procedimentos empricos em suas investigaes.
En-tre seus mtodos, esto a argumentao lgica, a anliseconceptual, as
experincias de pensamento e outros m-todos a priori. A Filosoa o
saber mais abrangente. Apartir dela, so fundamentados e
desenvolvidos os pro-jetos educacionais e as pesquisas, bem como
embasa-se,inclusive, a consultoria a instituies cientcas,
artsticase culturais.A losoa ocidental surgiu na Grcia antiga no
sculo VIa.C. A partir de ento, uma sucesso de pensadores ori-ginais
como Tales, Xenfanes, Pitgoras, Herclito eProtgoras empenhou-se em
responder, racionalmente,questes acerca da realidade ltima das
coisas, das ori-gens e caractersticas do verdadeiro conhecimento,
da ob-jetividade dos valores morais, da existncia e naturezados
deuses (ou de Deus). Muitas das questes levantadaspor esses antigos
pensadores so, ainda, temas importan-tes da losoa
contempornea.[4]
Durante as Idades Antiga e Medieval, a losoa compre-endia
praticamente todas as reas de investigao terica.Em seu escopo
guravam desde disciplinas altamenteabstratas em que se estudavam o
ser enquanto ser eos princpios gerais do raciocnio at pesquisas
sobrefenmenos mais especcos como a queda dos corpos ea classicao
dos seres vivos. Especialmente a partir dosculo XVII, vrios ramos
do conhecimento comeam ase desvencilhar da losoa e a se constituir
em cinciasindependentes com tcnicas e mtodos prprios (priori-zando,
sobretudo, a observao e a experimentao).[5]Apesar disso, a losoa
atual ainda pode ser vista comouma disciplina que trata de questes
gerais e abstratas quesejam relevantes para a fundamentao das
demais cin-cias particulares ou demais atividades culturais. A
prin-cpio, tais questes no poderiam ser convenientementetratadas
por mtodos cientcos.[6]
Por razes de convenincia e especializao, os pro-blemas loscos so
agrupados em subreas temti-cas: entre elas as mais tradicionais so
a metafsica, aepistemologia, a lgica, a tica, a esttica e a losoa
po-ltica.
1 Histria e evoluo
A losoa ocidental surgiu na Grcia antiga no sculo VIa.C. A
partir de ento, uma sucesso de pensadores ori-ginais como Tales,
Xenfanes, Pitgoras, Herclito eProtgoras empenhou-se em responder,
racionalmente,questes acerca da realidade ltima das coisas, das
ori-gens e caractersticas do verdadeiro conhecimento, da
ob-jetividade dos valores morais, da existncia e naturezados
deuses. Muitas das questes levantadas por esses an-tigos pensadores
so ainda temas importantes da losoacontempornea.[7] Durante as
Idades Antiga e Medieval,a losoa compreendia praticamente todas as
reas de in-vestigao terica. Em seu escopo guravam desde
disci-plinas altamente abstratas em que se estudavam o serenquanto
ser e os princpios gerais do raciocnio atpesquisas sobre fenmenos
mais especcos como aqueda dos corpos e a classicao dos seres vivos.
Es-pecialmente a partir do sculo XVII, vrios ramos do co-nhecimento
comeam a se desvencilhar da losoa e a seconstituir em cincias
independentes com tcnicas e m-todos prprios (priorizando,
sobretudo, a observao e aexperimentao).[8] Apesar disso, a losoa
atual aindapode ser vista como uma disciplina que trata de
questesgerais e abstratas que sejam relevantes para a fundamen-tao
das demais cincias particulares ou demais ativida-des culturais. A
princpio, tais questes no poderiam serconvenientemente tratadas por
mtodos cientcos.[9]
Por razes de convenincia e especializao, os pro-blemas loscos so
agrupados em subreas temti-cas: entre elas as mais tradicionais so
a metafsica, aepistemologia, a lgica, a tica, a esttica e a losoa
po-ltica.As atividades a que nos dedicamos cotidianamente
pres-supem a aceitao de diversas crenas e valores de quenem sempre
estamos cientes. Acreditamos habitar ummundo constitudo de
diferentes objetos, de diversos ta-manhos e cores. Acreditamos que
esse mundo organiza-se num espao tridimensional e que o tempo segue
a suamarcha inexorvel numa nica direo. Acreditamos queas pessoas ao
redor so em tudo semelhantes a ns, vemas mesmas coisas, tm os
mesmos sentimentos e sensa-es e as mesmas necessidades. Buscamos
interagir comoutras pessoas, e encontrar algum com quem
compar-tilhar a vida e, talvez, constituir famlia, pois tudo
nosleva a crer que essa uma das condies para a nossafelicidade.
Periodicamente reclamamos de abusos na te-leviso, em propagandas e
noticirios, na crena de queh certos valores que esto sendo
transgredidos por puro
1
-
2 1 HISTRIA E EVOLUO
Plato, 427-347 a.C.
sensacionalismo. Em todos esses casos, nossas crenas evalores
determinam nossas aes e atitudes sem que elessequer nos passem pela
cabea. Mas eles esto l, pro-fundamente arraigados e extremamente
inuentes. En-quanto estamos ocupados em trabalhar, pagar as
contasou divertir-nos, no vemos necessidade de questionar es-sas
crenas e valores. Mas nada impede que, em determi-nado momento,
faamos uma reexo profunda sobre osignicado desses valores e crenas
fundamentais e sobrea sua consistncia. nesse estado de esprito que
for-mularemos perguntas como: O que a realidade em simesma?, O que
h por trs daquilo que vejo, ouo etoco?, O que o espao? E o que o
tempo?, Se oque aconteceu h um centsimo de segundo j passado,ser
que o presente no uma co?, Ser que tudo oque acontece sempre
antecedido por causas?, O que a felicidade? E como alcan-la?, O que
o certo eo errado?, O que a liberdade?.Essas perguntas so
tipicamente loscas e reetemalgo que poderamos chamar de atitude
losca peranteo mundo e perante ns mesmos. a atitude de nos
voltar-mos para as nossas crenas mais fundamentais e esforar-nos
por compreend-las, avali-las e justic-las. Muitasdelas parecem ser
to bvias que ningum em s consci-ncia tentaria sinceramente
question-las. Poucos colo-cariam em questo mximas como Matar
errado, Ademocracia melhor que a ditadura, A liberdade de ex-presso
e de opinio um valor indispensvel. Mas, a
Paul Gauguin, De onde viemos? Quem somos? Para onde va-mos?
(1897/98).
atitude losca no reconhece domnios fechados in-vestigao. Mesmo
em relao a crenas e valores queconsideramos absolutamente
inegociveis, a proposta dalosoa a de submet-los ao exame crtico,
racional eargumentativo, de modo que a nossa adeso seja
restabe-lecida em novo patamar. Em outras palavras, a propostalosca
a de que, se para sustentarmos certas cren-as e valores, que sejam
sustentados de maneira crtica ereetida.Muitos autores identicam
essa atitude losca comuma espcie de habilidade ou capacidade de se
admirarcom as coisas, por mais prosaicas que sejam. Na base
dalosoa, estaria a curiosidade tpica das crianas ou dosque no se
contentam com respostas prontas. Plato, umdos pais fundadores da
losoa ocidental, armava que osentimento de assombro ou admirao est
na origem dopensamento losco:
Na mesma linha, armava Aristteles:
Embora essa capacidade de admirar-se com a realidadepossa estar
na origem do pensamento losco, isso nosignica que tal admirao
provoque apenas e to so-mente losoa. O sentimento religioso, por
exemplo,pode igualmente surgir dessa disposio: a aparente per-feio
da natureza, as sincronias dos processos naturais,a complexidade
dos seres vivos podem causar profundaimpresso no indivduo e lev-lo
a indagar se o respon-svel por tudo isso no seria uma Inteligncia
Superior.Uma paisagem que a todos parecesse comum e sem atra-tivos
poderia atrair de modo singular o olho do artistae faz-lo criar uma
obra de arte que revelasse nuancesque escaparam ao olhar comum.
Analogamente, emboraa queda de objetos seja um fenmeno corriqueiro,
se ne-nhum cientista tivesse considerado esse fenmeno
surpre-endente ou digno de nota, no saberamos nada a respeitoda
gravidade. Esses exemplos sugerem que, alm de certaatitude em relao
nossa experincia da realidade, hum modo de interpelar a realidade e
nossas crenas a seurespeito que diferenciariam essa investigao da
religio,da arte e da cincia.Ao contrrio da religio, que se
estabelece entre outrascoisas sobre textos sagrados e sobre a
tradio, a losoa
-
2.2 Conceito de losoa 3
recorre apenas razo para estabelecer certas teses e re-futar
outras. Como j mencionado acima a losoa noadmite dogmas. No h, em
princpio, crenas que noestejam sujeitas ao exame crtico da losoa.
Disso nodecorre um conito irreconcilivel entre a losoa e a
re-ligio. H lsofos que argumentam em favor de teses ca-ras s
religies, como, por exemplo, a existncia de Deuse a imortalidade da
alma. Mas um argumento propria-mente losco em favor da imortalidade
da alma apre-sentar como garantias apenas as suas prprias razes:
eleapelar somente ao assentimento racional, jamais f ou
obedincia.[12]
Os artistas assemelham-se aos lsofos em sua tentativade
desbanalizar a nossa experincia do mundo e alcanarassim uma
compreenso mais profunda de ns mesmose das coisas que nos cercam.
Mas a forma em que apre-sentam seus resultados bastante diferente.
Os artistasrecorrem percepo direta e intuio;[12] enquanto alosoa
tipicamente apresenta seus resultados de maneiraargumentativa,
lgica e abstrata.Mas, se essa insistncia na razo diferencia a losoa
dareligio e da arte, o que a diferenciaria das cincias, umavez que
tambm essas privilegiam uma abordagem met-dica e racional dos
fenmenos? A diferena que os pro-blemas tipicamente loscos no podem
ser resolvidospor observao e experimentao.[12] No h experimen-tos e
observaes empricas que possam decidir qual seriaa noo de direitos
humanos mais adequada do pontode vista da razo. O mesmo vale para
outras noes,tais como liberdade, justia ou falta moral. No hcomo
resolver em laboratrio questes como: quandotem incio o ser humano?,
os animais podem ser sujei-tos de direitos?, em que medida o Estado
pode interfe-rir na vida dos cidados?, As entidades
microscpicaspostuladas pelas cincias tm o mesmo grau de
realidadeque os objetos da nossa experincia cotidiana
(pessoas,animais, mesas, cadeiras, etc.)?. Em resumo, quandoum
tpico defendido ou criticado com argumentos raci-onais, e essa
defesa ou ataque no pode contar com obser-vaes e experimentos para
a sua soluo, estamos diantede um debate losco.
2 Denio de losoa
2.1 Etimologia
A palavra losoa (do grego) uma composio deduas palavras: philos
() e sophia (). A pri-meira uma derivao de philia () que
signicaamizade, amor fraterno e respeito entre os iguais; a
se-gunda signica sabedoria ou simplesmente saber. Filo-soa signica,
portanto, amizade pela sabedoria, amor erespeito pelo saber; e o
lsofo, por sua vez, seria aqueleque ama e busca a sabedoria, tem
amizade pelo saber,deseja saber.[13]
Filsofo em Meditao, de Rembrandt (detalhe).
A tradio atribui ao lsofo Pitgoras de Samos (queviveu no sculo V
a.C.) a criao da palavra. Conformeessa tradio, Pitgoras teria
criado o termo para modes-tamente ressaltar que a sabedoria plena e
perfeita seriaatributo apenas dos deuses; os homens, no entanto,
pode-riam vener-la e am-la na qualidade de lsofos.[13]
A palavra philosopha no simplesmente uma inven-o moderna a
partir de termos gregos,[14] mas, sim, umemprstimo tomado da prpria
lngua grega. Os termos (philosophos) e (philosophein)j teriam sido
empregados por alguns pr-socrticos[15](Herclito, Pitgoras e Grgias)
e pelos historiadoresHerdoto e Tucdides. Em Scrates e Plato,
acentu-ada a oposio entre e , em que o l-timo termo exprime certa
modstia e certo ceticismo emrelao ao conhecimento humano.
