5/31/2018 oEvangelhoSegundooEspiritismo-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-5620108de3d51 1/ O Evangelho SEGUNDO O ESPIRITISMO Sem título-1 13/04/05, 15:30 1
O EvangelhoSEGUNDO O ESPIRITISMO
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O EvangF inabalvel so a que pode
encarar frente a
frente a razo,
em todas as
pocas da
Humanidade.
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vangelhoSEGUNDO O ESPIRITISMO
COM
A EXPLICAO DAS MXIMAS MORAIS DO CRISTOEM CONCORDNCIA COM O ESPIRITISMO E SUASAPLICAES S DIVERSAS CIRCUNSTNCIAS DA VIDA
Por
ALLAN KARDEC
FEDERAO ESPRITA BRASILEIRADepartamento Editorial e Grfico
Rua Souza Valente, 1720941-040 Rio de Janeiro-RJ Brasil
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Ttulo do original francs: LEVANGILE SELON LE SPIRITlSME(Paris, abril 1864)
Traduo de GUILLON RIBEIROda 3 edio francesa, revista, corrigida
e modificada pelo Autor em 1866
Capa??????
Projeto GrficoFatima Agra
EditoraoFA Editorao Eletrnica
Fotolitos e impresso offsetDepartamento Grfico da FEB
Copyright 1944 byFEDERAO ESPRITA BRASILEIRA (Casa-Mter do Espiritismo)
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K27e120.ed.
Kardec, Allan, 1804-1869O Evangelho segundo o espiritismo: com explicaes das mxi-
mas morais do Cristo em concordncia com o espiritismo e suas apli-caes s diversas circunstncias da vida / por Allan Kardec; [tradu-o de Guillon Ribeiro]. - 120.ed. - Rio de Janeiro: Federao EspritaBrasileira, 2002
Traduo de: L Evangile selon le spiritismeISBN 85-7328-046-8
1. Jesus Cristo - Interpretaes espritas. 2. Espiritismo. I. Ttulo.
98-0471. CDD 133.9CDU 133.7
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Sumrio
ndice de referncias bblicas ............................... 13
Nota da editora .................................................... 17
Explicao ............................................................... 19
Prefcio ............................................................... 21
Introduo ........................................................... 23I Objetivo desta obra. II Autoridade da DoutrinaEsprita. Controle universal do ensino dos Espritos.III Notcias histricas. IV Scrates e Plato, pre-cursores da idia crist e do Espiritismo.
CAPTULO I NO VIM DESTRUIR A LEI ......................... 58As trs revelaes: Moiss, Cristo, Espiritismo: 1 a7. Aliana da Cincia e da Religio: 8. Instruesdos Espritos: A nova era: 9 a 11.
CAPTULO II MEU REINO NO DESTE MUNDO .......... 72A vida futura: 1 a 3. A realeza de Jesus: 4. O pontode vista: 5 a 7. Instrues dos Espritos: Uma reale-za terrestre: 8.
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6 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPTULO III H MUITAS MORADAS NA CASA DEMEU PAI ........................................................ 82Diferentes estados da alma na erraticidade: 1 e 2. Diferentes categorias de mundos habitados: 3 a 5. Destinao da Terra. Causas das misrias huma-
nas: 6 e 7. Instrues dos Espritos: Mundos infe-
riores e mundos superiores: 8 a 12. Mundos de
expiaes e de provas: 13 a 15. Mundos regenera-
dores: 16 a 18. Progresso dos mundos: 19.
CAPTULO IV NINGUM PODER VER O REINO DEDEUS SE NO NASCER DE NOVO........................ 96Ressurreio e reencarnao: 1 a 17. A reencarna-
o fortalece os laos de famlia, ao passo que a
unicidade da existncia os rompe: 18 a 23. Instru-
es dos Espritos: Limites da encarnao: 24. Ne-
cessidade da encarnao: 25 e 26.
CAPTULO V BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS............ 116Justia das aflies: 1 a 3. Causas atuais das afli-
es: 4 e 5. Causas anteriores das aflies: 6 a 10.
Esquecimento do passado: 11. Motivos de resig-
nao: 12 e 13. O suicdio e a loucura: 14 a 17.
Instrues dos Espritos: Bem e mal sofrer: 18. O
mal e o remdio: 19. A felicidade no deste mun-
do: 20. Perda de pessoas amadas. Mortes prema-
turas: 21. Se fosse um homem de bem, teria
morrido: 22. Os tormentos voluntrios: 23. A des-
graa real: 24. A melancolia: 25. Provas volunt-
rias. O verdadeiro cilcio: 26. Dever-se- pr termo
s provas do prximo?: 27. Ser lcito abreviar a
vida de um doente que sofra sem esperana de cura?:
28. Sacrifcio da prpria vida: 29 e 30. Proveito
dos sofrimentos para outrem: 31.
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7SUMRIO
CAPTULO VI O CRISTO CONSOLADOR ................... 154O jugo leve: 1 e 2. Consolador prometido: 3 e 4.
Instrues dos Espritos: Advento do Esprito de
Verdade: 5 a 8.
CAPTULO VII BEM-AVENTURADOS OS POBRES DEESPRITO ..................................................... 162O que se deve entender por pobres de esprito: 1 e 2.
Aquele que se eleva ser rebaixado: 3 a 6. Mist-
rios ocultos aos doutos e aos prudentes: 7 a 10.
Instrues dos Espritos: O orgulho e a humildade: 11
e 12. Misso do homem inteligente na Terra: 13.
CAPTULO VIII BEM-AVENTURADOS OS QUE TMPURO O CORAO ......................................... 180Simplicidade e pureza de corao: 1 a 4. Pecado
por pensamentos. Adultrio: 5 a 7. Verdadeira pu-
reza. Mos no lavadas: 8 a 10. Escndalos. Se a
vossa mo motivo de escndalo, cortai-a: 11 a 17.
Instrues dos Espritos: Deixai que venham a mim
as criancinhas: 18 e 19. Bem-aventurados os que
tm fechados os olhos: 20 e 21.
CAPTULO IX BEM-AVENTURADOS OS QUE SOBRANDOS E PACFICOS................................... 198Injrias e violncias: 1 a 5. Instrues dos Espri-
tos: A afabilidade e a doura: 6. A pacincia: 7.
Obedincia e resignao: 8. A clera: 9 e 10.
CAPTULO X BEM-AVENTURADOS OS QUE SOMISERICORDIOSOS ........................................ 208Perdoai, para que Deus vos perdoe: 1 a 4. Reconci-
liao com os adversrios: 5 e 6. O sacrifcio mais
agradvel a Deus: 7 e 8. O argueiro e a trave no
olho: 9 e 10. No julgueis, para no serdes julga-
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8 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
dos. Atire a primeira pedra aquele que estiver sem
pecado: 11 a 13. Instrues dos Espritos: Perdo
das ofensas: 14 e 15. A indulgncia: 16 a 18.
permitido repreender os outros, notar as imperfei-
es de outrem, divulgar o mal de outrem?: 19 a 21.
CAPTULO XI AMAR O PRXIMO COMO A SI MESMO .... 226O mandamento maior. Fazermos aos outros o quequeiramos que os outros nos faam. Parbola doscredores e dos devedores: 1 a 4. Dai a Csar o que de Csar: 5 a 7. Instrues dos Espritos: A lei deamor: 8 a 10. O egosmo: 11 e 12. A f e a carida-de: 13. Caridade para com os criminosos: 14. Deve-se expor a vida por um malfeitor?: 15.
CAPTULO XII AMAI OS VOSSOS INIMIGOS ................ 244Retribuir o mal com o bem: 1 a 4. Os inimigos de-sencarnados: 5 e 6. Se algum vos bater na facedireita, apresentai-lhe tambm a outra: 7 e 8. Instru-es dos Espritos: A vingana: 9. O dio: 10. O duelo: 11 a 16.
CAPTULO XIII NO SAIBA A VOSSA MO ESQUERDAO QUE D A VOSSA MO DIREITA .................... 262Fazer o bem sem ostentao: 1 a 3. Os infortniosocultos: 4. O bolo da viva: 5 e 6. Convidar ospobres e os estropiados. Dar sem esperar retribui-o: 7 e 8. Instrues dos Espritos: A caridade ma-terial e a caridade moral: 9 e 10. A beneficncia: 11a 16. A piedade: 17. Os rfos: 18. Benefciospagos com a ingratido: 19. Beneficncia exclusi-va: 20.
CAPTULO XIV HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA ME... 292Piedade filial: 1 a 4. Quem minha me e quemso meus irmos?: 5 a 7. A parentela corporal e a
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9SUMRIO
parentela espiritual: 8. Instrues dos Espritos: Aingratido dos filhos e os laos de famlia: 9.
CAPTULO XV FORA DA CARIDADE NO H SALVAO .. 306O de que precisa o Esprito para ser salvo. Parbolado bom samaritano: 1 a 3. O mandamento maior:4 e 5. Necessidade da caridade, segundo S. Paulo:6 e 7. Fora da Igreja no h salvao. Fora da ver-dade no h salvao: 8 e 9. Instrues dos Espri-tos: Fora da caridade no h salvao: 10.
CAPTULO XVI NO SE PODE SERVIR A DEUS E AMAMON ....................................................... 318Salvao dos ricos: 1 e 2. Preservar-se da avareza:3. Jesus em casa de Zaqueu: 4. Parbola do maurico: 5. Parbola dos talentos: 6. Utilidade provi-dencial da riqueza. Provas da riqueza e da misria:7. Desigualdade das riquezas: 8. Instrues dosEspritos: A verdadeira propriedade: 9 e 10. Empre-go da riqueza: 11 a 13. Desprendimento dos bensterrenos: 14. Transmisso da riqueza: 15.
CAPTULO XVII SEDE PERFEITOS............................ 344Caracteres da perfeio: 1 e 2. O homem de bem:3. Os bons espritas: 4. Parbola do semeador: 5e 6. Instrues dos Espritos: O dever: 7. A virtu-de: 8. Os superiores e os inferiores: 9. O homemno mundo: 10. Cuidar do corpo e do esprito: 11.
CAPTULO XVIII MUITOS OS CHAMADOS, POUCOS OSESCOLHIDOS ................................................ 364Parbola do festim de bodas: 1 e 2. A porta estrei-ta: 3 a 5. Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor!entraro no reino dos cus: 6 a 9. Muito se pedirquele que muito recebeu: 10 a 12. Instrues dosEspritos: Dar-se- quele que tem: 13 a 15. Pelassuas obras que se reconhece o cristo: 16.
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10 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPTULO XIX A F TRANSPORTA MONTANHAS ....... 382Poder da f: 1 a 5. A f religiosa. Condio da finabalvel: 6 e 7. Parbola da figueira que secou: 8a 10. Instrues dos Espritos: A f: me da esperan-a e da caridade: 11. A f humana e a divina: 12.
CAPTULO XX OS TRABALHADORES DA LTIMA HORA.. 394Instrues dos Espritos: Os ltimos sero os primei-
ros: 1 a 3. Misso dos espritas: 4. Os obreiros do
Senhor: 5.
