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o mahabharata 06 bhishma parva em português

Oct 29, 2015

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Rômulo Maia
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  • O MAHABHARATAde

    Krishna-Dwaipayana Vyasa

    LIVRO 6

    BHISHMA PARVA

    Traduzido para a Prosa Inglesa do Texto Snscrito Original

    por

    Kisari Mohan Ganguli

    [1883-1896]

    AVISO DE ATRIBUIOEscaneado em sacred-texts.com, 2004. Verificado por John Bruno Hare,

    Outubro 2004. Este texto de domnio pblico. Estes arquivos podem ser usados para qualquer propsito no comercial, desde que este aviso de atribuio seja

    mantido intacto.

    Traduzido para o Portugus por Eleonora Meier.

    1

  • Captulo Contedo Pgina1 Exrcitos em formao. Regras de batalha. 62 Dhritarashtra recusa viso da batalha, ento Vyasa d a Sanjaya viso

    celeste. Vyasa descreve maus pressgios. 73 Vyasa discursa sobre batalha, pressgios, Tempo. 94 Sanjaya fala sobre tipos de criaturas (7 selvagens, 7 domsticas, etc.).

    Porque a Terra to vital. 145 5 elementos bsicos. Ilha chamada Sudarsana (mente). 156 Descrio da ilha (lugares na regio Indra). 167 Descrio das reas Kuru do Norte e do Leste. 198 Descrio termina com Ele. Dhritarashtra se rende roda do Tempo. 209 Nomes de rios, provncias, reinos. 2110 4 Yugas. 2411 Regies mais distantes (provavelmente sia). 2512 Sumrio da construo do Universo concluda. Incitado a pacificar

    Duryodhana. 27(Bhagavat-Gita Parva segue)

    13 Sanjaya relata que Bhishma foi morto por Sikhandin. 2914 Dhritarashtra lamenta muito e pergunta a Sanjaya como aconteceu. 3015 Sanjaya comea: Duryodhana cuida da proteo de Bhishma. 3416 Tropas se levantam ao nascer do sol preparadas para a batalha. 3517 Aparncia das tropas. S Karna no lutando. Caminho aberto para o cu do

    Kshatriya. 3618 Barulho se ergue. 3819 Tropas Pandavas em formao. Tomam posies. Distrbios no cu e na

    terra. 3920 Parthas encaram leste, os de Dhritarashtra o oeste. 4121 Yudhishthira preocupado sobre maior fora de Bhishma. Arjuna diz que a

    justia vencer. 4222 Bhishma observa tropas Pandava. 4323 Arjuna recita hino a Durga e obtm bno da vitria. 4424 Dhritarashtra pergunta quem desferiu o primeiro golpe. 46

    (Comeo do Bhagavad-Gita Captulo I)25 O Desnimo de Arjuna. 4726 Sankhya Yoga A Filosofia do Discernimento. 4927 Karma Yoga O Caminho da Ao. 5328 Jnana Yoga O Caminho da Sabedoria. 5529 Samnyasa Yoga Renncia Ao. 5730 Dhyana Yoga Autocontrole. 5931 Vijnana Yoga Conhecimento e Experincia. 6232 Abhyasa Yoga A Vida Eterna. 6333 Sabedoria e Segredo Soberanos. 6534 Manifestaes Divinas. 6735 A Forma Universal. 6936 Bhakti Yoga O Caminho do Amor. 72

    2

  • 37 Matria e Esprito. 7338 Os Trs Gunas. 7539 O Esprito Supremo. 7640 Espiritualidade e Materialismo. 7741 Os Trs Tipos de F. 7942 Concluso O Esprito da Renncia. 8043 Yudhishthira presta tributo a Bhishma, Drona, Kripa, Salya. Yuyutsu se junta

    aos Pandavas. 84(** Nmeros em negrito indicam os dias da batalha **)

    44 (1) Batalha comea em meio a barulho terrvel. 9045 Principais reis enfrentam uns aos outros. 9146 Infantaria em combate. 9547 Alguma luta entre filho de Arjuna e Bhishma. 9748 Depois de batalha violenta, Bhishma mata Sweta. 10049 Sankha e Arjuna lutam com Bhishma. Bhishma causa devastao. Noite. 10550 Yudhishthira fala a Krishna sobre derrota. Novo dia. Arjuna organiza as tropas

    como uma grande ave. 10751 (2) Tropas prontas para a batalha. 11052 Bhishma e Arjuna lutam igualmente equiparados. 11153 Drona e Dhrishtadyumna lutam. 11454 Bhima enfrenta exrcito dos Kalingas. Luta brevemente com Bhishma. 11655 Tarde. Arjuna salva seu filho cercado por Drona, Kripa, etc. Noite. 12156 (3) Dia seguinte luta comea. 12357 Pandavas causam carnificina entre Kauravas. 12458 Pandavas desbaratando exrcito com Duryodhana, Kripa, Drona, Bhishma. 12659 Arjuna vai lutar com Bhishma. Hesita. Krishna pula do carro e avana em

    direo a Bhishma. Arjuna o trs de volta. Noite. 12760 (4) Dia seguinte batalha comea. 13561 Arjuna e filho em batalha. Prncipe de Panchala mata filho de Samyamani. 13762 Bhima luta com maa, auxiliado por Abhimanyu. 13863 Bhima destri diviso de elefantes e detm avano do exrcito inteiro. 14164 Bhima mata vrios filhos de Dhritarashtra. Enquanto desmaiado em batalha,

    Ghatotkacha ataca com energia. Bhishma ordena retirada pelo dia. Pandavas vitoriosos novamente. 143

    65 Dhritarashtra pergunta a Sanjaya porque os Pandavas vencem. Em resposta, Sanjaya narra resposta de Bhishma para Duryodhana. Brahman louva o Ser Divino pede para Krishna nascer para matar Asuras. 146

    66 Brahman fala do plano para matar Daityas e Rakshasas nascidos entre os homens. Bhishma fala a Duryodhana, e porque lutar com Krishna intil. 150

    67 Duryodhana pergunta quem Krishna . 15268 Bhishma novamente aconselha paz. Retira-se para a noite. 15369 5) Batalha. Bhishma evita Sikhandin. 15470 Bhima e Bhishma lutam. 15571 Batalha. 15772 Luta dos heris uns contra os outros. Morte do quadrigrio de Satyaki causa

    3

  • medo nos Pandavas. 15973 Arjuna v Aswatthaman. Bhima v Duryodhana. Abhimanyu v Lakshmana, que

    levado embora. 16074 Dez filhos de Satyaki mortos por Bhurisravas. Noite. 16275 (6) Novo dia. Pandavas lutam em formao Makara (um animal aqutico

    lendrio parecido com um jacar).164

    76 Dhritarashtra explica grandes preparaes do exrcito. 16677 Sanjaya critica Dhritarashtra por causar a batalha. Bhima e Dhrishtadyumna

    causam massacre. Drona aparece. 16778 Bhima v Duryodhana. 17079 Batalha tarde. 17180 Batalha violenta ao pr do sol. Dushkama morto. 17281 (7) Bhishma lidera exrcito, animando Duryodhana, dia seguinte de batalha.

    17582 Batalha. Heri v heri. Arjuna confunde inimigos com Aindra. 17683 Drona mata Sankha. Sikhandin luta com Aswatthaman. 17884 Iravat luta com dois prncipes Avanti. Ghatotkatcha foge de Bhagadatta.

    Sahadeva fere e expulsa Bhagadatta do campo. 18185 Yudhishthira pe Srutayush para fugir. Chekitan v Kripa. Abhimanyu se

    abstm de lutar com irmos de Duryodhana. 18486 Yudhishthira impede Sikhandin de fugir. Bhima ataca Chitrasena a p. 18687 Bhishma enfrenta Yudhishthira - evita Sikhandin. Noite. 18988 (8) Dia seguinte na batalha. 19189 Bhima mata vrios dos filhos de Dhritarashtra. 19390 Meio dia, batalha violenta. 19591 Iravat, filho de Arjuna com filha do rei Naga luta heroicamente matando

    grandes guerreiros (filhos de Suvala) at que ele morto pelo Rakshasa Alamvusha. 197

    92 Ghatotkacha ataca Duryodhana. 20193 Duryodhana sob presso. 20294 Ghatotkacha ajudado. Batalha feroz. Kauravas retrocedem lentamente. 20495 Ghatotkacha destroa exrcito perto do pr do sol com uma iluso. 20696 Bhagadatta luta com Pandavas. 20897 Arjuna tem notcia da morte de Iravat. Batalha at o pr do sol. 21298 Karna afirma que se Bhishma se retirar da batalha em sem dvida matar os

    Pandavas. Duryodhana vai at Bhishma. 21699 Bhishma jura matar os Somakas. Prepara-se para grande batalha. 217100 (9) Pressgios quando ambos os lados vo para a batalha. 220101 Abhimanyu luta com Rakshasa Alamvusha. 221102 Abhimanyu derrota Rakshasa. Drona e Arjuna combatem. 224103 Arjuna luta com Drona usando armas celestes. Bhima destri uma tropa de

    elefantes. 226104 Bhishma luta com Dhrishtadyumna e Sikhandin. 228105 Batalha violenta com todos os heris. Drupada foge de Drona. 230106 Salya, enviado para proteger Bhishma, detido por Yudhishthira. Tarde. 232

    4

  • 107 Krishna diz para Arjuna lutar com Bhishma que est destruindo Pandavas. Arjuna luta brandamente e Krishna corre at Bhishma. Arjuna o detm. 233

    108 Noite. Pandavas se aconselham com Bhishma a respeito de como eles podem mat-lo! Ele aconselha Arjuna e Sikhandin. Arjuna aflito por seu dever de matar o Av. 237

    109 (10) Bhishma faz formao de batalha de Asuras ou Rakshasas. Arjuna e Sikhandin procedem contra Bhishma. 242

    110 Bhishma jura ser morto ou matar os Pandavas. 245111 Todos avanam em direo a Bhishma. Arjuna faz Dussasana se retirar. 246112 Batalha feroz em volta de Bhishma. Pandavas se aproximando lentamente. 248113 Drona nota pressgios. Manda seu filho para a batalha. 251114 Bhima lutando com heri dos Kauravas. Arjuna se move em direo a

    Bhishma. 253115 Arjuna lutando com Susarman e outros. 255116 Bhishma abandona o desejo de viver. 257117 Ambos os lados lutando - por Arjuna ou Bhishma. 259118 Dussasana luta corajosamente por Bhishma. Arjuna finalmente segue

    atacando reis (Kripa, Salya, Vikarna, Dussasana, Vivingsati). Volta-se para Bhishma. 262

    119 Bhishma mata Satanika (irmo de Virata). Bhishma atingido repetidamente.265

    120 Por escolha de Bhishma (devido bno) ele abandona a vida. Atingido incontveis vezes ele cai perto do pr do sol. Rishis, celestiais, Ganga assistem. Mantm sua vida at o sol alcanar solstcio norte (muitos meses depois). 267

    121 A luta cessa. Drona e o restante dos Pandavas/Kauravas vo at Bhishma em um leito de flechas no tocando o cho. Ele pede um travesseiro.

    273122 Arjuna faz travesseiro de flechas. Bhishma jaz em um leito de flechas. 274123 11) De manh todos vo ao Av. Arjuna consegue gua para ele por atingir o

    cho com uma flecha. Bhishma avisa Duryodhana para desistir da luta. Duryodhana no escuta. 276

    124 Karna vai at Bhishma e obtm permisso para lutar. 279

    ndice traduzido por Duncan Watson.Traduzido por Eleonora Meier.

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  • 1(Jamvu-khanda Nirmana Parva)

    Om! Reverenciando Narayana, e Nara, o mais sublime dos seres masculinos, como tambm a deusa Saraswati, a palavra Jaya deve ser proferida.

    Janamejaya disse, "Como aqueles heris, os Kurus, os Pandavas, e os Somakas, e os reis de grande alma reunidos de vrios pases, lutaram?