2.2 Conceito de losoaPara os eruditos o conceito de losoa
sofreu, no trans-correr da histria, vrias alteraes e restries em
suaabrangncia. As concepes do que seja a losoa equais so os seus
objetos de estudo tambm se alteramconforme a escola ou movimento
losco. Essa varie-dade presente na histria da losoa e nas escolas e
cor-rentes loscas torna praticamente impossvel elaboraruma denio
universalmente vlida de losoa. Denira losoa realizar uma tarefa
metalosca. Em outraspalavras, fazer uma losoa da losoa. O socilogoe
lsofo alemo Georg Simmel ressaltou esse ponto aodizer que um dos
primeiros problemas da losoa ode investigar e estabelecer a sua
prpria natureza. Tal-vez a losoa seja a nica disciplina que se
volte parasi mesma dessa maneira. O objeto da fsica no ,
cer-tamente, a prpria cincia da fsica, mas os fenmenospticos e
eltricos, entre outros. A lologia ocupa-se deregistros textuais
antigos e da evoluo das lnguas, masno se ocupa de si mesma. A
losoa, no entanto, move-se neste curioso crculo: ela determina os
pressupostos de
-
4 2 DEFINIO DE FILOSOFIA
seu mtodo de pensar e os seus propsitos atravs de seusprprios
mtodos de pensar e propsitos. No h comoapreender o conceito de
losoa fora da losoa; pois so-mente a losoa pode determinar o que a
losoa.[16]
Plato e Aristteles concordam em caracterizar a losoacomo uma
atividade racional estimulada pelo assombroou admirao. Mas, para
Plato, o assombro provocadopela instabilidade e contradies dos
seres que percebe-mos pelos sentidos. A losoa, no quadro platnico,
se-ria a tentativa de superar esse mundo de coisas efmerase mutveis
e apreender racionalmente a realidade ltima,composta por formas
eternas e imutveis que, segundoPlato, s podem ser captadas pela
razo. Para Arist-teles, ao contrrio, no h separao entre, de um
lado,ummundo apreendido pelos sentidos e, de outro lado, ummundo
exclusivamente captado pela razo. A losoa se-ria uma investigao das
causas e princpios fundamen-tais de uma nica e mesma realidade. O
lsofo, segundoAristteles, conhece, na medida do possvel, todas
ascoisas, embora no possua a cincia de cada uma delaspor si.[17] A
losoa almejaria o conhecimento univer-sal, no no sentido de um
acmulo enciclopdico de to-dos os fatos e processos que se possam
investigar, mas nosentido de uma compreenso dos princpios mais
funda-mentais, dos quais dependeriam os objetos particulares aque
se dedicam as demais cincias, artes e ofcios. Aris-tteles considera
que a losoa, como cincia das causase princpios primordiais,
acabaria por identicar-se coma teologia, pois Deus seria o princpio
dos princpios.[18]
As denies de losoa elaboradas depois de Plato eAristteles
separaram a losoa em duas partes: uma -losoa terica e uma losoa
prtica. Como reexo dabusca por salvao ou redeno pessoal, a losoa
pr-tica foi gradativamente se tornando um sucedneo da freligiosa e
acabou por ganhar precedncia em relao parte terica da losoa. A
losoa passa a ser con-cebida como uma arte de viver, que forneceria
aos ho-mens regras e prescries sobre como agir e como seportar
diante das inconstncias do mundo. Essa con-cepo muito clara em
diversas correntes da loso-a helenstica, como, por exemplo, no
estoicismo e noneoplatonismo.[18]
As denies de losoa formuladas na Antiguidade per-sistiram na
poca de disseminao e consolidao docristianismo, mas isso no impediu
que as concepescrists exercessem inuncia e moldassem novas
manei-ras de se entender a losoa. As denies de loso-a elaboradas
durante a Idade Mdia foram coordenadasaos servios que o pensamento
losco poderia prestar compreenso e sistematizao da f religiosa; e,
dessemodo, a losoa passa a ser concebida como serva dateologia
(ancilla theologiae).[18] Segundo So Toms deAquino, por exemplo, a
losoa pode auxiliar a teologiaem trs frentes: (1) ela pode
demonstrar verdades que af j toma como estabelecidas, tais como a
existncia deDeus e a imortalidade da alma; (2) pode esclarecer
certasverdades da f ao traar analogias com as verdades natu-
rais; e (3) pode ser empregada para refutar ideias que seoponham
doutrina sagrada.[19]
Os medievais tambm mantiveram a acepo de losoacomo saber prtico,
como uma busca de normas ou reco-mendaes para se alcanar a
plenitude da vida. SantoIsidoro de Sevilha, ainda no sculo VII,
denia a lo-soa como o conhecimento das coisas humanas e di-vinas
combinado com uma busca pela vida moralmenteboa[20]
Frontispcio da Instauratio Magna, de Francis Bacon, 1620.
Naparte inferior est escrito: Multi pertransibunt et augebitur
sci-entia (Muitos passaro, e o conhecimento aumentar). As colu-nas
representam as limitaes da losoa antiga e medieval.
Tanto na Idade Mdia como em qualquer outra pocada histria
ocidental, a compreenso do que a loso-a reete uma preocupao com
questes essenciais paraa vida humana em seus mltiplos aspectos. As
concep-es de losoa do Renascimento e da Idade Modernano so excees.
Tambm a as noes do que sejaa losoa sintetizam as tentativas de
oferecer respostassubstantivas aos problemas mais inquietantes da
poca.O advento da era moderna fez ruir as prprias bases dasabedoria
tradicional; e imps aos intelectuais a tarefade encontrar novas
formas de conhecimento que pudes-sem restabelecer a conana no
intelecto e na razo. ParaFrancis Bacon - um dos primeiros lsofos
modernos - alosoa no deveria se contentar com uma atitude
me-ramente contemplativa, como queriam os antigos e me-
-
5dievais; ao contrrio, deveria buscar o conhecimento dasessncias
das coisas a m de obter o controle sobre osfenmenos naturais e,
portanto, submeter a natureza aosdesgnios humanos.[21] Para
Descartes, a losoa, na qua-lidade de metafsica, a investigao das
causas primei-ras, dos princpios fundamentais. Esses princpios
devemser claros e evidentes, e devem formar uma base seguraa partir
da qual se possam derivar as outras formas deconhecimento. nesse
sentido, entendendo-se a loso-a como o conjunto de todos os saberes
e a metafsicacomo a investigao das primeiras causas, que se deve
lera famosa metfora de Descartes: Assim, a Filosoa uma rvore, cujas
razes so a Metafsica, o tronco a F-sica, e os ramos que saem do
tronco so todas as outrascincias.[22]
Aps Descartes, a losoa assume uma postura crticaem relao a suas
prprias aspiraes e contedos. Osempiristas britnicos, inuenciados
pelas novas aquisi-es da cincia moderna, dedicaram-se a situar a
investi-gao losca nos limites do que pode ser avaliado
pelaexperincia. Segundo a orientao empirista, argumen-tos
tradicionais da losoa, como as demonstraes daexistncia de Deus, da
imortalidade da alma e de essn-cias imutveis seriam invlidos, uma
vez que as ideiascom que operam no so adequadamente derivadas
daexperincia. De maneira anloga, Kant, ao elaborar suadoutrina da
losoa transcendental, rejeita a possibili-dade de tratamento
cientco de muitos dos problemasda losoa tradicional, uma vez que a
adequada soluodeles demandaria recursos que ultrapassam as
capacida-des do intelecto humano.O empirismo britnico e o idealismo
de Kant acentuamuma caracterstica frequentemente destacada na
losoa:a de ser um pensar sobre o pensamento[23] ou um co-nhecer o
conhecimento.[24] Essa concepo reexiva dalosoa, do pensamento que
se volta para si mesmo, inu-enciar vrios autores e escolas loscas,
tanto do sculoXIX como do sculo XX. A fenomenologia, por
exemplo,considerar a losoa como um empreendimento emi-nentemente
reexivo. Segundo Edmund Husserl - o fun-dador da fenomenologia - a
losoa uma cincia rigo-rosa dos fenmenos tal como nos aparecem, ou
seja, talcomo a nossa conscincia deles. Para descrev-los, olsofo
deve pr entre parnteses todas as suas pressu-posies e preconceitos
(at mesmo a certeza de que osobjetos existem) e restringir-se
apenas aos contedos daconscincia.Com a virada lingustica do incio
do sculo XX, mui-tos lsofos passam a considerar a losoa como
umaanlise de conceitos. Para Wittgenstein, os problemas -loscos
tradicionais so todos resultantes de confuseslingusticas; e a
tarefa do lsofo seria a de esclarecer omodo como os conceitos so
empregados a m de explici-tar tais confuses. Numa abordagem mais
positiva sobrea atividade losca, Strawson considera que a losoa
anloga gramtica: assim como os estudiosos da gra-mtica explicitam
as regras que os falantes inconsciente-
mente empregam, a losoa explicitaria conceitos-chaveque, na
construo de nossas concepes e argumentos,adotamos sem ter plena
conscincia de suas implicaese relaes.[25]
A lista de concepes da losoa propostas ao longo desua histria
pode ser estendida indenidamente. Sua va-riedade to grande que
dicilmente se pode encontrarum elemento que perpasse todas as
concepes em to-das as pocas. Mas no se pode esquecer que as
antigasconcepes de losoa tornaram-se algo obsoleto frenteao avano
de outras disciplinas que antes se abrigavam sombra, excessivamente
vasta, da losoa. As concep-es de autores antigos e medievais, e
mesmo de algunsmodernos, consideravam indiscriminadamente como
-loscas investigaes que hoje denominamos simples-mente de cientcas.
Assuntos como as leis do movi-mento, a estrutura da matria e o
funcionamento dos pro-cessos psicolgicos que hoje consideramos como
temasda fsica, da qumica e da psicologia, respectivamente eram
todos reunidos na noo de losoa natural. Apsa revoluo cientca do
sculo XVII, as investigaes dalosoa natural foram gradualmente se
desvencilhandoda losoa e se constituram em domnios especcos
eindependentes de pesquisa. De certa forma, os proble-mas clssicos
da losoa formam hoje um conjunto deassuntos elusivos que no se
dobraram metodologia in-dutiva e experimental das cincias.[26] Mas
isso no im-plica dizer que a losoa atual seja mero resduo do
pro-cesso de crescimento e consolidao da cincia moderna.Dizer isso
seria esquecer o aspecto profundamente din-mico e reexivo da losoa.
A reexo losca no algo que ocorra num limbo intelectual: ela
acompanhade perto a evoluo das cincias, da poltica, da religio edas
artes.[18] Essa evoluo tende a apresentar novos pro-blemas e desaos
que, por escaparem ao estrito domnioda disciplina em que surgiram,
podem ser chamados deloscos.Talvez no haja uma resposta categrica
pergunta Oque losoa?.[18] Os lsofos divergem entre si sobreo que
fazem, os problemas loscos ramicam-se inde-nidamente e os mtodos
variam conforme a concepodo que seja o trabalho losco. Talvez a
armao deSimmel de que s possvel entender a losoa no m-bito da losoa
possa ser tomada como uma advertnciaquando contrastada com o amplo
espectro de conceitossobre a sua natureza: ao adotar uma das
diferentes ori-entaes loscas, tratamos de determinados problemase
adotamos determinados mtodos para tentar esclarec-los; mas, dado
que h outras concepes, conforme ou-tros mtodos e conforme outras
nalidades, devemos mo-destamente reconhecer que essas concepes
alternativastm o mesmo direito de ostentar o ttulo de losoa quea
nossa concepo.
-
6 3 MTODOS DA FILOSOFIA
Discusso noite adentro, de William Blades: o debate franco
deideias, conforme os padres da argumentao lgica, uma
dascaractersticas centrais da atividade losca.
