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 O ESPÍ RITO F AMILI AR
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O Espírito Familiar (Delassus)

Jan 09, 2016

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Felix

No lar, na cidade e no estado. Del celebre escritor francés Mons. Henri Delassus. En portugués.
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Monsenhor HENRI DELASSUSDoutor em Teologia

 

O ESPÍRITO FAMILIAR 

no Lar 

na Cidade

 e no Estado

 

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  NIHIL OBSTAT:  Insulis, die 18 Septembris 1910. 

H. QUILLIET,

  librorum censor. 

I!"IAT#":  $%mer%ci, die 19 Septembris 1910. 

 A. MASSART,

  &ic. 'en.  (omus !onti)ici%e Antistes.

 

Traduzido do do original francês: L'ESPRIT FAMILIAL

dans la Maison, dans la Cité dans l'Etat

!or Paulo Ro"rto #o$s Faraco

Société Saint%Augustin

&sclé, & rou(r t Ci)

LILLE, *+, ru du Mtz

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À

 U!ENTUDE

"UE ESPERA

E

"UE "UER

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P R E F Á C I O

 

$*e+%mos -ltim% crise, uel% n% u%l p%r%mos de )%l%r d% s%-de dos+o&ernos, p%r% nos ocup%r %pen%s d% s%-de suprem% d% socied%de/. st%s so%s primeir%s p%l%&r%s do pre)2cio com ue Bl%nc de S%int3Bonnet enc%be4ou oli&ro A "STA#"A56O, escrito em 1870. !%ssou3se meio sculo dest% pre&iso. Auilo ue os espritos superiores podi%m ler ento n%s idi%s ue tin*%mcurso, ns lemos *o;e nos )%tos, nos %contecimentos ocorridos, m%is %ind%n%ueles ue esto se prep%r%ndo e ue so iminentes. $*e+%mos -ltim%crise, uel% onde est%remos redu<idos % per+unt%r se % ci&ili<%4o no &%i ser c%rre+%d% como um )i%po de p%l*% num% torment%, e se % socied%de no &%i ser %niuil%d%.

#m% re&ist% in+les%, % Crusader,  escre&i% n% mesm% poc%: /=emos%cumul%rem3se os sin%is d% +r%nde e terr&el lut% n% u%l % urop% ser2 di&idid%em dois +r%ndes c%mpos: um p%r% o %t%ue, outro p%r% % de)es% d% liberd%decrist. Ness% lut%, %s %rm%s no sero somente intelectu%is ou mor%is, m%st%mbm m%teri%is e )sic%s.

/st2 pr>im%, com e)eito, % *or% em ue % )or4% brut%l e % tir%ni% ces%ri%n%sero de&or%d%s pelo soci%lismo ue rond% %s socied%des modern%s. Ness%*or%, u%ndo todos os poderes ue &?m de (eus ti&erem sido esm%+%dos pel%"e&olu4o, e ue % seit%, )il*% de S%t, uiser rein%r no mundo, os po&os cristos,)or4%dos % de)ender seus %lt%res e seus l%res, podero re%+ir li&remente contr%%s leis ue se interp@em entre eles e %s leis d% I+re;% de (eus... nto &ir2 %ine&it2&el re%4o e % re&olt% contr% % impied%de e % %n%rui%. nto % ;u&entude

de c%d% re+io onde % "e&olu4o ti&er posto o p, e>cl%m%r2 com os %c%beus:/ mel*or morrer comb%tendo do ue &er % desol%4o do s%ntu2rio/ e ;o+%ndo %o&ento todos os c2lculos *um%nos, el% )orm%r2 em c%d% p%s um% )%l%n+e de*omens pront% % de)ender %t % morte %s liberd%des conuist%d%s pel% $ru<,pront% % se unir sob esse smbolo % seus irmos de tod%s %s r%4%s e tod%s %sn%cion%lid%des. nto %s mul*eres en&i%ro seus )il*os e seus esposos %ocomb%te. nto os p%is empun*%ro % esp%d% p%r% de)ender % ) de seus )il*ose % liberd%de de seus %lt%res/.

(eus d%r3l*es32 % &itri%.No li&ro intitul%do A Conjuração Anticristã, demos, % respeito dess%s cois%s,

sem d-&id% no % certe<%, m%s % esper%n4% seri%mente )und%d%. Sobre %srun%s d% "e&olu4o de&ero le&%nt%r3se no&%s constru4@es. $ompete  ;u&entude prep%r%r3se p%r% isso, pois % el% ue incumbir2 ess% obr%. Aprimeir% prep%r%4o consiste em estud%r %s condi4@es de e>ist?nci%, de &id% e deprosperid%de ue % socied%de *um%n% recl%m%. #m% dess%s condi4@es oesprito )%mili%r, ue de&e ser rest%ur%do no l%r, n% cid%de e no st%do.

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CAPÍTULO I

COMO SE FORMAM OS ESTADOS 

Plæclare scriptum est a Platone, non solum nobisnati sumus... homines hominum causa essegeneratos ut ipsi inter se alii aliis prodesse possent .

CICERO, DE OFFIC. I. 1 

 A &erd%de soci%l o oposto d% utopi% democr2tic%.

 A utopi% democr2tic% % i+u%ld%de. A democr%ci% son*% com um est%dosoci%l ue consider% %pen%s os indi&duos, e indi&duos soci%lmente i+u%is.

No )oi isso ue (eus uis. !%r% con&encer3nos disso, b%st% consider%r o uele )e<.

(eus poderi% ter cri%do c%d% *omem como criou Ado, diret%mente esomente por le. Assim procedeu rel%ti&%mente %os %n;os. no ent%nto, mesmo% le no uis i+u%ld%deC De< com ue c%d% %n;o constitusse um% espciedistint%, correspondente % um% idi% p%rticul%r, e ue )ossem re%li<%d%s ess%sidi%s, +r%du%ndo3%s nos seres deles, %ssim como el%s est%&%m +r%du%d%s nopens%mento di&ino.

Dorm%ndo o +?nero *um%no um% espcie -nic%, % i+u%ld%de teri% rein%donele se todos ns ti&ssemos recebido % e>ist?nci% diret%mente d%s mos do$ri%dor. (eus tin*% outros des+nios. le uis ue receb?ssemos % &id% uns dosoutros, e ue %ssim )Essemos constitudos, no n% liberd%de e n% i+u%ld%desoci%is, m%s n% depend?nci% de nossos p%is e n% *ier%rui% ue de&i% n%scer dess% depend?nci%.F 

1 Platão escreveu com muito acerto que nascemos homens não somente por termos sido gerados por homens, mas também para que possamos ser úteis uns aos outros. (N. do T.) !ada an"o #orma por si mesmo uma espécie distinta dos outros. $ espécie humana, partindo daunidade, decomp%e&se em pessoas e recomp%e&se em #am'lias ou em na%es, pelo parentesco ou pelaa#inidade.  *ma naão é um con"unto de indiv'duos provindos de di#erentes raas, mas unidos por liamescomple+os de #am'lia, cu"os ancestrais historicamente agiram uns sobre os outros, submetidos s

sele%es comuns. -la compreende os vivos, e mortos em maior número, e a posteridade até o #im dosséculos, porque a naão, de uma maneira necessria, tende eternidade e universalidade, isto é, a

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(eus criou Ado depois tirou do corpo de Ado % c%rne d% u%l )e< o corpode &%. nto %ben4oou o *omem e % mul*er e disse3l*es: /Sede )ecundos,multiplic%i3&os, po&o%i % terr% e submetei3%/.

(eus criou %ssim % )%mli% )e< del% um% socied%de, e constituiu3% sobre umpl%no bem di&erso do d% i+u%ld%de soci%l: % mul*er submissa  %o *omem e os)il*os submissos  %os p%is.

ncontr%mos, pois, n%s prpri%s ori+ens do +?nero *um%no %s tr?s +r%ndesleis soci%is: % %utorid%de, % *ier%rui% e % unio % %utorid%de, ue pertence %os%utores d% &id% % *ier%rui%, ue torn% o *omem superior mul*er e os p%issuperiores %os )il*os % unio, ue entre si de&em conser&%r os ue so&i&i)ic%dos por um mesmo s%n+ue.

Os st%dos s%r%m dess% socied%de primeir%./A )%mli%, di< $cero, o princpio d% cid%de e de %l+um% )orm% % semente

d% "ep-blic%. A )%mli% di&ide3se, mesmo perm%necendo unid% os irmos, seus)il*os e os )il*os destes, no tendo m%is lu+%r n% c%s% p%tern%, s%em p%r% ir )und%r, como t%nt%s colEni%s, no&%s c%s%s. les )orm%m %li%n4%s d% %s

%)inid%des e o crescimento d%s )%mli%s. !ouco % pouco %s c%s%s se multiplic%m,tudo cresce, tudo se desen&ol&e e n%sce % "ep-blic%/.G Bodin sculo =IJ, n% su% obr% Les Six Livres de la République,  cons%+r%,

no li&ro III, o c%ptulo =II demonstr%4o de /como % ori+em d%s corpor%4@es ed%s comunid%des &eio d% )%mli%/. S%&i+nK, no seu Traité du Droit Roman,t%mbm di<: /As )%mli%s )orm%m o +erme do st%do/.

T%is so e>%t%mente %s ori+ens do po&o de (eus. No ponto de p%rtid%, Abr%o )und% um% no&% )%mli% dest% )%mli% s%em do<e tribos e ess%s triboscomp@em um po&o.

