ASSER Associao de Escolas Reunidas. Escola Superior de
Tecnologia e Educao de Rio Claro. Curso de Arquitetura e
Urbanismo
O PALCIO DE CNOSSOS
Teoria e Histria da Arquitetura e do Urbanismo III
DOUGLAS RAMOS. Professores: Marcelo Cachioni e Vladimir
Benicasa.
Rio Claro, abril de 2011.
Sumrio
1.
Introduo...................................................................................
3 2.
Objetivo.......................................................................................
3 3. A ascenso e queda de uma misteriosa civilizao............... 4
3.1 A
descoberta.............................................................................4
3.2 Da origem ao
declnio..............................................................
4 4. O palcio de
Cnossos................................................................6
4.1 Constituio e articulao do
espao................................... 9 4.2 A reconstruo
Imaginativa....................................................10
5.
Concluso...................................................................................
11 6.
Notas...........................................................................................
12 7.
Bibliografia..................................................................................
13 8.
Anexos.........................................................................................
14
1. Introduo
Em um passado remoto, surge na ilha de Creta, uma civilizao
incrvel, e at meados do sculo XX, quase totalmente esquecida. Com
uma cultura extremamente a frente de seu tempo, e com um palcio to
impressionante quanto s famosas construes gregas do perodo clssico
(perodo este que viria mais de mil anos depois da construo do
palcio), esta misteriosa civilizao vem fascinando os especialistas
pela sua incrvel cultura e por seus segredos que ainda esto por ser
revelados. O palcio de Cnossos um dos mais importantes palcios
minoicos de Creta, foi construdo em 1900 a.C. e destrudo por uma
catstrofe em aproximadamente 1700 a.C. Para ser reconstrudo nos
anos seguintes, o palcio passou por algumas destruies parciais em
1650 a.C. , para ser reformado logo em seguida. O palcio chegou a
passar por uma segunda reforma em 1400 a.C., quando foi abandonado
para ser utilizado depois pelos Drios e tempos depois pelos
Romanos. Este palcio sem duvida alguma, um dos palcios mais
estudados e conhecidos de sua poca, pois ele possui caractersticas
(principalmente construtivas e espaciais), que no podem ser
encontradas em nenhuma outra construo de seu perodo. Uma ampla
residncia real, um local de adorao e cerimnias, no centro de uma
civilizao rica e evoluda, este era o palcio de Cnossos.
2. ObjetivoEste trabalho procura mostrar um pouco da civilizao
Minoica, e descrever da maneira mais precisa possvel o incrvel
palcio de Cnossos, uma construo smbolo de toda uma civilizao e que
foi feita para ser bela, resistente, eficiente e talvez at eterna.
(ANEXO-1)
3
3. A ascenso e queda de uma misteriosa civilizao
3.1 A descobertaMencionada pelo lendrio poeta pico da Grcia
Antiga, Homero, a civilizao cretense foi completamente esquecida at
que em meados do sculo XX um arquelogo chamado Arthur Evans (um dos
mais importantes arquelogos de sua poca) acreditou na existncia da
lendria civilizao do rei Minos e passou a dedicar-se a busc-la. Ele
usou as pistas e os contos fornecidos pelas lendas e mitos a
respeito do lendrio rei Minos (conhecido por ser um dos
protagonistas da lenda do labirinto do minotauro) para tentar
encontrar a civilizao que teria pertencido a ele e a seu minotauro.
Em 1900, Arthur Evans descobriu as runas do que ele acreditava ser
um enorme complexo repleto de salas e cmaras, e que hoje chamamos
de palcio de Cnossos, a partir da ele comeou a elaborar a histria e
a cultura da civilizao que ele chamou de minoica, civilizao esta
que ainda hoje permanece envolta em mistrio. Na realidade o que
temos para estudar so as poucas informaes de um enorme
quebra-cabea, portanto as concluses j tiradas sobre a civilizao
minoica podem no passar de mera presuno.