3 Mtodos da losoaOs trabalhos loscos so realizados mediante
tcni-cas e procedimentos que integram os cnones do pen-samento
racional. Tradicionalmente, a losoa destacae privilegia a
argumentao lgica, em linguagem natu-ral ou em linguagem simblica,
como a ferramenta porexcelncia da apresentao e discusso de teorias
los-cas. A argumentao lgica est associada a dois ele-mentos
importantes: a articulao rigorosa dos conceitose a correta
concatenao das premissas e concluses, demodo que essas ltimas sejam
derivaes incontestveisdas primeiras. Toda a ideia losca relevante
inevita-velmente submetida a escrutnio crtico; e a presena defalhas
na argumentao (falcias, sosmas, etc.) fre-quentemente o primeiro
alvo das crticas. Desse modo,o destino de uma tese qualquer que no
esteja amparadapor argumentos slidos e convincentes ser,
frequente-mente, severamente rejeitada por parte da
comunidadelosca. Embora a reexo sobre os princpios e m-todos da
lgica s tenha sido realizada pela primeira vezpor Aristteles, a
nfase na argumentao lgica e na cr-tica solidez dos argumentos uma
caracterstica queacompanha a losoa desde os seus primrdios. A
pr-pria ruptura entre o pensamento mtico-religioso e o pen-samento
racional assinalada pela adoo de uma posturaargumentativa e crtica
em relao s explicaes tradici-onais. Quando Anaximandro rejeitou as
explicaes deseu mestre Tales de Mileto e props concepes
al-ternativas sobre a natureza e estrutura do cosmos, o pen-samento
humano dava seus primeiro passos em direoao debate franco, pblico e
aberto de ideias, orientadoapenas por critrios racionais de correo,
como formadestacada de se aperfeioar o conhecimento; e abando-nava,
assim, as narrativas tradicionais sobre a origem ecomposio do
universo, apoiadas na autoridade inques-tionvel da tradio ou em
ensinamentos esotricos.[27]
Mas no se podem restringir os mtodos da losoa ape-nas nfase
geral na argumentao lgica e na crticasistemtica s teorias
apresentadas. Nas grandes tradi-es da histria da losoa, podem ser
identicadas duasorientaes bem abrangentes, cujos objetivos e
tcnicastendem a diferir radicalmente: existem as escolas que
pri-
vilegiam uma abordagem analtica dos problemas los-cos e aquelas
que optam por uma abordagem predomi-nantemente sinttica ou
sinptica.[3]
A orientao analtica exemplicada nos trabalhos lo-scos que se
dedicam decomposio de um conceitoem suas partes constituintes e ao
exame criterioso das re-laes lgicas e conceptuais explicitadas pela
anlise. Oexemplo clssico a anlise do conceito de conhecimento.A
reexo sobre a natureza do conhecimento levou oslsofos a decompor a
noo de conhecimento em trsnoes associadas: crena, verdade e
justicao. Paraque algo seja conhecimento imprescindvel que seja
an-tes uma crena em outras palavras, o conhecimento uma espcie
diferenciada do gnero mais abrangente dacrena. A pergunta bvia que
essa primeira constataosugere : o que diferencia, ento, o
conhecimento dasdemais formas de crena? Nesse ponto, o exame do
con-ceito conduz a duas noes distintas. Em primeiro lugar, noo de
verdade. Intuitivamente separamos as cren-as falsas das
verdadeiras. por isso que mantemos acrena de que Papai Noel existe
num patamar diferenteda crena de que a Lua gira em torno da Terra
quem sus-tenta a primeira, tem apenas uma crena; quem sustentaa
ltima, provavelmente sabe algo sobre o sistema solar,pois exprime
uma crena verdadeira. Mas, para que sejapromovida condio de
conhecimento, a crena precisade algo mais: ela precisa ser apoiada
por alguma esp-cie de justicao. Alm de sustentar uma crena
ver-dadeira, o sujeito deve ser capaz de apresentar os meiosou as
fontes, consideradas universalmente legtimas, quelhe propiciaram
chegar crena em questo. Feito esseexame, a concluso a clebre
frmula: o conhecimento crena verdadeira justicada.[28] Nesse e em
muitos ou-tros casos envolvendo noes losocamente relevantes,o
trabalho de anlise capaz de explicitar pressupostosimportantes
implicitamente presentes no uso dos concei-tos.A outra orientao a
sinttica percorre o caminhooposto ao da anlise. Os adeptos dessa
orientao bus-cam elaborar uma sntese de vrias noes relevantes
eapresent-las como um todo harmnico.[3] s vezes cha-mada de losoa
especulativa, essa orientao los-ca pretende revelar princpios
universais que possamreunir organicamente vrios elementos dspares,
que apa-rentemente no guardam relaes relevantes entre si.[29]Um
caso paradigmtico dessa orientao a losoa he-geliana, cujo to
integrar numa dinmica pantesta aevoluo das mais diversas formas de
manifestao dacultura humana artes, leis, governos, religies,
cinciase losoas.Desde o surgimento da cincia moderna, vrios
lsofosbuscaram separar a investigao losca da investigaocientca por
meio de uma caracterizao dos mtodospeculiares losoa. Como as
cincias especiais privi-legiam a investigao emprica, especialmente
por ado-o de mtodos experimentais, defendeu-se que a ado-o de
mtodos a priori (isto , de mtodos que antece-
-
7dem a investigao emprica ou so dela independentes)seria o trao
denidor do trabalho losco. Nos casosda argumentao lgica, da anlise
conceptual e da sn-tese compreensiva no h necessidade de observao
dosfenmenos para que se decida se uma concluso ou no logicamente
correta, se um conceito est sendo ou nocorretamente empregado ou se
uma viso sinptica ouno incoerente. Isso no implica um divrcio entre
acincia e a losoa. Ao contrrio, implica que os lso-fos esto aptos a
analisar os conceitos e argumentos dascincias especiais, e, nesse
domnio, podem prestar umservio relevante ao aperfeioamento das
teorias cient-cas.
Kant deduzindo coisas que no so passveis de ser experiencia-das
- Trabalho artstico de Friedrich Hagermann, 1801.
Alm das orientaes metodolgicas acima explicadas,h outras duas
estratgias que podem ser caracterizadoscomo mtodos a priori. Os
experimentos mentais e os
O dilema do bonde um experimento mental para ilustrar e co-locar
prova distintas teorias ticas
argumentos transcendentais. Um experimento mental (svezes tambm
chamado de experincia de pensamento) a elaborao de uma situao
puramente hipottica geralmente impossvel de ser construda na prtica
pormeio da qual o lsofo testa os limites de determina-dos
pressupostos ou conceitos. O experimento mentalmais famoso da
histria da losoa a hiptese do GnioMaligno concebida por Descartes:
ao imaginar um deusonipotente que se dedica a ludibri-lo, Descartes
leva oceticismo ao seu extremo a m de identicar uma cer-teza
inabalvel capaz de superar at mesmo a hiptese doGnio Maligno. (Essa
hiptese recebeu uma roupagemmoderna na elaborao de outro
experimento mental ocrebro numa cuba).[30]
O outro mtodo o dos argumentos transcendentais foiconcebido por
Kant, e consiste em tomar como dados osfatos da experincia, e
deduzir coisas que no so pass-veis de ser experienciadas, mas que
constituem a prpriacondio de possibilidade daqueles fatos. Com essa
es-pcie de argumento, Kant concluiu, por exemplo, que aforma pura
do espao uma das condies necessriaspressupostas pela experincia dos
objetos externos, poissem ela tal experincia seria
impossvel.[31]
Embora o emprego da lgica formal, da anlise concep-tual e dos
experimentos mentais sejam constantes na lo-soa contempornea,
predomina hoje, sobretudo na tra-dio analtica, a orientao que se
convencionou cha-mar de naturalismo losco. Essa orientao tem
suasorigens nos trabalhos do lsofo americano Willard VanOrman Quine
(1908-2000) que criticam a distino entrequestes conceptuais e
empricas. Os adeptos do natura-lismo rejeitam a suposio de que a
losoa se diferen-cie das cincias por um conjunto de mtodos
prprios:os problemas loscos e os cientcos pertencem a umanica e
mesma esfera e, portanto, os mtodos cientcos,historicamente
bem-sucedidos, devem tambm ser apli-cados problemtica losca.
-
8 6 EVOLUO HISTRICA
4 Disciplinas loscasA losoa geralmente dividida em reas de
investigaoespecca. Em cada rea, a pesquisa losca dedica-se elucidao
de problemas prprios, embora sejam muitocomuns as interconexes. As
reas tradicionais da loso-a so as seguintes:
Metafsica: ocupa-se da elaborao de teorias so-bre a realidade e
sobre natureza fundamental de to-das as coisas. O objetivo da
metafsica forneceruma viso abrangente do mundo uma viso sinp-tica
que rena em si os diversos aspectos da reali-dade. Uma das subreas
da metafsica a ontologia(literalmente, a cincia do ser), cujo tema
princi-pal a elaborao de escalas de realidade. Nessesentido, a
ontologia buscaria identicar as entidadesbsicas ou elementares da
realidade e mostrar comoessas se relacionam com os demais objetos
ou indi-vduos - de existncia dependente ou derivada.[32]
Epistemologia ou teoria do conhecimento: a rea da losoa que
estuda a natureza doconhecimento, sua origem e seus limites.
Dessaforma, entre as questes tpicas da epistemologia es-to: O que
diferencia o conhecimento de outrasformas de crena?, O que podemos
conhecer?,Como chegamos a ter conhecimento de algo?.[32]
Lgica: a rea que trata das estruturas formais doraciocnio
perfeito ou seja, daqueles raciocnioscuja concluso preserva a
verdade das premissas. Nalgica so estudados, portanto, os mtodos e
princ-pios que permitem distinguir os raciocnios corretosdos
raciocnios incorretos.[33]
tica ou losoa moral: a rea da losoa quetrata das distines entre
o certo e o errado, entre obem e o mal. Procura identicar os meios
mais ade-quados para aprimorar a vida moral e para alcanaruma vida
moralmente boa. Tambm no campo datica do-se as discusses a respeito
dos princpiose das regras morais que norteiam a vida em socie-dade,
e sobre quais seriam as justicativas racionaispara adotar essas
regras e princpios.[32]
Filosoa poltica: o ramo da losoa que inves-tiga os fundamentos
da organizao sociopoltica edo Estado. So tradicionais nessa rea, as
hipte-ses sobre o contrato original que teria dado incio vida em
sociedade, institudo o governo, os deverese os direitos dos
cidados. Muitas dessas situaeshipotticas so elaboradas no intuito
de recomen-dar mudanas ou reformas polticas aptas a apro-ximar as
sociedades concretas de um determinadoideal poltico.[32]
Esttica ou losoa da arte: entre as investigaesdessa rea,
encontram-se aquelas sobre a natureza
da arte e da experincia esttica, sobre como a ex-perincia
esttica se diferencia de outras formas deexperincia, e sobre o
prprio conceito de belo.[32]
Metalosoa: a losoa da losoa. Procuradeterminar, entre outras
coisas, o que , suas limita-es e o objetivo da losoa enquanto ramo
do saberhumano.
5 Cronologia
6 Evoluo histrica
6.1 Pensamento mtico e pensamento lo-sco
Como em muitas outras sociedades antigas, as narrativasmticas
desempenhavam uma funo central na socie-dade grega. Alm de
estabelecer marcos importantes navida social, os mitos gregos
promoviam uma concepode mundo de natureza religiosa que propiciava
respostass principais indagaes existenciais que desde
sempreinquietaram o esprito humano. Os eventos histricos,
osfenmenos naturais e os principais eventos da vida hu-mana
(nascimento, casamento, doena e morte) eram en-trelaados s histrias
tradicionais sobre conitos entredeuses, intercmbios entre deuses e
homens e feitos me-morveis de semideuses.Originalmente, a palavra
grega mythos signicava sim-plesmente palavra ou fala;[34] mas o
termo reme-tia tambm noo de uma palavra proferida
comautoridade.[35] As histrias picas de Homero, permeadasde
intervenes sobrenaturais, ou a teogonia de Hesodoeram mythos no
sentido de serem anncios revestidosde autoridade, dignos de crdito
e reverncia. Gradual-mente, o termo foi assumindo outro sentido e j
pocade Plato e Aristteles o mythos era empregado para ca-racterizar
histrias ctcias ou absurdas que se afasta-riam do logos - isto , do
discurso racional.[36] Arist-teles, por exemplo, considerava a
losoa como um em-preendimento intelectual completamente distinto
das ela-boraes mitolgicas. Na Metafsica, ao tratar do pro-blema da
incorruptibilidade, Aristteles menciona He-sodo e, logo em seguida,
descarta peremptoriamentesuas opinies, pois, segundo ele, no
precisamos perdertempo investigando seriamente as sutilezas dos
criadoresde mitos.[37]
Pode-se dizer que a losoa surge como uma espcie derompimento com
a viso mtica do mundo. Enquanto osmitos se organizavam em narraes,
imagens e seres par-ticulares, a losoa inaugurava o discurso
argumentativo,abstrato e universal. Alm disso, ao contrrio dos
autoresde mitos, os lsofos gregos tentaram com anco elabo-rar
concepes de mundo que fossem isentas de contra-dies e imperfeies
lgicas.
-
6.2 Filosoa antiga 9
Desse modo, no sem razo que muitos autores enfa-tizam o carter
de ruptura e divergncias ao comparar oadvento da losoa com a tradio
mtica da Grcia an-tiga. Mas, embora sejam inegveis as diferenas,
maisrecentemente vrios estudiosos tm apontado os pontosde
continuidade e semelhana entre as primeiras elu-cubraes loscas dos
gregos e as suas concepesmitolgicas.[38] Para esses autores, as
peculiaridades datradio mtica grega favoreceram o surgimento da
lo-soa grega e os primeiros lsofos empenharam-se numaespcie
dessacralizao e despersonalizao das narrati-vas tradicionais sobre
o surgimento e organizao do cos-mos.
