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ISSN 1679-0146 9 77167 9 01400 221 0 0 z ENTREVISTA RODRIGO MAIA, DERMATOLOGISTA: “O SOL FAZ MAIS BEM PARA A ALMA DO QUE MAL PARA A PELE” z BOTECAR EDIÇÃO DE VERÃO DO FESTIVAL REÚNE 40 BARES E FAZ SELETIVA PARA O GRANDE EVENTO DE 2020 Padre Alexandre Fernandes: sua paróquia, a Bom Jesus do Vale, inaugurada há apenas um ano, já caminha para ser a maior em público e arrecadação da congregação Com carisma, empatia e grande capacidade de comunicação, padre Alexandre Fernandes completa 25 anos de sacerdócio como o maior talento da igreja católica em Minas, com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais O FENÔMENO DA FÉ Ano XVIII | Nº 221 www.revistaencontro.com.br
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O FENÔMENO - Revista Encontro

May 11, 2023

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Khang Minh
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z eNtreviSta RODRIGO MAIA, DERMATOLOGISTA: “O SOL FAz MAIS BEM PARA A ALMA DO QUE MAL PARA A PELE”

z Botecar EDIÇÃO DE VERÃO DO FESTIVAL REÚNE 40 BARES E FAz SELETIVA PARA O GRANDE EVENTO DE 2020

Padre Alexandre Fernandes: sua paróquia, a Bom Jesus do Vale, inaugurada há apenas um ano, já caminha para ser a maior em público e arrecadação da congregação

Com carisma, empatia e grande capacidade de comunicação, padre Alexandre Fernandes completa 25 anos de sacerdócio como o maior talento da igreja católica em Minas, com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais

O FENÔMENOO FENÔMENO

DA FÉ

Ano XVIII | Nº 221 www.revistaencontro.com.br

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Page 4: O FENÔMENO - Revista Encontro

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Page 5: O FENÔMENO - Revista Encontro
Page 6: O FENÔMENO - Revista Encontro

10 |EncontroFOTO CAPA: Alexandre Rezende

NeSta edição

22 eNtreviStaDermatologista Rodrigo Maia fala sobre os segredos para manter uma pele saudável

44 NeGócioSEmpresa do Grupo BMG é a que mais investe em startups no país

48 dez PerGuNtaS ParaCastellar Guimarães, novo presidente do Conselho do Galo, quer estreitar os laços com a torcida

50 PetConheça as doenças oculares mais comuns em cães e gatos

56 veícuLoSExigências podem diminuir o lançamento de minicarros urbanos

62 MercadoEmpresário investe no segmento de bebedouros industriais

64 decoraçãoArquitetos criam espaços em casa para as mais diversas atividades

70 deSiGNPapéis de parede são aliados na hora de renovar a casa

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Divulgação

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Page 7: O FENÔMENO - Revista Encontro

NeSta edição

12 |Encontro

28 retratoS da cidadePrimeira capela de Belo horizonte necessita de reforma urgente

32 GeNte FiNaEmpresário João AdibeMarques, da Cimed, projeta crescimento em 2020 e nova fábrica no estado

38 voLta ao MuNdohotéis e resorts Martinhal se destacam pela elegância e conforto em terras portuguesas

54 coLuNa de direçãoGolf GTE, da Volkswagen, começa a ser comercializado no Brasil

108 Na MeSaEra U ma Vez um Chalezinho é reinaugurado no Vila da Serra

122 Na SociedadeTutti Maravilha reencontra a amiga Maria Rita após show

COlu nAS

18 Pedro LoBatoNovidade no freeshop

40 Patrícia de caStro véraSMediação, conciliação e arbitragem

120 rodriGo a. FoNSecaFaltas em vinhos – parte 1

130 PauLa PiMeNtaO que eu vou ser quando crescer?

ArtigOS

114

76 caPaUm ano após transferência para a paróquia Bom Jesus do Vale, padre Alexandre já atrai milhares de fiéis

110 FeStivaLSerá dada a largada para a 4ª edição do Botecar de Verão

114 GaStroNoMiaEspaço no Vila da Serra reúne gastronomia, arte e esportes radicais

118 PrÊMioBelo horizonte entra para o hall das cidades criativas da Unesco

Vileta Andrada

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Page 8: O FENÔMENO - Revista Encontro

Uma palestra para cerca de 300 pais de alunos em um colégio da região Centro-Sul da capital, quando muito, tornar-se-ia motivo de burburinho entre os presentes por alguns dias no portão de entrada e saída da escola. Não foi, contudo, o que aconteceu com a apre-sentação da pediatra Filomena Camilo do Vale, a dra. Filó, realizada no final de fevereiro no Colégio Santo Antônio, no Funcionários. Alguns dias após o encontro, pais do Brasil inteiro começaram a receber o áudio de 45 minutos com informações chocantes sobre o dia a dia de seu consultório. O áudio foi além de nossas fronteiras, e já se tem notícias de sua reper-cussão em países da América Latina e em Portugal.

Em seus relatos, a médica conta que não são raros os casos de crianças envolvidas com drogas e pedofilia. Ela já deparou com pacientes de 8 anos com síndrome do pânico. “Isso não é normal”, diz ela. “Essas crianças não estão sendo preparadas para a vida real.” Seu pa-ciente mais novo internado por causa de drogas tinha 12 anos. Apesar dos dados alarmantes, dra. Filó não imaginava tamanha repercussão. “Fui lá para uma conversa informal”, conta.

O áudio também viralizou aqui na nossa redação, entre pais experientes e entre nova-tos, como a repórter Marina Dias, mãe há apenas nove meses do pequeno Augusto, e que assina a reportagem de capa desta edição.

Diante dos nossos olhos estava um assunto pulsante – e que clamava por maior aprofundamento: a dificuldade que pais estão tendo de impor limites aos filhos. “Você não dá o que você não tem”, afirma Filó. “Para dar limites, os pais precisam também ter seus próprios limites.”

À medida que o áudio viralizava, uma pergunta também crescia nas rodas: “Já ouviu o áudio da dra. Filó?”. E não apenas em BH. Para tocar a revista Encontro Brasília, publicação que lançamos há quatro anos, tenho de ir semanalmente à capital federal. E por lá a frase que mais ouvi nas últimas semanas foi: “Você conhece uma tal dra. Filó, médica lá em BH?”.

Procurada para a reportagem, dra. Filó foi reticente. “Vai parecer autopromoção”, disse ela. “Não quero isso.” Nossa intenção, em verdade, es-tava muito distante disso. Queríamos tão somente aumentar a ressonância (e aprofundar ainda mais) nos ensinamentos de dra. Filó. Este é, afinal, o papel que en-tendemos ter: ajudar a sociedade a ser melhor.

Dra. Filó se surpreendeu com a repercussão. Nós nos surpreendemos com dra. Filó. Uma mulher sim-ples, dedicada, de valores éticos profundos e absoluta-mente conhecedora daquilo que fala. Ela poderia usar parte de seu tempo dedicado a palestras e filantropia para o atendimento de novos pacientes particulares. Seu consultório, afinal, tem fila à porta batendo para entrar. Mas ela não se deixou seduzir pelas tentações materiais. Preferiu ir ao encontro de sua vocação mé-dica de servir ao outro. Um gesto de altruísmo difícil de se ver. Dra. Filó é, enfim, um exemplo a ser seguido. Uma luz na escuridão destes novos tempos. z

André LAmounier - diretor/[email protected]

cArtA do editorrevistaencontro.com.br

Diretor-Presidente

Diretor-Executivo

Vice-presidente de Negócios Corporativos

Diretor de Publicidade

Diretor Jurídico

Diretor-geral/Editor

Editores Colaboradores

Jornalismo

Colaboradores

Editor de Arte

Equipe de Arte

Revisão

Gerente Administrativa

Gerente Comercial

Departamento Comercial

Assistente Comercial

Marketing e Eventos

Distribuição

Projeto Gráfico

Editor Responsável

Assistente de Fotografia

Editor

Repórter multimídia

Impressão

Distribuição

Para Assinar

Para Anunciar

Atendimento ao Leitor

Álvaro Teixeira da Costa

Geraldo Teixeira da Costa Neto

Josemar Gimenez Rezende

Mário Neves

Joaquim de Freitas

André Lamounier

Alessandro DuarteFábio DoyleNeide Magalhães

Daniela CostaMarina DiasRafael Campos

Carolina Daher Geórgea ChoucairGui TorresMarinella Castro

Roger Simões

Antônio de Pádua Gustavo Paiva Júnior Oliveira

Lílian de Oliveira

Solange Rabelo

Laila Soares

Agata Utsch Andreza Braga

Roberta Magalhães

Nicole Fischer

André Lima

Editora Encontro

Ronaldo Dolabella

Gabriela Simões

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12 |Encontro MARÇO DE 2018

Para pais e filhos

Dra. Filó, cujo áudio em uma palestra viralizou no Whatsapp: “Não imaginava tamanha repercussão. Foi uma conversa informal”

Alexandre Rezende

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14 |Encontro

Ponha-se no lugar de padre Alexandre: quando ele assumiu a igreja do Belvedere, há cerca de 20 anos, tratava-se de uma paróquia com ótima estrutura e localização, mas de discreta participação da comunidade. Com determinação, trabalho e muito carisma, o pároco transformou a igreja e seus eventos em sucesso de audiência. Qua-se 7 mil pessoas frequentavam a paróquia a cada domingo, enquanto ele estava à frente. Mas, de súbito, e no seu auge, fora transferido, há um ano, pela arquidiocese à qual pertence, para outro local, em verdade, outra cidade. Saiu de BH, foi para Nova Lima, onde teve de assumir uma paróquia sem estrutura e de localização duvidosa. Mas, desta vez, carregava consigo seu principal ativo: o rebanho de fiéis e seguidores. Numa igreja improvisada (na verdade, num contêiner) conseguia reunir milhares de pessoas em suas missas.

Padre Alexandre teve de se transformar, de se reinventar. Passou três dias entristecido, até ganhar força para se levantar e liderar seu rebanho. Se há uma palavra que é sempre repetida por ele e que poderia ser considerada um mantra de suas pregações é “acolhida”. Ele sabe acolher as pessoas. E, por isso, foi por elas acolhido quando precisou de forças para deixar para trás tudo que havia construído no Belvedere e recomeçar do zero.

Frequento a igreja de padre Alexandre há alguns anos e, assim como centenas de outros, acompanhei-o rumo a Bom Jesus do Vale, em Nova Lima. Fui tocado pelos gestos simples e cativantes deste pároco, que sabe ouvir, falar e acolher.

Padre Alexandre é um fenômeno. E um dos motivos está no fato de ele se preocupar com o outro, estar atento aos problemas e dificuldades que acometem seu público. Mais: quer ajudar. Sua atuação, portanto, vai muito além das paredes da paróquia. Um exemplo está nos congressos, cursos e palestras que organiza, com especialistas de diferentes áreas, para falar para sua comu-nidade sobre temas difíceis, mas importan-tes na vida contemporânea, como suicídio, educação de filhos adolescentes e vida con-jugal, entre outros. Padre Alexandre ajuda a resgatar o sentido de comunidade. É, hoje, um exemplo de renovação e fé.

Uma companhia, portanto, cada dia mais indispensável, num mundo tomado pela intolerância e individualismo. Talvez isso explique a crescente multidão que o acompanha. Sucesso, padre Alexandre (se é que ainda cabe mais)! z

carta do editorrevistaencontro.com.br

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O padre da acolhida

Alexandre Rezende

Padre Alexandre, na mata localizada atrás da paróquia: “Foi um ano de muito trabalho, mas que me deu muita alegria”

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Fale com a revista Encontro: Comentários sobre o conteúdo editoral da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Buenos Aires, 10, 3° e 4° andar - Carmo - CEP: 30315-570, Belo horizonte, MG | E-mail : [email protected]. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por motivos de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Buenos Aires, 10, 3° e 4° andar, Carmo. CEP: 30.315-570 - Belo horizonte, MG | Tel.: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008Releases: [email protected] | Fax: (31) 2126-8781 | AssINAtURAs: Tel.: (31) 2126-8770

revista_encontro/revistaencontro

FaLe coM a eNcoNtro

algumas das mensagens enviadas para a redação no mês passado e postadas em nosso site e nas redes sociais

16 |Encontro

Foto do MÊS

eLa eStá de voLtaA edição 219 da revista trouxe a emocionante história de Luciana Gontijo, da empresa de aluguel de móveis Commemorare, que superou dois tumores e um incêndio e retomou o negócio neste ano

homenagem mais merecida! Parabéns Luti! Você é uma vencedora!

ana Lucia de Paoli (@analuciadepaoli)

Exemplo de perseverança, competência e dedicação! A @commemorare vai voltar com força total. Orgulho!

Beto Maciel (@beto.f.maciel)

coLéGio LoyoLa caNceLa Prova coNSiderada “doutriNadora”Pais de alunos reclamaram de um texto de Gregório Duvivier na avaliação de português

Queria ver se fosse ao contrário. A prova metendo o pau na esquerda. Teriam nota de repúdio?renata Karlburger (@renata.karlburger)

Vergonha! Aguardando notícias das providências, em especial, com o professor (a).

ronaldo Nakamura

Na minha época de escola discutíamos em sala sobre tudo, era maravilhoso! Muito triste com essa atitude de uma escola tão renomada.

Mariana cardoso Magalhães

criaNçaS Na Naturezasociedade Brasileira de Pediatria lança manual sobre a importância de crianças brincarem ao ar livre

Do túnel do tempo: de quando a gente passava a maior parte do tempo brincando na rua em frente de nossas casas e era preciso que as mães começassem a gritar com a gente que já era hora de entrar. Ou passávamos horas tentando pegar girinos nos brejos nos fundos de nossa casa.. Tempos que não voltam mais.

antônio abrahão Neto (@casadeabrahao)

Sinto muita alegria de ser esse exemplo para o meu filho.

Simone Las casas (@silascasas)

reLóGio do Prédio JK é retiradoRelógio digital do Itaú havia sido instalado há mais de 40 anos

Eu entregava jornal nas madrugadas de Bh, ele era minha referência.

Luis Henrique (@luishenrique.henrique.9003888)

Tá tudo acabando: Othon, relógio, árvores da Bernardo Monteiro…Fabiana costa (@fabi_costa_samonte)

Muito triste! Quando trabalhava no Banco Nacional vinha pelo elevado (helena Greco)! Como esse relógio foi minha referência para correr e bater meu cartão de ponto!

Giselle reis (@giselle.mreis)

coNHeça o Novo doNo da caParaóO empresário mineiro Alexandre Lodi adquiriu a tradicional construtora, que estava em dificuldades financeiras

Trabalhei nessa companhia. Séria, fantástica, faz o trabalho com amor e dignidade.

Kamal adbul zaydan

Pedro aiHara Se eMocioNa coM o reSGate do corPo de roBert ruaNO tenente comentou a promessa feita à mãe do jovem de 19 anos, 252ª vítima do rompimento da barragem em Brumadinho, de que iria encontrá-lo

Para sempre em nossos corações. Obrigada. Que Deus abençoe sempre sua vida.

aparecida arruda

Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Todo mês, publicamos uma imagem de destaque das nossas redes sociais. Nesta edição, a escolhida foi esta foto do cão da raça border collie thor, que morreu no final de outubro. O cachorro, parte da equipe de resgate do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, atuou em diversos salvamentos, inclusive em Brumadinho e Mariana, e virou xodó dos mineiros.

Um herói, um anjo. Cumpriu

lindamente sua missão Jaqueline abdo (@jaquelineabdo)

Valeu, corajoso Thor!

Maria inez Santana (@minezsantana)

Page 11: O FENÔMENO - Revista Encontro

Encontro| 17

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Page 12: O FENÔMENO - Revista Encontro

artiGo | PEDRO LOBATO

É muito conveniente a quem chega ao aeroporto internacional de Confins, vindo do exterior, fazer umas “comprinhas” no free shop local. É uma espécie de toque final na viagem. De fato, tenha sido ela a passeio ou a trabalho, nem sempre o viajante teve tempo ou opor-tunidade de comprar lá fora tudo o que planejou. É comum ficar para trás alguma coisa que ele desejou trazer, inclusive lembranças para os parentes e amigos.

Então, já com os pés na terrinha, sem pressa e sem aquela preocu-pação de estourar o orçamento antes do fim da viagem, por que não aproveitar o free shop, que está mesmo ali, aberto dia e noite? Uma boa variedade de produtos cotados em dólares, livres de taxas de im-portação espera o viajante que acaba de chegar de longe.

Ninguém se engane: não se trata de preço inferior ou mesmo rigo-rosamente igual ao que se poderia ter no exterior. Mas, sem dúvida, ali se paga menos por um produto importado do que numa loja comum no Brasil. Afinal, os demais impostos e taxas – fora os relativos à im-portação – são cobrados.

É certo que a valorização do dólar frente ao real nos últimos anos tem reduzido o número de brasileiros que viajam ao exterior. Mas a tendência é de recuperação da economia do país, com o aumento do número de pessoas empregadas. São claros os sinais de que a retomada da atividade econômica vem se consolidando, o que deverá ter reflexos positivos no fluxo de embarques e desembarques do exterior em 2020 e nos anos seguintes.

Só esse aumento do movimento de passageiros nos terminais aero-portuários já seria animador para os negócios ligados ao mercado da aviação comercial de passageiros. Faltava um empurrão nas redes de free shops, para incentivar a realização dos investimentos na amplia-ção da oferta de itens comercializados nesses locais estratégicos.

Faltava, não falta mais. O governo federal decidiu dobrar o valor máximo que cada consumidor pode dispender nas compras em lojas sob o regime de duty free (livre de taxas) instaladas em aeroportos que operam voos internacionais.

Portaria do ministro da Economia, Paulo Guedes, elevou esse teto de 500 dólares para 1 mil dólares. A partir de janeiro, os brasileiros que de-sembarcarem do exterior poderão fazer compras em valor equivalente a cerca de 4 mil reais, pela cotação atual. Com isso, o governo põe fim a um congelamento que já durava 19 anos e que, em razão da desvalorização cambial, reduziu à metade o poder de compra do limite anterior.

O governo está apostando na geração de empregos nesse setor es-pecial do comércio, já que as varejistas duty free poderão expandir seu negócio, não só ampliando os itens em oferta, como importando mer-cadorias de maior valor. É o caso de celulares, laptops e aparelhos ele-trônicos de última geração. Antes, muitos desses itens não podiam ser vendidos nessas lojas porque ultrapassavam os 500 dólares.

Em Confins, o free shop é operado pela suíça Dufry, que tem lojas em mais sete aeroportos do país: Brasília, Guarulhos, Rio de Janeiro

“ O governo federal decidiu dobrar o valor máximo que cada consumidor pode dispender nas compras em lojas sob o regime de duty free (livre de taxas) instaladas em aeroportos que operam voos internacionais”

Pedro Lobato é jornalista

Novidade no free shop

(Galeão), Campinas, Fortaleza, Natal e Recife. Líder mundial nesse ramo de varejo, a empresa tem 2.300 lojas em 65 países, oferecendo 50 mil produtos a cerca de 2,5 milhões de consumido-res, que lhe proporcionaram uma re-ceita de 8,8 bilhões de dólares em 2018.

É mais uma presença que se viabili-zou com a concessão do aeroporto à iniciativa privada internacional, no caso à também suíça Zurich Airport. A loja mineira da internacional Dufry passará a vender bem mais do que uís-ques, chocolates e perfumes.

Normalmente, os free shops acei-tam cartões de crédito e até o parcela-mento sem juros. Mas, convém lem-brar que as compras pagas em dinheiro terão o dólar convertido pela cotação do dia, enquanto as do cartão pagarão pela cotação da data do fe-chamento da fatura.

Boas compras, mas, mineiramente, não deixem de fazer suas contas. z

18 |Encontro

Page 13: O FENÔMENO - Revista Encontro

COMCOMPLETO

F U N C I O N A N D O D E N T R O D A S U N I D A D E S

D A R E D E M AT E R D E I , O H O S P I TA L

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C O M A M E L H O R T E C N O LO G I A PA R A

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DERMATOLOGIA COM DR. LUCAS MIRANDAFotos: Violeta Andrada

Estética vê na tEcnologia uma aliada para a harmonização facial

O avanço da tecnologia se dá a passos largos. Bom para nós: essa evolução traz inúmeros benefícios para a medicina estética, principal-mente quando o assunto é rejuvenescimento facial.

O que antes era conseguido ape-nas através de procedimentos invasivos, hoje pode ser realizado com técnicas indolores, que trazem resulta-dos incríveis. A tecnologia utilizada na dermatologia melhora a satisfação pessoal e a autoestima de quem anda descontente com a própria aparência.

O médico dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, referência na capital mineira no quesito harmo-nização facial, conta que, em seu consultório, grande parte dos pacien-tes chega com queixas que não estão, exatamente, nas áreas que precisam

ser tratadas. Ele afirma que um exem-plo que torna mais simples o entendimento dessa questão é a insa-tisfação com sulco nasogeniano, o famoso “bigode chinês”, um dos pri-meiros sinais do envelhecimento após os 30 anos. “Muita gente acre-dita que o preenchimento com ácido hialurônico na região depredada é a melhor forma de eliminá-lo”, diz. “Preenchê-lo diretamente, porém, nem sempre pode ser a solução, já que o ‘bigode’ se dá pela falta de su-porte da região da maçã do rosto.” O médico afirma, ainda, que a aplicação do ácido pode ser muito mais satisfa-tória, em termos de resultado, se feita neste mesmo local.

Lucas Miranda conta que a aplica-ção de ácido hialurônico, feita em pontos específicos da face, é uma téc-nica relativamente nova. Recebe o

nome de MD Codes, que é uma abre-viação para o termo Medical Codes – ou Códigos Médicos, em português. A técnica, desenvolvida pelo cirurgião brasileiro Maurício de Maio, é minima-mente invasiva e promove o rejuvenescimento, harmonização e a sustentação facial através do mapea-mento feito no rosto por meio de pontos específicos.

O objetivo do MD Codes, segundo o dermatologista, é potencializar os resul-tados em cada paciente, respeitando as características individuais de cada de-mandante. Assim, melhora-se o aspecto envelhecido, de tristeza ou de cansaço, trazido pelo tempo, sem tornar a feição artificial. Além disso, a técnica realça os pontos favoráveis da face.

“O ácido hialurônico é um dos pre-enchedores mais seguros que existem, já que possui a mesma substância pro-

Lucas com a publicitária Janaína Cipriano: “Ela sempre teve traços muito bonitos e delicados. A ideia era trazer de volta o volume que havia sido perdido e deixá-la com o aspecto ainda mais ‘saudável’ e jovial”, diz o especialista

duzida pelas células do nosso corpo e que, à medida em que envelhece-mos, torna-se menos presente”, certifica Lucas. Segundo ele, as princi-pais áreas de aplicação são a região malar (maçãs do rosto), região tempo-ral, mandíbula, queixo e olheiras, além das sobrancelhas e lábios.

Pelo MD Codes, os pontos da face são representados por letras e núme-ros para a realização da técnica, garantindo maior precisão e eficácia. As letras correspondem à área anatômica, e os números servem para indicar a se-quência em que as injeções devem ser aplicadas. Através dos códigos, o mé-dico pode identificar o produto a ser injetado, o modo, a sequência e a pro-fundidade das aplicações, assim como identifica também quais áreas devem ser evitadas para não atingir vasos san-guíneos importantes.

De acordo com Lucas Miranda, com o MD Codes é possível conseguir a re-posição de volume, além de uma melhoria na sustentação e no contorno facial. Esse procedimento também pre-vine a ocorrência de flacidez e rugas precoces, além de suavizar as rugas já existentes. Por fim, com a técnica, o pa-ciente pode conquistar uma aparência mais harmônica, jovial e natural.

Um exemplo de procedimento realizado com sucesso é o da publici-tária Janaína Cipriano, 29 anos, paciente do especialista. Janaína faz acompanhamento dermatológico há cinco anos com o objetivo de cuidar da saúde da pele e, consequente-mente, prevenir o envelhecimento precoce. A publicitária relata que tinha algumas queixas com relação à aparência da face: “Sempre fui muito magra, gostei de esportes e morei na praia – e, mesmo cuidando, a exposi-ção solar e o acúmulo de radicais livres causados pelo excesso de exercícios fizeram com que, com o passar dos anos, eu sofresse uma perda no volume facial.”

Sabendo dessa insatisfação pes-soal da paciente, Lucas optou pelo uso da técnica MD Codes. Após um estudo minucioso do rosto de Janaína, o der-matologista identificou que o melhor para o que ela desejava era a aplicação

desse método. “Ela sempre teve tra-ços muito bonitos e delicados. A ideia era trazer de volta o volume que havia sido perdido e deixá-la com o aspecto ainda mais ‘saudável’ e jovial. Tudo com muita sutileza, realçando suas ca-racterísticas próprias.”

Como qualquer procedimento, apesar dos inúmeros benefícios, o MD Codes também apresenta riscos. Entre eles, o dermatologista lembra a con-traindicação da técnica a portadores de doenças autoimunes ativas, como Lúpus, gestantes e alérgicos aos com-ponentes injetáveis.

No mercado estético, em que diver-sos profissionais que ultrapassam os limites quando o assunto é harmoniza-ção facial e aplicação de preenchedores, vale lembrar que o abuso do ácido hia-lurônico sem conhecimento anatômico pode causar a oclusão vascular – que, por sua vez, é capaz de gerar necrose na pele, além do desenvolvimento de nó-dulos ou alergias.

Quando empregado no contexto e pelas mãos corretas, a durabilidade

do MD Codes é de 18 a 24 meses, va-riando da região aplicada e das características individuais de regene-ração de cada paciente.

Para quem deseja realizar qual-quer técnica, a dica do dermatologista é: procure saber mais sobre como ela funciona, converse com um médico gabaritado e consciente e escute o que ele tem a dizer. Acima de tudo, evite os excessos. “O objetivo é real-çar o que já existe de belo em você, e não transformá-lo (a) em outra pes-soa”, finaliza Lucas.

Afinal, o que queremos é enxergar no espelho algo de que gostamos, e não alguém que não conhecemos.

fontE: dr. lucas mirandacrm 47533 | rQE 31510 Edifício lifecenterav. do contorno, 4.747, sala 1101telefone: (31) 3286-0810 (31) 98979-8055 @clinicalucasmiranda clinicalucasmiranda

O médico dermatologista Lucas Miranda: “O ácido hialurônico é um dos preenchedores mais seguros que existem, já que possui a mesma substância produzida pelas células do nosso corpo e que, à medida em que envelhecemos, torna-se menos presente”

Page 15: O FENÔMENO - Revista Encontro

eNtreviSta | RODRIGO MAIA

Ele conversa com seus pacientes sem pressa e diz que um dos segredos da beleza está na capacidade de culti-varmos bons relacionamentos. Nessa linha, o badalado dermatologista mi-neiro Rodrigo Maia prefere cuidar da autoestima a realizar tratamentos es-téticos focados em resultados rápidos. À frente da Clínica da Pele, fundada há 48 anos por seu pai, o médico Francis-co Maia, Rodrigo defende o cuidado integral, que vai além das tecnologias e do último cosmético lançado pela indústria. No Belvedere, sua clínica ocupa um andar inteiro em um edifí-cio comercial. O espaço é sofisticado, com design e tecnologias de ponta, mas o objetivo é usar a medicina para simplificar a vida, em um princípio do slow care (cuidar devagar). Rodri-go não aprova a busca insaciável pela beleza e acha que, afinal, devemos vi-ver em paz com a nossa aparência. E não esquecer o filtro solar, é claro. Ele acredita que fez a escolha certa quan-do, ainda criança, decidiu ser médico, seguindo os passos do pai. Na família, dermatologia e arte são assuntos pró-ximos: “Se não fosse médico, acho que gostaria de ser artista plástico, como meu irmão”, diz. Confira a entrevista.

ENCONtRO – A Clínica da Pele com-pleta 48 anos em um mundo que parece se preocupar cada vez mais

O dermatologista diz que seu trabalho não deve buscar só a beleza, mas a autoestima. E que sentir-se bem é fruto de um modo de vida saudável, que envolve boa alimentação, atividade física, sono restaurador e bons amigos

Ganharam nomes como transformação facial, prometendo uma grande mu-dança, uma construção da beleza. Isso é algo que não acreditamos muito. Nós cuidamos, mas não transformamos. A nossa filosofia é descansar a face, cuidar da pele, dos detalhes, embelezar um rosto. A transformação foge do nosso propósito de existência.

Os procedimentos faciais podem levar a um exagero? Como identifi-car o limite?Há um claro exagero nesta busca in-saciável pela beleza. E é algo que não tem jeito. Conseguimos minimizar efeitos do tempo, descansar, estimu-lar colágeno, melhorar a firmeza da pele. Mas grandes transformações não cabem ao homem fazer, nem com a dermatologia, nem com a cirurgia plástica, nem com nenhuma modali-dade da ciência existente. Nós temos de ter alguma aceitação na vida. Não podemos brigar com a aparência o tempo inteiro. O que buscamos são pessoas em paz com a aparência e nós podemos ser uma ferramenta que au-xilia nesse equilíbrio, nessa aceitação pessoal. Costumo brincar que o me-lhor modo de medir se há exageros em um rosto não é nas redes sociais, mas na sala de espera dos médicos (ri-sos). Os pares vão se agregando. Quem vem aqui (Clínica da Pele), por exem-plo, sabe que nós somos devagar, que cuidamos dos detalhes.

22 |Encontro

Rodrigo Maia, 45 anos

oriGeM Belo Horizonte (MG)

ForMação Graduado em medicina pela Faculdade Ciências Médicas (FCMMG), com residência em dermatologia na santa Casa de Minas Gerais

carreira É proprietário da Clínica da Pele, fundada por seu pai, o médico Francisco Maia, que ainda faz parte do corpo clínico, ao lado de luiz Fernando Diniz, ana Cristina Franco e amanda Dell’horto. É membro da sociedade Brasileira de Dermatologia (sBD)

QueM é MariNeLLa caStro

“A pele é um reflexo da alma”

Fotos: Violeta Andrada

com a estética. Como vocês traba-lham essa busca de seus pacientes? RODRIGO MAIA – Nossa opção é cui-dar da autoestima mais que da estética, que é muito focada em resultados. O nosso negócio não é cuidar da beleza, mas da qualidade de vida das pessoas, do sentir-se bem. Alguns procedimen-tos estéticos, por exemplo, já existem há mais de 20 anos, só que recentemen-te ganharam uma repercussão grande.

Page 16: O FENÔMENO - Revista Encontro

eNtreviSta | RODRIGO MAIA

Nós temos de ter alguma aceitação na vida. Não podemos brigar com a aparência o tempo inteiro”

24 |Encontro

A vida moderna tem ritmo rápido e muitas vezes falta tempo para cui-dados pessoais. Como o estilo de vida reflete na pele? A pele nada mais é que a conseqüência do momento que estamos vivendo, é um reflexo da alma. A atividade física regular, alimentação saudável, qualidade no sono, equilíbrio nas emoções, são pi-lares básicos de qualquer sinal de saúde. Não adianta querer uma perfeita pele se não cuidamos da raiz, desses quatro pi-lares. A qualidade da pele é diretamente proporcional ao equilíbrio na vida e não é dentro de uma clinica dermatológica, exclusivamente, que você terá uma qua-lidade de envelhecimento. É preciso adi-cionar esse “para casa” ao estilo de vida. A clínica entra para cuidar de detalhes, é o requinte, a decoração do prato, a sofisti-cação no tempero.