CAPTULO XXI HAVER FALSOS CRISTOS E FALSOSPROFETAS .................................................. 404Conhece-se a rvore pelo fruto: 1 a 3. Misso dos
profetas: 4. Prodgios dos falsos profetas: 5. No
creais em todos os Espritos: 6 e 7. Instrues dos
Espritos: Os falsos profetas: 8. Caracteres do ver-
dadeiro profeta: 9. Os falsos profetas da erraticida-
de: 10. Jeremias e os falsos profetas: 11.
CAPTULO XXII NO SEPAREIS O QUE DEUS JUNTOU ... 420Indissolubilidade do casamento: l a 4. O divrcio: 5.
CAPTULO XXIII ESTRANHA MORAL ......................... 426Odiar os pais: 1 a 3. Abandonar pai, me e filhos: 4
a 6. Deixar aos mortos o cuidado de enterrar seus
mortos: 7 e 8. No vim trazer a paz, mas, a diviso:
9 a 18.
CAPTULO XXIV NO PONHAIS A CANDEIA DEBAIXODO ALQUEIRE............................................... 440Candeia sob o alqueire. Por que fala Jesus por par-
bolas: 1 a 7. No vades ter com os gentios: 8 a 10.
No so os que gozam sade que precisam de mdi-
co: 11 e 12. Coragem da f: 13 a 16. Carregar sua
cruz. Quem quiser salvar a vida, perd-la-: 17 a 19.
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11SUMRIO
CAPTULO XXV BUSCAI E ACHAREIS ....................... 454Ajuda-te a ti mesmo, que o cu te ajudar: 1 a 5.
Observai os pssaros do cu: 6 a 8. No vos
afadigueis pela posse do ouro: 9 a 11.
CAPTULO XXVI DAI GRATUITAMENTE O QUEGRATUITAMENTE RECEBESTES ........................ 464Dom de curar: 1 e 2. Preces pagas: 3 e 4. Merca-
dores expulsos do templo: 5 e 6. Mediunidade gra-
tuita: 7 a 10.
CAPTULO XXVII PEDI E OBTEREIS ......................... 472Qualidades da prece: 1 a 4. Eficcia da prece: 5 a
8. Ao da prece. Transmisso do pensamento: 9 a
15. Preces inteligveis: 16 e 17. Da prece pelos
mortos e pelos Espritos sofredores: 18 a 21. Ins-
trues dos Espritos: Maneira de orar: 22. Felici-
dade que a prece proporciona: 23.
CAPTULO XXVIII COLETNEA DE PRECES ESPRITAS .. 492Prembulo: 1.
I PRECES GERAIS ............................................... 495Orao dominical: 2 e 3. Reunies espritas: 4 a 7.
Para os mdiuns: 8 a 10.
II PRECES POR AQUELE MESMO QUE ORA ............... 511Aos anjos guardies e aos Espritos protetores: 11 a
14. Para afastar os maus Espritos: 15 a 17. Para
pedir a corrigenda de um defeito: 18 e 19. Para
pedir a fora de resistir a uma tentao: 20 e 21.
Ao de graas pela vitria alcanada sobre uma ten-
tao: 22 e 23. Para pedir um conselho: 24 e 25.
Nas aflies da vida: 26 e 27. Ao de graas por
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12 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
um favor obtido: 28 e 29. Ato de submisso e de
resignao: 30 a 33. Num perigo iminente: 34 e 35.
Ao de graas por haver escapado a um perigo: 36
e 37. hora de dormir: 38 e 39. Prevendo prxi-
ma a morte: 40 e 41.
III PRECES POR OUTREM ...................................... 529Por algum que esteja em aflio: 42 e 43. Ao degraas por um benefcio concedido a outrem: 44 e45. Pelos nossos inimigos e pelos que nos queremmal: 46 e 47. Ao de graas pelo bem concedidoaos nossos inimigos: 48 e 49. Pelos inimigos doEspiritismo: 50 a 52. Por uma criana que acabade nascer: 53 a 56. Por um agonizante: 57 e 58.
IV PRECES PELOS QUE J NO SO DA TERRA ......... 539Por algum que acaba de morrer: 59 a 61. Pelaspessoas a quem tivemos afeio: 62 e 63. Pelasalmas sofredoras que pedem preces: 64 a 66. Porum inimigo que morreu: 67 e 68. Por um crimino-so: 69 e 70. Por um suicida: 71 e 72. Pelos Espri-tos penitentes: 73 e 74. Pelos Espritos endureci-dos: 75 e 76.
V PRECES PELOS DOENTES E PELOS OBSIDIADOS .... 554Pelos doentes: 77 a 80. Pelos obsidiados: 81 a 84.
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ndice de refernciasbblicas
MATEUS
CAP. VV. PG.
6 19 a 21 4586 24 319 *6 25 a 34 4587 1 e 2 2157 3 a 5 2147 7 a 11 4557 12 2287 13 e 14 3697 15 a 20 4057 21 a 23 3717 24 a 27 3728 1 a 4 2648 21 e 22 432 *9 10 a 12 448
10 5 a 7 44610 8 46510 9 a 15 46110 26 441 *10 28 53310 32 e 33 45010 34 a 36 43310 37 42710 38 e 39 45211 12 a 15 10311 25 16811 28 a 30 15512 33 405 *12 46 a 50 29713 1 a 9 352
CAP. VV. PG.
3 10 405 *5 3 1635 5 1995 4 1185 6 1185 6 5335 7 2095 8 1815 9 1995 10 1185 10 a 12 5335 15 4415 17 e 18 595 19 3725 20 2465 21 e 22 1995 23 e 24 2135 25 e 26 2115 27 e 28 1845 29 e 30 1885 31 e 32 421 *5 38 a 42 2515 43 a 47 2455 44 3455 46 a 48 3456 1 a 4 2636 5 a 8 4736 9 a 13 4956 14 e 15 209
* Os asteriscos indicam que tais versculos tm relao com o assun-to tratado pelo Autor, se bem que no citados na obra.
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14 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAP. VV. PG.
13 10 a 14 37613 10 a 15 44213 18 a 23 35314 1 e 2 98 *15 1 a 20 18516 13 a 17 9716 24 a 26 452 *17 10 a 13 9817 14 a 20 38318 1 a 5 16518 6 a 11 18818 15 21018 20 50418 21 e 22 21018 23 a 35 22819 3 a 9 42119 13 a 15 181 *19 16 a 24 31919 18 e 19 29319 29 43019 30 396 *
CAP. VV. PG.
20 1 a 16 39520 20 a 28 16521 12 e 13 46721 18 a 21 388 *21 21 383 *21 22 475 *22 1 a 14 36522 15 a 22 23022 34 a 40 22722 34 a 40 31123 11 e 12 165 *23 14 46623 25 a 28 51423 25 a 28 185 *24 4 e 5 40624 11 a 13 40624 23 e 24 40625 29 377 *25 14 a 30 32425 31 a 46 30727 11 73 *
MARCOS
CAP. VV. PG.
1 40 a 44 263 *2 15 a 17 448 *3 20 e 21 2963 31 a 35 2964 1 a 9 352 *4 10 a 12 441 *4 11 441 *4 13 a 20 352 *4 21 e 22 441 *4 24 215 *4 24 e 25 3774 25 441 *6 8 a 11 461 *6 14 a 16 987 1 a 23 181 *8 27 a 30 978 34 a 36 4528 38 1848 38 450 *9 11 a 13 989 35 a 37 165 *
CAP. VV. PG.
9 42 a 47 188 *10 2 a 12 421 *10 13 e 16 18110 17 a 25 31910 19 29310 29 e 30 430 *10 31 395 *10 35 a 45 165 *11 12 a 14 38811 15 a 18 46711 20 a 23 38811 24 47511 25 e 26 47412 13 a 17 23012 28 a 31 227 *12 28 a 31 311 *12 38 a 40 46612 41 a 44 26813 5 e 6 40613 21 e 22 40615 2 73 *
MATEUS
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3014
15NDICE DE REFERNCIAS BBLICAS
LUCAS
CAP. VV. PG.
5 12 a 14 264 *5 29 a 31 448 *6 20 163 *6 20 e 21 1186 22 e 23 4526 22 e 23 533 *6 24 e 25 1186 27 e 28 245 *6 27 e 28 345 *6 29 e 30 251 *6 31 2286 32 a 36 2466 32 a 36 345 *6 37 e 38 215 *6 41 e 42 215 *6 43 a 45 4056 46 a 49 3728 4 a 8 352 *8 10 e 18 442 *8 11 a 15 353 *8 16 e 17 4418 18 377 *8 19 a 21 296 *9 3 a 5 461 *9 7 a 9 989 18 a 20 97 *9 23 a 25 4529 26 4509 37 a 43 383 *9 46 a 48 165 *9 59 e 60 4329 61 e 62 430
10 21 168 *10 25 a 27 227 *10 25 a 27 311 *10 25 a 37 30911 2 a 4 496 *11 9 a 13 455 *11 33 441 *11 37 a 40 187
CAP. VV. PG.
11 39 514 *12 4 e 5 533 *12 8 e 9 450 *12 13 a 21 32112 22 a 34 458 *12 47 e 48 37412 49 a 53 43312 58 e 59 211 *13 23 a 30 36913 30 396 *14 1 16614 7 a 11 16614 12 a 15 27114 16 a 24 365 *14 25 a 27 42714 27 452 *14 33 42716 13 31916 17 59 *16 18 421 *16 19 a 31 32217 1 e 2 188 *17 3 e 4 210 *17 6 383 *17 23 406 *17 33 452 *18 9 a 14 47418 15 a 17 181 *18 18 a 25 31918 20 29318 28 a 30 43019 1 a 10 32219 11 a 27 324 *19 26 377 *19 45 e 46 467 *20 20 a 26 230 *20 45 a 47 46621 1 a 4 26822 24 a 27 165 *23 3 73 *
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3015
16 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
JOO
CAP. VV. PG.
2 13 a 16 467 *3 1 a 12 997 5 2988 3 a 11 2159 39 a 41 374
12 25 e 26 45212 40 442 *
CAP. VV. PG.
14 1 a 3 8314 13 475 *14 15 a 17 15614 26 15618 33 7318 36 e 37 73
ATOS E EPSTOLAS
CAP. VV. PG.
At. 2 17 e 18 507At. 20 29 405 *At. 28 26 e 27 442 *Rom. 2 1 215 *Rom. 13 7 230 *I Cor. 13 1 a 7 312I Cor. 13 13 312I Cor. 14 11 e 14 483
CAP. VV. PG.
I Cor. 14 16 e 17 483 Efs. 6 2 e 3 293 *
II Tim. 2 12 458 *I Ped. 3 14 533 *I Ped. 4 8 312 *I Ped. 4 14 533 *I Joo 3 22 475 *I Joo 4 1 408
VELHO TESTAMENTO
CAP. VV. PG.
