UFRRJ INSTITUTO DE AGRONOMIA COORDENAÇÃO DO CURSO DE AGRONOMIA PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE AGRONOMIA Elaborado pelo Colegiado do Curso de Agronomia Sob a Presidência do Coordenador de Curso Prof. Adelson Paulo de Araújo Seropédica Maio de 2019 Projeto Político Pedagógico do Curso de Agronomia 1 – Introdução O século XXI apresenta diversos desafios às ciências agronômicas, principalmente a necessidade de percepção das complexas relações entre o homem, a natureza e os sistemas de produção agropecuários em constante transformação. O rápido desenvolvimento científico e tecnológico dos últimos anos, com aumentos contínuos de produtividade nos principais cultivos agropecuários do Brasil, tem gerado novas demandas aos profissionais das Ciências Agrárias, ampliando as reflexões sobre a adequada formação do profissional de Agronomia. Nesse contexto, é dever da comunidade acadêmica e da sociedade avaliar e aperfeiçoar as grades curriculares dos cursos de graduação, em busca da contínua melhoria da formação do Engenheiro Agrônomo, contemplando reflexões não apenas tecnológicas e econômicas, mas também nos campos sociais e ambientais. A Resolução nº 1, de 2 de fevereiro de 2006, do Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Superior, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia. Essas Diretrizes trouxeram novas orientações para o processo de formação do Engenheiro Agrônomo nas Instituições de Ensino Superior, e definem a necessidade do estabelecimento de um projeto pedagógico do curso de graduação que caracterize a formação profissional considerando as características regionais onde esta inserida a Instituição de Ensino e suas peculiaridades, “considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade ”. Em 2005, o curso de Agronomia da UFRRJ sofreu uma extensa reforma curricular, que buscou uma maior adequação a essas novas Diretrizes Curriculares, assim como atualizar a formação do profissional em novas áreas do conhecimento. Em 2006, foi aprovado o Projeto Político Pedagógico do Curso, que permaneceu desde então sem atualização. Em 2009 e 2010, pequenas alterações foram implementadas na grade curricular do curso de Agronomia. Em 2018, o currículo sofreu uma nova atualização, objeto do presente Projeto Político Pedagógico.
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UFRRJ
INSTITUTO DE AGRONOMIA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE AGRONOMIA
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE AGRONOMIA
Elaborado pelo Colegiado do Curso de Agronomia
Sob a Presidência do Coordenador de Curso Prof. Adelson Paulo de Araújo
Seropédica
Maio de 2019
Projeto Político Pedagógico do Curso de Agronomia
1 – Introdução
O século XXI apresenta diversos desafios às ciências agronômicas, principalmente a
necessidade de percepção das complexas relações entre o homem, a natureza e os sistemas de
produção agropecuários em constante transformação. O rápido desenvolvimento científico e
tecnológico dos últimos anos, com aumentos contínuos de produtividade nos principais cultivos
agropecuários do Brasil, tem gerado novas demandas aos profissionais das Ciências Agrárias,
ampliando as reflexões sobre a adequada formação do profissional de Agronomia. Nesse
contexto, é dever da comunidade acadêmica e da sociedade avaliar e aperfeiçoar as grades
curriculares dos cursos de graduação, em busca da contínua melhoria da formação do
Engenheiro Agrônomo, contemplando reflexões não apenas tecnológicas e econômicas, mas
também nos campos sociais e ambientais.
A Resolução nº 1, de 2 de fevereiro de 2006, do Ministério da Educação, Conselho
Nacional de Educação e da Câmara de Educação Superior, instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Agronômica ou Agronomia. Essas
Diretrizes trouxeram novas orientações para o processo de formação do Engenheiro Agrônomo
nas Instituições de Ensino Superior, e definem a necessidade do estabelecimento de um projeto
pedagógico do curso de graduação que caracterize a formação profissional considerando as
características regionais onde esta inserida a Instituição de Ensino e suas peculiaridades,
“considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão
ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade”.