(eu3se o mesmo com os +entios.Dustel de $oul%n+es, no seu clebre li&ro La Cité Antique, demonstrou como

em Hell%s, %ssim como n% It2li% dos rom%nos, o st%do n%sceu d% c%s%

 permanecer s/ e a cobrir o globo inteiro com a sua descend0ncia.  $ naão que comea a se #ormar compreende raas diversas, em proporão di#erente, repartidas deuma certa maneira na hierarquia social. esses indiv'duos sai pouco a pouco um grupo maiscompacto. e geraão em geraão as descend0ncias se con"ugam, se rami#icam e se con"ugam aindaao in#inito. $ comunidade de sangue estabelece&se em toda a massa e não h indiv'duo que não se"aum pouco parente de todos.  $p/s quin2e séculos, por e+emplo, de e+ist0ncia da 3rana, isto é, ap/s quarenta e cincogera%es, o número te/rico dos ancestrais de cada contempor4neo é prodigioso, e o dos parentescolaterais inconceb'vel. $ partir da vigésima geraão, isto é, a partir de 155, o número de autoresdiretos de cada indiv'duo elevar&se&ia a mais de dois milh%es, a metade dos quais para essavigésima geraão. Para a quadragésima quinta chega&se a cerca de setenta milh%es, cu"a metade

representa os ancestrais de quadragésimo quinto grau. -sses números imposs'veis provam a prodigiosa repetião das mesmas pessoas nas diversas descend0ncias do mesmo indiv'duo, e a mais prodigiosa quantidade de #am'lias nas quais ele teve antecessores. - se se leva em conta os parentescos em linha colateral, para cada um dos ancestrais, os números tornam&se tão grandesque não somente não signi#icam mais nada, como também não se pode escrev0&los6  7ra, essa composião in#inita de aparentados #eita pela obra de gera%es, não se estendeu muitoalém de certos limites no espao. 7 parentesco é muito intenso entre indiv'duos da mesma região,menor #ora da prov'ncia, e muito #raco com os estrangeiros. $s barreiras pol'ticas, cada ve2 maisaltas até a #ronteira da naão, impediram o estabelecimento de rela%es.  $ naão aparece assim como uma imensa #am'lia comple+a, limitada por #ronteiras. 7s vivos sãosolidrios com os mortos e estes com o #uturo. 8eguramente esses laos são in#initamente t0nues,ameaados sem cessar e rompidos pelo trabalho da reversão, mas são tão entrecru2ados que atrama permanece #orte, no espao e no tempo (9acher de :apouge,  L'Aryen, son Rôle Social.

Paris, 1;<<, in&;, p. =>>&=>?).=  A República , :ivro @, ?.

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domstic%. A ratria  dos +re+os socied%de de irmosJ, como % !ens  dosrom%nos socied%des de )%mli%s s%d%s do mesmo troncoJ, no er%m seno um%)%mli% m%is &%st%, reunid% sob um mesmo c*e)e ue, em "om%, us%&% o nomede p%i, pater , em Aten%s o nome de eup"trida, p%i bom.

N% ori+em d%s ci&ili<%4@es %ssri%, e+pci% e outr%s, encontr%3se t%mbmum% )%mli% ou %l+um%s )%mli%s ue, inici%lmente, se desen&ol&em el%s mesm%se ue &?em em se+uid% outr%s )%mli%s &irem se %+rup%r %o seu redor p%r% )orm%r % tribo, depois, %+lomer%ndo3se, %s tribos )orm%rem %s n%4@es.

 A )r%tri% entre os +re+os, % !ens  entre os rom%nos, no er%m, como %sp%l%&r%s %li2s do % entender, um% %ssoci%4o de )%mli%s er% % prpri% )%mli%,ue reuni% num )ei>e tod%s %s )%mli%s brot%d%s do seu tronco, ue tin*%%lc%n4%do, %tr%&s de sucessi&%s +er%4@es, pel% )or4% d%s tr%di4@es, umdesen&ol&imento ue del% )%<i% um +rupo soci%l ;2 numeroso. O ue no impedi%ue certo n-mero de )%mli%s estr%n+eir%s &iesse coloc%r3se sob % prote4odess%s )%mli%s princip%is, torn%r3se clientes dest%s e entr%r n% )r%tri% ou n% !enspor %cesso. /!or % se &?, di< Dustel de $oul%n+es, ue % )%mli% dos tempos

m%is %nti+os, com o seu r%mo primo+?nito e seus r%mos m%is no&os, seusser&idores e seus clientes, podi% )orm%r com o tempo um% socied%de muito+r%nde/. l% er% m%ntid% n% unid%de pel% %utorid%de do c*e)e *eredit2rio do r%moprimo+?nito.

 Nos primeiros tempos d% ci&ili<%4o *el?nic%, %l+um%s )%mli%s import%ntesdi&idem o p%s e o +o&erno. Seus c*e)es us%m o nome de reis. sses reis so%+ricultores. #lisses, rei de It%ue, &%n+lori%3se de ser *2bil em cei)%r % er&%, emtr%4%r um sulco nos c%mpos. Su%s )il*%s &o u%r%r % roup% beir% do m%r MEnico. As li+%4@es m%is ntim%s li+%m esses c*e)es %os ue os rodei%m.

de um n-mero inde)inido de socied%des dess% n%ture<% ue % r%4% %ri%n%p%rece ter sido compost% dur%nte um% lon+% se?nci% de sculos.

=emos os +rupos soci%is se constiturem d% mesm% m%neir% n%s ori+ens de

nosso mundo moderno. A )%mli%, e>p%ndindo3se, )ormou entre ns % mesnada7 %ssim como el% tin*%)orm%do % ratria  entre os +re+os e % !ens  entre os rom%nos. Os p%rentes%+rup%dos em torno de seu c*e)e, di< Dl%c*  )orm%m o n-cleo de um%corpor%4o %mpli%d%, % mesn%d%. Os te>tos d% Id%de di%, crEnic%s e c%n4@esde +est%, mostr%m3nos % mesn%d% %crescid% do p%tron%to e d% clientel%, comocorrespondendo e>%t%mente !ens  dos rom%nos/. m se+uid%, Dl%c* mostr%como % mesn%d%, desen&ol&endo3se por seu turno, produ<iu o )eudo, )%mli% m%is%mpli%d%, cu;o suser%no %ind% o p%i t%nto ue, p%r% desi+n%r o con;unto depesso%s reunid%s sob % suser%ni% de um c*e)e )eud%l, encontr%3se)reentemente nos te>tos dos sculos II e III, poc% em ue o re+ime )eud%lte&e seu pleno des%broc*%mento, % p%l%&r% /)%mli%/. /O b%ro, di< Dl%c*,

%ntes de tudo um c*e)e de )%mli%/. o *istori%dor cit% te>tos nos u%is o p%i e>press%mente consider%do como semel*%nte %o b%ro, o )il*o %o &%ss%lo.

A Nome dado em Boma a um grupo de vrias #am'lias descendentes de um mesmo ancestral. $ gensromana assemelhava&se ao clã primitivo. 8eus membros usavam o nome gentilício, que era o ind'ciodos seus direitos pol'ticos. 7s che#es das gentes, na época primitiva, eram os patres  (pais),membros natos do senado. $s gentes cresceram, passaram a compreender milhares de pessoas e,em conseqC0ncia dessa evoluão, dissociaram&se a partir do #im da época real, permanecendo ogentilício  como único ind'cio do antigo parentesco. $s velhas  gentes  romanas #ormavam opatriciado, distinguindo&se das gentes  plebéias, que também chegaram a e+ercer importantes#un%es públicas. (Drande -nciclopédia elta :arousse, ed. 1<?;, vol. ?, p. =5=;, verbete gens E 

 N. do T.).F

 Gesnie, GagnieH casa, #am'lia, como ainda ho"e se di2 a casa de 3rana.>  Les Origines de l'Ancienne France.

)*

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/#m m%ior desen&ol&imento d% )%mli% d2 ori+em %o b%ro de c%te+ori% m%isele&%d%/. (o peueno )eudo brot% o +r%nde )eudo. A %+lomer%4o dos +r%ndes)eudos )orm%r2 os reinos.

Doi %ssim ue se )ormou noss% Dr%n4%. T%nto % ln+u% como % Histri% o%test%m.

O con;unto de pesso%s coloc%d%s sob % %utorid%de do p%i de )%mli% c*%m%do: am#lia. A p%rtir do sculo , o con;unto de pesso%s reunid%s sob %%utorid%de do sen*or, c*e)e d% mesn%d%, c*%m%do: am#lia. O con;unto depesso%s reunid%s sob % %utorid%de do b%ro, c*e)e do )eudo, c*%m%do: am#lia. &eremos ue o con;unto d%s )%mli%s )r%nces%s )oi +o&ern%do como um% )%mli%.O territrio sobre o u%l se e>erci%m ess%s di&ers%s %utorid%des, uer se tr%t%ssede um c*e)e de )%mli%, do c*e)e d% mesn%d%, do b%ro )eud%l ou do rei, c*%m%3se, uni)ormemente, nos documentos: p"tria, o domnio do pai . /A p2tri%, di< Dr%n<DuncP3Brent%no, )oi n% ori+em o territrio d% )%mli%, % terr% do p%i. A p%l%&r%estendeu3se %o sen*orio e %o reino inteiro, sendo o rei o p%i do po&o. O con;untodos territrios sobre os u%is se e>erci% % %utorid%de do rei c*%m%&%3se, pois,

/!2tri%/./#m% sen*ori%, escre&e Sei+nobes, um st%do em mini%tur%, com seue>rcito, seus costumes, seu ban, ue % lei do sen*or, seu tribun%l. A Dr%n4% )oi,m%is do ue u%luer outro p%s, sobretudo no sculo , di&idid% em sober%ni%sdesse +?nero. No )oi )eito o c2lculo: ele %lc%n4%ri% cert%mente um% de<en% demil*%r/.