Isa. 26 19 104Jer. 14 14 418 *Jer. 23 16 a 18 418Jer. 23 21 418Jer. 23 25 e 26 418Jer. 23 33 418
Joel 2 28 e 29 507 *
xo. 20 2 a 8 60 *xo. 20 12 293xo. 20 12 a 17 60 *Deu. 5 6 a 12 60 *Deu. 5 16 293 *Deu. 5 16 a 21 60 *Job 14 10 e 14 104
CAP. VV. PG.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3016
Nota da editora
A nossa traduo da obra O Evangelho segundo o Es-
piritismo foi feita da terceira edio francesa, ou seja, da-
quela que foi revista, corrigida e modificada por Allan Kardec
(Revue Spirite, ano de 1865, pg. 356).
Encarregou-se dessa traduo o saudoso presidente
da Federao Esprita Brasileira Dr. Guillon Ribeiro, en-
genheiro civil, poliglota e vernaculista.
Ruy Barbosa, em seu discurso pronunciado na sesso
de 14 de outubro de 1903 (Anais do Senado Federal, vol. II,
pg. 717), em se referindo ao seu trabalho de reviso do
Projeto do Cdigo Civil, trabalho monumental que resultou
na Rp1ica, e que lhe imortalizou o nome como fillogo e
purista da lngua, disse:
Devo, entretanto, Sr. Presidente, desempenhar-me
de um dever de conscincia registrar e agradecer da
tribuna do Senado a colaborao preciosa do Sr. Dr.
Guillon Ribeiro, que me acompanhou nesse trabalho
com a maior inteligncia, no limitando os seus servi-
os parte material do comum dos revisores, mas,
muitas vezes, suprindo at a desatenes e neglign-
cias minhas.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3017
18 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Como vemos, Guillon Ribeiro recebeu, aos vinte e oito
anos de idade, o maior prmio, o maior elogio a que poderia
aspirar um escritor, e a Federao Esprita Brasileira, vinte
anos depois, consagrou-lhe o nome, aprovando unanime-
mente as suas impecveis tradues de Kardec.
Jornalista emrito, Guillon Ribeiro foi redator do Jornal
do Commercio e colaborador dos maiores jornais da poca.
Exerceu, durante anos, o cargo de Diretor-Geral da Secre-
taria do Senado e foi Diretor da Federao Esprita Brasi-
leira, no decurso de 26 anos consecutivos, tendo traduzi-
do, ainda, O Livro dos Espritos, O Livro dos Mdiuns, A
Gnese e Obras Pstumas, todos de Allan Kardec.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3018
Explicao
Como do domnio pblico, Kardec, ao imprimir a ter-
ceira edio do seu livro O Evangelho segundo o Espiritis-
mo , por ordem dos Espritos reformou completamente as
edies anteriores, suprimindo inmeros trechos, acrescen-
tando outros, alterando a redao de muitos e a numera-
o de vrios pargrafos, tendo, anteriormente, modificado
o prprio ttulo da obra.
A 3 edio francesa ficou, pois, sendo a definitiva e,
por isso mesmo, a Federao Esprita Brasileira, obediente
s instrues que os Espritos deram a Kardec, e por este
aceitas, fez a presente traduo da referida 3 edio fran-
cesa, sobre a qual Kardec escreveu, em Revue Spirite de
novembro de 1865, o seguinte:
Esta edio foi completamente refundida. Alm de algu-
mas adies, as principais modificaes consistem numa clas-
sificao mais metdica, mais clara e mais cmoda das ma-
trias, tornando a obra de mais fcil leitura e facilitando
igualmente as consultas.
A EDITORA (FEB)
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Prefcio
Os Espritos do Senhor, que so as virtudes dos Cus, qual
imenso exrcito que se movimenta ao receber as ordens do seu
comando, espalham-se por toda a superfcie da Terra e, seme-
lhantes a estrelas cadentes, vm iluminar os caminhos e abrir
os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que so chegados os tempos em
que todas as coisas ho de ser restabelecidas no seu verdadei-
ro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e
glorificar os justos.
As grandes vozes do Cu ressoam como sons de trombetas,
e os cnticos dos anjos se lhes associam. Ns vos convidamos,
a vs homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei
unssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se es-
tendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmos a quem amamos, aqui estamos junto de
vs. Amai-vos, tambm, uns aos outros e dizei do fundo do co-
rao, fazendo as vontades do Pai, que est no Cu: Senhor!
Senhor!... e podereis entrar no reino dos Cus.
O ESPRITO DE VERDADE
Nota A instruo acima, transmitida por via medinica, resume aum tempo o verdadeiro carter do Espiritismo e a finalidade destaobra; por isso foi colocada aqui como prefcio.
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Introduo
I OBJETIVO DESTA OBRA
Podem dividir-se em cinco partes as matrias contidas
nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os mila-
gres; as predies; as palavras que foram tomadas pela Igreja
para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. As qua-
tro primeiras tm sido objeto de controvrsias; a ltima,
porm, conservou-se constantemente inatacvel. Diante des-
se cdigo divino, a prpria incredulidade se curva. terre-
no onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o
qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas
crenas, porquanto jamais ele constituiu matria das dispu-
tas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram
das questes dogmticas. Alis, se o discutissem, nele te-
riam as seitas encontrado sua prpria condenao, visto
que, na maioria, elas se agarram mais parte mstica do
que parte moral, que exige de cada um a reforma de si
mesmo. Para os homens, em particular, constitui aquele
cdigo uma regra de proceder que abrange todas as cir-
cunstncias da vida privada e da vida pblica, o princpio
bsico de todas as relaes sociais que se fundam na mais
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3023
24 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
rigorosa justia. , finalmente e acima de tudo, o roteiro
infalvel para a felicidade vindoura, o levantamento de uma
ponta do vu que nos oculta a vida futura. Essa parte a
que ser objeto exclusivo desta obra.
Toda a gente admira a moral evanglica; todos lhe pro-
clamam a sublimidade e a necessidade; muitos, porm,
assim se pronunciam por f, confiados no que ouviram di-
zer, ou firmados em certas mximas que se tornaram pro-
verbiais. Poucos, no entanto, a conhecem a fundo e menos
ainda so os que a compreendem e lhe sabem deduzir as
conseqncias. A razo est, por muito, na dificuldade que
apresenta o entendimento do Evangelho que, para o maior
nmero dos seus leitores, ininteligvel. A forma alegrica
e o intencional misticismo da linguagem fazem que a maio-
ria o leia por desencargo de conscincia e por dever, como
lem as preces, sem as entender, isto , sem proveito. Pas-
sam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados
aqui e ali, intercalados na massa das narrativas. Imposs-
vel, ento, apanhar-se-lhes o conjunto e tom-los para ob-
jeto de leitura e meditaes especiais.
certo que tratados j se ho escrito de moral evang-
lica; mas, o arranjo em moderno estilo literrio lhe tira a
primitiva simplicidade que, ao mesmo tempo, lhe constitui
o encanto e a autenticidade. Outro tanto cabe dizer-se das
mximas destacadas e reduzidas sua mais simples ex-
presso proverbial. Desde logo, j no passam de aforis-
mos, privados de uma parte do seu valor e interesse, pela
ausncia dos acessrios e das circunstncias em que fo-
ram enunciadas.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3024
25INTRODUO
Para obviar a esses inconvenientes, reunimos, nesta
obra, os artigos que podem compor, a bem dizer, um cdigo
de moral universal, sem distino de culto. Nas citaes,
conservamos o que til ao desenvolvimento da idia, pon-
do de lado unicamente o que se no prende ao assunto.
Alm disso, respeitamos escrupulosamente a traduo de
Sacy, assim como a diviso em versculos. Em vez, porm,
de nos atermos a uma ordem cronolgica impossvel e sem
vantagem real para o caso, grupamos e classificamos meto-
dicamente as mximas, segundo as respectivas naturezas,
de modo que decorram umas das outras, tanto quanto pos-
svel. A indicao dos nmeros de ordem dos captulos e
dos versculos permite se recorra classificao vulgar, em
sendo oportuno.
Esse, entretanto, seria um trabalho material que, por
si s, apenas teria secundria utilidade. O essencial era p-
-lo ao alcance de todos, mediante a explicao das passa-
gens obscuras e o desdobramento de todas as conseqn-
cias, tendo em vista a aplicao dos ensinos a todas as
condies da vida. Foi o que tentamos fazer, com a ajuda
dos bons Espritos que nos assistem.
Muitos pontos dos Evangelhos, da Bblia e dos autores
sacros em geral s so ininteligveis, parecendo alguns at
irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda
o verdadeiro sentido. Essa chave est completa no Espiri-
tismo, como j o puderam reconhecer os que o tm estuda-
do seriamente e como todos, mais tarde, ainda melhor o
reconhecero. O Espiritismo se nos depara por toda a parte
na antigidade e nas diferentes pocas da Humanidade.
Por toda a parte se lhe descobrem os vestgios: nos escri-
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26 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
tos, nas crenas e nos monumentos. Essa a razo por que,
ao mesmo tempo que rasga horizontes novos para o futuro,
projeta luz no menos viva sobre os mistrios do passado.
Como complemento de cada preceito, acrescentamos
algumas instrues escolhidas, dentre as que os Espritos
ditaram em vrios pases e por diferentes mdiuns. Se elas
fossem tiradas de uma fonte nica, houveram talvez sofri-
do uma influncia pessoal ou a do meio, enquanto a diver-
sidade de origens prova que os Espritos do indistintamente
seus ensinos e que ningum a esse respeito goza de qual-
quer privilgio.1
Esta obra para uso de todos. Dela podem todos hau-
rir os meios de confortar com a moral do Cristo o respectivo
proceder. Aos espritas oferece aplicaes que lhes
concernem de modo especial. Graas s relaes esta-
belecidas, doravante e permanentemente, entre os homens
e o mundo invisvel, a lei evanglica, que os prprios Esp-
ritos ensinaram a todas as naes, j no ser letra morta,
porque cada um a compreender e se ver incessantemente
compelido a p-la em prtica, a conselho de seus guias
espirituais. As instrues que promanam dos Espritos so
verdadeiramente as vozes do cu que vm esclarecer os ho-
mens e convid-los prtica do Evangelho.
1 Houvramos, sem dvida, podido apresentar, sobre cada assunto,maior nmero de comunicaes obtidas numa poro de outrascidades e centros, alm das que citamos. Tivemos, porm, de evitara monotonia das repeties inteis e limitar a nossa escolha sque, tanto pelo fundo quanto pela forma, se enquadravam melhorno plano desta obra, reservando para publicaes ulteriores as queno puderam caber aqui.
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27INTRODUO
II AUTORIDADE DA DOUTRINA ESPRITA
CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINODOS ESPRITOS
Se a Doutrina Esprita fosse de concepo puramente
humana, no ofereceria por penhor seno as luzes daquele
que a houvesse concebido. Ora, ningum, neste mundo,
poderia alimentar fundadamente a pretenso de possuir,
com exclusividade, a verdade absoluta. Se os Espritos que
a revelaram se houvessem manifestado a um s homem,
nada lhe garantiria a origem, porquanto fora mister acredi-
tar, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido deles o
ensino. Admitida, de sua parte, sinceridade perfeita, quan-
do muito poderia ele convencer as pessoas de suas rela-
es; conseguiria sectrios, mas nunca chegaria a congregar
todo o mundo.