Em 2005, o curso de Agronomia da UFRRJ sofreu uma extensa reforma curricular, que
buscou uma maior adequação a essas novas Diretrizes Curriculares, assim como atualizar a
formação do profissional em novas áreas do conhecimento. Em 2006, foi aprovado o Projeto
Político Pedagógico do Curso, que permaneceu desde então sem atualização. Em 2009 e 2010,
pequenas alterações foram implementadas na grade curricular do curso de Agronomia. Em 2018,
o currículo sofreu uma nova atualização, objeto do presente Projeto Político Pedagógico.
2 - Histórico do curso de Agronomia
O Curso de Agronomia da UFRRJ é um dos mais tradicionais do país. Tendo completado
seu centenário em 2010, sua história se confunde com a da própria Universidade. Ao longo
dessas décadas formou milhares de profissionais e influenciou a criação de diversas escolas de
Agronomia por todo o Brasil.
A UFRRJ tem suas origens no Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910, assinado por Nilo
Peçanha, Presidente da República, e por Rodolfo Nogueira da Rocha Miranda, Ministro da
Agricultura. Ele estabeleceu as bases fundamentais do ensino agropecuário no Brasil, criando a
Escola Superior de Agronomia e Medicina Veterinária, cujo primeiro diretor foi o engenheiro
agrônomo Gustavo Dutra. A sede foi instalada, em 1911, no palácio do Duque Saxe, onde hoje
está o CEFET, no Maracanã, Rio de Janeiro. Inaugurada oficialmente em 1913, funcionou por
dois anos com seu campo de experimentação e prática agrícola em Deodoro. Fechada sob
alegação de falta de verbas para manutenção, em março de 1916 fundiu-se à Escola Agrícola da
Bahia e à Escola Média Teórico-Prática de Pinheiro, onde hoje estão instalados o Campus de
Pinheiral e o Colégio Agrícola Nilo Peçanha.
Em 1918, a Escola foi transferida para a Alameda São Boaventura, em Niterói, onde
funciona hoje o Horto Botânico e a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro. O seu
novo regulamento foi aprovado em 1920, quando foi criado mais um curso, o de Química
Industrial. Em 1927, a Escola mudou-se para a Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Em março de
1934, as Escolas Nacionais de Agronomia e Nacional de Veterinária tiveram o regulamento
comum aprovado e tornaram-se estabelecimentos-padrão para o ensino agronômico do País. A
Portaria Ministerial de 14 de novembro de 1936 tornou as Escolas independentes, com a
aprovação de seus próprios regimentos. Em 1938, o Decreto Lei nº 982 reverteu a situação, e
enquanto a Escola Nacional de Agronomia passou a integrar o Centro Nacional de Ensino e
Pesquisas Agronômicas (CNEPA), recém-criado, a escola Nacional de Veterinária passou a
subordinar-se diretamente ao Ministro do Estado.
O CNEPA foi reorganizado em 1943, nascendo então a Universidade Rural, abrangendo na
época a Escola Nacional de Agronomia, Escola Nacional de Veterinária, Cursos de
Aperfeiçoamento e Especialização, Cursos de Extensão, Serviço Escolar e Serviço de Desporto.
Com os Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização iniciava-se um programa de treinamento
pós-graduado para as áreas específicas dos currículos de Agronomia e Veterinária. Um ano
depois, o novo regimento do CNEPA, aprovado pelo Decreto Lei nº 16.787, unificou os novos
cursos de aperfeiçoamento, especialização e extensão, além de criar o Conselho Universitário, à
semelhança do hoje existente. A Universidade, além de consolidar os novos cursos e serviços
criados, tomava as providências para, em 1948, transferir seu campus para as margens da Antiga
Rodovia Rio - São Paulo, hoje BR 465.
O ano de 1961 trouxe o Decreto, 50.113, que, mais uma vez, alterou o regimento do
CNEPA, e a Universidade ganhou um novo órgão, a Escola Agrícola, então com denominação
de Escola Agrotécnica Ildefonso Simões Lopes. Em 1963, pelo Decreto 1.984, a Universidade
Rural passou a denominar-se Universidade Federal Rural do Brasil, envolvendo a Escola
Nacional de Agronomia, a Escola Nacional de Veterinária, as escolas de Engenharia Florestal,
Educação Técnica e Educação Familiar, além dos cursos técnicos de nível médio dos Colégios
Técnicos de Economia Doméstica e Agrícola “Ildefonso Simões Lopes”.