m 989, um desses b%r@es )eud%is, %uele ue enc%rn%&%, d% m%neir% m%iscomplet% e m%is poderos%, os c%r%cteres ue m%rc%&%m c%d% um deles, )oi+uind%do Q sob o impulso prprio do mo&imento ue impeli% % Dr%n4% or+%ni<%4o de su%s )or4%s &i&%s Q %o pico do +rupo soci%l: Hu+o $%peto tornou3se rei. A re%le<% pro&eio, %tr%&s do b%ro )eud%l, d% %utorid%de ue e>erci% o

p%i de )%mli%. Assim, em todo o lu+%r % ci&ili<%4o come4ou pel% )%mli%. L2 e c2 n%scem os

*omens entre os u%is se desen&ol&e e %+e m%is )ortemente o %mor p%tern%l eo dese;o de se perpetu%r por seus descendentes. les se dedic%m %o tr%b%l*ocom m%is %rdor, imp@em % seus %petites um )reio m%is contnuo e m%is slido,+o&ern%m su% )%mli% com m%is %utorid%de, inspir%m3l*e costumes m%is se&eros,ue imprimem nos *2bitos ue seus descendentes so le&%dos % %duirir. sses*2bitos tr%nsmitem3se pel% educ%4o, torn%m3se tr%di4@es ue m%nt?m %sno&%s +er%4@es n%s &i%s %bert%s pelos %ncestr%is. A c%min*%d% por ess% &i%condu< % )%mli% % um% situ%4o c%d% &e< m%is %lt% %o mesmo tempo, % unioue conser&%m entre si todos os r%mos s%dos do tronco primiti&o d23l*es um

poder ue cresce di% % di% com o n-mero de descendentes ue se multiplic%m ecom %s riue<%s ue se %cumul%m pelo tr%b%l*o de todos.Nest% situ%4o eminente, est% )%mli% ob;eto de %ten4o d%s ue %

rodei%m. st%s pedem p%r% se %bri+%r sob su% )or4%, p%r% % encontr%r prote4o,e em troc% prometem3l*e %ssist?nci%. ntre el%s se encontr%m %s ue se sentemestimul%d%s pel% prosperid%de ue testemun*%m, e dese;%ndo3% p%r% si mesm%s,dei>%m3se +o&ern%r e instruir, es)or4%m3se em pr%tic%r %s &irtudes cu;o e>emploe result%do el%s t?m sob os ol*os.

T%l % ori+em *istric% de tod%s %s tribos, e % ori+em d%s n%4@es em tudosemel*%nte: %s tribos se %+lomer%m como se %+lomer%r%m %s )%mli%s, e sempresob % %scend?nci% de um% )%mli% principesca$  O $ontr%to Soci%l, ue um belodi% )%< *omens estr%n*os p%recerem3se uns %os outros e os )%< li+%rem3se entre

si por um p%cto con&encion%l, no e>istiu seno n% im%+in%4o de Me%n3M%cues

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"ousse%u e se seus discpulos tent%r%m em %l+um lu+%r %ssim se constituremem st%do, su% socied%de )ictci% no de&e ter t%rd%do em se dissol&er. N%d%subsiste se no )eito pel% n%ture<% e se+undo su%s leis. =imos ess%s leis %+ir n%s ori+ens d%s ci&ili<%4@es +re+% e rom%n%, como n%s ori+ens d% ci&ili<%4omodern%. Os mission2rios e os e>plor%dores con)irm%m su% e>ist?nci% entre ossel&%+ens. T%nto entre estes u%nto em u%luer outro lu+%r, no e>iste triboseno onde *2 um come4o de or+%ni<%4o, e est% or+%ni<%4o % tribo recebe d%proemin?nci% de um% )%mli% u%l %s outr%s esto subordin%d%s.

% *ier%rui% n% su% primeir% )orm%4o e % %ristocr%ci% no seu primeiroest%do.

ntre ns, em meio s run%s %cumul%d%s pel%s in&%s@es dos b2rb%ros,no *%&i% m%is ordem, porue no *%&i% m%is %utorid%de. Sob % %4o dos s%ntos,)%mli%s ele&%r%m3se, %nim%d%s pelos sentimentos ue o cristi%nismo come4%&% %esp%l*%r pelo mundo: sentimentos de %bne+%4o pelos peuenos e pelos )r%cos,sentimentos de concrdi% e de %mor entre todos, sentimentos de recon*ecimento

e de )idelid%de entre os prote+idos. A *%+io+r%)i% dess% poc% permite3nos%ssistir por tod% % p%rte % esse espet2culo de )%mli%s ue se pro;et%m %ssimsobre outr%s pel% )or4% de su%s &irtudes.

 Acim% de tod%s sur+e, no sculo , % )%mli% de Hu+o $%peto, ue construiu% Dr%n4% pel% p%ci?nci% do seu +?nio, pel% perse&er%n4% de seu de&ot%mento,pel% continuid%de de seus ser&i4os. necess2rio %crescent%r: / pel% &ont%de epel% +r%4% de (eus/.R To lo+o o conde de %istre %ssin%lou est% e>presso d%scritur%: /Sou u ue )%4o os reis/, no dei>ou de %crescent%r: /Isto no um%met2)or%, m%s um% lei do mundo poltico. (eus )%< os reis %o p d% letr%. leprep%r% %s r%4%s re%is le %s %m%durece no meio de um% nu&em ue escondesu% ori+em. l%s %p%recem %ssim coro%d%s de +lri% e de *onr%/.

Bl%nc de S%int3Bonnet: /u%ndo  Aquele que sonda os coraç%es e as

entran&as  escol*e um% )%mli% entre tod%s %s outr%s, Su% escol*% re%l e di&in%.ss% )%mli% lo+o compro&% % escol*% %ind% ue l*e reste % liberd%de p%r%recol*er ou dissip%r seus donsJ, )ornecendo m%is le+isl%dores, +uerreiros es%ntos do ue %s )%mli%s m%is nobres, se bem ue, neste %specto, est%s -ltim%s ;2 le&em &%nt%+em sobre %s outr%s num% propor4o prodi+ios%/.8 

? $s monarquias cristãs da -uropa, di2 om Iesse, são todas obra de uma #am'lia. $ 3rana deve suae+ist0ncia pol'tica #am'lia de Jugo !apeto. Jugo e seus ancestrais haviam #ornecido múltiplas

 provas de seu valor e de sua capacidade. -les mereciam con#iana. 8ob sua proteão, as #am'liasgo2avam da pa2 necessria sua conservaão e ao seu desenvolvimento. 3oi conclu'do um pactoentre a casa dos !apetos e as casas que tinham autoridade sobre terras e #am'lias. esse pactoresultou o núcleo primitivo, que, com acréscimos regulares, devia atingir os limites do grande reinode 3rana.

  Note&se bemH o pacto real não ligava a 3rana a seus simples soberanos. $ 3rana estava unida #am'lia de Jugo !apeto, dinastia capet'ngeaK e, como garantia de união, ela deu a essa augustadinastia o direito de usar seu nomeK ela é para sempre a !asa de 3rana.  7 desenvolvimento e+traordinrio que so#reu o governo da 3rana, sobretudo a partir do séculoL9@, e a organi2aão da vida de !orte diminu'ram a aão direta da #am'lia real sobre a 3rana. Noentanto, ela permaneceu considervelK mesmo sob :u's L@9 e sob :u's L9@, a 3rana tinha uma#am'lia sua #rente. @sto é tão verdadeiro que Napoleão não hesitou um instante em entrar nessavia. -le carregou na sua ascensão todos os Ionapartes. Na Mustria, na $lemanha, na Iélgica, na@nglaterra, ainda em outros lugares, uma #am'lia preside os destinos da naão. -ssa #am'lia éamada e respeitada como a primeira do pa's. -la personi#ica suas tradi%es e suas gl/rias. 8ua

 prosperidade e a do pa's são uma s/. -la carrega em si as esperanas do #uturo. Todos sabem disso evivem em pa2.; No que di2 respeito santidade, basta, para convencermo&nos disto, percorrer qualquer 9ida dos

8antos. :imitando&nos ao brevirio, percebemos E a observaão é de Ilanc de 8aint&Ionnet E queas #am'lias nobres, reunidas, produ2iram mais de trinta e sete por cento dos santos, e apenas as

)2

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 A obr% ue el% re%li<% %test% ue % mo ue % escol*eu % sustent% e % +ui%./!%rtindo do n%d%, disse T%ine, o "ei de Dr%n4% constri um st%do

comp%cto ue no momento em ue estour% % "e&olu4oJ %bri+% &inte e seismil*@es de *%bit%ntes e # NT6O O AIS !O("OSO (A #"O!A. mtodo esse tempo ele )oi o c*e)e d% de)es% p-blic%, o libert%dor do p%s contr% osestr%n+eiros.

/Intern%mente, desde o sculo II, com o elmo n% c%be4% e sempre pelosc%min*os, ele o +r%nde ;usticeiro, demole %s torres dos m%l)eitores )eud%is,reprime os e>cessos dos )ortes, prote+e os oprimidos, %bole %s +uerr%sp%rticul%res, est%belece % ordem e % p%<: obr% imens% ue, de Lus, o 'ordo, %So Lus de Dilipe, o Belo, % $%rlos =II e Lus I de Henriue I= % Lus III e %Lus I=, continu% sem interrup4o.