6.2 Filosoa antiga
6.2.1 Babilnia
6.2.2 Grcia Antiga
A losoa antiga teve incio no sculo VI a.C. e se es-tendeu at a
decadncia do imprio romano no sculo Vd.C. Pode-se dividi-la em
quatro perodos: (1) o perododos pr-socrticos; (2) um perodo
humanista, em queScrates e os sostas trouxeram as questes morais
parao centro do debate losco; (3) o perodo ureo da -losoa em
Atenas, em que despontaram Plato e Arist-teles; (4) e o perodo
helenstico. s vezes se distingueum quinto perodo, que compreende os
primeiros lso-fos cristos e os neoplatonistas.[39] Os dois autores
maisimportantes da losoa antiga em termos de inunciaposterior foram
Plato e Aristteles.Os primeiros lsofos gregos, geralmente
chamadosde pr-socrticos, dedicaram-se a especulaes sobre
aconstituio e a origem do mundo. O principal intuitodesses lsofos
era descobrir um elemento primordial,eterno e imutvel que fosse a
matria bsica de todas ascoisas. Essa substncia imutvel era chamada
de physis(palavra grega cuja traduo literal seria natureza, masque
na concepo dos primeiros lsofos compreendiaa totalidade dos seres,
inclusive entidades divinas),[40] e,por essa razo, os primeiros
lsofos tambm foram co-nhecidos como os physiologoi (literalmente
silogos,isto , os lsofos que se dedicavam ao estudo da
phy-sis).[41] A questo da essncia material imutvel foi a pri-meira
feio assumida por uma inquietao que percor-reu praticamente toda a
losoa grega. Essa inquietaopode ser traduzida na seguinte pergunta:
existe uma rea-lidade imutvel por trs das mudanas caticas dos
fen-menos naturais? J os prprios pr-socrticos propuse-ram respostas
extremas a essa pergunta. Parmnides deEleia defendeu que a
perenemutao das coisas no passade uma iluso dos sentidos, pois a
razo revelaria que oSer nico, imutvel e eterno.[42] Herclito de
feso,por outro lado, defendeu uma posio diametralmenteoposta: a
prpria essncia das coisas mudana, e seriamvos os esforos para
buscar uma realidade imutvel.[43]
Tais especulaes, que combinavam a oposio entre re-alidade e
aparncia com a busca de uma matria pri-mordial, culminaram na losoa
atomista de Leucipo eDemcrito. Para esses lsofos a substncia de
todas ascoisas seriam partculas minsculas e invisveis os to-mos em
perene movimentao no vcuo. E os fenme-nos que testemunhamos
cotidianamente so resultado dacombinao, separao e recombinao desses
tomos.A teoria de Demcrito representou o pice da losoada physis,
mas tambm o seu esgotamento. As trans-formaes sociopolticas,
especialmente em Atenas, jimpunham novas demandas aos sbios da
poca. Ademocracia ateniense solicitava novas habilidades
inte-lectuais, sobretudo a capacidade de persuadir. nessemomento
que se destacam os lsofos que se dedicamjustamente a ensinar a
retrica e as tcnicas de persua-so os sostas. O ofcio dessa nova
espcie de lsofostrazia como pressuposto a ideia de que no h
verdadesabsolutas. O importante seria dominar as tcnicas da
boaargumentao, pois, dominando essas tcnicas, o indiv-duo poderia
defender qualquer opinio, sem se preocu-par com a questo de sua
veracidade. De fato, para ossostas, a busca da verdade era uma
pretenso intil. Averdade seria apenas uma questo de aceitao
coletivade uma crena, e, a princpio, no haveria nada que im-pedisse
que o que hoje tomado como verdade, amanhfosse considerado uma
tolice.[44]
O contraponto a esse relativismo dos sostas foi Scra-tes. Embora
partilhasse com os sostas certa indiferenaem relao aos valores
tradicionais, Scrates dedicou-se busca de valores perenes. Scrates
no deixou nenhumregistro escrito de suas ideias. Tudo o que sabemos
delechegou-nos atravs do testemunho de seus discpulos
econtemporneos. Segundo dizem, Scrates teria defen-dido que a
virtude conhecimento e as faltas morais pro-vm da ignorncia.[45] O
indivduo que adquirisse o co-nhecimento perfeito seria
inevitavelmente bom e feliz.Por outro lado, essa busca simultnea do
conhecimentoe da bondade deve comear pelo exame profundo de simesmo
e das crenas e valores aceitos acriticamente. Se-gundo contam,
Scrates foi um inquiridor implacvel efez fama por sua habilidade de
levar exasperao os seusantagonistas. Ao concidado que se dizia
justo, Scratesperguntava O que a justia?, e depois se dedicava
ademolir todas as tentativas de responder pergunta.A atitude de
Scrates acabou por lhe custar a vida. Seusadversrios conseguiram
lev-lo a julgamento por impi-edade e corrupo de jovens. Scrates foi
condenado morte mais especicamente, a envenenar-se comcicuta.
Segundo o relato de Plato, o seu mais famosodiscpulo, Scrates
cumpriu a sentena com absoluta se-renidade e destemor.Coube a Plato
levar adiante os ensinamentos do mestree super-los. Plato realiza a
primeira grande sntese dalosoa grega. Em seus dilogos, combinam-se
as anti-gas questes dos pr-socrticos com as urgentes questes
-
10 6 EVOLUO HISTRICA
A Morte de Scrates, Jacques-Louis David, 1787.
morais e polticas, o discurso racional com a intuioms-tica, a
elucubrao lgica com a obra potica, os mitoscom a cincia.Segundo
Plato, os nossos sentidos s nos permitem per-ceber uma natureza
catica, em que as mudanas e a di-versidade aparentam no obedecer a
nenhum princpioregulador; mas a razo, ao contrrio, capaz de ir
almdessas aparncias e captar as formas imutveis que so ascausas e
modelos de tudo o que existe. A geometria for-nece um bom exemplo.
Ao demonstrar seus teoremas osgemetras empregam guras imperfeitas.
Por mais acu-rado que seja o compasso, os desenhos de crculos
semprecontero irregularidades e imperfeies. As guras sen-sveis do
crculo esto sempre aqum de seu modelo eesse modelo a prpria ideia
de crculo, concebvel ape-nas pela razo. O mesmo ocorre com os
demais seres:os cavalos que vemos so todos diferentes entre si,
mash um princpio unicador a ideia de cavalo que nosfaz chamar a
todos de cavalos. Com os valores, no seriadiferente. As diferentes
opinies sobre questes morais eestticas devem-se a uma viso
empobrecida das coisas.Os que empreenderem uma busca sincera
alcanaro aconcepo do Belo em si mesmo e do Bem em si mesmo.Ao
contrrio do que o termo ideias possa sugerir, Platono as considera
como meras construes psicolgicas;ao contrrio, ele lhes atribui
realidade objetiva. As ideiasconstituem um mundo suprassensvel ou
seja, uma di-menso que no podemos ver e tocar, mas que
podemoscaptar como os olhos da razo. Essa a famosa teoriadas ideias
de Plato. Ele a ilustra numa alegoria igual-mente clebre a alegoria
da caverna.Plato nos convida a imaginar uma caverna em que seacham
vrios prisioneiros. Eles esto amarrados de talmaneira que s podem
ver a parede do fundo da caverna.s costas dos prisioneiros h um
muro da altura de umhomem. Por trs desse muro, transitam vrias
pessoascarregando esttuas de diversas formas todas elas sorplicas
de coisas que vemos cotidianamente (rvores,pssaros, casas etc.). H
tambm uma grande fogueira,atrs desse muro e dos carregadores. A luz
da fogueirafaz com que as sombras das esttuas sejam projetadassobre
o fundo da parede. Os barulhos e falas dos carre-
gadores reverberam no fundo da caverna, dando aos pri-sioneiros
a impresso de que so oriundos das sombrasque eles veem. Nessa
situao imaginria, os prisionei-ros pensariam que as sombras e os
ecos constituem tudoo que existe. Como nunca puderam ver nada alm
dassombras projetadas na parede da caverna, acreditam queapenas as
sombras so reais.Aps apresentar esse cenrio, Plato sugere que, se
umdesses prisioneiros conseguisse se libertar, veria, comsurpresa,
que as esttuas que sempre estiveram atrs dosprisioneiros so mais
reais do que aquelas sombras. Aosair da caverna, a luz o ofuscaria;
mas, aps se acostu-mar com a claridade, veria que as coisas da
superfcieso ainda mais reais do que as esttuas. Esse prisioneiroque
se liberta o lsofo, e a sua jornada em direo superfcie representa a
o percurso da razo em sua lentaascenso ao conhecimento
perfeito.
A Escola de Atenas, de Rafael, representa os mais
importanteslsofos, matemticos e cientistas da Antiguidade.
Aristteles, discpulo de Plato e preceptor de Alexandre,o Grande,
rejeitou a teoria das ideias. Para ele, a hip-tese de uma realidade
separada e independente, consti-tuda apenas por entidades
inteligveis, era uma duplica-o do mundo absolutamente
desnecessria.[46] Na visode Aristteles, a essncia de uma coisa no
consiste numaideia suplementar e separada, mas numa forma que lhe
imanente. Essa forma imanente o que d organizaoe estrutura matria,
e propicia, no caso dos organismosvivos, o seu desenvolvimento
conforme a sua essncia.Aristteles tambm divergiu de Plato sobre o
valor daexperincia na aquisio do conhecimento. Enquanto nalosoa
platnica, h uma perene desconana em rela-o ao saber derivado dos
sentidos, na losoa aristot-lica o conhecimento adquirido pela viso,
audio, tatoetc. considerado como o ponto de partida do
empreen-dimento cientco.Aristteles foi um pesquisador infatigvel, e
seus interes-ses abarcavam praticamente todas as reas do
conheci-mento. Foi o fundador da biologia; e o criador da lgicacomo
disciplina. Fez contribuies originais e duradou-ras em metafsica e
teologia, tica e poltica, psicologia eesttica. Alm de ter
contribudo nas mais diversas disci-
-
6.4 Filosoa oriental 11
plinas, Aristteles realizou a primeira grande sistematiza-o das
cincias, organizando-as conforme seus mtodose abrangncia. Em cada
uma das disciplinas que criou,ou ajudou a criar, Aristteles cunhou
uma terminologiaque at hoje est presente no vocabulrio cientco e
lo-sco: como exemplos, podem-se mencionar as palavrassubstncia,
categoria, energia, princpio e forma.[47]
Na transio do sculo IV para o sculo III a.C., duranteo perodo
helenstico, formam-se duas escolas loscascujos ensinamentos
representam uma clara mudana denfase em relao Academia de Plato e
escola pe-ripattica de Aristteles. Sua preocupao principal-mente a
redeno pessoal. Tanto para Epicuro (ca.341-270 a.C.) e seus
seguidores como para Zeno de Ctio edemais estoicos o principal
objetivo da losoa deveriaser a obteno da serenidade de esprito. As
duas esco-las tambm se assemelham na crena de que esse
objetivopassa por uma espcie de harmonizao entre o indivduoe a
natureza, mas divergem quanto forma de se realizaressa harmonizao.
Para Epicuro, a sintonia com a natu-reza supe a aceitao das
necessidades e desejos naturaise dos prazeres sensoriais. Dessa
forma, ele preconiza afruio moderada dos prazeres e a comedida
graticaodos desejos.[48] Os estoicos, por outro lado, sustentavama
crena de que o cosmos e os seres humanos partilha-vam do mesmo
logos divino. O ideal losco de vidaseria, na concepo dos estoicos,
a adeso necessidaderacional da natureza e o desenvolvimento de uma
abso-luta imperturbabilidade (ataraxia) em relao aos fatos eeventos
do mundo.[49]
A Antiguidade tardia viu ainda o orescimento de umanova
interpretao do platonismo, de acentuada tendn-cia mstica o chamado
Neoplatonismo. Seu principalrepresentante, Plotino (205-270),
defendeu que o princ-pio fundamental e divino do universo seria o
Uno e quedesse princpio fundamental emanavam novas realidades,de
diferentes graus de perfeio. O universo material esensvel o mundo
das sombras da alegoria platnica seria uma emanao distante do Uno,
e, por isso, apre-sentaria os traos de imperfeio e inconstncia que
ocaracterizam.[50]
6.2.3 Imprio Romano
O pensamento losco no Imprio Romano foi basica-mente um
prolongamento da losoa helenstica/grega.Inuenciados pelo estoicismo
e pelo epicurismo, seus l-sofos preocupavam-se principalmente com
moral e tica.Alguns de seus maiores nomes foram Sneca, Epiteto e
oimperador Marco Aurlio.
