INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA – 4º ANO RAMO CIENTÍFICO Trabalho Científico Apresentado ao ISE para a Obtenção do Grau de Licenciatura em Geologia ‘‘O PROCESSO DE INTRUSÃO SALINA A JUSANTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DA RIBEIRA SECA. A INVERSÃO DO PROCESSO E QUANTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DA BARRAGEM.’’ Seca. Sítio da implantação do dique contra a intrusão salina AUTORA: ORIENTADOR: VERA F. SILVA GARCIA ANTÓNIO ADVINO SABINO PRAIA, SETEMBRO DE 2008
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O PROCESSO DE INTRUSÃO SALINA A JUSANTE DABACIA ... · Em primeiro de tudo e de todos, agradeço a Deus pelo dom da vida, pela força e coragem ao longo do meu curso e das várias
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA – 4º ANO
RAMO CIENTÍFICO
Trabalho Científico Apresentado ao ISE para a Obtenção do Grau de Licenciatura em Geologia
‘‘O PROCESSO DE INTRUSÃO SALINA A JUSANTE DA BACIA
HIDROGRÁFICA DA RIBEIRA SECA. A INVERSÃO DO PROCESSO E
QUANTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DA BARRAGEM.’’
Seca. Sítio da implantação do dique contra a intrusão salina
AUTORA: ORIENTADOR: VERA F. SILVA GARCIA ANTÓNIO ADVINO SABINO
PRAIA, SETEMBRO DE 2008
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA – 4º ANO
RAMO CIENTÍFICO
Trabalho Científico Apresentado ao Instituto Superior de Educação (ISE) para a Obtenção do Grau de Licenciatura em Geologia
TEMA:
‘‘O PROCESSO DE INTRUSÃO SALINA A JUSANTE DA BACIA HIDROGRÁFICA
DA RIBEIRA SECA. A INVERSÃO DO PROCESSO E IMPACTES DA
BARRAGEM.’’
Autora: Orientador: Vera Filomena Silva Garcia António Advino Sabino
PRAIA, JULHO DE 2008
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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA – 4º ANO
RAMO CIENTÍFICO
Trabalho Científico Apresentado ao Instituto Superior de Educação (ISE) para a Obtenção do Grau de Licenciatura em Geologia.
‘‘O PROCESSO DE INTRUSÃO SALINA A JUSANTE DA BACIA HIDROGRÁFICA
DA RIBEIRA SECA. A INVERSÃO DO PROCESSO E IMPACTES DA
BARRAGEM.’’
ELABORADO POR:
Vera Filomena Silva Garcia
Aprovado pelos membros do júri, foi homologado pelo Presidente do Instituto Superior de
Educação com requisito parcial à obtenção do grau de licenciatura em Geologia
Nesta paisagem sobressaem os troços terminais dos vales principais das bacias
hidrográficas mais importantes cuja forma terminal em canhão é vulgar. Isto é
fundamentalmente nos troços que cortam as achadas, tanto nos litorais como nas dos
planaltos do interior da ilha. Esta forma de vale é devido à estrutura colunar que afecta as
escoadas lávicas.
3.4. Geologia
A ilha de Santiago é formada quase na totalidade por formações eruptivas, com
predominância de rochas basálticas e produtos piroclásticos (brechas, lapilli, tufo).
As rochas eruptivas deram origem a formações geológicas de idades diferenciadas. As
mais antigas encontram-se em áreas desnudadas, com especial realce nos leitos das
ribeiras. As rochas afaníticas ocupam a maior parte da ilha e as faneríticas pequenas áreas.
Dentro das rochas afaníticas os produtos de origem explosiva têm pouca importância,
caracterizados por derrame na maior parte.
Os filões encontram-se por toda a ilha; todavia, é de realçar a sua presença na formação
mais antiga da ilha (CA).
Em virtude de oscilação do nível do mar encontram-se derrames que se deram debaixo da
água. Caracterizando o aparecimento das diversas formações, pode-se afirmar que os
derrames basálticos foram os primeiros a serem projectados. Em seguida, houve uma fase
de rochas fonolíticas e traquíticas, formando chaminés, domas, necks e filões. A essa fase
seguiu-se uma nova erupção de rochas basálticas. As rochas calcárias que se podem
observar foram depositadas sobre a parte litoral ocupada por rochas basálticas que se
encontravam submersas.
Com posterior levantamento da ilha, houve actividade vulcânica manifestada pela presença
de mantos basálticos que repousam sobre as rochas calcárias e de filões que as cortam.
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As formações sedimentares não constituem elementos essenciais à geologia de Santiago.
Contudo, se têm muita importância, principalmente as marinhas, pelo facto de conterem
fósseis.
Não se observam afloramentos das rochas metamórficas, observando – se ligeiras acções
de metamorfismo de contacto.
3.4.1. Sequência Estratigráfica
A partir dos trabalhos de António Serralheiro, estabeleceu-se a Sequência Estratigráfica da
ilha de Santiago, da Formação mais recente (7) à mais antiga (1).
7- Formações Sedimentares Recentes
Com as duas fácies, em que na marinha se encontra areias da praia (ap) e cascalheiras da
praia (cp), e a terrestre com aluviões, areias, dunas, depósitos de vertente e depósitos de
enxurrada.
6- Formação do Monte das Vacas (MV)
Formado por cones de piroclástos e escoadas lávicas associadas.
5- Formação de Assomada (A)
Possui somente a fácies terrestre com mantos e piroclástos basálticos intercalados.
4 – Complexo Eruptivo de Pico de Antónia (PA)
Apresenta as duas fácies, a terrestre, com piroclástos e escoadas intercaladas; mantos e
alguns níveis de piroclástos Tufo – Brecha (TB); fonólitos, traquitos e rochas afins; série
espessa de mantos e alguns níveis de piroclástos. A marinha, com conglomerados e
calcarenitos fossilíferos, mantos basálticos superiores; conglomerados calcários e
calcarenitos, mantos basálticos inferiores, conglomerados e calcarenitos fossilíferos.
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3- Formação dos Órgãos (CB)
Apresenta as duas fácies, a marinha com conglomerados, calcários e calcarenitos
fossilíferos, e a terrestre, com depósitos de enxurrada, tipo lahar, com mantos intercalados.
2- Formação dos Flamengos (λρ)
Possui apenas uma fácies, a marinha, com mantos, brechas e piroclástos.
1- Complexo Eruptivo Interno Antigo (CA)
Que possui apenas fácies terrestre, constituída por fase lávica, basáltica (filões, chaminés e
mantos); fonólitos traquitos (chaminé e filões) brechas profundas; rochas granulares,
complexo filoniano de natureza basáltica.
3.5. Hidrogeologia
A precipitação é a origem dos recursos hídricos. Toda a água utilizada, com excepção da
água dessalinizada, tem a sua origem nas chuvas. Assim, os recursos hídricos subterrâneos
e superficiais são alimentados pelas precipitações, embora a sua quantidade varia muito de
um ano para outro. Dessas precipitações uma certa percentagem, ao interceptar-se com o
solo e as folhas das árvores, evapora-se.