    Vaisampayana disse, "Oua, senhor da terra, como aqueles heris, os Kurus, os Pandavas, e os Somakas lutaram na plancie sagrada de Kurukshetra. Entrando em Kurukshetra, os Pandavas dotados de grande poder, junto com os Somakas, avanaram, desejosos de vitria, contra os Kauravas. Aperfeioados nos estudo dos Vedas, todos eles tinham grande prazer em batalha. Expectantes de sucesso em batalha, com suas tropas (eles) encararam a luta. Aproximando-se do exrcito do filho de Dhritarashtra, aqueles (guerreiros) invencveis em batalha se posicionaram com suas tropas na parte ocidental (da plancie), seus rostos virados em direo ao leste. Yudhishthira, o filho de Kunti, fez tendas s milhares serem montadas de acordo com a regra, alm da regio chamada Samantapanchaka. A terra inteira parecia ento estar vazia, privada de cavalos e homens, desprovida de carros e elefantes, e com somente as crianas e os velhos deixados (em casa). De toda a rea de Jamvudwipa sobre a qual o sol derrama seus raios tinha sido reunido aquele exrcito, melhor dos reis. Homens de todas as raas, reunidos, ocuparam uma rea que se estendia por muitos Yojanas sobre distritos, rios, colinas, e florestas. Aquele touro entre homens, o rei Yudhishthira, arranjou alimento excelente e outros artigos de prazer para todos eles junto com seus animais. E Yudhishthira fixou diversas senhas para eles; de maneira que algum dizendo-as deveria ser reconhecido como pertencente aos Pandavas. E aquele descendente da linhagem de Kuru tambm determinou nomes e distintivos para todos eles para reconhecimento durante a hora da batalha.

    Vendo o estandarte principal do filho de Pritha, o filho de grande alma de Dhritarashtra, com um guarda-sol branco sobre sua cabea, no meio de mil elefantes, e cercado por sua centena de irmos, comeou com todos os reis (do seu lado) a organizar suas tropas contra o filho de Pandu. Vendo Duryodhana, os Panchalas que se deleitavam em batalha estavam cheios alegria e sopraram suas conchas de som alto e pratos de sons agradveis. Contemplando aquelas tropas assim encantadas, o filho de Pandu e Vasudeva de grande energia tinham seus coraes cheios de alegria. E aqueles tigres entre homens, Vasudeva e Dhananjaya, sentados em um carro, sentindo grande alegria, ambos sopraram suas conchas celestes. E ouvindo o clangor de Gigantea e o som alto de Theodotes pertencentes aos dois, os combatentes expeliram urina e fezes. Como outros animais ficam cheios de medo ao ouvirem a voz do leo rugindo, assim mesmo ficou aquele exrcito ao ouvir aqueles sons. Uma poeira terrvel se ergueu e nada podia ser visto, pois o prprio sol, de repente envolvido por ela, parecia ter se posto. Uma nuvem negra derramou uma chuva de carne e sangue sobre as

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  • tropas por toda parte. Tudo isso parecia extraordinrio. Um vento se ergueu l, carregando ao longo da terra mirades de ndulos pedregosos, e afligindo com eles os combatentes s centenas e milhares. (Apesar de tudo isso), monarca, ambos os exrcitos, cheios de alegria, permaneceram dirigidos para a batalha em Kurukshetra, como dois oceanos agitados. De fato, aquele encontro dos dois exrcitos era muito extraordinrio, como aquele de dois oceanos quando o fim do Yuga chegado. A terra inteira estava vazia, tendo somente as crianas e os velhos deixados (em casa), por causa daquele grande exrcito reunido pelos Kauravas. Ento os Kurus, os Pandavas, e os Somakas fizeram certos pactos, e decidiram as regras, touro da raa Bharata, com relao aos diferentes tipos de combate. Pessoas igualmente situadas devem se enfrentar, lutando com justia. E se tendo lutado honestamente os combatentes se retirarem (sem medo de molestamento), isso mesmo ser gratificante para ns. Aqueles que se engajarem em disputa de palavras devem ser enfrentados com palavras. Aqueles que deixarem as tropas nunca devem ser mortos (isto , soldados extraviados no devem ser mortos). Um guerreiro em carro deve ter um guerreiro em carro como seu adversrio; aquele sobre o pescoo de um elefante deve ter um combatente similar como seu inimigo; um cavaleiro deve ser enfrentado por meio de um cavalo, e um soldado de infantaria, Bharata; deve ser enfrentado por um soldado de infantaria. Guiado por consideraes de aptido, boa vontade, ousadia e poder, um combatente deve golpear outro, dando aviso. Ningum deve golpear outro que est despreparado ou em pnico. Algum ocupado com outro, algum procurando refgio, algum se retirando, algum cuja arma est inutilizada, no equipado em armadura, nunca deve ser golpeado. Motoristas de carros, animais (unidos aos carros ou carregando armas), homens dedicados ao transporte de armas, tocadores de baterias e sopradores de conchas nunca devem ser golpeados. Tendo feito estes acordos, os Kurus, e os Pandavas, e os Somakas se admiraram muito, fitando uns aos outros. E tendo posicionado (suas tropas dessa maneira), aqueles touros entre homens, aqueles de grande alma, com suas tropas, ficaram profundamente contentes, sua alegria sendo refletida em suas expresses.

    2Vaisampayana disse, "Vendo ento os dois exrcitos (posicionados) no leste e

    no oeste para a batalha violenta que era iminente, o santo Rishi Vyasa, o filho de Satyavati, aquela principal de todas as pessoas familiarizadas com os Vedas, aquele av dos Bharatas, conhecedor do passado, do presente, e do futuro, e vendo tudo como se isto estivesse presente diante de seus olhos, disse estas palavras em particular para o nobre filho de Vichitravirya que estava ento aflito e cedendo tristeza, refletindo sobre a m poltica de seus filhos.

    "Vyasa disse, ' rei, teu filho e os outros monarcas tem sua hora chegada; (tem seus perodos terminados). Reunidos em batalha ele mataro uns aos outros. Bharata, sua hora tendo chegado, eles todos perecero. Mantendo em mente as mudanas ocasionadas pelo tempo, no entregue teu corao ao pesar. rei, se

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  • tu desejas ver eles (lutando) em batalha, eu, filho, te concederei viso. Contemple a batalha."

    "Dhritarashtra disse, ' melhor dos Rishis regenerados, eu no gostaria de ver o massacre de parentes. Eu, no entanto, atravs da tua potncia ouvirei sobre esta batalha minuciosamente."

    Vaisampayana continuou, "Por ele no desejar ver a batalha mas desejar ouvir sobre ela, Vyasa, aquele senhor de benefcios, deu um benefcio para Sanjaya. (E dirigindo-se a Dhritarashtra ele disse), 'Este Sanjaya, rei, descrever a batalha para ti. Nada na batalha inteira estar alm dos olhos dele. Dotado, rei de viso celeste, Sanjaya narrar a batalha para ti. Ele ter o conhecimento de tudo. Manifesto ou oculto, (acontecendo) de dia ou de noite, at aquilo que pensado na mente, Sanjaya saber tudo. Armas no o cortaro e esforo no o fatigar. Este filho de Gavalgani sair da batalha com vida. Em relao a mim mesmo, touro da raa Bharata, a fama destes Kurus, como tambm de todos os Pandavas, eu espalharei. No te aflijas. Isto destino, tigre entre homens. No cabe a ti ceder angstia. Isto no capaz de ser impedido. Com relao vitria, ela est onde a retido est.'"

    Vaisampayana continuou, "Aquele av santo e altamente abenoado dos Kurus, tendo dito isso, mais uma vez se dirigiu a Dhritarashtra e disse, 'O massacre ser extenso, monarca, nesta batalha. Eu vejo aqui tambm (numerosos) pressgios indicativos de terror. Falces e urubus, e corvos e garas, junto com grous, esto pousando nos topos de rvores e se reunindo em bandos. Estas aves, deleitadas na expectativa da batalha, esto olhando para baixo (para o campo) diante delas. Bestas carnvoras se alimentaro da carne de elefantes e corcis. Garas ferozes, predizendo terror, e proferindo gritos impiedosos, esto se movendo em crculos atravs do centro em direo regio sul. Em ambos os crepsculos, anterior e posterior, eu vejo diariamente, Bharata, que o sol durante seu nascimento e ocaso est coberto por troncos sem cabeas. Nuvens de trs cores com suas extremidades brancas e vermelhas e pescoos negros, carregadas com relmpagos, e parecendo maas (em figura) envolvem o sol em ambos os crepsculos. Eu tenho visto que o sol, a lua e as estrelas esto todos fulgurantes. Nenhuma diferena em seu aspecto observada noite. Eu tenho visto isso todo dia e toda noite. Tudo isto pressagia terror. At na dcima quinta noite da quinzena iluminada no (ms de) Kartika, a lua, privada de esplendor, se tornou invisvel, ou da cor do fogo, o firmamento estando da cor do ltus. Muitos hericos senhores de terra, reis e prncipes, dotados de grande coragem e possuidores de braos parecidos com maas, sero mortos e jazero sobre a terra. Diariamente eu noto no cu durante a noite os gritos ferozes de javalis e gatos lutando. As imagens de deuses e deusas s vezes do risada, s vezes tremem, e s vezes tambm elas vomitam sangue por suas bocas e s vezes elas suam e s vezes caem. monarca, baterias, sem serem batidas, produzem sons, e os grandes carros de Kshatriyas se movem sem (serem puxados por) animais unidos a eles. Kokilas, pica-paus, jaws, galos dgua, papagaios, corvos, e paves proferem gritos terrveis. Aqui e ali, soldados da cavalaria, vestidos em armadura, armados com armas, do gritos ferozes. No nascer do sol bandos de insetos so

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  • vistos s centenas. Em ambos os crepsculos os pontos cardeais parecem estar em chamas, e as nuvens, Bharata, derramam poeira e gordura. Ela, rei, que clebre pelos trs mundos e elogiada pelos virtuosos, aquela (constelao) Arundhati mantm (seu senhor) Vasistha s suas costas. O planeta Sani tambm, rei, aparece afligindo (a constelao) Rohini. O sinal do veado na Lua se desviou de sua posio usual. Um grande terror indicado. Mesmo que o cu esteja sem nuvens, um ribombar terrvel ouvido l. Os animais todos esto chorando e suas lgrimas esto caindo rpido.'