6.3 frica
A losoa desenvolvida no Antigo Egito caracterizava-sepela
exibilidade, pragmatismo e a busca pelo controledas emoes.[51]
De modo geral, a losoa africana foi fortemente inu-enciada pela
losoa helenstica (na Idade Antiga), pelaslosoas crist (antiguidades
clssica e tardia) e islmica(desde o perodo medieval).
6.4 Filosoa oriental6.4.1 China
O lsofo K'ung-fu-tzu (Confcio, 551 a.C. 479a.C.) desenvolveu o
sistema losco-religioso doConfucionismo. Este, valoriza os
preceitos da bondade,cortesia, moral, integridade, delidade e
honra.[52]
Outros lsofos importantes foram: Mozi (470 a.C. - 391a.C.),
fundador do Mosmo que enfatiza o pragmatismo.Chuang-Tzu: (369 a.C.
- 286 a.C.) considerado um pre-cursor do antinomismo, anarquismo,
multiculturalismo erelatividade e, que criticava tanto
confucionistas quantomostas.
6.4.2 ndia
Adi Shankara
O perodo entre o quinto e nono sculo d.C foi a maisbrilhante
poca no desenvolvimento da losoa indiana,hindu e budista, losoas
que oresceram lado a lado.[53]
Destas vrias escolas de pensamento, a no-dualistaAdvaita Vedanta
emergiu como a mais inuente[54] e aescola mais dominante.[55] Os
principais lsofos dessaescola foram Gaudapada, Adi Shankara e
Vidyaranya.
-
12 6 EVOLUO HISTRICA
Advaita Vedanta rejeita o tesmo e o dualismo, insistindoque
Brahma a realidade nal sem partes ou atributos...um sem um segundo.
Uma vez que Brahma no tem pro-priedades, no contm diversidade
interna e idnticocom o conjunto da realidade, no pode ser
entendidocomo Deus.[56] Brahma apesar de ser indescritvel me-lhor
descrito como Satchidananda (Existncia, Consci-ncia e
Bem-Aventurana) por Shankara.Advaita inaugurou uma nova era na
losoa indiana e,como resultado, muitas novas escolas de pensamento
sur-giram no perodo medieval.
6.5 Filosoa medieval6.5.1 Europa
So Toms de Aquino
A losoa medieval a losoa da Europa ocidental,oriental (Imprio
Bizantino) e do Oriente Mdio du-rante a Idade Mdia. Comea,
aproximadamente, coma cristianizao do Imprio Romano e encerra-se
coma Renascena. A losoa medieval pode ser conside-rada, em parte,
como prolongamento da losoa greco-romana[57] e, em parte, como uma
tentativa de conciliaro conhecimento secular e a doutrina
sagrada.[58]
A Idade Mdia carregou por muito tempo o ep-teto depreciativo de
idade das trevas, atribudo pe-los humanistas renascentistas; e a
losoa desenvolvida
nessa poca padeceu do mesmo desprezo. No entanto,essa era de
aproximadamente mil anos foi o mais longoperodo de desenvolvimento
losco na Europa e umdos mais ricos. Jorge Gracia defende que em
inten-sidade, sosticao e aquisies, pode-se corretamentedizer que o
orescimento losco no sculo XIII riva-liza com a poca urea da losoa
grega no sculo IV a.C.[59].Entre os principais problemas discutidos
nessa poca es-to a relao entre f e razo, a existncia e unidade
deDeus, o objeto da teologia e da metafsica, os problemasdo
conhecimento, dos universais e da individualizao.Entre os lsofos
medievais do ocidente, merecem desta-que Agostinho de Hipona,
Bocio, Anselmo de Cantu-ria, Pedro Abelardo, Roger Bacon,
Boaventura de Bagno-regio, Toms de Aquino, Joo Duns Escoto,
Guilhermede Ockham e Jean Buridan; no oriente os bizantinosPrisco
de Pnio, Leo, o Matemtico e Miguel Pselo;na civilizao islmica,
Avicena, Avempace, Alfarbi,Ghazali e Averrois; entre os judeus,
Moiss Maimnides(ver: Filosoa judaica).Toms de Aquino (1225-1274),
fundador do tomismo,exerceu inuncia inigualvel na losoa e na
teologiamedievais. Em sua obra, ele deu grande importncia razo e
argumentao, e procurou elaborar uma snteseentre a doutrina crist e
a losoa aristotlica. A lo-soa de Toms de Aquino representou uma
reorientaosignicativa do pensamento losco medieval, at entomuito
inuenciado pelo neoplatonismo e sua reinterpre-tao agostiniana.
6.5.2 Oriente Mdio
No pensamento islmico, o que se refere losoa du-rante a "idade
de ouro islmica", tradicionalmente datadaentre os sculos 8 e 12,
pode-se distinguir duas correntesprincipais. A primeira a Kalam ,
que tratou principal-mente de teologia islmica. Estas incluem as
Mu'tazili eAsh'ari. A outra Falsafa, que foi fundada em
interpre-taes do aristotelismo e neoplatonismo.Houve tentativas por
lsofos-telogos posteriores a har-monizar ambas as tendncias,
nomeadamente atravs deAvicena que fundou a escola do Avicennismo
entre ou-tros.
6.6 Filosoa do Renascimento
A transio da Idade Mdia para a Idade Modernafoi marcada pelo
Renascimento e pelo Humanismo.[60]Nesse perodo de transio, a
redescoberta de textos daAntiguidade[61] contribuiu para que o
interesse los-co sasse dos estudos tcnicos de lgica, metafsica
eteologia e se voltasse para estudos eclticos nas reasda lologia,
da moralidade e do misticismo. Os estudosdos clssicos e das letras
receberam uma nfase indita e
-
6.7 Filosoa moderna 13
O Homem vitruviano, de Leonardo Da Vinci, resume vrios dosideais
do pensamento renascentista.
desenvolveram-se de modo independente da escolsticatradicional.
A produo e disseminao do conheci-mento e das artes deixam de ser
uma exclusividade dasuniversidades e dos acadmicos prossionais, e
isso con-tribui para que a losoa v aos poucos se desvencilhandoda
teologia. Em lugar de Deus e da religio, o conceitode homem assume
o centro das ocupaes artsticas, lite-rrias e loscas.[62]
O renascimento revigorou a concepo da natureza comoum todo
orgnico, sujeito compreenso e inunciahumanas. De uma forma ou de
outra, essa concepoest presente nos trabalhos de Nicolau de Cusa,
GiordanoBruno, Bernardino Telesio e Galileu Galilei. Essa
rein-terpretao da natureza acompanhada, em muitos ca-sos, de um
intenso interesse por magia, hermetismo eastrologia considerados
ento como instrumentos decompreenso e manipulao da natureza. medida
que a autoridade eclesial cedia lugar autori-dade secular e que o
foco dos interesses voltava-se paraa poltica em detrimento da
religio, as rivalidades entreos Estados nacionais e as crises
internas demandavam noapenas solues prticas emergenciais, mas tambm
umaprofunda reexo sobre questes pertinentes losoapoltica. Desse
modo, a losoa poltica, que por vriossculos esteve dormente, recebeu
um novo impulso du-rante o Renascimento. Nessa rea, destacam-se as
obrasde Nicolau Maquiavel e Jean Bodin.[63]
6.7 Filosoa moderna
Ren Descartes, fundador da losoa moderna e do raciona-lismo.
A losoa moderna caracterizada pela prepondernciada epistemologia
sobre ametafsica. A justicativa dos -lsofos modernos para essa
alterao estava, em parte, naideia de que, antes de querer conhecer
tudo o que existe,seria conveniente conhecer o que se pode
conhecer.[64]
Geralmente considerado como o fundador da losoamoderna,[65] o
cientista, matemtico e lsofo francsRen Descartes (1596-1650)
redirecionou o foco da dis-cusso losca para o sujeito pensante. O
projeto deDescartes era o de assentar o edifcio do
conhecimentosobre bases seguras e conveis. Para tanto,
acreditavaele ser necessrio um procedimento prvio de avaliaocrtica
e severa de todas as fontes do conhecimento dis-ponvel, num
procedimento que cou conhecido comodvida metdica. Segundo
Descartes, ao adotar essa ori-entao, constatamos que resta como
certeza inabalvel aideia de um eu pensante: mesmo que o sujeito
ponha tudoem dvida, se ele duvida, porque pensa; e, se pensa,
porque existe. Essa linha de raciocnio foi celebrizadapela frmula
penso, logo existo (cogito ergo sum).[66][67]A partir dessa certeza
fundamental, Descartes defendiaser possvel deduzir rigorosamente,
ao modo de um ge-metra, outras verdades fundamentais acerca do
sujeito,da natureza do conhecimento e da realidade.No projeto
cartesiano esto presentes trs pressupostosbsicos: (1) a matemtica,
ou o mtodo dedutivo ado-tado pela matemtica, o modelo a ser seguido
peloslsofos; (2) existem ideias inatas, absolutamente ver-dadeiras,
que de alguma forma esto desde sempre ins-critas no esprito humano;
(3) a descoberta dessas ideias
-
14 6 EVOLUO HISTRICA
inatas no depende da experincia elas so alcanadasexclusivamente
pela razo. Esses trs pressupostos tam-bm esto presentes nas losoas
de Gottfried WilhelmLeibniz (1646-1716) e Baruch Spinoza
(1632-1677), econstituem a base do movimento losco
denominadoracionalismo.[68]
Se os racionalistas priorizavam o modelo matemtico,a losoa
antagnica o empirismo enfatizava osmtodos indutivos das cincias
experimentais. O l-sofo John Locke (1632-1704) props a aplicao
dessesmtodos na investigao da prpria mente humana. Empatente
confronto com os racionalistas, Locke argumen-tou que a mente chega
ao mundo completamente vazia decontedo uma espcie de lousa em
branco ou tabularasa; e todas as ideias com que ela trabalha so
necessa-riamente originrias da experincia.[69] Esse
pressupostotambm adotado pelos outros dois grandes lsofosdo
empirismo britnico, George Berkeley (1685-1753) eDavid Hume
(1711-1776). John Locke inuenciou tam-bm a losoa poltica, sendo um
dos principais tericosna base do conceito moderno de democracia
liberal.[70]
As ideias do empirismo ingls tambm se difundiram naFrana; e o
entusiasmo com as novas cincias levou osintelectuais franceses a
defender uma ampla reforma cul-tural, que remodelasse no s a forma
de se produzir co-nhecimento, mas tambm as formas de organizao
so-cial e poltica. Esse movimento amplo e contestatrio -cou
conhecido como Iluminismo. Os lsofos iluministasrejeitavam qualquer
forma de crena que se baseasse ape-nas na tradio e na autoridade,
em especial as divulga-das pela Igreja Catlica. Um dos marcos do
Iluminismofrancs foi a publicao da Encyclopdie. Elaborada soba
direo de Jean le Rond dAlembert e Denis Diderot,essa obra
enciclopdica inovadora incorporou vrios dosvalores defendidos pelos
iluministas e contou com a cola-borao de vrios de seus nomes mais
destacados, comoVoltaire, Montesquieu e Rousseau.Em 1781, Immanuel
Kant publicou a sua famosa Crticada Razo Pura, em que prope uma
espcie de sntese en-tre as teses racionalistas e empiristas.
Segundo Kant, ape-sar de o nosso conhecimento depender de nossas
percep-es sensoriais, essas no constituem todo o nosso
conhe-cimento, pois existem determinadas estruturas do sujeitoque
as antecedem e tornam possvel a prpria formaoda experincia. O
espao, por exemplo, no uma rea-lidade que passivamente assimilamos
a partir de nossasimpresses sensoriais. Ao contrrio, somos ns que
im-pomos uma organizao espacial aos objetos. Do mesmomodo, o
sujeito no aprende, aps inmeras experincias,que todas as ocorrncias
pressupem uma causa; antes, a estrutura peculiar do sujeito que
impe aos fenmenosuma organizao de causa e efeito. Uma das
consequn-cias da losoa kantiana estabelecer que as coisas em
simesmas no podem ser conhecidas. A fronteira de nossoconhecimento
delineada pelos fenmenos, isto , pe-los resultados da interao da
realidade objetiva com osesquemas cognitivos do sujeito.