3.2 Da origem ao declnioA civilizao minoica (ANEXO-2) originaria
da ilha de Creta (a maior ilha da Grcia, e uma das treze periferias
deste pas. Est no sul do mar Egeu e a segunda maior ilha do mar
Mediterrneo oriental) e acredita-se que seu surgimento ocorreu
entre 2700 e 2500 a.C. Cnossos considerada a principal cidade da
civilizao minoica. No se sabe exatamente como se deu a origem da
civilizao minoica, porm arquelogos e historiadores afirmam que o
povoamento da ilha de Creta se deu em provavelmente 6000 a.C. pelos
povos do perodo neoltico. As primeiras marcas da ocupao humana da
regio datam de trs sculos aps 6000 a.C. e nesse4
perodo que surge as primeiras peas de cermica e tambm a
arquitetura minoica, que era muito similar a dos egpcios e dos
povos do oriente mdio da mesma poca e de perodos posteriores. O
termo minoico um termo relativamente incerto, pois esta denominao
foi dada pelo arquelogo Arthur Evans, que entusiasmado com sua
descoberta acreditou que seus achados arqueolgicos pertenciam ao
lendrio territrio governado pelo mtico rei Minos. Um grande mistrio
que envolve a civilizao minoica esta relacionado com a maneira como
eles se denominavam, alguns especialistas acreditam que a palavra
egpcia Keftiu e a semtica Kaftor so referentes aos habitantes da
ilha de Creta. A populao que se instalou em Creta basicamente
cultivava trigo e lentilhas e, alm disso, criava bois e cabras, a
atividade agropecuria era beneficiada pelas condies do terreno e a
pesca era favorecida pela posio geogrfica do territrio, que era uma
ilha. Apenas em aproximadamente 3800 a.C. que o cobre tomou o lugar
da pedra na elaborao de utenslios, mudando assim o cotidiano dos
habitantes. Acredita-se que a civilizao minoica s teve inicio por
volta de 2700 a.C. quando os registros em forma de escrita,
passaram a ser usados para formar um exercito e uma unidade
politica. A era de ouro da civilizao minoica ocorreu por volta de
1700 a.C. quando um grande terremoto assolou a ilha , reduzindo os
principais palcios da ilha (Cnossos, Festos, Malia e Kato Zakros) a
escombros. Aps a tragdia os palcios foram reconstrudos e ampliados,
foram elaborados sistemas de esgoto, tmulos maiores e esculturas
mais elaboradas. Esse momento considerado o comeo do perodo
Neo-Palaciano, o qual denota o pice da civilizao minoica. Foi neste
prospero momento que foram construdos navios velozes e resistentes
o suficiente para transpor o mar mediterrneo. Tambm ocorreu uma
expanso comercial atravs da exportao de joias, cermica, azeite e l,
assim como uma expanso territorial e politica com a fundao de
colnias no mar egeu e na Siclia. A decadncia da civilizao minoica
ocorreu no final do perodo neo-palaciano, quando os palcios foram
novamente avariados e quando sua cultura decaiu drasticamente. Mais
tarde outro desastre natural ajudou a decretar o fim da civilizao
que habitava Creta, isso ocorreu devido a uma exploso de um vulco
na ilha de Santorini, que fez com que grandes tsunamis atingissem
os portos da ilha de Creta. Grande parte da estrutura econmica dos
minoicos foi arrasada pela5
catstrofe que ocorreu, e isso ajudou a abrir as portas para os
Drios, uma tribo indo-europeia, a ocuparem a regio. Duas teorias
ajudam a explicar o perodo que se seguiu a chegada dos Drios, uma
diz que os Drios conquistaram os decadentes e enfraquecidos
minoicos, a outra teoria diz que os Drios ocuparam a ilha de Creta
pacificamente, e com o tempo acabaram se assimilando aos minoicos.
Destas teorias, a segunda atualmente considerada a mais coerente,
pois sabe-se que os Drios dificilmente conseguiriam conquistar os
minoicos, pois apesar destes terem passado por uma enorme
catstrofe, eles ainda eram superiores em termos de numero de
pessoas que os Drios. A cultura minoica considerada muito
significativa na regio do mar egeu e gerou um legado que acabaria
por ajudar na concepo dos alicerces das civilizaes gregas que
estavam por vir. A civilizao minoica foi identificada com uma
civilizao que possua uma religio politesta muito bem elaborada, e
tambm era uma civilizao que acreditava que a mulher era um elemento
fundamental na sociedade, a prova disto pode ser encontrada na
religio, que tinha como smbolo a venerao a uma deusa.