Quis Deus que a nova revelao chegasse aos homens
por mais rpido caminho e mais autntico. Incumbiu, pois,
os Espritos de lev-la de um plo a outro, manifestando-se
por toda a parte, sem conferir a ningum o privilgio de
Quanto aos mdiuns, abstivemo-nos de nome-los. Na maioria doscasos, no os designamos a pedido deles prprios e, assim sendo,no convinha fazer excees. Ao demais, os nomes dos mdiuns ne-nhum valor teriam acrescentado obra dos Espritos. Mencion-losmais no fora, ento, do que satisfazer ao amor-prprio, coisa a queos mdiuns verdadeiramente srios nenhuma importncia ligam.Compreendem eles que, por ser meramente passivo o papel que lhestoca, o valor das comunicaes em nada lhes exala o mrito pessoal;e que seria pueril envaidecerem-se de um trabalho de inteligncia aoqual apenas mecnico o concurso que prestam.
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28 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
lhes ouvir a palavra. Um homem pode ser ludibriado, pode
enganar-se a si mesmo; j no ser assim, quando milhes
de criaturas vem e ouvem a mesma coisa. Constitui isso
uma garantia para cada um e para todos. Ao demais, pode
fazer-se que desaparea um homem; mas no se pode fazer
que desapaream as coletividades; podem queimar-se os
livros, mas no se podem queimar os Espritos. Ora, quei-
massem-se todos os livros e a fonte da doutrina no deixa-
ria de conservar-se inexaurvel, pela razo mesma de no
estar na Terra, de surgir em todos os lugares e de poderem
todos dessedentar-se nela. Faltem os homens para difun-
di-la: haver sempre os Espritos, cuja atuao a todos atin-
ge e aos quais ningum pode atingir.
So, pois, os prprios Espritos que fazem a propaga-
o, com o auxlio dos inmeros mdiuns que, tambm eles,
os Espritos, vo suscitando de todos os lados. Se tivesse
havido unicamente um intrprete, por mais favorecido que
fosse, o Espiritismo mal seria conhecido. Qualquer que fos-
se a classe a que pertencesse, tal intrprete houvera sido
objeto das prevenes de muita gente e nem todas as na-
es o teriam aceitado, ao passo que os Espritos se comu-
nicam em todos os pontos da Terra, a todos os povos, a
todas as seitas, a todos os partidos, e todos os aceitam. O
Espiritismo no tem nacionalidade e no faz parte de ne-
nhum culto existente; nenhuma classe social o impe, vis-
to que qualquer pessoa pode receber instrues de seus
parentes e amigos de alm-tmulo. Cumpre seja assim, para
que ele possa conduzir todos os homens fraternidade. Se
no se mantivesse em terreno neutro, alimentaria as dis-
senses, em vez de apazigu-las.
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29INTRODUO
Nessa universalidade do ensino dos Espritos reside a
fora do Espiritismo e, tambm, a causa de sua to rpida
propagao. Enquanto a palavra de um s homem, mesmo
com o concurso da imprensa, levaria sculos para chegar
ao conhecimento de todos, milhares de vozes se fazem ou-
vir simultaneamente em todos os recantos do planeta, pro-
clamando os mesmos princpios e transmitindo-os aos mais
ignorantes, como aos mais doutos, a fim de que no haja
deserdados. uma vantagem de que no gozara ainda ne-
nhuma das doutrinas surgidas at hoje. Se o Espiritismo,
portanto, uma verdade, no teme o malquerer dos ho-
mens, nem as revolues morais, nem as subverses fsi-
cas do globo, porque nada disso pode atingir os Espritos.
No essa, porm, a nica vantagem que lhe decorre
da sua excepcional posio. Ela lhe faculta inatacvel ga-
rantia contra todos os cismas que pudessem provir, seja da
ambio de alguns, seja das contradies de certos Espri-
tos. Tais contradies, no h negar, so um escolho; mas
que traz consigo o remdio, ao lado do mal.
Sabe-se que os Espritos, em virtude da diferena en-
tre as suas capacidades, longe se acham de estar, indivi-
dualmente considerados, na posse de toda a verdade; que
nem a todos dado penetrar certos mistrios; que o saber
de cada um deles proporcional sua depurao; que os
Espritos vulgares mais no sabem do que muitos homens;
que entre eles, como entre estes, h presunosos e
sofmanos, que julgam saber o que ignoram; sistemticos,
que tomam por verdades as suas idias; enfim, que s os
Espritos da categoria mais elevada, os que j esto com-
pletamente desmaterializados, se encontram despidos das
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3029
30 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
idias e preconceitos terrenos; mas, tambm sabido que
os Espritos enganadores no escrupulizam em tomar no-
mes que lhes no pertencem, para impingirem suas uto-
pias. Da resulta que, com relao a tudo o que seja fora do
mbito do ensino exclusivamente moral, as revelaes que
cada um possa receber tero carter individual, sem cunho
de autenticidade; que devem ser consideradas opinies pes-
soais de tal ou qual Esprito e que imprudente fora aceit-las
e propag-las levianamente como verdades absolutas.
O primeiro exame comprobativo , pois, sem contradita,
o da razo, ao qual cumpre se submeta, sem exceo, tudo
o que venha dos Espritos. Toda teoria em manifesta con-
tradio com o bom-senso, com uma lgica rigorosa e com
os dados positivos j adquiridos, deve ser rejeitada, por mais
respeitvel que seja o nome que traga como assinatura. In-
completo, porm, ficar esse exame em muitos casos, por
efeito da falta de luzes de certas pessoas e das tendncias
de no poucas a tomar as prprias opinies como juzes
nicos da verdade. Assim sendo, que ho de fazer aqueles
que no depositam confiana absoluta em si mesmos? Bus-
car o parecer da maioria e tomar por guia a opinio desta.
De tal modo que se deve proceder em face do que digam os
Espritos, que so os primeiros a nos fornecer os meios de
consegui-lo.
A concordncia no que ensinem os Espritos , pois, a
melhor comprovao. Importa, no entanto, que ela se d
em determinadas condies. A mais fraca de todas ocorre
quando um mdium, a ss, interroga muitos Espritos acerca
de um ponto duvidoso. evidente que, se ele estiver sob o
imprio de uma obsesso, ou lidando com um Esprito
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31INTRODUO
mistificador, este lhe pode dizer a mesma coisa sob diferen-
tes nomes. Tampouco garantia alguma suficiente haver
na conformidade que apresente o que se possa obter por
diversos mdiuns, num mesmo centro, porque podem es-
tar todos sob a mesma influncia.
Uma s garantia sria existe para o ensino dos Espri-
tos: a concordncia que haja entre as revelaes que eles
faam espontaneamente, servindo-se de grande nmero de
mdiuns estranhos uns aos outros e em vrios lugares.
V-se bem que no se trata aqui das comunicaes
referentes a interesses secundrios, mas do que respeita
aos princpios mesmos da doutrina. Prova a experincia
que, quando um princpio novo tem de ser enunciado, isso
se d espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tem-
po e de modo idntico, seno quanto forma, quanto ao
fundo.
Se, portanto, aprouver a um Esprito formular um sis-
tema excntrico, baseado unicamente nas suas idias e com
excluso da verdade, pode ter-se a certeza de que tal siste-
ma conservar-se- circunscrito e cair, diante das instru-
es dadas de todas as partes, conforme os mltiplos exem-
plos que j se conhecem. Foi essa unanimidade que ps
por terra todos os sistemas parciais que surgiram na ori-
gem do Espiritismo, quando cada um explicava sua ma-
neira os fenmenos, e antes que se conhecessem as leis
que regem as relaes entre o mundo visvel e o mundo
invisvel.
Essa a base em que nos apoiamos, quando formula-
mos um princpio da doutrina. No porque esteja de acor-
do com as nossas idias que o temos por verdadeiro. No
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32 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
nos arvoramos, absolutamente, em rbitro supremo da ver-
dade e a ningum dizemos: Crede em tal coisa, porque
somos ns que vo-lo dizemos. A nossa opinio no passa,
aos nossos prprios olhos, de uma opinio pessoal, que
pode ser verdadeira ou falsa, visto no nos considerarmos
mais infalvel do que qualquer outro. Tambm no
porque um princpio nos foi ensinado que, para ns, ele
exprime a verdade, mas porque recebeu a sano da
concordncia.
Na posio em que nos encontramos, a receber comu-
nicaes de perto de mil centros espritas srios, dissemi-
nados pelos mais diversos pontos da Terra, achamo-nos
em condies de observar sobre que princpio se estabelece
a concordncia. Essa observao que nos tem guiado at
hoje e a que nos guiar em novos campos que o Espiritis-
mo ter de explorar. Porque, estudando atentamente as
comunicaes vindas tanto da Frana como do estrangei-
ro, reconhecemos, pela natureza toda especial das revela-
es, que ele tende a entrar por um novo caminho e que lhe
chegou o momento de dar um passo para diante. Essas
revelaes, feitas muitas vezes com palavras veladas, ho
freqentemente passado despercebidas a muitos dos que
as obtiveram. Outros julgaram-se os nicos a possu-las.
Tomadas insuladamente, elas, para ns, nenhum valor te-
riam; somente a coincidncia lhes imprime gravidade. De-
pois, chegado o momento de serem entregues publici-
dade, cada um se lembrar de haver obtido instrues no
mesmo sentido. Esse movimento geral, que observamos e
estudamos, com a assistncia dos nossos guias espirituais,
que nos auxilia a julgar da oportunidade de fazermos ou
no alguma coisa.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3032
33INTRODUO
Essa verificao universal constitui uma garantia para
a unidade futura do Espiritismo e anular todas as teorias
contraditrias. A que, no porvir, se encontrar o critrio
da verdade. O que deu lugar ao xito da doutrina exposta
em O Livro dos Espritos e em O Livro dos Mdiuns foi que
em toda a parte todos receberam diretamente dos Espritos
a confirmao do que esses livros contm. Se de todos os
lados tivessem vindo os Espritos contradiz-la, j de h
muito haveriam aquelas obras experimentado a sorte de
todas as concepes fantsticas. Nem mesmo o apoio da
imprensa as salvaria do naufrgio, ao passo que, privadas
como se viram desse apoio, no deixaram elas de abrir ca-
minho e de avanar celeremente. que tiveram o dos Esp-
ritos, cuja boa vontade no s compensou, como tambm
sobrepujou o malquerer dos homens. Assim suceder a to-
das as idias que, emanando quer dos Espritos, quer dos
homens, no possam suportar a prova desse confronto, cuja
fora a ningum lcito contestar.