    3"Vyasa disse, 'Jumentos esto tomando nascimentos em vacas. Alguns esto

    tendo prazer sexual com mes. As rvores nas florestas esto exibindo flores e frutos fora de poca. Mulheres grvidas, e at aquelas que no esto assim, esto dando luz monstros. Animais carnvoros, se misturando com aves (carnvoras), esto se alimentando juntos. Bestas de mau pressgio, algumas tendo trs chifres, algumas com quatro olhos, algumas com cinco pernas, algumas com dois rgos sexuais, algumas com duas cabeas, algumas com dois rabos, algumas tendo dentes ameaadores, esto nascendo, e com bocas escancaradas esto proferindo gritos temveis. Cavalos com trs pernas, providos de cristas, tendo quatro dentes, e dotados de chifres, tambm esto nascendo. rei, na tua cidade tambm visto que as esposas de muitos anunciadores de Brahma esto gerando Garudas e paves. A gua est gerando o bezerro e a cadela est gerando, rei, chacais e galos, e antlopes e papagaios esto todos proferindo gritos inauspiciosos. Certas mulheres esto dando luz quatro ou cinco filhas (de uma vez), e estas logo que nascem danam e cantam e riem. Os membros das classes mais baixas esto rindo e danando e cantando, e dessa maneira indicando consequncias horrendas. Crianas, como se instigadas pela morte, esto desenhando imagens armadas, e esto correndo umas contra as outras, armadas com cassetetes, e desejosas de batalha esto tambm derrubando as cidades (que elas constroem de brincadeira). Lotos de espcies diferentes e lrios esto crescendo em rvores. Ventos fortes esto soprando violentamente e a poeira no cessa. A terra est tremendo frequentemente, e Rahu se aproxima em direo ao sol. O planeta branco (Ketu) para, tendo passado alm da constelao Chitra. Tudo isso pressagia particularmente a destruio dos Kurus. Um cometa ardente se ergue, afligindo a constelao Pusya. Este grande planeta causar terrvel prejuzo para ambos os exrcitos. Marte se move em direo a Magha e Vrihaspati (Jpiter) em direo a Sravana. A prole do Sol (Sani) indo em direo constelao Bhaga, a aflige. O planeta Sukra, ascendendo em direo a Purva Bhadra, resplandece brilhantemente, e virando-se para a Uttara Bhadra, olha para ela, tendo efetuado uma juno (com um planeta menor). O planeta branco (Ketu), brilhando como fogo misturado com fumaa, para, tendo atacado a brilhante constelao Jeshtha que sagrada para Indra. A constelao Dhruva, resplandecendo ardentemente, se vira para a direita. A Lua e o Sol esto ambos afligindo Rohini. O planeta feroz (Rahu) tomou sua posio entre as constelaes

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  • Chitra e Swati. O de corpo vermelho (Marte) possuidor da refulgncia do fogo, se movimentando por voltas, permanece em uma linha com a constelao Sravana dominada por Vrihaspati. O solo que produz colheitas especficas em estaes especficas est agora coberto com as colheitas de todas as estaes. Cada haste de cevada est ornada com cinco espigas, e cada haste de arroz com cem. Elas que so as melhores das criaturas nos mundos e de quem depende o universo, ou seja, as vacas, quando ordenhadas depois que os bezerros mamaram, produzem somente sangue. Raios brilhantes de luz emanam de arcos, e espadas resplandecem brilhantemente. evidente que as armas vem (diante delas) a batalha, como se esta j tivesse chegado. A cor das armas e da gua, como tambm de cotas de malha e estandartes, semelhante quela do fogo. Um grande massacre acontecer. Nesta batalha, Bharata, dos Kurus com os Pandavas, a terra, monarca, ser um rio de sangue com os estandartes (dos guerreiros) como suas balsas. Animais e aves por todos os lados, com bocas brilhando como fogo, proferindo gritos ferozes, e revelando estes maus pressgios, esto predizendo consequncias terrveis. Uma ave (selvagem) com somente uma asa, um olho, e uma perna, pairando sobre o cu durante a noite, grita pavorosamente em fria, como se para fazer os ouvintes vomitarem sangue! Parece, grande rei, que todas as armas esto agora brilhando com esplendor. O brilho da constelao conhecida pelo nome dos sete Rishis de grande alma tem sido ofuscado. Aqueles dois planetas brilhantes, Vrihaspati e Sani, tendo se aproximado da constelao chamada Visakha, se tornaram estacionrios l por um ano inteiro. Trs lunaes se encontrando duas vezes no decorrer da mesma quinzena lunar (o que muito raro), a durao da ltima encurtada por dois dias. No dcimo terceiro dia portanto (em vez do dcimo quinto), da primeira lunao, conforme aquele seja o dia da lua cheia ou da lua nova, a lua e o sol so afligidos por Rahu. (Eclipses lunares sempre ocorrem em dias de lua cheia, enquanto eclipses solares naqueles da lua nova. Tais eclipses, no entanto, ocorrendo em dias afastados da primeira lunao por treze em vez de quinze dias, so ocorrncias muito extraordinrias.) Tais eclipses estranhos, lunares e solares, pressagiam um grande massacre. Todos os quadrantes da terra, estando dominados por chuvas de poeira, parecem inauspiciosos. Nuvens ameaadoras pressagiosas de perigo derramam chuvas sangrentas durante a noite. Rahu de feitos violentos est tambm, monarca, afligindo a constelao Kirtika. Ventos irregulares, pressagiando perigo aterrador, esto soprando constantemente. Tudo isso origina uma guerra caracterizada por muitos incidentes tristes. As constelaes esto divididas em trs classes. Sobre uma ou outra de cada classe, um planeta de mau pressgio tem derramado sua influncia, pressagiando perigos terrveis. (Reis esto divididos em trs classes: proprietrios de elefantes (Gajapati), possuidores de cavalos (Aswapati), e possuidores de homens (Narapati). Se um planeta de mau pressgio (papa-graha) derrama sua influncia sobre alguma das nove constelaes comeando com Aswini, isto prediz perigo para Aswapatis; se sobre alguma das nove comeando com Magha, isto prediz perigo para Gajapatis; e se sobre alguma das nove comeando com Mula, isto prediz perigo para Narapatis. Neste momento, portanto, um ou outro papa-graha tem derramado sua influncia sobre um outro de cada uma das trs classes de constelaes, dessa maneira pressagiando perigo para todas as classes de reis.)

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  • Uma quinzena lunar tinha at agora consistido em catorze dias, ou quinze dias (como usual), ou dezesseis dias. No entanto, eu nunca soube que o dia da lua nova seria no dcimo terceiro dia a partir da primeira lunao, ou o dia da lua-cheia no dcimo terceiro dia da mesma. E ainda no decorrer do mesmo ms a Lua e o Sol tm passado por eclipses nos dcimo terceiro dias a partir do dia da primeira lunao. O Sol e a Lua portanto, por passarem por eclipses em dias incomuns, causaro um grande massacre das criaturas da terra. De fato, Rakshasas, embora bebendo sangue por bocado, ainda no estaro saciados. Os grandes rios esto fluindo em direes opostas. As guas dos rios se tornaram sangrentas. Os poos, espumando para cima, esto berrando como touros. Meteoros, refulgentes como o raio de Indra, caem com silvos altos. Quando esta noite passar, ms consequncias alcanaro vocs. Pessoas, para se encontrarem, saindo de suas casas com ties acesos, ainda tem que enfrentar uma densa escurido por toda parte. Grandes Rishis disseram que em vista de tais circunstncias a terra bebe o sangue de milhares de reis. Das montanhas de Kailasa e Mandara e Himavat milhares de exploses so ouvidas e milhares de topos esto vindo abaixo. Pelo tremor da Terra, cada um dos quatro oceanos tendo aumentado imensamente parece pronto para ultrapassar seus continentes para afligir a Terra. Ventos violentos carregados com seixos pontudos esto soprando, despedaando rvores imensas. Em aldeias e cidades, rvores comuns e sagradas esto caindo, subjugadas por ventos poderosos e atingidas por raios. O fogo (sacrifical), quando Brahmanas despejam libaes nele, se torna azul, ou vermelho, ou amarelo. Suas chamas se inclinam para a esquerda, produzindo um mau cheiro, acompanhado por estampidos altos. Toque, cheiro, e gosto, monarca, se tornaram o que eles no eram. Os estandartes (de guerreiros), repetidamente tremendo esto emitindo fumaa. Baterias e pratos esto lanando chuvas de carvo em p. E dos topos de rvores altas por toda parte, corvos, voando em crculos a partir da esquerda, esto proferindo gritos ferozes. Todos eles tambm esto proferindo gritos terrveis de pakka, pakka e esto pousando sobre os topos de estandartes para a destruio dos reis. Elefantes indceis, completamente trmulos, esto correndo para l e para c, urinando e expelindo fezes. Os cavalos esto todos tristes, enquanto os elefantes so recorrendo gua. Ouvindo tudo isto, que seja feito o que conveniente, para que, Bharata, o mundo no possa ser despovoado.'"

    Vaisampayana continuou, "Ouvindo estas palavras de seu pai, Dhritarashtra disse, 'Eu acho que tudo isso foi ordenado antigamente. Um grande massacre de seres humanos se realizar. Se os reis morrerem em batalha cumprindo os deveres da classe Kshatriya, eles ento, alcanando as regies reservadas para heris, obtero somente felicidade. Estes tigres entre homens, perdendo suas vidas em grande batalha, ganharo fama neste e grande bem aventurana para sempre no mundo seguinte.'

    Vaisampayana continuou, " melhor dos reis, assim endereado por seu filho Dhritarashtra, aquele prncipe dos poetas, o Muni (Vyasa) concentrou sua mente em Yoga supremo. Tendo contemplado por somente um curto espao de tempo, Vyasa mais uma vez disse, 'Sem dvida, rei de reis, o Tempo que destri o

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  • universo. o Tempo tambm que cria os mundos. No h nada aqui que seja eterno. Mostre o caminho da retido para os Kurus, para teus parentes, aparentados, e amigos. Tu s competente para reprimi-los. A matana de parentes citada como pecaminosa. No faa aquilo que desagradvel para mim. rei, a prpria Morte nasceu na forma de teu filho. Matana nunca elogiada nos Vedas. Isto nunca pode ser benfico. Os costumes de uma linhagem so como o prprio corpo. Aqueles costumes matam aquele que os destri. Para a destruio desta famlia e daqueles reis da terra o Tempo que te faz te desviar para o caminho errado como algum em desgraa, embora tu sejas competente (para andar pelo caminho da retido). rei, na forma de teu reino a calamidade vem para ti. Tua virtude est sofrendo uma diminuio muito grande. Mostre o que retido para teus filhos. tu que s invencvel, que valor tem para ti aquele reino o qual te traz pecado? Cuide do teu bom nome, da tua virtude, e da tua fama. Tu ento ganhars o cu. Deixe os Pandavas terem seu reino, e deixe os Kauravas terem paz."

    "Enquanto aquele melhor dos Brahmanas estava dizendo estas palavras em um tom triste, Dhritarashtra, o filho de Ambika, talentoso em discurso, mais uma vez se dirigiu a ele, dizendo, 'Meu conhecimento de vida e morte similar ao teu. A verdade conhecida por mim com relao a estes. O homem, no entanto, no que diz respeito aos seus prprios interesses, privado de bom senso. senhor, saiba que eu sou algum que uma pessoa comum. Tu tens poder incomensurvel. Eu rogo a ti para estender o teu em direo a ns. De alma sob controle completo, tu s nosso refgio e instrutor. Meus filhos no so obedientes a mim, grande Rishi. Minha mente tambm no est inclinada a cometer pecado. Tu s a causa da fama, das realizaes, e da inclinao para virtude dos Bharatas. Tu s o venervel av de ambos, dos Kurus e dos Pandavas.'

    "Vyasa disse, ' filho nobre de Vichitravirya, diga-me livremente o que est em tua mente. Eu removerei tuas dvidas."

    "Dhritarashtra disse, ' santo, eu desejo ouvir de ti sobre todas aquelas indicaes que acontecem para aqueles que se tornam vitoriosos em batalha."