/(ur%nte esse tempo, tod%s %s cois%s -teis e>ecut%d%s por ordem su% oudesen&ol&id%s sob seu p%trocnio, estr%d%s, portos, c%n%is, %silos, uni&ersid%des,%c%demi%s, est%belecimentos de pied%de, de re)-+io, de educ%4o, de ci?nci%,de ind-stri% e de comrcio, le&%m su% m%rc% e o procl%m%m ben)eitor p-blico/.9 

i+net, %pes%r d% sin+ul%r indul+?nci% ue mostr% n% su% 'istoire de laRévolution p%r% com os *omens ue derrub%r%m % re%le<%, )%<, de su% p%rte,est% obser&%4o:10 

/A Dr%n4% )oi obr% d% din%sti% c%petn+e%, ue tr%b%l*ou, dur%nte setesculos, pelo est%belecimento dest% precios% unid%de de territrio, de esprito, deln+u%, de +o&erno. Doi do prprio centro do p%s ue % din%sti% c%petn+e% p%rtiup%r% ess% conuist% de reunio. !%ris, s m%r+ens do Sen%, e Orle%ns, sm%r+ens do Loire, )or%m seus pontos de p%rtid% o Oce%no, os !irineus, oediterrneo, os Alpes, o "eno, seus pontos de c*e+%d%... %s, semprem%rc*%ndo em dire4o % seu ob;eti&o, % unid%de de territrio e % unid%de depoder, % din%sti% mostrou um% *2bil moder%4o. l% incorporou %s pro&nci%s sem%s destruir, dei>%ndo3l*es os costumes ci&is sobre os u%is repous%&%m su%s

e>ist?nci%s e um% p%rte dos pri&il+ios de ue +o<%&%m/.11

 

#am'lias reais seis, isto é, mais de vinte por cento6 Gesmo no século L9@@@, em que a nobre2a estavatão deca'da, as #ilhas de nossos reis eram santas e seus netos her/is.  $dmitindo&se uma #am'lia nobre em cem #am'lias e uma #am'lia real ou principesca em du2entasmil, ter'amos esta proporãoH o mesmo número de #am'lias produ2iu, na nobre2a, cinqCenta ve2esmais santos do que no povo, e, nas casas reais, quatrocentas ve2es mais do que na nobre2a, ou vintemil ve2es mais do que no povo.  7 que são, diante desses #atos, as declama%es da democracia, mesmo cristã, sobre as virtudes do

 povo e os v'cios dos grandes6 7s néscios buscam argumento contra a instituião monrquica nasdesordens de :u's L9. -les não pensam nas sedu%es das quais não cessou de estar cercado, e diantedas quais eles não teriam #eito, eles, sem dúvida, melhor #igura. -les também não pensam nainacreditvel #ora de virtude que #oi necessria a uma #am'lia, mergulhada durante oito séculos no

 banho dissolvente das maiores prosperidades, para não cair no ego'smo, e para produ2ir ainda, no#im desse per'odo, a santidade.< Taine, L'Ancien Régime  , p. 1A e 1F.15  Essai sur la Formation erritoriale et !oliti"ue de la France.  11 $ prop/sito do nascimento de 3ilipe $ugusto em 1 de abril de 11>F, :uchaire notou com muita

 precisão a que ponto o sentimento de unidade moral se tradu2ia desde aquela época na pessoa dorei. *m estudante parisiense, Pierre Biga, contou a cenaK ele mostrou a !asa do rei, no lugar doatual Palcio da ustia, rodeada de palacianos e de burgueses que aguardam #ebrilmente o parto darainha. O um #ilho6 $ rainha chora de alegriaH a not'cia voa de boca em bocaK ela corre de umae+tremidade a outra da 3rana com uma rapide2 surpreendente, porque, se bem que o quarto realestivesse #echado, di2 Biga, pessoas impacientes acharam um meio de olhar por uma #resta e de ver o menino. Paris desperta na alegriaK as ruas e as praas se iluminam. Trompetes soam nasesquinas dos cru2amentosK os sinos repicam toda #ora nas altas torres das igre"as. *m estudante

ingl0s, o #uturo historiador Diraud de Iarri, dormia pro#undamente quando #oi acordado pelosru'dos e pelas lu2es da rua.

)3

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u%ndo se se re)ere poc% do desmembr%mento do imprio de $%rlos%+no, &?3se s%ir do tr%t%do de =erdum tr?s st%dos de importnci% m%is oumenos i+u%l, )orm%dos c%d% um por elementos dsp%res, ue se torn%r%m, como tempo, % Dr%n4%, % Alem%n*% e % It2li%. (estes tr?s st%dos, somente umc*e+ou muito r%pid%mente constitui4o de su% unid%de )oi % Dr%n4%. Nocome4o do sculo III, % Dr%n4%, com Dilipe Au+usto, est2 n% posse de su%unid%de n%cion%l, e>iste como corpo de n%4o uno e *omo+?neo. (esde o )imdo sculo III, um sculo e meio %ntes de Mo%n% dUArc, Dilipe, o Belo, deu um%bel% de)ini4o d% idi% de p2tri%. As %rm%s )r%nces%s %c%b%&%m dee>periment%r, no di% 11 de ;ul*o de 1G0F, o terr&el des%stre de $ourtr%i. No di%F9 de %+osto, de !%ris, diri+indo3se %o clero d% Dr%n4%, Dilipe, o Belo, pint%3l*e %situ%4o do p%s, pedindo3l*e ue contribu% com subsdios p%r% % de)es% d%p2tri%: /"e)leti bem, di< o rei %os prel%dos de seu reino, ue se tr%t% d%s &oss%scon&eni?nci%s, de c%d% um dentre &s, n%s u%is c%d% um de &s tem interesse%ssim, %plic%ndo tod% % &oss% %)ei4o, todos os &ossos es)or4os n% de)es% dest%p2tri% ue &os &iu n%scer Q dest% p2tri% pel% u%l % tr%di4o &ener%d% dos

%ncestr%is nos ensinou ue er% preciso comb%ter, pre)erindo o %mor % el% %o%mor de nossos prprios )il*os Q ns &os pedimos ue &en*%is em %u>lio comos m%is )ortes subsdios de ue poss%is dispor.../

I<oulet, pro)essor no $ol+io de Dr%n4%, e>pEs est% concep4o do %mor d%p2tri%: /O %mor d% p2tri% no um sentimento simples e super)ici%l, )2cil deimpro&is%r. No um co+umelo ue cresce em um% noite. um% pl%nt% de r%<espro)und%s e lent%s. O %mor d% p2tri% um% comple>% result%nte de obscuroscomponentes. A p2tri% mer+ul*% su% trplice r%i< n%s secret%s pro)unde<%s dos*2bitos terrenos, d%s pied%des domstic%s e d%s emo4@es reli+ios%s. (eus, osolo e o l%r so o trplice in+rediente desse dit%me.

/ue se pode, pois, esper%r do p%triotismo de um po&o em ue muit%spesso%s no pens%m seno em %b%ndon%r % terr%, em uebr%r o l%r, em rene+%r 

% (eusV u%ndo % trplice r%i< sec%, como poderi% % pl%nt% dei>%r de de)in*%r ede morrerV/

u%nto Alem%n*% e It2li%, oriund%s, como % Dr%n4%, do imprio de $%rlos%+no, )oi preciso ue esper%ssem %t o )im do sculo I p%r% re%li<%r %unid%de e ue unid%deCJ u%l um% e outr% no cess%r%m de tender no curso desu%s *istri%s to %+it%d%s.

(e onde &em ess% di)eren4%V (o )%to de ue n% Dr%n4% )oi mel*or se+uid% %lei d% n%ture<%. Doi % )%mli% c%petn+e%, )oi % )i>ide< d% din%sti% re%l, )und%d%sobre % lei s2lic%, ue )ormou e m%nte&e % unid%de n%cion%l. Doi +r%4%s % esseprincpio de *eredit%ried%de, ue em nen*um% outr% p%rte se e>erceu com t%nt%

continuid%de e re+ul%rid%de, ue % re%le<% )r%nces% pEde %duirir, no curso dossculos, %s condi4@es de )or4% e de dur%4o necess2ri%s re%li<%4o d% +r%ndeobr% n%cion%l.1F

  Pulo de minha cama, escreve ele, corro "anela e ve"o duas pobres velhas que, carregando cadaqual uma tocha acesa, gesticulavam e corriam como loucas. Pergunto&lhes o que h com elasH  E N/s temos um rei que eus nos deu, responde uma delasK um soberbo herdeiro real, pelamão do qual vosso rei, o vosso, receber um dia opr/brio e in#elicidade6...  :uchaire acrescentaH $s popula%es mais a#astadas de Paris " tinham o sentimento E por vagoque #osse E da unidade moral do pa's #ranc0sK elas sentiam que #a2iam parte de um corpo cu"acabea era o rei de 3rana. $ correspond0ncia de :u's 9@@ est repleta de testemunhos dessasolidariedade mais #orte do que o liame #eudal.1 7 #ato reveste&se de um carter providencial, que os verdadeiros historiadores não dei+aram de

notar. 3oi eus, com e#eito, nos 8eus des'gnios sobre a 3rana, que permitiu que, nessa grandelinhagem capet'ngea, na qual não se conta, durante mais de tr0s séculos, um s/ pr'ncipe adulterino,

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CAPÍTULO II

OS ESTADOS DEVEM CONSERVAR O MODELO FAMILIAR

Haec societas diligenter et sancte obserata, noshomines hominibus miscit et indicat ali!uid essecommune "us generis humani.

#E$EC%, Epist. &'(II 1

 

 A )%mli% no somente o elemento primeiro de todo st%do,el% se m%ntmcomo seu elemento constituti&o, de t%l sorte ue % socied%de re+ul%r, t%l comoe>iste, dur%nte o tempo em ue no ten*% contr%ri%do %s leis d% n%ture<%, como)e< noss% Dr%n4% n% "e&olu4o, comp@e3se no de indi&duos, m%s de )%mli%s.Ho;e,somente os indi&duos cont%m, o st%do con*ece %pen%s cid%dosdispersos isto contr2rio ordem n%tur%l. $omo muito bem disse S%&i+nK: /Ost%do, um% &e< )orm%do, tem como elementos constituti&os %s )%mli%s, no os

não #altasse "amais o herdeiro direto do trono, de sorte que se viu, sem interrupão, desde Jugo!apeto até 3ilipe, o :ongo, o #ilho primog0nito do rei de#unto suceder regularmente seu pai.

  uando #oi preciso, pela primeira ve2, #alta de um herdeiro direto, impedir o acesso dasmulheres ao trono, que teriam podido, casando&se, levar a coroa da 3rana para uma #am'liaestrangeira e comprometer a unidade nacional, teve&se apenas que veri#icar a tradião e trans#ormar o #ato providencial em lei positiva.

