http://www.professorfiorin.blogspot.com [email protected]http://www.professorfiorin.blogspot.com [email protected]O GAÚCHO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE O GAÚCHO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL RIO-GRANDENSE CULTURAL RIO-GRANDENSE O GAÚCHO E A CONSTRUÇÃO DA O GAÚCHO E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL IDENTIDADE CULTURAL RIO-GRANDENSE RIO-GRANDENSE JOS É AUGUS TO FIORIN JOS É AUGUS TO FIORIN MUSEU ANTROPOLÓGICO MUSEU ANTROPOLÓGICO DIRETOR PESTANA DIRETOR PESTANA
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CULTURAL RIO-GRANDENSECULTURAL RIO-GRANDENSE
FIORIN, José Augusto. Do gaúcho ao tradicionalista: Imagem, Identidade e Representação. Monografia de Pós-graduação Lato Sensu em Ciências Sociais. Universidade Regional do Estado do Rio Grande do Sul-Unijui, 149 fl. Ijuí, 2007.
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• Balandier (1955) se a culturacultura não é um dado, uma herançaherança que se transmite imutável de geração em geraçãogeração em geração, é porque ela é uma produção histórica, isto é, uma construção que uma construção que se inscreve na históriase inscreve na história, e mais precisamente na história das relações dos grupos sociais entre sirelações dos grupos sociais entre si.
• BALANDIER, Georges. La nocion de “situation” cloniale. In: Sociologie actuelle de l’Afrique noire. Paris: PUF, 1955.
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• Como são construídas as representações do gaúcho? Como são construídas as representações do gaúcho? • Como a tradição é construída através das idéias e imagens?Como a tradição é construída através das idéias e imagens?
• O Movimento Tradicionalista da década de 1940 reflete como se dá a representação do mundo social, isto porque Roger Chartier nos diz que essas representações são sempre determinadas pelos interesses do grupo que as forjam.
• Neste caso a representação do tradicionalismo atinge o interesse de criação e invenção de um grupo de jovens oriundos do meio rural que buscam na capital do estado, por puro saudosismo, reviver um passado que não existiu em sua totalidade.
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No Rio Grande do Sul há a invenção de uma tradição?
Hobsbawn (1997) contextualiza que “por tradição inventada entende-se um conjunto de práticasconjunto de práticasnormalmente reguladas por regras regras tácita ou abertamente aceitas; tais práticas, de natureza natureza ritual ou simbólicaritual ou simbólica, visam inculcar certos valores e inculcar certos valores e normas de comportamento através da repetiçãonormas de comportamento através da repetição, o que implica automaticamente, uma continuidade continuidade em relação ao passadoem relação ao passado”. HOBSBAWN, E. (org.). A Invenção das tradições. São Paulo: Paz e Terra, 1997.p. 8.
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• ... os gaúchos aparecem geralmente sem mulheresgeralmente sem mulheres e manifestam mesmo pouca atração para elaspouca atração para elas, felizmente
para seus vizinhos, a quem sua multiplicação, acompanhada de desejos tumultuosos, poderia causar
desassossêgo: formados origináriamente do contato com a raça branca com os indígenas, eles se recrutam
incessantemente dos mesmos produtos, e ainda de todos os indivíduos que nessas imediações nascem, sem nascem, sem
ordem e sem destino, com gôsto tão geral de uma fácil e ordem e sem destino, com gôsto tão geral de uma fácil e de perfeita liberdadede perfeita liberdade. (DREYS, 1961, p.160)
• DREYS, Nicolau. Notícia descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, 1961.p.160.
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Dreys segue dizendo que sem chefes, sem leis, sem sem chefes, sem leis, sem polícia, os gaúchos não têm da moral social, senão idéias polícia, os gaúchos não têm da moral social, senão idéias vulgaresvulgares e, sobretudo uma sorte da probidade condicional que os leva a respeitar a propriedade condicional que os leva a respeitar a propriedade de quem os emprega, ou neles deposita confiança: entregues ao jogo com furorentregues ao jogo com furor,
êsse vício, que parecem praticar como um meio de encher o vácuo de seus dias, é a fonte dos roubos, e às
vezes das mortes que cometem. Joga o gaúcho tudo que Joga o gaúcho tudo que possui, dinheiro, cavalo, armas, vestidos, e sai do jogo possui, dinheiro, cavalo, armas, vestidos, e sai do jogo
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Hilaire irá dizer que “dada conhecida índole dos gaúchos, é possível imaginar
que, proclamada a independência, aproveitaram-se os primeiros momentos momentos de desordem para a pilhagem do gado de desordem para a pilhagem do gado
nas estâncias portuguesasnas estâncias portuguesas, e os portugueses a seu turno promoviam arreadas nas estâncias espanholas”
SAINT HILAIRE. Auguste Viagem ao Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Ariel Editora, 1936, p.77.