    "Vyasa disse, 'O fogo (sagrado) assume um brilho alegre. Sua luz ascende para cima. Sua chama se inclina em direo direita. Ele resplandece sem ser fumegante. As libaes derramadas sobre ele produzem um perfume fragrante. dito que essas so as indicaes de sucesso futuro. As conchas e pratos produzem sons que so profundos e altos. O Sol assim como a Lua do raios puros. dito que essas so as indicaes de sucesso futuro. Corvos, estacionrios ou em suas asas, proferem gritos que so agradveis. Eles alm disso que esto atrs, incitam os guerreiros para avanar; enquanto aqueles que esto adiante, probem todo avano. (Quando corvos pairam atrs de um exrcito isto um sinal auspicioso, enquanto um sinal inauspicioso se eles so vistos frente.) Onde urubus, cisnes, papagaios, grous, e pica-paus proferem gritos encantadores, e se voltam para a direita, os Brahmanas dizem que a vitria em batalha certa. Eles cujas divises, por ornamentos, cotas de malha, e estandartes, ou do relincho melodioso de seus corcis, se tornam resplandecentes

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  • e incapazes de serem olhadas, sempre conquistam seus inimigos. Eles que proferem gritos alegres, aqueles guerreiros, Bharata, cujas energias no esto abatidas e cujas guirlandas no murcham sempre cruzam o oceano da batalha. Eles que proferem gritos alegres tendo penetrado nas divises do inimigo, que proferem at palavras gentis para o inimigo, (tais como 'no lute, pois voc ser um homem morto logo' e semelhantes) e que, antes de golpear, previnem o inimigo, obtm vitria. Os objetos de audio, viso, paladar, tato e olfato, sem sofrerem alguma mudana para o pior, se tornam auspiciosos. Esta tambm outra indicao de um exrcito vitorioso, isto , h alegria entre os combatentes todo o tempo. Esta tambm outra indicao de sucesso, os ventos que sopram, as nuvens, e as aves, todos se tornam favorveis; enquanto as nuvens (assim favorveis) e os arco-ris derramam chuvas benficas. Estas, rei, so as indicaes de exrcitos a serem coroados com vitria, enquanto, monarca, todos estes se tornam contrrios no caso daqueles que esto prestes a serem destrudos. Se o exrcito pequeno ou grande, alegria, como um atributo dos combatentes, citada como uma indicao certa de vitria. Um soldado, em pnico, pode fazer at um grande exrcito se assustar e fugir. E quando um exrcito, tomado pelo pnico, se pe em fuga, isto faz at guerreiros hericos se assustarem. Se um exrcito grande uma vez dividido e posto em fuga, ele no pode, como um bando desordenado de veados apavorados ou uma correnteza poderosa de gua, ser facilmente controlado. Se um exrcito grande uma vez desbaratado, ele incapaz de ser reagrupado; por outro lado, vendo-o dividido, at aqueles bem habilidosos em batalha, Bharata, se tornam cruis. Vendo soldados tomados pelo medo e fugindo, o pnico se espalha em outras direes, e logo, rei, o exrcito inteiro est dividido e foge em todas as direes. E quando um exrcito desbaratado, at bravos lderes, rei, na dianteira de divises grandes consistindo nas quatro espcies de tropas, so incapazes de reagrup-las. Um homem inteligente, sempre se empenhando ativamente, deve se esforar (para obter xito) pela ajuda de meios. dito que aquele xito que obtido por negociao e outros meios realmente o melhor. Aquele que alcanado por produzir desunio (entre os inimigos) indiferente. Enquanto aquele xito, rei, o qual ganho por batalha, o pior. Na batalha existem muitos males, o inicial, como dito, sendo a matana. At cinquenta homens corajosos que conhecem uns aos outros, que no esto desanimados, que esto livres de laos familiares, e que esto firmemente resolvidos, podem esmagar um exrcito grande. At cinco, seis, sete homens, que no recuam, obtm vitria. O filho de Vinata, Garuda, Bharata, mesmo vendo uma grande multido de aves, no pede a ajuda de muitos seguidores (para derrot-las). A fora em nmero, portanto, de um exrcito no sempre a causa da vitria. A vitria incerta. Ela depende do acaso. At aqueles que se tornam vitoriosos tem que sofrer perda.'"

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  • 4Vaisampayana disse, "Tendo dito aquelas palavras para Dhritarashtra, Vyasa

    partiu. E Dhritarashtra tambm, ouvindo aquelas palavras, comeou a refletir em silncio. E tendo refletido por somente um curto espao de tempo, ele comeou a suspirar repetidamente. E logo, touro da raa Bharata, o rei questionou Sanjaya de alma digna de louvor, dizendo, ' Sanjaya, estes reis, estes senhores de terra, to corajosos e que se deleitam em batalha, esto para golpear uns aos outros com armas de diversas espcies, estando preparados para sacrificar suas prprias vidas por causa de terra. Incapazes de serem contidos, eles esto, de fato, golpeando uns aos outros para aumentar a populao do domnio de Yama. Desejosos de prosperidade ligada com a posse de terra eles so incapazes de suportar uns aos outros. Eu, portanto, penso que a terra deve ser possuidora de muitos atributos. Diga-me todos eles. Sanjaya, muitos milhares, muitos milhes, muitas dezenas de milhes, muitas centenas de milhes de homens hericos se reuniram em Kurujangala. Eu desejo ouvir, Sanjaya, com detalhes exatos, sobre a situao e dimenses daqueles pases e cidades dos quais eles vieram. Atravs da potncia daquele Rishi regenerado Vyasa de energia imensurvel tu ests dotado da lmpada da percepo celestial e da viso do conhecimento.

    Sanjaya disse, ' tu de grande sabedoria, eu relatarei para ti os mritos da terra segundo meu conhecimento. Contemple-os com tua viso de sabedoria. Eu te reverencio, touro da raa Bharata. As criaturas neste mundo so de duas espcies, mveis e imveis. As criaturas mveis so de trs espcies de acordo com seu nascimento, ou seja, ovparas, vivparas, e engendradas por calor e umidade. Das criaturas mveis, rei, as principais so certamente aquelas chamadas vivparas. Das criaturas vivparas as principais so homens e animais. Animais, rei, de formas diversas, so de catorze espcies. Sete tm suas residncias nas florestas, e sete dessas so domsticas. Lees, tigres, javalis, bfalos, e elefantes como tambm ursos e macacos, so, rei, considerados como selvagens. Vacas, cabras, ovelhas, homens, cavalos, mulas, e jumentos, estes sete entre os animais so considerados como domsticos pelos eruditos. Estes catorze, rei, completam o total de animais domsticos e selvagens, mencionados, senhor de terra, nos Vedas, e dos quais os sacrifcios dependem. Das criaturas que so domsticas os homens so as principais, enquanto lees so as principais daquelas que tem sua residncia nas florestas. Todas as criaturas sustentam suas vidas por viverem umas das outras. Vegetais so citados como imveis, e eles so de quatro espcies, isto , rvores, arbustos, trepadeiras, plantas rastejantes existindo por somente um ano (tais como a abbora), e todas as plantas sem haste da espcie gramnea. Das criaturas mveis e imveis, h assim vinte menos um; e com relao aos seus constituintes universais, h cinco. Vinte e quatro ao todo, estes so descritos como Gayatri (Brahma), como bem sabido por todos. (Quando Gayatri, ou Brahma ou o Universo mencionado, estes vinte e quatro esto indicados, cinco dos quais existem independentemente, os dezenove restantes sendo o resultado dos cinco naquelas vrias propores.) Aquele que sabe realmente que estes so o sagrado Gayatri possuidor de toda virtude, no est sujeito, melhor dos Bharatas,

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  • destruio neste mundo. Tudo surge da terra e tudo, quando destrudo, imerge na Terra. A Terra a morada e refgio de todas as criaturas, e a Terra eterna. Aquele que tem a Terra, tem o universo inteiro com sua populao mvel e imvel. por isso que desejando (a posse da) Terra, reis matam uns aos outros.'"

    5"Dhritarashtra disse, 'Os nomes de rios e montanhas, Sanjaya, como tambm

    de provncias, e todas as outras coisas que permanecem sobre a terra, e suas dimenses, tu que conheces as medidas de coisas da terra em sua totalidade, e as florestas, Sanjaya, conte para mim em detalhes.'

    "Sanjaya disse, ' grande rei, todas as coisas no universo, pela presena (neles) dos cinco elementos, so citadas como iguais pelos sbios. Estes elementos so espao, ar, fogo, gua, e terra. Seus (respectivos) atributos so som, tato, viso, gosto, e cheiro. Cada um destes elementos possui (alm do que seu especialmente) o atributo ou atributos daquele ou daqueles que vem antes dele. A terra, portanto, o principal deles todos, possuindo os atributos de todos os outros quatro, alm daquele que especialmente seu, como dito por Rishis conhecedores da verdade. H quatro atributos, rei, na gua. Cheiro no existe nela. Fogo tem trs atributos, som, tato, e viso. Som e tato pertencem ao ar, enquanto espao tem som somente. Estes cinco atributos, rei, existem (dessa maneira) nos cinco principais elementos dependendo dos quais todas as criaturas no universo existem. Eles existem separadamente e independentemente quando h homogeneidade no universo. (A aluso ao estado do universo antes da criao, quando no existe nada exceto uma massa homognea ou Brahma somente.) Quando, no entanto, estes no existem em seu estado natural mas uns com os outros, ento as criaturas passam a existir, providas de corpos. Isto nunca de outra maneira. Os elementos so destrudos na ordem do subsequente, imergindo naquele que do qual provm; e eles entram tambm em existncia, um surgindo daquele anterior a ele. (A ordem de destruio essa: terra imerge na gua, gua no fogo, fogo no ar, e ar no espao. E assim a ordem de nascimento que do espao surge o ar, do ar surge o fogo, do fogo surge a gua, e da gua surge a terra.) Todos estes so imensurveis, suas formas sendo o prprio Brahma. No universo so vistas criaturas consistindo dos cinco elementos. Homens se esforam para averiguar suas propores por usarem sua razo. Aquelas matrias, no entanto, que so inconcebveis, nunca se deve procurar esclarecer pela razo. Aquilo que est acima da natureza (humana) uma indicao do inconcebvel.

    filho da famlia de Kuru, eu descreverei para ti, no entanto, a ilha chamada Sudarsana. Esta ilha, rei, circular e da forma de uma roda. Ela est coberta com rios e outras partes de gua e com montanhas parecidas com massas de nuvens, e com cidades e muitas provncias encantadoras. Ela tambm cheia de rvores providas de flores e frutas, e com colheitas de diversas espcies e outras riquezas. Ela cercada por todos os lados pelo oceano salgado. Como uma

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  • pessoa pode ver seu prprio rosto em um espelho, assim mesmo a ilha chamada Sudarsana vista no disco lunar. Duas de suas partes parecem ser uma rvore peepul, enquanto duas outras parecem com uma grande lebre. Ela totalmente cercada por um conjunto de todas as espcies de plantas decduas. Alm destas pores, o resto tudo gua. O que resta eu descreverei para ti em poucas palavras. Do resto eu falarei depois. Oua agora isto que eu descrevo resumidamente."

    6"Dhritarashtra disse, Tu s inteligente, Sanjaya, e conhecedor da verdade

    (sobre tudo). Tu deste devidamente uma descrio da ilha em resumo. Fale-nos agora da ilha em detalhes. Fale-nos agora da dimenso da extenso de terra que se encontra na parte parecida com uma lebre. Tu podes ento falar da parte que parece a rvore peepul."

    Vaisampayana disse, "Assim endereado pelo rei, Sanjaya comeou a falar. Sanjaya disse, 'Estendendo-se de leste a oeste esto estas seis montanhas que so iguais e que se estendem do oceano leste ao oeste. Elas so Himavat, Hemakuta, aquela melhor das montanhas chamada Nishadha, Nila rica em pedras de lpis lazli, Sweta branca como a lua, e as montanhas chamadas Sringavat compostas de todos os tipos de metais. Estas so as seis montanhas, rei, que so sempre os recantos de Siddhas e Charanas. O espao localizado no meio de cada uma delas mede mil Yojanas, e neles existem muitos reinos encantadores. E estas divises so chamadas Varshas, Bharata. Em todos aqueles reinos residem criaturas de diversas espcies. Esta (a terra onde ns estamos) est no Varsha que recebeu o nome de Bharata. Prximo a ela (na direo norte) est o Varsha que recebeu o nome de Himavat. A terra que est alm de Hemakuta chamada Harivarsha, ao sul da cordilheira Nila e ao norte de Nishadha h uma montanha, rei, chamada Malyavat que se estende de leste a oeste. Alm de Malyavat na direo norte est a montanha chamada Gandhamadana. Entre essas duas (Malyavat e Gandhamadana) h uma montanha globular chamada Meru feita de ouro. Refulgente como o sol da manh, ela como fogo sem fumaa. Ela tem oitenta e quatro Yojanas de altura, e, rei, sua profundidade tambm de oitenta e quatro Yojanas. Ela permanece sustentando os mundos acima, abaixo e transversalmente. Alm de Meru esto situadas, senhor, estas quatro ilhas, Bhadraswa, e Ketumala, e Jamvudwipa tambm chamada Bharata, e Uttar-Kuru que a residncia de pessoas que alcanaram o mrito da retido. A ave Sumukha, o filho de Suparna, vendo que todas as aves em Meru eram de plumagem dourada, refletiu que ele devia deixar aquela montanha visto que no havia diferena entre aves boas, medianas, e ms. O principal dos corpos luminosos, o sol, sempre circungira Meru, como tambm a lua com (sua) constelao acompanhante, e o deus do vento tambm. A montanha, rei, dotada de frutas e flores celestiais, e est coberta inteiramente com manses feitas de ouro polido. L, naquela montanha, rei, os celestiais, os Gandharvas, os Asuras, e os Rakshasas, acompanhados pelas tribos de Apsaras, sempre se