A atual denominação - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - veio com a Lei
4.759, de 1965. A UFRRJ, uma autarquia desde 1968, passou a atuar com uma estrutura flexível
e dinâmica para acompanhar a Reforma Universitária que se implantava no país. Com a
aprovação de seu Estatuto, em 1970, a Universidade veio ampliando suas áreas de Ensino,
Pesquisa e Extensão, tendo, em 1972, iniciado o sistema de cursos em regime de créditos.
3 - Retrospecto das últimas reformas curriculares
O currículo de Agronomia da UFRRJ de 1973 tinha uma exigência mínima de 238 créditos
e duração de 4 anos. O currículo estava estruturado em 3 modalidades (Fitotecnia, Engenharia
Agrícola e Tecnologia de Alimentos), de forma que os estudantes tinham um grupo de
disciplinas comuns e algumas disciplinas específicas profissionalizantes para cada modalidade.
Em 1985 houve uma reforma curricular que extinguiu essas modalidades, unificando um
único currículo de graduação, com duração de 5 anos e 252 créditos totais, todos obrigatórios.
Em 1998 foi implantado um novo currículo, inserindo-se 12 créditos em disciplinas optativas,
com 264 créditos totais. Em 2005 foi adotado um novo currículo, com 240 créditos totais, sendo
230 créditos em disciplinas obrigatórias e 10 créditos em disciplinas optativas, e a introdução do
Estágio Supervisionado obrigatório (150 horas). Nesse currículo de 2005, a periodização foi
modificada de modo que as disciplinas ficaram distribuídas em 9 períodos letivos, deixando-se o
último período letivo com o Estágio Supervisionado.
Conforme as Normas do Estágio Supervisionado do Curso de Agronomia, aprovadas em
2011, o relatório final de estágio deveria ser defendido pelo aluno perante uma Banca
Examinadora composta pelo Professor Orientador, e por outros dois membros.
Na grade curricular implantada em 2008, foram incluídas as Atividades Acadêmicas
Complementares (200 horas), seguindo determinação adotada para todos os cursos de graduação
da UFRRJ. Na grade curricular implantada em 2010, foi incluído o Trabalho de Conclusão do
Curso (120 horas).
Quadro 1 – Número de créditos das grades curriculares do curso de graduação em Agronomia da
UFRRJ
1973 (1)
1985 1998 2005 2008 2010
Créditos obrigatórios 230 252 252 230 230 230
Créditos optativos 8 - 12 10 10 10
Créditos totais 238 252 264 240 240 240
Atividades Acadêmicas Estágio Estágio
AAC
Estágio(2)
AAC
TCC
Duração do curso 4 anos 5 anos 5 anos 5 anos 5 anos 5 anos (1)
Modalidades de Fitotecnia, Engenharia Agrícola e Tecnologia de Alimentos. (2)
Estágio Supervisionado (150 h), Atividades Acadêmicas Complementares (200 h), Trabalho
de Conclusão de Curso (120 h).
4 - Justificativa para a atual reforma curricular
A formação acadêmica do Engenheiro Agrônomo tem que ser continuamente avaliada e
reformulada, buscando adaptá-la às novas demandas da sociedade, e inserindo novos conceitos
técnicos e científicos em constante evolução. A revolução tecnológica e o processo de
reorganização do mercado de trabalho demandam uma contínua revisão e atualização dos
currículos. O campo de atuação profissional do Engenheiro Agrônomo vem ampliando-se nas
últimas décadas, ao mesmo tempo em que se acirra a competição no mercado de trabalho com
profissionais de outra formação. Concomitantemente, vem sendo discutida uma reformulação
das atribuições profissionais dentro do Sistema CONFEA-CREAs. Esse novo profissional de
Agronomia, capaz de se integrar no contexto atual, deve ser capaz de interpretar a realidade,
buscando a resolução de problemas relativamente complexos, e principalmente aprender a
aprender, condição indispensável para poder acompanhar as mudanças e avanços da sociedade
moderna.