4. O palcio de CnossosNo inicio do sculo XX, as ruinas de um
palcio espetacular, foram descobertas na ilha de Creta. Um
arquelogo, chamado de Arthur Evans, uma espcie de Indiana Jones da
Vida Real, foi a Creta em busca de tesouros antigos, Evans
procurava algo muito especifico, sua busca estava focada na ideia
de que a ilha de Creta poderia ser o bero da primeira cultura
europeia, e ainda poderia conter as origens da mitologia grega.
Evans comeou sua busca na antiga cidade de Cnossos, e l acabou
encontrando algo alm de sua imaginao. Logo no inicio da escavao,
Evans desenterrou um magnifico trono de pedra, ncleo de um complexo
palaciano espetacular, com uma rea equivalente a quatro campos de
futebol, e contendo 10 vezes mais quartos que a casa branca, as
escavaes revelaram construes em uma escala monumental. Evans se deu
conta de que havia encontrado algo que ia muito alm de suas
expectativas, e definiu uma civilizao a partir do que
encontrou,
6
dando lhe o nome de civilizao minoica. O nome que Evans
escolheu, origina-se de um personagem da mitologia grega, o rei
Minos. Conta a lenda que Minos vivia sobre um incrvel palcio, sobre
o qual aprisionava um terrvel monstro meio homem, meio touro,
chamado de minotauro. Provavelmente o palcio no tem ligao com o rei
Minos, mas o nome ficou conhecido. Os construtores do palcio de
Cnossos (ANEXO-3) atingiram um nvel de excelncia, que o resto do
mundo s viria a alcanar sculos depois. O palcio est repleto de
artefatos que datam aproximadamente de 3.500 anos atrs, foram
descobertos centenas de vasos decorativos e belas pinturas murais,
a medida que os pesquisadores reuniam os fragmentos desta arte
antiga, surgia uma imagem refinada das pessoas e da vida em uma
civilizao h muito perdida. Todos se interessaram muito, pois isso
ia alm dos limites do estudo de arqueologia clssica, e trazia algo
totalmente novo, que ainda no fora imaginado. As construes so mais
antigas do qualquer outra descoberta no interior da ilha alm de
serem infinitamente mais avanadas. Abaixo da superfcie estava um
dos aspectos mais notveis do palcio, um notvel sistema hidrulico,
para drenar a agua e tambm para abastecer o palcio. Essa avanada
rede hidrulica, foi construda mil anos antes dos encanamentos dos
grandes imprios grego e romano. O palcio usava canos de terracota
ou barro, e eram formados de sees de um metro cada, cujas
extremidades encaixam-se. O sistema levava gua a muitas partes do
palcio. Outro sistema impressionante retirava a agua do palcio, at
o sistema de drenagem e uma vasta rede subterrnea retirava as aguas
servidas do palcio. Um estudo minucioso mostra que havia uma rea
subterrnea do palcio, cujos lados eram feitos de pedra e possuam um
metro de altura. Em chuvas torrenciais, o sistema de drenagem
suportava grandes quantidades de gua. O palcio tinha 1.300 cmodos e
ocupava uma rea total de 17.000 metros quadrados, distribudos em
quatro andares e interligados por quilmetros de corredores, as
construes estavam sculos a frente das que existiam na Grcia
continental. Na Grcia continental, no perodo da construo do palcio,
no havia nada mais complexo do que estruturas com trs ou quatro
quartos trreos e de tijolos de barro, no havia uma arquitetura na
escala que se encontra no palcio de Cnossos. Sua construo exigiu a
movimentao de muita terra, todo o cume de uma colina foi nivelado,
e terraos foram escavados para que o palcio fosse erguido em planos
mltiplos. Os alicerces da muralha do palcio foram feitos de uma
rocha cristalina7
chamada gipso, que era extrada de pedreiras locais e cortada em
grandes blocos com ferramentas feitas de bronze. Os blocos depois
de extrados eram imediatamente trabalhados no local, ou eram
levados por cerca de 800 metros at o palcio. O gipso das paredes do
palcio causava um efeito estonteante sobre qualquer espectador. Com