Mas essa não é tarefa fácil...Por isso precisamos refletir diariamente sobre a nossa vida. Quais as mudanças podemos fazer, o que faz sentido... Se so-mos um motor de trabalho sem capaci-dade de mudar o que não vai bem, preci-samos repensar quais são as prioridades. Por que o brasileiro é considerado um dos povos mais preocupados com a aparência, no mundo?A beleza é uma forma quase que sem esforço de se ter reconhecimento. A pes-soa bela e bem cuidada encanta de ma-neira imediata. Talvez, em um primeiro momento, ela não precise fazer tanto esforço para ser educada, ter cultura, ser gentil. A beleza fascina, as pessoas são suscetíveis a isso. Ter reconhecimento é sensacional. Eu não quero brigar contra a beleza. Ela é uma busca e traz equilí-brio. Quando uma pessoa está dentro de rotina pesada, dura, e resolve parar para procurar uma clinica de dermato-logia, por si só isso já é terapêutico. Ela está se permitindo, mudando os para-digmas. A mulher, principalmente, que é 85% do nosso público, cuida bem de todos e se esquece dela. Quando por um momento ela para e cuida de si mesma, isso lhe faz muito bem. É possível envelhecer mais devagar?Sim. O primeiro passo é melhorando as relações à nossa volta. Quando isso

acontece, tudo melhora e a pele tam-bém. Essa história de envelhecimento é igual dirigir carro. Você pode dirigir rapidamente ou bem devagarzinho, curtindo a estrada, passeando. Quem determina a velocidade com que você vai envelhecer não são os procedi-mentos estéticos, não é a competên-cia do dermatologista, é como você se cuida, a responsabilidade com o que vai comer, a quantidade de atividade física que vai fazer, o tanto que você vai relaxar, dormir bem. São esses cui-dados que vão influenciar na velocida-de do carro.

E o sol, que papel tem nesse con-texto?O sol é um elemento que envelhece a pele, mas uma frase que eu costumo di-zer é que o sol faz mais bem para a alma do que mal para a pele. Em excesso ele envelhece, provoca lesões, aumenta o risco do câncer de pele, fragmenta o co-lágeno. O uso do filtro solar é das ferra-mentas mais importantes na prevenção

do envelhecimento. Não abusar do sol, ter com ele relação de amizade, e não de amor e ódio, é a melhor alternativa. Se proteger muito contra o sol, ou por outro lado tomar muito sol, não é bom caminho. É melhor ter relação mais es-tável e moderada. Isso vai favorecer a beleza com longevidade.

Você é do tipo de médico que reco-menda trocar as férias de verão na praia por um lugar com menos sol?Mudar as férias? De preferência eu quero ir junto... Não é o sol das férias o vilão. O câncer de pele, por exemplo, é causado pelo sol cumulativo. Por isso é tão importante a proteção diária. Na praia, é caprichar na proteção, usar e re-aplicar o filtro solar, boné, óculos e ser feliz com os amigos e a família. A única coisa que não pode é deitar para tomar sol. O tostex não é permitido (risos).

Qual o fator de proteção adequado para o nosso clima tropical? O fator de proteção solar vai depender do tipo de pele, do nível de exposição ao sol e do objetivo com o uso do filtro. Se o propósito for uma exposição modera-da, para pessoa que não é muito clara, o filtro solar 15 muitas vezes é suficiente. Se for pessoa tratando de manchas na pele, de melasma, ou que tem alguma doença fotossensível, o fator de prote-ção deve ser maior. Não existe regra. Para prevenção do câncer de pele, o FPS 15, em Belo Horizonte, é suficiente. E mesmo uma pessoa que trabalha na rua, com pele mais morena, o FPS 15, reaplicado a cada duas horas, na quan-tidade certa, minimiza muito o risco de câncer de pele.

Mas, hoje, existem no mercado fil-tros com fatores de proteção muito altos, superiores ao FPs 100. Filtros para ingerir, outros com cor...Filtros com FPS 150 impressionam os leigos. No entanto, para pessoa de pele mais clara, é melhor usar FPS 60, com base por cima e pó compacto. Quan-to mais a proteção aumenta, menos confortável para a pele se torna o pro-duto. É preciso encontrar um produto que reaja bem com a sua pele, te traga conforto, só assim ele vai ser utilizado. Quanto a cor, depende do objetivo, não

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eNtreviSta | RODRIGO MAIA

26 |Encontro

temos de cultivar bons relacionamentos que nos tragam felicidade, que nos façam sorrir. Não existe nada mais bonito que o sorriso”

tem regra clara. As mulheres normal-mente gostam de filtro com base, por-que é mais prático. Nem sempre é obri-gatório para a saúde. Já a cápsula ajuda na fotoproteção, mas é equivalente ao fator de proteção 2. Vai agregar pouco, mas às vezes, no caso de doença em que o paciente não pode tomar sol, a proteção solar oral pode ajudar.

Qual seria uma boa rotina de cuida-dos com a pele diante de tantas ofertas do mercado?O que, de fato, precisamos é menos do que o mercado quer vender. Na Clínica da Pele, nossa prática é criar rotina de beleza que tome o menor tempo pos-sível. Acreditamos em coisas simples, objetivas e que dão resultados. O filtro solar é o mais importante. Se tem um cuidado que a maioria das pessoas deve ter é usar o filtro solar, mais importante do que lavar o rosto com sabonete espe-cifico ou usar hidratante à noite. Dentro dos hábitos diários, qual seria o melhor sabonete para lavar o rosto?O mais barato possível é o que melhor resolve (risos). Se ficarmos compulsi-vos demais com a limpeza, a pele não vai gostar, porque ela precisa de lubri-ficação natural e o sabonete remove tudo isso. A higienização da face pode ser muito suave. É mais remover o que foi usado na pele. Um sabonete neu-tro ou de glicerina resolve. O excesso de sabonetes muito abrasivos, assim como esfregar demais, normalmente não faz bem. É muito comum pesso-as com mania de limpeza, fazerem do banho um procedimento de desinfec-ção. Eu não recomendo a bucha. Sou filho de dermatologista e nunca usei. Uso sabonete na axila e na virilha. Um pouquinho no rosto e acabou. Enxá-guo bem. A água tem poder de limpe-za sensacional.

E a hidratação da pele? Todo creme hidrata, mas o hidratante é veículo que entrega algum principio ativo. Então, alguns trazem antioxi-dantes para melhorar a sustentação da pele. Tudo depende do objetivo. Eu sou o dermatologista que menos entende de creme, que menos acha que creme

é algo fundamental e transformador. Normalmente, eu tenho muito suces-so com prescrições bastante econômi-cas. A minha história é simplificar o cuidado. Um pó compacto com filtro solar é ótimo. Se o objetivo é fechar os poros, melhorar a textura, manchas, aí vamos entrar com produtos à noite. E esses potes pequenos, que pare-cem mágicos e custam tão caro? Eles ajudam porque acalmam a alma. Eu nunca vi ninguém rejuvenescer com o uso destes cremes. Eles podem até prevenir, favorecer a beleza, redu-zir a velocidade do envelhecimento, melhorar a pele. O ácido retinóico, por exemplo, a longo prazo, tem bons re-sultados. Junto com o dermatologista, cada pessoa vai entender o que é bom para ela.

Produtos como a vitamina C e colá-geno valem a pena?A vitamina C tem princípios ativos que podem melhorar alguns aspectos sutis da pele. O colágeno oral sabidamente melhora a sustentação, mas tem de ser usado em uma dose de 10 gramas por dia, misturando o pó em um copo de água. Melhora cabelos, unhas e faz bem para articulações. É uma suple-mentação que vale a pena.

E os tratamentos estéticos como Botox, laser, ácido hialurônico? Existe um melhor para começar?Toxina botulínica (Botox) é a etapa 1. É a maneira simples e eficiente de dar um up na aparência. As pessoas gos-tam, e sentem-se melhor. O objetivo não é tirar ruga, é melhorar o olhar, deixar o rosto mais descansado, ele-var a sobrancelha, minimizar linhas. O ácido hialurônico é um produto que usamos há mais de 20 anos, em doses pequenas e devagar. A chama-da harmonização facial costuma usar uma dose grande, de uma só vez, o que aumenta o risco de efeitos co-laterais e de a pessoa não gostar do resultado. Existem diversos tipos do ácido e cada um é usado para uma região do rosto. Já os lasers, temos di-versos, são ferramentas que usamos para resolver alguns problemas. Tudo depende da queixa.

Muitos dermatologistas criticam o fato de os dentistas realizarem tra-tamentos estéticos. Como você vê essa questão? Essa análise é uma junção de consci-ências. Para quem você vai entregar o seu rosto? Os dentistas podem e vão cada vez mais dominar essas técnicas. E isso é possível, por capacidade técni-ca e estudo de anatomia. Médicos ou dentistas precisam ter consciência no trabalho, o que deve ser regido pela lei e pelos conselhos.

O que não devemos esquecer no cuidado com a pele?De cultivar bons relacionamentos que nos tragam felicidade, que nos façam sorrir. Não existe nada mais bonito que o sorriso. Ademais, é ter rotina de cui-dados, devagar e sempre. z

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Page 18: O FENÔMENO - Revista Encontro

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28 |Encontro

viaduto coMPLeto

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Geraldo Goulart

Geraldo Goulart

Os ilustres postes republicanos estão de volta ao viaduto de Santa Tereza, que liga o centro da cidade à região Leste. As 37 estruturas foram restauradas, e o vermelho, a cor original, voltou a compor a cena da tra-dicional passagem que registra ainda 74 luminárias. O trabalho de restauro que provocou a retirada dos pos-tes em 2018 foi acompanhado pelo Instituto Estadual do Patrimônio histórico e Artístico (Iepha-MG). O em-blemático viaduto, com sua iluminação, já constava no projeto inicial da capital mineira.

A rua Estrela do Sul, no cultural bairro de Santa Tereza, abriga um imóvel recheado de histórias. Trata--se da sede do Ideal Clube, um teatro escola inaugurado em 1947. Ali, em seus tempos áureos, foram encena-das várias apresentações artísticas, além dos famosos bailes que movi-mentavam as tradicionais famílias da região. hoje, felizmente, o espaço continua ativo graças à trupe de pa-lhaços do Instituto hahaha, que tem o propósito de levar alegria e espe-rança aos pacientes de hospitais na capital. O espaço, que tem capaci-dade para cerca de 100 pessoas, além de servir para ensaios e cursos de formação da trupe, está aberto às mais diversas ocupações artísticas.

PaLco do riSo

Erguida no mesmo ano de inauguração de Belo horizonte, em 1897, a primeira capela da capital pede socorro. O telhado está sendo sustentado por esco-ras de madeira. Por causa disso, o templo iniciou uma campanha para arrecadar dinheiro para as interven-ções emergenciais. O projeto da obra, cujo valor ca-rece de ser atualizado, ficou em 345 mil reais. De acordo com a Arquidiocese, 200 mil reais foram levan-tados junto à Fundação Municipal de Cultura e o res-tante está dependendo da doação de fiéis. Para agilizar esse processo, a capela vem realizando feiri-nhas para que as intervenções comecem o mais rá-pido possível. Na torcida.

caPeLa do roSário Pede aJuda

Page 19: O FENÔMENO - Revista Encontro

n decoraçãoAlexandre Rezende Fotos: KitKaza

Ter a casa decorada por um profissional é o sonho de muitas pessoas. Mas, além de não caber no bolso de todo mundo, o processo de decoração ainda demanda tempo e disponibilidade, coisa rara hoje em dia. Em 2016, depois de 30 anos trabalhando no mercado de luxo, a arquiteta mineira Flávia Frauches teve um insight. Ela percebeu que apenas um público pequeno tinha acesso aos serviços de decoração e que, consequentemente, a maior parte dos interessados no serviço ficava desatendido.

Foi daí que nasceu a KITKaza, uma startup pensada para estudantes, jovens recém-casados e locatários que sonham ter a casa decorada por um profissional de um jeito prático e econômico, além de investidores, interessados em deixar, a baixo custo, seus imóveis mais atrativos para venda ou aluguel.

Como funciona? Vendido pelo site, o KITKaza Online de cada ambiente custa 399 reais. Primeiro, o cliente faz um “teste de estilo”.

Em seguida, responde a um formulário. Por WhatsApp ou e-mail, a equipe da KITKaza entra em contato e envia um passo a passo para que o cliente mande as medidas do local.

Com essas informações, os arquitetos fazem um primeiro layout e seguem trocando ideias on-line com o cliente até as plantas serem aprovadas. “É tudo on-line, mas nada robotizado”, diz a head de produtos, Tatiane Fernandes. Por trás da tela do computador ou celular do cliente está uma equipe de arquitetos que fica à disposição, sete dias por semana. “Estamos ali o tempo todo orientando o que é melhor para cada um.” Além de fazer o projeto, os profissionais dão dicas de pinturas, espelhos, quadros e adornos e indicam mão de obra especializada.

Depois de tudo acordado, a equipe envia imagens 3D e monta um catálogo de móveis KITKaza com várias opções para cada item, escolhidas estrategicamente para combinarem entre si e já nas

A startup mineira KITKaza propõe um jeito inovador, prático e econômico de decorar

medidas e proporções certas. O cliente escolhe os móveis à vontade de acordo com o catálogo feito exclusivamente para seu imóvel e, portanto, sem jeito de errar.

Para conseguir preços melhores, a startup vende os móveis direto das fábricas. “Nós só selecionamos o que tem preço, qualidade e design”, continua Tatiane. Além disso, à medida que o cliente vai montando seu kit, ele acumula uma série de vantagens. A cada kit de 4.499 reais, ele ganha descontos, projeto de iluminação, de rebaixo, consultorias on-line e um tour virtual interativo em 360°, onde ele passeia pelo apartamento com os móveis que escolheu e ainda tem a possibilidade de testar novas cores nos móveis, nas paredes e no piso. Acima de 9.999 reais, o comprador ganha, além disso, o “Decora Day”, onde um arKITeto, como são chamados os arquitetos KITKaza, passa um dia na casa do cliente montando a decoração.

“O que nós estamos criando é um ecossistema de decoração de ponta a ponta aliado à tecnologia, para que a pessoa consiga resolver tudo que precisar para decorar de uma forma descomplicada e econômica”, afirma Joao Pedro Lima, head de inovação da KITKaza. “Mas, visitas presenciais ou quaisquer serviços fora do pacote podem ser feitos sob solicitação, com nossos arKITetos parceiros. “Você só paga o que realmente usa”, diz.

A startup oferece além do KITKaza Online, o KazaPOP, projeto em parceria com construtoras para grandes empreendimentos. O sistema é semelhante, porém neste caso a construtora já oferece o projeto com plantas e 3Ds além do catálogo de moveis para seus clientes, sem custo. “A construtora ganha um diferencial porque oferece um imóvel já com um projeto de decoração”, diz Flávia Frauches. “Para o cliente, a vantagem é ter acesso a um projeto de decoração gratuito e poder comprar móveis de design de uma forma econômica. A ideia está sendo colocada em prática, em uma parceria com a MRV no empreendimento que a construtora entrega este mês em Belo Horizonte, no bairro Buritis, o condomínio Ville Verdi, e já tem agendados vários outros empreendimentos para 2020.

Aliás, 2020 será movimentado! Além da expansão do KITKaza Online e KazaPOP em Minas e no estado de São Paulo, uma loja virtual cheia de inovações entrará no ar para venda dos dois produtos acima e também de móveis de forma avulsa (a venda, hoje, já é possível sob catálogo on-line). E os KITBUS – lojas itinerantes montadas em ônibus decorados como em um ambiente residencial –, passarão a operar, circulando diariamente nas capitais dos dois estados.

A ideia é atender em todo o país a um público cada vez maior, carente desse tipo de serviço e proporcionar a ele uma experiência bem guiada tanto no projeto quanto na compra dos móveis e complementos. “Queremos permanecer uma solução humanizada, porém associando tecnologia a soluções inovadoras de logística e formas de pagamento, que o próprio ecossistema de startups oferece, para atingir nossos objetivos de decoração com preço bom, qualidade e design”, finaliza Flávia.

[email protected](11) 97401-2425 i (31) 97120-7788@kitkazaoficial@kitkaza KitKaza

Quarto do Kaza Pop: móveis de fábrica selecionados visando preço, qualidade e design

Sala do KITKaza Online: o projeto de aproximadamente. 20 m2 custa 399 reais

Sala de Estar do Ville Verdi da MRV: parceria onde o cliente já recebe, sem custo, o projeto de decoração

Flávia Frauches (esq.) e a equipe do KitKaza: “É tudo on-line, mas não é robotizado”

CASA nOVA COm BOm PreÇO, QuAliDADe e DeSign

Page 20: O FENÔMENO - Revista Encontro

[email protected]

GeNte FiNa | GUI TORRES

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trÊS PerGuNtaS Para I JOÃO ADIBE MARQUES

Encontro| 33

Erich Shibata/divulgação

Leca Novo/divulgação

Divulgação

O empresário João adibe Marques tem um desafio e tanto pela frente. A empresa que comanda, a Cimed, uma das maiores indústrias farmacêuticas do país, nascida em terras mineiras há 40 anos, quer alcançar o faturamento de 2 bilhões de reais em 2020 – a barreira do primeiro bilhão foi quebrada em 2017. Para isso, conta com pilares importantes, como ser única do setor com distribuição nacional própria (atende 42 mil pontos de venda por mês, por meio de 24 centros de distribuição), além de liderar o mercado de medicamentos isentos de prescrição médica em di-versas classes terapêuticas, num portfólio com mais de 600 pro-dutos. A cereja do bolo recheado de metas ousadas é a inauguração, em 2021, de uma nova fábrica da Cimed em Pouso Alegre, no Sul de Minas. Com investimento de cerca de 200 mi-lhões de reais, a unidade industrial ocupa um terreno de mais de 280 mil metros quadrados e sediará a nova fábrica de sólidos orais, laboratório de controle de qualidade e todas as estruturas de suporte. Serão 44 mil metros quadrados de área construída, exatamente o dobro da atual planta. Em números (astronômicos!) significa que a produção passará dos atuais 28 milhões para 40 milhões de comprimidos por mês, podendo ser expandida para 60 milhões. “Se considerarmos apenas a categoria de genéricos, a Cimed já ocupa a sexta posição em volume produzido, em 2019. Já em faturamento, a Cimed ocupa o oitavo lugar.”

“ Chegou a hora de cada um olhar para si. É hora de experimentarmos, ainda que dermos com os burros n´água. Quero me testar fora do Skank, me ver em um círculo de músicos fora do que sempre transitamos. Há muito ainda a descobrir”.

Do cantor Samuel Rosa, anunciando a pausa para 2020, sem previsão de volta, do Skank, depois de quase 30 anos de formação do grupo.

1 I João, você não é mineiro, mas a história de sucesso da sua empresa está diretamente ligada à nossa terra. como é sua relação com Minas?Minas acolheu a Cimed há 20 anos, quando montamos a nossa fábrica em Pouso Alegre. Desde então, nossa relação com o estado só tem melhorado e crescido. Em São Se-bastião da Bela Vista temos o nosso centro de distribuição central. É de lá que todos os nossos produtos saem para serem distribuídos para os de-mais CDs do Brasil. Acho que isso resume bastante o quanto eu e a

Cimed acreditamos no estado e nos mineiros.

2 I Sobre a nova fábrica em Pouso alegre, qual foi o maior motivo para sua construção? Neste ano, estamos em quarto lugar em volume produzido no país e em 14º em faturamento e nossa planta atual produz em capacidade máxima: são três turnos de trabalho, de segunda a sábado. Para aumentarmos nossa pro-dução e crescermos no mercado preci-samos de uma nova planta. A fábrica nova vai produzir comprimidos, que nós

chamamos produção de sólidos. Em 2021, quando começar a funcionar, vai produzir em média 40 milhões de com-primidos por mês, mais do que a nossa capacidade atual. Por isso, ela não está diretamente ligada à meta de 2020, em relação ao faturamento, mas está to-talmente alinhada com a nossa estra-tégia de crescimento. 3 I uma pesquisa realizada pelo con-selho Federal de Farmácia (cFF), por meio do instituto datafolha, revelou que 77% dos brasileiros se automedi-cam. o que você pensa sobre isso?

SHoW doS BiLHÕeS

Os medicamentos OTC são testados e regulamentados pela Anvisa. Quando lançamos um produto no mercado, a posologia indicada para o tratamento eficaz está assegurada sob a regula-mentação do órgão que fiscaliza nosso setor. Além disso, nosso marke-ting e comunicação externa para me-dicamentos são feitos com o objetivo de conscientizar a população sobre melhores práticas de tratamento e sobre consulta médica, quando há ne-cessidade de revisão de tratamento, já que a propaganda de medicamentos é bem regulamentada.

Espalhou mais rápido do que notícia ruim, mas o sorriso estam-pado no rosto dos empresários ana Paola e vander Martins (à dir.) não deixa dúvida: foi um bom negócio aceitar a oferta milionária do grupo AMC Têxtil para a aquisição da Skazi, uma das principais mar-cas brasileiras da atualidade. Nascida na capital como Club do Fio em 1993, a grife virou desejo entre as mulheres nos últimos anos, além de ter se tornado um colosso do setor com 400 funcionários diretos e 150 mil peças feitas ao ano, além de presença em 24 paí-ses e em mil pontos de venda. “O que posso dizer é que vendemos muito bem e estou feliz por agora poder dormir tranquila, sem carre-gar todas as preocupações que uma empresa desse porte nos in-cumbe”, conta Ana Paola, acrescentando que ela e o marido continuam no comando local da empresa, agora focados no plane-jamento e desenvolvimento, além do estilo permanecer com edu-ardo amarante. Considerado o maior gestor de marcas de moda da América do Sul, o grupo comandado pela família Menegotti (deten-tora da Colcci, Sommer, Coca-Cola Jeans, Forum, Forum Tufi Duek, Tufi Duek e Triton) seguirá por aqui a máxima “em time que está ganhando não se mexe” mas, entre os planos, está a ideia de abrir a primeira loja da Skazi para o varejo.

BeM coSturado

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GeNte FiNa | GUI TORRES

34 |Encontro

“o Futuro NoS eSPera”

O empresário e restaurateur rodrigo Ferraz fechará o ano satisfeito com a sua menina dos olhos, o Festival Fartura, um dos braços da plataforma que conecta quem aprecia, cozinha, produz e também investe em gastrono-mia brasileira aqui e no exterior. Fazendo as contas, o público total dos festivais chega a quase 100 mil pes-soas em 2019, divididas em bem-sucedidas oito edições (com 220 mil pratos servidos!) em todas as regiões do Brasil: Belém, Brasília, São Paulo, Tiradentes, Bh, Porto Alegre, Fortaleza, além de Lisboa, que neste mês recebeu sua terceira edição, reunindo mais de mil pessoas du-rante três dias. Para o ano que vem, ainda em janeiro, a novidade é a estreia de mais uma cidade: Conceição do Mato Dentro, no interior de Minas, abrangendo as rique-zas da região do Serro. “Este ano foi de dificuldades, de muita mudança no país, mas ainda assim emplacamos com sucesso um projeto de gastronomia de Minas no Brasil inteiro e mais uma vez na Europa. É uma vitória total, coroada com dois prêmios importantes referente aos nossos documentários.”

Prato cHeio

há cerca de um ano o cantor Leo chaves fazia seu último show em dupla com o irmão Victor . O rompimento pegou de surpresa os fãs, mas já era uma decisão amadurecida para ambos ao longo dos últimos tempos. “Eu não pensava em voltar para o mercado de show business tão cedo, mas naturalmente a vontade de produzir veio, coisa de sangue mesmo”, diz ele sobre o retorno solo. Nesse meio tempo, Leo lançou sua primeira can-ção sozinho: Sol das Seis, que trouxe a participa-ção da cantora Ludmilla e, dois meses depois, foi a vez de Cover, uma inovação com ritmo latino, até coreografada pelo famoso FitDance. E, neste mês, o momento mais esperado: o retorno aos palcos com estreia na capital, acompanhado também do lançamento de seu novo livro, A Grande Arte de se Reinventar – as 7 Habilidades que Podem Mudar a Sua Vida, escrito nos últimos dois anos. “Estou muito feliz com este momento, mas com relação à dupla, tenho plena certeza de que em futuro nos espera. Sempre falei em pausa e não em fim. Nos últimos anos, divergimos muito no quesito con-ceito musical e objetivos de carreira, mas agora experimentamos muito mais como irmãos e arran-camos muito mais sorrisos um do outro.” Le

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Gabriela Araujo/divulgação

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n decoração

Em 800 metros quadrados, unidade tem móveis para toda a casa e jardins

AnimAle HOme inAugurA lOjA COnCeitO

rua deputado fábio vasconcelos, 10, Buritis. tel.: (31) 99410-0849/animalehome /animalehome

A Animale home está de casa nova. No bairro Bu-ritis, a loja da marca de móveis, decoração e design inova ao propor soluções completas para o consu-midor final, arquitetos e decoradores em um es-paço-vitrine de 800 metros quadrados. Começando com a proposta do que é chique e acessível, o pri-meiro piso traz a sofisticação do design para com-por uma casa contemporânea, com foco em um bom custo-benefício. O segundo piso atende a arquite-tos e decoradores com toda a sofisticação das peças assinadas: design arrojado, conforto e alto padrão de qualidade. “A ideia é que o cliente possa desenvolver na Animale home todo o seu projeto”, diz Braulio Teixeira, sócio-proprietário e fundador da marca.

Em seu terceiro piso, a linha quarto leva ao cliente móveis desenhados seguindo as últimas tendências da arquitetura contemporânea. A Animale home é também representante exclusiva da conceituada marca de colchões herval. Dos móveis às luminárias e adornos, a proposta é oferecer a casa completa.

A loja conceito no bairro Buritis é também um espaço de encontro para arquitetos, designers e artistas, onde acontecem lançamentos de novas coleções, apresentação de projetos e eventos do setor. Outra novidade da Animale home é a lista de casa-mento. Dentro do site oficial da marca, os noivos escolhem o que gostariam de receber de seus con-vidados. Os créditos da lista são revertidos em bônus a serem usados na loja.

Desde que abriu sua primeira unidade em 2017, no bairro Padre Eustáquio, o engenheiro civil Braulio Tei-xeira e seu sócio, hugo Maciente, decidiram investir no bom gosto e na qualidade dos produtos para os

públicos A e B. Em novembro do ano passado, a dupla inaugurou a Animale home Quarto no bairro Castelo, seguido pelo outlet na Silviano Brandão, quarta uni-dade da marca. A loja no Buritis reúne todas as linhas no mesmo espaço atendendo uma demanda da vida moderna: a praticidade. “A intenção é que o nosso cliente encontre na Animale home todas as soluções que procura, assim como os profissionais da arquite-tura e decoração”, diz Braulio.

Braulio Teixeira, sócio-proprietário e fundador da Animale Home: “A ideia é que o cliente possa desenvolver aqui todo o seu projeto”

Fotos: Violeta Andrada

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voLta ao MuNdo | MARCELO COhEN

Fotos: Mark Williams/divulgação

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MartiNHaL: eLeGâNcia e coNForto Para FaMíLiaS

Conhecida pelos vulcões e geleiras, a islândia é um dos principais destinos nórdicos para apreciar o espetáculo da Aurora Boreal, considerado um dos maiores fenômenos da natureza. A Aurora Boreal é causada pelos ventos solares que são atraídos pelo campo magnético da Terra e, ao en-trar em contato com os gases na atmosfera, adquirem cores: verde (oxigênio), azul (hidrogênio) e vermelho (nitro-gênio). As explosões ocorrem o tempo todo, porém é a in-tensidade dos ventos solares e a escuridão que fazem com que o fenômeno possa ser visto. Situada no Círculo Polar Ártico, a Islândia, também conhecida como “A Terra do Gelo”, permite a visualização do fenômeno, principalmente durante o outono e inverno, entre o final de setembro e iní-cio de março, quando as noites estão mais escuras. A van-tagem de ver a Aurora Boreal na Islândia é justamente a localização no Ártico. Curiosos fazem a caçada das “Luzes do Norte” em grandes jornadas para a contemplação da Aurora Boreal, mas, na Islândia, quando acontece, o fenô-meno pode ser visto até mesmo da capital, Reykjavik.

uM eSPetácuLo de LuzeS e coreS Na terra do GeLo

Localizado no sexto andar do Mandarin Oriental Jumeira em Dubai, Tasca é um emocionante restaurante do gênio da culinária portuguesa José avillez. Tasca, que também significa taberna, é a primeira abertura internacional do chef, seguida do Belcanto em Lisboa, com duas estrelas Michellin, e de outros empreendimen-tos renomados em Portugal, como o Cantinho do Avillez. Servindo autênticos sabores portugueses com um toque contemporâneo, o menu explode com sabor e personalidade. Além disso, oferece uma carta de vinhos com a maior seleção de rótulos portugueses em dubai e uma variedade tentadora de coquetéis artesanais. Não menos importante, o restaurante possui uma vista privile-giada: do seu salão interno é possível ver o horizonte dos arra-nha-céus de Dubai. Já do seu terraço com piscina de borda infinita a vista é para o Golfo Arábico.

SaBoreS e PerSoNaLidade Na taSca coNteMPorâNea de JoSé aviLLez

Viajar para a Europa em família pode ser um grande desafio. Encontrar opções de hotéis que dispõem de fa-cilidades para crianças é sempre uma tarefa árdua. Pen-sando nisso, os hotéis e resorts Martinhal foram projetados com esse tema em mente. Desde alojamentos familiares de alta qualidade e restaurantes à serviço de concierge para bebês, clubes infantis e atividades de lazer. O objetivo é que as famílias desfrutem de momen-tos inesquecíveis em um ambiente confortável e muito

elegante. São quatro propriedades em Portugal, sendo duas na região do Algarve (Sagres e Quinta do Lago), uma em Lisboa e uma em Cascais. Até mesmo em Lisboa, onde a propriedade está localizada em pleno bairro do Chiado, o hotel possui detalhes exclusivos que tornam a estadia com crianças no coração da capital portuguesa muito agradável. E o melhor: Portugal é destino para o ano todo, mesmo durante o inverno. Aproveite as férias de fim de ano e descubra o Martinhal.

Page 24: O FENÔMENO - Revista Encontro

artiGo | PATRíCIA DE CASTRO VÉRAS

A mediação, a conciliação e a arbitragem são métodos de solução de controvérsias. Enquanto na mediação há uma autocomposição, ou seja, as próprias partes se ajustam para solucionar o conflito, na arbitragem há uma heterocomposição, em que um terceiro (um juízo arbitral) é cha-mado a resolver a questão, proferindo uma sentença arbitral. A autocom-posição pode ocorrer após negociação dos interessados, com ou sem a participação de terceiros (mediadores ou conciliadores) que auxiliem nesse processo. Pode ainda ser judicial ou extrajudicial.

Apesar de serem métodos similares, o Código de Processo Civil diferen-cia mediadores e conciliadores judiciais: o conciliador, que atuará prefe-rencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. O mediador, por sua vez, atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliando os interessa-dos a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

Nota-se, cada vez mais, o esforço do legislador em incentivar a autocom-posição dos conflitos com o objetivo de desafogar o Judiciário, reduzindo o tempo e o dinheiro gastos nos processos judiciais, que muitas vezes se arrastam por anos. Nesse sentido, dispôs o novo Código de Processo Civil, como uma das suas normas fundamentais, que “a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimu-lados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial” (art. 3º, parágrafo 3º).

Há legislação específica regulando a mediação, como “a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório que, esco-lhido ou aceito pelas partes, auxilia e as estimula a identificar ou de-senvolver soluções consensuais para a controvérsia” (Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015).

A referida lei determina que, na hipótese de existir previsão contra-tual de cláusula de mediação, as partes estão obrigadas à comparecer à primeira reunião de mediação. No entanto, ninguém será forçado a permanecer ou dar continuidade ao procedimento de mediação, que pode ser encerrado a qualquer tempo, sem vincular as partes e garan-tida a sua confidencialidade. Caso as partes não cheguem a uma solu-ção de consenso, poderão buscar o Poder Judiciário ou a arbitragem para dirimir a controvérsia.

Usualmente, a solução de controvérsias via arbitragem é a forma eleita pelas partes em contrato, com o objetivo de garantir celeridade, confiden-cialidade e maior tecnicidade ao processo. É importante lembrar que o procedimento arbitral é bem mais caro que o judicial; por isso os custos também devem ser levados em conta quando os contratantes escolherem a maneira pela qual pretendem resolver eventual disputa.