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  • divertem. L Brahman, e Rudra, e tambm Sakra o chefe dos celestiais, reunidos, realizaram diversos tipos de sacrifcios com presentes abundantes. Tumvuru, e Narada e Viswavasu, e os Hahas e os Huhus, dirigindo-se para l, adoravam o principal dos celestiais com diversos hinos. Os sete Rishis de grande alma, e Kasyapa o senhor das criaturas, se dirigem para l, abenoado sejas tu, em todo dia parva (dia da lua cheia e aquele da lua nova). Sobre o topo daquela montanha, Usanas, tambm chamado o Poeta, passa o tempo com os Daityas (seus discpulos). As jias e pedras preciosas (que ns vemos) e todas as montanhas abundando em pedras preciosas so de Meru. Disto uma quarta parte desfrutada pelo santo Kuvera. Somente uma dcima sexta parte daquela riqueza ele deu para os homens. No lado norte de Meru h uma floresta encantadora e excelente de Karnikaras, coberta com as flores de todas as estaes, e ocupando uma srie de colinas. L o prprio ilustre Pasupati, o criador de todas as coisas, cercado por seus servidores celestes e acompanhado por Uma, se diverte portando uma corrente de flores Karnikara (em seu pescoo) que chega a seus ps, e resplandece com brilho com seus trs olhos parecidos com trs sis no alto. A ele Siddhas sinceros em palavras, de votos excelentes e penitncias ascticas austeras, podem ver. De fato, Maheswara no pode ser visto por pessoas de m conduta. Do topo daquela montanha, como uma correnteza de leite, soberano de homens, a sagrada e auspiciosa Ganga, tambm chamada Bhagirathi, adorada pelos mais honrados, de forma universal e incomensurvel e emergindo com barulho terrvel, cai com fora impetuosa no lago encantador de Chandramas. De fato aquele lago sagrado, como um oceano, foi formado pela prpria Ganga. (Enquanto saltando das montanhas), Ganga, incapaz de ser suportada at pelas montanhas, foi segurada por cem mil anos pelo manejador do Pinaka sobre sua cabea. (Aludindo tradio de Siva segurando Ganga sobre sua cabea e pelo que o grande deus s vezes chamado de Gangadhara.) No lado oeste de Meru, rei, est Ketumala. E l tambm est Jamvukhanda. Ambas so grandes bases de humanidade, rei. L, Bharata, a mdia de vida humana dez mil anos. Os homens so todos de uma cor dourada, e as mulheres so como Apsaras. E todos os residentes so sem doena, sem tristeza, e sempre alegres. Os homens nascidos l so do esplendor do ouro fundido. Nos topos de Gandhamadana, Kuvera o senhor dos Guhyakas, com muitos Rakshasas e acompanhado por tribos de Apsaras, passa seu tempo em alegria. Alm de Gandhamadana h muitas montanhas e colinas menores. A medida da vida humana l onze mil anos. L, rei, os homens so alegres, e dotados de grande energia e grande fora e as mulheres so todas da cor do ltus e muito belas. Alm de Nila (o Varsha chamado) Sweta, alm de Sweta (o Varsha chamado) Hiranyaka. Alm de Hiranyaka (o Varsha chamado) Airavata coberto com provncias. O ltimo Varsha no (extremo) norte e o Varsha de Bharata no (extremo) sul so ambos, rei, da forma de um arco. Estes cinco Varshas (Sweta, Hiranyaka, Elavrita, Harivarsha, e Haimavat-varsha) esto no meio, dos quais Elavrita existe no exato meio de todos. Entre estes sete Varshas (os cinco j mencionados e Airavata e Bharata), aquele que est mais ao norte sobrepuja aquele ao seu imediato sul em relao a estes atributos, isto , o perodo de vida, estatura, sade, retido, prazer, e lucro. Nestes Varshas, Bharata, as criaturas (embora de diversas espcies) ainda vivem juntas. Assim, rei, a Terra est

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  • coberta com montanhas. As montanhas enormes de Hemakuta tambm so chamadas Kailasa. L, rei, Vaisravana passa seu tempo em alegria com seus Guhyakas. Imediatamente ao norte de Kailasa e perto das montanhas de Mainaka h uma montanha enorme e bela chamada Manimaya dotada de topos dourados. Junto desta montanha existe um lago grande, belo, cristalino e encantador chamado Vindusaras com areias douradas (em sua margem). L o rei Bhagiratha, vendo Ganga (desde ento) chamada pelo seu prprio nome, residiu por muitos anos. L podem ser vistas inmeras estacas sacrificais feitas de pedras preciosas, e rvores Chaitya feitas de ouro. Foi l que ele de mil olhos e grande renome obteve xito (asctico) por realizar sacrifcios. L o Senhor de todas as criaturas, o Criador eterno de todos os mundos, dotado de energia suprema cercado por seus servidores espectrais, adorado. L Nara e Narayana, Brahman, e Manu, e Sthanu como o quinto, esto (sempre presentes). E l o rio celeste Ganga tendo trs correntezas, (acredita-se que o rio sagrado Ganga tem trs correntes, no cu a corrente se chama Mandakini; na terra, ela se chama Ganga; e no mundo subterrneo ela se chama Bhogavati), emanando da regio de Brahman, se mostrou primeiro, e ento se dividindo em sete correntes, tornou-se Vaswokasara, Nalini, Saraswati purificadora de pecado, Jamvunadi, Sita, Ganga e Sindhu como a stima. O Senhor Supremo fez (ele mesmo) o arranjo com referncia quele rio celeste e inconcebvel. l que sacrifcios so realizados (por deuses e Rishis) em mil ocasies depois do fim do Yuga (quando a criao comea). Com relao Saraswati, em algumas partes (de seu curso) ela se torna visvel e em algumas partes no. Esta stupla Ganga celeste bem conhecida pelos trs mundos. Rakshasas residem em Himavat, Guhyakas em Hemakuta, e serpentes e Nagas em Nishadha, e ascetas em Gokarna. As montanhas Sweta so citadas como a residncia dos celestiais e dos Asuras. Os Gandharvas sempre residem em Nishadhas, e os Rishis regenerados em Nila. As montanhas de Sringavat tambm so consideradas como o recanto dos celestiais.

    Estes ento, grande rei, so os sete Varshas do mundo como eles so divididos. Diversas criaturas, mveis e imveis, esto colocadas neles todos. Diversas espcies de prosperidade, providenciais e humanas, so visveis neles. Elas no podem ser contadas. Aqueles desejosos, portanto, de seu prprio bem acreditam (em tudo isto). Eu agora te falei daquela regio encantadora (de terra) da forma de uma lebre acerca da qual tu me perguntaste. Nas extremidades daquela regio esto os dois Varshas, um no norte e o outro no sul. Aqueles dois tambm agora foram relatados para ti. Ento alm disso as duas ilhas Naga-dwipa e Kasyapa-dwipa so as duas orelhas desta regio da forma de uma lebre. As belas montanhas de Maleya, rei, tendo rochas semelhantes a placas de cobre, formam outra parte (proeminente) de Jamvudwipa que tem sua forma parecendo uma lebre.'"

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  • 7"Dhritarashtra disse, 'Fale-me, Sanjaya, tu de grande inteligncia, das regies

    ao norte e ao lado leste de Meru, como tambm das montanhas de Malyavat, em detalhes.

    Sanjaya disse, 'No sul da montanha Nila e no lado norte de Meru esto os sagrados Kurus do Norte, rei, que so a residncia dos Siddhas. As rvores l do frutos doces, e esto sempre cobertas com frutos e flores. Todas as flores (l) so fragrantes, e os frutos de gosto excelente. Algumas das rvores, alm disso, rei, produzem frutos de acordo com a vontade (do colhedor). H tambm algumas outras rvores, rei, que so chamadas de produtoras de leite. Estas sempre produzem leite e os seis diferentes tipos de alimento de gosto do prprio Amrita. Aquelas rvores tambm produzem tecidos e em seus frutos h ornamentos (para o uso do homem). A terra inteira abunda com finas areias douradas. Uma parte da regio l, muito aprazvel, vista ser possuidora do brilho do rubi ou diamante, ou do lpis lazli ou outras jias e pedras preciosas. Todas as estaes l so agradveis e em lugar nenhum a terra se torna lodosa, rei. Os tanques so encantadores, deliciosos, e cheios de gua cristalina. Os homens nascidos l caram do mundo dos celestiais (isto , decaram de um estado celestial). Todos so de nascimento puro e todos so extremamente belos em aparncia. L gmeos (de sexos opostos) nascem e as mulheres parecem Apsaras em beleza. Eles bebem o leite, doce como Amrita, daquelas rvores produtoras de leite (j mencionadas). E os gmeos nascidos l (de sexos opostos) crescem igualmente. Ambos possuidores de beleza igual, ambos dotados de virtudes similares, e ambos igualmente vestidos, ambos crescem em amor, monarca, como um par de chakrabakas. As pessoas daquele pas esto livres de doena e esto sempre alegres. Dez mil e dez centenas anos elas vivem, rei, e nunca abandonam umas s outras. Uma classe de aves chamada Bharunda, provida de bicos afiados e possuidora de grande fora, as leva para cima quando mortas e as joga em cavernas de montanha. Eu agora descrevi para ti, rei, os Kurus do Norte brevemente.

    Eu agora descreverei para ti o lado leste de Meru devidamente. De todas as regies l, a principal, rei, chamada Bhadraswa, onde h uma grande floresta de Bhadra-salas, como tambm uma rvore enorme chamada Kalamra. Esta Kalamra, rei, est sempre ornada com frutos e flores. Aquela rvore alm disso tem um Yojana de altura e adorada pelos Siddhas e os Charanas. Os homens l so todos de uma cor branca, dotados de grande energia, e possuidores de grande fora. As mulheres so da cor de lrios, muito belas, e agradveis para a viso. Possuidores do brilho da lua, e brancos como a lua, seus rostos so como a lua-cheia. Seus corpos tambm so to frescos como os raios da lua e elas so todas talentosas em canto e dana. O perodo de vida humana l, touro da raa Bharata, dez mil anos. Bebendo o suco de Kalamra elas continuam jovens para sempre. No sul de Nila e no norte de Nishadha h uma enorme rvore Jamvu que eterna. Adorada por Siddhas e Charanas, aquela rvore sagrada concede todos os desejos. Por causa do nome daquela rvore esta diviso sempre tem sido

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  • chamada de Jamvudwipa. touro da raa Bharata, mil e cem Yojanas a altura daquele prncipe das rvores, que toca os prprios cus, rei de homens. Dois mil e quinhentos cbitos mede a circunferncia de um fruto daquela rvore o qual estoura quando maduro. Ao carem sobre a terra estes frutos fazem um barulho alto, e ento despejam, rei, um suco prateado sobre a terra. Aquele suco de Jamvu, se tornando, rei, um rio, e passando indiretamente em volta de Meru, chega ( regio dos) Kurus do Norte. Se o suco daquele fruto bebido, ele leva paz mental. Nenhuma sede sentida alguma vez depois, rei. Decrepitude nunca os enfraquece. E l uma espcie de ouro chamado Jamvunada e usado para ornamentos celestiais, muito brilhante e como a cor de insetos Indragopoka, produzido. Os homens nascidos l so da cor do sol da manh.

    Sobre o topo de Malyavat sempre visto, touro da raa Bharata, o fogo chamado Samvataka que resplandece no fim do Yuga para a destruio do universo. No topo de Malyavat em direo ao leste h muitas montanhas pequenas e Malyavat, rei, mede onze mil Yojanas. Os homens nascidos l so da cor do ouro. E eles so todos cados da regio de Brahman e so proferidores de Brahma. Eles praticam as mais severas das austeridades ascticas, e sua semente vital est parada. Para a proteo de criaturas eles todos entram no sol. Numerando sessenta e seis mil, eles procedem na frente de Aruna, cercando o sol. Aquecidos pelos raios do sol por sessenta e seis mil anos, eles ento entram no disco lunar.'"