base em evidncias recentes podemos afirmar que a gigantesca
estrutura do palcio era composta por grandes piares de madeira. A
harmonia com a natureza e com seus semelhantes refletia em uma
simetria que pode ser vista na ordem das construes que compem o
palcio, e no modo como se aproveitavam o fluxo dos elementos
naturais. Os engenheiros do palcio eram mestres na arte do controle
da passagem de ar e luz atravs dos cmodos, eles criaram sistemas
que so considerados avanados ainda hoje embora tenham quase quatro
mil anos. Salas internas foram divididas por um engenhoso sistema
de partio com pilares e cordas (ANEXO-4), fileiras de pilares eram
unidas com folhas de madeira, que podiam ser abertas ou fechadas de
modo independente para bloquear um vento frio, ou o canalizar uma
brisa rumo s reas mais importantes do palcio. No centro do palcio,
havia um ptio que fornecia luz e ar a todas as reas do edifcio. A
leste situava-se a ala real, uma estrutura composta por vrios
andares, em seu centro foi construda uma grande escadaria em
espiral ao redor de varandas com pilastras que de abriam para o ar
livre e criavam um amplo poo de luz e ventilao. Os construtores
minoicos utilizavam os poos de luz (ANEXO-5) contidos no palcio,
para iluminar reas que normalmente seriam escuras. Desta forma
todas as acomodaes recebiam luz natural suficiente para criar um
ambiente iluminado e confortvel, conseguindo deste modo que todos
os cinco pavimentos da ala leste recebessem luz natural. No centro
da escadaria ficava um poo retangular de luz que permitia que a luz
natural penetrasse at o solo e iluminasse todas as salas, que de
outro modo seriam muito sombrias e desprovidas de luz natural. Essa
tecnologia assombrosa e a cultura refinada que a criou,
desenvolveram-se durante sculos no mediterrneo e desapareceram
repentinamente, toda a civilizao minoica foi varrida da terra de
por uma catstrofe sbita e violenta. As primeiras pistas sobre o que
aconteceu, encontram- se no mar ao redor da ilha. O mediterrneo
dividido em duas placas tectnicas uma ocupa o lado norte a outra o
lado sul, quando essas duas placas se colidem, a energia liberada
em forma de terremotos. Infelizmente difcil detectar sinais
arqueolgicos de terremotos, em parte porque a reconstruo comeava
logo8
em seguida. Porem h um caso, no lado sul na chamada casa dos
blocas cados. No perodo do primeiro palcio, aconteceu um grande
terremoto, alguns blocos de pedra foram lanados vrios metros na
direo sul da construo, e ali permanecem at hoje, como evidncia
desse enorme terremoto. Especialistas descobriram que os
construtores do palcio desenvolveram tcnicas construtivas para
erguer estruturas que suportassem a fora destruidora desses enormes
e violentos terremotos. Para manter firmes as enormes e delgadas
paredes do palcio, provvel que primeiro os construtores ancorassem
as paredes. Na fase final da construo do palcio, as paredes de
pedra foram reforadas com uma engenhosa armao de madeira. Essa
combinao de materiais trouxe muita solidez e flexibilidade
estrutura. No palcio de Cnossos, usavam-se traves de madeira para
reforar as delgadas paredes de pedra e ancor-las com paredes mais
encorpados, reforando-as. Se um terremoto atingisse a estrutura do
palcio, esta poderia sair ilesa, pois sua estrutura, que aliava a
flexibilidade da madeira, com a rigidez da pedra, foi projetada
para suportar grandes tremores, algo quase inimaginvel em sua poca,
e que viria a se repetir somente alguns sculos depois. Apesar das
incrveis realizaes de engenharia, nada poderia salvar o palcio de
um cataclismo devastador. Os sismgrafos, que estudaram a histria
geolgica do lugar, acreditam que Creta sofreu uma catstrofe por
volta de 1.500 a.C. Essas novas evidncias mostram que Creta foi
atingida por uma onda gigantesca e mortal quase apagou do mapa o
palcio de Cnossos e a ilha de Creta.