“ nota-se, cada vez mais, o esforço do legislador em incentivar a autocomposição dos conflitos com o objetivo de desafogar o judiciário, reduzindo o tempo e o dinheiro gastos nos processos judiciais, que muitas vezes se arrastam por anos”

Patrícia Campos de Castro Véras é advogada, mestre em direito administrativo, procuradora do Estado e sócia do escritório Veiga, Hallack Lanziotti, Castro Véras

Na arbitragem, os litigantes elegem uma terceira pessoa, o árbitro (ou tribu-nal arbitral, composto de três árbi-tros), para julgar sua demanda. Ao con-trário da conciliação e da mediação, o árbitro tem poder de decisão e as partes estão vinculadas ao que for decidido, não cabendo recurso (salvo embargos de declaração, que deverá ser julgado pelo mesmo árbitro ou árbitros, nos casos de obscuridade, contradição ou omissão da sentença). A sentença arbitral somente pode ser desafiada pelas partes no Poder Judiciário em algumas hipóteses muito específicas (ex.: nulidade por impedi-mento do árbitro), o que confere segu-rança jurídica ao procedimento.

A sentença arbitral é, do ponto de vista de sua força executiva, equiparada à decisão judicial e, se não for cumprida espontaneamente pelas partes, poderá ser objeto de execução a ser proposta perante o Judiciário. z

40 |Encontro

Mediação, conciliação e arbitragem

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Quarto SementePor PAR3 ForBaby

2019

sombraverao_quartos

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Page 27: O FENÔMENO - Revista Encontro

Onde tem ação dos deputados, tem gente vivendo melhor.Com as emendas parlamentares, os deputados destinam recursos para resolver problemas das comunidades mineiras, como as goteiras do Asilo Obra Assistencial Monsenhor Alderigi. Isso é Minas demais.

“O Asilo ganhou um telhado novinho e acabaram as goteiras. Agora dá até pra dançar.”Valdir Marques de Oliveira, 73 anos.

Saiba maisalmg.gov.br/emendas

NeGócioS | STARTUP

Braço de inovação do Grupo BMG é o que mais investe em startups no país. Empresas de tecnologia que receberam apoio comemoram bons resultados e planejam expansão

Geraldo Goulart

Para quem é leigo, a ideia de pro-jetar pessoas, fi guras mitológicas ou super-heróis na sala de casa parece coisa de fi cção científi ca, como no clássico Star Trek (Jornada nas Estre-las). Entretanto, o holograma, ima-gem tridimensional obtida a partir da projeção de luz, é bem real, tem gerado possibilidades quase infi nitas de uso e acabou abrindo um novo e competitivo mercado. Por isso, Bruno e Adriano Westin e Sirley Dias que-rem destacar-se nesse universo. O trio comanda a Holobox, startup de Belo Horizonte especializada nos tais pro-jetores e em criar soluções por meio dos hologramas.

raFaeL caMPoS

44 |Encontro

Aquele “up” para crescer

Rodolfo santos, CEO do BMG Uptech, sobre o ecossistema das startups: “Conseguimos acompanhar o amadurecimento deste setor e aprendemos muito com ele”

Geraldo Goulart

Sofi a Fada, sócia na Kriativar: “Passamos a ter contato com grandes empresas e as vendas têm me surpreendido bastante. Agora, estamos planejando expandir os negócios para o Canadá”

Para alçar voos mais ousados, no entanto, os empreendedores precisa-ram de uma forcinha. Participaram do Fiemg Lab, programa de acelera-ção para startups. Foi aí que encon-traram o UpTech, braço de inovação do Grupo BMG. A Holobox foi, então, catapultada. “Recebemos uma ajuda fi nanceira. O mais importante, con-tudo, não foi isso. Ganhamos mais visibilidade. Passamos a ser indicados e novas oportunidades nos foram ofe-recidas. Isso, nem dinheiro compra”, diz Bruno Westin, um dos sócios na Holobox, a caminho da China, para onde pretende levar parte da fabrica-ção de seus produtos.

Não é raro ouvir histórias de suces-so de quem teve contato com o UpTe-ch, criado em 2016. Apesar da curta trajetória, a empresa já comemora reconhecimento. Em 2019, fi cou em primeiro lugar como quem mais ne-gociou e fechou contratos envolven-do startups, de acordo com o ranking da Open Startups. Em outra lista, a da Startup Awards, promovida pela Asso-

ciação Brasileira de Startups, o UpTech foi indicado, também neste ano, para fi gurar entre as 10 maiores empresas que investem no meio. “Conseguimos acompanhar o amadurecimento desse

setor e aprendemos muito com ele”, diz Rodolfo Santos, CEO do BMG UpTech. Até agora, a empresa já acumula cerca de 80 milhões de reais investidos no celeiro da inovação.

Page 28: O FENÔMENO - Revista Encontro

NeGócioS | STARTUP

46 |Encontro

A parceria com a Bossa Nova In-vestimentos, de Pierre Schurmann e João Kepler, possibilitou, de acor-do com Rodolfo, ganho em experi-ência e a consolidação do propósito da empresa. Em outras palavras, não basta ter uma ideia para ganhar a atenção deles. “Investimos apenas em startups que já têm pelo menos um pequeno faturamento. Se uma ideia atrai clientes é sinal de que ela está sendo validada”, diz Rodolfo. O objetivo do BMG UpTech é identifi-car startups cujos negócios sejam viáveis. A partir daí, o banco investe no seu desenvolvimento e as colo-ca em contato com o mercado, ou seja, com possíveis compradores das soluções.

Foi o caso da Kriativar, voltada para o desenvolvimento de ferra-mentas tecnológicas para a educa-ção. “Passamos a ter contato com grandes empresas e as vendas têm me surpreendido bastante. Agora, estamos planejando expandir os negócios para o Canadá”, afirma a sócia Sofia Fada. A Kriativar explo-ra as potencialidades da inteligên-cia artificial, realidade aumentada e da gamificação para criar proces-sos pedagógicos, voltados também para o ambiente corporativo.

A Psicologia Viva, plataforma digital que conecta psicólogos e pacientes, é outro exemplo de startup que está voando baixo de-pois de conhecer o UpTech. “Atual-mente, registramos pelo menos 7 mil consultas por mês”, diz Fabia-no Carrijo Justino, um dos quatro sócios da plataforma. “Por meio do UpTech, aprendemos a lidar com o investidor e a negociar com ele. Passamos a entender o nosso mo-delo de empresa com o objetivo de crescer”, afirma. A meta é ousada. “Queremos ser referência em saú-de mental na América Latina”, afir-ma Fabiano.

Para quem tem uma ideia ou o famoso sonho de criar uma startup e ganhar muito dinheiro, Rodolfo San-tos, CEO do BMG UpTech, dá uma dica: “Ideia no papel não vale nada. Quanto mais falar sobre ela com ou-tras pessoas, melhor”, afirma. z

Fotos: Alexandre Rezende

Fabiano Carrijo (de blusa branca com notebook), sócio na Psicologia Viva, com parte da equipe: “Por meio do UpTech, aprendemos a lidar com o investidor e a negociar com ele”

Adriano Westin, Sirley Dias e Bruno Westin, sócios na holobox: “Ganhamos mais visibilidade. Passamos a ser indicados e novas oportunidades nos foram oferecidas. Isso, nem dinheiro compra” , diz Bruno

Page 29: O FENÔMENO - Revista Encontro

Em um mundo digital, a oportunidade de reunir pessoas ganha importância e impulsiona o mer-cado de eventos. Mais que isso. Os eventos hoje são verdadeiras experiências multissensoriais onde cada detalhe faz a diferença. E para atender as ex-pectativas de um público conectado e globalizado, os organizadores são cada vez mais ousados, criati-vos e engenhosos.

Em todo evento – do mais simples, ao grandioso – são os organizadores que assumem por toda a responsabilidade civil e criminal. Essa responsabili-dade começa com instalação e montagem, passa por toda a programação e atividades que aconte-cem durante o evento e vai até a hora em que tudo já terminou, com a desmontagem e a retirada de maquinários, móveis e utensílios. É dele o dever de estar sempre atento à legislação vigente no local onde o evento acontece e a incumbência de ofere-cer toda a estrutura para que tudo transcorra rigorosamente como planejado.

Assim como em toda atividade humana, even-tos também oferecem riscos. Acidentes com técnicos durante a montagem, o não compareci-mento de uma atração no dia do espetáculo, uma intoxicação alimentar, um brinquedo que não fun-cionou como esperado, um drone que realiza filmagens e se desgoverna, a queda de uma estru-tura de palco ou até mesmo uma pequena batida em um carro guiado pelo manobrista contratado são exemplos de situações que ocorrem com mais frequência do que se imagina e que geram obriga-ções e indenizações pesadas sobre o organizador ou promotor do evento.

Acidentes acontecem, na maioria das vezes por fatores que fogem ao nosso controle. Sinistros em eventos viralizam quase que imediatamente pelas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâ-neas, o que aumenta ainda mais a exposição e o transtorno do organizador. Atentas para esse mer-cado, as seguradoras criaram diferentes produtos

com coberturas específicas para atender a cada uma dessas demandas, garantindo mais tranquili-dade não só para quem organiza, mas principalmente, para quem participa dos eventos.

Ao organizador cabe estudar minuciosamente os riscos de seu evento buscando uma proposta de seguros junto ao seu corretor para segurar os fatos que podem gerar sinistros e que “fogem” ao seu controle e administração, desta forma poderá con-centrar mais a sua atenção e energia aos detalhes que irão fazer da sua produção um grande sucesso.

Augusto Frederico costA rosA de MAtos

Presidente do sindicato das seguradoras dos estados

de Minas gerais, de goiás, do Mato grosso e do

distrito Federal. Há mais de 35 anos no mercado de seguros, é também

diretor regional Mg/co da companhia

excelsior de seguros

"Atentas para esse mercado, as seguradoras criaram diferentes produtos com coberturas específicas para atender a cada uma dessas demandas, garantindo mais tranquilidade não só para quem organiza, mas principalmente, para quem participa dos eventos"

Av. Afonso Pena, 726 • 22º andar • Centro CEP: 30130-902 | BH • MG

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Foto: Fábio Ortolan

SindSeg apresenta

Eventos: a garantia do sucesso está nos detalhes

Guimarães Rosa escreveu na obra Grande Sertão: Ve-redas que “viver é muito perigoso...” De fato, a vida é insegura e incerta. No entanto, desde os primórdios, o homem vem criando recursos para seguir em frente. Um deles é o seguro, que permite olhar o futuro com mais tranquilidade.

A atividade é tão antiga que um dos primeiros regis-tros, datado de 1.700 a.C, previa a cobertura de um eventual sinistro com as caravanas. Foi assim que o comércio terrestre, as navegações e as atividades pro-dutivas foram viabilizados ao longo dos séculos. Por-tanto, não é de hoje que a evolução do sistema econô-mico está intimamente ligada ao mercado de seguros.

SEGUROS NO BRASIL

Mantendo o foco no Brasil, podemos afirmar que, mes-mo num cenário de incertezas, e talvez por isso mesmo, o faturamento do mercado segurador totalizou R$ 81 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, o que re-presenta uma elevação de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado (sem incluir dados de saúde su-plementar e do Seguro DPVAT), segundo estudos divul-gados pela Confederação Nacional de Seguros.

No entanto, o crescimento ainda está aquém do gran-de potencial do mercado, devido à falta de cultura de seguros no país.

UM VALOR ABRANGENTE

A importância do seguro para a proteção da socieda-de ultrapassa os conceitos estabelecidos. Seguro é a certeza de poder seguir em frente, quando catástrofes irrompem; é a possibilidade de recomeço em caso de perdas profissionais ou invalidez; o seguro garante o

Seguros: o viver menos perigoso

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conforto em caso de morte do ente mantenedor; ofe-rece cobertura para a reconstrução de infraestruturas importantes para a sociedade, quando há acidentes naturais.

A abrangência vai além. As seguradoras buscam alter-nativas para minimizar os riscos, por meio de estudos e adoção de medidas que podem reduzir as chances de danos e prejuízos. Porque a prevenção ainda é a me-lhor alternativa.

O mercado segurador atua, ainda, como importante empregador e educador. No Brasil, segundo dados da Fenacor, os corretores somavam mais de 93 mil em 2018 e este é apenas um exemplo de profissionais qua-lificados atuantes no setor.

Por outro lado, os recursos das provisões técnicas das seguradoras, ao serem destinados para investimentos de longo prazo, podem ir para a produção e para a pres-tação de serviços, por meio de empréstimos ou finan-ciamentos, fazendo a economia girar.

Sim, os efeitos positivos do mercado de seguros in-fluenciam diretamente os mais diversos setores da economia, permitem o avanço do consumo, geram empregos e aumentam o bem-estar social.

NOVOS RISCOS, NOVOS SEGUROS

Cada época apresenta riscos específicos, mas também oportunidades. Hoje, aos riscos já conhecidos, agre-garam-se outros, como os ataques cibernéticos, as mudanças climáticas, as migrações, o envelhecimento das populações. E o mercado segurador acompanha de perto, criando novas soluções, porque, se viver é muito perigoso, com seguros, pode ser bem menos.

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Na primeira Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento, realizada em 1964, em Genebra, foi destacada a importância do seguro para o desenvolvimento econômico dos países. Mais de 50 anos se passaram e o setor dá claros sinais de evolução e crescimento. Do sim-ples contrato de mútuo, que deu origem à longa história, o mercado oferece hoje produtos inova-dores e soluções completas. Em sintonia com os avanços tecnológicos, passou a cobrir riscos ci-bernéticos; para fazer frente à maior longevidade da população, oferece seguro saúde e previdência complementar; para assegurar o futuro da família, dispõe de opções diferenciadas de seguro de vida. No entanto, as contribuições do seguro e o seu papel como propulsor do desenvolvimento ainda são pouco conhecidos pela sociedade em geral. Há muito a ser difundido.

Tranquilidade para seguirA importância do seguro para a sociedade co-

meça pela própria razão da sua existência: reduzir as incertezas e o impacto de grandes perdas. Sa-ber que, em caso de perda de um ente mantenedor, o seguro alivia o impacto e garante o futuro, é ter paz para trabalhar e sossego para viver um dia após o outro. Com a garantia de que o investi-mento não será perdido ou que a renda não dei-xará de existir, o seguro encoraja os novos empre-endimentos, a inovação e a concorrência.

Mais eMprego, Mais rendaAs contribuições do seguro para a economia tam-bém são relevantes. Contratando profissionais com os mais diversos níveis de formação, o setor

contribui para o aumento da empregabilidade. E vai além. Ao incentivar cursos de formação e de aprimoramento, forma uma cadeia que faz girar recursos e promove o crescimento. Atualmente, o setor é responsável pela geração de 152 mil em-pregos diretos no país. São 118 seguradoras, 137 resseguradoras e 90 mil corretores de seguros.

recursos para o cresciMenToQuando o assunto são recursos para financiar o desenvolvimento, o mercado de seguros também contribui. Os prêmios pagos pelos segurados constituem reservas financeiras para sinistros a pagar. Como há um intervalo de tempo entre a constituição das reservas e o aparecimento do evento coberto ou sinistro, surge a necessidade de capitalização dos valores arrecadados. Então, o mercado segurador assume papel relevante no processo de formação de poupança interna do país, um capital que volta para a economia por meio de financiamentos, compra de títulos do go-verno ou de ações de empresas.

esTabilidade econôMicaHá, ainda, o impacto do capital que é revertido

para a sociedade em forma de indenizações, bene-fícios e resgates. O volume cresce a cada ano. Em 2013, o retorno foi de R$ 184,3 bilhões. Em 2017, chegou a R$ 280 bilhões. Esses valores contribuem para a estabilidade econômica do país.

Geração de empregos, recursos para o desen-volvimento, incentivo à inovação, tudo isso conta muito, porém, a tranquilidade e a paz de espírito contam mais. Viver pode ser mais leve, quando se vive seguro.

A importância do seguro para a sociedade

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SindSeg apresenta

Em um mundo digital, a oportunidade de reunir pessoas ganha importância e impulsiona o mer-cado de eventos. Mais que isso. Os eventos hoje são verdadeiras experiências multissensoriais onde cada detalhe faz a diferença. E para atender as ex-pectativas de um público conectado e globalizado, os organizadores são cada vez mais ousados, criati-vos e engenhosos.

Em todo evento – do mais simples, ao grandioso – são os organizadores que assumem por toda a responsabilidade civil e criminal. Essa responsabili-dade começa com instalação e montagem, passa por toda a programação e atividades que aconte-cem durante o evento e vai até a hora em que tudo já terminou, com a desmontagem e a retirada de maquinários, móveis e utensílios. É dele o dever de estar sempre atento à legislação vigente no local onde o evento acontece e a incumbência de ofere-cer toda a estrutura para que tudo transcorra rigorosamente como planejado.

Assim como em toda atividade humana, even-tos também oferecem riscos. Acidentes com técnicos durante a montagem, o não compareci-mento de uma atração no dia do espetáculo, uma intoxicação alimentar, um brinquedo que não fun-cionou como esperado, um drone que realiza filmagens e se desgoverna, a queda de uma estru-tura de palco ou até mesmo uma pequena batida em um carro guiado pelo manobrista contratado são exemplos de situações que ocorrem com mais frequência do que se imagina e que geram obriga-ções e indenizações pesadas sobre o organizador ou promotor do evento.

Acidentes acontecem, na maioria das vezes por fatores que fogem ao nosso controle. Sinistros em eventos viralizam quase que imediatamente pelas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâ-neas, o que aumenta ainda mais a exposição e o transtorno do organizador. Atentas para esse mer-cado, as seguradoras criaram diferentes produtos

com coberturas específicas para atender a cada uma dessas demandas, garantindo mais tranquili-dade não só para quem organiza, mas principalmente, para quem participa dos eventos.

Ao organizador cabe estudar minuciosamente os riscos de seu evento buscando uma proposta de seguros junto ao seu corretor para segurar os fatos que podem gerar sinistros e que “fogem” ao seu controle e administração, desta forma poderá con-centrar mais a sua atenção e energia aos detalhes que irão fazer da sua produção um grande sucesso.

Augusto Frederico costA rosA de MAtos

Presidente do sindicato das seguradoras dos estados

de Minas gerais, de goiás, do Mato grosso e do

distrito Federal. Há mais de 35 anos no mercado de seguros, é também

diretor regional Mg/co da companhia

excelsior de seguros

"Atentas para esse mercado, as seguradoras criaram diferentes produtos com coberturas específicas para atender a cada uma dessas demandas, garantindo mais tranquilidade não só para quem organiza, mas principalmente, para quem participa dos eventos"

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Eventos: a garantia do sucesso está nos detalhes

Guimarães Rosa escreveu na obra Grande Sertão: Ve-redas que “viver é muito perigoso...” De fato, a vida é insegura e incerta. No entanto, desde os primórdios, o homem vem criando recursos para seguir em frente. Um deles é o seguro, que permite olhar o futuro com mais tranquilidade.

A atividade é tão antiga que um dos primeiros regis-tros, datado de 1.700 a.C, previa a cobertura de um eventual sinistro com as caravanas. Foi assim que o comércio terrestre, as navegações e as atividades pro-dutivas foram viabilizados ao longo dos séculos. Por-tanto, não é de hoje que a evolução do sistema econô-mico está intimamente ligada ao mercado de seguros.

SEGUROS NO BRASIL

Mantendo o foco no Brasil, podemos afirmar que, mes-mo num cenário de incertezas, e talvez por isso mesmo, o faturamento do mercado segurador totalizou R$ 81 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, o que re-presenta uma elevação de 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado (sem incluir dados de saúde su-plementar e do Seguro DPVAT), segundo estudos divul-gados pela Confederação Nacional de Seguros.

No entanto, o crescimento ainda está aquém do gran-de potencial do mercado, devido à falta de cultura de seguros no país.

UM VALOR ABRANGENTE

A importância do seguro para a proteção da socieda-de ultrapassa os conceitos estabelecidos. Seguro é a certeza de poder seguir em frente, quando catástrofes irrompem; é a possibilidade de recomeço em caso de perdas profissionais ou invalidez; o seguro garante o

Seguros: o viver menos perigoso

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conforto em caso de morte do ente mantenedor; ofe-rece cobertura para a reconstrução de infraestruturas importantes para a sociedade, quando há acidentes naturais.

A abrangência vai além. As seguradoras buscam alter-nativas para minimizar os riscos, por meio de estudos e adoção de medidas que podem reduzir as chances de danos e prejuízos. Porque a prevenção ainda é a me-lhor alternativa.

O mercado segurador atua, ainda, como importante empregador e educador. No Brasil, segundo dados da Fenacor, os corretores somavam mais de 93 mil em 2018 e este é apenas um exemplo de profissionais qua-lificados atuantes no setor.

Por outro lado, os recursos das provisões técnicas das seguradoras, ao serem destinados para investimentos de longo prazo, podem ir para a produção e para a pres-tação de serviços, por meio de empréstimos ou finan-ciamentos, fazendo a economia girar.

Sim, os efeitos positivos do mercado de seguros in-fluenciam diretamente os mais diversos setores da economia, permitem o avanço do consumo, geram empregos e aumentam o bem-estar social.

NOVOS RISCOS, NOVOS SEGUROS

Cada época apresenta riscos específicos, mas também oportunidades. Hoje, aos riscos já conhecidos, agre-garam-se outros, como os ataques cibernéticos, as mudanças climáticas, as migrações, o envelhecimento das populações. E o mercado segurador acompanha de perto, criando novas soluções, porque, se viver é muito perigoso, com seguros, pode ser bem menos.

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Na primeira Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento, realizada em 1964, em Genebra, foi destacada a importância do seguro para o desenvolvimento econômico dos países. Mais de 50 anos se passaram e o setor dá claros sinais de evolução e crescimento. Do sim-ples contrato de mútuo, que deu origem à longa história, o mercado oferece hoje produtos inova-dores e soluções completas. Em sintonia com os avanços tecnológicos, passou a cobrir riscos ci-bernéticos; para fazer frente à maior longevidade da população, oferece seguro saúde e previdência complementar; para assegurar o futuro da família, dispõe de opções diferenciadas de seguro de vida. No entanto, as contribuições do seguro e o seu papel como propulsor do desenvolvimento ainda são pouco conhecidos pela sociedade em geral. Há muito a ser difundido.

Tranquilidade para seguirA importância do seguro para a sociedade co-

meça pela própria razão da sua existência: reduzir as incertezas e o impacto de grandes perdas. Sa-ber que, em caso de perda de um ente mantenedor, o seguro alivia o impacto e garante o futuro, é ter paz para trabalhar e sossego para viver um dia após o outro. Com a garantia de que o investi-mento não será perdido ou que a renda não dei-xará de existir, o seguro encoraja os novos empre-endimentos, a inovação e a concorrência.

Mais eMprego, Mais rendaAs contribuições do seguro para a economia tam-bém são relevantes. Contratando profissionais com os mais diversos níveis de formação, o setor

contribui para o aumento da empregabilidade. E vai além. Ao incentivar cursos de formação e de aprimoramento, forma uma cadeia que faz girar recursos e promove o crescimento. Atualmente, o setor é responsável pela geração de 152 mil em-pregos diretos no país. São 118 seguradoras, 137 resseguradoras e 90 mil corretores de seguros.

recursos para o cresciMenToQuando o assunto são recursos para financiar o desenvolvimento, o mercado de seguros também contribui. Os prêmios pagos pelos segurados constituem reservas financeiras para sinistros a pagar. Como há um intervalo de tempo entre a constituição das reservas e o aparecimento do evento coberto ou sinistro, surge a necessidade de capitalização dos valores arrecadados. Então, o mercado segurador assume papel relevante no processo de formação de poupança interna do país, um capital que volta para a economia por meio de financiamentos, compra de títulos do go-verno ou de ações de empresas.

esTabilidade econôMicaHá, ainda, o impacto do capital que é revertido

para a sociedade em forma de indenizações, bene-fícios e resgates. O volume cresce a cada ano. Em 2013, o retorno foi de R$ 184,3 bilhões. Em 2017, chegou a R$ 280 bilhões. Esses valores contribuem para a estabilidade econômica do país.

Geração de empregos, recursos para o desen-volvimento, incentivo à inovação, tudo isso conta muito, porém, a tranquilidade e a paz de espírito contam mais. Viver pode ser mais leve, quando se vive seguro.

A importância do seguro para a sociedade

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o síndico num mundo de imprevistos

“A liderança não é uma prerrogativa, é uma respon-sabilidade. O poder é-lhe atribuído para que sirva os seus seguidores”.

A frase acima foi escrita por Sun Tsun há mais de 2 mil anos, no livro “A arte da guerra” e continua bastante atual. Todo poder que influencia a vida e o bem-estar de outras pessoas é, sobretudo, uma responsabilidade. Não seria diferente com o síndico, que deve entender que seu poder decorre de saber analisar e encarar com bom senso as responsabilidades legais, para com todos os condôminos e qualquer pessoa física ou jurídica que interaja com o condomínio.

A cada dia, fica mais evidente que a função do sín-dico vai muito além da resolução de conflitos entre vizinhos ou da administração das finanças. há muitos pontos críticos que exigem habilidade e, acima de tudo, conhecimento aprofundado de assuntos ligados a essa questão.

O síndico é o representante legal do condomínio. É ainda o principal responsável por zelar pela segurança e manutenção das edificações comuns, passando a res-ponder ao condomínio pelas obrigações junto ao Ministério do Trabalho, INSS e Receita Federal e por todas as outras obrigações inerentes a ele.

Desta forma, o ponto de partida para o bom exercí-cio da função é se informar. Além de ter domínio total do que prevê a convenção do condomínio e o regimento interno, precisa conhecer a legislação específica para todo o tipo de condomínio no qual exercerá a função de gestor. Entender a Lei 4591/64, que dispõe sobre o con-domínio em edificações e as incorporações imobiliárias é importante. O Código Civil, também.

Além disso, o síndico pode ser responsabilizado di-retamente por falhas dolosas ou culposas na sua gestão, respondendo civil e até mesmo criminalmente por situações que eram de suas atribuições e não foram realizadas. Um exemplo é a contratação de um seguro de responsabilidade civil, que é obrigatório para o con-

Foto: Fábio Ortolan

domínio, conforme o Artigo 1.346 do Código Civil. E quando o assunto são os seguros, é preciso desta-

car a capacidade de inovar do setor, que tem sido capaz de se adaptar às necessidades atuais e disponibilizar produtos e serviços que aumentam a tranquilidade de todos os condôminos. As coberturas que tem mais inci-dência de sinistros no seguro de condomínio são: incêndio, alagamento e inundação; danos elétricos; des-moronamento; responsabilidade civil portões; responsabilidade civil condomínio; responsabilidade civil guarda de veículos; responsabilidade civil síndico; roubo e furto qualificado de bens; vendaval, furacão, ciclone, tornado e granizo ou vento forte.

No entanto, o aspecto que o Sindicato das Seguradoras de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e do Distrito Federal – SindSeg MG/GO/MT/DF – mais valo-riza e reforça é a atitude preventiva. hoje, ter segurança num condomínio é possuir um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros, que atesta a vistoria realizada no local, verificando as regras de segurança e prevenção de in-cêndios e para implementação de reformas. Ter segurança é saber que as estruturas estão com a ma-nutenção em dia, que os extintores estão no prazo de validade, que os prestadores de serviços são confiá-veis... Como responsável por tudo o que contrata no condomínio, caso haja negligência, o síndico poderá ser responsabilizado pelos prejuízos causados ao condo-mínio, condôminos ou terceiros.

A tragédia que atingiu diversas famílias em Fortaleza recentemente trouxe à luz os riscos que envolvem a li-derança de um Síndico e suas responsabilidades penais. Neste momento, é oportuno refletir sobre outra frase de Sun Tsun: “A suprema arte da guerra é derrotar o ini-migo sem lutar.” O seguro é isso, é a guerra sem luta, porque tem a ver com o conhecimento de que acidentes podem acontecer e que certas ações podem amenizar ou até mesmo evitar os danos. Esta é a escolha defen-dida pelo SindSeg MG/GO/MT/DF.

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dez PerGuNtaS Para | CASTELLAR GUIMARÃES FILhO

Devemos aprovar o orçamento para o próximo ano e, como prevê o estatuto, vamos atuar para que a diretoria trabalhe dentro do orçamento”

Encontro| 49

Atlético elege o advogado Castellar Guimarães Filho como presidente do Conselho Deliberativo do Clube, em eleição consensual. Sua principal meta é construir um caminho de paz para o futuro do time

De fala serena e pausada, o advogado Cas-tellar Guimarães Filho assume a cadeira de pre-sidente do Conselho Deliberativo do Atlético, para estreitar os laços com a torcida. Para ele, eleito em outubro, quando os resultados não vão bem dentro de campo, os torcedores care-cem de informações e de uma palavra de oti-mismo. “Temos de ser essa voz pacífica e tran-quila para dar segurança às arquibancadas”, diz o também procurador geral do município. Castellar acredita que, com as contas saneadas, o clube pode voltar a comemorar títulos e fincar bandeira de vez entre os principais do país. Pai de Castellar Neto, vice-presidente da Confe-deração Brasileira de Futebol (CBF), o ad-vogado, que não se considera “boleiro”, prefere atuar nos bastidores, mesmo com a aproximação das eleições no clube, que serão realizadas em 2020. À Encontro, Castellar falou sobre a situa-ção financeira do Atlético, a construção do estádio e a gestão do atual presiden-te, Sérgio Sette Câmara.

1 | eNcoNtro – Com qual espírito você as-sume a presidência do Conselho Deliberativo do Atlético?caSteLLar GuiMarãeS FiLHo – Quero tra-balhar em prol do Galo. Estou com 69 anos. Minha família está bem constituída. Tenho três filhos e três netos. Portanto, posso dedicar um período ao clube de forma mais efetiva. Sabemos que o futebol brasileiro passa por um momento de grande transformação. Assim, os clubes devem melhorar a sua estrutura administrativa e financeira, o que atrai investidores e patrocinado-res do futebol. Quero contribuir para isso. Flamengo e Palmeiras passaram por períodos de austeridade e, hoje, estão colhendo bons frutos.

O Atlético, portanto, pela sua tradição e história de vida tem de rapidamente buscar aprimorar a sua estrutura finan-ceira e administrativa. É isso que vai garantir o Galo entre os cinco ou seis clubes de ponta do futebol brasileiro. 2 | Por isso, uma de suas bandeiras é a do ajuste das finanças do clube? Sim. Vamos criar uma comissão de 12 conselheiros para criar essa interlocu-ção com a diretoria do clube. Essa ideia partiu do próprio presidente Sérgio Sette Câmara. Ele quer dar transparên-cia ao momento financeiro. Não adian-ta querer contratar uma estrela se não há recursos no cofre. Uma auditoria já está sendo feita por uma empresa. Depois de concluído, esse trabalho será apresentado ao Conselho e vamos poder dar sugestões. Portanto, são de-cisões importantes que não podem e não devem ser tomadas de maneira isolada pela presidência ou pela direto-ria executiva do clube.

13 | O sr. já teve alguma informação sobre a auditoria? Como andam as contas do clube?Prefiro aguardar o resultado do tra-balho. Já dirigi instituições públicas, já participei do secretariado do esta-do e até do antigo Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais), mas prefiro ficar alheio à área financeira. Não é a minha praia. O que vou fazer é avaliar junto com os conselheiros a situação e buscar o melhor caminho para re-solver a questão. Sou movido por um otimismo que é até difícil de contro-lar. Acredito que vamos mostrar bons resultados em todas as áreas e o fute-bol também vai acompanhar.

4 | O sr. foi eleito em um pleito de chapa única. Isso sinaliza que as coi-sas andam tranquilas nos bastidores do Galo? Acredito que, politicamente, as coisas estão bem. Convivo bem com todas as lideranças do Atlético. Isso facilitou muito para o meu nome ter sido bem acolhido. Isso nos tranquiliza e incen-tiva. Ao mesmo tempo, gera uma res-ponsabilidade muito grande também. Por isso, quero ter um resultado rápido e já palpável.