*ma ve2 bem estabelecido o modo de sucessão, o princ'pio de hereditariedade #unciona por simesmo, provendo sempre o trono de um titular e mantendo na dinastia a grande tradiãomonrquica.  !omo observou muito bem o abade de Pascal, um dos principais ob"etivos da missão de oanadQ$rc #oi consagrar, da parte do céu, em !arlos 9@@, esse princ'pio salvador da hereditariedaderealH Dentil pr'ncipe, eu te digo da parte do 8enhor que és o verdadeiro herdeiro de 3rana. -u tedigo que eus tem piedade de v/s, de vosso reino e de vosso povo. ($ última #rase, no original#ranc0sH e te  dis que ieu a pitié de o!s, de otre  roRaume et de otre  peuple).

1

 -ssa sociedade, cuidadosa e santamente respeitada, mistura os homens aos homens, e indica ser algo comum a lei do g0nero humano. (N. do T.).

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indi&duos./ Assim er% outror%, e o ue o demonstr% de um% m%neir% bem sens&el o )%to de ue nos recense%mentos d% popul%4o % cont%+em er% sempre )eit%no por pesso%s, m%s por )o+@es, isto , por l%res c%d% l%r er% consider%do ocentro de um% )%mli%, e c%d% )%mli% er% no st%do um% unid%de poltic% e ;urdic%, %ssim como econEmic%.

Buisson disse um di% n% $m%r%: /O de&er d% "e&olu4o em%ncip%r oindi&duo, % pesso% *um%n%, célula elementar, orgânica, da sociedade./ $ome)eito, e>%t%mente ess% % empreit%d% ue % "e&olu4o se impEs, m%s ess%t%re)% no le&% % n%d% menos do ue desor+%ni<%4o d% socied%de e su%dissolu4o. O indi&duo %pen%s um elemento d% clul% or+nic% d% socied%de.ss% clul% % )%mli% sep%r%r seus elementos, pr%tic%r o indi&idu%lismo, destruir su% &id%, torn23l% impotente p%r% cumprir seu p%pel n% constitui4o doser soci%l, como sucederi% com o ser &i&o % dissoci%4o dos elementos d% clul%&e+et%l ou %nim%l.

Isto er% to bem compreendido em "om%, ue o st%do rom%no primiti&orecon*eci% %pen%s %s gentes e ue p%r% se ter um% situ%4o le+%l er% preciso ser 

membro de um% dess%s corpor%4@es. /O )il*o de )%mli% em%ncip%do, di< Dl%c*, oescr%&o liberto, os estr%n+eiros &indos % "om% em busc% de %silo, de&i%msubmeter3se % um c*e)e de )%mli%/.

(o mesmo modo n% Dr%n4%, n% %lt% Id%de di%: /Nen*um lu+%r p%r% o*omem isol%do, di< o mesmo %utor se um% )%mli% &em % dec%ir ou % dissol&er3se,os elementos ue % comp@em de&ero %+re+%r3se % um% outr%. No encontr%r semel*%nte %silo eui&%le morte/. m todos os lu+%res % )%mli% , n%s bo%spoc%s d% *istri% dos po&os, %uilo ue, entre ns, % democr%ci%, p%r% noss%in)elicid%de, )e< o indi&duo ser: % unid%de soci%l.

T%nto no corpo soci%l u%nto no corpo &i&o, p%r% retom%r % comp%r%4o deBuisson, %s clul%s element%res no esto n% mesm% c%te+ori%, %ind% uei+u%lmente pro&ind%s de um% clul% primiti&%. H2 clul%s primeir%s, element%res,

ue do ori+em s clul%s do s%n+ue e s clul%s dos tecidos. Assim t%mbm n%socied%de %s )%mli%s, posto ue oriund%s de um mesmo ponto, so de condi4odi&ers% e esto rep%rtid%s em tr?s cl%sses: o po&o, % bur+uesi% e % nobre<%. !%r%m%ior semel*%n4%, % bur+uesi% re%li<%, n% socied%de, o p%pel do s%n+ue no corpo*um%no: el% s%i do po&o e %liment% % nobre<%. $ontr%ri%mente %o ue uer %democr%ci%, em tod% % p%rte em ue o pro+resso mor%l, intelectu%l, m%teri%l+ermin% e se desen&ol&e, %s desi+u%ld%des %p%recem, %centu%m3se, )i>%m3se n%s)%mli%s e pouco % pouco constituem um% *ier%rui%, no de )uncion2rios, m%s dec%s%s.

 "eencontr%mos %ui %s +r%ndes leis ue (eus est%beleceu u%ndo d%

cri%4o do *omem, n% socied%de primeir%, % )im de ue el%s continu%ssem %

re+er tod%s %s socied%des *um%n%s, u%luer ue )osse o desen&ol&imento ueel%s ti&essem./H2 leis, di< Bon%ld, p%r% %s )ormi+%s e %s %bel*%s. $omo se pEde pens%r 

ue no %s *%&i% p%r% % socied%de dos *omens, e ue el% esti&esse entre+ue %os%<%res de su%s in&en4@esV/ "ousse%u pensou isto. le se es)or4ou em )ormul%r p%r% os st%dos leis di)erentes d%s dispost%s pelo $ri%dor e os democr%t%s, seusdiscpulos, es)or4%ndo3se, se+undo su%s li4@es, em est%belecer os st%dos sobre% i+u%ld%de em oposi4o %utorid%de, e sobre % independ?nci% recproc% emoposi4o unio, s podem destru3los, e destru3los pel% b%se.

Se os po&os s so )eitos de )%mli%s &i&%s, e se %s leis impost%s por (eus )%mli% de&em ser %s leis de tod% % socied%de, necess2rio ue os st%dosreprodu<%m neles %l+um% cois% do modelo primiti&o. Todos os s2bios esto de

)%

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%cordo sobre esse ponto. /Os +re+os e os rom%nos, di< o %b%de DleurK,F

reput%dos pel% s%bedori% deste mundo, %prendi%m % poltic% +o&ern%ndo su%s)%mli%s. A )%mli% % im%+em redu<id% do st%do. Si+ni)ic% +ui%r os *omens ue&i&em em socied%de/.

/O +o&erno d% c%s%, di< Me%n Bodin no se+undo c%ptulo do primeiro li&ro desu% obr%, um +o&erno direto de &2rios su;eitos sob % obedi?nci% de um c*e)e de)%mli%. A rep-blic% um +o&erno direto de &2ri%s )%mli%s e do ue l*es comumcom )or4% sober%n%. imposs&el ue % rep-blic% &%l*% %l+um% cois% se %s)%mli%s ue so os seus pil%res esto to m%l or+%ni<%d%s/.

Leo III di< % mesm% cois%: /A )%mli% o ber4o d% socied%de ci&il e em+r%nde p%rte no recinto do l%r domstico ue se prep%r% o destino dos st%dos. G

 Al*ures: /A socied%de domstic% contm e )orti)ic% os princpios e, por %ssim di<er,os mel*ores elementos d% &id% soci%l: %ssim ue del% depende em +r%nde p%rte% condi4o tr%nil% e prsper% d%s n%4@es/.  , pois, com r%<o ue Bon%ld di<:/u%ndo %s leis d% socied%de dos *omens so esuecid%s pel% socied%depoltic%, el%s podem ser reencontr%d%s n% socied%de domstic%/.

N% noss% Dr%n4%, % socied%de conser&ou o modelo )%mili%r %t % "e&olu4o.No sculo =III, em 1 de )e&ereiro de 1RR, o !%rl%mento de !ro&ence podi%%ind% escre&er %o rei: /ntre ns c%d% comun% um% )%mli% ue +o&ern% % simesm%, ue se imp@e su%s leis, ue &el% por seus interesses. O o)ici%l municip%l o p%i d% comun%/.

"ibbes, ue estudou com t%nto cuid%do %s comun%s do Ancien "+ime,conclui: /As loc%lid%des so or+%ni<%d%s em )%mli%s, os re+istros municip%is soem todos os pontos semel*%ntes %os li&ros domsticos o l%r tem seus ritos, %sloc%lid%des t?m os seus. A idi% de )%mli% m%ni)est%3se no m%is %lto +r%u nosistem% de %dministr%4o, el% %ind% m%is impression%nte n%s solenid%des e n%srecre%4@es p-blic%s/.

 A prpri% mon%rui% *%&i% conser&%do esse mesmo c%r2ter. O +o&erno er%essenci%lmente )%mili%r. A mul*er e o )il*o primo+?nito do rei est%&%mestreit%mente %ssoci%dos %o e>erccio do poder. O tesouro do st%do )ic%&% sob %&i+ilnci% d% r%in*% e sob seu controle direto. O c%m%reiro, ue se denomin%ri%*o;e ministro d%s )in%n4%s, er%, por esse )%to, seu subordin%do. Assim t%mbm,%t nossos di%s, n% m%ior p%rte dos l%res % mul*er ue tem % c*%&e do c%i>%. Ar%in*% %p%rece nos tr%t%dos concludos com %s pot?nci%s estr%n+eir%s.

 Opuscules #  , p. <.=

 -nc'clica Sapientiae C"ristianae#A -nc'clica $!od M!lt!%#

)&

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Os seis +r%ndes o)ici%is d% coro%,7 ue %ssisti%m o rei em todos os %tos depoder, tin*%m tido, n% ori+em, )un4@es domstic%s nitid%mente m%rc%d%s pelosprprios ttulos de su%s di+nid%des. O senesc%l, o condest2&el, o despenseiro, ocopeiro, o c%m%reiro, o c*%nceler tom%r%m seus nomes dos di)erentes ser&i4os d%c%s% do rei, e sucedeu ue o !%l2cio do "ei tr%ns)ormou3se pouco % pouco em umsemin2rio de *omens de st%do.