A outra parte origina o escoamento superficial, atingindo o oceano através das redes
hidrográficas; há infiltração de uma pequena percentagem de água através das fendas e
fracturas, até às rochas armazéns – aquífero principal. A evaporação também acontece ao
longo do percurso, assim como, no oceano.
Hidrogeologicamente, as formações com maior interesse são as mais extensas e espessas
que tem influência no movimento das águas, como é o caso do PA (Complexo Eruptivo
Principal).
A exploração das águas superficiais é pouca devida a fraca existência de dispositivos de
captação e armazenamento (barragens, cisternas, etc.)
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Quanto às águas subterrâneas, a ilha de Santiago possui vários pontos de água (furos,
poços e nascentes), dos quais se fazem exploração contínua, embora muitas vezes sem
controlo adequado.
A formação do Complexo Eruptivo do Pico de Antónia constitui o principal aquífero da
ilha de Santiago.
A Ilha de Santiago apresenta três grandes áreas de drenagem, definidas a partir de linhas
tiradas do Pico de Antónia, como podemos observar na Fig. 2 – mapa de rede hidrográfica
da Ilha de Santiago:
1- Linha que parte de Pico de Antónia para a baía do Medronho passando pela
Quebrada.
2- Linha que parte do Pico de Antónia para a baía de Santa Clara, passando pela
Achada Lagoa.
3- Linha que parte do Pico da Antónia para a Ponta Prinda, através de Pedra Branca e
Ribeirão Chiqueiro.
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Fig. 2. Rede das Unidades Hidrogeológicas da Ilha de Santiago Fonte – Amaral, (1964).
3.5.1. Unidades Hidrogeológicas
Os trabalhos realizados de inventário de pontos de água, perfurações, ensaios de
bombagem, equipamentos, exploração, gestão e controle hidrogeológico e características
das formações geológicas permitiram estabelecer três grandes unidades hidrogeológicas
(As Principais Unidades Hidrogeológicas da ilha de Santiago - Alberto da Mota Gomes e
colaboradores, Março de 2004).
1- Unidade de base
Constituída pelo Complexo Eruptivo Interno Antigo (CA), pela Formação dos Flamengos
(λρ) e pela Formação dos Órgãos (CB). Essas formações são caracterizadas por possuírem
alto grau de alteração, bastante argilosa, por conseguinte, a permeabilidade é relativamente
baixa e, daí, a designação do substrato.
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2- Unidade Intermédia
Constituída pelo Complexo Eruptivo de Pico da Antónia. É formada essencialmente pelos
mantos basálticos subáereos, com intercalação de material piroclástico e mantos basáltico
submarino.
Essa é a formação mais extensa e mais espessa, possuindo um coeficiente de
armazenamento relativamente elevado devido a fracturação, porosidade e permeabilidade
muito superiores às de unidade de base, permitindo a circulação e retenção das águas
constituindo, assim, o aquífero principal da ilha de Santiago. Possui melhor qualidade de
água para as necessidades populacionais.
Essa unidade integra também, Formação Geológica de Assomada.
3-Unidade Recente
Integra a formação de Monte das Vacas que é constituída por cones de piroclástos e, alguns
derrames associados. Trata-se de uma unidade geológica muito permeável e que, por isso,
não permite a retenção de água, que se dirige para o aquífero.
Inclui os aluviões na unidade recente.
Fig. 3. Principais Unidades Hidrogeológicas da Ilha de Santiago Fonte: Gomes et al (2004)
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4. ENQUADRAMENTO DO CONCELHO DE SANTA CRUZ
4.1. Localização Geográfica
O concelho de Santa Cruz fica situado na zona Leste da Ilha de Santiago,
aproximadamente entre os paralelos 15º 05’ e 15º 11’ de latitude Norte e entre os
meridianos 23º 38’ e 23º 30’ de longitude Oeste de Greenwich.
Santa Cruz encontra-se limitada a Norte pelo Concelho de São Miguel, a Oeste pelos
Concelhos de Santa Catarina, São Salvador do Mundo e São Lourenço dos Órgãos, a Sul
pelo Concelho de São Domingos e a Este pelo mar.
A sua população é de 25.184 habitantes, ocupa uma área de 109.8 km2, e a sua freguesia é
São Tiago Maior. A sua sede fica em Vila de Pedra Badejo (centro da Vila).
Em termos de agrupamentos populacionais está repartida em três grandes zonas:
1. Sul – Barril, Porto Madeira.
2. Norte – Pedra Badejo, Salina, Ponta Achada, Rocha Lama, Achada Ponta, Santa
Cruz, Cancelo, Achada Laje, Ribeirão Boi e Achada Belbel.
3. Centro – Renque Purga, Boa Ventura, Saltos Abaixo, Aguada e Serelho.
4.2. Climatologia
Santa Cruz apresenta um tipo de clima semi-árido e árido com precipitação variável,
temperatura média anual da ordem de 25º C. Em termos climáticos é caracterizada por
duas estações bem determinadas:
1. A estação “seca” ou das brisas que vai de Dezembro a Junho, a mais seca e fresca;
durante esta estação predomina a acção dos alísios do nordeste que, de uma
maneira geral, sopram durante todo o ano.
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2. A estação da “chuva” ou das” águas”, que vai de Agosto até Outubro, em que
geralmente se concentram as chuvas irregulares e está intimamente relacionada
com as imigrações da Convergência Inter-tropical (CIT).
Os meses de Julho e Novembro são considerados de transição.
A altitude em relação aos ventos dominantes, alísios do nordeste, associada à orientação
das massas do relevo, ocasiona uma série de microclimas, os climas locais, distribuídos
da seguinte forma:
1. Aridez no litoral.
2. Humidade e vegetação nos pontos mais altos.
3. Precipitações maiores na vertente Oriental.
4. Humidade e vegetação na zona da maior altitude.
4.3. Geomorfologia
A Geomorfologia do Concelho de Santa Cruz caracteriza-se por relevos acidentados por
formas variáveis, entre as quais se destacam:
Rasto, com 723 m de altitude e João Façanha com 464 m de altitude.
Existe uma determinada extensão em direcção Norte – Sudeste. É a partir desta extensão
que nasce a Ribeira Seca, a Ocidente, uma das ribeiras mais importantes da ilha de
Santiago no que concerne aos recursos hídricos e, consequentemente, à agricultura e
pecuária.
Segundo Ilídio do Amaral, Santiago de Cabo Verde – ‘‘A Terra e os Homens’’ – (1964),
na parte litoral do Concelho, a costa apresenta ondulações recortadas ao longo do percurso
Norte / Sul, coberta por uma rede de alguns vales que partem da Serra do Pico de Antónia
e terminam em terras relativamente baixas, nos quais abrem-se em várzeas de fundo plano,
comunicando com o mar através de um curto e estreito corredor.
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4.4. Geologia
Os mantos basálticos subáereos e os mantos basálticos submarinos são as rochas
predominantes no Concelho. Material piroclástico, argila, areias, cascalheiras da praia,
aluviões, também se encontram em quantidades consideráveis (Quadro 2).