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Nasci como nasce o peixe nas profundezas do mar; ninguém me pode tirar aquilo que Deus me deu: o que aqui tenho de meu, do mundo o hei de levar.
Nací como nace el pejeen el fundo de la mar:naides puede quitar aquello que Dios me dió:lo que al mundo truje yodel mundo lo he de llevar.[1]
Sou gaúcho! — Entendam bem como meu canto o explica: a terra ante mim se achica e pudera ser maior;nem a víbora me pica,nem me queima a fronte o sol.
Soe gaucho, y entiéndanló Como mi lengua lo esplica: para mi la tierra es chica y pudiera ser mayor; ni la víbora me picani quema mi frente el sol.
Ante o perigo — por Cristo! —, meu coração não remancha: qualquer chão p 'ra mim é cancha; e nisso senztido tomem:quem se tenha por bem homem faz pé firme e não se plancha.
En el peligro qué Cristo! El corazón se me enancha.pues toda la tierra es cancha,y de esto naides se asombre:el que si tiene por hombre donde quiera hace pata hancha
(Tradução)Não saio fora dos trilhos nem que venham degolando;c'os brandos sou sempre brando, e sou duro com os duros, e ninguém, noutros apuros, me viu andar titubeando.
(Trecho do Poema)No me hago al lao de la güeyaaunque vengan degollando; con los blandos yo soy blando y soy duro con los duros,y ninguno en un apurome ha visto andar tutubiando.
[1] Hernández, José. Martín Fierro. Tradução de J. O. Nogueira Leiria, Porto Alegre: Martíns Livreiro, 1991.
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O autor parte do pampa que engloba o Brasil, parte do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai. Não nega influência árabe espanhola nos trabalhos e costumes do gaúcho rio-grandense, mas não aceita ser integrado entre os povos castelhanos.
MANOELITO DE MANOELITO DE ORNELLASORNELLAS
Gaúcho rio-grandense era diferente do gaucho platino. Pouca mescla com o indígena. Gaúcho rio-grandense era descendente da massa dos pioneiros de Laguna e dos bandeirantes.
MOYSÉS VELLINHOMOYSÉS VELLINHO
Gaúcho rio-grandense diferente do gaucho platino, desde a tessitura étnica, não era nômade, tinha senso de ordem, disciplina, capacidade de sacrifício, inexistia conflito campo e cidade.
OTHELO ROSAOTHELO ROSA
Gaúcho brasileiro é diferente do gaucho platino. Semelhanças existentes vieram do indígena charrua e minuano. Gaúcho rio-grandense – mestiçagem com indígena foi pequena.
SOUZA DOCCASOUZA DOCCA
Filho sedentário do pampaAURÉLIO PORTOAURÉLIO PORTO
Os hábitos e os costumes dos campeiros do Rio Grande do Sul em nada se distinguem dos usos e práticas dos gaúchos orientais.
RUBENS DE BARCELLOSRUBENS DE BARCELLOS
Gaúcho rio-grandense distinto do gaúcho platino, embora exista identidade do meio físico e moral. Diferenças raciais. Gaúcho platino “gaucho malo”. Não houve caudilhismo.
JOÃO PINTO DA SILVAJOÃO PINTO DA SILVA
Pampa uma unidade. Gaúcho uruguaio, argentino e rio-grandense com semelhanças.
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MITO GAÚCHO
Imaginário rio-grandense:
MÚSICA
Leopoldo Rassier – Francisco Alves
Sabe, moçoQue no meio do alvoroçoTive um lenço no pescoçoQue foi bandeira pra mimQue andei mil peleiasEm lutas brutas e feiasDesde o começo até o fim
Sabe, moçoDepois das revoluçõesVi esbanjarem brasõesPra caudilhos coronéisVi cintilarem anéisAssinatura em papéisHonrarias para heróis
É duro, moçoOlhar agora pra históriaE ver páginas de glóriasE retratos de imortaisSabe, moçoFui guerreiro como tantosQue andaram nos quatro cantosSempre seguindo um clarim
E o que restou?Ah, simNo peito em vez de medalhasCicatrizes de batalhasFoi o que sobrou pra mimAh, simNo peito em vez de medalhasCicatrizes de batalhasFoi o que sobrou prá mim