6.8 Filosoa do sculo XIX
Geralmente se considera que depois da losoa de Kanttem incio uma
nova etapa da losoa, que se caracteri-zaria por ser uma continuao
e, simultaneamente, umareao losoa kantiana. Nesse perodo
desenvolve-seo idealismo alemo (Fichte, Schelling e Hegel), que
levaas ideias kantianas s ltimas consequncias. A noode que h um
universo inteiro (a realidade em si mesma)inalcanvel ao
conhecimento humano, levou os idealis-tas alemes a assimilar a
realidade objetiva ao prpriosujeito no intuito de resolver o
problema da separaofundamental entre sujeito e objeto. Assim, por
exemplo,Hegel postulou que o universo esprito. O conjunto dosseres
humanos, sua histria, sua arte, sua cincia e suareligio so apenas
manifestaes desse esprito absolutoem sua marcha dinmica rumo ao
autoconhecimento.[71]Enquanto na Alemanha, o idealismo apoderava-se
dodebate losco, na Frana, Auguste Comte retomavauma orientao mais
prxima das cincias e inaugurava opositivismo e a sociologia. Na
viso de Comte, a huma-nidade progride por trs estgios: o estgio
teolgico, oestgio metafsico e, por m, o estgio positivo. No
pri-meiro estgio, as explicaes so dadas em termos mito-lgicos ou
religiosos; no segundo, as explicaes tornam-se abstratas, mas ainda
carecem de cienticidade; no ter-ceiro estgio, a compreenso da
realidade se d em ter-mos de leis empricas de sucesso e semelhana
entreos fenmenos.[72] Para Comte, a plena realizao desseterceiro
estgio histrico, em que o pensamento cientcosuplantaria todos os
demais, representaria a aquisio dafelicidade e da perfeio.[73]
Tambm no campo do desenvolvimento histrico, Marxe Engels davam
uma nova formulao ao socialismo. Elesfazem uma releitura
materialista da dialtica de Hegel nointuito de analisar e condenar
o sistema capitalista. De-senvolvem a teoria da mais-valia, segundo
a qual o lucrodos capitalistas dependeria inevitavelmente da
explora-o do proletariado. Sustentam que o estado, as
formaspoltico-institucionais e as concepes ideolgicas forma-vam uma
superestrutura construda sobre a base das re-laes de produo[74] e
que as contradies resultantesentre essa base econmica e a
superestrutura levariam associedades inevitavelmente revoluo e ao
socialismo.No campo da tica, os lsofos ingleses Jeremy
Bentham(1748-1832) e John Stuart Mill (1806-1873) elaboramos
princpios fundamentais do utilitarismo.[75] Para eles,o valor tico
no algo intrnseco ao realizada; essevalor deve ser mensurado
conforme as consequncias daao, pois a ao eticamente recomendvel
aquela quemaximiza o bem-estar na coletividade.Talvez a teoria que
maior impacto losco provocou nosculo XIX no tenha sido elaborada
por um lsofo. Aopropor sua teoria da evoluo das espcies por
seleonatural, Charles Darwin (1809-1882) estabeleceu as ba-ses de
uma concepo de mundo profundamente revolu-cionria. O lsofo que
melhor percebeu as srias im-
-
6.9 Filosoa do sculo XX 15
plicaes da teoria de Darwin para todos os campos deestudo foi
Herbert Spencer (1820-1903). Em vrias pu-blicaes, Spencer elaborou
uma losoa evolucionistaque aplicava os princpios da teoria da
evoluo aos maisvariados assuntos, especialmente psicologia, tica e
so-ciologia.Tambm no sculo XIX surgem lsofos que colocamem questo a
primazia da razo e ressaltam os elementosvoluntaristas e emotivos
do ser humano e de suas con-cepes de mundo e sociedade. Entre esses
destacam-se Arthur Schopenhauer (1788-1860), Sren Kierkga-ard
(1813-1855) e Friedrich Nietzsche (1844-1900). To-mando como ponto
de partida a losoa kantiana, Scho-penhauer defende que omundo dos
fenmenos omundoque representamos em ideias e que julgamos
compreen-der no passa de uma iluso e que a foramotriz por trsde
todos os nossos atos e ideias uma vontade cega, indo-mvel e
irracional. Kierkgaard condena todas as grandeselaboraes
sistemticas, universalizantes e abstratas dalosoa. Considerado um
precursor do existencialismo,Kierkgaard enfatiza que as questes
prementes da vidahumana s podem ser superadas por uma atitude
religi-osa; essa atitude, no entanto, demanda uma escolha
indi-vidual e passional contra todas as evidncias, at mesmocontra a
razo.[76] Nietzsche, por sua vez, anuncia queDeus est morto; e
declara, portanto, a falncia de to-das as concepes ticas, polticas
e culturais que se as-sentam na doutrina crist. Em substituio aos
antigosvalores, Nietzsche prescreve um projeto de vida
volunta-rista aos mais nobres, mais capazes, mais criativos -
emsuma, queles em que fosse mais forte a vontade de
po-tncia.[77]
6.9 Filosoa do sculo XXNo sculo XX, a losoa tornou-se uma
disciplina pro-ssionalizada das universidades, semelhante s
demaisdisciplinas acadmicas. Desse modo, tornou-se tambmmenos geral
e mais especializada. Na opinio de umproeminente lsofo: A losoa tem
se tornado umadisciplina altamente organizada, feita por
especialistaspara especialistas. O nmero de lsofos cresceu
ex-ponencialmente, expandiu-se o volume de publicaes
emultiplicaram-se as subreas de rigorosa investigao -losca. Hoje,
no s o campo mais amplo da losoa demasiadamente vasto para uma nica
mente, mas algosimilar tambm verdadeiro em muitas de suas
subreasaltamente especializadas.[78]
Nos pases de lngua inglesa, a losoa analtica tornou-se a escola
dominante. Na primeira metade do sculo, foiuma escola coesa,
fortemente modelada pelo positivismolgico, unicada pela noo de que
os problemas lo-scos podem e devem ser resolvidos por anlise
l-gica. Os lsofos britnicos Bertrand Russell e GeorgeEdward Moore
so geralmente considerados os fundado-res desse movimento. Ambos
romperam com a tradioidealista que predominava na Inglaterra em ns
do sculo
Jos Ortega y Gasset, 1883-1955
Ludwig Wittgenstein, o mais importante lsofo analtico do s-culo
passado.
XIX e buscaram um mtodo losco que se afastassedas tendncias
espiritualistas e totalizantes do idealismo.Moore dedicou-se a
analisar crenas do senso comum e
-
16 6 EVOLUO HISTRICA
a justic-las diante das crticas da losoa acadmica.Russell, por
sua vez, buscou reaproximar a losoa datradio empirista britnica e
sintoniz-la com as des-cobertas e avanos cientcos. Ao elaborar sua
teoriadas descries denidas, Russell mostrou como resol-ver um
problema losco empregando os recursos danova lgica matemtica. A
partir desse novo modelo pro-posto por Russell, vrios lsofos se
convenceram de quea maioria dos problemas da losoa tradicional, se
notodos, no seriam nada mais que confuses propiciadaspelas
ambiguidades e imprecises da linguagem natural.Quando tratados numa
linguagem cientca rigorosa, es-ses problemas revelar-se-iam como
simples confuses emal-entendidos.Uma postura ligeiramente diferente
foi adotada porLudwig Wittgenstein, discpulo de Russell.
SegundoWittgenstein, os recursos da lgica matemtica servi-riam para
revelar as formas lgicas que se escondempor trs da linguagem comum.
Para Wittgenstein, a l-gica a prpria condio de sentido de qualquer
sistemalingustico.[79] Essa ideia est associada sua teoria
pic-trica do signicado, segundo a qual a linguagem capazde
representar o mundo por ser uma gurao lgica dosestados de coisas
que compem a realidade.Sob a inspirao dos trabalhos de Russell e de
Wittgens-tein, o Crculo de Viena passou a defender uma formade
empirismo que assimilasse os avanos realizados nascincias formais,
especialmente na lgica. Essa versoatualizada do empirismo tornou-se
universalmente co-nhecida como neopositivismo ou positivismo lgico.
OCrculo de Viena consistia numa reunio de intelectuaisoriundos de
diversas reas (losoa, fsica, matemtica,sociologia, etc.) que tinham
em comum uma profundadesconana em relao a temas de teor metafsico.
Paraesses lsofos e cientistas, caberia losoa elaborar fer-ramentas
tericas aptas a esclarecer os conceitos funda-mentais das cincias e
revelar os pontos de contatos entreos diversos ramos do
conhecimento cientco. Nessa ta-refa, seria importante mostrar,
entre outras coisas, comoenunciados altamente abstratos das cincias
poderiam serrigorosamente reduzidos a frases sobre a nossa
experin-cia imediata.[80]
Fora dos pases de lngua inglesa, oresceram diferentesmovimentos
loscos. Entre esses destacam-se a feno-menologia, a hermenutica, o
existencialismo e versesmodernas do marxismo. Para Husserl, o trao
fundamen-tal dos fenmenos mentais a intencionalidade. A estru-tura
da intencionalidade constituda por dois elementos:noesis e noema. O
primeiro elemento o ato intencio-nal; e o segundo o objeto do ato
intencional. A cinciada fenomenologia trata do signicado ou da
essncia dosobjetos da conscincia. A m de revelar a estrutura
daconscincia, o fenomenlogo deve pr entre parntesis arealidade
emprica. Segundo Husserl, os procedimentosfenomenolgicos desvelam o
ego transcendental que aprpria base e fonte de unidade do eu
emprico.[81] Coubea um dos alunos de Husserl, o lsofo alemo
Martin
Heidegger (1889-1976), construir uma losoa que mes-classe a
fenomenologia, a hermenutica e o existencia-lismo. O ponto de
partida de Heidegger foi a questoclssica da metafsica: o que o
ser?". Mas, na abor-dagem de Heidegger, a resposta a essa questo
passa poruma anlise dos modos de ser do ser humano que foipor ele
denominado Dasein (Ser-a). O Dasein o nicoser que pode se admirar
com a sua prpria existncia eindagar o sentido de seu prprio ser.O
modo de existir do Dasein est intimamente co-nectado com a histria
e a temporalidade e, em vistadisso, questes sobre autenticidade,
cuidado, angstia,nitude e morte tornam-se temas centrais na losoa
deHeidegger.[81]
No nal do sculo XVIII houve a fundao da escola tra-dicionalista,
conhecida como conservadorismo tradicio-nalista, conservadorismo
tradicional, tradicionalismo,conservadorismo burkeano ,
conservadorismo clssico ou(no Reino Unido e Canad) torismo (de
Tory), que des-creve uma losoa poltica enfatizando a necessidade
deaplicao dos princpios da lei natural e transcendentesmorais:
ordem, tradio, hierarquia e unidade orgnica,classicismo e alta
cultura, e as esferas de interseco delealdade.[82]
Alguns tradicionalistas abraaram os rtulos de"reacionrio" e
"contrarrevolucionrio", desaando oestigma que acompanha estes
termos desde o Ilumi-nismo. Este estigma acompanha o
Tradicionalismodesde seu desenvolvimento na Europa do sculo
18,principalmente em resposta Guerra Civil Inglesa e daRevoluo
Francesa.Em meados do sculo 20, a escola tradicionalista come-ou a
organizar-se a srio como uma fora intelectual epoltica. Esta
expresso mais moderna do conservado-rismo tradicionalista comeou
entre um grupo de profes-sores universitrios dos EUA (rotulado de
"novos con-servadores" pela imprensa popular) que rejeitou as no-es
de individualismo, o liberalismo, a modernidade e oprogresso
social, promoveu a renovao cultural e edu-cacional, e reavivou o
interesse na Igreja, a famlia, oEstado, comunidade local,
etc[83].
6.10 Movimentos loscos da atualidade
6.10.1 Filosoa clnica
A losoa clnica um termo utilizado para denir di-versos conceitos
loscos, voltado terapia da alma,usando o potencial prtico da losoa
como recurso tera-putico para indivduos, organizaes ou empresas
atra-vs de consultas individuais, discusses de grupo, semi-nrios,
palestras, viagens ou cafs loscos. No Brasil otermo est fortemente
vinculado ao movimento realizadopelo lsofo Lcio Packter e vem sendo
apontado comouma ferramenta teraputica de grande monta.[84]
-
17
7 Ver tambm Anti-intelectualismo Artes liberais Cosmoviso
Filosoa Portuguesa Histria da losoa no Brasil Histria das ideias
Histria das mentalidades Histria intelectual Intelectualismo Lista
de lsofos Metalosoa Mulheres na losoa Sabedoria Sapincia
Conhecimento
8 Referncias[1] [in Infopdia [em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-
2014. [consult. 2014-12-20 13:49:01]. Disponvelna Internet:
http://www.infopedia.pt/\protect\char"0024\relaxfilosofia]
[2] Priberam
[3] Teichman, J.; Evans, K. C. Philosophy: a beginners guide.3rd
ed. Oxford: Blackwell.