4.4.1. Sequência Estratigráfica
A sequência estratigráfica que se observa no Concelho de Santa Cruz, da mais antiga (1) à
mais recente (6), é a que abaixo se descreve:
6- Formação Sedimentares Recentes
Representando as duas fácies. A terrestre, constituída por aluviões, depósitos de vertentes,
depósito de enxurrada, calcários, conglomerado e calcarenitos fossilíferos. A marinha
possui areia da praia, cascalheiras da praia e duna fóssil.
5 - Formação de Monte das Vacas (MV)
Fácies terrestre representado por cones de piroclástos e derrames associados.
4 - Formação do Complexo Eruptivo Principal do Pico de Antónia (P.A.)
Apresenta as duas Fácies, a terrestre, com mantos basálticos subáereos e piroclástos
indiferenciados, basálticos, basanitóides e depósito brechóide, e a fácies marinha com
mantos basálticos submarinos.
3 - Formação dos Órgãos (CB)
Com ambas a fácies. A terrestre com depósito conglomerático brechóide e a marinha, com
conglomerados, calcarenitos e calcarenitos fossilíferos.
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2 - Formação de Flamengos (λρ)
Somente com a fácies marinha; mantos de basaltos, basanitos, ancaratritos brechas e
piroclástos.
1 - Formação do Complexo Eruptivo Interno Antigo (CA)
Fácies terrestre com gabros alcalinos, olivínicos, complexo filoniano de ancaratritos,
limburgitos.
Quadro 2. Estratigrafia do Concelho de Santa Cruz
Formação Fáceis Terrestre Fáceis Marinhas Idade/Era Sedimentos
Recentes
Aluviões, depósito de vertente
Areia da praia Cascalheiras
Holocénico
QuaternáriaCalcários conglomerados
Fossilíferos
Da praia Duna fóssil
Plistocénico
Monte das vacas
Cones de piroclástos, escórias
________ PlistocénicoQuaternária
Complexo Eruptivo de
Pico de Antónia (PA)
Mantos subáereos e indiferenciados;
basálticos, basanitos, basanitóides, depósito
brechóide
Mantos submarinos inferiores
Pliocénico Miocénico
Terciária
Formação dos Órgãos (CB)
Depósito Conglomerático-
brechóide
Conglomerados, calcarenitos fossilíferos
Miocénico
Terciária
Formação dos Flamengos (λ
P)
_________
Mantos de basálticos, basanitos,
ancaratritos e piroclástos
Miocénico
Terciária
Complexo Eruptivo
Interno Antigo (CA)
Gabros alcalinos, Olivínicos, complexo
filoniano de ancaratritos,
limburgitos, etc.
_______
Anti-Miocénico
Terciária
Fonte: Serralheiro, (1976)
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4.5. Hidrogeologia
Como se verifica em toda a Ilha de Santiago, em Santa Cruz a origem das águas
subterrâneas e superficiais é a chuva. Para que a água subterrânea seja aproveitada teve de
se fazer perfurações que é precedida de inventários.
4.5.1. Inventário de Pontos de Água
O inventário de pontos de água baseia-se na obtenção, por meio de inquérito e análise de
dados relacionados com a hidrologia subterrânea da região que se estuda, resultante das
informações recolhidas dos utentes de pontos de água.
Ponto de água é tudo ou qualquer lugar, obra civil ou circunstância que permite um acesso
directo ou indirecto a um determinado aquífero, tais como sondagens, furos, poços,
nascentes, emergências, galerias, lagoas ou lagunas.
Considera-se que o inventário de pontos de água é um processo muito importante que
permite começar a conhecer rapidamente as características hidrológicas de uma zona, pelo
menos nas primeiras etapas do estudo, sem se ter de recorrer a sondagens, em que o estudo
é custoso e moroso.
O inventário de pontos de água deve ser feito por pessoal competente, experiente, dedicado
e responsável no trabalho.
Depois de realizado o inventário de pontos de água podem-se conhecer os seguintes dados:
1. Perfil litológico da perfuração ou a situação geológica da zona;
2. Posição de nível piezométrico;
3. Características químicas da água extraída;
4. Volume da água utilizado por unidade de tempo;
5. Evolução com o tempo dos dados anteriores.
Os pontos de água inventariados são implantados numa carta chamada Carta de Inventário.
O cadastro de ponto de água será feito numa ficha própria.
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A exploração dos dados obtidos com o inventário dos pontos de água fornece a indicação
do valor total de água extraída da zona e, consequentemente, um factor importante do
balanço hídrico do aquífero em questão, pois, constitui na realidade, parte das saídas do
aquífero.
O historial dos caudais, dos níveis piezométricos e características químicas da água
subterrânea são importantíssimos para o conhecimento da evolução do tempo da
exploração do aquífero, podendo ser decisiva no momento da planificação das futuras
actuações humanas sobre os aquíferos.
Normalmente são explorados os seguintes pontos de água: nascentes, poços, galerias e
furos para a satisfação das necessidades da população no seu dia-a-dia.
1. Nascentes – resultam de fissuras, gretas, ou qualquer situação que permite a saída
de água subterrânea à superfície, escoando naturalmente.
2. Poço – perfuração vertical de pequena profundidade (em metros) e diâmetro
relativamente grande (entre 1,5 a 5 metros).
3. Galerias – capitações no sentido Sub-horizontal de comprimento superior à secção.
A escavação tem a forma de um túnel com paredes filtrantes, geralmente com nível
de água livre.
4. Furo – perfuração, de diâmetro relativamente pequeno (20 a 30 cm) e de grandes
profundidades (várias dezenas de metros).
4.5.2. Ensaios de Bombagem
Os ensaios de bombagem são instrumentos principais que se dispõem para o estudo de
comportamento de furos e poços, prevenção de caudais e rebaixamentos resultantes da
exploração e obtenção de valores representativos das características dos aquíferos, com a
finalidade de determinar os parâmetros hidráulicos fundamentais.
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Existem dois tipos de ensaios de bombagem para o estudo das características dos furos e
poços:
4.5.2.1. Ensaios de bombagem ou de interferência
Em que se observam os rebaixamentos produzidos em furos ou piezómetros próximos,
além de observação no próprio furo ou poço submetido a bombagem.
4.5.2.2. Ensaio de rebaixamento ou avaliação do caudal
Em que se medem os níveis de água durante todo o tempo de bombagem, apenas nos furos
ou poços submetidos a bombagem.
Mede-se o nível de água ao longo da bombagem e durante a recuperação. O tempo de
medição do nível de água durante a recuperação deve ser igual ao tempo de medição
durante a bombagem. Pode-se obter, com um ensaio de rebaixamento ou avaliação do
caudal, os seguintes dados:
1. Caudal óptimo ou aconselhável de exploração de furo ou poços;
2. Curva característica do furo ou poço;
3. Características próprias do aquífero ou relacionados com o seu contorno;
4. Presença e situação de limites;
5. Dados para se poder extrapolar, razoavelmente, os rebaixamentos;
6. Eficiência do furo ou do poço;
4.5.3. Equipamento dos Furos
Os furos foram equipados com bombas de eixo vertical da marca Grundfos, do tipo BP,
acoplados por motores de marca lister dos tipos LR, SR e ST accionados por meio de
correias.