5 | O início da construção da Arena do Galo seria um desses resultados? A expectativa, agora, é para colocar os tapumes e iniciar as obras de fun-dação. A Arena do Galo vem em um momento muito importante para o futebol brasileiro e mineiro. Isso pode, inclusive, acalmar os ânimos da torci-da que está ansiosa por bons resulta-dos entre as quatro linhas. Podemos ter razões de sobra para virar o ano com muita alegria.

6 | Como avalia a gestão do sérgio sette Câmara?É uma gestão muito séria. O time está passando por uma fase complicada e não temos tido disponibilidade finan-ceira para trazer grandes nomes. E, com o Estatuto do Torcedor, os clubes estão sendo cobrados para ter responsabili-dade na prestação de contas. Devemos aprovar o orçamento para o próximo ano e daí para a frente, como prevê o estatuto, vamos atuar para que a di-retoria executiva trabalhe dentro do orçamento. Se for preciso extrapolar o orçamento, essa situação tem de ser justificada para o Conselho. Isso é bom, pois em um passado recente todos os clubes deixavam débitos vencidos ou a vencer para o mandato da diretoria seguinte.

7 | O ano de 2020 é de eleição no Atlético. Qual o perfil de candidato ideal para o Galo?Mesmo que seja um presidente com ótima interlocução com o conselho, ele não se sustenta se os resultados

O conciliador raFaeL caMPoS

não forem bons. Ele tem de ter sorte também. É um misto de gestor e mila-greiro, com sorte.

8 | tradicionalmente, o presidente do Conselho tem sido alçado à função de presidente. O sr. está se preparando para ser uma das alternativas para dirigir o clube?Afirmo que não. Estou alcançando 70 anos de idade. Já tenho 23 de aposen-tadoria do Ministério Público. Temos uma propriedade em Macacos [São Sebastião de Águas Claras, Nova Lima] que é o meu refúgio. É o melhor lugar para passar o fim de semana, com uma bermuda velha, chinelo e camisa do Galo, é claro. Acho que vamos ter ou-tros nomes para assumir a cadeira de presidente. A minha praia mesmo é no Conselho. Sou distante do boleiro. Te-nho boa vontade, sou curioso, mas não tenho o conhecimento necessário para alcançar a presidência de um clube do tamanho do Atlético.

9 | Como é ser pai de um dirigente da CBF? Achava difícil ser pai de um presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF). Ele é um reconhecido atleticano e, por isso, a FMF era tachada de ser atleti-cana. Ele era ameaçado. Tinha de ter segurança na porta de casa. Mas sabe-mos que a administração dele sempre foi imparcial. Na CBF, ele está fazendo um trabalho diferente e acaba ficando distante da paixão do futebol. Ele tam-bém foi indicado para atuar na Fifa, onde é juiz júnior, que decide ques-tões que envolvem as negociações de jogadores estrangeiros. Portanto, com o tempo, fico menos preocupado. Ele tem 37 anos, mas não deixa de ser um menino para mim.

10 | Como o sr. se define como diri-gente? Tenho perfil técnico, mas apaixona-do. Daqui para a frente, vou seguir à risca o estatuto do clube, que é a nossa Constituição. O Galo tem uma torcida também apaixonada e quer ver bons resultados. Portanto, nós, conselheiros, temos de ter uma voz pacífica e tranquila para dar seguran-ça à torcida. z

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Pet | COMPORTAMENTO

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A profundidade do olhar dos ani-mais é algo que realmente impressio-na. Em se tratando dos bichos, os olhos não são apenas para ver, mas também para expressar toda a sua sensibilida-de e consciência. Muitas vezes, é atra-vés do olhar que eles se comunicam e transmitem suas emoções. Contudo, a saúde ocular dos pets nem sempre é devidamente monitorada, o que pode acarretar graves doenças e até mesmo a cegueira. Tão importante quanto os demais sentidos que possibilitam aos seres vivos perceber o ambiente no qual estão inseridos, a visão dos ani-mais os orienta em funções básicas, como caça e defesa. E, para evitar as enfermidades que podem afetá-la, o melhor remédio é a prevenção.

De nome famoso, James Bond é um cãozinho da raça lhasa apso curio-so e corajoso, como o personagem da literatura e do cinema. Tanta ousadia acabou colocando-o em apuros. Há cinco anos ele se meteu em uma briga por um pedaço de churrasco e acabou perdendo a visão do olho esquerdo. Passado o susto e toda a comoção ge-rada pelo episódio, recentemente o cãozinho foi acometido por uma úlce-ra preocupante na outra vista. O dono, o empresário Alceu Barroso Lima Neto, procurou ajuda veterinária e por sorte Bond já está completamente recuperado. “Para não coçar os olhos, ele teve de usar o colar elisabetano e acabava trombando nas paredes. Foi difícil, mas valeu o sacrifício”, diz.

A saúde ocular dos animais nem sempre é devidamente monitorada, o que pode acarretar graves doenças e até mesmo a cegueira. Segundo os especialistas, o melhor remédio é a prevenção

De olho nos

bichos daNieLa coSta

O lhasa apso James Bond foi acometido por uma úlcera preocupante no olho direito: “sofremos juntos durante todo o período do tratamento. Foi difícil, mas ele está totalmente recuperado”, diz o empresário Alceu Barroso Lima Neto

Fotos: Geraldo Goulart

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Pet | COMPORTAMENTO

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coNJuNtivite Também conhecida como ceratoconjuntivite seca, é causada pela ausência ou má lubrificação da superfície ocular, levando à inflamação da córnea e conjuntiva

GLaucoMa Ocorre quando os fluidos do olho não circulam ou não são drenados corretamente, acumulando-se e causando uma forte pressão dentro do globo ocular, ocasionando a cegueira aguda

catarata Opacificação ou esbranquiçamento do olho do animal. Ocorre quando há o envelhecimento do cristalino, impedindo a visão. A origem pode ser hereditariedade ou decorrente de choques ou diabetes

doeNçaS ocuLareS MaiS coMuNS eM cãeS e GatoS

Especialista em oftalmologia veteri-nária, o médico Marco Túlio de Oliveira, da Clínica São Francisco de Assis, expli-ca que algumas raças são predispostas a certas patologias. Em sua rotina clíni-ca, observa que entre as mais afetadas por doenças oculares estão shih tzu e lhasa apso. “Ambas apresentam uma doença autoimune chamada cerato-conjuntivite seca, que deve ser tratada preventivamente para não se agravar”, diz. Nesse caso, o tratamento consiste no uso contínuo de medicamento para que a produção de lágrimas ocorra de forma adequada. Segundo o médico, le-sões de córnea ou úlceras são muito co-muns tanto em cães quanto em gatos e se apresentam de formas diferenciadas, com extensão e profundidade varia-das. E, apesar de poder atingir todos os pets, as raças braquicefálicas, como pug e bulldog, estão mais sujeitas, uma vez que possuem o globo ocular exposto.

Outra doença recorrente nos ani-mais é a conjuntivite ou inflamação da região branca do olho. Além da dor e do desconforto, ela tem como prin-cipais sintomas o excesso de secreção e lacrimejamento. “Muito comum em gatos, pode ser de origem infecciosa, alérgica ou secundária a outras doen-ças”, explica o médico Gustavo de Oli-veira Fulgêncio, especialista em oftal-mologia veterinária. O pequeno John John, shih tzu de 12 anos, apresentou os olhos vermelhos, irritados e com mui-ta secreção. Não demorou muito para o aposentado Cornélio da Cunha Pimen-ta perceber mudanças no comporta-mento do companheiro de quatro patas. “Fora os sintomas, ele também se recusava a interagir e se alimentar.” Após avaliação médica, foi constatada a conjuntivite. “Com duas semanas de tratamento, tudo voltou ao normal. Por isso é tão importante ficar atento aos sinais que os pets nos dão”, diz. De modo geral, o tratamento das doenças oculares é realizado com base em an-tibióticos e anti-inflamatórios tópicos (colírios), com exceção dos casos que necessitam de cirurgia.

Tropeços constantes, choques con-tra paredes, e olhar vago são alguns dos indicadores de que algo não está bem. Proteger o animal do ataque de parasitas é outra importante medida

preventiva, considerando que doen-ças geradas por picadas de carrapatos e mosquitos também podem levar à cegueira. Nos gatos, as chamadas uve-ítes são muito comuns, caracterizadas por processos inflamatórios nas câ-maras internas dos olhos e, na maio-ria das vezes, relacionadas a alguma

doença sistêmica. A boa notícia é que, além da eficiência dos tratamentos disponíveis, mesmo quando ocorre a perda total da visão, os animais se adaptam muito bem à nova condição, tendo em vista que possuem outros sentidos muito desenvolvidos, com destaque para o olfato e a audição. z

ÚLcera córNea Espécie de ferida na camada mais superficial do olho. Geralmente surge em decorrência de traumas, infecções bacterianas, mal posicionamento dos cílios ou contato com substâncias abrasivas

uveíte

Inflamação intraocular envolvendo a íris (que dá cor aos olhos) e corpo ciliar. Geralmente associada a doenças infecciosas, como erliquiose, babesiose e leishmaniose

FLórida SPotS Caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas claras na região dos olhos. Não afeta a visão dos animais e não possui tratamento

O shih tzu John John (à esq.), ao lado de Jimmy, tinha os olhos vermelhos e irritados e o diagnóstico foi conjuntivite: “Com duas semanas de tratamento tudo voltou ao normal”, comemora o aposentado Cornélio da Cunha Pimenta

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Ventura, complexo comercial lançado pela Katz Construções no Vale do Sereno, traz espaços como um rooftop com vista para as montanhas

Fotos: Divulgação

BEm-Estar, QualidadE dE vida E nEgócios no mEsmo lugar

Sala de reunião: proprietários poderão se encontrar no espaço gourmet, enquanto saboreiam um jantar e apreciam a vista

Contra o desperdício de energia: parte da iluminação das salas durante o dia será fornecida pela luz natural

Espaço descanso: ao longo do dia é possível utilizar a academia do prédio ou a hidromassagem

Aliar tempo e espaço é o propósito do Ventura, empre-endimento comercial que a Katz Construções acaba de lançar. Localizado na região do Vale do Sereno, em Nova Lima, o edifício mescla trabalho e qualidade de vida em um único lugar. O rooftop tem espaços estratégicos de co-working e coliving, que se baseiam no compartilhamento de recursos e estimulam a integração e a colaboração. Espaço gourmet, piscina, sauna, hidromassagem, academia, área de convivência e varandas são outros atributos da edificação.

Segundo Daniel Katz, presidente da Katz Construções, a proposta do Ventura é proporcionar encontros de negó-cios e networking em ambientes diferenciados e ainda facilitar cada vez mais o dia a dia no local de trabalho. “Dentro do edifício, por exemplo, os proprietários pode-rão fazer reuniões no espaço gourmet, enquanto saboreiam um jantar e apreciam a vista, ou mesmo utilizar a academia ou a hidromassagem nos horários de pico”, diz. “É uma possibilidade de aproveitar o tempo, em vez de perder horas no trânsito, em congestionamentos.”

Cada espaço do Ventura, projetado pelo arquiteto Gustavo Penna, foi pensado estrategicamente para o am-biente corporativo, favorecendo a produtividade e o bem-estar de quem vai trabalhar no edifício. São cinco an-dares com 76 salas comerciais e escritórios, janelas que vão do chão ao teto, vista para montanhas e pé-direito de mais de 3 metros de altura. “Trabalhar em espaços mais amplos, que fornecem uma boa sensação térmica ao ambiente, é muito mais agradável e contribui para um melhor rendi-mento de todos. Além disso, grande parte da iluminação das salas durante o dia será fornecida pela luz natural, o que evita o desperdício de energia”, ressalta Daniel.

O Ventura conta ainda com quatro andares de estacio-namentos, dois pavimentos para lojas, um andar contendo dois salões de eventos e um ponto de pouso para drones.

n empreendimento

tEndênciaA prática de compartilhar espaços, principalmente es-

critórios, já é uma tendência no segmento da construção e, com um isso, um novo mercado para se investir. Nesse quesito, o Ventura também preenche todas as necessida-des dos empresários e profissionais liberais que buscam um local completo para o desenvolvimento das suas atividades. “Além de um ambiente propício para a produ-tividade e o bem-estar, as áreas comuns são ideais para receber parceiros, mentores e clientes em potencial”, ressalta o presidente da Katz Construções.

www.katz.eng.br/ventura [email protected] /katzconstrucoes/katz.life.style (31) 3243-1001 (31) 98416-9929

rua desembargador Jorge fontana, 408, 14º andar, Belvedere - Belo horizonte - minas geraisavenida Beira mar, 39 – vila de santo andré, santa cruz de cabrália - Bahia

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[email protected]

coLuNa de direção | FÁBIO DOyLE

Fotos: Divulgação

Encontro| 55

O SUV médio GLC 220 d, equipado com motor diesel é a novidade do mês no portfólio Merce-des-Benz para o mercado brasileiro. Nas versões Off-Road e Enduro, sempre a diesel, a nova gera-ção do GLC chega com transmissão 9G-Tronic, 194 cv de potência e velocidade máxima de 215 km/h controlado eletronicamente. O modelo faz de 0 a 100 km em 7,9 segundos e oferece, pela primeira vez em um SUV da marca, a tecnologia MBUX – Mercedes-Benz User Experience, vol-tada para as soluções digitais e conectividade. Os modelos Mercedes-Benz GLc 220 Off-Road e Enduro, e o Mercedes-Benz GLC 300 Coupé che-gam com preços sugeridos de 294.900 reais, 329.900 reais e 362.900 reais, respectivamente.

Apesar de a farra não ter chegado ao fim, as vendas no seg-mento dos SUVs médios compactos registraram declínio de 8,2%, e o crescimento caiu para 1,8% entre os SUVs compactos, segundo dados da Jato Dynamics. Apenas os SUVs pequenos (subcompactos) continuam avançando no market share, com crescimento de 13% no primeiro semestre. Ao que parece, as regras mais duras na emissão de poluentes passaram a ser a assombração que persegue a indústria automobilística e a causa maior das dificuldades. Maior rigor no nível de emissão é a expli-cação do possível fim dos minicarros (veja reportagem nesta edição) e agora também dos SUVs e crossovers.

A preferência dos consumidores pelos Suvs e crossovers é justificada pelas habilidades desse tipo de veículo no enfren-tamento de estradas mal pavimentadas, de buracos nas vias urbanas e tempo ruim. Mas, agora novos desafios criam dúvi-das e dificuldades para os utilitários esportivos: vendas mais lentas e o endurecimento das regulações de emissões. Na úl-tima década, os SUVs e Crossover passaram da condição de veículos de nicho, com menos de 10% do mercado europeu para quase 40% de todas as vendas hoje. Os compradores amam esses carros por sua imagem, a sensação de segurança que eles transmitem e a posição elevada dos assentos.

oFeNSiva eLétricaCom o Golf Gte, a Volkswagen Brasil entra na era da

mobilidade elétrica. Ao preço de 200 mil reais o hatch-back VW tem dois motores: um a combustão de 1,4l TSI com 150 cv e um motor elétrico de 75 kW (102cv). Com-binados, oferecem potência de 150 kW (204 cv). Se o motor elétrico for a única fonte de força de propulsão, o Golf GTE pode atingir velocidades de até 130 km/h. Quando toda a potência combinada do sistema é utili-

zada, o GTE vai de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, atin-gindo velocidade máxima de 222 km/h. Com a combinação dos dois motores o torque máximo de 350 Nm (35,7 kgfm) impressiona. Sua autonomia total, in-cluindo o motor elétrico e o motor a gasolina, ultrapassa 900 km. A oferta será, no entanto, inicialmente limitada. O GTE está disponível em apenas três concessionárias da marca, em Brasília, São Paulo e Curitiba.

rede de recarGaA Volkswagen, juntamente com Audi e Porsche, empresas

que fazem parte do Grupo Volkswagen, firmou em outubro uma parceria estratégica com a EDP, para a instalação de 30 novas estações de recarga de veículos elétricos no país. Serão 29 postos de 150kW e um posto de 350kW – capazes de reabastecer a bateria de um carro elétrico rapidamente – e mais 30 equipamentos de 22kW (AC). Elas serão instala-das nas rodovias Tamoios, Imigrantes, Carvalho Pinto, Gover-nador Mário Covas, Dom Pedro, Washington Luís e Régis Bittencourt. Essa rede será interligada a outras já existentes, conectando um total de 64 pontos de carregamento, for-mando um corredor de 2.500 km de extensão, ligando os es-tados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo e Santa Catarina (de Vitória a Florianópolis). Minas Gerais as-siste de longe, como mero observador, o crescimento da in-fraestrutura de eletropostos na região Sudeste.

A Nissan revelou, no fim de outubro, no Salão do Automóvel de Tóquio, um carro de testes de alta potência com tração integral e dois motores elétricos, equipado com novas tecnologias, que estão sendo desenvolvidas para a próxima gera-ção de veículos elétricos da montadora. Base-ado no modelo 100% elétrico Nissan Leaf e+, o veículo é equipado com um sistema de tração integrado à tecnologia de controle do chassi. O resultado é um sistema de controle elétrico que levará a performance dos carros elétricos da Nissan a um novo patamar, à altura dos carros

esportivos. O trem de força gera 227 kW de po-tência máxima e 69,3 kgfm de torque máximo. O resultado mais marcante é o conforto de condu-ção, informa a Nissan. Por exemplo, ao desacele-rar no trânsito urbano, o sistema faz com que os passageiros não sejam ‘chacoalhados’ para trás e para a frente, reduzindo o potencial de descon-forto e enjoo nesse tipo de situação. Da mesma forma, ao acelerar em uma pista irregular ou es-buracada, o controle dos motores elétricos é otimizado para manter o conforto da condução, minimizando o movimento irregular.

deSeMPeNHo de eSPortivo

SuvS aMeaçadaS

aSSoMBração do MoMeNto

aPoSta No dieSeL

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veícuLoS | TENDÊNCIA

Indústria alega que exigências cada vez mais rígidas com relação à emissão de gases poluentes dos canos de descarga, que demandam tecnologia de alto custo, podem inviabilizar a sobrevivência dos minicarros urbanos

Fotos/Divulgação

Volkswagen está em vias de decidir o fim das versões com motor a combustão interna do UP!: deve permanecer apenas a nova geração, equipada com propulsor elétrico

O charmoso Fiat 500, hatchback de três portas, pode estar com seus dias contados: modelo está com 12 anos de idade

Está cada vez mais intenso o deba-te que pode levar ao fim a produção de minicarros. A justificativa é que, com regras e leis voltadas para a emissão de CO2 cada vez mais duras, torna-se economicamente inviável produzir os chamados carros populares compac-tos. A dificuldade, segundo as monta-doras, ocorre com o elevado custo da tecnologia para produção de motores “limpos”, que impedem o desenvol-vimento de automóveis compactos, baratos, voltados para a base da pi-râmide social de consumidores. Essa discussão está em pauta na Europa, mas vai, mais cedo ou mais tarde, che-gar a outros mercados, à medida que regras de emissão cheguem aos cen-tros urbanos de todo o planeta.

O primeiro sinal concreto dessa nova realidade foi dado no fim de outubro, quando a Fiat, líder de mer-

cados de minicarros com o Panda e o 500, revelou estar pensando em rever seus modelos de entrada por-que as regras mais duras de emissões elevam demais seus custos de de-senvolvimento. O CEO da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) disse que o fabricante planeja “levar” seus clien-tes do segmento de minicarros para o segmento “B”, de subcompactos. “Em um futuro muito breve, iremos vol-tar o nosso foco para esse segmento de maior volume e maior margem, e isso representa o afastamento do seg-mento de minicarros”, disse Michael Manley, durante a reunião de apre-sentação dos resultados do terceiro trimestre da FCA na Europa.

O charmoso Fiat 500, hatchback de três portas e estilo retrô, e o po-pular e funcional Panda hatchback dominam o segmento europeu de minicarros, mas estão envelhecendo e precisam ser trocados, ou atualiza-

FáBio doyLe

Encontro| 57 56 |Encontro

O fim DOs minicArrOs

dos. O 500 de três portas está com 12 anos de idade. Foi lançado em 2007, com seu estilo retrô inspirado no Fiat 500 original, lançado em 1957, um carro que se tornou ícone da marca. As vendas europeias do 500 registra-ram queda de 9%, atingindo 100.150 unidades no primeiro semestre.

A terceira geração do Panda foi lançada em fevereiro de 2012 e suas vendas cresceram 15% no primeiro semestre, atingindo 105.534, segundo análise de vendas por segmento da publicação Automotive News Europe. O custo de renovação do 500 pode ser muito caro para atender as próximas regras de emissão na Europa. No ter-ceiro trimestre deste ano, o prejuízo da FCA na Europa foi de 55 milhões de euros (61 milhões de dólares). Manley revelou que os “desafios comerciais” da Fiat na Europa partem de uma exposição muito alta ao segmento de minicarros, de pouco margem de

lucratividade, além do fato de serem carros de uma linha que tem a média de idade mais alta da indústria.

O plano da Fiat é reconquistar os clientes do segmento de carros pequenos (subcompactos), que ela abandonou quando o Punto Hatch-back foi descontinuado e não subs-tituído. No Brasil, no seu lugar e no do Stilo, chegou o Argo. O Punto foi o líder de vendas da Fiat na Europa por muito tempo, mas o então CEO da FCA, Sergio Marchionne, disse que suas vendas não foram suficien-tes para o desenvolvimento de um sucessor de forma lucrativa. O seg-mento de carros pequenos é o maior da Europa além de ser “muito mais lucrativo do que o segmento A (de minicarros), disse Manley. Ele não afirmou quais novos modelos a Fiat vai lançar no segmento subcompacto e também não comentou sobre o fu-turo do Pando e do 500.

A planejada fusão da FCA com o grupo PSA daria à Fiat acesso à pla-taforma comum modular, utilizada pelos mais recentes carros do grupo, como o novo Peugeot 208 e o Opel Corsa. Esses carros têm versões de motorização elétrica e também ver-sões com motor a combustão interna.Entre os analistas do setor, há quem duvide que a Fiat abandonará com-pletamente o segmento dos minicar-ros. Felipe Munoz, da Jato Dynamics, acha que a Fiat poderá melhorar o conteúdo e aumentar um pouco as dimensões do 500 e do Panda “para que possam fazer parte do segmento de compactos”. Outra possibilidade seria replicar a fórmula 500 hatchba-ck com um carro um pouco maior. “O Lancia Ypsilon, que é vendido como um carro pequeno, apesar de utilizar a mesma plataforma mini do Panda, é um exemplo de como isso poderá ocorrer”, disse Munoz.

Outros fabricantes estão repen-sando suas estratégias para os carros compactos. A Ford e a Opel já abando-naram o segmento de minicarros. A Ford parou de importar para a Euro-pa o Ka+, fabricado na Índia, e a Opel abandonou os modelos coreanos Karl e Adam. Na Volkswagen, executivos revelaram à boca pequena que o fabri-cante alemão está se preparando para tirar de linha as versões com motor a combustão no minicarro Up, o que certamente significará o desapareci-mento também do Seat Mii e do Skoda Citigo, com motor a gasolina. z

O já antigo Panda, líder de vendas da Fiat na Europa: outro que poderá ir para o

espaço com a ajuda das leis de emissões na Europa

Page 36: O FENÔMENO - Revista Encontro

Montadora traz tecnologia e conectividade mundial para a fábrica em Betim e torna-se autônoma na criação e desenvolvimento de veículos

aposta na inovaçãoSe na hora de fazer escolhas os passos dos consu-

midores estão acelerados em busca de novas tecnologias, conectividade, segurança e marcas volta-das para a sustentabilidade, nos corredores do Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), que completa 43 anos com a marca de mais de 15,6 milhões de veículos produzidos, o ritmo não está diferente. A empresa está com fortes investimentos para incorporar os mais modernos processos e tecnologias em todas as etapas de concepção e produção dos veículos, com inovações que visam a transformação digital e olhar mais amplo para questões que impactam a sustentabilidade da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) no longo prazo, estimu-lando “novas atitudes e novas formas de fazer”.

Até 2024, os recursos direcionados ao Polo Automotivo Fiat chegarão a R$ 8,5 bilhões. É o maior investimento da FCA em Betim desde a inauguração da fábrica, em 1976. Entre as inovações estará uma nova fábrica de motores GSE Turbo, que levará Betim a ser o maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano a partir de 2020 (data de início da produção dos turbos).

A marca Fiat planeja 15 ações de produto até 2024, entre novos modelos, renovações e séries especiais. Em Betim, está previsto o início de produção de três novos modelos nas linhas de montagem a partir de 2020, sendo que dois deles marcam a entrada da Fiat

no segmento de SUVs (veículos utilitários esportivos), o que mais cresce no mercado brasileiro.

Novos espaços nascem para impulsionar a inova-ção, como o HUB, o ponto de encontro de pessoas, gerações e culturas, em atividade desde agosto deste ano. Inspirado em uma estrutura de rede, integra fun-cionários e parceiros de diversas áreas em um ambiente colaborativo. Os ambientes internos são pensados para melhorar o trabalho e produtividade. “O HUB também busca conectar a FCA externamente com um ecossistema de empreendedorismo e startups, com o objetivo de construir estratégias consistentes de ino-vação, alcançar novos territórios, mercados e modelos de negócio”, afirma Breno Kamei, diretor de Portfólio, Pesquisa e Inteligência Competitiva da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina.

Uma das áreas de atuação do HUB é a conectivi-dade. A empresa já aposta que os veículos serão muito mais do que mobilidade, mas também uma forma de conexão para novas soluções que irão viabilizar rele-vantes transformações na jornada do consumidor, simplificando tarefas cotidianas. “Temos de pensar em contexto mais amplo de serviço e experiências para o consumidor”, afirma Breno.

A empresa acredita que os anos de 2020 e 2021 serão de transformação do consumidor, com mais co-nexões. “O brasileiro é altamente conectado, mais do que o americano e o europeu”, diz Breno. Nos corre-dores da Fiat, os paradigmas estão em transformação. “Mudamos de montadora para polo de desenvolvi-mento”, afirma Peter Fassbender, diretor do Design Center Latam.

Inaugurado em agosto, o Design Center Latam é considerado o maior estúdio de design automotivo da América Latina. Em uma área de 2.700 metros quadra-dos, divididos em dois pavimentos, teve investimentos da ordem de R$ 11,4 milhões e tem cerca de 150 profis-sionais responsáveis pela criação de novos projetos. O Design Center traz na bagagem o know-how de 17 anos de atividade, período que foram desenvolvidos mais de 15 novos modelos e oito carros-conceito da marca Fiat para os mercados brasileiro e latino-americano.

O Design Center Latam nasceu como Centro Estilo Fiat do Brasil, em 2002. Agora encara o desafio de ex-perimentar novas ideias, formas e materiais para as marcas Jeep e RAM para a América Latina. Os produ-tos da FCA são desenvolvidos de forma colaborativa pelos times globais. Com equipe multidisciplinar, for-mada por designers, engenheiros, sociólogos, psicólogos, entre outros, o Design Center Latam faz intercâmbio com os polos de desenvolvimento da FCA na América do Norte, Europa e Ásia. São profissionais brasileiros que participam de imersões nos estúdios da FCA no exterior e vice-versa.

Além do espaço amplo e integrado, o novo Design A Fiat planeja 15 ações de produto até 2024, entre novos modelos, renovações e séries especiais: os recursos direcionados ao Polo Automotivo chegarão a R$ 8,5 bilhões nos próximos cinco anos. É o maior investimento da FCA em Betim desde a inauguração da fábrica, em 1976

A peça que faltava para o Centro atingir a autonomia completa e projetar o veículo do início ao fim foi inaugurada neste ano: no Safety Center o carro já nasce no ambiente digital

No SIMCenter, inaugurado em 2017, são definidas as características técnicas e funcionais dos componentes que determinam a dinâmica do veículo, como pontos geométricos de suspensão, amortecedores, molas, barras estabilizadoras, pneus, direção e freios

Inaugurado em agosto, o Design Center Latam é considerado o maior estúdio de design automotivo da América Latina: em área de 2,7 mil metros quadrados, teve investimentos de cerca de R$ 11,4 milhões

Fotos: Leo Lara/divulgação

n fiat apresenta

Page 37: O FENÔMENO - Revista Encontro

Breno Kamei, diretor de Portfólio, Pesquisa e Inteligência Competitiva: “O HUB conecta a FCA com um ecossistema de empreendedorismo e startups”

Peter Fassbender, diretor do Design Center Latam: “Mudamos de montadora para polo de desenvolvimento”

ÁREAs DO POLO AUtOMOtIVO FIAt:

Planta veículos: prensas, funilaria, pintura e montagem final.

Planta Powertrain: motores e transmissões.

centro de Pesquisa & desenvolvimento Giovanni agnelli: reúne todas as condições e tecnologias necessárias para criar um veículo do começo ao fim. Nele, estão o Design Center, a Engenharia de Desenvolvimento de Produto e Engenharia Powertrain. Essas unidades trabalham em sinergia com os outros centros de pesquisa e desenvolvimento da FCA na Itália, nos Estados Unidos e de Pernambuco.

PILAREs PARA O DEsENVOLVIMENtO DE NOVOs PRODUtOs:

Autonomia Eletrificação Conectividade Soluções de mobilidade

O VIRtUAL CENtER LAtAM É COMPOstO DE tRês AMBIENtEs:

Sala de realidade virtual: utiliza software de última geração para criar modelos digitais imersivos em 3D.

Sala integrada: as interações são feitas em um cockpit adaptável, composto por chassi, bancos dianteiro e traseiro, painel, console e volante. Nesse ambiente, a realidade virtual é em 4D. Com o uso de óculos de realidade virtual imersivo, integrado ao sistema wireless, a sensação é de estar dentro de um carro real.

oficina: após a validação digital, tem início a construção de modelos físicos dos componentes internos e externos do novo veículo, como farol, lanterna, console, painel de instrumento, entre outros. Os materiais utilizados são resina, fibra de carbono e fibra de vidro, além da impressão 3D.

Center traz como diferencial a tecnologia. O laborató-rio de User Experience (UX) possui experiência pioneira de simuladores desenvolvidos para testar so-luções de interfaces e conectividade, além de percepções do design interno e externo dos veículos. Desenvolvido pela FCA em parceria com empresa de inovação do Polo Tecnológico de Campinas, o simula-dor cria ambiente que busca representar de maneira realista condições variadas de direção. Por meio de Inteligência Artificial, a interação com o trânsito, como ultrapassagem de carros e a presença de pedestres, é sincronizado aos sinais do veículo, como aceleração e freada. Tudo é sob medida para que os testes de usa-bilidade no ambiente sejam mais próximo ao real.

Outra ferramenta do UX Lab é o simulador em rea-lidade virtual, para avaliar acabamentos internos e externos, como cores e texturas. O novo Design Center Latam conta com a Sala Virtual com projetor laser, de tecnologia avançada, resultado de um investimento de mais de R$ 1 milhão. O equipamento permite projetar em excelente resolução veículos em tamanho real e os detalhes específicos de textura, o que proporciona avaliações mais próximas da realidade. O prédio deve ganhar nos próximos anos uma segunda unidade, ao lado da atual, para abrigar os equipamentos de usina-gem, impressora 3D, além de outros espaços.

Com mais de 50 laboratórios de desenvolvimento, instalados em Minas Gerais, Pernambuco e Córdoba (Argentina), o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento Giovanni Agnelli possui um time de cerca de 2 mil técni-cos e engenheiros responsáveis por mais de 3 milhões de horas de testes por ano, nas fases virtual e física. A cada novo projeto, são cerca de 8 milhões de quilôme-tros rodados. “Quando começamos, eram basicamente só testes. Hoje, fechamos todo o ciclo de trabalho e de-senvolvimento do veículo”, afirma Márcio Tonani, diretor de Desenvolvimento de Produto da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina.