    8"Dhritarashtra disse, 'Diga-me realmente, Sanjaya, os nomes de todos os

    Varshas, e de todas as montanhas, e tambm de todos aqueles que residem sobre aquelas montanhas.

    Sanjaya disse, 'No sul de Sweta e norte de Nishadha o Varsha chamado Romanaka. Os homens nascidos l so todos de cor branca, de boa ascendncia, e feies belas. E os homens nascidos l so tambm todos sem inimigos. E eles vivem, rei, por onze mil e quinhentos anos, sendo sempre de coraes alegres. No sul de Nishadha o Varsha chamado Hiranmaya onde est o rio chamado Hiranwati. L, rei, vive aquela principal das aves chamada Garuda. E as pessoas l, monarca, so todas seguidoras dos Yakshas, ricas, e de feies belas. E, rei, os homens l so dotados de grande fora e tem coraes alegres. E eles vivem por doze mil e quinhentos anos, rei, a qual a medida de suas vidas. As montanhas de Sringavat, soberano de homens, tem trs belos topos. Um destes feito de jias e pedras preciosas, outro muito extraordinrio, sendo feito de todas as espcies de pedras preciosas e adornado com manses suntuosas. L a dama auto-luminosa chamada Sandili sempre vive. No norte de Sringavat e at a margem do oceano, rei, o Varsha chamado Airavat. E porque aquela montanha adornada com pedras preciosas l, portanto aquele Varsha superior a todos. O sol no d calor l e os homens no esto sujeitos decadncia. E a lua l, com as estrelas, se tornando a nica fonte de luz, cobre (o firmamento).

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  • Possuindo o brilho e cor do ltus, e dotados de olhos que parecem com ptalas de ltus, os homens nascidos l tem a fragrncia do ltus. Com olhos que no piscam, e perfume agradvel (emanando de seus corpos), eles seguem sem alimento e tem seus sentidos sob controle. Eles so todos cados da regio dos celestiais, e so todos, rei, sem pecado de qualquer tipo. E eles vivem, monarca, por treze mil anos, esta sendo, melhor dos Bharatas, a medida de suas vidas. E assim no norte do oceano leitoso, o Senhor Hari de pujana ilimitada mora em seu carro feito de ouro. Aquele veculo dotado de oito rodas, com numerosas criaturas sobrenaturais posicionadas sobre ele, e tendo a velocidade da mente. E sua cor aquela do fogo, e ele dotado de energia imensa e adornado com ouro Jamvunada. Ele o Senhor de todas as criaturas, e possuidor, touro da raa Bharata, de todos os tipos de prosperidade. Nele o universo imerge (quando chega a dissoluo), e dele ele emana novamente (quando o desejo criativo o apanha). Ele o ator, e Ele que faz todos os outros agirem. Ele, monarca, terra, gua, espao, ar, e fogo. Ele o prprio Sacrifcio para todas as criaturas, e o fogo Sua boca."

    Vaisampayana continuou, "O rei de grande alma Dhritarashtra, assim endereado por Sanjaya, ficou, monarca, absorto em meditao sobre seus filhos. Dotado de grande energia, ele ento, tendo refletido, disse a ele estas palavras: 'Sem dvida, filho de Suta, o Tempo que destri o universo. E o Tempo que alm disso cria tudo. Nada aqui eterno. Nara e Narayana, dotado de oniscincia, que destri todas as criaturas. (Eles so somente partes do mesmo Ser Supremo.) Os deuses falam dele como Vaikuntha (de pujana incomensurvel), enquanto homens o chamam de Vishnu (aquele que permeia o universo)!'

    9"Dhritarashtra disse, 'Fale-me realmente ( Sanjaya), deste Varsha que recebeu

    o nome de Bharata, onde este exrcito insensato foi reunido, em relao ao qual este meu filho Duryodhana tem sido to absolutamente cobioso, o qual os filhos de Pandu tambm esto desejosos de obter, e no qual minha mente tambm afunda. , fale-me isto, pois na minha opinio tu s dotado de inteligncia.

    Sanjaya disse, 'Oua-me, rei. Os filhos de Pandu no so cobiosos acerca deste pas. Por outro lado, Duryodhana que cobioso, e Sakuni, o filho de Suvala, como tambm muitos outros Kshatriyas que so governantes das provncias, que sendo cobiosos deste pas no so capazes de tolerar uns aos outros. Eu agora te falarei, tu da famlia de Bharata, da regio de terra conhecida pelo nome de Bharata. Esta terra a amada de Indra, e, tu da linhagem de Bharata, esta terra, monarca, que recebeu o nome de Bharata, tambm a terra querida de Manu, o filho de Vivaswat, de Prithu, de Vainya, de Ikshwaku de grande alma, de Yayati, de Amvarisha, de Mandhatri, de Nahusha, de Muchukunda, de Sivi o filho de Usinara, de Rishava, de Ila, do rei Nriga, de Kusika, invencvel, de Gadhi de grande alma, de Somaka, irreprimvel, e de

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  • Dilipa, e tambm, monarca, de muitos outros Kshatriyas poderosos. Eu agora, castigador de inimigos, descreverei para ti aquele territrio como eu tenho ouvido sobre ele. Oua-me, rei, enquanto eu falo do que tu me perguntaste. Mahendra, Malaia, Sahya, Suktimat, Rakshavat, Vindhya, e Paripatra, estas sete so as montanhas Kala (montanhas que formam limites de divises, de Bharatvarsha). Alm dessas, rei, h milhares de montanhas que so desconhecidas, de feitio slido, enormes, e tendo vales excelentes. Alm dessas h muitas outras montanhas pequenas habitadas por tribos brbaras. Aryans e Mlecchas, Kauravya, e muitas raas, senhor, mistas dos dois elementos, bebem as guas dos seguintes rios, dos magnficos Ganga, Sindhu, e Saraswati; de Godavari, e Narmada, e do rio grande chamado Yamuna; de Dhrishadwati, e Vipapa, e Vipasa e Sthulavaluka; do rio Vetravati, e aquele outro chamado Krishna-vena; de Iravati, e Vitasta, e Payosyini, e Devika; de Vedasmrita e Vedavati, e Tridiva, e Ikshumalavi; de Karishini, e Chitravaha, e do rio chamado Chitrasena; de Gomati, e Dhutapada e do rio grande chamado Gandaki, de Kausiki, e Nischitra, e Kirtya, e Nichita, e Lohatarini; de Rashasi e Satakumbha, e tambm Sarayu; de Charmanwati, e Vetravati, e Hastisoma, e Disa; do rio chamado Saravati, e Venna, e Bhimarathi; de Kaveri, e Chuluka, e Vina, e Satavala; de Nivara, e Mahila, e Suprayoga, rei; de Pavitra, e Kundala, e Rajani, e Puramalini; de Purvabhirama, e Vira, e Bhima, e Oghavati; de Palasini, e Papahara, e Mahendra, e Patalavati, de Karishini, e Asikni, e do grande rio Kusachira, de Makari, e Pravara, e Mena, e Hema, e Dhritavati; de Puravati, e Anushna, e Saivya, e Kapi, Bharata; de Sadanira, e Adhrishya, e da corrente poderosa Kusadhara; de Sadakanta, e Siva, e Viravati; de Vatsu, e Suvastu, e Kampana com Hiranwati; de Vara, e do imenso rio Panchami, de Rathachitra, e Jyotiratha, e Viswamitra, e Kapinjala; de Upendra, e Vahula, e Kuchira, e Madhuvahini; de Vinadi, e Pinjala, e Vena, e do grande rio Pungavena; de Vidisa e Krishna-vena, e Tamra, e Kapila, de Salu, e Suvama, o Vedaswa, e do rio poderoso Harisrava; de Sighra, e Pischala, e do rio Bharadwaji, do rio Kausiki, e Sona, e Chandrama; de Durgamantrasila, e Brahma-vodhya, e Vrihadvati; de Yaksha, e Rohi, e Yamvunadi; de Sunasa e Tamasa, e Dasi, e Vasa, e Varuna, e Asi; de Nila, e Dhrimati, e do poderoso rio Parnasa; de Pomasi, e Vrishabha, e Brahma-meddhya, e Vrihaddhani. Estes e muitos outros grandes rios, rei, tais como Sadonirmaya e Krishna, e Mandaga, e Mandavahini; e Mahagouri, e Durga, Bharata; e Chitropala, Chitraratha, e Manjula, e Vahini; e Mandakini, e Vaitarani, e Kosa, e Mahanadi; e Suktimati, e Ananga, e Pushpaveni, e Utpalavati; e Lohitya, Karatoya, e Vrishasabhya; e Kumari, e Rishikullya e Marisha, e Saraswati; e Mandakini, e Supunya, Sarvasanga, Bharata, so todos mes do universo e produtivos de mrito excelente. Alm desses, h rios, s centenas e milhares, que no so conhecidos (por nomes). Eu agora relatei para ti, rei, todos os rios tanto quanto eu me lembro.

    Depois disto, oua os nomes das provncias enquanto eu os menciono. Elas so os Kuru-Panchalas, os Salwas, os Madreyas, os Jangalas, os Surasenas, os Kalingas, os Vodhas, os Malas, os Matsyas, os Sauvalyas, os Kuntalas, os Kasi-kosalas, os Chedis, os Karushas, os Bhojas, os Sindhus, os Pulindakas, os Uttamas, os Dasarnas, os Mekalas, os Utkalas; os Panchalas, os Kausijas, os Nikarprishthas, Dhurandharas; os Sodhas, os Madrabhujingas, os Kasis, e os

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  • Kasis mais distantes; os Jatharas, os Kukuras, Bharata; os Kuntis, os Avantis, e os Kuntis mais distantes; os Gomantas, os Mandakas, os Shandas, os Vidarbhas, os Rupavahikas; os Aswakas, os Pansurashtras, os Goparashtras, e os Karityas; os Adhirjayas, os Kuladyas, os Mallarashtras, os Keralas, os Varatrasyas, os Apavahas, os Chakras, os Vakratapas, os Sakas; os Videhas, os Magadhas, os Swakshas, os Malaias, os Vijayas, os Angas, os Vangas, os Kalingas, os Yakrillomans; os Mallas, os Suddellas, os Pranradas, os Mahikas, os Sasikas; os Valhikas, os Vatadhanas, os Abhiras, os Kalajoshakas; os Aparantas, os Parantas, os Pahnabhas, os Charmamandalas; os Atavisikharas, os Mahabhutas, senhor; os Upavrittas, os Anupavrittas, os Surashatras, Kekayas; os Kutas, os Maheyas, os Kakshas, os Samudranishkutas; os Andhras, e, rei, muitas tribos montanhosas, e muitas tribos residindo em reas situadas na base de colinas, e os Angamalajas, e os Manavanjakas; os Pravisheyas, e os Bhargavas, rei; os Pundras, os Bhargas, os Kiratas, os Sudeshnas, e os Yamunas, os Sakas, os Nishadhas, os Anartas, os Nairitas, os Durgalas, os Pratimasyas, os Kuntalas, e os Kusalas; os Tiragrahas, os Ijakas, os Kanyakagunas, os Tilabharas, os Samiras, os Madhumattas, os Sukandakas; os Kasmiras, os Sindhusauviras, os Gandharvas, e os Darsakas; os Abhisaras, os Utulas, os Saivalas, e os Valhikas; os Darvis, os Vanavadarvas, os Vatagas, os Amarathas, e os Uragas; os Vahuvadhas, os Kauravyas, os Sudamanas, os Sumalikas; os Vadhras, os Karishakas, os Kalindas, e os Upatyakas; os Vatayanas, os Romanas, e os Kusavindas; os Kacchas, os Gopalkacchas, os Kuruvarnakas; os Kiratas, os Varvasas, os Siddhas, os Vaidehas, e os Tamraliptas; os Aundras, os Paundras, os Saisikatas, e os Parvatiyas, majestade.