=iollet, n% su% 'istoire des Constitutions de la (rance , de)iniu %ssim o c%r2ter de noss% %nti+% mon%rui%: /A %utorid%de do rei er% semel*%nte do p%i de)%mli% %ssim, o poder p%tri%rc%l e o poder re%l so por su%s ori+ens p%rentesmuito pr>imos/. m%is %di%nte, &olt%ndo mesm% idi%, di< %ind%: / m%ni)estoue o rei desempen*% o p%pel de um c*e)e de )%mli% p%tri%rc%l/.

$omo o p%i de )%mli%, o rei er% % )onte de tod% % ;usti4% no reino. Summum justitiae caput )oi %ssim ue Dulbert de $*%rtres de)iniu o rei no sculo I. $%d%+rupo n%tur%l, loc%l ou pro)ission%l tin*% or+%ni<%4o e %utorid%de prpri%s: %)%mli% tem seu c*e)e, % o)icin% seu mestre, % comun% seus m%+istr%dos, %scorpor%4@es seus sndicos, % I+re;% seus bispos. A idi% de um% re+r% comum

est%belecid% por um poder u%luer p%r% o con;unto dos *%bit%ntes teri% entop%recido um% monstruosid%de. $%d% +rupo %dministr% % si mesmo. %s entreess%s liberd%des e )r%nui%s loc%is, entre esses peuenos est%dos m-ltiplos eindependentes preciso m%nter % *%rmoni%, % p%<, %sse+ur%r o respeito %os bonscostumes. o p%pel m%is import%nte do rei: ele o ;usticeiro p%ci)ic%dor, o%p%<i+u%dor de discrdi%s, o +u%rdio d%s liberd%des e d% p%< p-blic%, % u%l &eio% ser c*%m%d% de p%< do rei. N% ori+em esse p%pel )oi e>ercido % )ortes +olpesde esp%d%. H%rnul) c*%m% Lus, o 'ordo, de b%t%l*%dor in)%ti+2&el: /Lus, %+or% op%c)ico, com o cetro mo, d2 % c%d% um o seu direito/. %s lo+o o rei distribuiu% ;usti4% de m%neir% di)erente. O rei escut%&% os uei>osos como um sen*or %seus &%ss%los, como um p%i %os seus )il*os. le tr%t%&% seus s-ditos com inteir%)%mili%rid%de. /Todos os di%s, di< Moin&ille, )%l%ndo de So Lus, ele d%&% de comer 

com %bundnci% %os pobres, no seu u%rto, e )reentes &e<es &i ue ele prpriocort%&%3l*es o po e d%&%3l*es de beber/. Seri% um erro crer ue esses tr%4osten*%m sido p%rticul%res m%+n)ic% bond%de de So Lus "oberto, o !iedoso,entre outros, %+i% do mesmo modo. Doi um% tr%di4o, entre nossos %nti+os reis,mostr%rem3se %col*edores e ben)eitores, sobretudo em rel%4o %os peuenos e%os *umildes/. 

F  7 senescal era o escudeiro que, na guerra, seguia seu mestre nas e+pedi%es, velando pelainstalaão da tenda real. Na aus0ncia do rei, ele comandava o e+ército. -ssas #un%es derivamhereditariamente das !asas de Boche#ort e de DiuerlandeK :u's 9@ diminuiu&lhes o alcance, 3ilipe&$ugusto suprimiu&as.  uando 3ilipe&$ugusto #e2 desaparecer o o#'cio de senescal, o condestvel tornou&se o che#e doe+ército, e o rei acrescentou&lhe dois marechais. 7 o#'cio #oi suprimido por Bichelieu.

  7 despenseiro velava pelo co2imento do pão. 7 o#'cio teve como titulares os maiores nomes da3rana, entre outros o de GontmorencR.  7 copeiro tinha a administraão dos vinhedos reais, e deles gerava os rendimentos. -le teve aintend0ncia do tesouro real e a presid0ncia da !4mara dos !ondes. $ partir do século L@@ essas#un%es tornaram&se hereditrias na !asa de la Tour. 3oram suprimidas por !arlos 9@@.  7 camareiro dirigia o servio dos quartos privados. -le tornou&se o tesoureiro do reino, e nessaqualidade estava colocado, como dissemos, sob as ordens da rainha. 7 encargo #oi suprimido em1AAF.  $ origem do grande chanceler é religiosa e ao mesmo tempo doméstica. 7s reis merov'ngiosconservavam entre suas rel'quias a pequena capa (chape) de 8ão Gartinho. a' o nome de capela(chapelle) dado aos lugares onde eram guardadas as rel'quias dos reis. 7s arquivos eram conservados

 "unto s rel'quias. 7 che#e dos capelães #oi o grande chanceler, que carregava constantemente no pescoo o grande sinete real.>

 -is o que 3rancisco @, no in'cio de seu reinado, escrevia no cabealho da ordenaão de = desetembro de 1F=H

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No sculo III o rei p%sse%&% % p pel%s ru%s de !%ris, e c%d% u%l se%cerc%&% dele e l*e )%l%&% sem cerimEni%.

O )lorentino Dr%ncesco d% B%rberino re+istr% su% surpres% de &er Dilipe, oBelo Q cu;o poder se )%<i% sentir %t no )undo d% It2li% Q p%sse%r %ssim em !%rise cumpriment%r com simplicid%de %s pesso%s ue p%ss%&%m. desnecess2riocontr%por ess% bonomi% %rro+nci% dos sen*ores )lorentinos.

Se+undo o testemun*o do cronist% $*%stell%n, $%rlos =II /despendi% di%s e*or%s % cuid%r de *omens de tod%s %s condi4@es, e %ssisti% pesso% por pesso%,c%d% u%l distint%mente/.

Os emb%i>%dores &ene<i%nos do sculo =I %test%m, em su%s clebrescorrespond?nci%s, ue /nin+um e>cludo d% presen4% do rei e ue %s pesso%sd% cl%sse m%is &il penetr%m ous%d%mente e &ont%de no u%rto ntimo/. O reicomi% di%nte de seus s-ditos, em )%mli%. $%d% u%l podi% entr%r n% s%l% dur%nte%s re)ei4@es.

/Se *2 um c%r%cterstico sin+ul%r nest% mon%rui%, escre&e o prprio Lus I=, o %cesso li&re e )2cil dos s-ditos %o prncipe/.

de )%to, %pes%r d% multiplic%4o dos meios de tr%nsporte e do prodi+iosocrescimento de um% cid%de como !%ris n%s pro>imid%des d% resid?nci% re%l,&emos o +r%nde rei receber c%d% sem%n% todos os pedintes ue se %present%m,por pobres e m%l &estidos ue se;%m.

/u i% %o Lou&re, escre&e Loc%telle em 17, e % p%sse%&% com tod% %liberd%de, e, p%ss%ndo pelos di&ersos corpos d% +u%rd%, c*e+%&% % est% port% ue %bert% lo+o ue nel% se toc%, e o m%is )reentemente pelo prprio rei. B%st%toc%r le&emente e em se+uid% se &os introdu<. O rei uer ue os s-ditos entremli&remente/.

Os %contecimentos ue concerni%m diret%mente %o rei e r%in*% er%m p%r% %Dr%n4% inteir% %contecimentos de )%mli%. A c%s% do rei er%, no sentido prprio, /%c%s% de Dr%n4%/.

 As Lettres d)un *o+a!eur An!lais sur la (rance, la Suisse et l)Allema!neo)erecem os mesmos testemun*os re)eridos %cim%. is %l+um%s lin*%s d% cit%4oue del% )%< M. de %istre em um de seus op-sculos:

/O %mor e o %pe+o dos )r%nceses pel% pesso% de seus reis um% p%rteessenci%l e toc%nte do c%r2ter n%cion%l... A p%l%&r% rei   e>cit%, no esprito dos)r%nceses, idi%s de bene)ic?nci%, de recon*ecimento e de %mor, simult%ne%mentecom %uel%s de poder, de +r%nde<% e de )elicid%de... Os )r%nceses %correm em

  !omo prouve a eus chamar&nos, na #lor de nossa idade, como um dos seus principais mestres dogoverno desse belo, nobre e digno reino de 3rana, divina e miraculosamente institu'do para adireão e proteão de todas as suas classesH Especialmente para a conser$a%&o, ele$a%&o e deesa daclasse comum e popular, que é a mais #raca, e por isso a mais #cil de oprimir, e naturalmente temmaior necessidade do que todas as outras de boa guarda e de#esa, e singularmente o pobre comum

(omem da Fran%a, "ue sempre tem sido doce, simples e gracioso em todas as coisas, e obse"uioso para com o seu pr)ncipe, e sen(or natural, "ue ele sempre tem recon(ecido, tendo*o ser$ido eobedecido sem mudar, nem $ariar, preerindo sorer a receber a domina%&o de outro pr)ncipe. +e tal maneira "ue entre os reis da Fran%a e seus súditos tem (a$ido sempre a maior aglutina%&o, liame econun%&o de $erdadeiro amor, natural de$o%&o, cordial conc-rdia e )ntima aei%&o do "ue em"ual"uer outra monar"uia ou na%&o crist&.  

7s quais amor, devoão e conc/rdia bem conservados entre o rei e seus súditos sob o temor e oamor de eus (que sempre tem sido servido devotadamente na 3rana) tornaram o reino #lorescente,triun#ante, temido e estimado por toda a terra... 7ra, o verdadeiro meio pelo qual os reis podem edevem perpetuar e aumentar esse amor consiste na "ustia e na pa2H na "ustia, #a2endo&a distribuir eadministrar pura, boa, igual e concisa, sem nenhuma acepão de pessoa e sem suspeita de avare2a anossos súditosK em pa2 #ora e dentro do reinoH sobretudo na pa2 intr'nseca  aendo $i$er o (omem debem sob a auda e prote%&o de seu rei, em boa e amorosa pa comer seu p&o e $i$er na sua

 propriedade em repouso  , sem ser humilhado nem atormentado sem prop/sito, que é a maior #elicidade, contentamento e tesouro que um rei pode conquistar para seu povo...