[4] Bailey, Andrew. First philosophy: values and
society.Broadview Press, 2004. ISBN 9781551116570. p. 1.
[5] Morente, M. G. Fundamentos de losoa: lies prelimi-nares. So
Paulo: Mestre Jou, 1980. cap. 1.
[6] Huisman, Denis & Vergez, Andr. Curso moderno de -losoa:
introduo losoa das cincias. Rio de Janeiro:Livraria Freitas Bastos,
1980. p. 155-158.
[7] Bailey, Andrew. First philosophy: values and
society.Broadview Press, 2004. ISBN 9781551116570. p. 1.
[8] Morente, M. G. Fundamentos de losoa: lies prelimi-nares. So
Paulo: Mestre Jou, 1980. cap. 1.
[9] Huisman, Denis & Vergez, Andr. Curso moderno de -losoa:
introduo losoa das cincias. Rio de Janeiro:Livraria Freitas Bastos,
1980. p. 155-158.
[10] Verso eletrnica do dilogo platnico Teeteto. p. 16.
[11] Aristotle, Metaphysics. The Internet Classics Archive.
[12] Magee, Bryan. Histria da Filosoa. So Paulo: EdiesLoyola,
2001. pp. 7-9
[13] Chau, Marilena. Convite Filosoa. pg. 19.
[14] (em francs) R. Bdus, philosopha, in (dir.) Jacob,Andr,
Encyclopdie philosophique universelle, vol. 2: Lesnotions
philosophiqe, tome 2, Paris, PUF.
[15] (em francs) Alqui, F., Signication de la philosophie,Paris,
1971.
[16] Simmel, Georg. On the nature of philosophy. In: ACollection
of Essays. pg. 282.
[17] Metafsica, Livro I, captulo 2. Na edio da coleo
OsPensadores de 1973 (1. ed.), o trecho encontra-se pg.213.
[18] Ferrater-Mora, Jos. Dicionrio de Filosoa. So Paulo:Loyola,
2.a ed., 2005. Tomo II. pp. 1044-1050.
[19] Lindberg, D. The beginnings of western science. Chi-cago:
University of Chicago Press, 2007. ISBN9780226482057. p. 242.
[20] Philosophia est rerum humanarum divinarumque cogni-tio cum
studio bene vivendi coniuncta. Etymologiae. Tra-duo para o ingls:
The etimologies of Isidore of Seville.Cambridge: C.U.P. p. 79.
[21] Ver, por exemplo, o aforismo III do Novum Organum:Cincia e
poder do homem coincidem, uma vez que,sendo a causa ignorada,
frustra-se o efeito. Pois a natu-reza no se vence, se no quando se
lhe obedece. E oque contemplao apresenta-se como causa regra
naprtica (So Paulo: Nova Cultural, 1999. Coleo OsPensadores).
[22] Descartes, R. Princpios da Filosoa. Lisboa: Edies 70.p.
22.
[23] Quinton, Anthonny. Filosoa. Crtica: revista de losoa.Acesso
em 26/01/2011.
[24] Prado Jr., Caio. O que losoa. So Paulo:
Brasiliense,1981
[25] Strawson, Peter. Filosoa como Gramtica Conceptual.Acesso em
06/12/2010
[26] Russell, B. Os problemas da losoa. Captulo 15.
[27] Popper, K. Conjecturas e Refutaes. 3a. ed. Brasilia:EdUnB,
1994. Cap. 4, Retorno aos Pr-Socrticos, pp.163s.
[28] Steup, M. The Analysis of Knowledge. Stanford Encyclo-pedia
of Philosophy. Acesso em: 28/01/2011.
[29] Broad, C. D. Some Methods of Speculative Philosophy.Acesso
em 28/01/2011.
[30] Blackburn, S. Pense: uma introduo losoa. Lisboa:Gradiva,
2001. ISBN 9789726627906. Cap. 2.
[31] Bunnin, N.; Yu, J (eds.) The Blackwell dictionary of
Wes-tern philosophy. Blackwell, 2004. Blackwell ReferenceOnline.
Acesso: 12 de maro de 2011.
-
18 8 REFERNCIAS
[32] Solomon, R. C. & Higgins, K. M. The big questions:
ashort introduction to philosophy. p. 7.
[33] Copi, I. M. Introduo lgica. 2. ed. So Paulo: MestreJou,
1978. p. 19.
[34] Coupe, Laurence. Myth. 2nd. ed. London; New York:Routledge,
2009. p. 9. ISBN 9780415442848
[35] Morgan, Katheryn. Myth and Philosophy. Cambridge:Cambridge
University Press, 2004. p. 17. ISBN0521621801
[36] Vernant, Jean-Pierre. Myth and Society in Ancient Gre-ece.
London: Methuen, 1982: o conceito de mito pe-culiar antiguidade
clssica tornou-se, assim, claramentedenido pela oposio entre mythos
e logos, desde entovistos como termos separados e contrastantes (p.
187).
[37] Aristteles. Metafsica, III, 4.
[38] Reale, Giovanni; Antiseri, Dario. Histria da Filosoa.So
Paulo: Paulus, 1990. ISBN 8505010760. V. 1. pp.14-16.
[39] Reale, Giovanni; Antiseri, Dario. Histria da Filosoa.So
Paulo: Paulus, 1990. ISBN 8505010760. V. 1. p.26.
[40] Bornheim, G. Os lsofos pr-socrticos. p. 13.
[41] Guerreiro, Mario A. L. Pr-socrticos: a inveno da lo-soa. p.
40.
[42] Chau, M. Introduo histria da losoa. p. 95.
[43] Chau, M. Introduo histria da losoa. p. 105.
[44] Zilles, U. Teoria do conhecimento. p. 59.
[45] Stone, I. F. O julgamento de Scrates. p. 61.
[46] Morente, Manuel Garca. Lecciones Preliminares deFilosofa,
in Obras Completas. Barcelona: Anthropos;Madrid: Fundacin Caja de
Madrid, 1996. V. I. ISBN8476584962, pp. 81-87
[47] Durant, Will. A Histria da Filosoa. So Paulo: NovaCultural,
s/d. ISBN 8535106952. p. 75
[48] Reale, Giovanni. Histria da losoa antiga: os sistemasda Era
Helenstica. So Paulo: Loyola, 2008. pp. 214s.
[49] Reale, Giovanni. Histria da losoa antiga: os sistemasda Era
Helenstica. So Paulo: Loyola, 2008. p. 361.
[50] Cooper, D. E. Filosoas do Mundo. So Paulo: Loyola,2002.
ISBN 8515023164. p. 167.
[51] Bleiberg, Edward (2005). "Ancient Egypt 2675-332B.C.E.:
Philosophy". In Bleiberg, Edward, et al. Arts andHumanities Through
the Eras. Vol. 1: Ancient Egypt2675-332 B.C.E. Detroit: Gale. pgs.
182197.
[52] Confucio. 'Confucio - Dialoghi' (em italiano).
[S.l.]:Arnaldo Mondadori, 1989. ISBN 88-04-32463-5
[53] ="Gandhi And Mahayana Buddhism
[54] ="Gandhi And Mahayana Buddhism
[55] ="Gandhi And Mahayana Buddhism
[56] ="Gandhi And Mahayana Buddhism
[57] Segundo Rafael Guerrero, houve losoa nessa pocaporque houve
continuidade e sobrevivncia da losoa an-tiga: os medievais se
preocuparam em assimilar, medidaque lhes foi possvel, a prtica e o
saber das geraes an-teriores. Historia de la Filosofa Medieval. p.
10
[58] The Blackwell Dictionary of Western Philosophy.
VerbeteMedieval Philosophy: O tema central da losoa me-dieval foi a
tentativa de unir a f razo.
[59] Gracia, Jorge. Medieval Philosophy. In: The
BlackwellCompanion to Philosophy. pp. 619s
[60] Charles Schmitt e Quentin Skinner (eds.), The
CambridgeHistory of Renaissance Philosophy. Cambridge
UniversityPress, 1988, p. 5, dene o perodo da losoa do
Renas-cimento como o intervalo que vai da poca de Ockhamat os
trabalhos revisionistas de Bacon, Descartes e
seuscontemporneos.
[61] Copenhaver, B.; Schmitt, C. Renaissance Philosophy, Ox-ford
University Press, 1992, p. 4: pode-se considerarcomo marco da losoa
da Renascena o amplo e acele-rado interesse, estimulado por novos
textos disponveis,por fontes primrias do pensamento grego e romano
queeram at ento desconhecidos ou dos quais pouco se sabiaou pouco
se havia lido.
[62] Gracia, Jorge. In: Bunnin, N.; Tsui-James, E.P. (eds.),The
Blackwell Companion to Philosophy, Blackwell, 2002,p. 621: os
humanistas ... recolocaram o homem no cen-tro das atenes e
canalizaram seus esforos no sentido derecuperar e transmitir o
saber clssico, particularmente oda losoa de Plato.
[63] von Fritz, Kurt; Rev. Maurer, Armand; Levi, Albert
W.;Stroll, Avrum; Wolin, Richard, Western philosophy(em ingls),
Encyclopdia Britannica Online
[64] Ver 4 da introduo de An essay concerning human
un-derstandig, de John Locke; a introduo do Tratado da na-tureza
humana, de David Hume; e o prefcio da primeiraedio da Crtica da
razo pura, de Kant.
[65] Russell, Bertrand. History of Western Philosophy. Lon-don:
Routledge, 2004. ISBN 9780415325059. p. 511.
[66] Descartes, R. Discurso do Mtodo. 4. parte.
[67] Cottingham, J. Descartes. So Paulo: Ed. Unesp, 1999.p.
24.
[68] Magee, Bryan. Histria da Filosoa. So Paulo: EdiesLoyola,
2001. p. 83
[69] Durant, Will. A Histria da Filosoa. So Paulo: NovaCultural,
s/d. ISBN 8535106952. p. 247
[70] Como Tudo Funciona
[71] Solomon, R. C; Higgins, K. M. The Big Questions.
pp.135s.
[72] Cooper, D. E. Filosoas do Mundo. p. 371.
-
19
[73] Russell, B. Histria do Pensamento Ocidental. pp. 442s.
[74] William Outhwaite (ed.), The Blackwell dictionary of
mo-dern social thought. p. 44.
[75] Hegenberg, L. Filosoa moral. V. 1 (tica). Rio de Ja-neiro:
E-papers, 2010. ISBN 8576502607. pp. 115-22.
[76] Solomon, R. C. & Higgins, K. M. The big questions:a
short introduction to philosophy. 8th ed. ISBN9780495595151.
p.66
[77] Raeper, W; Smith, L. Introduo ao estudo das ideias:
re-ligio e losoa no passado e no presente. 2. ed. SoPaulo: Loyola,
2001. ISBN 8515015684. pp. 116-20.
[78] Soames, Scott. Philosophical analysis in the twentieth
cen-tury. Princeton: Princeton University Press, 2003. V. 2.p.
463
[79] Glock, Hans-Johann. Dicionrio Wittgenstein. Rio de
Ja-neiro: Jorge Zahar, 1998. ISBN 8571104409. p. 237(Verbete
Lgica).
[80] Galvo, Paulo. Positivismo Lgico, in Branquinho,Joo; Murcho,
Desidrio; Gomes, Nelson Gonalves(orgs.) Enciclopdia de Termos
Lgico-Filoscos. SoPaulo: Martins Fontes, 2006. pp. 577-80.
[81] Bunnin, N.; Yu, J (eds.) The Blackwell dictionary of
Wes-tern philosophy. Blackwell, 2004. Blackwell ReferenceOnline.
Acesso em 28/03/2011.
[82] Frohnen, Bruce, Jeremy Beer, and Jerey O. Nelson, ed.(2006)
American Conservatism: An Encyclopedia Wil-mington, DE: ISI Books,
pp. 870-875.
[83] Frohnen, Bruce, Jeremy Beer, and Jerey O. Nelson, ed.(2006)
American Conservatism: An Encyclopedia Wil-mington, DE: ISI Books,
p. 870.
[84] A Filosoa e seus usos: crtica e acomodao (tese dedoutourado
de Marli Aparecida Pechula) diaadiaeduca-cao.pr.gov.br (2007).
Visitado em 22 de abril de 2012.