Suponhamos praza a alguns Espritos ditar, sob qual-
quer ttulo, um livro em sentido contrrio; suponhamos
mesmo que, com inteno hostil, objetivando desacreditar
a doutrina, a malevolncia suscitasse comunicaes apcri-
fas; que influncia poderiam exercer tais escritos, desde
que de todos os lados os desmentissem os Espritos? com
a adeso destes que se deve garantir aquele que queira lan-
ar, em seu nome, um sistema qualquer. Do sistema de um
s ao de todos, medeia a distncia que vai da unidade ao
infinito. Que podero conseguir os argumentos dos
detratores, sobre a opinio das massas, quando milhes de
vozes amigas, provindas do Espao, se faam ouvir em to-
dos os recantos do Universo e no seio das famlias, a infirm-
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3033
34 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
-los? A esse respeito j no foi a teoria confirmada pela expe-
rincia? Que feito das inmeras publicaes que traziam a
pretenso de arrasar o Espiritismo? Qual a que, sequer, lhe
retardou a marcha? At agora, no se considera a questo
desse ponto de vista, sem contestao um dos mais graves.
Cada um contou consigo, sem contar com os Espritos.
O princpio da concordncia tambm uma garantia
contra as alteraes que poderiam sujeitar o Espiritismo s
seitas que se propusessem apoderar-se dele em proveito
prprio e acomod-lo vontade. Quem quer que tentasse
desvi-lo do seu providencial objetivo, malsucedido se ve-
ria, pela razo muito simples de que os Espritos, em virtu-
de da universalidade de seus ensinos, faro cair por terra
qualquer modificao que se divorcie da verdade.
De tudo isso ressalta uma verdade capital: a de que
aquele que quisesse opor-se corrente de idias estabele-
cida e sancionada poderia, certo, causar uma pequena
perturbao local e momentnea; nunca, porm, dominar
o conjunto, mesmo no presente, nem, ainda menos, no
futuro.
Tambm ressalta que as instrues dadas pelos Espri-
tos sobre os pontos ainda no elucidados da Doutrina no
constituiro lei, enquanto essas instrues permanecerem
insuladas; que elas no devem, por conseguinte, ser acei-
tas seno sob todas as reservas e a ttulo de esclarecimento.
Da a necessidade da maior prudncia em dar-lhes pu-
blicidade; e, caso se julgue conveniente public-las, impor-
ta no as apresentar seno como opinies individuais, mais
ou menos provveis, porm, carecendo sempre de confir-
mao. Essa confirmao que se precisa aguardar, antes
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3034
35INTRODUO
de apresentar um princpio como verdade absoluta, a me-
nos se queira ser acusado de leviandade ou de credulidade
irrefletida.
Com extrema sabedoria procedem os Espritos supe-
riores em suas revelaes. No atacam as grandes ques-
tes da Doutrina seno gradualmente, medida que a inteli-
gncia se mostra apta a compreender verdade de ordem
mais elevada e quando as circunstncias se revelam prop-
cias emisso de uma idia nova. Por isso que logo de
princpio no disseram tudo, e tudo ainda hoje no disse-
ram, jamais cedendo impacincia dos muito afoitos, que
querem os frutos antes de estarem maduros. Fora, pois,
suprfluo pretender adiantar-se ao tempo que a Providncia
assinou para cada coisa, porque, ento, os Espritos verda-
deiramente srios negariam o seu concurso. Os Espritos
levianos, pouco se preocupando com a verdade, a tudo res-
pondem; da vem que, sobre todas as questes prematuras,
h sempre respostas contraditrias.
Os princpios acima no resultam de uma teoria pes-
soal: so conseqncia forada das condies em que os
Espritos se manifestam. evidente que, se um Esprito diz
uma coisa de um lado, enquanto milhes de outros dizem o
contrrio algures, a presuno de verdade no pode estar
com aquele que o nico ou quase o nico de tal parecer.
Ora, pretender algum ter razo contra todos seria to il-
gico da parte dos Espritos, quanto da parte dos homens.
Os Espritos verdadeiramente ponderados, se no se sen-
tem suficientemente esclarecidos sobre uma questo, nun-
ca a resolvem de modo absoluto; declaram que apenas a
tratam do seu ponto de vista e aconselham que se aguarde
a confirmao.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3035
36 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por grande, bela e justa que seja uma idia, impossvel
que desde o primeiro momento congregue todas as opi-
nies. Os conflitos que da decorrem so conseqncia ine-
vitvel do movimento que se opera; eles so mesmo neces-
srios para maior realce da verdade e convm se produzam
desde logo, para que as idias falsas prontamente sejam
postas de lado. Os espritas que a esse respeito alimentas-
sem qualquer temor podem ficar perfeitamente tranqilos:
todas as pretenses insuladas cairo, pela fora mesma das
coisas, diante do enorme e poderoso critrio da concordn-
cia universal.
No ser opinio de um homem que se aliaro os ou-
tros, mas voz unnime dos Espritos; no ser um ho-
mem, nem ns, nem qualquer outro que fundar a ortodoxia
esprita; tampouco ser um Esprito que se venha impor a
quem quer que seja: ser a universalidade dos Espritos
que se comunicam em toda a Terra, por ordem de Deus.
Esse o carter essencial da Doutrina Esprita; essa a sua
fora, a sua autoridade. Quis Deus que a sua lei assentas-
se em base inamovvel e por isso no lhe deu por funda-
mento a cabea frgil de um s.
Diante de to poderoso arepago, onde no se conhe-
cem corrilhos, nem rivalidades ciosas, nem seitas, nem na-
es, que viro quebrar-se todas as oposies, todas as
ambies, todas as pretenses supremacia individual;
que nos quebraramos ns mesmos, se quisssemos substi-
tuir os seus decretos soberanos pelas nossas prprias idias.
S Ele decidir todas as questes litigiosas, impor silncio
s dissidncias e dar razo a quem a tenha. Diante desse
imponente acordo de todas as vozes do Cu, que pode a
opinio de um homem ou de um Esprito? menos do que a
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3036
37INTRODUO
gota dgua que se perde no oceano, menos do que a voz da
criana que a tempestade abafa.
A opinio universal, eis o juiz supremo, o que se pro-
nuncia em ltima instncia. Formam-na todas as opinies
individuais. Se uma destas verdadeira, apenas tem na
balana o seu peso relativo. Se falsa, no pode prevalecer
sobre todas as demais. Nesse imenso concurso, as indivi-
dualidades se apagam, o que constitui novo insucesso para
o orgulho humano.
J se desenha o harmonioso conjunto. Este sculo no
passar sem que ele resplandea em todo o seu brilho, de
modo a dissipar todas as incertezas, porquanto daqui at
l potentes vozes tero recebido a misso de se fazerem
ouvir, para congregar os homens sob a mesma bandeira,
uma vez que o campo se ache suficientemente lavrado.
Enquanto isso se no d, aquele que flutue entre dois sis-
temas opostos pode observar em que sentido se forma a
opinio geral; essa ser a indicao certa do sentido em
que se pronuncia a maioria dos Espritos, nos diversos pon-
tos em que se comunicam, e um sinal no menos certo de
qual dos dois sistemas prevalecer.
III NOTCIAS HISTRICAS
Para bem se compreenderem algumas passagens dosEvangelhos, necessrio se faz conhecer o valor de muitaspalavras neles freqentemente empregadas e que caracte-rizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquelapoca. J no tendo para ns o mesmo sentido, essas pala-vras foram com freqncia mal-interpretadas, causando isso
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3037
38 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
uma espcie de incerteza. A inteligncia da significao de-
las explica, ao demais, o verdadeiro sentido de certas mxi-
mas que, primeira vista, parecem singulares.
Escribas. Nome dado, a princpio, aos secretrios
dos reis de Jud e a certos intendentes dos exrcitos ju-
deus. Mais tarde, foi aplicado especialmente aos doutores
que ensinavam a lei de Moiss e a interpretavam para o
povo. Faziam causa comum com os fariseus, de cujos prin-
cpios partilhavam, bem como da antipatia que aqueles vo-
tavam aos inovadores. Da o envolv-los Jesus na repro-
vao que lanava aos fariseus.
Essnios ou esseus. Tambm seita judia fundada
cerca do ano 150 antes de Jesus-Cristo, ao tempo dos
macabeus, e cujos membros, habitando uma espcie de
mosteiros, formavam entre si uma como associao moral
e religiosa. Distinguiam-se pelos costumes brandos e por
austeras virtudes, ensinavam o amor a Deus e ao prximo,
a imortalidade da alma e acreditavam na ressurreio. Vi-
viam em celibato, condenavam a escravido e a guerra,
punham em comunho os seus bens e se entregavam
agricultura. Contrrios aos saduceus sensuais, que nega-
vam a imortalidade; aos fariseus de rgidas prticas exterio-
res e de virtudes apenas aparentes, nunca os essnios toma-
ram parte nas querelas que tornaram antagonistas aquelas
duas outras seitas. Pelo gnero de vida que levavam, asse-
melhavam-se muito aos primeiros cristos, e os princpios
da moral que professavam induziram muitas pessoas a su-
por que Jesus, antes de dar comeo sua misso pblica,
lhes pertencera comunidade. certo que ele h de t-la
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3038
39INTRODUO
conhecido, mas nada prova que se lhe houvesse filiado,
sendo, pois, hipottico tudo quanto a esse respeito se
escreveu.1
Fariseus (do hebreu parush, diviso, separao). A
tradio constitua parte importante da teologia dos judeus.
Consistia numa compilao das interpretaes su-
cessivamente dadas ao sentido das Escrituras e tornadas
artigos de dogma. Constitua, entre os doutores, assunto
de discusses interminveis, as mais das vezes sobre sim-
ples questes de palavras ou de formas, no gnero das dis-
putas teolgicas e das sutilezas da escolstica da Idade
Mdia. Da nasceram diferentes seitas, cada uma das quais
pretendia ter o monoplio da verdade, detestando-se umas
s outras, como si acontecer.
Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus,
que teve por chefe Hillel 2, doutor judeu nascido na Babilnia,
fundador de uma escola clebre, onde se ensinava que s
se devia depositar f nas Escrituras. Sua origem remonta a
180 ou 200 anos antes de Jesus-Cristo. Os fariseus, em
diversas pocas, foram perseguidos, especialmente sob
Hircano soberano pontfice e rei dos judeus , Aristbulo
1 A morte de Jesus, supostamente escrita por um essnio, obrainteiramente apcrifa, cujo nico fim foi servir de apoio a uma opi-nio. Ela traz em si mesma a prova da sua origem moderna.
2 No confundir esse Hillel que fundou a seita dos fariseus com o seuhomnimo que viveu duzentos anos mais tarde e estabeleceu osprincpios religiosos e sociais de um sistema todo de tolerncia eamor, sistema hoje conhecido por Hilelismo. A Editora da FEB,1947.
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40 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
e Alexandre, rei da Sria. Este ltimo, porm, lhes deferiu
honras e restituiu os bens, de sorte que eles readquiriram o
antigo poderio e o conservaram at runa de Jerusalm,
no ano 70 da era crist, poca em que se lhes apagou o
nome, em conseqncia da disperso dos judeus.