A peça que faltava para o Centro atingir a autono-mia completa e projetar o veículo do início ao fim foi inaugurada neste ano, o Safety Center. Com ele, o carro já nasce no ambiente digital. As ferramentas de Realidade Virtual (VA) e Realidade Aumentada (AR) fazem com que o processo de desenvolvimento ganhe agilidade e precisão. Os primeiros modelos físicos para testes são construídos somente depois de complexas análises em 3D, 4D e certificações digitais.

Se em 1976 o desenvolvimento do 147 – o primeiro modelo de automóvel desenvolvido pela Fiat do Brasil – foi 100% realizado em pranchetas e modelos físicos, a partir da década de 1990, a então FIAT Automóveis, hoje FCA Latam, começou a navegar em ambientes digitais. As experiências e aprendizados acumulados ao longo desses anos convergiram para a criação do Virtual Center Latam. As ferramentas de

alta tecnologia do Centro estão reunidas no recém--inaugurado Virtual Center Latam, que recebeu investimentos de R$ 4,1 milhões e integra o que há de mais avançado do mundo digital à engenharia auto-motiva. Lá, em área de 800 metros quadrados, estão reunidas as diversas áreas da engenharia para acom-panhar a evolução dos projetos, do conceito inicial à industrialização, com avaliações contínuas que inte-

acontece no SIMCenter, centro de excelência em simula-ção de dinâmica veicular da FCA, considerado o mais moderno da América Latina. No SIMCenter são definidas as características técnicas e funcionais dos componentes que determinam a dinâmica do veículo, como pontos ge-ométricos de suspensão, amortecedores, molas, barras estabilizadoras, pneus, direção e freios.

Inaugurado em 2017, o SIMCenter recebeu investi-mentos da ordem de R$ 19 milhões e possui dois ambientes. A primeira sala está no Polo Automotivo Fiat, em Betim, e tem um simulador estático, com vo-lante, câmbio e pedais. Nas interações no cockpit, os veículos podem ser avaliados nas mais diferentes situ-ações, desde pistas irregulares a circuitos de corrida.

Após a validação dos modelos obtida no simulador estático, o veículo é avaliado no simulador dinâmico, no Campus Coração Eucarístico da PUC Minas, em Belo Horizonte. Lá, é possível encontrar o que há de mais avançado na tecnologia mundial de Realidade Mista (RM). O sistema é formado por uma plataforma que realiza todos os movimentos de um veículo real através de nove atuadores; um cockpit equipado com sistema de áudio que reproduz os sons do motor e as reações dos pneus com o piso; e uma tela curva com ângulo de visão de 230 graus. Os movimentos do cockpit são inte-grados às imagens da tela e alinhados com os comandos realizados pelo motorista, monitorados em tempo real por meio de um sistema de telemetria na sala de con-trole. A combinação de ferramentas digitais com ensaios físicos reais acelera o desenvolvimento dos novos automóveis e assegura a evolução da qualidade conectada a soluções inovadoras de engenharia e de-sign. O objetivo é atender e encantar um consumidor cada vez exigente.

Márcio Tonani, diretor de Desenvolvimento de Produto da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina: “Fechamos todo o ciclo de trabalho e desenvolvimento do veículo”

gram aspectos de ergonomia, segurança e interface dos sistemas e componentes. O trabalho é integrado, o que acelera o tempo de comunicação entre as dife-rentes equipes envolvidas, incluindo os times da engenharia de produto, assistência técnica, quali-dade, manufatura, fornecedores, entre outros.

A experiência de dirigir um carro que ainda não existe fisicamente, em um conceito chamado driver-in-the-loop,

Fotos: Violeta Andrada

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Mercado | REFRIGERAÇÃO

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De olho nas oportunidades, empresário Hélio Santos expande atuação e investe nos bebedouros industriais

Alexandre Rezende

O empresário hélio Santos de Freitas comemora o sucesso do seu novo negócio: “Estamos entre os cinco

maiores fabricantes de bebedouros industriais de todo o Brasil”

Às vésperas do início do solstício de verão, dias quentes e o tempo seco já estão incomo-dando muita gente. Na capital mineira, os termômetros chegaram a marcar 37ºC e a re-comendação dos especialistas é sempre não economizar no uso do protetor solar e muito menos na hidratação. Pensando nisso, há seis anos o empresário mineiro Hélio Santos de Freitas teve um insight. Sabedor de que uma das maiores habilidades dos empreendedo-res de sucesso é a capacidade de transformar ideias em negócios rentáveis, fez de um ni-cho de mercado uma nova oportunidade.

Naquela época, a A4 Expositores, empresa por ele fundada há 20 anos, em Belo Horizon-te, já não atendia à sua pretensão de produzir em maior quantidade. O mercado de exposi-tores, display e aramados para lojas e supermer-cados havia saído do seu ápice de vendas. Por outro lado, a necessidade dos estabelecimentos, independentemente do tamanho, de disponibilizar água potável e fresca a seus fun-cionários sempre foi real e obrigatória. “Segundo a Lei 6.514, que trata da segurança do trabalho, as empresas têm de for-necer 250 ml de água por homem/hora”, diz Hélio.

Diante da possibilidade de expandir os negócios, o em-presário não titubeou. Em 2013, ampliou a sua área de atu-ação e fundou a Belfrio, especializada na fabricação de bebe-douros industriais. “A ideia foi amadurecendo com o tempo. Iniciamos a fabricação, de fato, há seis anos e para minha alegria a coisa aconteceu”, diz. A demanda pelo produto foi se tornando cada dia mais crescente, nos mais variados segmentos. Clubes, academias, associações, prédios, fábri-

daNieLa coSta

de ousarsemmedo

cas, restaurantes, são apenas alguns deles. Os bebedouros, vendidos em modelos que com-portam de oito a 400 litros de água fresca por hora, reúnem agilidade, praticidade e econo-

mia. “Em comparação aos purificadores, que possuem reservatório para apenas 1,8 litro, a relação custo--benefício é bem maior”, diz.

Mesmo com o faturamento da empresa triplicado, Hélio não se acomodou. Investiu ainda mais na fabricação de bebe-douros resistentes, duráveis e ergonomicamente atraentes. A experiência adquirida como técnico em mecânica, no tem-po em que ainda era funcionário em grandes empresas, foi a chave para o seu sucesso como empreendedor. Os reservató-rios, aprovados pelo Inmetro, são fabricados em polipropile-no, o que garante estabilidade térmica e facilidade de higie-nização. A fábrica, com sede própria, fica no bairro Saudade, e conta com o apoio de revendas e assistência técnica em todo o país. “São mais de 1.500 pontos de vendas. Estamos entre os cinco maiores fabricantes do Brasil.” z

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sob nova direção, a Koloro indústria gráfica comemora a fase da empresa: “o nosso objetivo é manter o que havia de melhor nas empresas originais e incorporar novos produtos”, afirmam os sócios ronymarco lemos e rodrigo marra.

Violeta Andrada

publicitário www.koloro.com.br/informe

A união de duas empresas de referência no mercado gráfico mineiro não poderia ter sido mais promissora. Em 2015, quando a Companhia da Cor comprou a Tamoios Editora Gráfica nasceu uma nova marca, alicerçada por 90 anos de experiência. Surgiu, então, a Koloro Indústria Gráfica, com o desafio de manter a tradição e a credibili-dade de suas antecessoras. Com projetos arrojados, agregou agilidade, preço e excelência no atendimento ao cliente ao desejo de expandir os horizontes. Para isso, além dos investimentos contínuos feitos em equipe e ma-quinários, a Koloro seguiu novos rumos e em 2019 apresentou nova direção.

Dos quatro sócios anteriores permaneceram apenas dois. Um deles, o engenheiro Ronymarco Lemos, atual diretor comercial, que deixou de atuar no mercado de venda de máquinas gráficas para fomentar o seu próprio negócio. “O nosso objetivo é manter o que havia de me-lhor nas empresas originais e incorporar novos produtos”, diz. A busca por soluções criativas e inovadoras abriu um leque de possibilidades. Além da produção em grande escala de editoriais e gráficos para escolas

e lavanderias – com destaque para as etiquetas de papel lavável e ecológico –, o investimento nos impressos promocionais e embalagens personalizadas mostra a atual fase da empresa.

Tantas mudanças contaram com a ampla experiên-cia do diretor de produção, Rodrigo Marra. Há mais de 20 anos no ramo, iniciou a carreira como impressor grá-fico na Companhia da Cor, onde primeiro comprou uma pequena participação, para anos mais tarde se tornar um dos sócios principais. “Sem dúvida, a resiliência é o nosso ponto forte. É preciso ter persistência e paciência para se adequar às mudanças. Especialmente em um mercado tão competitivo”, diz.

Sem medo de se reinventarem, os novos empreen-dedores se dedicam também à produção limpa, com certificação de sustentabilidade. Tanto que a Koloro Indústria Gráfica é detentora do FSC – selo verde flores-tal mais aceito internacionalmente. “Utilizamos papel reciclado, tintas a óleo vegetal e o descarte de material

Com o desafio de manter a tradição e a credibilidade das extintas Companhia da Cor e Tamoios Editora, a empresa investe em soluções criativas e inovadoras para fidelizar o consumidor

Koloro indústria gráfica apresenta nova direção

é feito por empresa especializada, garantindo o seu des-tino adequado. ”

A gráfica conta com equipe de 36 funcionários aptos a atender à pequena e média empresa, além de estru-tura e logística necessárias para assessorar grandes contas, tais como a MRV, Zurich, Fiat, Bancoob e Caixa Econômica Federal. “Imprimir qualquer gráfica imprime, mas de forma padronizada e com apuro na técnica de impressão são poucas”, diz Rodrigo. Não por acaso, a Koloro é a gráfica mais premiada do estado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica com 103 Prêmios Cícero de Excelência Gráfica.

Koloro indústria gráficarua viana do castelo, 275, são francisco, Bh - mg

0800 031 1011 (31) 99924-6290

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eNcoNtro décor | PROJETOS

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conforto Arquitetos investem em espaços aconchegantes para viver, receber e relaxar

conforto acima de tudo

O conforto de uma casa pode ser medido por aquela sensação boa, como ter os pés descalços, que nos faz sentir livres e bem acolhidos onde moramos. A iluminação, o equilíbrio térmico e a proximidade com a natureza são itens que os arquitetos defi nem como decisivos para criar esse sentimento. Ficar em casa tem sido uma opção muito frequente e por isso cresce a busca por ambientes que trazem atividades que antes eram comuns fora do lar. Espaços para reunir a família, descansar o corpo e a mente, meditar, curtir banhos como em um spa, ou para praticar atividades lúdicas e hobbies ganham terreno nos projetos contemporâneos. Afi nal, tem lugar melhor no mundo que a nossa casa?

MariNeLLa caStro Para vaLorizar a vida SaudáveLNeste projeto assinado pelo arquiteto Luis Fábio rezende de araújo os espaços foram pen-sados para proporcionar conforto e bem-estar em ambientes onde os encontros com família e amigos são frequentes. Ficar em casa se transforma também em hobby e, mais que isso, em um desejo. Luis Fábio explica que a casa “conforto” traz novos espaços que antes eram utili-zados fora do lar, como o spa, a sala de massagem, bar gourmet e home cinema. Ambientes com espaço para banhos especiais e terapêuticos, para receber massagens, meditar, ler um livro ou curtir o cinema transformam a casa em um ambiente para morar, relaxar, desacelerar. hábitos contemporâneos que valorizam a vida saudável também ganham espaço. “Até mesmo uma horta pode fazer parte da casa contemporânea”, diz o arquiteto. “Os moradores colhem alimentos sem agrotóxicos e garantem uma alimentação mais natural,” completa.

Fotos: Daniel Mansur/divulgação

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eNcoNtro décor | PROJETOS

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cercado de NaturezaO loft criado este ano, na CasaCor Minas, no Palácio das Mangabeiras, pelo arquiteto Junior Piacesi foi cercado por uma floresta de eucaliptos. Imagine a sensação de estar em uma caixa de vidro em meio a árvores. “O conforto externo que uma casa consegue proporcionar é percebido pelo bem-estar que sentimos internamente”, diz o arquiteto. O segredo para alcançar essa combinação está em uma mistura de conceitos impor-tantes para a arquitetura, como ventilação, iluminação, temperatura e contato com a natureza, traduzida pelos espaços verdes e até pelos cheiros e aromas de um jardim ou de uma horta. Assim, a confortável casa contemporânea é também um antídoto para a conectada vida moderna. “Ao mesmo tempo que a tecnologia traz benefícios, ela tam-bém nos deixa mais acelerados e ansiosos. A casa é um refúgio”, diz o arquiteto.

acoNcHeGo coM PerSoNaLidadeA casa contemporânea cria uma sensação de conforto ao refletir, em seus ambientes, a personalidade de seus moradores. Espaços sofisticados e acolhedores trazem a marca de seus donos. Ao mesmo tempo em que são funcionais e práticos, são acon-chegantes, com ambientes lúdicos. Neste projeto da arquiteta ana Lívia Werdine, o home cinema é conjugado com a área gourmet, na qual há grandes espaços para con-versação e convívio. Itens como a iluminação e a automação também ajudam a traduzir os sentimentos da vida moderna, em ambientes práticos, mas que ao mesmo tempo preservam o aconchego e a identidade dos moradores. Espaços como adegas, jardins verticais e o cantinho zen expressam hábitos cotidianos.

Gustavo Xavier/divulgação henrique Queiroga/divulgação

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eNcoNtro décor | PROJETOS

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tecidoS acoNcHeGaNteSVidros e jardins aproximam o verde dos moradores da casa contemporânea. Os tapetes são macios e as cortinas, aconchegantes ao toque. O projeto da arquiteta Marcela Meira Ma-chado privilegia o hábito de curtir o lar no dia a dia e em momentos especiais, com os amigos e família. Itens de lazer como os espaços gourmet, o cantinho zen, os jardins verticais em apartamentos transformam o hábito de voltar para casa em um dos momentos mais praze-rosos do dia. “Espaços que trazem essa sensação de bem-estar, com a utilização de materiais naturais, como o linho e o algodão, estão muito presentes nos projetos”, diz a arquiteta. O conforto está em todas as dimensões da casa, seja em um ambiente específico para a ativi-dade física ou em um local reservado para o relaxamento. Texturas usadas nas paredes e nos tecidos, o cuidado com a iluminação natural e o uso da vegetação remetem ao conforto e ao aconchego. Outra tendência é a integração dos espaços em uma casa multifuncional, que pode mudar de acordo com o seu morador. Neste ambiente da Animale home, o mobiliário é confortável com utilização de tecidos naturais e confortáveis.

caSa de viNHoS Muito além de ter uma adega, o hábito de reunir os amigos em uma casa de vinhos tem a ver com a busca pelo contrário. Dentro de casa, o caminho percorrido pode ser o inverso da cor-reria e da vida conectada em alta velocidade. “Não dá para tomar um vinho com pressa. É um hábito que está ligado à contemplação, à redução do ritmo”, diz a arquiteta Silvia carvalho. Para ela, a busca pela agilidade por meio da tecnologia e o inconformismo da vida moderna fazem com que as pessoas busquem um refúgio. As adegas ou casas de vinho, uma especia-lidade da arquiteta, são exemplos. Construída como uma edícula, nesse ambiente sofisticado e acolhedor há espaço para biblioteca de vinhos e salas aconchegantes para reunir a família e os amigos em torno de uma conversa sem pressa. “Uma adega também pode trazer a ca-racterística de coleção, um hobby feito para compartilhar e comemorar a vida.” z

Violeta Andrada Divulgação

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Encontro| 71

eNcoNtro décor | REVESTIMENTO

Elegância Com uma infinidade de estampas e texturas, os papéis personalizam a decoração e mudam a cara dos ambientes de forma prática e ágil

Os papéis de parede tornaram-se os queridinhos e aliados dos arqui-tetos e designers na hora de renovar a casa. Lisos, geométricos ou com estampas nada discretas, eles têm o poder de mudar em poucas horas a cara de qualquer ambiente. Alguns

Alexandre Rezende Uarlen Valerio

Estampa que imita tijolinho à vista: opção descolada de apartamento na Savassi

nas paredes

O arquiteto Marco Reis usou o papel para integrar o mezanino de uma cobertura: “Vale tudo. A criatividade não tem limites”

Elegância

nas paredese bom gosto

têm efeitos tridimensionais e muitos levam a assinatura de estilistas, como Alexandre Herchcovitch e Marcelo Sommer, e de designers conhecidos, como Marcelo Rosembaum. Muito popular nos anos 1960 e 1970, o papel é usado, hoje, em diversos ambientes, desde lavabos a quartos, salas e mes-mo em projetos comerciais. E não fi -cam restritos só às paredes. São apli-cados até mesmo no teto e no piso. A inspiração é infi nita: pode ser com tecidos nobres, como seda e linho, e desenhos inusitados. Os vinílicos são mais grossos, resistentes e têm cama-da de PVC.

O arquiteto Marco Dias Reis sem-pre tenta usar o papel de parede em seus projetos. “Hoje, existe uma in-fi nidade de padrões e não há limites para ousar”, diz. Ele ajuda a dar per-sonalidade ao projeto e cria atmos-

fera única aos ambientes. Está cada vez mais tecnológico, com efeito 3D e com tecidos nobres. “E é atemporal”, diz Marco. Em um mesmo ambiente é possível mesclar diferentes tipos de papéis. “Podemos criar os famosos patchworks com estampas geometri-zadas. Vale tudo. A criatividade não tem limites”, afi rma. Para o arquiteto, além de o projeto expressar a perso-nalidade do dono da casa, é importan-te que as cores escolhidas “conversem entre si”, para o ambiente não fi car caótico e cansativo.

No apartamento de cobertura da agropecuarista Luci Vilela Junqueira, Marco optou por usar um papel de parede preto com arabescos em dou-rado, de forma a integrar o mezanino. “Eu quis destacar a parede, que é a primeira coisa que vemos ao abrir a porta do apartamento”, diz. Luci apro-

GeórGea cHoucair

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vou: “Ficou um contraste bonito com as paredes e os sofás coloridos, além de integrar o ambiente de cima com o debaixo”.

O produto é prático, fácil de insta-lar e ainda tem bom custo-benefício. “É possível repaginar a casa inteira sem barulho, sujeira e em poucas ho-ras”, afirma Carlos Eduardo Côrrea Ma-ciel, proprietário do Personalize Seu Ambiente, empresa de papel de pare-de autoadesivo e plotagem. A durabili-dade é elevada: cerca de oito anos nas áreas internas, e de quatro, nos am-bientes externos, em função da maior

exposição ao sol e à luminosidade. A limpeza é tranquila e basta um pano úmido ou detergente em bucha ma-cia. Em áreas abertas, como os jardins, ou em banheiros, é indicado com acabamento vinílico ou emborracha-do. Na Personalize, há cerca de 1,5 mil opções de estampas, desde geométri-cas a imitações de pedras, madeira, ti-jolo e mármore. Para identificar que o material não é real, é preciso passar a mão, tamanha a semelhança.

O papel de parede com imagem de tijolinhos à vista foi a opção adotada pela empresária Flávia Cota para a sua

sala de jantar, que tem 8,5 metros de largura e 3 metros de altura, em seu apartamento na Savassi. O imóvel é antigo e ela queria lhe dar um ar mais rústico e ao mesmo tempo moderno. Para compor a sala, optou por uma sofisticada poltrona Charles Eames. “Adorei o resultado. Ficou despojado e aconchegante”, diz Flávia.

A arquiteta e designer de interio-res Ana Lívia Werdine prefere usar estampas mais marcantes em locais menores e de pouca permanência, como lavabos e hall de entrada. Em salas e quartos, faz a opção por papéis

mais suaves, com leve brilho e menos informação. “Assim, o papel de parede agrega sofisticação e pode dar acon-chego”, diz. E é possível brincar com as cores e imagens de várias formas. “Podemos usá-lo em uma parede e deixar a outra lisa. Ou conjugar dois tipos de papéis diferentes e da mes-ma coleção no ambiente”, diz.

É possível, ainda, fazer uma har-monização de estampas do papel de parede com colchas, tapetes, al-mofadas e cortinas. Pode ser usado também em portas de armários, por exemplo. “Com a tinta conseguimos

diferenciação de cores, mas não de texturas”, afirma a arquiteta Ivana Se-abra, do escritório Vise Arquitetura. Mas, para não errar na composição e escolha do lugar que será destaca-do, a orientação de um profissional é importante. “Quando tem muita es-tampa envolvida, é bom ter uma base mais neutra para neutralizar e equili-brar o ambiente”, diz.

O papel de parede nas tonalidades rosa e bordô roubou a cena na deco-ração da loja de roupas femininas Lola, em Lourdes. O projeto, de Ivana Seabra e de seu sócio Bruno Vianna,

levou o item no salão principal, no la-vabo e no trocador. No lavabo, entrou em sintonia com a bancada clássica e em contraste com a cadeira com es-tampa de onça. Tudo planejado com harmonia e equilíbrio. “Como são ambientes nos quais as pessoas não permanecem tanto tempo, ousamos ao colocar papel em todas as pare-des”, afirma Ivana. Quando o papel é usado em ambientes que costumam molhar, ela aconselha o rodapé, para evitar o desgaste. Em áreas comerciais ou residenciais, opções não faltam para os papéis e o céu é o limite. z

eNcoNtro décor | REVESTIMENTOhenrique Queiroga

Projeto de Ana Lívia Werdine: nos quartos, a arquiteta prefere usar papéis mais suaves, com leve brilho e menos informação

O papel de parede roubou a cena na decoração da loja de roupas femininas Lola, em Lourdes: o projeto, de Ivana Seabra e Bruno Vianna, levou o item ao salão principal, ao lavabo e ao trocador

Uarlen Valerio

Encontro| 73 72 |Encontro

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pode acreditarpode

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RESIDENCES

Foto do local

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Padre Alexandre Fernandes, sobre a transferência do Belvedere para o Vale do sereno: “Foram três dias de tristeza. Depois, decidi não olhar mais para trás. O sentido da vida do homem é contemplar o horizonte”

Há apenas um ano, padre Alexandre inaugurou, num contêiner, a paróquia Bom Jesus do Vale, no

Vale do Sereno, em Nova Lima. Hoje, ainda em templo provisório, seus eventos e missas tornaram-se

impressionante sucesso de público e arrecadação

Na Bíblia, é possível encontrar a figura da águia em diversas passagens. O animal repre-senta força, determinação e é símbolo, sobre-tudo, de renovação. Conta uma lenda que, na metade da vida, a ave sobe até o topo de uma montanha, perde todas as suas penas, unhas, renova-se e alça voo para viver outras déca-das reinventada, mas tão forte quanto. Uma música religiosa gravada, entre outros, pelo padre Fábio de Melo, canta: “Posso até cair ou vacilar, mas consigo levantar, pois recebo Dele asas e, como águia, me preparo pra voar”.

Não à toa, essa é uma das músicas de lou-vor preferidas do padre abre-campense Ale-xandre Fernandes de Oliveira, com 52 anos – e 25 de sacerdócio completos em julho deste ano. Com voz serena, semblante tranquilo e leve sorriso no rosto, ele fala sobre o seu mais recente desafio, que recebeu no final de 2018: assumir uma nova paróquia após duas décadas na igreja Nossa Senhora Rainha, do Belvedere. A conversa com a equipe de En-

contro se deu entre as várias reuniões do sa-cerdote, no escritório da paróquia Bom Jesus do Vale, que já está bem estruturada, com igreja provisória dotada de capela, salas ad-ministrativas, espaços para catequese e en-contros de jovens – todos com ar condiciona-do – e até um café. Tudo muito diferente de como estava o espaço no fim do ano passa-do, quando as missas, reuniões e despachos com o padre eram feitos em um contêiner preenchido com 500 cadeiras de plástico. “Quando soube da transferência, passei por três dias de muita angústia. Imagine você trabalhando numa empresa por 20 anos e te falam que você vai ter de começar tudo de novo”, conta. “Foram três dias de tristeza. Depois, decidi não olhar mais para trás. Não é esquecer o que passou, deixar de aprender com o que passou, mas não quis voltar atrás, só pensar no futuro. O sentido da vida do ho-mem é contemplar o horizonte.”

Foi assim, com o olhar à frente, peito aber-to e espírito de águia que padre Alexandre rezou a missa de posse na Bom Jesus do Vale,

MariNa diaS

Uma águia

vez mais altoque voa cada

Alexandre Rezende

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no Vale do Sereno, em 21 de outubro do ano passado. E, então, começou o tra-balho “todo de novo”. Mas, fortalecer e ampliar uma comunidade não é uma missão inédita para o pároco, que che-gou ao Belvedere em 1998, quando cer-ca de 25 famílias frequentavam a igreja, que passou a ser “gerida” por ele e um funcionário. Na ocasião, arregaçou as mangas e trabalhou incansavelmente rumo a seu objetivo. Passou os primei-ros anos batendo de porta em porta, visitando famílias e as chamando para a paróquia. Os anos seguintes, passou planejando e desenvolvendo encon-tros, atividades sociais, cursos, missas, convocando voluntários. Ao fim dos 20 anos, a paróquia era frequentada por 7 mil fiéis por fim de semana, contava com o apoio de 800 voluntários, tinha dois vigários paroquiais e 40 funcioná-rios – inclusive um departamento de comunicação que produzia programas televisivos transmitidos em cinco ca-nais, além de uma rádio e materiais im-pressos. O ambulatório atendia quase 7 mil pessoas de baixa renda por ano.

Ainda em 2008, em meio aos qua-se incontáveis compromissos na Nossa Senhora Rainha, padre Alexandre ide-alizou outro projeto, que seria respon-sável pela reviravolta em sua vida. Ao perceber a necessidade de uma igreja para atender os fiéis da jovem região do Vila da Serra e Vale do Sereno, pensou em criar uma comunidade sob as asas da paróquia do Belvedere. Foi ele quem deu a ideia, reuniu moradores, propôs a criação do local, procurou empreende-dores – que doaram o terreno – e reu-niu voluntários que se dispusessem a se envolver. Em 2014, a comunidade foi oficialmente fundada. Por quatro anos, o espaço era usado para uma missa por semana, no domingo, às 10h, seguida de um café da manhã organizado pelos próprios frequentadores.

Em 2018, padre Alexandre recebeu a notícia do arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo: deveria sair da pujante co-munidade do Belvedere para a peque-na Bom Jesus do Vale, a cerca de quatro quilômetros dali. Ela viraria área pasto-ral independente e, depois, paróquia. O nome da nova igreja é apropriado – fica em um vale arborizado, tranquilo,

O empresário Alex Veiga faz questão de frequentar a missa, mesmo com o pé quebrado: “Padre Alexandre é o maior empreendedor que conheci nos últimos tempos. Poucas pessoas fazem acontecer de maneira tão rápida, tão eficiente e tão leve como ele consegue”

Geraldo Goulart

Alexandre Rezende

A frequentadora e voluntária Rachel Rennó: “Padre Alexandre está encarando esse desafio maravilhosamente bem”

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silencioso, com os prédios da região vi-síveis no entorno, quando se olha para cima. De tão isolado, não havia linhas de ônibus chegando até lá, sinal de in-ternet ou de telefone. Por isso, nos pri-meiros meses, o administrativo da pa-róquia teve de funcionar em uma sala emprestada em um escritório de posto de gasolina ali perto. Se muitos fiéis participassem das missas e encontros, não haveria onde recebê-los – como de fato aconteceu.

A consultora imobiliária Cida Mi-randa, que mora e trabalha no Vale do Sereno há 20 anos, foi uma das pessoas que se prontificaram a ajudar na Bom Jesus desde o primeiro chamado. Ela estava entre os 72 fiéis presentes na reunião de fundação da comunidade e foi, aliás, quem conseguiu o escritó-rio emprestado para o administrativo da igreja trabalhar, além de uma sala em uma galeria de arte para o encon-tro do Perseverança (grupo de mais ou menos 300 jovens, de 10 a 15 anos, que se reúne semanalmente e não cabia na paróquia na época do contêiner). “O trabalho que padre Alexandre faz é de pastor e as ovelhas reconhecem sua voz e vão atrás dele. Quando foi trans-ferido, trouxe o rebanho com ele, para se juntar ao nosso grupo que já fre-quentava a comunidade”, diz.

Assim como bateu de porta em por-ta no Belvedere há 20 anos, o esforço maior de padre Alexandre, no início da Bom Jesus, foi o de fortalecer e ampliar o rebanho. Para a estilista Leninha Salo-mão, o pároco consegue conquistar fi-éis de cara, desde os mais velhos até os jovens, com seu carisma e atenção. Ela conta que padre Alexandre conquistou toda sua família quando começaram a frequentar a Nossa Senhora Rainha. Seus filhos, na época ainda jovens, es-tavam um pouco afastados da religião e hoje são assíduos. “Ele nos deu muito apoio durante a doença do meu ma-rido e fez uma missa de sétimo dia muito bonita. Foi, inclusive, em uma segunda-feira, dia em que normalmen-te não celebra missas”, conta. Em junho último, Leninha fez parte da excursão anual de padre Alexandre para Israel, onde renovou o batismo no rio Jordão pelas mãos do sacerdote. “Foi uma via-gem linda”, diz. “Aliás, visitar a Terra

Moninha Quintero, que trabalha com padre Alexandre há mais de 20 anos: “As obras da estrutura provisória começaram em dezembro passado, no meio do período chuvoso. Em março, as atividades já estavam todas funcionando dentro da paróquia”

O coordenador do grupo de jovens Fanuel, Thacio Freitas (segundo, da dir. para a esq., em pé), vê de forma positiva o recomeço na nova paróquia: “Fazíamos o louvor no meio da obra, os encontros aconteciam onde era possível. Isso nos trouxe um carinho muito grande ver a comunidade surgir”

Alexandre Rezende

Alexandre Rezende

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Santa era um sonho do meu marido, que não pude realizar com ele, mas sin-to que o realizei para nós dois.”

O sacerdote se abriu para o desa-fio da renovação. Em seu discurso de posse como pároco da Bom Jesus, em outubro de 2018, comparou a paróquia a um barquinho de papel “a navegar tranquilo nas águas límpidas que cor-rem na mata aqui atrás”. Na mesma missa, compartilhou com os fiéis o seu desejo – ou melhor, plano – de que ela se tornasse “embarcação para mar aberto”. Padre Alexandre conta que os últimos tempos têm sido de muito tra-balho, muitos dos dias com expediente de mais de 12 horas. “Mas têm sido dias felizes. Os fiéis estão empenhados em ver a comunidade crescer. Eu estou os convidando para sonhar junto”, afirma.

Voluntária incansável na Bom Je-sus, Rachel Rennó Góes acompanha as missas de padre Alexandre há 20 anos, desde que foi morar no Belvedere. O sa-cerdote casou seu filho e batizou seus netos. Para ela, se alguém está à altura dessa tarefa de tornar a nova paróquia apta para o mar aberto é o padre Ale-xandre. “Ele está encarando esse desa-fio maravilhosamente bem”, diz. “Foi um baque para todos nós no início, para ele também, mas, quando se vê uma igreja provisória linda com esta, sabe-se que a confiança segue o padre Alexandre.” Rachel está lá quase todo dia, disposta a ajudar no que for preci-so: organização de eventos, ornamen-tação, eucaristia. E trabalho não falta.

Aliás, acompanhar o ritmo do abre--campense não é fácil. Reconhecido por bolar projetos ousados, concretizar ideias e também pelo talento de iden-tificar o dom das pessoas, ele coloca para trabalhar todo mundo que esti-ver disposto a tal. “Padre Alexandre é o maior empreendedor que conheci nos últimos tempos. Poucas pessoas fa-zem acontecer de maneira tão rápida, tão eficiente e tão leve como ele”, diz o empresário Alex Veiga, CEO da cons-trutora Patrimar, frequentador da Bom Jesus junto com a mulher, Heloísa Vei-ga. “Ainda bem que ele não é incorpora-dor, pois seria um concorrente e tanto”, brinca. Alex ressalta a capacidade do sacerdote de ajudar na construção da comunidade, na orientação dos volun-

tários e doadores, identificando as pes-soas certas para os lugares certos. “Dá o maior prazer poder ajudar, sabendo que o resultado é bem feito porque tem por trás uma liderança que sabe fazer”, completa ele que, mesmo com o pé quebrado, esforça-se para ir à missa de domingo.