O Coordenador do Curso de Agronomia, Professor Adelson Paulo de Araújo, elaborou um
documento “Subsídios para o debate sobre a reforma do currículo de agronomia da UFRRJ”, que
foi distribuído em agosto de 2017 aos docentes e discentes representantes do Colegiado de
Curso, além de outros docentes e discentes. Esse documento serviu de base para as discussões
efetuadas juntos aos estudantes e ao Colegiado de Curso que culminaram com a aprovação da
nova grade curricular de 2018.
O Coordenador do Curso identificou cadeias extensas de pré-requisitos, que dificultam a
progressão dos alunos no curso e atrasam sua conclusão, e que demandam uma simplificação.
Havia ainda um excesso de disciplinas optativas, que dificultam o acompanhamento acadêmico
do curso. Além disso, o Coordenador considerou adequado eliminar a obrigatoriedade de defesa
do Estágio Supervisionado em Banca Examinadora, mudança que implicaria na aprovação de
novas normas para o Estágio Supervisionado.
O Coordenador do Curso efetuou uma análise, com base nas informações no Sistema
Acadêmico, dos dados dos estudantes que concluíram o curso entre 2008 e 2016, em um total de
795 estudantes (média de 44 graduados por semestre). O aproveitamento de créditos foi
convertido em períodos cursados, considerando 27 créditos como 1 período. Períodos de
trancamento ou mobilidade internacional não foram contados. Foi considerada como origem o
Estado onde o estudante cursou o segundo grau. A análise desses dados revelou que a média foi
de 11,8 períodos efetivamente cursados para conclusão do curso, com mínimo de 8 períodos e
máximo de 22 períodos; a mediana foi de 11 períodos. Foram 476 graduados homens e 319
mulheres, respectivamente 60% e 40% do total, com média de 11,8 períodos para conclusão de
homens e mulheres. Dos graduados, 39% concluíram o curso em até 10 períodos, 56% em até 11
períodos, 69% em até 12 períodos, e 7% com mais de 16 períodos. No momento da conclusão do
curso, a média de idade era de 26,5 anos, para homens e mulheres, com idade mínima de 21,6
anos e máxima de 52,9 anos. A média de permanência do estudante na Universidade,
computando-se o tempo cronológico entre o mês de ingresso no curso e o mês de conclusão, foi
de 5,8 anos, tanto para homens quanto para mulheres, com mínimo de 1,4 anos e máximo de
11,4 anos.
Quanto à origem, 53% dos graduados tinham origem no Estado do Rio de Janeiro (23% na
cidade do Rio, 15% no interior do Estado, e 15% na Região Metropolitana, que inclui Baixada
Fluminense, Niterói e São Gonçalo), e 47% nos demais Estados, destacando-se 21% em Minas
Gerais. Os graduados com origem no Estado do Rio tiveram média de 12,4 períodos para
conclusão do curso, contra 11,3 períodos para aqueles com origem nos demais Estados, com a
maior média da Região Metropolitana (12,6 períodos).
Foi também efetuada uma análise dos estudantes desligados do curso, considerando apenas
os estudantes ingressos pelo Vestibular ou ENEM, entre os anos de 2009 e 2014. Excluíram-se
os 23 estudantes que fizeram um novo ENEM para Agronomia, e cancelaram matrícula anterior.
Houve um total de 365 alunos desligados, o que corresponde a 41% dos ingressantes pelo ENEM
neste período. Destes alunos desligados, 36% não foram aprovados em nenhum crédito, 45% em
até 4 créditos, 48% em até 8 créditos, e 29% em mais de 28 créditos; 52% destes alunos
desligados cursaram apenas 1 período, e 62% até 2 períodos.
5 - Metodologia de trabalho
Foram conduzidos uma série de reuniões e debates com discentes e docentes com vistas à
discussão de uma nova grade curricular de Agronomia. Foi efetuado um debate com os
estudantes em 6 de abril de 2016, e outro debate em 25 de maio de 2017. Foram realizadas
reuniões no Colegiado de Curso de Agronomia, nos dias 29 de abril de 2016, 10 de junho de
2016, 10 de abril de 2017, 1º de setembro de 2017, e 22 de setembro de 2017, para discutir os
vários aspectos da reforma curricular e aprovar as modificações necessárias. O documento
elaborado pelo Coordenador do Curso de Agronomia, Professor Adelson Paulo de Araújo,
“Subsídios para o debate sobre a reforma do currículo de Agronomia da UFRRJ”, serviu de base
para as discussões.