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É vantajoso e conveniente a manutenção dessas marcas, visto que, resistiram muito bem e
deram provas concludentes em Cabo Verde.
As bombas e os motores são de tipos variáveis de acordo com as características dos furos
(profundidade, nível estático, nível dinâmico, caudal de exploração) e altura mono métrica
total. Além das bombas do tipo BP, alguns furos foram equipados com bombas
submersíveis também da marca Grundfos, mas do tipo SP.
Os motores lister são refrigerados por meio de ar, de arranque manual por meio de
manivela circular. Deve ser colocado em local arejado onde o ar possa circular
convenientemente.
4.5.4. Rede de Observação e Controlo
A rede de observação e controlo fornece informações contínuas e periódicas necessárias e
indispensáveis para a pesquisa e exploração dos recursos hídricos, desde que seja cumprida
com rigor.
As precipitações constituem fontes naturais da recarga dos aquíferos. Devido a sua
irregularidade nos últimos anos e, simultaneamente, o aumento da exploração, tornou-se
evidente e necessário estabelecer um controle apertado da exploração dos pontos de águas,
com a finalidade de se precaver da possível intrusão salinas, das zonas a jusante dos vales
(casos da Ribeira Seca, Saltos, Picos e Santa Cruz) e do empobrecimento ou, mesmo,
esgotamento das reservas, nas zonas altas.
5. ÁREA DE ESTUDO
5.1. Localização Geográfica da Bacia Hidrográfica da Ribeira Seca
A Bacia Hidrográfica de Ribeira Seca localiza-se no nordeste da ilha de Santiago com uma
área total de 71,5 km2, representa cerca de 7,21% da área total da mesma. Estende-se de
Pico de Antónia, a montante, até a foz de Pedra Badejo a nível do mar.
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No conjunto a bacia apresenta nos extremos das linhas de cumeada as seguintes
coordenadas geográficas:
1. Latitudes:
15º 03´ 45” N;
15º 08´ 15” N.
2. Longitudes:
23º 39´ 45” W;
23º 31´ 06” W.
Fig.4 Representação da Área de Estudos Fonte: INIDA (2006)
A bacia hidrográfica da Ribeira Seca é constituída por três sub-bacias hidrográficas -
Ribeira de Montanha, Ribeira de Mendes Faleiro Cabral e Ribeira Seca (leito principal da
bacia hidrográfica) descriminados no Quadro 3.
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Quadro 3. Áreas das três principais sub-bacias hidrográficas da Ribeira Seca
Sub-bacias hidrográficas
Áreas (km2)
Ribeira de Montanha
12.50
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral
25.50
Ribeira Seca (leito principal)
33.50
Total
71.50
Fonte: Sabino et al (1999)
As sub-bacias hidrográficas da Ribeira Seca são servidas por vários tributários,
destacando-se as Ribeiras de Godim, Mendes Faleiro, São Cristovão, Furna, Pico de
Antónia, Lage, Covada, Longueira, Grande e Santa Helena. As sub-bacias hidrográficas de
Montanha, Mendes Faleiro Cabral e Seca estendem-se respectivamente desde a foz ao
nível do mar (cota zero) até os pontos mais altos de Montainha (691 metros), Réma-Réma
(599 metros) e Pico de Antónia a 1394 metros (Ribeira de Pico de Antónia – montante da
Ribeira Seca, vencendo as distâncias de 9,700 metros, 11,000 metros e 18,200 metros. Os
declives médios são para as três sub-bacias os indicados no Quadro 4.
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Quadro 4. Declives médios das três principais sub-bacias hidrográficas da Ribeira Seca
Sub-bacias hidrográficas
Declive médio (%)
Ribeira de Montanha
13.50
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral
3.79
Ribeira Seca (Leito principal)
7.54
Fonte: Sabino et al (1999)
As três sub-bacias hidrográficas - Ribeira de Montanha, Ribeira Seca (leito principal),
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral, foram consideradas como sub-unidades de um todo,
para permitir uma melhor compreensão das componentes do sistema hidrográfico em
termos de contribuição para a produção de cheias. Embora as três sub-bacias hidrográficas
apresentam características homogéneas em termos das condições de superfície (tipos de
cobertura vegetal), dos grupos hidrológicos do solo, fisiografia e das condições de
drenagem, a Ribeira de Montanha pelas características morfológicas próprias, foi tratada
como uma unidade biofísica sem descurar o seu peso no todo do sistema. As outras duas
sub-bacias hidrográficas foram seccionadas em partes distintas para se poder estimar o
peso da contribuição das pequenas bacias tributárias na ocorrência de águas de escoamento
superficial e por conseguinte, das condições hidrológicas do conjunto das sub-bacias. As
características geométricas da bacia hidrográfica da Ribeira Seca estão ilustradas no
Quadro 5.
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Quadro 5. Características geométricas das sub-bacias hidrográficas de Montanha, Ribeira
de Mendes Faleiro Cabral, Seca e tributários
Sub-bacias hidrográficas
Superfície (km2)
Talvegue ou linha de
água principal (m)
Declive médio
(%)
Ribeira de Montanha
12.50
9,700
13.50
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral/Godim: Ribeira de Godim; Ribeira de Mendes Faleiro (tributário direito a montante); Ribeira de São Cristovão/Volta Romão.
25.50
4.79
4.10 11.65 4.96
11,000
5,000
3,600 6,000 6,000
3.79
7.56
7.56 4.45 4.42
Ribeira Seca: Ribeira de Pico de Antónia; Ribeira Pico de Antónia/Lage; Ribeira da Covada; Ribeira da Longueira; Ribeira Grande; Ribeira de Santa Helena; Ribeira Seca (Restante)
33.50 5.10
18.60 1.65 7.89 6.01 2.14
14.90
18,200 5,000 9,000 4,000 9,700 5,000 4,500
-
7.54 22.74 13.79 15.50 10.00 13.40 8.33
Médias Totais
-71.50
18,200
-132.58 10.20
Fonte: Sabino et al (1999)
5.2. Características fisiográficas
A bacia hidrográfica da Ribeira Seca tem uma superfície aproximada de 71.50 km2
repartidos pelas sub-bacias hidrográficas e tributários. Ela tem a forma rectangular bem
definida. A altitude média é de 290 metros. O declive é caracterizado por variações bruscas
em determinados troços das linhas de água mas em média anda a volta de 8.6 %. As partes
a jusante da bacia hidrográfica da Ribeira Seca, como por exemplo, a sub-bacia
hidrográfica de Santa Helena têm declives mais suaves. O Quadro 6 ilustra as
40
características morfológicas e fisiográficas da bacia hidrográfica da Ribeira Seca e
respectivas sub-bacias.
As altitudes da bacia hidrográfica, como já foi referido, variam desde 0.0 metros ao nível
do mar, na foz da Ribeira Seca, a altitude 1394 metros no ponto mais alto em Pico de
Antónia o que determina diversos tipos de microclimas.