    H outros reinos, touro da raa Bharata, no sul. Eles so os Dravidas, os Keralas, os Prachyas, os Mushikas, e os Vanavashikas; os Karanatakas, os Mahishakas, os Vikalpas, e tambm os Mushakas; os Jhillikas, os Kuntalas, os Saunridas, e os Nalakananas; os Kankutakas, os Cholas, e os Malavayakas; os Samangas, os Kanakas, os Kukkuras, e os Angara-marishas; os Samangas, os Karakas, os Kukuras, os Angaras, os Marishas, os Dhwajinis, os Utsavas, os Sanketas, os Trigartas, e os Salwasenas; os Vakas, os Kokarakas, os Pashtris, e os Lamavegavasas; os Vindhyachulakas, os Pulindas, e os Valkalas; os Malavas, os Vallavas, os Vallavas mais distantes, os Kulindas, os Kalavas, os Kuntaukas, e os Karatas; os Mrishakas, os Tanavalas, os Saniyas; os Alidas, os Pasivatas, os Tanayas, e os Sulanyas; os Rishikas, os Vidarbhas, os Kakas, os Tanganas, e os Tanganas mais distantes. Entre as tribos do norte esto os Mlecchas, e os Kruras, melhor dos Bharatas; os Yavanas, os Chinas, os Kamvojas, os Darunas, e muitas tribos Mleccha; os Sukritvahas, os Kulatthas, os Hunas, e os Parasikas; os Ramanas, e os Dasamalikas. Estes pases so, alm disso, as residncias de muitas tribos Kshatriya, Vaisya, e Sudra. Ento alm disso h os Sudra-abhiras, os Dardas, os Kasmiras, e os Pattis; os Khasiras; os Atreyas, os Bharadwajas, os Stanaposhikas, os Poshakas, os Kalingas, e diversas tribos de Kiratas; os Tomaras, os Hansamargas, e os Karamanjakas. Estes e outros reinos esto no leste e no norte. senhor, aludindo a eles brevemente eu te disse tudo. A Terra, se seus recursos so devidamente desenvolvidos de acordo com suas qualidades e valor, como uma vaca que sempre produz leite (Kamadhuk aquela espcie

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  • de vaca que sempre produz leite), da qual os frutos triplos de virtude, lucro e prazer, podem ser ordenhados. Reis corajosos familiarizados com virtude e lucro se tornaram cobiosos de Terra. Dotados de energia, eles at perdero suas vidas em batalha por fome de riqueza. A terra certamente o refgio de criaturas dotadas de corpos celestes como tambm de criaturas dotadas de corpos humanos. (Os deuses dependem de sacrifcios realizados por seres humanos; e com relao aos seres humanos, sua alimentao fornecida pela Terra. Criaturas superiores e inferiores, portanto, so todas sustentadas pela terra; a Terra sendo seu refgio.) Desejosos de desfrutar da Terra, os reis, chefe dos Bharatas, se tornaram como cachorros que roubam carne uns dos outros. Sua ambio ilimitada, no conhecendo satisfao. por isso que os Kurus e os Pandavas esto se esforando pela posse de Terra, por meio de negociao, desunio, presentes, e batalha, Bharata. Se a Terra for bem cuidada, ela se torna o pai, me, filhos, firmamento e cu, de todas as criaturas, touro entre homens.'"

    10"Dhritarashtra disse, 'Fale-me, Sanjaya, do perodo de vida, da fora, das

    coisas boas e ms, do futuro, passado e presente, dos residentes, Suta, deste Varsha de Bharata, e do Himavat-varsha, como tambm de Hari-varsha, em detalhes.

    Sanjaya disse, ' touro da raa Bharata, quatro Yugas se manifestam no Varsha de Bharata, isto , Krita, Treta, Dwapara, e Kali. O Yuga que inicia primeiro Krita. senhor; depois do trmino de Krita vem Treta; depois do trmino de Treta vem Dwapara; e depois desse ltimo se inicia Kali. Quatro mil anos, melhor dos Kurus, so calculados como a mdia de vida, melhor dos reis, na poca Krita. Trs mil anos o perodo em Treta, governante de homens. No momento em Dwapara as pessoas vivem sobre a Terra por dois mil anos. Em Kali, no entanto, touro da raa Bharata, no h limite fixo de mdia de vida, tanto que homens morrem enquanto no tero, como tambm logo depois do nascimento. Na era Krita, rei, homens nascem e geram filhos, s centenas e milhares, que so de grande fora e grande poder, dotados do atributo de grande sabedoria, e possuidores de riqueza e belas feies. Naquela era so nascidos e gerados Munis dotados de riqueza de ascetismo, capazes de grande esforo, possuidores de almas elevadas, e virtuosos, e verdadeiros em palavras. Os Kshatriyas tambm, nascidos naquela era, so de feies agradveis, saudveis, possuidores de grande energia, talentosos no uso do arco, muito habilidosos em batalha e extremamente corajosos. Na era Treta, rei, todos os reis Kshatriya eram imperadores governando de mar a mar. Em Treta so gerados bravos Kshatriyas no sujeitos a ningum, dotados de vidas longas, possuidores de herosmo, e manejando o arco em batalha com grande habilidade. Quando Dwapara se inicia, rei, todas as (quatro) classes nascidas se tornam capazes de grande esforo, dotadas de grande energia, e desejosas de conquistar umas s outras. Os homens nascidos em Kali, rei, so dotados de pouca energia, muito

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  • colricos, cobiosos, e mentirosos. Cimes, orgulho, raiva, fraude, malcia e avareza, Bharata, so os atributos das criaturas na era Kali. A poro que resta, rei, desta era Dwapara, pequena, soberano de homens. O Varsha conhecido como Haimavat superior a Bharatavarsha, enquanto Harivarsha superior a Hainavatvarsha, em relao a todas as qualidades.'

    11(Bhumi Parva)

    "Dhritarashtra disse, 'Tu, Sanjaya, descreveste Jamvukhanda devidamente para mim. Diga-me agora suas dimenses e extenso realmente. Fale-me tambm, Sanjaya, da extenso do oceano de Sakadwipa, e Kusadwipa, de Salmalidwipa e Kraunchadwipa, verdadeiramente e sem deixar qualquer coisa e fale-me tambm, filho de Gavalgani, de Rahu e Soma e Surya.'

    Sanjaya disse, 'H, rei, muitas ilhas, sobre as quais a Terra se estende. Eu descreverei para ti, no entanto, somente sete ilhas, e a lua, e o sol, e o planeta (Rahu), tambm. A montanha Jamvu, rei, se estende sobre dezoito mil e seiscentos Yojanas completos. A extenso do oceano salgado citada como duas vezes isto. Aquele oceano est coberto com muitos reinos, e adornado com pedras preciosas e corais. Ele , alm disso, ornamentado com muitas montanhas que so matizadas com metais de diversos tipos. Densamente povoado por Siddhas e Charanas, o oceano circular em forma.

    Eu agora te falarei realmente de Sakadwipa, Bharata. Oua-me, filho da linhagem de Kuru, enquanto eu a descrevo para ti devidamente. Aquela ilha, soberano de homens, tem duas vezes a extenso de Jamvudwipa. E o oceano tambm, grande rei, tem duas vezes a extenso daquela ilha. De fato, melhor dos Bharatas, Sakadwipa est cercada por todos os lados pelo oceano. Os reinos l so cheios de retido, e os homens l nunca morrem. Como a penria poderia ocorrer l? As pessoas so todas dotadas de clemncia e grande energia. Eu agora, touro da raa Bharata, te dei devidamente uma descrio breve de Sakadwipa. O que mais, rei, tu desejas ouvir?'"

    "Dhritarashtra disse, 'Tu me deste, Sanjaya, uma descrio de Sakadwipa em resumo. tu que s possuidor de grande sabedoria, conte-me agora tudo em detalhes verdadeiramente.'

    Sanjaya disse, 'Naquela ilha, rei, h sete montanhas que so enfeitadas com jias e que so minas de jias, pedras preciosas. H muitos rios tambm naquela ilha. Oua-me enquanto eu relato seus nomes. Tudo l, rei, excelente e encantador. A primeira daquelas montanhas se chama Meru. Ela a residncia dos deuses, Rishis, e Gandharvas. A montanha seguinte, rei, se chama Malaia que se estende em direo ao leste. l que as nuvens so geradas e de l que elas se dispersam para todos os lados. A prxima, tu da famlia de Kuru, a grande montanha chamada Jaladhara. De l Indra diariamente toma gua da

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  • melhor qualidade. daquela gua que ns obtemos chuvas na estao das chuvas, governante de homens. Em seguida vem a montanha alta chamada Raivataka, sobre a qual, no firmamento, foi colocada permanentemente a constelao chamada Revati. Este arranjo foi feito pelo prprio Av. No norte desta, grande rei, est a grande montanha chamada Syama. Ela tem o esplendor de nuvens recm surgidas, muito alta, bela e de corpo brilhante. E j que a cor daquelas montanhas escura, as pessoas que residem l so todas de cor escura, rei.'

    "Dhritarashtra disse, 'Uma grande dvida surge na minha mente, Sanjaya, a respeito do que tu disseste. Por que, filho de Suta, as pessoas l seriam de cor escura?'

    Sanjaya disse, ' grande rei, em todas as ilhas, filho da linhagem de Kuru, podem ser encontrados homens que so claros, e aqueles que so escuros, e aqueles tambm que so produzidos por uma unio das raas claras e escuras. Mas porque as pessoas l so todas escuras, portanto aquela montanha chamada de Montanha Escura. Depois desta, chefe dos Kurus, a grande montanha chamada Durgasaila. E ento vem a montanha chamada Kesari. As brisas que sopram daquela montanha so todas carregadas com eflvios (odorferos). A medida de cada uma destas montanhas o dobro daquela mencionada imediatamente antes. tu da famlia de Kuru, dito pelos sbios que h sete Varshas naquela ilha. O Varsha de Meru chamado Mahakasa; aquele da doadora de gua (Malaia) chamado Kumudottara. O Varsha de Jaladhara chamado Sukumara; enquanto aquele de Raivatak chamado Kaumara; e de Syama, Manikanchana. O Varsha de Kesara chamado Mandaki, e aquele citado depois da prxima montanha se chama Mahapuman. No meio daquela ilha h uma rvore grande chamada Saka. Em altura e largura a medida daquela rvore igual quela da rvore Jamvu em Jamvudwipa. E o povo l sempre adora aquela rvore. L naquela ilha h muitas provncias encantadoras onde Siva adorado, e para l se dirigem os Siddhas, os Charanas, e os celestiais. As pessoas l, rei, so virtuosas, e todas as quatro classes, Bharata, so dedicadas s suas respectivas ocupaes. Nenhum caso de roubo pode ser visto l. Livres de decrepitude e morte e dotadas de vida longa, as pessoas l, rei, crescem como rios durante a estao das chuvas. Os rios l so cheios de gua sagrada, e a prpria Ganga, distribuda como ela foi em vrias correntes, est l, Sukumari, e Kumari, e Seta, e Keveraka, e Mahanadi, Kauravya, e o rio Manijala, e Chakshus, e o rio Vardhanika, tu melhor dos Bharatas, estes e muitos outros rios aos milhares e centenas, todos cheios de gua sagrada, se encontram l, perpetuador da famlia de Kuru, dos quais Vasava retira gua para derram-la como chuva. impossvel narrar os nomes e comprimentos dos rios. Todos eles so os principais dos rios e purificadores de pecados. Como ouvido por todos homens l, naquela ilha de Saka h quatro provncias sagradas. Eles so os Mrigas, os Masakas, os Manasas, e os Mandagas. Os Mrigas na maior parte so Brahmanas dedicados s ocupaes da sua ordem. Entre os Masakas esto Kshatriyas virtuosos concedendo (aos Brahmanas) todo desejo (nutrido por eles). Os Manasas, rei, vivem por seguir os deveres da classe Vaisya. Tendo todos os

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  • desejos deles satisfeitos, eles so tambm corajosos e firmemente dedicados virtude e lucro. Os Mandagas so todos Sudras valentes de comportamento virtuoso. Nestas provncias, monarca, no h nenhum rei, nenhum castigo, nenhuma pessoa que merea ser punida. Conhecedoras dos ditames do dever elas esto todas engajadas na prtica dos seus respectivos deveres e protegem umas s outras. Isto tudo o pode ser dito da ilha chamada Saka. Isto tudo tambm deve ser ouvido sobre aquela ilha dotada de grande energia."