Fato é que, logo nos primeiros meses após a transferência, já haviam se esta-belecido horários de missas – são 10 por semana –, grupos de oração – três por semana –, encontros de jovens – seis por semana – e agenda de vagas para a catequese do ano seguinte. Em 2019, a rotina da paróquia continuou a andar em pleno vapor, e em meio a obras: o

contêiner foi substituído por uma es-trutura menos improvisada, ainda que provisória, pois estão em processo de arrecadação para o templo definitivo. “As obras da estrutura provisória come-çaram em dezembro, no meio do perí-odo chuvoso. Em março, as atividades já estavam todas funcionando dentro da paróquia”, conta Moninha Quintero, que é relações públicas, amiga e colega de trabalho de padre Alexandre há mais de 20 anos. O templo atual tem espaço para 680 cadeiras, que às vezes não são suficientes para tanta gente. Do lado de fora foi colocada uma TV para quem não consegue um lugar – assim como acontecia na Nossa Senhora Rainha.

A analista contábil íris Duarte, que mora no Buritis com os filhos Davi e Carol Duarte, acompanha o padre nas redes sociais: “Não poderia deixar de ouvi-lo e vê-lo, ainda que não presencialmente”

A consultora imobiliária Cida Miranda, que ajudou a encontrar locais para o administrativo da igreja e o grupo de jovens no início da paróquia (na foto, com a filha Carol Miranda e o marido Matias Dias) “O trabalho que padre Alexandre faz é de pastor e as ovelhas reconhecem sua voz e vão atrás dele”

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O projeto do templo definitivo é de Gustavo Penna, que propôs uma estrutura moderna, com uma grande janela de vidro para integrar a igreja à bela paisagem natural do entorno, um espelho d’água e uma ampla praça. O arquiteto conta que, quando foi convi-dado por padre Alexandre para realizar o projeto, ouviu do sacerdote o desejo de que a igreja convidasse ao convívio da comunidade. “Acho que o mais im-portante nele é essa fé e persistência, convicção de que tudo vai dar certo”, afirma Gustavo. “Ele tem certeza de que as coisas caminham para o melhor e isso ele transfere para nós.” A igreja ainda está sendo projetada, mas a ideia é que tenha 4 mil m² de área constru-ída, capacidade para 940 lugares na nave, 220 no mezanino e 64 na capela.

Se a finalização do templo está ainda distante (a construção deve começar no ano que vem e durar 10 anos no total, dividida em duas etapas), as melhorias da estrutura provisória são constantes. Tudo graças a doações de amigos e ao

trabalho voluntário dos fiéis. Padre Ale-xandre conta que apenas a instalação da estrutura de internet havia sido or-çada em 200 mil reais, mas um fiel se dispôs a fazê-la sem custos. O ar con-dicionado, instalado há poucos meses, também foi doação de um empresário frequentador da paróquia. O mesmo com a capela.

Os voluntários também têm cres-cido em número. Hoje, são mais de 200. Passam pela paróquia aos domin-gos, no total das cinco missas, cerca de 2.500 fiéis. Segundo Thacio Freitas, coordenador do grupo de jovens Fa-nuel, o fato de a paróquia estar ainda no início fortaleceu a relação entre os frequentadores. “Fazíamos o louvor no meio da obra e os encontros aconte-ciam onde era possível. Isso nos trouxe um carinho muito grande, para mim e para os jovens, a questão de estarmos vendo o espaço surgir”, diz.

A renovação de padre Alexandre foi acompanhada de reinvenção. Ao con-trário da época do Belvedere, quando

“Vejo a Bom jesus do Vale como um sucesso, a cada dia chamando mais os fiéis, uma comunidade atuante. tem tudo para resgatar na região a fé das pessoas. Padre Alexandre é sem explicação: uma pessoa de um coração, fé, e bondade sem limites”valéria Salomão (de pé), oftalmopediatra

A estilista Leninha Salomão (sentada) com a filha Valéria Salomão. No detalhe, Leninha renova o batismo no Rio Jordão, em viagem de excursão com padre Alexandre, em junho

Geraldo Goulart

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era o homem dos bastidores da comu-nicação, ele hoje é uma figura comple-tamente presente nas produções da Bom Jesus. Não só isso, como tomou a decisão de não investir em televisão e rádio na nova paróquia e apostar inte-gralmente no on-line. “É um dom que descobri agora, que posso estar com as pessoas também virtualmente, então eu mesmo estou à frente disso”, afirma. Sua conta no Instagram, na qual pu-blica diariamente, tem mais de 56 mil seguidores, que acompanham os posts com resumo da homilia, bastidores, fotos com fiéis, reflexões, a Hora da Mi-sericórdia, eventos da igreja, voltas ao passado com fotos antigas e, nos sto-

ries, pílulas do seu dia a dia – da acade-mia à bênção dos alunos da catequese. Seu canal no Youtube, ativo há mais ou menos um ano, tem 35 mil seguidores e é ele quem apresenta quase todos os vídeos (exceto os da pediatra Filomena Camilo do Vale, a doutora Filó, cujos grupos de oração semanais também são publicados lá). Tem, ainda, uma lista de transmissão no Whatsapp com 13 mil pessoas incluídas, para quem ele envia novenas em áudio, vídeos do santo do dia e comunicados gerais. Ao todo, são mais de 100 mil pessoas liga-das ao pároco nas redes sociais.

A analista contábil Íris Duarte, que mora no Buritis, frequentava com a

família a Nossa Senhora Rainha por causa do sacerdote. Sua filha mais ve-lha, Carol, de 14 anos, fez catequese lá. Desde a transferência, eles vão à igre-ja do próprio bairro, porque o Vale do Sereno fica fora de mão para manter a assiduidade desejada. Desde a mudan-ça, eles só foram à Bom Jesus três vezes. No entanto, Íris segue padre Alexan-dre no Instagram, faz parte da lista no Whatsapp e vê a missa pelo Youtube. “Ele tem um conhecimento impressio-nante e uma homilia maravilhosa. Não poderia deixar de ouvi-lo e vê-lo, ainda que não presencialmente”, diz.

O trabalho social não ficou para trás com a mudança de paróquia. A Bom

“O avanço da paróquia no último ano foi surpreendente, com o empenho dos fiéis, mas, sobretudo, de padre Alexandre. A comunidade aqui é muito próxima, porque veio do zero”omar Pereira Jr., empresário, que frequenta a missa com a mulher, Mariá chequer, e os filhos antônio, de 5 anos, e Gabriel, de 4 meses

“no encontro de casais, vimos como padre Alexandre é uma pessoa muito carinhosa, prestativa, pronta para ajudar. gostamos tanto do encontro que agora somos frequentadores da paróquia”os empresários vanuza Nicolai e Leonardo campos, frequentadores recentes da Bom Jesus

“Padre Alexandre diz que não é ele quem faz a igreja, e sim a comunidade. ele se esforça para melhorar a estrutura, trazer conforto para os fiéis, mas seu mérito é a capacidade de agregar”vinícius Souza, engenheiro, pai de Miguel, de 1 ano e 2 meses

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Missa de domingo, às 10h30, com mais fiéis do que as 680 cadeiras disponíveis: passam pela paróquia cerca de 2.500 pessoas aos domingos

O projeto do templo definitivo, que deve começar a ser construído em 2020, é do arquiteto Gustavo Penna: 4.191 m2 de área construída, capacidade para 940 lugares na nave, 220 no mezanino e 64 na capela

Padre Alexandre com o Papa João Paulo II: em encontro com jovens padres dos continentes, no Vaticano, em 1995

Ordenação sacerdotal de padre Alexandre, em sua cidade natal, Abre Campo, presidida por Dom Serafim Fernandes de Araújo: em julho de 1994

Os pais de padre Alexandre, Rubens e Lúcia Fernandes, que já morreram: eles acompanharam a ordenação do filho, há 25 anos

Jesus ajuda a Apac (Associação de Pro-teção e Assistência ao Condenado) de Nova Lima e, em parceria com a paró-quia Mãe do Redentor, no Olhos D’Água, está construindo um ambulatório nes-se bairro, nos moldes daquele do Bel-vedere, que deve começar a operar no ano que vem. “Quando entendemos que a comunidade paroquial não é do sacerdote, isso muda todo o sentido de como a encaramos”, diz padre Alexan-dre. “Hoje, posso dizer que estou muito feliz aqui. Este está sendo um ano de celebração.” Agora, depois de renovado, padre Alexandre colhe frutos de seus voos certeiros e se diz pronto para olhar para a frente e encarar desafios cada vez mais altos, como do templo defini-tivo da Bom Jesus do Vale. Exatamente como fazem as águias. z

Page 53: O FENÔMENO - Revista Encontro

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Ações de restauração de bens culturais, de recuperação dos rios e de manejo dos rejeitos, além da reconstrução de distritos, trazem novas perspectivas aos atingidos

pelo rompimento da barragem de Fundão

CONTEÚDO ESPECIAL NOVEMBRO I 2019

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Fundação Renova 93Fundação Renova

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Bruno Correa / NITRO/divulgação

RepaRação, RestaURação e ReConstRUção

O que a Fundação Renova está fazendo para mitigar os impactos do rompimento da barragem de Fundão. Participação de todos os envolvidos é essencial

tragédia ambiental do rompi-mento da barragem de Fun-dão, no município de Mariana, em novembro de 2015, causou a morte de 19 pessoas e espa-

lhou mais de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos pelos rios Gualaxo do Norte e Carmo, chegando ao rio Doce e desaguando no litoral do Espírito Santo. Nesse caminho, de 670 quilômetros, foram atingidas, direta ou indiretamente, comunidades de cerca de 40 municípios. Mais de 25% de todo o rejei-to (cerca de 10 milhões de metros cúbicos) fi caram depositados no leito e nas margens dos cursos d’água localizados no trecho de 100 quilômetros entre Fundão e a Usina Hi-drelétrica Risoleta Neves. Conhecida como Candonga, a usina reteve outros 10 milhões de metros cúbicos, o que impediu que os da-nos ao rio Doce fossem ainda piores.

Para reparar os impactos do desastre foi necessária uma solução inédita. Em março de 2016, os diversos envolvidos na ques-tão se reuniram e fi rmaram um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) para mitigar os danos do rompimen-to. Participaram do acordo órgãos federais (a exemplo do Ibama e ICMBio), estaduais e municipais, juntamente com representan-tes do comitê das bacias e as empresas Sa-marco, Vale e BHP.

rio doce na região de governador Valadares: para reduzir o risco de desabastecimento do município, r$ 155 milhões estão sendo investidos em adutora no rio Corrente grande

Page 56: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova 95Fundação Renova94

As ações foram divididas em duas fren-tes: a reparação propriamente dita dos im-pactos causados pelo rompimento (como manejo de rejeitos e reconstrução de vilas) e a compensação pelos danos causados à so-ciedade (restauração florestal e recuperação de nascentes, entre outros). Para colocar tudo isso em prática foi criada a Fundação Renova, uma organização sem fins lucra-tivos que reúne técnicos e especialistas de diversas áreas e dezenas de entidades de atuação socioambiental e de conhecimento científico do Brasil e do mundo. Atualmen-te, cerca de 7 mil pessoas trabalham nos diferentes processos de reparação e com-pensação, que envolvem ainda mais de 25 universidades e 40 ONGs.

Em quatro anos, a Fundação Renova já desembolsou em ações nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, R$ 6,68 bilhões. Até agosto de 2019 foram pagos R$ 1,84 bilhão

apenas em indenizações e auxílios financei-ros que alcançaram 319 mil pessoas (veja como foi desembolsado o dinheiro nas próximas páginas).

Entre as diversas entidades parceiras da Renova, a fundação assinou, em julho, um projeto de cooperação técnica internacional com a Representação no Brasil da Organi-zação das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Com o títu-lo “Construção da paz e do diálogo para o desenvolvimento sustentável das regiões atingidas pela barragem de Fundão: fortale-cendo a capacidade institucional e de imple-mentação de ações da Fundação Renova”, o projeto tem duração prevista de três anos e visa, entre outros pontos, utilizar a experti-se da Unesco para fomentar o desenvolvi-mento sustentável da região com base nos direitos humanos; monitorar a água do rio Doce com padrões internacionais; e promo-

ver a gestão integrada de recursos hídricos e dos ecossistemas terrestres, aquáticos e costeiros.

GovernançaAs ações da Fundação Renova são decidi-

das em conjunto com diferentes grupos, em especial o das vítimas do rompimento. Ao se formar uma entidade autônoma, criou-se também um modelo de governança, com a presença de mais de 70 entidades. Em junho de 2018, esse modelo foi aprimorado com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) Governança, que incorporou ainda mais a participação dos atingidos em todas as instâncias dos processos de decisão.

O TAC Governança estabeleceu a criação de câmaras regionais e comissões locais para representar as comunidades atingidas. Há também representantes dos atingidos no Co-mitê Interfederativo (CIF), sistema colegiado

números da reparação até agosto de 2019

Fonte: Fundação Renova

que reúne representantes de órgãos públicos e da sociedade, e nas instâncias internas da governança da Fundação Renova, o Conselho Curador e o Conselho Consultivo. “Essa é a melhor maneira de lidarmos com a complexi-dade do dia a dia. Não é perfeita, mas permite discussão. Assim corremos menos riscos de adotarmos soluções que não são as melhores na prática”, diz Guilherme Tângari, diretor de governança participativa e integração terri-torial da Fundação Renova. “Nós propomos e executamos, mas não decidimos. Quem de-cide é a sociedade, que depois acompanha e fiscaliza o que está sendo feito.” Nesse ponto, o Comitê Interfederativo tem papel primor-dial. Liderado pelo Ibama, ele funciona como uma instância externa e independente, com a função de orientar, monitorar e fiscalizar a execução das medidas de reparação.

Para acompanhar as realizações de re-cuperação, foi formado ainda o Fórum de Observadores, órgão composto por repre-sentantes da sociedade civil, da academia e das comunidades tradicionais atingidas. Todas as ações são verificadas por uma au-ditoria externa independente, que garante a transparência dos investimentos. Muito mais do que receber ajuda, as comunidades têm direito a voto e participam ativamente na reparação. Afinal, é o futuro delas que está sendo reconstruído.

meIo amBIente

Plantio de mudas da Mata Atlântica faz parte das ações de recuperação de nascentes na bacia do rio Doce: mais de 1 milhão de mudas serão usadas

Construção na área do novo reassentamento de Bento rodrigues: casas começaram a ser erguidas em agosto e já foi emitido o alvará para a construção da escola municipal

Pedro Gontijo/divulgação

Leo Drumond / NITRO /divulgação

r$ 6,68 bilhões foram desembolsados nas

ações de reparação

mais de 70 entidades

compõem o modelo de governança do sistema de reparação

Cerca de 7 mil pessoas

(entre colaboradores próprios e parceiros) atuam de mariana à foz do rio doce

mais de 25 universidades,

40 ongs e instituições parceiras envolvidas

r$ 1,84 bilhão em indenizações pagas a

319 mil pessoasCerca de

r$ 275 milhões destinados aos reassentamentos

de Bento rodrigues, paracatu de Baixo e gesteira

mais de 400 famílias

participam ativamente do processo, desde a escolha dos terrenos

até o desenho individual de cada moradia

4 mil vagas de emprego serão geradas

no pico das obras de reassentamento

r$ 31,4 milhões serão desembolsados para ações de

monitoramento de água e sedimentos na bacia do rio doce em 2019

1.554 nascentes em processo de restauração na bacia

do rio doce, de um total de 5 mil nascentes

a serem recuperadas até 2027

40 mil hectares de Áreas de preservação permanente

serão restaurados em dez anos

mais de r$ 500 milhões destinados para projetos de saneamento

em cidades mineiras e capixabas

Page 57: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova 97Fundação Renova

moradIas

96

O

Bruno Correa / NITRO/divulgação

Gustavo Baxter / NITRO /divulgação

O município de Barra Longa foi o único que teve sua área urbana diretamente impactada pelos rejeitos. Por isso, as obras de limpeza e reforma de sua infraestrutura começaram logo após o desastre. Mais de 320 imóveis foram reformados ou reconstruídos. Também foram entregues uma nova praça Manoel Lino Mol, a avenida Beira Rio, a Escola Municipal Gustavo Capanema e a quadra poliesporti va. Parte dos 170 mil metros cúbicos de rejeitos reti rados do município foi deslocada para o Parque de Exposições para ampliação da área. Outra parte foi usada para o alteamento do campo de futebol, que antes sofria com enchentes nos períodos chuvosos.

ConstRUção de Um novo laR

Processo de reassentamento de distritos garante a cerca de 400 famílias, que tiveram suas moradias atingidas pelos rejeitos, participação ativa na reconstrução de seus imóveis

drama do rompimento da bar-ragem de Fundão se mostrou mais intenso para as famílias que se viram desalojadas após terem suas casas arrasadas

pela onda de rejeitos. Três comunidades di-retamente atingidas pela lama serão recons-truídas: os subdistritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana; e Gesteira, em Barra Longa; além de parte das zonas rurais desses municípios. A reconstrução em curso dessas comunidades em novo local tem como objetivo não só dar moradia a quem a perdeu, mas recuperar – ainda que em parte – seu modo de vida e sua organização. Todas as famílias atingidas têm participação ativa em fases distintas do processo. A reconstrução de cada subdistrito é resultado de um longo projeto que envolve planejamento, escolha

da área que vai receber o loteamento, compra da área, aprovação do plano diretor, licencia-mento, retirada da vegetação, preparação da infraestrutura e construção das casas.

Aguardam suas moradias defi nitivas 225 famílias de Bento Rodrigues, 140 de Paracatu de Baixo e 37 de Gesteira. Até que tudo seja reconstruído, essas pessoas têm direito à mo-radia provisória na região de Mariana e Bar-ra Longa. Os atingidos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo estão sendo atendidos por uma equipe de 44 arquitetos, que trabalha nos projetos, sempre em acordo com as aspi-rações dos novos moradores. Esses e outros profi ssionais ajudam as pessoas a relembrar seu modo de vida anterior e a adaptar as casas tanto aos desejos delas quanto aos pa-drões de construção contemporâneos.

Os quatro anos em que os atingidos pas-

saram em Mariana infl uenciam a recons-trução. “Temos de montar quase que um quebra-cabeça, com elementos do passado e necessidades do presente”, diz a historiado-ra e antropóloga Bianca Pataro, especialista em educação, cultura e turismo da Funda-ção Renova. “E não podemos deixar de levar em conta a atual legislação urbanística, que impede que alguns hábitos antigos sejam reproduzidos.” Entre esses hábitos está, por exemplo, o fato de algumas famílias busca-rem água diretamente no rio, para consumo. No novo loteamento isso não é possível – nem necessário, já que estão previstas estru-turas essenciais para a comunidade, como tratamento de água e saneamento básico.

Bianca ressalta que a Fundação não apresenta soluções, mas “constrói” saídas com a participação de todos os envolvidos.

Uma das maiores difi culdades foi manter a relação de vizinhança entre os atingidos, mesmo com os moradores espalhados pelas moradias provisórias. Para isso, a Fundação promove encontros em festas religiosas, em campeonatos de futebol amador, na horta comunitária e em cursos, como pintura em tecido ou de confecção de estandartes.

Os projetos das novas moradias seguem algumas regras. “A casa nova nunca pode ser menor que a de antes do rompimento”, explica Alfredo Luiz de Paula Zanon, especia-lista de integração de projetos da Fundação Renova. “E nenhuma pode ter menos de 95 metros quadrados.” Adaptações são necessá-rias. Afi nal, é comum depois de tanto tempo que as famílias tenham passado por mudan-ças. “Temos casos em que casais tiveram fi lhos ou em que os fi lhos pequenos cresce-ram, viraram adolescentes e já não dividirão o mesmo quarto”, diz Alfredo. Por isso, difi -cilmente as famílias optam por reproduzir apenas o que tinham antes.

Os atingidos participam de todos os processos. Da escolha do lote ao desenho das plantas. Depois, da escolha de todo o material de acabamento. Para facilitar esse estágio, aliás, a Fundação Renova montou um showroom em que os moradores po-dem ver exemplos de azulejos, pisos, tintas e tudo o mais que é necessário. Veja a se-guir qual é o estágio atual da reconstrução de cada subdistrito:

Bento roDrIGUesÉ onde o processo se encontra mais avan-

çado. As obras de infraestrutura do novo dis-trito tiveram início em janeiro deste ano, em um terreno de 398 hectares conhecido como Lavoura. A pavimentação da estrada que dá acesso ao terreno do assentamento começou em julho e casas começaram a ser erguidas no mês seguinte. Já foi emitido o alvará para a construção da escola municipal. O novo distrito terá também campo de futebol, qua-dra poliesportiva, posto de saúde, associação comunitária e igrejas.

ParaCatU De BaIXoO terreno foi adquirido e as obras de in-

fraestrutura foram iniciadas. As famílias es-tão desenvolvendo, com o apoio da equipe de arquitetos, os projetos de suas casas.

GesteIraO terreno foi adquirido e foram conclu-

ídos os serviços de sondagem, cercamento e análises do solo. Em agosto foram iniciadas as discussões das diretrizes do reassentamento.

obras de infraestrutura: reassentamento de Bento rodrigues teve início em janeiro deste ano em terreno de 398 hectares conhecido como lavoura

225Bento rodrigues

140paracatu de Baixo

45 mil litros de ti nta

528 caixas d’água

famÍlIas no proCesso de reassentamento

apenas na reConstrução da VIla de Bento rodrIgues serão usados

as oBras emergenCIaIs em Barra longa

37 gesteira

16 mil toneladas de argamassa

628.320 telhas

1.320.247 ti jolos

5.069 portas

7.029 janelas

111.370 metros quadrados de cerâmica

Fonte: Fundação Renova

Page 58: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova 99Fundação Renova

eConomIa

98

P

Um legado sUstentável

ara reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, é imprescindível atuar para desenvolver a eco-nomia das comunidades atin-

gidas. A Fundação Renova estimula a contra-tação de fornecedores e mão de obra locais e cerca de 61% dos quase 7 mil profissionais envolvidos nos trabalhos são dos municípios afetados. Em Mariana, por exemplo, foi fir-mado, em agosto de 2018, um acordo com a Câmara de Vereadores e diversas entidades

locais, para garantir a contratação mínima de 70% de mão de obra local nos editais de concorrência e licitações da Renova.

A economia dos municípios também é incentivada. Nesse caso, a atuação se dá em três frentes: promover a diversificação eco-nômica, para diminuir a dependência da mineração; estimular o desenvolvimento de cadeias produtivas; e restituir a capacidade produtiva às micro e pequenas empresas – uma das formas encontradas para isso é dis-ponibilizar crédito para negócios por meio

de fundos de desenvolvimento. O objetivo é que, quando a presença da Renova não for mais necessária, as cidades tenham uma eco-nomia sustentável. Os três fundos de finan-ciamento (entenda como funciona cada linha no quadro ao lado) disponibilizam um aporte de mais de R$ 100 milhões para empresas da região.

A fundação também dá suporte aos for-necedores locais. Todas as quintas-feiras, em Mariana e Governador Valadares, é rea-lizado o Dia do Fornecedor, em que empre-

Programas incentivam empreendedorismo e diversificação do perfil econômico das comunidades ao longo do rio Doce

entenda Como funCIona Cada lInha de fInanCIamento

Gustavo Baxter / NITRO/ divulgação

Divulgação

fundo desenVolVe rIo doCeFoi lançado em outubro de 2017, em parceria com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes). Até agosto de 2019, aprovou r$ 33,4 milhões para 1.144 micro e pequenas empresas dos municípios afetados, com atrativos como taxas de juros menores que as aplicadas no mercado. fundo dIVersIfICa marIanaLançado em maio de 2018, tem o objetivo de atrair empresas dos mais diversos segmentos para Mariana (MG). O objetivo é fazer com que o município diminua sua dependência da atividade minerária. Foram disponibilizados r$ 55 milhões para pagar parte das taxas de juros cobradas em operações de crédito. fundo Compete rIo doCeLançado em dezembro de 2018, foi criado para atender micro e pequenas empresas sem acesso ao crédito formal e que, por isso, não podem utilizar recursos do Fundo Desenvolve Rio Doce. Disponibilizou r$ 12 milhões para capital de giro a baixo custo.

sários podem tirar dúvidas de como fazer parte do cadastro de prestadores de servi-ços da Renova. Já nas Rodadas de Negócios, empresários contratados são convidados a conhecer as pequenas companhias locais para que possam usar sua mão de obra. E no programa de desenvolvimento de fornece-dores, as empresas têm aulas sobre técnicas empresariais, como controle de estoque, análise de produtividade e segurança do trabalho. “É muito gratificante ver como as empresas locais se transformam depois de passar por esses programas”, diz Simone Pimentel, coordenadora de suprimentos da Fundação Renova. “Mesmo empresas fami-liares, pequenas, adotam técnicas de gestão profissionais e podem competir de igual para igual com empresas de fora da região.” De 2018 para cá, 85 empresas de Mariana e Governador Valadares, além de Povoação e Regência, distritos de Linhares, e Colatina, no Espírito Santo, participaram do projeto.

Em julho, a Fundação Renova anunciou um pacote de aproximadamente R$ 100 mi-lhões para Mariana, com foco na diversifi-cação econômica, na infraestrutura e no de-senvolvimento sustentável. Será reformada a praça Gomes Freire, que é uma das prin-cipais referências da cidade para turistas e moradores, e reativada a cooperativa de laticínios. Também fazem parte do pacote a reforma e ampliação do Centro de Aten-ção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij), a implementação da Casa do Empreendedor e a aquisição da infraestrutura necessária e assessoria técnica para elaborar o georrefe-

renciamento e o Plano Diretor de Mariana.Outra ação que dá apoio ao empreen-

dedorismo é a parceria com a ONG Bra-zilFoundation, firmada em junho de 2018. Criada há 18 anos com a meta de arrecadar fundos para entidades que trabalham com educação e direitos sociais, a ONG apoia 600 organizações e está presente em todo o Brasil. Na primeira chamada, em dezem-bro de 2018, foram investidos R$ 739 mil em 13 projetos selecionados. Na segunda chamada, em julho de 2019, foram recebi-das 40 propostas – 20 eram elegíveis e dez foram selecionadas.

Um dos projetos apoiados pela parceria entre a Fundação Renova e a BrazilFounda-tion é o da Associação de Hortifrutigranjei-ros de Bento Rodrigues (Ahobero), que pro-duz a conhecida geleia de pimenta-biquinho. O rompimento da barragem de Fundão pa-ralisou as atividades da associação, que es-tava em processo de expansão. “A parceria possibilitou a recuperação de equipamentos perdidos e o aluguel de um espaço em Ma-riana”, diz Keila Santos, presidente da Aho-bero. “Por causa do apoio da BrazilFounda-tion pudemos adquirir potes, embalagens e rótulos. A parceria valorizou a geleia e permitiu aumentar a produção, não só para o mercado local, mas também para novos mercados.” Os 58 produtores da Associação dos Pequenos Agricultores do Km 14 do Mu-tum Preto (Aprokm), localizado no distrito de Baixo Guandu (ES), também foram bene-ficiados com a parceria. Eles produzem fei-jão, ovos, farinha e hortaliças em geral, tudo orgânico. “A parceria está permitindo à as-sociação a compra de equipamentos, como um carro que vai nos ajudar na entrega”, diz a presidente da Aprokm, Arlene Milani. “Isso vai facilitar a entrada dos nossos pro-dutos no mercado. Tinha gente que produ-zia, por exemplo, 50 quilos de mandioca e não tinha onde vender tudo. Agora vai ter.”

A Fundação Renova firmou parceria ainda com o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Industrial (Senai) para capacitação de mão de obra e atração de projetos e em-presas que possam desenvolver as comu-nidades atingidas. Foram abertas 2.300 va-gas em cursos de panificação, confeitaria, instalações elétricas, pedreiro, pintor, ele-tricista, entre outros. Somente em Maria-na foram abertas 800 vagas em programas de qualificação. Por meios das ações de re-paração, R$ 113 milhões em Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) fo-ram gerados para os municípios atingidos até agosto de 2019.

Profissionais do Senai ajudam na capacitação de mão de obra:

só em Mariana foram abertas 800 vagas em programas

de qualificação

Pequenos produtores, como da conhecida geleia de pimenta-biquinho, são beneficiados pela parceria com a ONG BrazilFoundation: R$ 473 mil investidos em 13 projetos na primeira chamada, realizada em dezembro de 2018

Page 59: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova 101Fundação Renova100

U m dos desafios da Fundação Renova na reconstrução dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Maria-na, e Gesteira, em Barra Lon-

ga, é devolver parte da memória cultural e artística à população das comunidades, com suas tradições religiosas e afetivas, festas e características muito regionais. Outra tarefa é resgatar e restaurar objetos dessa riqueza

artística com três séculos de história, cujo valor cultural supera o monetário. Em 2016 a Renova criou a Reserva Técnica, instalada no centro de Mariana, para abrigar e recu-perar peças das igrejas e de outros imóveis dos distritos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão.

Quatro anos depois do desastre, a entrega de um oratório de Nossa Senhora Aparecida, no dia em que se comemora a festa da Padro-

eira do Brasil (12 de outubro), é parte desse processo. A imagem da santa, higienizada e reparada pelos técnicos da Reserva, agora ocupa novo espaço no oratório da capela, re-construído na estrada do Gualaxo, perto do local onde será construído o reassentamento de Bento Rodrigues, conforme o pedido da comissão que organiza a festa religiosa. Pri-meiro bem público entregue à comunidade, a imagem foi recebida com muita alegria pela

RiqUezas pReseRvadasGuarda e recuperação de 2.500 objetos, entre peças e fragmentos de artefatos sacros de igrejas e outros imóveis, fazem da Reserva Técnica um dos espaços de preservação da cultura e devoção das comunidades atingidas

2.500 peças e fragmentos

de imagens sacras, peças litúrgicas, portas, janelas, altares

e outros estão sob a guarda da reserva técnica

Cerca de

2 mIl pessoas já visitaram

o acervo guardado, desde agosto do ano passado

população e levada ao altar por Marinalva Salgado, integrante da comissão organizado-ra da festa. “Antes, era só um altar coberto, bem menorzinho. Pedimos para ser tipo um oratório. Ficou muito bonito”, diz ela.

O primeiro passo após o desastre foi exata-mente o de resgatar da lama as peças que or-navam igrejas e capelas, como as de São Bento e das Mercês, em Bento Rodrigues, Santo An-tônio, em Paracatu de Baixo, e Nossa Senhora da Conceição, em Gesteira. A capela de São Bento, destruída pela lama, foi inaugurada em 1718 e parte de seu acervo recuperado guarda uma memória cultural de mais de 300 anos. O segundo passo foi encaminhar esse acervo à Reserva Técnica. As peças são cuidadas por técnicos da Cantaria, empresa especializada, contratada pela Renova para o trabalho.

Um total de 2.500 objetos está sob a guarda da Reserva Técnica. São imagens sacras, sinos, cálices, altares, janelas, casti-çais, fragmentos de objetos ornamentais e outros objetos históricos dos séculos XVII e XVIII. Todas as peças são submetidas a um processo de trabalho que inclui catalogação, limpeza, acondicionamento numa sala para evitar contaminação de fungos e bactérias, para depois serem restauradas. Tudo isso depois de passar pelo crivo do Instituto Es-tadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), em acordo com a Arquidiocese de Mariana, responsável pelas igrejas e capelas, num trabalho em parceria com a Fundação Renova.