O Coordenador do Curso de Agronomia não vislumbrava na ocasião a perspectiva de uma
ampla reformulação da grade curricular, por dois motivos principais: as atribuições profissionais
do Agrônomo e as Diretrizes Curriculares elencam uma série de atividades que não devem ser
excluídas do currículo, e a tradição de oferecimento de disciplinas ao curso pelos vários
Departamentos da UFRRJ. Além disso, o Coordenador considerava que a carga horária atual do
curso está adequada, e não necessita de grandes cortes ou ampliações. Assim, a atual reforma
curricular foi restrita a alguns aspectos que prejudicavam o fluxo acadêmico dos estudantes do
curso, e que não implicavam em uma mudança nas disciplinas existentes na UFRRJ.
A grade curricular de Agronomia de 2018 incorpora basicamente as seguintes
modificações, em relação à grade anterior de 2010:
1 - Simplificação de alguns pré-requisitos nas cadeias Matemática - Física - Engenharia, e
Química - Bioquímica - Culturas Vegetais;
2 - Eliminação de co-requisitos;
3 - Mudança de semestralização das disciplinas de Estatística e Genética, que implicou na
modificação da semestralização das disciplinas de Sociologia e de Microbiologia;
4 - Reformulação da grade de disciplinas optativas, com redução de 98 para 54 disciplinas;
5 - Elaboração de novas Normas de Estágio Supervisionado, com a eliminação da Banca
Examinadora para defesa do relatório de Estágio Supervisionado.
6 – Objetivos do curso de Agronomia
Conforme as Diretrizes Curriculares, o curso de graduação em Agronomia da UFRRJ
deverá estabelecer ações pedagógicas com base no desenvolvimento de condutas e de atitudes
com responsabilidade técnica e social, tendo como princípios:
- o respeito à fauna e à flora;
- a conservação e recuperação da qualidade do solo, do ar e da água;
- o uso tecnológico racional, integrado e sustentável do ambiente;
- o emprego de raciocínio reflexivo, crítico e criativo; e
- o atendimento às expectativas humanas e sociais no exercício das atividades profissionais.
O Projeto Pedagógico do curso, observando tanto o aspecto do progresso social quanto da
competência científica e tecnológica, permitirá ao profissional a atuação crítica e criativa na
identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos,
sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da
sociedade.
O curso de Agronomia deve assegurar a formação de agrônomos aptos a compreender e
traduzir as necessidades de indivíduos, grupos sociais e comunidade, com relação aos problemas
tecnológicos, socioeconômicos, gerenciais e organizativos, bem como a utilizar racionalmente os
recursos disponíveis, além de conservar o equilíbrio do ambiente. Para tanto, deve promover
uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar, superando a fragmentação entre os saberes e
construindo saberes voltados para os valores e relações humanas.
7 - Perfil profissional
Deve ser mantido o caráter eclético da formação profissional, compreendendo-se o
agrônomo como o responsável pela gestão das atividades econômicas e sociais do meio rural e
urbano. Este caráter eclético facilita inclusive a inserção do egresso no mercado de trabalho. O
profissional precisa ter formação ampla, flexibilizando sua versatilidade. Além disto, a
agricultura nacional é muito diversificada, com vários níveis de adoção de tecnologia, tornando
difícil, por vezes, a inserção de um profissional muito especializado.
O acúmulo de conhecimentos tecnológicos muitas vezes não é determinante no
desempenho profissional. Questões como gerência, trabalho em equipe e liderança podem tornar-
se mais relevantes para o sucesso profissional. O fundamental é a capacidade do profissional de
processar informações e atualizar-se, pois a realidade transforma-se muito rapidamente. Sendo
assim, o currículo não pode voltar-se apenas para o mercado de trabalho, pois rapidamente
poderá se tornar obsoleto.
A formação do profissional do egresso da UFRRJ tem se mostrado adequada para sua
atuação no mercado de trabalho. Entretanto, há uma certa divergência de concepções, sobre se a
Agronomia da UFRRJ deve manter seu caráter de curso nacional, ou se deve voltar-se um pouco
mais para as peculiaridades do Estado do Rio. Contudo, as raízes históricas da UFRRJ, assim
como o relativamente elevado percentual de concluintes do curso oriundos de outros Estados da
federação, apontam para a necessidade de uma formação ampla e diversificada, mas que esteja
inserida na realidade econômica e social do Estado do Rio de Janeiro.