Quadro 6. Características morfológicas e fisiográficas das sub-bacia hidrográficas da
Ribeira Seca e respectivos tributários Sub-bacias hidrográficas
Superfície (km2)
Perímetros (m)
Talvegues (m)
Declive médio (%)
Densidade drenagem, λ
Coeficiente Forma, kf
Índice de Gravelius, kc
Ribeira de Montanha:
12.50 25,000
9,700
13.50
2.78
0.13
1.98
Rª Mendes Faleiro Cabral/FRS*: Ribeira de Godim; Ribeira de Mendes Faleiro (montante); Ribeira de São Cristovão; Ribeira da Furna.
25.50 4.79 4.10 11.65 4.96
21,200 10,000
9,200 13,500 13,000
11,000 5,000 3,600 6,000 6,000
3.79 7.56 7.56 4.45 4.42
2.73 2.04 3.80 2.53 2.62
0.21 0.19 0.32 0.32 0.14
1.17 1.28 1.27 1.11 1.63
Ribeira Seca: Ribeira de Pico de Antónia e Ribeira de Lage; Ribeira da Covada; Ribeira da Longueira; Ribeira Grande; Ribeira de Santa Helena; Ribeira Seca (Restante).
33.50 5.10 18.60 1.65 7.89 6.01 2.14 14.90
39,800 11,000 21,000 8,000 12,500 10,100 8,200 -
18,200 5,000 9,000 4,000 9,700 5,000 4,500 -
7.54 22.74 13.79 15.50 10.00 13.40 8.33 -
6.31 6.07 3.63 7.25 4.65 5.41 6.30 -
0.10 0.20 0.23 0.10 0.08 0.24 0.11 -
1.93 1.36 1.36 1.74 1.25 1.15 1.57 -
Médias Totais
23.83 71.50
86,000 28,667
73,100 8,122
132.58 10.20
56.61 4.31
2.37 0.18
18.88 1.45
FRS = Foz da Ribeira Seca Fonte: Sabino et al (1999)
41
5.3. Características climáticas
A bacia hidrográfica de Ribeira Seca é caracterizada por vários microclimas que vão desde
árido a jusante onde PMA/EVP = 0.25 <1 a semi-árido a sub-húmido nos pontos mais a
montante (Fig.5).
O clima da Ribeira Seca enquadra-se no âmbito do clima geral da ilha de Santiago. Há uma
alternância entre uma longa estação seca, geralmente de oito a nove meses e a
concentração da estação húmida, de Agosto a Outubro.
Os microclimas da bacia variam do árido na parte jusante ao sub-húmido de altitude, no
montante e são determinados, entre outras, pelas acções da temperatura, humidade e
pluviosidade.
Consta-se que, em termos de pluviosidade a melhores parâmetros da Ribeira Seca e os
piores da sub-bacia de Mendes Faleiro Cabral.
A temperatura, a humidade relativa, a pluviosidade e a evapotranspiração variam com a
altitude. Os Quadro 7-10 indicam os valores climáticos médios anuais (temperatura,
humidade relativa, velocidade do vento, insolação, radiação solar e evaporação) calculados
a partir de dados obtidos da Estação Meteorológica de São Jorge para o período de 1987-
1997, assim como os valores médios mensais e anuais de evapotranspiração e precipitação
real e efectiva para as áreas a montante, intermédia e a jusante do sistema hidrográfico
constituído pelas três sub-bacias hidrográficas da Ribeira Seca, Ribeira de Montanha, e
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral. Verifica-se que de uma maneira geral as
evapotranspirações são sempre superiores as precipitações, embora durante o período de
Agosto a Outubro haja uma compensação devido ao aumento de precipitações que não
deixam de continuar a ser inferiores a evapotranspiração na sua globalidade. Os gráficos
dos balanços hídricos ilustrados nas Fig. 7 e 8 caracterizam melhor as condições hidro-
climáticas da bacia hidrográfica, mostrando a variação mensal dos valores médios de
precipitação real e efectiva e da evapotranspiração potencial.
42
Fig. 5 - Clima da bacia hidrográfica Fonte: INIDA (2006)
5.3.1. Precipitação
Como sabemos, a precipitação é a fonte de alimentação dos recursos hídricos subterrâneos
e superficiais. Uma parcela da água da precipitação ao interceptar-se com o solo e as folhas
das árvores evapora-se. A outra parte escoa-se à superfície, designada por escoamento
superficial, atingindo o oceano através das redes hidrográficas e uma pequena quantidade
infiltra-se alimentando desta forma os aquíferos.
De acordo com o balanço hidrológico, do “Esquema Director para a Exploração dos
Recursos Hídricos (1993-2005), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento –
Conselho Nacional de Águas, Instituto Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos, Abril de
1993” mostra que a precipitação se reparte em média da seguinte maneira:
67% - Evapora-se;
20% - Escoa-se, sob a forma de escoamento superficial;
13% - Infiltra, recarga dos aquíferos;
43
As precipitações estão concentradas em poucos dias entre os meses de Julho, Agosto,
Setembro e Outubro.
No período húmido é possível registar cerca de 91.3% das chuvas anuais, com destaque
para o mês de Setembro, considerando o mês húmido por excelência.
A precipitação condiciona fortemente a prática da agricultura não só na bacia hidrográfica
da ribeira seca como em todo o país.
5.3.2. Temperatura
A temperatura é geralmente moderada devido à influência marítima.
Os dados de temperatura, entre 1987-1997, indicam uma média anual de 22º C, sendo o
mês mais frio, Janeiro, com uma média de 16.1º C. Os meses mais quente, Agosto e
Setembro, com uma média de 24.7º C.
5.3.3. Vento
A velocidade do vento é mais moderada na parte alta e intermediária da Ribeira Seca, com
valor médio de 1,3 km/dia, contra 1,6 a jusante da referida Ribeira.
Os tipos de ventos predominantes são: alísio do nordeste, monção do Atlântico do sul e
harmatão. De Julho a Outubro sopram os ventos do SW e de Novembro a Julho
predominam os alísios soprando do quadrante NE, a semelhança do que acontece no país.
5.3.4. Humidade Relativa
A bacia hidrográfica da Ribeira Seca apresenta um valor da humidade relativa elevada,
devido ao efeito do factor altitude que, faz com que a temperatura se baixe, por cada 100m
0,6ºC e a humidade relativa ao contrário aumenta (na troposfera).
44
A humidade relativa é menor de Janeiro a Junho e maior de Agosto a Outubro e decresce
novamente em Novembro e Dezembro.
5.3.5. Radiação Solar e Insolação
Apesar de a nebulosidade ser relativamente elevada, a insolação é também elevada,
principalmente nos meses de Abril, Maio e Junho e menor nos meses de Setembro e
Outubro, a radiação solar é maior igualmente nos meses de Abril a Junho e menor nos
meses de Dezembro a Fevereiro, de acordo com o Quadro 7.
5.3.6. Evaporação e evapotranspiração
A evaporação elevada e uma precipitação demasiada baixa conferem a bacia e, de uma
maneira geral, ao arquipélago, a nota de aridez que apenas nas zonas de maior altitude se
consegue atenuar. De acordo com os dados apresentados no Quadro 7, os valores da
evapotranspiração são maiores de Abril a Junho e diminui de Dezembro a Janeiro.