Sérgio Gonçalves, conservador-restaura-dor da Cantaria, explica que alguns objetos, por estarem muito fragmentados, não pode-rão ser restaurados, podendo ser destinados a museus, posteriormente. O futuro dos mate-riais será definido por um Grupo Técnico de Referência, formado pela Fundação Renova, Arquidiocese de Mariana, Ministério Públi-co de Minas Gerais, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Iepha--MG, Conselhos de Patrimônio Municipal, Secretaria Municipal de Cultura, Defesa Civil, membros da comunidade e assessoria técnica da Cáritas. O trabalho, segundo Sérgio, é mui-to delicado e prevê a intervenção sem perder o laço da população local com a peça, fazen-do com que tenham de ser ponderadas, por exemplo, situações como a de uma imagem sem um dos braços. Nesse caso, a comuni-dade pediu que fosse refeito, mas a teoria da restauração prevê exatamente o oposto.

Uma equipe multidisciplinar de 17 pes-soas, entre restauradores, conservadores, historiadores, pedagoga, auxiliares e outros, trabalha diretamente na Reserva Técnica.

do século XVIII, pertence à capela de Gestei-ra e foi retirada da lama pelos moradores do distrito. Esse verdadeiro tesouro barroco já teve seu trabalho bem adiantado, mas a po-licromia se perdeu e não se trata de simples-mente fazer nova pintura. Agora, é preciso passar pelo crivo do Iepha-MG antes de fazer as novas intervenções.

A pedagoga Sílvia Marques, que integra a equipe da Cantaria, conta que a Reserva Téc-nica já recebeu cerca de 2 mil pessoas – alunos das escolas locais, moradores de Mariana e região e dos distritos atingidos –, desde agos-to do ano passado. A ideia de abrir o espaço à visitação surgiu para aproximar as comuni-dades atingidas do trabalho com o patrimônio guardado no espaço da Fundação Renova. “No início, houve muita resistência das comunida-des a opinar sobre o restauro. Com as visitas, as pessoas passaram a ter um sentimento de pertencimento e de reconhecimento com a própria história.” Para ela, “a Reserva é um espaço das comunidades atingidas. Nosso tra-balho aqui também é o de devolver a elas os objetos de sua devoção”, diz.

E não são só peças e fragmentos de obje-tos. O projeto de reconstrução e recuperação das áreas devastadas pela lama inclui tam-bém a recuperação arquitetônica de imóveis como o Hotel Xavier, em Barra Longa. Ele e mais 11 edificações tombadas na cidade, como a Matriz de São José de Botas, passarão por obras de restauro.

“A restauração alcança seu objetivo quando temos o retorno das comunidades e vemos a emoção das pessoas ao ver aqui uma peça de sua devoção”, diz Sérgio. “É muito gratifi-cante”, completa. Acostumado a lidar com o processo de recuperação de objetos de arte, o especialista afirma que a experiência em Mariana é diferente, porque “o contexto é bem atípico”, referindo-se ao rompimento da barragem de Fundão.

Entre os bens resgatados e sob a guarda da Reserva Técnica está uma imagem barro-ca de Nossa Senhora da Conceição, atribuída a Francisco Vieira Servas, artista contempo-râneo de Aleijadinho. A peça, provavelmente

Gustavo Baxter/Agência Nitro/divulgação Luan Guedes/Coletivo É!/divulgação

Marinalva Salgado e a imagem de Nossa Senhora Aparecida no novo oratório: primeiro bem público entregue à comunidade de Bento Rodrigues

Imagem de São Dimas é preparada para restauro por técnica da Reserva Técnica: abrigo e cuidado para materiais de valor

histórico encontrados na área atingida

memÓrIa

Page 60: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova 103Fundação Renova

reJeItos

102

A pós o rompimento da barra-gem de Fundão, 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos – resíduo do tratamento do material extraído na minera-

ção – chegaram ao rio Gualaxo do Norte. Dessa lama, 20 milhões de metros cúbicos ficaram acumulados nos primeiros 100 quilômetros entre Mariana e a Usina Hi-drelétrica (UHE) Risoleta Neves, conhecida como Candonga, no limite dos municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. Os outros 20 milhões de metros cúbicos fica-

ram depositados em camadas mais finas ao longo dos 570 quilômetros do rio Doce até a foz, em Regência, distrito de Linhares, no Espírito Santo. Os primeiros 100 quilôme-tros foram os mais afetados pelo rejeito e concentram as ações de manejo e repara-ção ambiental.

A Fundação Renova reuniu especialis-tas para discutir um plano que, principal-mente, não causasse ainda mais danos. A área atingida pela lama foi dividida em 17 trechos. Para cada um deles as soluções im-plantadas tiveram como princípio causar o

menor impacto possível ao meio ambiente e às comunidades locais. Os trabalhos ini-ciais envolveram limpeza das calhas dos rios e estabilização de suas margens. A ação de revegetação emergencial foi o plantio de 41 mil mudas de espécies típicas, de fácil crescimento, para salvaguardar o Gualaxo do Norte e evitar que todo o material vol-tasse para os rios, já em dezembro de 2015. A bioengenharia entrou em ação e retento-res de sedimentos, mantas biodegradáveis, feixes de bambu e pedras enfileiradas fo-ram usados para controlar a erosão.

Nos primeiros dias após o desastre, fo-ram construídas estruturas de segurança para conter o avanço da lama remanescente da barragem de Fundão. As ações de retira-da de rejeitos foram concentradas em Barra Longa, único município com área urbana atingida diretamente pela lama, e na Usina de Candonga. A limpeza do reservatório da UHE teve início em 2016. Para evitar que mais lama chegasse à usina foram constru-ídos três barramentos metálicos que ficarão submersos no futuro. Já foram retirados dali 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos. O material é empilhado a seco e acomodado na Fazenda Floresta, a 3 quilômetros dali. Essa etapa deverá ser concluída em 2020. As três turbinas da usina já foram limpas, em um

trabalho que envolveu a atuação de mergu-lhadores capazes de retirar detritos manu-almente. As demais áreas vêm recebendo ações de recuperação. Todos os planos são submetidos à Câmara Técnica de Rejeitos, que tem a decisão final sobre as ações, ligada ao Comitê Interfederativo (CIF), que reúne representantes de órgãos públicos e da so-ciedade e que é liderado pelo Ibama.

Após o desastre, alguns afluentes su-miram. “Começamos, então, um serviço de limpeza para recuperar 113 afluentes do rio Doce”, conta Juliana Bedoya, coordenadora do programa de manejo de rejeitos. “Usamos pedras nas margens e revegetação para impe-dir que os rejeitos, mesmo com a ocorrência de chuvas, voltassem para os rios.” A próxima

etapa foi de reconstituição da mata ciliar. Estudos da Universidade Federal de

Viçosa (UFV) atestam que a revegetação emergencial vem acelerando o aumento da diversidade de microorganismos no solo. “Se o solo estivesse com problemas, esses seres não conseguiriam sobreviver”, diz a profes-sora Maria Catarina Kasuya, especialista em microbiologia do solo da UFV. Esses micro-organismos serão isolados e reintroduzidos em diversas áreas para acelerar o processo de crescimento da vegetação, até o final do ano. “Já vimos que essa é uma técnica que dá resultado.” Ao todo, 800 hectares de flores-tas nativas serão recuperados até 2020 e 40 mil hectares de Áreas de Preservação Perma-nente (APP) serão restaurados em 10 anos.

aJuda aérea

Obras emergenciais: a bioengenharia entrou em ação e retentores

de sedimentos, mantas biodegradáveis, feixes de bambu e pedras enfileiradas foram usados para controlar a erosão

Maior parte do rejeito da barragem do Fundão ficou acumulada nos primeiros 100 quilômetros depois de Mariana. Nessa região são concentrados os esforços de recuperação

entenda onde a lama fICou aCumulada

56 milhões é o total de metros cúbicos de rejeitos que estavam no reservatório de fundão

13 milhões de metros cúbicos permaneceram no vale do fundão

3 milhões de metros cúbicos ficaram retidos na área da mineradora

40 milhões de metros cúbicos saíram da área da mineradora e chegaram ao rio gualaxo do norte, em mariana

10 milhões de metros cúbicos de rejeitos ficaram depositados no trecho entre Fundão e a usina hidrelétrica risoleta neves, conhecida como Candonga. esses 100 primeiros quilômetros foram os mais afetados pela lama e receberam as principais ações para manejo de rejeitos e reparação ambiental

10 milhões de metros cúbicos de rejeitos ficaram represados na usina de Candonga. A partir da usina, a onda de lama perdeu força e foi se depositando em camadas mais finas ao longo do rio

20 milhões de metros cúbicos de rejeitos percorreram o rio doce e parte desse volume chegou até a foz no litoral do espírito santo

Fonte: Fundação Renova

Leo Drumond / NITRO /divulgação

Fotos: Divulgação

vegetação RestaURada

Equipamentos estão ajudando no monitoramento das áreas atingidas. São drones que fazem fotos aéreas em diferentes períodos para se avaliar as alterações na cobertura vegetal. a cada três meses são mapeados aproximadamente 9,3 mil hectares. todas as imagens são avaliadas por técnicos. nas fotos abaixo, dá para ver a evolução ao longo dos anos.

Page 61: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova 105Fundação Renova

aBasteCImento

104

Do alto da serra do Espinhaço onde nasce, em Ouro Preto, até chegar ao rio do Carmo, em Barra Longa, o rio Gua-laxo do Norte percorre 60

quilômetros. Foi por meio dele que a lama chegou ao rio Doce, passando antes pelo rio do Carmo. Com a degradação de seu leito e margens, o Gualaxo do Norte, que vinha sofrendo, ao longo dos tempos, os efeitos do garimpo de ouro e da mineração, dos esgotos e do desmatamento, foi muito pre-judicado pelo rompimento da barragem de Fundão. As águas do Gualaxo se encontram com as do Carmo, que também nasce em meio às pedras do alto da Serra do Espinha-ço, em Ouro Preto, e é um dos berços do rio Doce. A junção dos rios Carmo e Piranga, no limite dos municípios de Ponte Nova e Rio Doce, dá origem a essa bacia que é uma das mais importantes do Brasil.

Milhões de metros cúbicos de rejeitos depositaram-se nesse trecho, entre Mariana

e Santa Cruz dos Escalvado, formando pilhas nos lugares mais estreitos, capazes de arra-sar com a vegetação ao seu redor e os cursos d’água. A Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, funcionou com uma barreira, impedindo que cerca de 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos – 25% do total – chegassem à calha do rio Doce. Por isso mesmo, a atenção voltada para os dois afl uentes do Doce não poderia ser outra se-não a de tentar devolver aos dois rios seu pa-pel natural, de fornecer água com qualidade à população às suas margens e até ir além, tratando esgotos que nunca foram tratados.

O Gualaxo do Norte também passa pela técnica da renaturalização, que é uma solução do plano de manejo de rejeitos (leia mais na página 102) e consiste em dar ao rio as suas características naturais por meio de interven-ções simples mas efi cientes, como a colocação de galhos e troncos nativos reaproveitados na calha do rio para o favorecimento da proli-feração de matéria orgânica que alimenta os

Processos como renaturalização dos rios atingidos e monitoramento da bacia do rio Doce já mostram primeiros resultados. Programas voltados para a questão da água também investem em tratamentos de esgotos onde não havia saneamento básico

agUas no CaminHo

agUas das

o rio gualaxo do norte, em mariana: depois do impacto da lama, aos poucos ele retorna à vida

peixes e os micro-organismos que fazem par-te da cadeia alimentar.

Outra solução vem do programa de Eco-nomia e Inovação da Fundação Renova, de-senvolvido pela startup LiaMarinha, de Ma-riana, que utiliza barreiras capazes de fi ltrar a água e absorver os metais, para que a água do Gualaxo do Norte e do rio do Carmo che-guem ao Doce mais limpas. A estação será im-plantada após o licenciamento ambiental e os primeiros resultados relacionados à água e à biodiversidade são esperados para fevereiro de 2021. O resultado desse trabalho é a melho-ra constante da qualidade da água do rio Doce, que, na maior parte dos parâmetros, é muito semelhante aos níveis de quatro anos atrás.

monItoramentoEntre os 42 programas criados e implan-

tados depois do rompimento da barragem de Fundão, questões como o monitoramento da qualidade da água e o abastecimento da população ao longo da bacia do rio Doce são pontos fundamentais no trabalho da Funda-ção Renova, que começou o processo de re-paração tão logo foi criada, em 2016. Há tam-bém iniciativas relacionadas ao tratamento de esgotos ao longo do rio e recuperação de nascentes e afl uentes até a foz, no Espírito Santo, programas de compensação à socie-dade que promovem a melhoria das condi-ções socioambientais e socioeconômicas na região impactada.

Após o desastre, o monitoramento da ba-cia do rio Doce foi intensifi cado. Até então, o trabalho no trecho de Minas Gerais era feito desde 1997 pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), e desde 2004 pelo Instituto Estadual de Meio ambiente (Iema) e posteriormente pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). O Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Siste-mático da Água e Sedimentos (PMQQS), da Fundação Renova, foi implantado em julho de 2017 e promove a coleta de dados em 92 pontos, entre Mariana até a região costeira do Espírito Santo, na foz do Doce, além dos estuários e litoral da costa capixaba.

São analisados 80 parâmetros físicos, químicos e biológicos. Nas análises há bio-indicadores que avaliam o comportamento dos organismos que compõem as comunida-des aquáticas (algas, minhocas, caramujos). A presença dessas espécies pode indicar que o ecossistema tem boa qualidade ambiental. O monitoramento é feito em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), o Igam e outros órgãos ambientais, nos âmbitos mu-nicipais, estaduais e federais,

A engenheira ambiental Brígida Maioli afi rma que 22 pontos da bacia têm uma rede automatizada de sensores dentro da água, que enviam informações em tempo real aos centros do PMQQS – são dois bancos de dados, um em Mariana e outro em Linhares (ES). As informações geradas pelas estações automá-ticas funcionam como um sistema de alerta para questões que podem interferir no abas-tecimento público de água. Esses sensores também monitoram o Gualaxo do Norte e o Carmo e 12 desses pontos estão presentes em rios não atingidos pela lama mas que também

deságuam no Doce. “Os níveis atuais de me-tais no rio são muito semelhantes aos anterio-res. Sãos os efeitos da reparação”, diz Brígida.

Hoje, o rio Doce é o mais monitorado do Brasil. No caso de Minas Gerais, como o Igam já atuava na coleta de dados sobre a situação do rio desde 1997 isso veio facilitar a compara-ção dos dados para análise da água pós-rom-pimento. “Minas Gerais tem um dos maiores monitoramentos do país”, diz Brígida. Segun-do ela, essa “boa consistência de dados” é es-sencial para a produção de todos os estudos que são feitos pela Renova e na aplicação das

Bruno Correa/Nitro/divulgação Divulgação

Leonardo Morais/divulgação

a engenheira ambiental Brígida maioli (à esq.), com a equipe de monitoramento em expedição pelo rio doce, no espírito santo: “os níveis atuais de metais

no rio são muito semelhantes aos anteriores”, diz ela

obra da nova captação de água no perímetro urbano de governador Valadares: uma alternativa ao rio doce, ela vai abastecer metade da cidade

Page 62: O FENÔMENO - Revista Encontro

Fundação Renova106

aBasteCImento

soluções, que incluem monitorar a qualidade da água que será tratada e distribuída às po-pulações nas cidades ribeirinhas. Brígida afir-ma ainda que todos esses dados – são mais de 6 milhões em dois anos –, estão disponíveis no site da Renova (www.fundacaorenova.org).

saneamento Além de monitorar a água nos rios, é pre-

ciso garantir a qualidade da água potável. Para isso, as concessionárias locais fazem a análise da qualidade da água que passa pelas Estações de Tratamento de Água (ETAs), em mais de 300 pontos de 30 municípios antes de a população ser devidamente abasteci-da. Atualmente, a água do rio Doce pode ser consumida com segurança desde que seja tratada, segundo a Agência Nacional de Água (ANA). Cumprindo normas previstas no Termo de Transação e de Ajustamen-to de Conduta (TTAC), a Fundação Renova constrói sistemas alternativos para os muni-cípios que captam água diretamente do rio. Também foram realizadas melhorias em 13 ETAs. Até o fim deste ano serão destinados cerca de R$ 158 milhões para a perfuração e recuperação dos poços tubulares que serão utilizados com captação alternativa, obras nos sistemas de abastecimento de água e aos estudos hidrogeológicos.

Em Governador Valadares, no Leste de Minas, estão avançadas as obras de uma adu-tora que vai permitir a captação de água do rio Corrente Grande, tornando-se uma alter-nativa ao rio Doce. “As obras devem termi-nar em 2020, com operação plena a partir de março de 2021”, afirma o prefeito da cidade, André Merlo. Segundo ele, “mesmo antes de 2015, o rio Doce já vivia uma ‘tragédia anun-ciada’, causada pelo assoreamento do leito, as estiagens prolongadas e a degradação do meio ambiente em área de nascentes. A lama da barragem de Fundão agravou sobre-maneira esse quadro e tornou urgente esta obra, que seria uma necessidade futura”. A adutora terá 35 quilômetros de extensão, entre as áreas rural e urbana, garantindo o abastecimento de três estações de tratamen-to. Com orçamento de R$ 155 milhões, a obra vai responder por mais da metade do abas-tecimento de Governador Valadares. “Uma cidade com 300 mil habitantes não poderia ficar dependente apenas de uma fonte de abastecimento, o que torna a nova captação de água uma ação estratégica fundamental para que o município não fique vulnerável, em caso de qualquer outro acidente, que esperamos nunca mais aconteça. Temos de estar preparados”, afirma Merlo.

Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfi-ca do Rio Doce (CBHDoce), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento Social, 80% de todo o esgoto gerado pelos municípios atingidos pelo rompimento de Fundão não passam por tratamento e são despejados diretamente no rio. O presidente do Comi-tê, Flamínio Guerra Guimarães, que traba-lha com a causa desde 2013, diz que 2019 já rendeu boas notícias com o avanço do pro-grama de Saneamento nos 39 municipios da calha e que 2020 será um ano-chave para os investimentos em novos projetos de preser-vação e melhorias da água no rio Doce pós--rompimento da barragem de Fundão. “Há

avanços, mas há muito que avançar ainda”, afirma. Ele destaca o programa da Fundação Renova de recuperação de 500 nascentes e 4 mil hectares a cada ano, chegando a um total de 5 mil nascentes e 40 mil hectares da bacia, em 10 anos. “São boas iniciativas que come-çam a ser desenvolvidas. Eu esperava uma celeridade maior, mas é preciso tempo para recuperar o rio”, diz Flamínio.

A revitalização do rio Doce é decorrente da medida compensatória que prevê a desti-nação por parte da Fundação Renova de R$ 500 milhões aos municípios impactados pelo rejeito para projetos de melhoria na coleta e tratamento de esgoto e disposição adequada de resíduos sólidos. A definição do valor des-tinado a cada município leva em conta o nú-mero de habitantes, o montante de repasse do Fundo de Participação dos Municípios, o nível do impacto sofrido nos sistemas de abasteci-mento de água das localidades e o percentual de esgoto tratado. A Renova também atua na capacitação e apoio técnico para assegurar a consistência dos projetos de saneamento e sua adequada implementação. A equipe de apoio técnico realizou visitas aos municípios com o objetivo de subsidiá-los técnica e ins-titucionalmente em diversos processos, como licitação, elaboração e avaliação de projetos, acompanhamento de obras e melhoria da gestão. A preservação dos afluentes e os in-vestimentos em tratamento de esgoto podem levar o rio Doce a um patamar que não se vê há muitos anos. A diminuição do descarte ile-gal de esgoto contribui para uma melhor oxi-genação da água e menos contaminação, para trazer de volta a saúde do rio e, como conse-quência, de todo o ecossistema à sua volta.

Ações de revegetação e recuperação do rio Gualaxo do Norte: troncos de árvores na calha do rio retêm material orgânico essencial para a cadeia alimentar

Gustavo Baxter / Nitro / divulgação

Leonardo Morais/Prefeitura de Governador Valadares/divulgação

O prefeito de Governador Valadares, André Merlo: “As obras da adutora devem terminar em 2020, com operação plena a partir de março de 2021”

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De 20 de novembro a 15 de dezembroJá que Minas não tem mar, eu vou Botecar!

Na temporada mais quente do ano, os sabores de Minas retornam mais deliciosos do que nunca! Nesta edição especial do Botecar – A Seletiva, você é nosso convidado

para escolher, entre dez novos bares, os cinco que irão compor a edição de 2020

#vembotecar nos melhores botecos da cidade

São 40 bares: 30 que participaram na edição passada do Botecar e mais 10 estreantes.

Consulte os bares e tira-gostos em botecar.com.br

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[email protected]

Na MeSa | LETICIA FULGÊNCIO (INTERINA)

Van Media house/divulgação

108 |Encontro

ceia de NataLO Natal está próximo. Na data, reu-

nimos a família em torno da mesa, co-memorando o nascimento do menino Jesus. Dia de apreciarmos os delicio-sos pratos natalinos! Oportunidade de usar criatividade e personalidade por meio da ornamentação da mesa e de um menu bem planejado.

Os tradicionais peru, pernil e arroz com passas, sempre polêmico, devem estar presentes e o segredo é você cuidar muito bem dos acompanha-mentos. Lembre-se das frutas, que além de combinarem muito bem, apre-sentam ótimos benefícios digestivos e colaboram com a hidratação, no mo-mento em que é forte a presença das bebidas alcoólicas.

Agora, para diferenciar bem a sua ceia, anote aí esta receita para um acompanhamento diferenciado.

Couscous marroquino com legumes em minicubos e castanhas: 1,5 kg de couscous, 1 kg de castanhas variadas, legumes picados em brunoises, 200 ml de azeite, sal, açafrão em pó ou pistilo.

hidrate o couscous em água quente por 30 minutos e deixe descansar por 10 minutos. Escorra a água e refogue com azeite e açafrão. Acerte o sal. Um toque de pimenta vai muito bem!

Feliz Natal! E lembre-se sempre: ce-lebrar é uma arte!

Comentários e sugestões podem ser feitos no e-mail: [email protected]

tÚLio PireS

APREsENtA

Geraldo Goulart

Geraldo Goulart

Violeta Andrada

Victor Schwaner

Era uma vez um chalezinho especializado em fondues bem no coração do Vila da Serra. Tudo ia bem, até que, há 10 anos, a casa fe-chou as portas para que fosse construído em seu terreno um edifício comercial. O combi-nado era que a casa voltaria a funcionar logo depois que o prédio ficasse pronto. E assim foi. Em outubro, como um anexo do Concórdia Cor-porate, o Era Uma Vez um Chalezinho foi rei-naugurado com novo nome, nova arquitetura e a velha especialidade. Rebatizada como Vila Chalezinho, em homenagem ao bairro, a casa manteve o estilo suíço com telhado de duas águas, iluminação tênue, piano de cauda e la-reira. Entre as novidades, teto de vidro. “Atua-lizamos para um estilo mais chique e não tão rústico”, diz antônio augusto Marcellini (na foto, ao lado da filha e administradora do es-paço, taty Marcellini). Para esta época do ano, o destaque do cardápio são as fondues de verão, como a sequência Fondue Caprese e Camarões (R$ 143). De sobremesa, vale a pena provar a Fondue de Sorvete (R$ 25).

O Meat&Co. cresceu! Nascido em 2015 como uma butique de carnes, o estabelecimento, que desde fevereiro funciona também como uma steakhouse, acaba de somar 170 cadeiras a seu espaço. Agora, até 250 pessoas podem degustar, ao mesmo tempo, cortes especiais no charmoso quarteirão da rua Jornalista Djalma Andrade, no Belvedere. A especialidade são cortes bovinos, suínos e ovinos. O Cowboy Steak, que é o miolo do acém, sai a R$ 39; e o ancho com osso, Tomahawk, a R$ 159 (para duas pessoas). “Desde que abrimos, tínhamos a ideia de ampliar o salão. Achava o espaço antigo muito aper-tado”, diz rogério coutinho (ao centro, na foto, com o sócio Sérvio túlio Queiroz, à esq., e Herwig Gangl, presidente da Krug Bier). Agora, ele acredita que mais gente irá provar suas carnes. “As pessoas passavam na frente e, ao ver o restau-rante lotado, desistiam de comer aqui.”

“Autoral”. Essa é a palavra usada pelo chef João Paulo oliveira para defi-nir a cozinha do Gomez, novo restaurante contemporâneo no coração de Lourdes. “Gosto de pegar pratos clássicos e desconstruí-los”, diz. Lá, a tradi-cional bacalhoada portuguesa é servida com risoto verde, tomates confita-dos marinados na azeitona e crispy de batatas laminadas. Além disso, as massas das coxinhas, bolinhos e pasteizinhos que compõem as entradas são feitas no próprio casarão, por uma salgadeira. João foi subchef do Glou-ton e chefe de criação do bufê Clube do Chef, mas é a primeira vez que tem o desafio de comandar uma cozinha.

Em homenagem à Semana In-ternacional do Café, que será rea-lizada entre os dias 20 e 22 de novembro, no Expominas, várias cafeterias de Bh programaram ações especiais durante todo o mês. Nas unidades do Mocca Coffee and Meals, por exemplo, três novos grãos serão adiciona-dos à carta. A proprietária adriana Martins também planeja apresen-tar um novo grão por semana. “Estou especialmente entusias-mada com o Por Mulheres, do Café Américo”, diz. “Além da qualidade, ele é especial por ter apenas mu-lheres trabalhando em toda a sua cadeia produtiva.” Já que um cafe-zinho bem tirado pede um acom-panhamento, a casa preparou um cardápio com gostosuras, como o bolinho de cappuccino.

Novo coNteMPorâNeo

FeSta do caFé

FoNdueS de voLta ao cHaLeziNHo

MaiS eSPaço Para aS carNeS

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GaStrÔ | FESTIVALFotos: Violeta Andrada

Encontro| 111 110 |Encontro

Não admira que a capital mineira seja conhecida como a capital mundial dos botecos. De acordo com a prefei-tura de BH, há mais de 9,5 mil estabe-lecimentos cadastrados pela cidade. Isso dá, em média, 28 por quilômetro quadrado. Com tantas opções, muitos belo-horizontinos fi cam perdidos na hora de escolher onde tomar sua cer-veja gelada. Por isso, festivais como o Botecar estão aí para ajudar a eleger os melhores. Entre os dias 20 de novem-bro e 15 de dezembro será realizado o Botecar de Verão – A Seletiva, no qual 10 botecos inéditos disputarão cinco vagas para o Botecar 2020. Além disso, os 30 que participaram do festival deste ano e foram classifi cados vão reapresentar os pratos com os quais competiram. Nun-ca é demais provar essas delícias.

O Bar do Kxote é um dos já classifi -cados. Ele entrou pela seletiva do ano passado e venceu o Botecar 2019 com o Frevo Mineiro: costela bovina cozida ao molho da casa com fatias de banana--da-terra fritas. Tudo isso sobre uma cama de mostarda e acompanhado de petit gâteau de canjiquinha recheado com muçarela e requeijão. “O prato ago-ra está no cardápio da casa”, diz a chef Mary Silva. “Não deixa de vender um dia sequer e sempre tem clientes que vêm só para prová-lo.”

Mas nem todos já estão com o espa-ço garantido. Um dos 10 “novatos” será o Rola Papo, que disputará uma vaga com sua receita de costela de boi já consagra-da entre os clientes do boteco. “Ela leva cerca de oito horas para assar”, diz o pro-prietário Dailor Rudinei Voos, o gaúcho

Bora

4ª edição do Botecar de Verão – A Seletiva será realizada entre 20 de novembro e 15 de dezembro e selecionará cinco novos botecos para o festival de 2020

Bar Aqui Tudo é BomCARNE DE SOL ASSADA NA BRASACarne de sol assada na brasa com mandioca na manteiga de garrafa, finalizada com pimenta-biquinho e cebola assadaServe 2 PeSSoaSAv. Saramenha, 1.315, Guarani(31) 98920-2675De segunda a domingo, das 11h à 0hPreço: r$ 39,90

Bar da CíntiaLíNGUA REChEADALíngua recheada com calabresa ao vinho, acompanhada de cebola e pão francêsServe 2 PeSSoaSRua Pastor Rui Franco, 257, São João Batista(31) 98890-0603De quarta a sexta, das 16h à 0h; sábado e domingo, das 11h às 22hPreço: r$ 23,00

Bar do PardalPAPO RABANORabada de boi cozida ao molho especial, acompanhada de batatas e cenouras cozidas, agrião e farofa de cebola frita na manteigaServe 3 PeSSoaSRua dos Advogados, 321, Alípio de Melo(31) 3318-5337 | 99372-0992 De segunda a sexta, das 16h às 23h; sábado, das 12h às 19hPreço: r$ 38,00

Bar Recanto do Renato ISCA DE TILÁPIA400 g de tilápia em iscas, acompanhada de molhos rosé e tártaroServe 2 a 3 PeSSoaSAvenida Itaituba, 725, São Geraldo(31) 3568-1670 | 98685-0977De segunda a sexta, das 17h30 à 0h; sábado, das 13h à 0h; domingo, das 12h às 19hPreço: r$ 35,90

Bitaca CapetingaORATÓRIOBolinho de milho recheado com rabada e vinagrete de ora-pro-nóbisServe 2 PeSSoaSRua Francisco Deslandes, 104, Anchieta(31) 97118-3911De segunda a sábado, das 11h às 22h; domingo, das 11h às 19hPreço: r$ 30,00

Bora botecar?

coNHeça oS NovatoS

Leticia FuLGÊNcio

Wesley Espedito da silveira, do tô a tôa Butequeria, Lívia Morais, do Garagge Vintage (à frente), Valéria Profeta, da Bitaca Capetinga, e Dailor Rudinei Voos, d’O Rola Papo: em busca de um lugar entre os melhores da cidade no ano que vem

Page 65: O FENÔMENO - Revista Encontro

GaStrÔ | FESTIVAL

112 |Encontro

Garagge VintageLíNGUA DO GARAGGELíngua ao molho madeira com champignon, batata doce à moda Garagge e purê de baroaServe 2 a 3 PeSSoaSAvenida Doutor Cristiano Guimarães, 1.258, Planalto(31) 99977-8888De terça a quinta, das 17h às 0h; sexta, das 17h à 1h; sábado, das 11h às 2h; domingo, das 11h às 23h Preço: r$ 35,50

Museu Clube da EsquinaBOLINhOS LA BRANTCaprichados bolinhos de feijão preto com todo o sabor e a suculência do bacon e da pimenta-biquinho, acompanhados de torresmo mineiro e laranja fatiada na tábua Serve 2 PeSSoaSRua Paraisópolis, 738, Santa Tereza(31) 2512-5050 | 99688-0558De terça a sábado, das 18h às 2h; domingo, das 15h às 22hPreço: r$ 29,00

Petisco & ProsaCARNE DE PANELA AO MOLhO NEGRO Maçã de peito cozida sem pressão ao molho negro (vinho, shoyo, caldo de carne e toque do chef), acompanhada de fatias de pãoServe 2 PeSSoaSRua Itajubá, 1.200, Sagrada Família(31) 3468-0439De terça a sexta, das 17h à 1h; sábado, das 14h30 à 1h; domingo, das 12h às 22h Preço: r$ 20,00

Rola Papo Butiquim

COSTELA à MINAS TChÊCostela de boi assada com mandioca cozida na manteiga, vinagrete, farofa, salada de rúcula e molho do chefServe 2 PeSSoaSRua Montes Claros, 1.112 (loja 3), Anchieta(31) 3568-0584De terça a sexta, das 17h30 à 0h; sábado e feriado, das 11h30 às 23h; domingo, das 12h às 21hPreço: r$ 39,90

Tô a Tôa ButequeriaCOSTELA AO VINhOCostela ao vinho acompanhada de mandioca na manteiga de garrafa e catupiryServe 3 PeSSoaSRua Dr. Pedro Pinto, 77, lj 4/5, Alto Caiçara (31) 97103-9680De terça a sexta, das 17h à 1h; sábado, das 15h à 1h; domingo, das 12h às 20hPreço: r$ 29,90 z

“Tuca”. “Esse corte é mais fibroso, por isso tem de ser assado bem lentamente, para ficar macio como os mineiros gos-tam.” Após assada, a costela é desossada, cortada e servida na chapa com man-dioca cozida na manteiga de garrafa e molho da casa, à base de hortelã. O pra-to acompanha uma “farofinha simples”, vinagrete e salada de rúcula.