A UFRRJ deve formar um profissional de caráter eclético, com sólida formação teórica nas
diferentes áreas de conhecimento da profissão. Deve-se dar maior ênfase a um perfil voltado para
agricultura sustentável e meio ambiente. Para tanto, deve-se fortalecer os conceitos sobre
agroecologia e desenvolvimento sustentável, ressaltando a grande tradição do km 47 na
agricultura orgânica.
Conforme as Diretrizes Curriculares, o curso de Agronomia deve possibilitar a formação
profissional que detenha as seguintes competências e habilidades:
a) projetar, coordenar, analisar, fiscalizar, assessorar, supervisionar e especificar técnica e
economicamente projetos agroindustriais e do agronegócio, aplicando padrões, medidas e
controle de qualidade;
b) realizar vistorias, perícias, avaliações, arbitramentos, laudos e pareceres técnicos, com
condutas, atitudes e responsabilidade técnica e social, respeitando a fauna e a flora e
promovendo a conservação e/ou recuperação da qualidade do solo, do ar e da água, com uso
de tecnologias integradas e sustentáveis do ambiente;
c) atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário interagindo e influenciando
nos processos decisórios de agentes e instituições, na gestão de políticas setoriais;
d) produzir, conservar e comercializar alimentos, fibras e outros produtos agropecuários;
e) participar e atuar em todos os segmentos das cadeias produtivas do agronegócio;
f) exercer atividades de docência, pesquisa e extensão no ensino técnico profissional, ensino
superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão;
g) enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mundo, do trabalho,
adaptando-se às situações novas e emergentes.
O Engenheiro Agrônomo dispõe dos seguintes campos de atuação profissional:
- Profissional autônomo, inclusive de consultoria;
- Fazendas e propriedades rurais;
- Órgãos públicos ligados à agropecuária;
- Ministério e Secretarias da Agricultura;
- Institutos de Pesquisas Agropecuárias;
- Indústrias de fertilizantes, de inseticidas e de insumos agrícolas;
- Indústrias de produtos de origem animal e vegetal;
- Comércio de produtos agrícolas;
- Bancos de crédito agrícola;
- Instituições de ensino médio e superior.
8 - Informações gerais do curso
8.1 - Coordenação didática
Colegiado do Curso de Agronomia
Coordenador do Curso de Agronomia
8.2 – Legislação
Criação: Decreto nº 8.319/10-PR/MA, de 20 de outubro de 1910
Reconhecimento: Decreto n° 2.3857/34-PR, de 8 de fevereiro de 1934
Renovação e Reconhecimento do Curso - Portaria nº 133, de 1º de março de 2018, do
Ministério da Educação - Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior.
Avaliação – Nota 4 no INEP em 2016.
8.3 - Estrutura acadêmica
Localização: Campus de Seropédica da UFRRJ
Modalidade: Bacharelado
Vagas: 150 anuais, 75 vagas por período letivo
Sistema de Créditos (1 crédito equivalendo a 15 horas de aula semanais)
Regime Semestral
Turno integral diurno
8.4 - Admissão de estudantes
Concurso ENEM e seleção pelo SISU
Reopção de curso
Transferência interna ou externa
Reingresso interno ou externo
8.5 - Integralização
Disciplinas obrigatórias: 230 créditos
Disciplinas optativas: 10 créditos
Total de créditos: 240 créditos
Carga horária total de créditos: 3.750 horas
Estágio Supervisionado: 150 horas
Trabalho de Conclusão de Curso: 120 horas
Atividades Acadêmicas Complementares: 200 horas
Carga horária total: 4.070 horas
Duração: Mínima 4,5 anos, Máxima 8 anos, Recomendada 5 anos
9 - Grade curricular
O currículo de Agronomia da UFRRJ tem um total de 66 disciplinas obrigatórias,
correspondentes a 230 créditos, além da obrigatoriedade de cursar 10 créditos em disciplinas