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multido % =ers%l*es, nos domin+os e di%s de )est%, ol*%ndo o rei com um% %&ide<sempre no&%, e o &?em pel% &i+sim% &e< com t%nto pr%<er u%nto d% primeir%.les o enc%r%m como seu %mi+o, como seu protetor, como seu ben)eitor/.

/Antes d% "e&olu4o, di< t%mbm o +ener%l de %rmont, tin*%3se pel% pesso%do rei um sentimento di)cil de de)inir, um sentimento de de&o4o com um c%r2ter u%se reli+ioso. A p%l%&r% /rei/ tin*% ento um% m%+i% e um poder ue n%d%*%&i% %lter%do. sse %mor redund%&% num% espcie de culto/.

/Lembr%i3&os de %m%r com ternur% % pesso% s%+r%d% de nosso rei, di<i% em181 % seus )il*os no seu li&ro de r%<o, R um modesto *%bit%nte de !uK3ic*elB%i>os AlpesJ, de ser3l*e obedientes, submissos e c*eios de respeito s su%sordens/. "ecomend%4@es semel*%ntes encontr%m3se em outros li&ros de r%<o,public%dos por $*%rles de "ibbes e %s di&is%s d%s )%mli%s sen*ori%is e>primem)reentemente os mesmos sentimentos.

T%is sentimentos ;%m%is se m%ni)est%r%m de m%neir% to ruidos% como por oc%sio do n%scimento de Lus =I.

/Os +ritos de *iva o Rei, ue come4%r%m s seis *or%s d% m%n*, no )or%m

interrompidos %t o pEr3do3sol. u%ndo n%sceu o (el)im, % %le+ri% d% Dr%n4% )oi %de um% )%mli%. As pesso%s p%r%&%m n%s ru%s, )%l%ndo um%s com %s outr%s, semse con*ecerem, e os con*ecidos se %br%4%&%m/.8 

 Aul%rd, *istori%dor o)ici%l d% "e&olu4o, )or4%do pel%s re%lid%des ue seimpuser%m su% %ten4o, )%l% dest% m%neir% do %mor dos )r%nceses pelo seu reie do seu %pe+o mon%rui%:

/Nin+um pens% em %tribuir re%le<%, ou mesmo %o rei, os m%les dos u%isnos uei>%mos. m todos os c%dernos9  os )r%nceses re&el%m um %rdentere%lismo, um% %rdente de&o4o pesso% de Lus =I. Sobretudo nos c%dernosdo primeiro +r%u, ou c%dernos d%s p%rui%s, *2 um +rito de con)i%n4%, de %mor,de +r%tido. Nosso bom reiC O rei nosso p%iC is como se e>primem os

tr%b%l*%dores e os c%mponeses. A nobre<% e o clero, n%tur%lmente menosentusi%sm%dos, t%mbm se mostr%m re%list%s/ 'istoire -olitique de la Révolution(rançaise, p. FJ.

m%is lon+e p. RJ: /Se bem ue o po&o come4%sse % ter um certosentimento de seus direitos, lon+e de pens%r em restrin+ir todo esse poder re%l,er% nele ue coloc%&% tod% su% esper%n4%. #m c%derno di<i% ue p%r% ue sere%li<%sse o bem b%st%&% ue o rei dissesse: / A mim, meu povo  /.

Os mesmos sentimentos perse&er%r%m %t em plen% "e&olu4o. %uriceT%lmeKr, n% su% broc*ur% .La (ranc/0açonnerie et la Révolution (rançaise. ,obser&ou esses sentimentos:

/(ur%nte dois %nos % "e&olu4o )oi )eit% %os +ritos de *iva o Rei   mse+uid%, % m%iori% dos prprios *omens e mul*eres %rru%ceiros, p%+os p%r%

ultr%;%r o sober%no, so, di%nte dele, subit%mente toc%dos pelo intr%nspon&el%mor de su% r%4% %o descendente de seus mon%rc%s. Tod% su% e>%lt%4o, n%presen4% dele, tr%ns)orm%3se, como em outubro de 1R98, em respeito e ternur%/.T%lmeKr tr%< outros )%tos em con)irm%4o do ue ele di< e c*%m% o testemun*o deLouis Bl%nc.

? 7 livro de ra2ão, como era chamado na 3rana o livro de #am'lia, era uma espécie de dirio#amiliar, mantido e atuali2ado pelas sucessivas gera%es. 7 autor trata da matéria em detalhes nocap'tulo @L, pp. ?F e ?>. (N. do T.).; !ampan, @, p. ;<K @@@, p. 1F.<  7s cahiers de doléance, literalmente cadernos de quei+as, constitu'ram um dos elementosutili2ados pela Bevoluão, em 1?;<, com a #inalidade de depreciar a monarquia. Nesses cadernos, os#ranceses deveriam anotar as quei+as que tinham contra seus governantes. 7 resultado #oi o inverso

do esperado, tantas as mani#esta%es de amor pela !asa Beal, não obstante todas as #alsi#ica%es produ2idas pelos agentes da Bevoluão. (N. do T.).

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le teri% podido i+u%lmente in&oc%r o testemun*o de me. "ol%nd.Testemun*% do ue se p%ss%&% sob seus ol*os, el% escre&i% com desespero: /Nose %credit%ri% o u%nto os )uncion2rios e os comerci%ntes so re%cion2rios.u%nto %o po&o, est2 c%ns%do ele cr? ue tudo est2 %c%b%do e &olt% p%r% seutr%b%l*o. Todos os ;orn%is democr2ticos se irrit%m com os &i&%s ue %comp%n*%mo "ei, c%d% &e< ue ele %p%rece em p-blico/.

, pois, bem &erd%deir% % obser&%4o de Dr%nt< DuncP3Brent%no: WN%d% m%isdi)cil p%r% o esprito moderno do ue im%+in%r o ue er%, n% Dr%n4% %nti+%, %person%lid%de re%l e os sentimentos pelos u%is seus s-ditos l*e est%&%mli+%dos/. (i<i%3se comumente ue o rei er% o p%i de seus s-ditos ess%s p%l%&r%scorrespondi%m % um sentimento re%l e concreto d% p%rte do sober%no %ssim comode p%rte d% n%4o. /$*%m%r o rei de pai do povo , disse L% BruKXre ue semprep@e muit% preciso em tudo o ue di<J, menos elo+i23lo do ue de)ini3lo/. Tocue&ille: /A n%4o tin*% pelo "ei % um s tempo % ternur% ue se tem por ump%i e o respeito de&ido somente % (eus/.

/A Dr%n4% %p%i>on%d%mente mon%ruist%/, disse ir%be%u. ic*elet:

/(%s entr%n*%s d% Dr%n4% brot% um +rito terno de pro)und% e>presso: eu reiC/./A n%4o, di< Au+ustin T*ierrK, no *%&i% so)rido por c%us% desse re+imemon2ruicoJ el% mesm% o uis resolut%mente e com perse&er%n4%. le noest%&% )und%do nem n% )or4% nem n% )r%ude, m%s, %o contr2rio, er% %ceito pel%consci?nci% de todos/.10 Assim, no se pode di<er ue % n%4o uis libert%r3se d%mon%rui%. A multido de %bsten4@es n%s elei4@es dur%nte todo o perodore&olucion2rio, no u%l de cem mil inscritos somente de< mil &ot%&%m, mostr% bemue % p%rte d% n%4o dese;os% d% substitui4o do re+ime mon2ruico pelo re+imerepublic%no )oi insi+ni)ic%nte. S%be3se, %dem%is, ue % m%iori% d% $on&en4o nose comprometeu com o &oto ue conden%&% Lus =I morte. #m dos &ot%ntesno tin*% &inte e cinco %nos, um outro no er% )r%nc?s, cinco outros no er%m&2lidos ou inscritos, en)im, sete deput%dos &ot%r%m du%s &e<es, como deput%dos

e como suplentes de seus cole+%s. Ao in&s de um &oto de m%iori%, o &eredictotin*% um% minori% de tre<e &otos.11 N% Réorme Sociale de 1Y de no&embro de 190, DuncP3Brent%no, )%l%ndo d%

)un4o d% re%le<% )r%nces%, disse: /S%do do p%i de )%mli%, o rei tin*%perm%necido n% %lm% popul%r, &%+%mente e sem ue el% se desse cont% disso,como o p%i ;unto %o u%l &in*%m busc%r prote4o e %bri+o. m su% dire4o,%tr%&s dos sculos, tin*%m instinti&%mente diri+ido os ol*%res em c%so de %)li4oou de necessid%de. eis ue, brusc%mente, ess% +r%nde %utorid%de p%tern%l derrub%d%. corre no meio do po&o d% Dr%n4% um m%l3est%r, um p%&or, &%+o,irre)letido. Z, os rumores sinistrosC is os b%ndidosC e o p%i no est2 m%ispresenteC O /+r%nde medo/ % -ltim% p2+in% d% *istri% d% re%le<% n% Dr%n4%.No *2 n%d% de m%is toc%nte, de m%is +lorioso p%r% el%, no *2 n%d% onde

15 $ugustin ThierrR, Essai sur la Formation du iers*Etat , p. ;<.11 epois dessa data #atal de 1 de "aneiro de 1?<=, não houve nenhum #racasso nacional que nãotenha sancionado alguma ru'na, se não de#initiva, pelo menos muito durvel, pois o dano dessa datasubsistiu até nossos dias. - não houve nenhum sucesso, nenhuma gl/ria, nenhuma conquista,nenhuma alegria nacional que não tenha tido os mais dolorosos dias seguintes. $ seqC0ncia de nossosreis representa a mais admirvel continuidade de um crescimento hist/rico, e o assassinato de umdeles d o sinal dos movimentos inversos, os quais, apesar da multidão das compensa%es

 provis/rias, tomam, no seu con"unto, a #orma de uma regressão. Para o progresso social, assim como para os costumes, para a ordem pol'tica, assim como para a e+tensão territorial ou o número dehabitantes relativamente a outras na%es da -uropa, a 3rana caiu abai+o do que era em 1?<=.Primeiro #ato6 8egundo #atoH com recursos admirveis e incomparveis meios, a 3rana tende a

 perseverar nessa queda, em ra2ão dos mesmos princ'pios que a determinaram, #a2 cento e de2esseis

anos, ao regic'dio. O, pois, verdadeiro, que cortando a cabe%a de seu Rei, a Fran%a cometeu suic)dio. 