E as costelas bovinas não acabam – ainda bem! O Tô a Tôa Butequeria, inaugurado em 2017, vai disputar com o corte ao vinho, acompanhado de man-dioca cozida na manteiga de garrafa com catupiry. “Somos, ao mesmo tem-po, raiz e gourmet”, diz o proprietário Wesley Espedito da Silveira. “Servimos desde petiscos até pratos mais comple-xos.” Entre os destaques da casa tam-bém estão o cupim com purê de batata e a maçã de peito bovino com mandio-ca cozida. “É um petisco bem raiz, bem botecão mesmo”, diz Wesley.

Ao batizar seu bar, Valéria Profeta e seus sócios escolheram um nome bem mineiro: Bitaca Capetinga. Em Minas Gerais, “bitaca” significa uma vendinha na qual se vende de tudo um pouco. “A ideia era ser um armazém e bar des-pretensioso”, diz Valéria. “No começo, era bem pequenininho, tinham poucas mesas e oferecíamos coisas bem sim-ples.” Agora, o espaço é maior e mais sofisticado, mas preserva a cultura do interior mineiro. Para disputar seu es-paço no Botecar 2020, a Bitaca escolheu o Oratório: bolinhos feitos de milho re-cheados com rabada e vinagrete de ora--pro-nóbis (seis unidades).

A junção de duas paixões fez surgir o Garagge Vintage. Valdecir Morais, Mo-rais e Weuler Ferreira abriram o boteco temático para unir gastronomia e car-ros. Entre fusquinhas, kombis e fiats 147, é possível degustar o prato com o qual o estabelecimento competirá: língua bovina ao molho madeira com cogu-melos-de-paris, acompanhada de purê de baroa e chips de batata doce. “Quem já provou fez grandes elogios”, diz Valde-cir, confiante. A votação funciona assim: cada vez que um cliente for a um dos 10 botecos e pedir o prato competidor, ela receberá uma cédula de votação. O peso do voto do público será de 50%. A outra metade será referente às votações de ju-rados. Bora botecar?

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GaStrÔ | CIDADEFotos: Jorge Pereira/divulgação

Encontro| 115 114 |Encontro

A alameda Oscar Niemeyer, antiga Seis Pistas, em Nova Lima, acabou de ganhar um novo morador ilustre. É o LayBack Park BH, estabelecimento que surge com a ideia de unir boa gastro-nomia e o mundo radical do skate em um mesmo ambiente. “Queremos que aqui seja um espaço onde as pessoas possam se divertir, encontra e expor

sua personalidade, seja através da arte seja música ou do esporte”, diz o skatis-ta e empresário Pepe Laporte, respon-sável por trazer o complexo à capital mineira. O bicampeão sul-americano de downhill skate (modalidade que consiste em descer ladeiras em alta ve-locidade) ajudou a trazer o projeto para a capital mineira. Dentro do complexo gastronômico, os clientes encontram restaurantes, bares, loja de roupa e es-

túdio de tatuagem, montados em con-têineres descolados. Já nos fundos fi ca a pista de skate, preparada para receber os visitantes mais radicais.

A ideia de unir skate e gastronomia no mesmo espaço começou em Flo-rianópolis, por meio de uma parceria entre pai e fi lho. O co-fundador André Barros, pai do skatista Pedro Barros – oito vezes campeão mundial de skate park – diz que a ideia nasceu na década

Novo complexo gastronômico de BH une skate, gastronomia e arte

GaBrieL MarQueS

radicaise manobras de 1990, ao ver como a pista de skate

conseguia reunir famílias no seu entor-no. “Quem não estava andando fi cava batendo papo, comendo um churrasco ou tomando uma cerveja”, diz. O pri-meiro LayBack Park foi aberto no ano passado em Florianópolis. Além de BH, há unidades em Brasília e São Paulo.

No que depender do Cortiça, aqui em BH, as manobras complicadas vão fi car restritas apenas à pista de skate. O bar de vinhos tem o objetivo de des-complicar todo o ritual que envolve a bebida. Palavras rebuscadas, rituais des-necessários e formalidades não têm vez no balcão. “Antes, os vinhos só poderiam ser degustados em ocasiões e lugares es-peciais. Era um luxo”, diz a sommelière Paula Bernardes, uma das fundadoras do Cortiça. “Nós vamos na contramão da gurmetização. Acreditamos que você pode aproveitar a sua taça em qualquer ambiente”. Não é à toa que o lema do

A área dos restaurantes e a pista (acima): boa gastronomia e o mundo radical do skate em um mesmo ambiente

Violeta Andrada

As sócias do Cortiça, Paola Paz (atrás do balcão) e Paula Bernardes: “Antes, os vinhos só poderiam ser degustados em ocasiões e lugares especiais. Era um luxo. Nós vamos na contramão da gurmetização”, diz Paula

Page 67: O FENÔMENO - Revista Encontro

116 |Encontro

bar é: meu vinho, minhas regras. Ape-sar de ter sido criada por três amigas de Belo Horizonte, a primeira unidade do Cortiça foi aberta em Florianópolis no ano passado, junto com o LayBack Park de lá. “A Bárbara Andrade cuida do fi nanceiro, a Paola Paz, do marketing, e eu, do vinho”, diz Paula. São mais de 20 opções de uvas na carta. A casa também conta com um rodízio de vinhos. Por 85 reais, o cliente pode tomar quantas ta-ças quiser de um cardápio especial, que tem entre 10 e 15 rótulos de tintos, rosés, espumantes e brancos.

Para quem quer tomar uma cerve-ja, o LayBack Park um rótulo próprio, o LayBack Beer. Criada em 2013, por An-dré e Pedro Barros, a marca tem parte de sua renda revertida para o incenti-vo da prática do skate, patrocinando e formando atletas. A primeira leva foi um sucesso. Todo o estoque, que de-morou três meses para ser produzido, foi vendido em apenas três dias. Hoje, a LayBack Beer possui três rótulos para região Sudeste e produz mais de 40 mil litros por mês. A fabricação no sudeste é feita em parceria com a Backer.

Assim como o Cortiça, o bar do Lay-Back não vende comidas e petiscos. Para matar a fome é preciso escolher uma mesa e esperar ser atendido pelos garçons de um dos cinco restaurantes do espaço. Dá para pedir a entrada em um, o prato principal em outro e a so-bremesa em um terceiro, por exemplo. A culinária fusion do Rokkon combina bem com esse espírito. “Temos pratos trufados, mix de cogumelos e sushi premium”, diz o sócio Mauro Sallum. “Estamos sempre pesquisando para fi carmos alinhados com as tendências do mercado.” Para quem se anima mais com o paladar da culinária argentina ou italiana, uma boa pedida é o Pizza Sur, com suas empanadas e pizzas. Quer fi car com a gastronomia mineira mesmo? A Mercearia 130 é famosa por seu “picolé mineiro”, uma porção gene-rosa de torresmo de costela, assada no forno durante quatro horas. “É nosso carro-chefe”, diz Marcos Lucchese, um dos sócios da casa. Para acompanhar, cai bem uma dose de cachaça.

O LayBack Park traz uma novidade: o The Cut, que vende sanduíches de kebab (aquele espeto de churrasco ver-

tical que fi ca assando por horas). A pre-paração começa bem antes de acender o fogo. “Costumo deixar as carnes de boi e frango marinando por pelo me-nos seis horas”, diz o chef Lucas Resen-de. Já quem prefere algo mais tradicio-nal pode optar pelo cardápio do Savá. O pub da Savassi levou para o centro gastronômico seus búrgueres e sandu-íches de salsicha, linguiça ou frango.

O skatista Pepe Laporte arrisca dizer que o LayBack será importante para o

legado do esporte em BH. “Mais para a frente, nossa ideia é criar uma escolinha, formando atletas e inserindo pessoas na modalidade”, diz. “Queremos mos-trar para as crianças que elas podem trabalhar e viver de skate. Quem sabe o próximo Pedro Barros não sai de Belo Horizonte?”. Para quem precisa de um incentivo, em 2020, a pista do LayBack Park BH será o palco de uma das eta-pas do Campeonato Brasileiro de Skate. Vêm manobras bem radicais por aí. z

O skatista e empresário Pepe Laporte: “Queremos que aqui seja um espaço onde as pessoas possam se divertir, e se encontrar e expor sua personalidade, seja através da arte, seja música ou do esporte”

O chef Lucas Resende, do The Cut, especializado em sanduíches de kebab: “Costumo deixar as carnes de boi e frango marinando por pelo menos seis horas”

Marco Lucchese, da Mercearia

130: casa levou seu famoso

picolé mineiro, uma porção

generosa de torresmo de

costela, assada no forno durante

quatro horas

GaStrÔ | CIDADEFotos: Violeta Andrada

Page 68: O FENÔMENO - Revista Encontro

GaStrÔ | PRÊMIO

samuel Gê

Samuel Gê

Encontro| 119 118 |Encontro

Gilberto Castro estava em uma reunião na Savassi quando seu celular começou a tocar sem parar. Ligações e notifi cações de todo tipo de aplicativo chegavam simultaneamente no apa-relho do presidente da Belotur. Gil-berto não se controlou e olhou o apa-relho para saber do que se tratava. As mensagens carregavam uma notícia especial para Gilberto, que ele espe-rava há mais de um ano e meio. “Tive de terminar a reunião naquela hora”, conta. O gestor do órgão responsável pelo turismo de BH saiu às pressas e foi em direção ao seu escritório, perto do Parque Municipal, o mais rápido que pôde. “Quando abri a porta, tinha gente chorando e se abraçando.” As-sim foi o fi nal da tarde do último 30 de outubro, na Belotur. Esse foi o dia em que Belo Horizonte entrou para a lista de Rede de Cidades Criativas da Unes-co, na área de gastronomia. A capital mineira agora é uma das mais novas

BH é uma das mais novas integrantes da Rede de Cidades Criativas da Unesco, em uma área que ninguém domina como nós

Agora é oficial

integrantes desse grupo seleto de 31 cidades, com direito a outros grandes nomes, como Parma (Itália), Macau (China) e San Antonio (EUA).

Criada em 2004 com o intuito de promover a cooperação entre lugares que investem em cultura e criatividade, a Rede de Cidades Criativas conta com 246 municípios participantes, espalha-dos por 84 países. Para participar desse grupo, cada lugar precisa reunir um conjunto de argumentos em um dossiê que justifi que a sua candidatura a uma das áreas temáticas do projeto: Artesa-nato e Artes Folclóricas, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Artes Midiá-ticas e Música. Anualmente, represen-tantes das cidades da Rede Criativa se reúnem em conferências para trocar experiências e compartilhar projetos.

Esta não foi a primeira vez que a ca-pital mineira tentou candidatar-se. A Belotur montou e enviou um dossiê ao projeto em 2017, sem sucesso. “Foi uma boa oportunidade para aprendermos o que realmente interessa à Unesco”, diz Flávio Trombino, chef do restauran-te Xapuri e um dos embaixadores da causa. Pelo visto, essa experiência era o ingrediente que faltava para chegar à receita do sucesso. O segundo dossiê começou a ser elaborado em abril do ano passado, contando com a parti-cipação de mais de 90 pessoas, entre chefs, empresários, infl uenciadores e membros do poder público.

O documento fi nal foi enviado à Unesco no fi m de junho, com mais de 100 páginas repletas de histórias, re-ceitas e tradições da cidade. Comidas

como fígado com jiló, feijão tropeiro, pão de queijo, kaol, coxinha de catu-piry e diversos doces colorem e dão água na boca de qualquer um que abrir as páginas do dossiê para dar uma olhada. Mas se engana quem acha que foram apenas os pratos co-nhecidos da capital que garantiram o nosso lugar dentro da Rede. “A par-te mais importante é a nossa relação com a gastronomia”, diz o chef Flávio. “Comer um tropeiro no estádio, rece-ber a visita na cozinha, passear pelo Mercado Central. Essa mistura de di-versão e comida nesses ambientes, só encontramos aqui.”

E nem tudo que está no dossiê tem a ver apenas com o que está em cima das mesas. “Também procuramos mostrar como a gastronomia é impor-tante para a economia da cidade”. E põe importância nisso. Belo Horizon-te vai muito além do título de “capital dos botecos”. O setor movimenta cer-ca de 4,5 bilhões de reais por ano, em-pregando mais de 21 mil pessoas nos 18,6 mil bares e restaurantes da cida-de. As políticas de segurança alimen-tar promovidas pela prefeitura, como os restaurantes populares, merenda nas escolas, sacolões ABC e feiras de produtores, também foram um dos pilares da candidatura mineira.

Chegar no topo, porém, é apenas o primeiro passo. Agora, começa o trabalho para manter essa posição. “É hora de dar continuidade, reforçan-do as ações do dossiê e investindo na qualifi cação dos profi ssionais”, diz o presidente da Belotur. “Temos a ideia de posicionar BH como um polo tu-rístico gastronômico”. Uma escolha sábia, pois segundo uma pesquisa da Organização Mundial de Turismo, o que agrada o paladar também cos-tuma agradar os turistas. O estudo indicou que quase 90% dos viajantes consideram a gastronomia um eixo estratégico na hora de escolher um destino. Já para o chef Flávio, chegou a hora de arregaçar as mangas e pegar mais fi rme ainda na cozinha. “Com essa visibilidade mundial, pessoas do mundo todo virão à procura desta experiência mineira. E nós temos que estar preparados para recebê-las, do nosso jeito”. z

GaBrieL MarQueS

Flávio trombino, chef do Restaurante Xapuri e um dos embaixadores da candidatura: “Com essa visibilidade mundial, pessoas do mundo todo virão à procura desta experiência mineira. E nós temos que estar preparados para recebê-las, do nosso jeito”

Gilberto Castro, presidente da Belotur:

“É hora de reforçar as ações do dossiê e

continuar a qualifi cação dos profi ssionais. temos a ideia de

posicionar BH como um polo turístico

gastronômico”

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artiGo | O MUNDO DO VINhO

Por RODRIGO A. FONSECA

É sabido que todo vinho tem ao menos alguns defeitos. Muitos estão abaixo do limite de percepção sensorial humano, ou são anu-lados por aromas e sabores agradáveis e mais potentes. Como defei-tos e/ou contaminações graves são raramente vistos atualmente, vamos analisar somente os problemas mais comuns, em vinhos novos e naqueles com algum tempo de guarda. As faltas podem ser classificadas como imperfeições ou defeitos. As primeiras denotam algo tolerável e defeitos significam falhas graves que podem tornar o vinho impróprio para consumo.

Os problemas podem surgir no vinhedo, na cantina, no engarrafa-mento e na comercialização. No vinhedo, três questões influenciam diretamente a qualidade do vinho que se quer produzir: o rendimento (t/ha), a sanidade da fruta e a data da colheita. Como as restrições econô-micas são determinantes na elaboração da maioria dos produtos de consumo, busca-se, então, um compromisso entre preço final e quali-dade aceitável. Podem ocorrer colheitas precoces, sombreamento exces-sivo de cachos e rendimentos altos, que geram imperfeições como sa-bores ‘verdes’, álcool baixo, perda de tipicidade, acidez elevada e taninos agressivos; frutas pouco saudáveis, que podem introduzir aromas e sa-bores desagradáveis; e colheitas atrasadas, que podem dar origem a ál-cool excessivo, baixa acidez, sabores que lembram uva-passa e uvas atacadas por fungos ou doenças. No outro extremo, vinhedos ventila-dos, sem fungos e doenças, e adequadamente podados geram fruta com amadurecimento mais homogêneo, que pode facilmente ser selecio-nada. Dão origem a vinhos com aromas e sabores mais intensos, mais elegantes, equilibrados, e com taninos muito finos, mas a preços com-patíveis com os custos de produção mais altos.

Um vinho ‘normal’ provem de extensos vinhedos, com dezenas de milhares de plantas, cada uma com diversos cachos, insolação variável ao longo das fileiras, em solo cuja fertilidade e capacidade de retenção de água também varia. O vinho será sempre uma média daquilo que o vinhedo produziu, com frutas mais e menos maduras, algumas até atacadas por fungos. Vários procedimentos de produção permitem mitigar as imperfei-ções, entre eles desacidificação, acidificação, acréscimo de açúcar ou de água ao mosto, dealcoolização, controle de taninos e adição de açúcar após a fermentação. Vinhos imperfeitos podem, ainda, ser mesclados com ou-tros de modo a minimizar ou tornar imperceptível algum problema. E mesmo os melhores vinhos não costumam dispensar pequenos ajustes.

Durante a fermentação e subsequente estágio em tanques ou barricas, o mosto e o vinho estarão sempre sujeitos a influências dos inúmeros micro-organismos, benéficos e nocivos, que vivem nas cantinas e deles se alimentam. Não afetam o gosto do vinho, mas produzem substâncias que tanto podem tornar o vinho mais agradável como arruiná-lo. Cada etapa da produção exige monitoramento cuidadoso. Alguns tipos de leveduras que fazem as fermentações alcoólica e malolática podem produzir subs-

“ As faltas podem ser classificadas como imperfeições ou defeitos. As primeiras denotam algo tolerável, e defeitos significam falhas graves que podem tornar o vinho impróprio para consumo”

Rodrigo A. Fonseca é engenheiro, chef e sócio do restaurante francês Taste-Vin

FaLtaS eM viNHoS – Parte i

tâncias de gosto indesejável, sendo ne-cessário saber com precisão quais estão ativas nos processos. Outro defeito grave na fase de produção é a contaminação por bactérias produtoras de acidez volá-til. A acidez volátil pode ter um compo-nente muito nocivo, o ácido acético, que lembra vinagre, e ‘queima’ o bulbo nasal. Outra levedura com presença constante nas áreas de produção, e que deve ser mantida inativa, é a Brettanomyces, ou Brett. Produz, em maior ou menor es-cala, as substâncias 4EG e 4EP, que têm os conhecidos aromas e sabores de está-bulo, curral, cavalo suado, cachorro mo-lhado, etc. Em pequenas quantidades, podem oferecer maior complexidade, mas a maioria dos enólogos considera um defeito grave sua presença. A Brett tem vida longa e pode permanecer ativa durante anos dentro da garrafa.

No próximo artigo abordaremos al-gumas substâncias presentes nos vi-nhos, nas cantinas e na embalagem que podem comprometer sua qualidade, e o importante manuseio do produto, da origem até o consumidor. z

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Na Sociedade | hELVÉCIO CARLOS

JP Lima /Divulgação

helvécio Carlos /EM /DA Press

tutti Maravilha e Maria rita mataram as sau-dades na recente passagem da artista por Belo horizonte, no início de novembro. “Apesar de ela vir muito à cidade, eu não vou a shows em ginásio por questão de acústica, conforto...”, comentou o radialista, um dos mais queridos da cidade. Du-rante o show, ela lembrou da amizade da mãe, Elis Regina, com Tutti, citando uma história dos dois. De volta de uma viagem aos Estados Unidos, Elis trouxe o disco Ella Fitzgerald and Billie Holiday –The Newport Years de presente para ele, que foi a São Paulo cuidar de João Marcelo, irmão de Maria Rita. No vinil, o autógrafo: “Espero que goste de minhas Nossas Senhoras”. Tutti estava na pla-teia, mas resistiu até dar um grito: “Eu trouxe o disco”. Foi Fabrício Carpinejar, sentado bem ao lado, que deu um empurrãozinho para ele se ma-nifestar. Carpinejar ainda definiu a declaração de Maria Rita como “pagamento de amor à vista”. No camarim, bem humorado, Tutti disse que não daria, emprestaria ou venderia o vinil. Nem mesmo à filha da Pimentinha. “Mas o deixe de herança”, pediu Maria Rita.

Pacífico Mascarenhas reco-nhece que ter uma estátua de bronze, em frente à sede do Minas Tênis Clube, na rua da Bahia, é a maior homenagem que recebeu na vida. Ele conta que a inauguração, no início do mês, foi emocionante. “Tenho muitos conhecidos, por isso pensei que haveria muita gente por lá, mas não tantos”, disse, bem hu-morado, ao calcular que mil pes-soas passaram pela solenidade. Na obra de Léo Santana, Pacífico, precursor da bossa nova em Minas Gerais, está sentado com um vio-lão nas mãos. Pacífico (na foto, com o diretor de cultura do Minas, andré rubião ) também é uma das figuras mais importantes do MTC, onde atuou por mais de 30 anos como diretor social.

PaGaMeNto de aMor À viSta

Papai Noel, quem diria, está dando pinta por aí, de bermuda, arquinho no cabelo e camiseta floral. Não estranhe, mas Freddy Mozart, que há 30 anos incorpora o Bom Velhinho, pode ser visto bem à vontade pela cidade. Com o cabelo grande, barba com aplique de cabelo indiano de-sidratado, é fácil apontar o ator como a versão do Papai Noel no verão escaldante do país. “Ao longo desses anos, fiz de tudo para que me aceitassem como Papai Noel de bermuda e camiseta, mas não adianta. Só querem aquele que acreditam ser o tradicional, criação do marketing da Coca-Cola, que usa as cores da marca, vermelho, preto e branco.” Apesar da resistência, Freddy encara sua agenda cheia com o uniforme que todos querem. “Já me acostumei com o calor. Uso uma malha ave-ludada que minimiza as temperaturas elevadas.”

BoM veLHiNHo À voNtade

HoMeNaGeM da vida

De volta de férias na Itália, regina Porto trouxe como uma das melho-res lembranças o encontro com rod Stewart no restaurante Dal Bolog-nese Roma. O músico inglês foi super-simpático e ainda confessou a Regina que tem boas recordações do Brasil onde fez grandes shows. Se-gundo Regina, Stewart estava tran-quilo, acompanhado por dois amigos.

o eNcoNtro coM o ídoLo

Orlando Bento /Divulgacão

Festeira como ela só, Marilu Verdo-lim marcou para dia 30 o almoço em comemoração do seu aniversário. O encontro, no sítio 3 irmãos, na região de Sete Lagoas, vai reunir amigos –que não são poucos – e a família de aniversariante. zuza fará a trilha so-nora do encontro.

FeSta Para MariLu

Arquivo pessoal

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Sociedade

Os 80 anos do professor João Bosco Leopoldino foram comemorados com almoço no Automóvel Clube. O en-contro organizado pela JBL Advocacia e Consultoria reuniu familiares, amigos, colegas e clientes. Sócio-fun-dador do escritório, o aniversariante ganhou biografia organizada pela equipe do JBL, que foi entregue aos convidados. Fotos: Violeta Andrada.

Vida em biografia

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João Bosco Leopoldino e Ana Lúcia Leopoldino

Fernando Barros, Sérgio Miranda, Cristina Caetano e Maurício Leopoldino

Patrícia Leopoldino, Maurício Leopoldino, Ana Lúcia Leopoldino, João Bosco Leopoldino e Ana Regina Leopoldino

Ezio cabral, João Bosco Pinto Lara, Antônio Alvares e Abelardo Flores

Ana Amélia Ribeiro Sales, João Bosco Leopoldino, Patricia Guimarães, Karina Rodrigues e Lucas Lemos

João Bosco Leopoldino e Misabel Derzi

Patrícia Leopoldino, Eliane Lustosa, João Bosco Leopoldino e Fernanda Nogueira

Leila de Fátima Silva Oliveira, Eustáquio Alves, João Virgílio hilário, João Bosco Leopoldino, Márcio horta e Clovis Oliveira

Murilo Fernandes Almeida, João Bosco Leopoldino e Sônia Diniz

Lorena Macedo, Márcio horta, Leonardo Spalenza e Ana Regina Leopoldino

Mateus Matos e Marcelo Teixeira

Equipe do escritório João Bosco LeopoldinoMaurício Leopoldino, Ana Lúcia Leopoldino, Joao Bosco Leopoldino e Orestes Fistarol Inspetor

Jussara Machado, Maurício Leopoldino, Patrícia Leopoldino e Thierry Carre

Leandro Novais, João Bosco Leopoldino e João Batista de Oliveira Rocha

Paulo França, Marli Palhares, José Bruna Alonso, Patrícia Leopoldino e Maurício Leopoldino

Rodrigo Pagani, Maurício Leopoldino, Eduardo Goulart Pimenta, Luciana Castro e Rafael Boechart

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Sociedade

Amigos, clientes e parceiros conheceram a nova visão empreendedora do escritório SCB durante bate papo na Fiemg. Os só-cios Sérgio Sette Câmara, Roberta Corrêa e Luiz Flávio Bastos receberam os convida-dos com um café da manhã. O evento mar-cou o início das comemorações de 30 anos de atuação da empresa no mercado da advocacia. Em prol do comprometimento com a qualidade e os serviços prestados ao longo de três décadas, o escritório anunciou a parceria com o DC Associados, que tem à frente Daniel Carneiro, vem somar um novo conceito jurídico em Minas. Fotos: Wilvis handel / Divulgação.

30 anos de atuação

Daniel Carneiro e Alexandre Lindenbojm

Sérgio Sette Câmara

Sérgio Sette Câmara e Daniel CarneiroLuiz Flávio Bastos, Roberta Corrêa e Sérgio Sette Câmara

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Sociedade

A Bradesco Saúde lançou no dia 5 de novembro, no Ouro Minas, seu novo plano de saúde empresarial regional. A diretoria da Rede Mater Dei participou do evento, reforçando a parceria entre as empresas. “Por meio desse novo plano estamos estendendo a assistência para o Mater Dei Betim-Contagem”, disse o presidente henrique Salvador, que destacou a importância de os prestadores de saúde e as ope-radoras trabalharem em conjunto para levar a me-lhor assistência aos usuários. Fotos: Divulgação.

Parceria Mater Dei e Bradesco

Diretores da Bradesco Seguros e da Rede Mater Dei

henrique Salvador e Flávio Bitter Vinícius Albernaz, henrique Salvador e Manoel Peres

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Sociedade

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A Clínica Origen, dos sócios Selmo Geber e Marcos Sam-paio, recebeu no hotel Fasano, no dia 5 de novembro, um grupo seleto de médicos ginecologistas para falar sobre a medicina do futuro. à frente do debate, dois nomes que estão na vanguarda da discussão mundial: Andressa Gulin, médica pioneira no estudo de Inovação e Revolução Digital no Brasil, que esteve por alguns meses no Nasa Research Park, no Vale do Silício, estudando inovações disruptivas na Singularity University; e Erivelton Laureano, CEO da IVF Brazil, que falou sobre o comportamento das pacientes Millennials. Fotos: Cláudio Cunha/divulgação.

Medicina do futuro

Selmo Geber e Marcos Sampaio

Andressa Gulin e Erivelton Laureano Ana zita Odane Rodrigues, Gisele Rocha Corrêa e Márcia Costa Maia

Erivelton Laureano e Marcos Sampaio

Flávio Vasconcelos e Waldeir José Almeida Junior

José Mauro de Moraes e Ana Inês Coura Teixeira

hilton Franco e Jéferson Ambrósio e Anete Vitarelli

Marcos Sales de Rezende e João Daher Filho Tatiana Moreira Andressa Gulin, Tatiana Moreira e Erivelton Laureano Assumpto Iaconelli, Marcos Sampaio, Selmo Geber e Amanda Alvarez

Waldeir José Almeida, Túlia Fadel e André Viana

Maria helena Degani, Márcia Costa Maia e Ana zita Odane Rodrigues

Djalma Bambirra, Afonso Abood, Silvana Gomes Vieira Campos e Selmo Geber Walter Tavares e Mariza Chagas Sales

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crÔNica | PAULA PIMENTA

O fim do ano está chegando. Para muitos, essa é a ocasião de desa-celerar, de curtir as festas, o verão. Mas uma grande parte da população tem planos bem diferentes para essa época: os vestibulares e o temido Enem.

A escolha da profissão parece tão simples quando somos criança, sempre temos na ponta da língua a resposta para a clássica pergunta: “O que você vai ser quando crescer?”. E ela geralmente é: “bailarina”, “can-tora”, “jogador de futebol”. Na infância, levamos em conta apenas a emo-ção, pois é a etapa em que acreditamos que nossa vontade basta para tornar as coisas possíveis. Os pais acham graça e até incentivam aqueles sonhos, porém, basta chegar à adolescência que nos explicam que so-nhar não é suficiente. É preciso escolher uma carreira segura. Que nos sustente, que dê status, que possa realizar as nossas ambições.

Essa fase realmente não é fácil. Lembro que quando fiz vestibular todos me cobravam uma resposta. Com 16 anos eu já deveria saber o que almejava fazer pelo resto da minha vida, certo? Errado. Eu não ti-nha a menor ideia do que queria para meu futuro. Só sabia que era louca por música, que adorava escrever, que amava animais e que de-testava matemática e física. Eu invejava profundamente os meus cole-gas, que desde os 5 anos de idade diziam: “Quero ser médico!” E du-rante a vida inteira se prepararam mentalmente para isso. Até o momento de fazer a inscrição no vestibular eu ainda tinha dúvidas! Acabei escolhendo jornalismo, pois isso parecia a coisa certa a fazer. Eu era muito boa em português, gostava de fazer redações, escrevia poe-sias. Mas, guardei no fundo do peito a vontade de ser veterinária. Quando intimamente eu achava que devia era estudar música.

Bastou entrar na faculdade para perceber que o que pensamos que sabemos sobre uma profissão não é bem o que ela é na prática. Não basta ter aptidão, é preciso perguntar: eu gosto disso como um hobby ou para fazer todos os dias? Logo que passei a ser obrigada a escrever, percebi que o que eu realmente gostava era de colocar minhas emo-ções no papel e não de relatar os fatos imparcialmente. Foi quando entendi que não era bem ser jornalista que eu desejava. A minha von-tade real era de ser escritora.

O problema é que a vida inteira eu havia aprendido que escritora não era uma profissão “de verdade”. Os escritores que eu conhecia eram também médicos, jornalistas, professores... Então, em vez de in-vestir nisso de cara, mudei para o curso de publicidade, uma carreira em que eu poderia ser criativa e ter estabilidade ao mesmo tempo. A partir de então, passei a escrever só nas horas vagas. Apenas vários anos depois da formatura, quando percebi que eu continuava insatisfeita, é que resolvi largar tudo e passar um ano em Londres, onde fiz um curso de escrita criativa que mudou minha vida. Na verdade, não foi bem o curso, mas o fato de ele ter me despertado a vontade de escrever um romance do início ao fim. Foi esse romance que transformou toda

“ Bastou entrar na faculdade para perceber que o que pensamos que sabemos sobre uma profissão não é bem o que ela é na prática. não basta ter aptidão, é preciso perguntar: eu gosto disso como um hobby ou para fazer todos os dias?”

Paula Pimenta é escritora

o que eu vou ser quando crescer?

minha história e que me fez descobrir que ser escritora é, sim, uma excelente profissão.

Então, esse é o conselho que dou para todos os jovens que estão indeci-sos nesse momento da escolha profis-sional: não pensem que sua decisão é permanente. Vocês não têm de acertar de primeira. A vida é longa, dá tempo de experimentar algumas vezes antes de escolher o caminho definitivo. E, mesmo depois de escolhido, ainda dá para voltar atrás, começar tudo de novo. Claro que o quanto antes desco-brirem o que realmente querem, mais cedo vão se realizar profissionalmente. Mas não pensem nessa escolha como se fosse sua única chance, senão a pres-são pode atrapalhar muito! O mais im-portante é lembrar daquela frase cli-chê, mas que é tão verdadeira: siga o seu coração. z

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Sua escolha muda o futuro do seu filho!A liberdade está diretamente relacionada à disciplina, ao respeito e à competência para fazer escolhas. Aqui as crianças se desenvolvem com autonomia e são protagonistas do seu crescimento.

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