Tomavam parte ativa nas controvrsias religiosas. Ser-
vis cumpridores das prticas exteriores do culto e das ceri-
mnias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimi-
gos dos inovadores, afetavam grande severidade de
princpios; mas, sob as aparncias de meticulosa devoo,
ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de
tudo, excessiva nsia de dominao. Tinham a religio mais
como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de
f sincera. Da virtude nada possuam, alm das exteriori-
dades e da ostentao; entretanto, por umas e outras, exer-
ciam grande influncia sobre o povo, a cujos olhos passa-
vam por santas criaturas. Da o serem muito poderosos
em Jerusalm.
Acreditavam, ou, pelo menos, fingiam acreditar na Pro-
vidncia, na imortalidade da alma, na eternidade das pe-
nas e na ressurreio dos mortos. (Cap. IV, n 4.) Jesus,
que prezava, sobretudo, a simplicidade e as qualidades da
alma, que, na lei, preferia o esprito, que vivifica, letra, que
mata, se aplicou, durante toda a sua misso, a lhes des-
mascarar a hipocrisia, pelo que tinha neles encarniados
inimigos. Essa a razo por que se ligaram aos prncipes dos
sacerdotes para amotinar contra ele o povo e elimin-lo.
Nazarenos. Nome dado, na antiga lei, aos judeus
que faziam voto, ou perptuo ou temporrio, de guardar
perfeita pureza. Eles se comprometiam a observar a casti-
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41INTRODUO
dade, a abster-se de bebidas alcolicas e a conservar a ca-
beleira. Sanso, Samuel e Joo Batista eram nazarenos.
Mais tarde, os judeus deram esse nome aos primeiros
cristos, por aluso a Jesus de Nazar.
Tambm foi essa a denominao de uma seita hertica
dos primeiros sculos da era crist, a qual, do mesmo modo
que os ebionitas, de quem adotava certos princpios, mis-
turava as prticas do moisasmo com os dogmas cristos,
seita essa que desapareceu no sculo quarto.
Portageiros. Eram os arrecadadores de baixa cate-
goria, incumbidos principalmente da cobrana dos direitos
de entrada nas cidades. Suas funes correspondiam mais
ou menos dos empregados de alfndega e recebedores
dos direitos de barreira. Compartilhavam da repulsa que
pesava sobre os publicanos em geral. Essa a razo por que,
no Evangelho, se depara freqentemente com a palavra
publicano ao lado da expresso gente de m vida. Tal quali-
ficao no implicava a de debochados ou vagabundos. Era
um termo de desprezo, sinnimo de gente de m compa-
nhia, gente indigna de conviver com pessoas distintas.
Publicanos. Eram assim chamados, na antiga Ro-
ma, os cavalheiros arrendatrios das taxas pblicas, incum-
bidos da cobrana dos impostos e das rendas de toda esp-
cie, quer em Roma mesma, quer nas outras partes do
Imprio. Eram como os arrendatrios gerais e arremata-
dores de taxas do antigo regmen na Frana e que ainda
existem nalgumas regies. Os riscos a que estavam sujei-
tos faziam que os olhos se fechassem para as riquezas que
muitas vezes adquiriam e que, da parte de alguns, eram
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42 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
frutos de exaes e de lucros escandalosos. O nome de
publicano se estendeu mais tarde a todos os que superinten-
diam os dinheiros pblicos e aos agentes subalternos. Hoje
esse termo se emprega em sentido pejorativo, para desig-
nar os financistas e os agentes pouco escrupulosos de ne-
gcios. Diz-se por vezes: vido como um publicano, rico
como um publicano, com referncia a riquezas de mau
quilate.
De toda a dominao romana, o imposto foi o que os
judeus mais dificilmente aceitaram e o que mais irritao
causou entre eles. Da nasceram vrias revoltas, fazendo-se
do caso uma questo religiosa, por ser considerada contr-
ria Lei. Constituiu-se, mesmo, um partido poderoso, a
cuja frente se ps um certo Jud, apelidado o Gaulonita,
tendo por princpio o no pagamento do imposto. Os ju-
deus, pois, abominavam a este e, como conseqncia, a
todos os que eram encarregados de arrecad-lo, donde a
averso que votavam aos publicanos de todas as catego-
rias, entre os quais podiam encontrar-se pessoas muito
estimveis, mas que, em virtude das suas funes, eram
desprezadas, assim como os que com elas mantinham rela-
es, os quais se viam atingidos pela mesma reprovao.
Os judeus de destaque consideravam um comprometimen-
to ter com eles intimidade.
Saduceus. Seita judia, que se formou por volta do
ano 248 antes de Jesus-Cristo e cujo nome lhe veio do de
Sadoc, seu fundador. No criam na imortalidade, nem na
ressurreio, nem nos anjos bons e maus. Entretanto,
criam em Deus; nada, porm, esperando aps a morte, s o
serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que,
segundo eles, se limitava a providncia divina. Assim pen-
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3042
43INTRODUO
sando, tinham a satisfao dos sentidos fsicos por objetivo
essencial da vida. Quanto s Escrituras, atinham-se ao texto
da lei antiga. No admitiam a tradio, nem interpretaes
quaisquer. Colocavam as boas obras e a observncia pura e
simples da Lei acima das prticas exteriores do culto. Eram,
como se v, os materialistas, os destas e os sensualistas
da poca. Seita pouco numerosa, mas que contava em seu
seio importantes personagens e se tornou um partido pol-
tico oposto constantemente aos fariseus.
Samaritanos. Aps o cisma das dez tribos, Samaria
se constituiu a capital do reino dissidente de Israel. Des-
truda e reconstruda vrias vezes, tornou-se, sob os roma-
nos, a cabea da Samaria, uma das quatro divises da Pa-
lestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou de
suntuosos monumentos e, para lisonjear Augusto, lhe deu
o nome de Augusta, em grego Sebaste.
Os samaritanos estiveram quase constantemente em
guerra com os reis de Jud. Averso profunda, datando da
poca da separao, perpetuou-se entre os dois povos, que
evitavam todas as relaes recprocas. Aqueles, para torna-
rem maior a ciso e no terem de vir a Jerusalm pela cele-
brao das festas religiosas, construram para si um tem-
plo particular e adotaram algumas reformas. Somente
admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moiss, e
rejeitavam todos os outros livros que a esse foram poste-
riormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em
caracteres hebraicos da mais alta antigidade. Para os ju-
deus ortodoxos, eles eram herticos e, portanto, des-
prezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo
das duas naes tinha, pois, por fundamento nico a diver-
gncia das opinies religiosas; se bem fosse a mesma a ori-
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3043
44 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
gem das crenas de uma e outra. Eram os protestantes des-
se tempo.
Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas re-
gies do Levante, particularmente em Nablus e em Jafa.
Observam a lei de Moiss com mais rigor que os outros
judeus e s entre si contraem alianas.
Sinagoga (do grego synagog, assemblia, congrega-
o). Um nico templo havia na Judia, o de Salomo, em
Jerusalm, onde se celebravam as grandes cerimnias do
culto. Os judeus, todos os anos, l iam em peregrinao
para as festas principais, como as da Pscoa, da Dedicao
e dos Tabernculos. Por ocasio dessas festas que Jesus
tambm costumava ir l. As outras cidades no possuam
templos, mas, apenas, sinagogas: edifcios onde os judeus
se reuniam aos sbados, para fazer preces pblicas, sob a
chefia dos ancies, dos escribas, ou doutores da Lei. Nelas
tambm se realizavam leituras dos livros sagrados, segui-
das de explicaes e comentrios, atividades das quais qual-
quer pessoa podia participar. Por isso que Jesus, sem ser
sacerdote, ensinava aos sbados nas sinagogas.
Desde a runa de Jerusalm e a disperso dos judeus,
as sinagogas, nas cidades por eles habitadas, servem-lhes
de templos para a celebrao do culto.
Terapeutas (do grego therapeutai, formado de thera-
peuein, servir, cuidar, isto : servidores de Deus, ou cura-
dores). Eram sectrios judeus contemporneos do Cristo,
estabelecidos principalmente em Alexandria, no Egito. Ti-
nham muita relao com os essnios, cujos princpios ado-
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45INTRODUO
tavam, aplicando-se, como esses ltimos, prtica de to-
das as virtudes. Eram de extrema frugalidade na alimenta-
o. Tambm celibatrios, votados contemplao e viven-
do vida solitria, constituam uma verdadeira ordem
religiosa. Flon, filsofo judeu platnico, de Alexandria, foi
o primeiro a falar dos terapeutas, considerando-os uma seita
do judasmo. Eusbio, S. Jernimo e outros Pais da Igreja
pensam que eles eram cristos. Fossem tais, ou fossem ju-
deus, o que evidente que, do mesmo modo que os
essnios, eles representam o trao de unio entre o Judas-
mo e o Cristianismo.
IV SCRATES E PLATO, PRECURSORESDA IDIA CRIST E DO ESPIRITISMO
Do fato de haver Jesus conhecido a seita dos essnios,
fora errneo concluir-se que a sua doutrina hauriu-a ele
na dessa seita e que, se houvera vivido noutro meio, teria
professado outros princpios. As grandes idias jamais ir-
rompem de sbito. As que assentam sobre a verdade sem-
pre tm precursores que lhes preparam parcialmente os
caminhos. Depois, em chegando o tempo, envia Deus um
homem com a misso de resumir, coordenar e completar os
elementos esparsos, de reuni-los em corpo de doutrina.
Desse modo, no surgindo bruscamente, a idia, ao apare-
cer, encontra espritos dispostos a aceit-la. Tal o que se
deu com a idia crist, que foi pressentida muitos sculos
antes de Jesus e dos essnios, tendo por principais precur-
sores Scrates e Plato.
Scrates, como o Cristo, nada escreveu, ou, pelo me-
nos, nenhum escrito deixou. Como o Cristo, teve a morte
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46 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
dos criminosos, vtima do fanatismo, por haver atacado as
crenas que encontrara e colocado a virtude real acima da
hipocrisia e do simulacro das formas; por haver, numa pa-
lavra, combatido os preconceitos religiosos. Do mesmo modo
que Jesus, a quem os fariseus acusavam de estar corrom-
pendo o povo com os ensinamentos que lhe ministrava,
tambm ele foi acusado, pelos fariseus do seu tempo, visto
que sempre os houve em todas as pocas, por proclamar o
dogma da unidade de Deus, da imortalidade da alma e da
vida futura. Assim como a doutrina de Jesus s a conhece-
mos pelo que escreveram seus discpulos, da de Scrates
s temos conhecimento pelos escritos de seu discpulo
Plato. Julgamos conveniente resumir aqui os pontos de
maior relevo, para mostrar a concordncia deles com os
princpios do Cristianismo.