45
Quadro 7. Valores médios mensais de temperatura, humidade relativa, velocidade do
vento, insolação, radiação solar e de evapotranspiração potencial para as áreas a montante,
intermédia e a jusante da Ribeira Seca – Estação de São Jorge (LN = 15º; Altitude = 350
metros). Período: 1987-1997.
Meses Temperatura (ºC)
Humidade relativa (%)
Velocidade do vento (km/dia)
Insolação (horas)
Radiação solar (mm/dia)
Evapotranspiração potencial (mm/dia)
Janeiro
16.1 69
104
5.5
3.1
3.12
Fevereiro
19.9 67
112
6.7
3.9
4.08
Março
20.0 69
130
7.1
4.6
4.57
Abril
21.4 67
130
8.2
5.2
5.21
Maio
22.5 67
121
8.6
5.4
5.38
Junho
23.7 69
121
8.9
5.5
5.47
Julho
23.9 76
121
5.7
4.6
4.50
Agosto
24.7 80
104
4.8
4.4
4.12
Setembro
24.6 82
78
4.7
4.2
3.82
Outubro
23.8 78
86
6.6
4.3
4.07
Novembro
22.6 73
95
6.0
3.6
3.68
Dezembro
20.9 74
95
5.5
3.1
3.24
Anual
22.0 72
108
6.5
4.3
1559
Fonte: Sabino et al (1999)
46
Quadro 8. Valores médios mensais de precipitação real e efectiva e de evapotranspiração
potencial calculados pelo método do United States Bureau of Reclamation (USBR) para as
áreas a montante da Ribeira Seca - Estação de São Jorge/Curralino (LN = 15º; Altitudes =
350 metros e). Período: 1987-1991.
Meses Precipitação real (mm)
Precipitação efectiva (mm)
Evapotranspiração potencial (mm/dia)
Janeiro
14.0 13.6
3.12
Fevereiro
5.0 5.0
4.08
Março
1.0 1.0
4.57
Abril
0.0 0.0
5.21
Maio
0.0 0.0
5.38
Junho
0.0 0.0
5.47
Julho
20.0 19.2
4.50
Agosto
162.0 109.5
4.12
Setembro
104.0 82.4
3.82
Outubro
55.0 48.9
4.07
Novembro
14.0 13.6
3.68
Dezembro
8.0 7.9
3.24
Anual
383.0 301.1
1559
Fonte: Sabino et al (1999)
47
Quadro 9. Valores médios mensais de precipitação real e efectiva e de evapotranspiração
potencial calculados pelo método do United States Bureau of Reclamation (USBR) para as
áreas intermédias da Ribeira Seca - Estação de São Jorge (LN = 15º; Altitude = 350
metros). Período: 1987-1991.
Meses Precipitação real (mm)
Precipitação efectiva (mm)
Evapotranspiração potencial (mm/dia)
Janeiro
14.0 13.6
3.12
Fevereiro
5.0 5.0
4.08
Março
1.0 1.0
4.57
Abril
0.0 0.0
5.21
Maio
0.0 0.0
5.38
Junho
0.0 0.0
5.47
Julho
20.0 19.2
4.50
Agosto
162.0 109.5
4.12
Setembro
104.0 82.4
3.82
Outubro
55.0 48.9
4.07
Novembro
14.0 13.6
3.68
Dezembro
8.0 7.9
3.24
Anual
383.0 301.1
1559
Fonte: Sabino et al (1999)
48
Quadro 10. Valores médios mensais de precipitação real e efectiva e de evapotranspiração
potencial calculados pelo método do United States Bureau of Reclamation (USBR) para as
áreas a jusante de Mendes Faleiro Cabral, Ribeira Seca e Ribeira de Montanha – Dados
obtidos da Estação de Santa Cruz e Achada Fátima (LN = 15º; Altitude = 15 metros).
Período: 1982-1997.
Meses Precipitação real (mm)
Precipitação efectiva (mm)
Evapotranspiração potencial (mm/dia)
Janeiro
1.1 1.0
3.12
Fevereiro
0.4 0.4
4.08
Março
0.0 0.0
4.57
Abril
0.0 0.0
5.21
Maio
1.1 1.0
5.38
Junho
0.0 0.0
5.47
Julho
2.8 2.8
7.50
Agosto
71.5 61.3
4.12
Setembro
62.5 54.7
3.82
Outubro
30.0 28.2
4.07
Novembro
19.3 18.6
3.68
Dezembro
3.0 3.0
3.24
Anual
191.4 170.7
1559
Fonte: Sabino et al (1999)
49
5.4. Hidrologia e Recursos Hídricos
5.4.1. Hidrologia
Quanto à referência, o escoamento no curso de água da Bacia Hidrográfica da Ribeira Seca
classifica como efémeros, uma vez que só apresentam curso de água, nos anos húmidos e
por outro lado, raramente a escorrência superficial supera um período superior a 30 dias.
Em geral, quando ocorrem grandes precipitações, sobretudo nos finais de Agosto e durante
o mês de Setembro, são registados grandes fluxos de cheias, correspondentes às correntes
de água com grande carga sólida, normalmente procedentes das vertentes. São frequentes
os casos de inundação das áreas cultivadas nas margens das ribeiras provocando em alguns
casos danos significativos.
No caso de persistência das águas, entre os meses de Setembro a Dezembro, as culturas
irrigadas ganham uma certa expansão nas margens das ribeiras.
A convivência com os ciclos de seca durante os vários séculos de vivência na ilha e
sobretudo, a persistência da seca nas últimas décadas permitiu aos camponeses o
desenvolvimento de uma estratégia tradicional de gestão de águas superficiais, como por
exemplo, cisternas familiares e comunitárias, reservatório de água de escorrência, poços
tradicionais, barragem, melhoramento de nascentes e espelhos de captação.
Fig. 6 - Ordem de Linhas de Água Fonte: INIDA (2006)
50
As precipitações máximas diárias geradoras dos caudais de ponta de cheia, obtidas em
função dos períodos de retorno de 20 anos, 50 anos e 100 anos respectivamente obtidas das
estações e postos pluviométricos das três sub-bacias hidrográficas da Ribeira Seca, estão
ilustradas no Quadro 11. Os caudais de escoamento superficial para o conjunto das três
sub-bacias considerando períodos de retorno de 20 anos, 50 anos e 100 anos
respectivamente no Quadro 12.
Quadro 11. Precipitações médias anuais e máximas diárias calculadas em função dos
períodos de retorno, Tr, de 20, 50 e 100 anos (sub-bacias hidrográficas da Ribeira Seca) 1
SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS
Período de retorno, Tr, de 20 anos
Período de retorno, Tr, de 50 anos
Período de retorno, Tr, de 100 anos
PMáxD PMedA
PmáxD
PMedA
PmáxD
PmedA
Ribeira de Montanha 90
400
95
415
100
430
Rª.Mendes Faleiro Cabral/Godim: Ribeira de Godim; Ribeira Mendes Faleiro (montante) Ribª. São Cristovão/Volta Romão.
120 120 138
510 510 467
125 125 148
520 520 476
127.5 127.5 152
530 530 486
Ribeira Seca: Ribeira de Pico de Antónia; Ribeira Pico de Antónia/Lage; Ribeira da Covada; Ribeira da Longueira; Ribeira Grande; Ribeira de Santa Helena.