4.1 Constituio e articulao do espaoO acesso principal ao palcio
se da pelo ptio oeste que se realizava atravs de uma rea coberta. O
ptio ocidental era uma rea finamente decorada com uma temtica
taurina, ele se conectava a um corredor chamado de profisses, por
estar decorado com figuras de pessoas com jarros nas mos para fazer
oferendas. Na metade do caminho, o corredor permitia acesso a uma
monumental entrada com etapas denominada de propileu[4] sul, o
corredor prosseguia at desembocar no ptio central. O acesso pelo
sul se dava por uma sala com arcadas, construda com
9
grandes blocos de pedra, mais a frente encontram-se escadas que
se apropriam do desnvel do terreno. Pelo norte o acesso de dava
pela sala dos pilares, hipostilo [3] de grande tamanho, de onde
partia um corredor at o ptio central. Este ptio central de 50 por
28 metros engloba o centro de todo o complexo palaciano, dividido
em dois grandes conjuntos, o oriental e o ocidental. A ala oeste
corresponde zona oficial de armazns, alm disso, esta rea tambm era
ocupada pelos ateliers dos artesos do palcio e por residncias
particulares. Na ala leste encontra-se o salo do trono, este
aposento est equipado com bancos de pedra ao longo das paredes e um
trono alto de espaldar elevado de alabastro. A continuao desta rea
se da por uma escada que dava acesso ao piso superior chamado de
santurio do palcio, com uma rea anexa chamada de deposito de
oferendas. Na parte posterior destas reas oficiais encontram-se
salas estreitas e largas que eram utilizadas como armazns cuja
capacidade mxima era de aproximadamente 250 mil litros. Na ala
leste, as runas esto mais bem conservadas, a parte principal deste
espao se constitui de habitaes residenciais. Desde o ptio central,
a grande escada dava acesso a cinco pisos, entre as habitaes
residenciais destacava-se a chamada sala das colunas e o mgaron [1]
da rainha, cujas paredes achavam-se decoradas com afrescos [2]. Os
aposentos desta rea parecem apartamentos particulares, salas de
recepo, dormitrios, salas de banho e dependncias sanitrias. A parte
norte da ala oriental estava ocupada por uma serie de dependncias
dedicadas a oficinas. Na zona sul se situam outras residncias
senhoriais dispostas em intima ligao com o conjunto. (ANEXO-6a e
6b)
4.2 A reconstruo ImaginativaInfelizmente grande parte do palcio
de Cnossos, hoje se encontra em ruinas, que pouco falam sobre a
civilizao que um dia habitou, tanto o edifcio, quanto a ilha de
Creta. Toda essa falta de informao proveniente das ruinas, somada
com o amadorismo da arqueologia no inicio do sculo XX, mais o
entusiasmo de Sir Arthur Evans, acabou por gerar uma reconstruo
imaginativa muito questionada nos dias atuais, pois os crticos
afirmam que alm de depredar o sitio de Cnossos, Evans e
10
sua equipe ainda criaram algo que basicamente no passava de uma
mera imaginao. Boa parte da reconstruo parcial feita por Evans no
palcio ficou a cargo de artistas formados por pai e filho, ambos
chamados de mile Gillron. Embora estes afirmassem ter baseado suas
recriaes a partir das evidncias arqueolgicas, muitos dos afrescos
mais conhecidos (como os da sala do trono) so criaes inteiramente
prprias dos Gillron. (ANEXO-7a e 7b)
5. ConclusoOs historiadores do perodo renascentista e da era
moderna acreditavam que toda a civilizao ocidental havia tido como
origem os gregos classicistas, e esta viso renascentista/moderna
acabou se tornando quase unnime entre todos os historiadores
ocidentais dos respectivos perodos e de perodos posteriores.
Contudo, hoje sabemos que a civilizao ocidental, no tem suas
origens atreladas a uma nica civilizao, hoje podemos afirmar sem
sombra de dvida, que nossa civilizao, nossa cultura e nossa concepo
sobre ns mesmos e nossa viso ocidentalizada do mundo, teve sua
origem no em uma mais em praticamente todas as civilizaes
pertencentes longnqua era antiga. Porm a marca deixada pelos gregos
em nossa civilizao inegvel e impossvel de ser ignorada. dos gregos
que vem a nossa democracia, a nossa filosofia, o nosso teatro, e
tambm parte dos princpios que regeram nossa arquitetura por sculos.