Aos que considerarem esse paralelo uma profanao e
pretendam que no pode haver paridade entre a doutrina
de um pago e a do Cristo, diremos que no era pag a de
Scrates, pois que objetivava combater o paganismo; que a
de Jesus, mais completa e mais depurada do que aquela,
nada tem que perder com a comparao; que a grandeza da
misso divina do Cristo no pode ser diminuda; que, ao
demais, trata-se de um fato da Histria, que a ningum
ser possvel apagar. O homem h chegado a um ponto em
que a luz emerge por si mesma de sob o alqueire. Ele se
acha maduro bastante para encar-la de frente; tanto pior
para os que no ousem abrir os olhos. Chegou o tempo de
se considerarem as coisas de modo amplo e elevado, no
mais do ponto de vista mesquinho e acanhado dos interes-
ses de seitas e de castas.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3046
47INTRODUO
Alm disso, estas citaes provaro que, se Scrates e
Plato pressentiram a idia crist, em seus escritos tam-
bm se nos deparam os princpios fundamentais do
Espiritismo.
RESUMO DA DOUTRINA DE SCRATES E DE PLATO
I. O homem uma alma encarnada. Antes da sua en-
carnao, existia unida aos tipos primordiais das idias do
verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e,
recordando o seu passado, mais ou menos atormentada
pelo desejo de voltar a ele.
No se pode enunciar mais claramente a distino e
independncia entre o princpio inteligente e o princpio ma-
terial. , alm disso, a doutrina da preexistncia da alma;
da vaga intuio que ela guarda de um outro mundo, a que
aspira; da sua sobrevivncia ao corpo; da sua sada do
mundo espiritual, para encarnar, e da sua volta a esse mes-
mo mundo, aps a morte. , finalmente, o grmen da dou-
trina dos Anjos decados.
II. A alma se transvia e perturba, quando se serve do
corpo para considerar qualquer objeto; tem vertigem, como
se estivesse bria, porque se prende a coisas que esto, por
sua natureza, sujeitas a mudanas; ao passo que, quando
contempla a sua prpria essncia, dirige-se para o que puro,
eterno, imortal, e, sendo ela dessa natureza, permanece a
ligada, por tanto tempo quanto possa. Cessam ento os seus
transviamentos, pois que est unida ao que imutvel e a
esse estado da alma que se chama sabedoria.
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48 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Assim, ilude a si mesmo o homem que considera as
coisas de modo terra-a-terra, do ponto de vista material.
Para as apreciar com justeza, tem de as ver do alto, isto ,
do ponto de vista espiritual. Aquele, pois, que est de posse
da verdadeira sabedoria, tem de isolar do corpo a alma,
para ver com os olhos do Esprito. o que ensina o Espiri-
tismo. (Cap. II, n 5.)
III. Enquanto tivermos o nosso corpo e a alma se achar
mergulhada nessa corrupo, nunca possuiremos o objeto
dos nossos desejos: a verdade. Com efeito, o corpo nos sus-
cita mil obstculos pela necessidade em que nos achamos
de cuidar dele. Ao demais, ele nos enche de desejos, de ape-
tites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de manei-
ra que, com ele, impossvel se nos torna ser ajuizados, se-
quer por um instante. Mas, se no nos possvel conhecer
puramente coisa alguma, enquanto a alma nos est ligada
ao corpo, de duas uma: ou jamais conheceremos a verdade,
ou s a conheceremos aps a morte. Libertos da loucura do
corpo, conversaremos ento, lcito esper-lo, com homens
igualmente libertos e conheceremos, por ns mesmos, a es-
sncia das coisas. Essa a razo por que os verdadeiros fil-
sofos se exercitam em morrer e a morte no se lhes afigura,
de modo nenhum, temvel.
Est a o princpio das faculdades da alma obscure-
cidas por motivo dos rgos corporais e o da expanso des-
sas faculdades depois da morte. Mas trata-se apenas de
almas j depuradas; o mesmo no se d com as almas im-
puras. (O Cu e o Inferno, 1 Parte, cap. II; 2 Parte, cap. I.)
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3048
49INTRODUO
IV. A alma impura, nesse estado, se encontra oprimida
e se v de novo arrastada para o mundo visvel, pelo horror
do que invisvel e imaterial. Erra, ento, diz-se, em torno
dos monumentos e dos tmulos, junto aos quais j se tm
visto tenebrosos fantasmas, quais devem ser as imagens das
almas que deixaram o corpo sem estarem ainda inteiramen-
te puras, que ainda conservam alguma coisa da forma mate-
rial, o que faz que a vista humana possa perceb-las. No
so as almas dos bons; so, porm, as dos maus, que se
vem foradas a vagar por esses lugares, onde arrastam
consigo a pena da primeira vida que tiveram e onde conti-
nuam a vagar at que os apetites inerentes forma material
de que se revestiram as reconduzam a um corpo. Ento, sem
dvida, retomam os mesmos costumes que durante a pri-
meira vida constituam objeto de suas predilees.
No somente o princpio da reencarnao se acha a
claramente expresso, mas tambm o estado das almas que
se mantm sob o jugo da matria descrito qual o mostra o
Espiritismo nas evocaes. Mais ainda: no tpico acima se
diz que a reencarnao num corpo material conseqncia
da impureza da alma, enquanto as almas purificadas se
encontram isentas de reencarnar. Outra coisa no diz o
Espiritismo, acrescentando apenas que a alma, que boas
resolues tomou na erraticidade e que possui conhecimen-
tos adquiridos, traz, ao renascer, menos defeitos, mais virtu-
des e idias intuitivas do que tinha na sua existncia prece-
dente. Assim, cada existncia lhe marca um progresso
intelectual e moral. (O Cu e o Inferno, 2 Parte: Exemplos.)
V. Aps a nossa morte, o gnio (daimon, demnio), que
nos fora designado durante a vida, leva-nos a um lugar onde
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3049
50 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
se renem todos os que tm de ser conduzidos ao Hades, para
serem julgados. As almas, depois de haverem estado no Hades
o tempo necessrio, so reconduzidas a esta vida em mlti-
plos e longos perodos.
a doutrina dos Anjos guardies, ou Espritos prote-
tores, e das reencarnaes sucessivas, em seguida a inter-
valos mais ou menos longos de erraticidade.
VI. Os demnios ocupam o espao que separa o cu da
Terra; constituem o lao que une o Grande Todo a si mesmo.
No entrando nunca a divindade em comunicao direta com
o homem, por intermdio dos demnios que os deuses en-
tram em comrcio e se entretm com ele, quer durante a vig-
lia, quer durante o sono.
A palavra daimon, da qual fizeram o termo demnio,
no era, na antigidade, tomada m parte, como nos tem-
pos modernos. No designava exclusivamente seres
malfazejos, mas todos os Espritos, em geral, dentre os quais
se destacavam os Espritos superiores, chamados deuses,
e os menos elevados, ou demnios propriamente ditos, que
comunicavam diretamente com os homens. Tambm o Es-
piritismo diz que os Espritos povoam o espao; que Deus
s se comunica com os homens por intermdio dos Espri-
tos puros, que so os incumbidos de lhe transmitir as von-
tades; que os Espritos se comunicam com eles durante a
viglia e durante o sono. Ponde, em lugar da palavra dem-
nio, a palavra Esprito e tereis a doutrina esprita; ponde a
palavra anjo e tereis a doutrina crist.
VII. A preocupao constante do filsofo (tal como o com-preendiam Scrates e Plato) a de tomar o maior cuidado
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3050
51INTRODUO
com a alma, menos pelo que respeita a esta vida, que no
dura mais que um instante, do que tendo em vista a eterni-
dade. Desde que a alma imortal, no ser prudente viver
visando eternidade?
O Cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.
VIII. Se a alma imaterial, tem de passar, aps essa
vida, a um mundo igualmente invisvel e imaterial, do mes-
mo modo que o corpo, decompondo-se, volta matria. Muito
importa, no entanto, distinguir bem a alma pura, verdadeira-
mente imaterial, que se alimente, como Deus, de cincia e
pensamentos, da alma mais ou menos maculada de impu-
rezas materiais, que a impedem de elevar-se para o divino e
a retm nos lugares da sua estada na Terra.
Scrates e Plato, como se v, compreendiam perfei-
tamente os diferentes graus de desmaterializao da alma.
Insistem na diversidade de situao que resulta para elas
da sua maior ou menor pureza. O que eles diziam, por intui-
o, o Espiritismo o prova com os inmeros exemplos que
nos pe sob as vistas. (O Cu e o Inferno, 2 Parte.)
IX. Se a morte fosse a dissoluo completa do homem,
muito ganhariam com a morte os maus, pois se veriam li-
vres, ao mesmo tempo, do corpo, da alma e dos vcios. Aque-
le que guarnecer a alma, no de ornatos estranhos, mas com
os que lhe so prprios, s esse poder aguardar tranqila-
mente a hora da sua partida para o outro mundo.
Equivale isso a dizer que o materialismo, com o pro-
clamar para depois da morte o nada, anula toda responsabi-
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52 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
lidade moral ulterior, sendo, conseguintemente, um incen-
tivo para o mal; que o mau tem tudo a ganhar do nada.
Somente o homem que se despojou dos vcios e se enrique-
ceu de virtudes, pode esperar com tranqilidade o desper-
tar na outra vida. Por meio de exemplos, que todos os dias
nos apresenta, o Espiritismo mostra quo penoso , para o
mau, o passar desta outra vida, a entrada na vida futura.
(O Cu e o Inferno, 2 Parte, cap. I.)
X. O corpo conserva bem impressos os vestgios dos cui-
dados de que foi objeto e dos acidentes que sofreu. D-se o
mesmo com a alma. Quando despida do corpo, ela guarda,
evidentes, os traos do seu carter, de suas afeies e as
marcas que lhe deixaram todos os atos de sua vida. Assim,
a maior desgraa que pode acontecer ao homem ir para o
outro mundo com a alma carregada de crimes. Vs, Clicles,
que nem tu, nem Plux, nem Grgias podereis provar que
devamos levar outra vida que nos seja til quando esteja-
mos do outro lado. De tantas opinies diversas, a nica que
permanece inabalvel a de que mais vale receber do que
cometer uma injustia e que, acima de tudo, devemos cui-
dar, no de parecer, mas de ser homem de bem. (Colquios
de Scrates com seus discpulos, na priso.)
Depara-se-nos aqui outro ponto capital, confirmado
hoje pela experincia: o de que a alma no depurada conser-
va as idias, as tendncias, o carter e as paixes que teve
na Terra. No inteiramente crist esta mxima: mais vale
receber do que cometer uma injustia? O mesmo pensamento
exprimiu Jesus, usando desta figura: Se algum vos bater
numa face, apresentai-lhe a outra. (Cap. XII, nos 7 e 8.)
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53INTRODUO
XI. De duas uma: ou a morte uma destruio absoluta,
ou passagem da alma para outro lugar. Se tudo tem de extin-
guir-se, a morte ser como uma dessas raras noites que pas-
samos sem sonho e sem nenhuma conscincia de ns mes-
mos. Todavia, se a morte apenas uma mudana de morada,
a passagem para o lugar onde os mortos se tm de reunir, que
felicidade a de encontrarmos l aqueles a quem conhecemos!
O meu maior prazer seria examinar de perto os habitantes
dessa outra morada e distinguir l, como aqui, os que so
dignos dos que se julgam tais e no o so. Mas, tempo de
nos separarmos, eu para morrer, vs para viverdes. (Scrates
aos seus juzes.)