118 125 115 118 120 110
512 565 1060 565 510 500
129 137 128 137 125 115
529 592 1190 592 520 520
135 143 143 143 127.5 120
541 615 1200 615 530 530
1 As precipitações foram obtidas pela lei de distribuição Normal.
Fonte: Sabino et al (1999)
51
Quadro 12. Caudais de escoamento superficial para o conjunto das três sub-bacias
considerando períodos de retorno de 20 anos, 50 anos e 100 anos respectivamente2
Sub-bacias hidrográficas Período de retorno, Tr, de 20 anos
Período de retorno, Tr, de 50 anos
Período de retorno, Tr, de 100 anos
Ribeira de Montanha 102.21
151.62 109.04
160.05 115.87
168.47
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral
242.74
233.37
257.13
244.84
266.71
252.50
Ribeira Seca (leito principal)
232.64
296.79
254.40
324.55
275.53
351.53
Ribeira Seca (total) 755
878 727
922
967
1021
2 Os caudais de ponta de cheia foram calculados pelo modelo conceptual proposto pelo SCS-USDA e pela Fórmula
Racional respectivamente.
Fonte: Sabino et al (1999)
Com efeito, os escoamentos superficiais são de tal ordem que urge interceptar os
respectivos caudais a montante com obras de correcção torrencial e infra-estruturas
hidráulicas de armazenamento que poderiam contribuir para o aumento do regadio
temporário e para a recarga das nascentes de uma forma significativa. Aliás, a bacia
hidrográfica da Ribeira Seca é do ponto de vista agrícola das mais importantes do país e as
potencialidades são grandes em termos de recursos em solo, água e vegetação em relação a
totalidade das bacias hidrográficas.
Estudo hidrológico da bacia hidrográfica da Ribeira Seca
Fez-se um estudo hidrológico da Bacia Hidrográfica da Ribeira Seca que teve como
objectivo principal fornecimento dos caudais de ponta de cheia das sub-bacias
hidrográficas da Ribeira Seca para o cálculo dos descarregadores de superfície das
pequenas infra-estruturas hidroagrícolas (pequenas barragens de retenção), diques de
correcção do leito de ribeiras ou de espalhamento, canais de diversão e obras de arte para a
evacuação de cheias (túneis, aquedutos, pontes, etc.) a serem executadas no âmbito do
Projecto de Desenvolvimento Hidráulico da Ribeira Seca. Poder-se-ia fazer inúmeros
52
cálculos hidrológicos mas para não fugir ao escopo do trabalho e para não sobrecarregar,
deixaram outros aspectos aprofundados e detalhes para os especialistas que vierem a
utilizar as informações contidas no trabalho para a elaboração de projectos e estudos
específicos bem concretos.
Foram registadas séries de precipitações médias anuais e máximas diárias (séries temporais
de dimensão igual ou superior a 17 anos) obtidas dos postos pluviométricos da Ribeira
Seca (Montanha, Mendes Faleiro Cabral e Seca – leito principal)) e Pico de Antónia (para
a Ribeira Seca, montante) foram utilizados para o processamento estatístico e
probabilístico como também para a determinação das precipitações médias mensais.
Tratando-se de séries muito representativas, para uma melhor interpretação dos dados
traçou-se os histogramas representativos das frequências. O teste de ajustamento de S-K,
Smirnov e Kolmogorov foi utilizado para a escolha do modelo de distribuição, “model of
the best fit”.
Calculou-se neste estudo os valores dos caudais de ponta de cheia para períodos de retorno
de 20 anos, 50 anos e 100 anos. Contudo, para as infra-estruturas de correcção do leito de
ribeiras aconselha-se a utilização dos caudais de ponta com períodos de retorno, Tr = 20
anos e para as pequenas e médias barragens hidroagrícolas localizadas não a montante de
aglomerados populacionais, aconselha-se a utilização de valores de Tr = 50 anos e 100
anos respectivamente. Para a conversão das precipitações máximas diárias em caudais de
ponta de cheia os dois modelos abaixo indicados foram propostos:
1. O modelo proposto pelo SCS-USDA (1974) que se baseia nas condições de
superfície nos grupos hidrológicos do solo e;
2. A fórmula racional para as bacias hidrográficas com características de
superfície agro-climaticamente semelhantes (A <25 km2).
Contudo, para não sobrecarregar este trabalho com preferimos utilizar o modelo conceptual
por ser o mais complexo e perfeito por considerar uma série de parâmetros obtidos da
bacia hidrográfica em estudo. Também, foram estimados os caudais de ponta cheia
53
apresentados no Quadro 11 pela utilização da fórmula racional para os períodos de retorno
considerados e comparados com os do modelo conceptual proposto pelo SCS/USDA.
Análise estatística das precipitações máximas diárias
A interpretação estatística da distribuição das precipitações máximas diárias foi feita pela
aplicação da lei de Gumbel ou de distribuição assimptótica de tipo I e pela lei de
distribuição de Laplace-Gauss.
As Fig. 7 e 8 Ilustram rectas teóricas de ajustamento à lei de distribuição Normal ou de
Laplace-Gauss.
Fig. 7. Ajustamento à lei de distribuição Normal ou de Laplace-Gauss. (Precipitações
máximas diárias e médias anuais da Estação Meteorológica de São Jorge – Ribeira Seca,
Para a determinação do volume de escoamento ou precipitação útil, Q, em milímetros, a
partir das precipitações máximas diárias, Ppt, em milímetros, considerou-se um período de
retorno de 20 anos e 50 anos, que fornecem valores bastantes seguros para infra-estruturas
hidráulicas de engenharia, conservação do solo e água e mesmo para pequenas barragens
hidroagrícolas (50 anos) situadas não a montante de povoações ou comunidades rurais.
O Valor do volume de escoamento é função da máxima retenção potencial, S, e da
abstracção inicial ou perdas iniciais da chuvada antes de se iniciar o processo de
escoamento superficial (I= 0.2S) Quadro 14.
Os valores dos números de escoamento, CN, da bacia hidrográfica foram calculados em
função das condições de superfície e dos grupos hidrológicos do solo, a máxima retenção
potencial, S, e a abstracção inicial, I, estão ilustrados no Quadro 13.
56
Quadro 13. Valores dos números de escoamento (CN) das sub-bacias hidrográficas da
Ribeira Seca calculados em função das condições de superfície e dos grupos hidrológicos
do solo
Sub-bacias hidrográficas
Grupos
hidrológicos do solo
Condições de
superfície
Percentagem
(%)
Nº de
escoamento (CN)
Produtos
(4X5)
CN
ponderado
Max.
retenção potencial
(S) (mm)
Abstracção inicial (I)
(mm)
Ribeira de Montanha:
B
D
C
D
1. Agricultura em terraços e muretes nas encostas e vales corrigidos e c/ árvores dispersas;
2. Zonas dispersas;
3. Aflo.rochoso c/alguma vegetação;
4. Pastagens das encostas urbanizadas.
35
35
30 2
64
94
62 98
2240
3290
1860 196
7756/100= 75.86
16.17
3.23
Ribeira de Mendes Faleiro Cabral: Ribeira de Godim; Ribeira de Mendes Faleiro (montante); Ribeira de São Cristovão.