    12"Sanjaya disse, ' Kauravya, aquilo que ouvido sobre as ilhas no norte, eu

    relatarei para ti, grande rei. Oua-me agora. (L no norte) se encontra o oceano cujas guas so manteiga clarificada. Ento vem o oceano cujas guas so coalhos. Em seguida vem o oceano cujas guas so vinho, e ento outro oceano de gua. As ilhas, rei, so o dobro em rea uma da outra conforme elas procedem cada vez mais longe em direo ao norte. E elas esto cercadas, rei, por estes oceanos. Na ilha que est no meio h uma montanha grande chamada Goura feita de arsnico vermelho; na ilha ocidental, rei, a montanha Krishna que a (residncia) predileta de Narayana. L Kesava guarda pedras preciosas celestes (em profuso), e de l, inclinado benevolncia, ele concede felicidade s criaturas. Junto com os reinos l, rei, a moita (celeste) de erva Kusa em Kusadwipa, e a rvore Salmali na ilha de Salmalika, so adoradas. Na ilha Krauncha tambm, a montanha chamada Maha-krauncha que uma mina de todas as espcies de pedras preciosas, rei, sempre adorada por todas as quatro classes de homens. (L), monarca, a montanha chamada Gomanta que enorme e compe-se de todos os tipos de metais, e sobre a qual sempre reside, misturando-se com aqueles que so emancipados, o pujante Narayana, tambm chamado Hari, agraciado com prosperidade e possuidor de olhos como folhas de ltus. Em Kusadwipa, rei de reis, h outra montanha matizada com corais e que recebeu o nome daquela prpria ilha. Aquela montanha inacessvel e feita de ouro. Possuidora de grande esplendor, Kauravya, h uma terceira montanha l que chamada Sumida. A sexta chamada Harigiri. Estas so as seis principais montanhas. Os espaos entre estas seis montanhas aumenta na proporo de um para dois conforme elas procedem cada vez mais longe em direo ao norte. O primeiro Varsha chamado Audhido; o segundo Venumandala; o terceiro chamado Suratha; o quarto conhecido pelo nome de Kamvala; o quinto Varsha chamado Dhritimat; e o sexto chamado Prabhakara; o stimo Varsha chamado Kapila. Estes so os sete Varshas sucessivos. Nestes, deuses e Gandharvas, e outras criaturas do universo se divertem e se deleitam. Nestes Varshas os habitantes nunca morrem. L, rei, no h ladres, nem quaisquer tribos de Mlecchas. Todos os residentes so quase brancos em cor, e muito delicados, rei.

    Com respeito ao restante das ilhas, soberano de homens, eu relatarei tudo o que foi ouvido por mim. Oua, monarca, com a mente atenta. Na ilha Krauncha, grande rei, h uma montanha grande chamada Krauncha. Ao lado de Krauncha

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  • Vamanaka; e ao lado de Vamanaka Andhakara. E ao lado de Andhakara, rei, aquela excelente das montanhas chamada Mainaka. Depois de Mainaka, monarca, aquela melhor das montanhas chamada Govinda; e depois de Govinda, rei, a montanha chamada Nivida. multiplicador de tua linhagem, os espaos entre essas montanhas aumenta na proporo de um para dois. Eu agora te direi os pases que se encontram l. Oua-me enquanto eu falo deles. A regio perto de Krauncha chamada Kusala; aquela perto de Vamanaka Manonuga. A regio ao lado de Manonuga, perpetuador da famlia de Kuru, chamada Ushna. Depois de Ushna Pravaraka; e depois de Pravaraka Andhakaraka. O pas depois de Andhakaraka chamado Munidesa. Depois de Munidesa a regio chamada Dundubhiswana cheia com Siddhas e Charanas. As pessoas so quase brancas em cor, rei. Todos estes pases, monarca, so as habitaes de deuses e Gandharvas. Na (ilha de) Pushkara existe uma montanha chamada Pushkara que abunda com jias e pedras preciosas. L sempre mora o prprio Prajapati divino. A ele todos os deuses e grandes Rishis sempre adoram com palavras gratificantes e cultuam reverentemente, rei. Diversas pedras preciosas de Jamvudwipa so usadas l. Em todas estas ilhas, rei, Brahmacharya, veracidade, e autocontrole dos habitantes, como tambm sua sade e perodos de vida so na proporo de um para dois conforme as ilhas so cada vez mais distantes (na direo norte). rei, a terra naquelas ilhas, Bharata, abrange somente um pas, pois aquele citado como um pas no qual uma religio encontrada. O prprio Prajapati Supremo, levantando a vara de castigo, sempre reside l, protegendo aquelas ilhas. Ele, monarca, o rei. Ele sua fonte de felicidade. Ele o pai, e ele o av. ele, melhor dos homens, que protege todas as criaturas l, mveis ou imveis. Alimento cozido, Kauravya, chega l por si mesmo e as criaturas o comem diariamente. de braos fortes, depois destas regies vista uma habitao de nome Sama. Ela tem uma forma estrelada tendo quatro cantos, e ela tem, rei, trinta e trs mandalas. L moram, Kauravya, quatro elefantes principescos adorados por todos. (Dig-gaja, isto , um elefante que sustenta o globo. H quatro destes na mitologia Hindu ou dez de acordo com alguns relatos). Eles so, melhor dos Bharatas, Vamana, e Airavata, e outro, e tambm Supratika (isto , com o suco escorrendo de suas bochechas e boca. Na poca do cio, um tipo peculiar de suco sai de vrias partes do corpo de um elefante. Acredita-se que ele o suco temporal. Quanto mais forte e feroz o elefante, maior a quantidade de suco que sai de seu corpo). rei, com bochechas e boca fendidas, eu no ouso calcular as propores destes quatro elefantes. Seu comprimento, largura e espessura sempre permaneceram no determinados. L naquelas regies, rei, ventos sopram irregularmente de todas as direes. Estes so apanhados por aqueles elefantes com as pontas de suas trombas, as quais so da cor do ltus e dotadas de grande esplendor e capazes de arrastar tudo em seu caminho. E logo depois de apanh-los eles ento sempre os deixam sair. Os ventos, rei, assim deixados sair por aqueles elefantes respirando vem sobre a Terra e por consequncia disso as criaturas respiram e vivem.'

    Dhritarashtra disse, 'Tu, Sanjaya, me falaste tudo acerca do primeiro assunto muito elaboradamente. Tu tambm indicaste as posies das ilhas. Fale agora, Sanjaya, sobre o que resta.'

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  • Sanjaya disse, 'De fato, grande rei, as ilhas foram todas descritas para ti. Oua agora ao que eu verdadeiramente digo sobre os corpos celestes e sobre Swarbhanu, chefe dos Kauravas, com relao s suas dimenses. sabido, rei, que o planeta Swarbhanu globular. Seu dimetro doze mil Yojanas, e sua circunferncia, porque ele muito grande, quarenta e dois mil Yojanas, impecvel, como dito pelos eruditos dos tempos antigos. afirmado que o dimetro da lua, rei, onze mil Yojanas. Sua circunferncia, chefe dos Kurus, declarada que trinta oito mil e novecentos Yojanas do planeta ilustre de raios frios. sabido que o dimetro do Sol beneficente, que avana rpido e que d luz, tu da famlia de Kuru, dez mil Yojanas, e sua circunferncia, rei, trinta e cinco mil e oitocentas milhas, por causa de sua imensidade, impecvel. Estas so as dimenses calculadas aqui, Bharata, de Arka. O planeta Rahu, por sua grande massa, envolve o Sol e a Lua em tempos devidos. Eu te digo isto em resumo. Com a viso da cincia, grande rei, eu agora te disse tudo o que tu perguntaste. Que a paz seja tua. Eu agora te falei sobre a construo do universo como indicada nos Shastras. Portanto, Kauravya, acalme teu filho Duryodhana.'

    Tendo escutado a este encantador Bhumi Parva, chefe dos Bharatas, um Kshatriya vem a ser dotado de prosperidade, obtm a realizao de todos os seus desejos, e ganha a aprovao dos virtuosos. O rei que ouve a isto em dias da lua-cheia ou da lua-nova, cumprindo votos cuidadosamente todo o tempo, tem o perodo de sua vida, sua fama e energia, todos aumentados. Seus pais e avs (falecidos) ficam satisfeitos. Tu agora ouviste sobre todos os mritos que fluem deste Varsha de Bharata onde ns estamos agora!'"

    13(Bhagavat-Gita Parva)

    Vaisampayana disse, "Possuidor do conhecimento do passado, do presente e do futuro, e vendo todas as coisas como se presentes diante de seus olhos, o filho erudito de Gavalgana, Bharata, chegando rapidamente do campo de batalha, e entrando com aflio (na corte) contou para Dhritarashtra que estava mergulhado em pensamentos que Bhishma, o av dos Bharatas, estava morto."

    "Sanjaya disse, 'Eu sou Sanjaya, grande rei. Eu te reverencio, touro da raa Bharata. Bhishma, o filho de Santanu e o av dos Bharatas, foi morto. Aquele principal de todos os guerreiros, aquele av dos Bharatas, foi morto. Aquele principal de todos os guerreiros, aquela energia incorporada de todos os arqueiros, aquele av dos Kurus jaz hoje em um leito de flechas. Aquele Bhishma. rei, confiando em cuja energia teu filho se engajou naquela partida de dados, agora jaz no campo de batalha morto por Sikhandin. Aquele poderoso guerreiro em carro que em um nico carro venceu em combate terrvel na cidade de Kasi todos os reis da Terra reunidos, ele que lutou destemidamente em batalha com Rama, o filho de Jamadagni, ele a quem o filho de Jamadagni no pode matar, oh, ele mesmo foi morto hoje por Sikhandin. Parecido com o prprio grande Indra em

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  • coragem, e Himavat em firmeza, semelhante ao prprio oceano em gravidade, e prpria Terra em pacincia, aquele guerreiro invencvel tendo flechas como seus dentes, arco como sua boca, e a espada como sua lngua, aquele leo entre homens, foi morto hoje pelo prncipe de Panchala. Aquele matador de heris, vendo a quem quando dirigido para a batalha o poderoso exrcito dos Pandavas, desprovido de qualidades viris por causa do medo, costumava tremer como um rebanho de vacas vendo um leo, ai, tendo protegido aquele (teu) exrcito por dez noites e tendo realizado feitos de realizao extremamente difcil, se ps como o Sol. Ele que como o prprio Sakra, espalhando flechas s milhares com a maior compostura matou diariamente dez mil guerreiros por dez dias, ele mesmo morto (pelo inimigo), jaz, embora ele no merea isso, na terra nua como uma rvore (poderosa) quebrada pelo vento, por consequncia, rei, dos teus maus conselhos, Bharata.'"

    14"Dhritarashtra disse, 'Como Bhishma, aquele touro entre os Kurus, foi morto por

    Sikhandin? Como meu pai, que parecia o prprio Vasava, caiu de seu carro? O que veio a ser dos meus filhos, Sanjaya, quando eles foram privados do poderoso Bhishma que era como um celestial, e que levava vida de Brahmacharya por causa de seu pai? Aps a queda daquele tigre entre homens que era dotado de grande sabedoria, grande capacidade para esforo, grande poder e grande energia, como nossos guerreiros se sentiram? Sabendo que aquele touro entre os Kurus, aquele principal dos homens, aquele heri firme, est morto, grande a dor que trespassa meu corao. Enquanto avanava (contra o inimigo), quem o seguiu e quem prosseguiu adiante? Quem ficou ao seu lado? Quem procedeu