9 Bibliograa sugeridaLivros introdutrios
BLACKBURN, Simon. Pense: uma introdu-o losoa. Lisboa: Gradiva,
2001. ISBN9789726627906.
BUNNIN, Nicholas; TSUI-JAMES, E. P. (Orgs.)Compndio de Filosoa.
2. ed. So Paulo: Loyola,2007. ISBN 9788515030477.
CHAU, Marilena. Convite Filosoa. 7. ed. 2.reimp. So Paulo: tica,
2000.
COLCHETE, Eliane e MORAIS JUNIOR, LuisCarlos de. A formao da
losoa contempornea.Rio de Janeiro: Litteris, 2014.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Flix. O que aFilosoa? Trad. Bento
Prado Jr. E Alberto AlonsoMuoz. Rio de Janeiro, 34, 1992.
MURCHO, Desidrio. Filosoa em Directo. Lis-boa: Fundao Francisco
Manuel dos Santos, 2011.
NAGEL, Thomas. Que Quer Dizer Tudo Isto? Umainiciao losoa.
Lisboa: Gradiva: 1995. ISBN9789726624219.
PAIM, Antonio. Histria das Ideias Filoscas noBrasil. 2 ed. So
Paulo, Edusp/Grijalbo, 1974.
PAPINEAU, David (Org.) Filosoa: grandespensadores, principais
fundamentos e escolas -loscas. So Paulo: Publifolha, 2009.
ISBN9788579141058.
Antologias
BONJOUR, Laurence; BAKER, Ann. Filosoa:textos fundamentais
comentados. 2. ed. Porto Ale-gre: Artmed, 2010. ISBN
8536321199.
MARCONDES, Danilo. Textos Bsicos de Filoso-a: dos pr-scrticos a
Wittgenstein. Rio de Ja-neiro: Jorge Zahar, 2000. ISBN
9788571105201.
NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filoso-a: das origens
Idade Moderna. Rio de Janeiro:Globo, 2005. ISBN 8525038997.
VVAA. Os Filsofos atravs dos Textos: dePlato a Sartre. So Paulo:
Paulus, 1997.
ISBN8534909806.q=Discurso%20do%20M%C3%A9todo%20descartes
Introdues histria da losoa
DURANT,Will. AHistria da Filosoa. So Paulo:Nova Cultural, s/d.
ISBN 8535106952.
ONFRAY, Michel. Contra-histria da losoa 1:as sabedorias antigas.
So Paulo: WMF MartinsFontes, 2008.
Idem. Contra-histria da losoa 2: o cristi-anismo hedonista. So
Paulo: WMF MartinsFontes, 2008.Idem. Contra-histria da losoa 3: os
liberti-nos barrocos. So Paulo: WMF Martins Fon-tes, 2009.Idem.
Contra-histria da losoa 4: os ultrasdas Luzes. So Paulo: WMF
Martins Fontes,2009.
KENNY, Anthony. Uma Nova Histria da Filoso-a Ocidental. So
Paulo: Loyola, 2008. 4v. ISBN9788515035267.
-
20 10 LIGAES EXTERNAS
MAGEE, Bryan. Histria da Filosoa. So Paulo:Edies Loyola, 2001.
ISBN 8515019299.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. Histria daFilosoa. So Paulo:
Paulus, 1990. 3v. ISBN8505010760.
RUSSELL, Bertrand. Histria do Pensamento Oci-dental. Rio de
Janeiro: Ediouro, 2004. ISBN8500013559.
Obras de referncia
BLACKBURN, Simon. Dicionrio Oxford de Fi-losoa. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2010. ISBN8571104026.
BRANQUINHO, Joo; MURCHO, Desidrio;GOMES, Nelson Gonalves (orgs.)
Enciclopdia deTermos Lgico-Filoscos. So Paulo: Martins Fon-tes,
2006. ISBN 8533623259.
FERRATER-MORA, Jos. Dicionrio de Filoso-a. 2. ed. So Paulo:
Loyola, 2004. 4v. ISBN8515018691.
10 Ligaes externas Portal de Filosoado Departamento de Filosoa
da
Universidade Federal de Santa Catarina. Portal de Filosoa
Veritas Revista de Filosoa da PUCRS Stanford Encyclopedia of
Philosophy The Internet Encyclopedia of Philosophy
-
21
11 Fontes, contribuidores e licenas de texto e imagem11.1
Texto
Filosoa Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia?oldid=42056527
Contribuidores: Romanm, JoaoMiranda, Jorge~ptwiki, Robbot,Luis
Dantas, Plataformista, Hashar, PauloColacino, Manuel Anastcio,
Joaotg, Scott MacLean, LeonardoG, Mschlindwein, Hgamboa,Marcelo
Reis, Mrcl, Gaf.arq, Lrech, NH~ptwiki, Osias, E2mb0t, Juntas,
Chico, LeonardoRob0t, Celso Candido, Pedrassani, Malafaya,Jic,
Alexg, Claudiney, Ziguratt, Lusitana, Ligia, Santana-freitas,
Campani, Whooligan, Nuno Tavares, Get It, Indech, Andre Luis,
NT-Bot, RobotQuistnix, JP Watrin, Rei-artur, Leslie, Sturm, Clara
C., Marcelo-Silva, Loge, Epinheiro, Tschulz, Leandromartinez, Joo
Car-valho, Angrense, Andr Koehne, EASchuler, Leinad-Z~ptwiki,
Filipux, Merci Kunzler~ptwiki, Geologist~ptwiki, Until, Abmac,
Agil,Giro720, Cludio Aaro Rangel, OS2Warp, Cesarschirmer, 555,
Ozymandias, Mlduclos, Adailton, Daniduc, Lijealso, Fabriciogava,
Yu-rikBot, Mathiaspolen, Ccero, Porantim, Fernando S. Aldado,
Gpvos, Rikadus, NRangel, Roberto Cruz, Methuselah, Belard,
SallesNetoBR, Mosca, MalafayaBot, Eduardoferreira, Arges,
Gabrielt4e, PatrciaR, Chlewbot, Dantadd, Leonardo.stabile, LijeBot,
Chicocvenancio,ISoron, Jonas Mur, Bemelmans, Principia14, Nikitta,
Luiz Antonio Sypriano, Jo Lorib, Desiderio, Guido diniz, Dpc01,
Vigia, BMel,Everton137, ArisonJardim, Nemracc, Marcelo Victor,
Hvicoso, Renato Pereira de Almeida, Eduardolima, Yanguas,
Thijs!bot, Rei-bot,Jussaragoyano, Mister8, Luismendes,
Flaviosoares, Escarbot, Minivalley, RoboServien, Belanidia, Marcelo
Cantarino, Daimore, BOT-Superzerocool, Cokimoto, JAnDbot,
Alchimista, Luiza Teles, Delemon, Bisbis, Leoreis, Andrelz, Baro de
Itarar, CommonsDelinker,Brandizzi, Fabio Rocha, Nietzsche~ptwiki,
Ozalid, Paulohidra, Jack Bauer00, Amadeo, Freundzehn, Eric Du,
Rjclaudio, Bot-Schafter,Gerbilo, Idioma-bot, EuTuga, Der kenner,
Luckas Blade, Spoladore, Carlos28, TXiKiBoT, Tumnus, Theshotgun,
WaldirBot, Gunnex,VolkovBot, Brunosl, SieBot, Pfassina, Laobc, Joao
emiliano1978, Synthebot, Lechatjaune, Javali~ptwiki, Rogertad, Yone
Fernandes, FU-LANA, Fcamillo, Adrianoped, Bluedenim, Raphael
Bortoli, Luishdosreis, S3o3b3e3l, Teles, Vini 175, BotMultichill,
Mrio Henrique,Jeferson, Leandro Prudencio, AlleborgoBot, Msduk,
Azai~ptwiki, GOE, GOE2, Pauloacbjr, Leandrokt, PipepBot,
HyperBroad, Lean-dro Drudo, Arthur Buchsbaum, Aurola, Titoncio, Kim
richard, robot, Esopo, Tiago Santos, Heiligenfeld, Inox, Beria,
RenatoTelesca, Alexandrepastre, Filosofante, Humbertopjunior,
Georgez, RafaAzevedo, BOTarate, Alexbot, Lourencoalmada, Arley,
Pediboi,Ruy Pugliesi, Ebalter, SilvonenBot, Pietro Roveri, !Silent,
Vitor Mazuco, Lucasdegu, Malkavi, Cesar2001urug, ChristianH,
Numbo3-bot, Luckas-bot, LinkFA-Bot, Allanherison, Lucia Bot, KGBC,
TioToim, Ptbotgourou, Hydrile, Eamaral, Vanthorn, Cadnero,
Salebot,Mgrabelo, Adrian.metal68, Ibitepeople2, Jaideraf,
ArthurBot, Xjalfx, Rafgco, Lord Mota, Xqbot, Lpton, Gean,
Darwinius, Sarinhaasrs,Jrafaels, RibotBOT, ThiagoRuiz, Hugo.allan,
Ts42, MauritsBot, Faustino.F, MastiBot, Monica Maesoli, TobeBot,
Alch Bot, Blabla-bla91, Braswiki, Stegop, Bayle, Marcos Elias de
Oliveira Jnior, KamikazeBot, HVL, Alonso de Mendoza, Jaiminhofoda,
Rafael Kenneth,TjBot, Ripchip Bot, Viniciusmc, Opraco, Buenos000,
HenriqueMCS, P. S. F. Freitas, Pocetti, Aleph Bot, EmausBot,
JorgePP, ricoJnior Wouters, Renato de carvalho ferreira, Salamat,
TuHan-Bot, Reporter, Inutiu54321, Spell checker,
Sadanandachaitanya, Chuispas-tonBot, Stuckkey, WikitanvirBot,
Savant~ptwiki, Fvolcov, Alexandre373, Alvaro Azevedo Moura, Linux,
PedR, Colaborador Z, JooPaulo Tinoco Alvarenga, Sendtko, MerlIwBot,
L'editeur, Edisonqv, Dn200, Antero de Quintal, Eduardo Marchiori
Filho, Ariel C.M.K.,PauloEduardo, Gustavo Augusto R. Abreu, Gabriel
Yuji, pico, J. A. S. Ferreira, Luizpuodzius, BrendoPerezAra, Andr
do desporto,Edonis, DARIO SEVERI, Shgr Datsgen, OliverPro,
Zoldyick, Matheus Faria, M.utt, Arthurguto, Lucasridg,
PauloMSimoes, Raul Ca-arvalho, Leon saudanha, Senso crtico,
ANESTRELLA, Legobot, Elderson Flix, Victoria Fenix, Holdfz, Lu Xi,
Kndenis, Izahias, Mestreda Sapincia, Professorledio, Marcos dias de
oliveira, Gustavo trevisan siqueira, Carlos Marcelo C de Almeida,
Marcos Serra, Ismaelbar-bosa, Paulacalegari, Lucascf13, O
revolucionrio aliado, Plopes208, Paulo208, KeySayCraft,
Constituinte87, Cristiano de Paiva Barroso,Gabrielpavanetti,
Pesadogordo e Annimo: 703
11.2 Imagens Ficheiro:Commons-logo.svg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Commons-logo.svg
Licena: Public domain
Contribuidores: This version created by Pumbaa, using a proper
partial circle and SVG geometry features. (Former versions used to
beslightly warped.) Artista original: SVG version was created by
User:Grunt and cleaned up by 3247, based on the earlier PNG
version,created by Reidab.
Ficheiro:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg
Licena: Public domain Contribuidores:Obra do prprio www.lucnix.be.
2007-09-08 (photograph). Photograpy:Artista original: Leonardo da
Vinci
Ficheiro:David_-_The_Death_of_Socrates.jpg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8c/David_-_The_Death_of_Socrates.jpg
Licena: Public domain Contribuidores:
http://www.metmuseum.org/collection/the-collection-online/search/436105
Ar-tista original: Jacques-Louis David
Ficheiro:Disambig_grey.svg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/Disambig_grey.svg
Licena: Public domainContribuidores: Obra do prprio Artista
original: Bubs
Ficheiro:Discourse-into-the-night.jpg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/74/Discourse-into-the-night.jpg
Li-cena: Public domain Contribuidores: ? Artista original: ?
Ficheiro:Edit-find.svg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7d/Edit-find.svg
Licena: Public domain Contribuido-res: The Tango! Desktop Project
Artista original: The people from the Tango! project
Ficheiro:Flag_of_Greece.svg Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5c/Flag_of_Greece.svg
Licena: Public do-main Contribuidores: own code Artista original:
(of code) cs:User:-xfi- (talk)
Ficheiro:Frans_Hals_-_Portret_van_Ren_Des