B
D
C
D
5. Agricultura de sequeiro e regadio em terraços e muretes nas encostas e vales corrigidos, c/ árvores dispersas;
6. Afl .rochoso c/ alguma vegetação;
7. Pastagens das encostas c/ árvores dispersas;
8. Z. urbanizadas.
30
35
25 2
64
94
62 98
1920
3290
1550 196
6956/100= 69.56
22.23
4.45
Ribeira Seca: Ribeira de Pico de Antónia e Ribeira de Lage; Ribeira da Covada; Ribeira da Longueira; Ribeira Grande; Ribeira de Santa Helena; Ribeira Seca (Restante).
B
D
C
D
1. Agricultura de sequeiro e regadio em terraços e muretes nas encostas e vales corrigidos, c/ árvores dispersas;
2. Afl. rochoso c/vegetação;
3. Pastagens das encostas c/árvores dispersas;
4. Zonas arborizadas
5. Z. urbanizadas.
32
30
30 5
3
64
94
62 46 94
2048
2840
1860 230 282
7260/100= 72.60
19.17
3.83
Totais - - 294
996
21802
218.02
57.57
11.51
Médias - - - - 7267
72.67
19.19
3.84
*De acordo com “SCS/USDA (1974) Fonte: Sabino et al (1999)
57
Quadro 14: Valores dos volumes de escoamento, Q, dos caudais de ponta de cheia, Qp,
calculados a partir de parâmetros fisiográficos e hidrológicos da bacia hidrográfica da
Ribeira Seca considerando períodos de retorno, Tr, de 20 anos, 50 anos e 100 anos
Os valores mais elevados de Ppt e Q correspondem as áreas a montante e T20 e T50 aos períodos de retorno de 20 e 50 anos respectivamente. Fonte: Sabino et al (1999)
5.4.2. Recursos Hídricos
De acordo com os estudos realizados no âmbito do programa de desenvolvimento da bacia
hidrográfica da Ribeira Seca, o caudal da quantidade de água de escoamento superficial
que drena no mar durante a época das chuvas varia entre 750 m3/segundo a 100 m/segundo
58
em3 função do período de retorno considerado de 20, 50 ou 100 anos, ou seja cerca de
4.498.627 m3/ano desagua, por escoamento, no mar, enquanto o volume total de produção
de água é de 2.422.830 m3/ano.
Esta água é mal aproveitada a nível da bacia devido a falta de infra-estruturas adequadas
para uma maior mobilização e utilização mais eficaz da mesma. Pelo facto há uma grande
quantidade da água das chuvas resultante do escoamento superficial e que frequentemente,
permanecem no leito das ribeiras durante três a quatro meses perde-se para o mar. Esta
água poderia ser captada e armazenada para ser utilizada na rega de compensação ou para
consumo de animais e/ou da população depois de devidamente tratada. Agora com a
construção da barragem as condições a da bacia melhoraram.
O volume de água de recarga dos aquíferos calculado na base dos estudos de sondagem
geofísica, considerando as taxas de recarga de 15% e 5% para as formações de Pico de
Antónia / Aluviões e dos Órgãos respectivamente (Apolloner e tal, 1998), indica que o
valor médio da capacidade de recarga dos aquíferos é de 2.143.253 m3/ano. Esta
capacidade de recarga pode ser reforçada pela construção de infra-estruturas que
contribuam também para reduzir o escoamento superficial, aumentar a infiltração das
águas de chuvas e proteger o solo contra a erosão e de aumentar a infiltração da água no
solo. Actualmente existem na bacia hidrográfica várias infra-estruturas acima referidas
construídas para o efeito. Entretanto a maior parte dessas infra-estruturas de mobilização
de água pelo facto de terem sido construídas há muito tempo estão em péssimo estado de
conservação e em consequência precisam de manutenção ou mesmo de substituição.
Assim, ou já se encontram amortizadas ou em mau estado de conservação que não
conseguem responder as necessidades e merecendo ser assim adaptada a nova demanda.
5.4.3. Os Solos e a Vegetação
5.4.3.1. Os solos
Sob o ponto de vista pedológico os solos da bacia hidrográfica da Ribeira Seca a
semelhança de toda a ilha de Santiago classificam-se em:
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Vertissolos - que são solos que apresentam as características da rocha mãe (basalto)
particularmente ricas em bases;
Solos pouco evoluídos de transporte ou de erosão sobre aluviões que são caracterizadas por
uma grande heterogeneidade textural e pela ausência de evolução devido aos materiais
provenientes da rocha mãe recente que são constantemente removidas e transportadas pelas
águas das cheias;
Solos pouco evoluídos de transporte ou de erosão sobre coluviões de encostas que são
solos formados sobre materiais diversos resultante da acumulação de resíduos de alteração
mecânica de rochas vizinhas;
Solos isohúmicos - (sierozem de cor cinzenta) que são solos climaciques das zonas áridas
e sub-áridas do arquipélago. Caracterizam-se por uma mineralização rápida da matéria
orgânica profundamente incorporada no perfil.
Solos isohúmicos - (castanhos) que são solos de cor castanhos de estrutura poliédrica bem
individualizada de textura média a fina. Estão bem representadas das zonas húmidas e Sub-
húmidas do arquipélago
Solos fersialíticos - que se caracterizam por uma cor vermelham que traduz o alto teor em
óxido de ferro. Localizam-se nas zonas áridas e semi-áridas e tem pH ligeiramente inferior
a neutralidade.
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Fig.9. Classe dos Solos da Bacia Fonte: INIDA, (2006)
61
5.4.3.2. A Vegetação
A vegetação em toda a bacia hidrográfica da ribeira seca é considerada homogénea. De um estudo agro-ecológico feito da bacia em 1986,
encontrada na obra de Garcia da Horta, temos o seguinte:
Compartimentação douso da terra consoante amorfologia: florestaçãoacima dos 45% dedeclive; culturas desequeiro nas restantesáreas (pequenosregadios em fundo devales)
AIVu.20 Relevo acidentado,de salientesinterflúvios e valesmuito encaixados
250/400 –500/650
30 - 50 Formação dosFlamengos (mantos epiroclástos);formação do PA(mantos subaéreos esubmarinos)
Quadro 20. Salinidade dos furos do Concelho de Santa Cruz no ano 2001
Fonte: Fortes, (2001)
Localidade Pontos de Água Condutividade (mS/cm) Cutelo Coelho FT – 63 1.12 Ribeirão Bilim FT – 373 0.90 Librão FBE – 146 1.00 Paulado FBE – 169 1.19 Macaty FT – 09 1.04 Robão Almaço FT -374 1.44 Jaracunda FT - 12 1.15
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Quadro 21. Quantidade de água explorada em Cutelo Coelho no furo FT – 63 em m3 na bacia hidrográfica de ribeira seca na parte a jusante
ANO MESES TOTAL/ANO(M3)
JAN. FEV. MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ. MÉDIAANUAL