Mas assim como nossa civilizao, que no surgiu aparentemente do
nada, com os gregos no foi diferente, sua civilizao assim como a
nossa, no passou de um processo evolutivo. A vrios povos creditado
o titulo de influncia ou origem dos gregos, e um destes povos eram
os minoicos. Nos primrdios da era antiga, quando Roma e Grcia no
passavam de sonhos distantes, surge uma civilizao esplndida muito a
frente do seu tempo e que sem duvida alguma deixou um legado que se
atrelou aos alicerces da civilizao grega e consequentemente de
nossa civilizao ocidental. Esta civilizao, que ainda hoje insiste
em esconder grande parte de seu passado, criou realizaes
estonteantes, como uma incrvel religio, uma sociedade civilizada, e
um monumento supremo a nobreza e a arquitetura de sua era. E no
cerne desta
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civilizao que, por motivos ainda no muito conclusivos, surge o
palcio de Cnossos, uma construo tecnologicamente incrvel,
resistente a terremotos, extremamente confortvel, bela e com
caractersticas arquitetnicas similares apenas as construes que
surgiriam sculos depois de seu misterioso e provavelmente trgico
fim.
6. NotasO mgaron (em grego - ) uma construo retangular com as
paredes mais longas se projetando para formar um prtico em frente a
um dos lados menores, onde h uma entrada; pode haver pilares para
sustentao do teto. O mais antigo mgaron conhecido o da fase
pr-cermica B (7000 a.C. /6000 a.C.) de Jeric, na
Srio-Palestina.
Afrescos so pinturas de grande tamanho, efetuadas sobre a
argamassa ainda fresca das paredes. A tcnica chegou provavelmente
Grcia Continental atravs dos minoicos, que a utilizavam desde 1700
a.C. Na Grcia, os afrescos mais antigos datam do fim do sculo XV
a.C.
Hipostilo uma palavra grega cujo significado "teto sustentado
por colunas". Propileu (em grego ) a porta monumental que serve
como a entrada para uma acrpole. A palavra nasceu da unio do
prefixo pro (antes ou em frente de) e o plural do grego pylon ou
pylaion (porto), significando literalmente que se encontram antes
da entrada.
12
7. BibliografiaMaterial de Internet Eureka Histria e Teoria da
Arquitetura e Urbanismo. Antigidade: Creta. Disponvel em: . Acesso
em: 10 mar. 2011.
Projecto educar. Mundo Egeu. Disponvel em: . Acesso em: 10 mar.
2011.
Portugal web. As primeiras cidades e estados. Disponvel em: .
Acesso em: 10 mar. 2011.
Offigueroa. El Palacio de Cnossos. Disponvel em: . Acesso em: 12
mar. 2011
Wiki livros. Civilizaes da Antiguidade/Os minoicos. Disponvel
em: . Acesso em: 11 mar. 2011
Grcia antiga. O palcio de Cnossos. Disponvel em: . Acesso em: 15
mar. 2011
Wikipedia. Civilizao minoica. Disponvel em: . Acesso em: 10 mar.
2011
Livro PROENA, Graa. Histria da arte. 17. ed. So Paulo: tica,
2010. 448 p.
13
8. Anexos
ANEXO-1 Ruinas do palcio de Cnossos
(http://memoriavirtual.net/2004/09/08/heraklion/)
ANEXO-2 A civilizao minoica
(http://www.infoescola.com/civilizacoes-antigas/civilizacao-minoica)14
ANEXO-3 Desenho de como deve ter sido o palcio, na poca em que
estava em funcionamento
(http://greciantiga.org/img/pre/i182.asp?prt=sim)
ANEXO-4 Representao do sistema de partio com pilares e cordas
(http://mtfoliveira.blogspot.com/2004/04/romance-de-cnossos.html)15
ANEXO-5 Poo de luz contido no interior do palcio
(http://www.guiageo-grecia.com/creta.htm)
ANEXO-6a Vista superior das atuais ruinas do palcio de Cnossos
(http://blogdaescolasantaterezinhaaracaju.blogspot.com/2011/02/labirinto-decreta.html)
16
ANEXO-6b Planta do palcio de Cnossos (Arquivo pessoal)17
ANEXO-7a - Parte da reconstruo comandada por sir Arthur Evans do
palcio minoico de Cnossos. Este o Bastio A da Entrada Norte,
conhecido pelo Afresco do Touro
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:KnossosSemune.jpg)
ANEXO-7B - Sala do trono reconstruda pelos Gillron
(http://www.travelpod.com/travel-blog-
ntries/mcmartorelli/1/1279468264/tpod.html)18