Segundo Scrates, os que viveram na Terra se encon-
tram aps a morte e se reconhecem. Mostra o Espiritismo
que continuam as relaes que entre eles se estabelece-
ram, de tal maneira que a morte no nem uma interrup-
o, nem a cessao da vida, mas uma transformao, sem
soluo de continuidade.
Houvessem Scrates e Plato conhecido os ensinos que
o Cristo difundiu quinhentos anos mais tarde e os que ago-
ra o Espiritismo espalha, e no teriam falado de outro modo.
No h nisso, entretanto, o que surpreenda, se considerar-
mos que as grandes verdades so eternas e que os Espri-
tos adiantados ho de t-las conhecido antes de virem
Terra, para onde as trouxeram; que Scrates, Plato e os
grandes filsofos daqueles tempos bem podem, depois, ter
sido dos que secundaram o Cristo na sua misso divina,
escolhidos para esse fim precisamente por se acharem, mais
do que outros, em condies de lhe compreenderem as su-
blimes lies; que, finalmente, pode dar-se faam eles ago-
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54 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
ra parte da pliade dos Espritos encarregados de ensinar
aos homens as mesmas verdades.
XII. Nunca se deve retribuir com outra uma injustia,
nem fazer mal a ningum, seja qual for o dano que nos
hajam causado. Poucos, no entanto, sero os que admitam
esse princpio, e os que se desentenderem a tal respeito nada
mais faro, sem dvida, do que se votarem uns aos outros
mtuo desprezo.
No est a o princpio de caridade, que prescreve no
se retribua o mal com o mal e se perdoe aos inimigos?
XIII. pelos frutos que se conhece a rvore. Toda ao
deve ser qualificada pelo que produz: qualific-la de m,
quando dela provenha mal; de boa, quando d origem ao
bem.
Esta mxima: Pelos frutos que se conhece a rvore, se
encontra muitas vezes repetida textualmente no Evangelho.
XIV. A riqueza um grande perigo. Todo homem que
ama a riqueza no ama a si mesmo, nem ao que seu; ama
a uma coisa que lhe ainda mais estranha do que o que lhe
pertence. (Cap. XVI.)
XV. As mais belas preces e os mais belos sacrifcios
prazem menos Divindade do que uma alma virtuosa que
faz esforos por se lhe assemelhar. Grave coisa fora que os
deuses dispensassem mais ateno s nossas oferendas,
do que nossa alma; se tal se desse, poderiam os mais
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55INTRODUO
culpados conseguir que eles se lhes tornassem propcios. Mas,
no: verdadeiramente justos e retos s o so os que, por suas
palavras e atos, cumprem seus deveres para com os deuses
e para com os homens. (Cap. X, nos 7 e 8.)
XVI. Chamo homem vicioso a esse amante vulgar, que
mais ama o corpo do que a alma. O amor est por toda parte
em a Natureza, que nos convida ao exerccio da nossa inteli-
gncia; at no movimento dos astros o encontramos. o amor
que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e
fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. ainda
o amor que d paz aos homens, calma ao mar, silncio aos
ventos e sono dor.
O amor, que h de unir os homens por um lao frater-
nal, uma conseqncia dessa teoria de Plato sobre o amor
universal, como lei da Natureza. Tendo dito Scrates que o
amor no nem um deus, nem um mortal, mas um grande
demnio, isto , um grande Esprito que preside ao amor
universal, essa proposio lhe foi imputada como crime.
XVII. A virtude no pode ser ensinada; vem por dom de
Deus aos que a possuem.
quase a doutrina crist sobre a graa; mas, se a vir-
tude um dom de Deus, um favor e, ento, pode pergun-
tar-se por que no concedida a todos. Por outro lado, se
um dom, carece de mrito para aquele que a possui. O Es-
piritismo mais explcito, dizendo que aquele que possui a
virtude a adquiriu por seus esforos, em existncias suces-
sivas, despojando-se pouco a pouco de suas imperfeies.
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56 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
A graa a fora que Deus faculta ao homem de boa vonta-
de para se expungir do mal e praticar o bem.
XVIII. disposio natural em todos ns a de nos aper-
cebermos muito menos dos nossos defeitos, do que dos de
outrem.
Diz o Evangelho: Vedes a palha que est no olho do
vosso prximo e no vedes a trave que est no vosso. (Cap.
X, nos 9 e 10.)
XIX. Se os mdicos so malsucedidos, tratando da maior
parte das molstias, que tratam do corpo, sem tratarem
da alma. Ora, no se achando o todo em bom estado, impos-
svel que uma parte dele passe bem.
O Espiritismo fornece a chave das relaes existentes
entre a alma e o corpo e prova que um reage incessante-
mente sobre o outro. Abre, assim, nova senda para a Cin-
cia. Com o lhe mostrar a verdadeira causa de certas afeces,
faculta-lhe os meios de as combater. Quando a Cincia le-
var em conta a ao do elemento espiritual na economia,
menos freqentes sero os seus maus xitos.
XX. Todos os homens, a partir da infncia, muito mais
fazem de mal, do que de bem.
Essa sentena de Scrates fere a grave questo da pre-
dominncia do mal na Terra, questo insolvel sem o co-
nhecimento da pluralidade dos mundos e da destinao do
planeta terreno, habitado apenas por uma frao mnima
da Humanidade. Somente o Espiritismo resolve essa ques-
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57INTRODUO
to, que se encontra explanada aqui adiante, nos captulos
II, III e V.
XXI. Ajuizado sers, no supondo que sabes o que
ignoras.
Isso vai com vistas aos que criticam aquilo de que des-
conhecem at mesmo os primeiros termos. Plato completa
esse pensamento de Scrates, dizendo: Tentemos, primei-
ro, torn-los, se for possvel, mais honestos nas palavras;
se no o forem, no nos preocupemos com eles e no procu-
remos seno a verdade. Cuidemos de instruir-nos, mas no
nos injuriemos. assim que devem proceder os espritas
com relao aos seus contraditores de boa ou m-f.
Revivesse hoje Plato e acharia as coisas quase como no
seu tempo e poderia usar da mesma linguagem. Tambm
Scrates toparia criaturas que zombariam da sua crena
nos Espritos e que o qualificariam de louco, assim como
ao seu discpulo Plato.
Foi por haver professado esses princpios que Scrates
se viu ridiculizado, depois acusado de impiedade e conde-
nado a beber cicuta. To certo que, levantando contra si
os interesses e os preconceitos que elas ferem, as grandes
verdades novas no se podem firmar sem luta e sem fazer
mrtires.
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C A P T U L O I
No vim destruir a lei
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1. No penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou
os profetas: no os vim destruir, mas cumpri-los:
porquanto, em verdade vos digo que o cu e a
Terra no passaro, sem que tudo o que se acha
na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto
reste um nico iota e um nico ponto.
(S. MATEUS, 5:17 e 18.)
MOISS
2. Na lei moisaica, h duas partes distintas: a lei de Deus,
promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, de-
cretada por Moiss. Uma invarivel; a outra, apropriada
aos costumes e ao carter do povo, se modifica com o tempo.
A lei de Deus est formulada nos dez mandamentos
seguintes:
C A P T U L O I
No vim destruir a lei
As trs revelaes: Moiss, Cristo, Espiritismo
Aliana da Cincia e da Religio
INSTRUES DOS ESPRITOS
A nova era
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60 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do
Egito, da casa da servido. No tereis, dian-
te de mim, outros deuses estrangeiros. No
fareis imagem esculpida, nem figura alguma
do que est em cima do cu, nem embaixo na
Terra, nem do que quer que esteja nas guas
sob a terra. No os adorareis e no lhes pres-
tareis culto soberano.1
II. No pronunciareis em vo o nome do Senhor,
vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sbado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa me, a fim de
viverdes longo tempo na terra que o Senhor
vosso Deus vos dar.
V. No mateis.
VI. No cometais adultrio.
1 Allan Kardec cita a parte mais importante do primeiro mandamento,e deixa de transcrever as seguintes frases: ... porque eu, o Senhorvosso Deus, sou Deus zeloso, que puno a iniqidade dos pais nos filhos,
na terceira e na quarta geraes daqueles que me aborrecem, e uso de
misericrdia at mil geraes daqueles que me amam e guardam os
meus mandamentos. (xodo, 20:5 e 6.)Nas tradues feitas pelas Igrejas cat1ica e protestantes, essa
parte do mandamento foi truncada para harmoniz-la com a dou-trina da encarnao nica da alma. Onde est na terceira e naquarta geraes, conforme a traduo Brasileira da Bblia, a VulgataLatina (in tertiam et quartam generationem), a traduo de Zamenhof(en la tria kaj kvara generacioj), mudaram o texto para at terceirae quarta geraes.
Esses textos truncados que aparecem na traduo da IgrejaAnglicana, na Catlica de Figueiredo, na Protestante de Almeida eoutras, tornam monstruosa a justia divina, pois que filhos, netos,bisnetos, tetranetos inocentes teriam de ser castigados pelo pecado
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61NO VIM DESTRUIR A LEI
VII. No roubeis.
VIII. No presteis testemunho falso contra o vosso
prximo.
IX. No desejeis a mulher do vosso prximo.
X. No cobiceis a casa do vosso prximo, nem o
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi,
nem o seu asno, nem qualquer das coisas que
lhe pertenam.
de todos os tempos e de todos os pases essa lei e
tem, por isso mesmo, carter divino. Todas as outras so
leis que Moiss decretou, obrigado que se via a conter, pelo
temor, um povo de seu natural turbulento e indisciplinado,
no qual tinha ele de combater arraigados abusos e precon-
ceitos, adquiridos durante a escravido do Egito. Para im-
primir autoridade s suas leis, houve de lhes atribuir ori-
dos pais, avs, bisavs, tetravs. Foi uma infeliz tentativa de acomo-dao da Lei vida nica. A Editora da FEB, 1947.
O texto certo que, por merc de Deus, j est reproduzido pelasedies recentssimas a que nos referimos tradues Brasileira ede Zamenhof , que conferem com S. Jernimo, mostra que a Leiensina veladamente a reencarnao e as expiaes e provas. Naprimeira e na segunda geraes, como contemporneos de seusfilhos e netos, o Esprito culpado ainda no reencarnou, mas, umpouco mais tarde na terceira e quarta geraes j ele voltou erecebe as conseqncias de suas faltas. Assim, o culpado mesmo,e no outrem, paga sua dvida.
Logo, tem-se de excluir a 1 e 2 geraes e expressar na 3 e4, como realmente o original.
Achamos conveniente acrescentar aqui esta nota, para facilitara compreenso do estudioso que confronte a sua traduo da B-blia com a citao do Mestre. A Editora da FEB, 1947.
Sem ttulo-1 13/04/05, 15:3061
62 O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
gem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos
povos primitivos. A autoridade do homem precisava
apoiar-se na autoridade de Deus; mas, s a idia de um
Deus terrvel podia impressionar criaturas ignorantes, em
as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o sen-
so moral e o se