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%p%re4% mel*or o c%r2ter d%s rel%4@es ue, tr%dicion%lmente, instinti&%mente,tin*%m3se est%belecido entre o rei e % n%4o...1F 

Doi %o esprito )%mili%r d% mon%rui% ue % Dr%n4% em muito bo% p%rte de&eusu% prosperid%de. ess% prosperid%de )oi t%l ue % Dr%n4% er%, sem contest%4o,% primeir% n%4o d% urop%. O +r%nde or%dor in+l?s Do> recon*eci%3o, no sem%m%r+or, n% $m%r% dos $omuns, u%ndo e>cl%m%&%, em 1R8R:

/(e !etersbur+o Lisbo%, se se e>cetu% % $orte de =ien%, % in)lu?nci% d%Dr%n4% predomin% em todos os '%binetes d% urop%. O '%binete de =ers%l*es%present% %o mundo o m%is incompreens&el p%r%do>o: o m%is est2&el, o m%isconst%nte e o m%is in)le>&el ue *2 n% urop%. Aps &2rios sculos, ele se+ue

1  7s mesmos sentimentos mani#estaram&se na Bestauraão. Gadame de GarignR, irmã de!hateaubriand, estava em Paris em 1;1A, no momento da entrada dos $liados. -la anotava, dia adia, em #inos cadernos, as not'cias e os boatos da cidade . $ssim que um caderno era completado, elao enviava a seus pais, na Iretanha. -sses cadernos acabam de ser publicados por G. . :adreit de:acharriSre. -is o relato que ela #a2 da entrada do conde dQ$rtoisH

  Tera&#eira, 1 de abril E :evantei&me muito doente, mas decidida a #a2er o imposs'vel para ver oPr'ncipe tão querido dos #ranceses. Tomei ca#é para reanimar&me e, como guia das senhoritas 9erpier,cu"a mãe estava muito indisposta, pus&me a caminho, com a esperana de poder entrar em Notre&ameK coisa que tentei inutilmente, mesmo com dinheiro que o#ereci a um pobre homem que vigiavauma pequena porta pela qual entravam os cnegos. Não sabendo que decisão tomar, sentindo&meincapa2 de permanecer de pé na rua durante cinco ou seis horas, retornei com minhas companheiras,muito triste. Passando diante do estabelecimento de um comerciante de vinho, perguntei&lhe se eletinha uma "anela sobre a rua e se ele queria alug&laK ele #icou maravilhado. 7 neg/cio #oi logoconclu'do.  7 a#lu+o de pessoas e de carros que iam a Notre&ame era tão prodigioso que nele não se podia#i+ar o olhar por muito tempoK #ui obrigada a retirar&me da "anela vrias ve2esK eu estava aturdida.-ntre as senhoras que não puderam encontrar lugar, percebi Gme. de DoisK chamei&a. -la veio comsuas amigas ocupar uma "anela que ainda estava por alugar e pagou&a. Notava&se, dentro dos carros,

 bel'ssimos tra"es, e mesmo mulheres a pé que estavam muito bem vestidasK quase todas portavam#lores de lis sobre os chapéus, ou em buqu0s que carregavam diante de si. $lgumas tinham tr0s #loresde lis bordadas em ouro sobre as mangas #o#as.  7 pavilhão branco drape"ava sobre as torres de Notre&ame, com o escudo da 3rana. -n#im, aomeio&dia soou o grande sino e soube&se que Gonsieur estava na porta do bairro 8aint&enis. *mnumeroso destacamento da guarda nacional aguardava&o lK a guarda atirou as armas aos pés do

 pr'ncipe, num transporte de respeito e de amor. -le pareceu sensibili2ar&se. 8ua $lte2a abraoualguns que ele reconheceu...  No meio dessa multidão de penachos brancos e de senhores de seu séquito, o conde dQ$rtois ps&sea caminho para Notre&ame, mas a quantidade de pessoas que o interceptavam e as igre"as onde selhe o#ereceu incenso entravaram e retardaram de tal #orma sua passagem que eram duas horas e meiaquando ele chegou na rua onde eu estava, e que condu2 catedral.  U sua passagem sob o arco do triun#o da porta 8aint&enis, o grande sino soou de novoK mas suaapro+imaão da metr/pole, todos os sinos repicaramK eles não podiam aba#ar as aclama%es, a

música misturava&se&lhes. Não, "amais se poder pintar esse entusiasmo. Poder&se&ia di2er que aalegria havia transbordado, chorava&se, gritava&se pela sua #elicidadeK temia&se não ter #oras desuster&se para v0&lo passar, e eu me inclu'a entre estes. Gme. de Dois repreendeu&me #ortemente por minha sensibilidadeK ela #e2&me bemK eu resisti contra o mal&estar que e+perimentava, e lancei&meirre#letidamente sacada, tão #eli2 em lhe dar meu derradeiro suspiro. ei+ei escapar a #elicidade domeu coraão, meus votos por ele, meu enternecimento pela lembrana de seus in#ortúnios, ou melhor,eu lanava todos esses sentimentos, porque estava #ora de mim...  $ santidade do lugar não pde estancar os transportes das pessoas que estavam na igre"aK asab/badas tremiam com as aclama%es. Gas esse Pr'ncipe religioso, logo que se comeou a cantar oe +eum, voltou&se e #e2 sinais reclamando sil0ncio. $o  +omine sal$um ac regem viram&se grossaslgrimas correr de seus olhos.  -n#im, o corte"o retomou seu caminho, e, para nossa satis#aão, #e2 ainda 8.$. passar sob nossas

 "anelas, onde de novo estvamos com meio&corpo para #ora, apai+onadas, gritando num derradeiro

es#oroH 9iva Gonsieur6 3aa o céu que se"a sempre #eli26 Nossos chapéus ornados de lis, nossaaão, nossos lenos no ar #oram #i+ados um momento pelos olhares do Pr'ncipe, que nos

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in&%ri%&elmente o mesmo sistem%, e, no ent%nto, % n%4o )r%nces% prosse+uecomo % m%is 2+il d% urop%/.

(23se ue, com e)eito, tod% socied%de ue conser&% o esprito )%mili%r, um%&e< ue perm%nece submiss% lei n%tur%l, pro+ride, por %ssim di<er,necess%ri%mente. /N%d% n% *istri%, di< Dr%nt< DuncP3Brent%no, ;%m%is ne+ouess% lei +er%l: t%nto u%nto um% n%4o +o&ern%d% se+undo os princpiosconstituti&os d% )%mli%, t%nto el% )lorescente no di% em ue el% se %)%st%dess%s tr%di4@es ue % cri%r%m, % run% est2 pr>im%. O ue d2 )und%mento sn%4@es ser&e t%mbm p%r% m%nt?3l%s/.

dmond BurPe, n%s su%s Rélexions sur la Révolution (rançaise, diri+i% %os)r%nceses de 1R89 s2bi%s p%l%&r%s. uo pouc% %ten4o se l*es deuC /uereiscorri+ir os %busos de &osso +o&erno m%s por ue cri%r no&id%desV !or ue no&os re%t%is % &oss%s %nti+%s tr%di4@esV/

cumprimentou com aquela graa e aquele sorriso amvel que não pertencem senão a ele.  -ntão, no cúmulo da alegria, não sabendo mais o que #a2ia, pareceu&me que eu não devia olhar paramais ninguém, que nenhum outro ob"eto era mais digno de ser observado. 8entei&me para respirar, eusu#ocava, minha vo2 se e+tinguia, eu respondia apenas através de sinais.  3oi preciso pensar na volta para meu colégio. Propus s companheiras irmos a Notre&ame e

darmos graas a eus por nos ter conservado a #am'lia de 8ão :u's... -ntrei em casa e+tenuada decalor e de #adiga, mas sobretudo sobrecarregada de #elicidade e de alegria, tanto que não dormi.

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CAPÍTULO III

A &NI'O( LEI DAS FAM)LIAS(* TAM+*M A LEI DOS ESTADOS

)uae domus tam stabilis, !uae tam *rma est ciitas !uae non dissidiis +unditus possit eerti.1 

CICERO, De amicitia.

/ultiplic%i3&os, disse o Sen*or primeir% )%mli%, po&o%i % terr% e submetei3%/. Os *omens, %o se multiplic%rem, somente puder%m submeter % terr% %o seuimprio, uer di<er, o solo e %s )or4%s d% n%ture<%, %s pl%nt%s e os %nim%is,enu%nto conser&%r%m % unio entre eles. O *omem isol%do n%d% pode. A%ssoci%4o )e< tudo o ue &emos: )oi el% ue produ<iu tod%s %s riue<%s ue %ci&ili<%4o possui %tu%lmente. Tudo s%iu do tr%b%l*o dos *omens %ssoci%dos noesp%4o e no tempo.

Sem unio, no *2 %ssoci%4o, e se se tent% )orm%r % %ssoci%4o, el% not%rd% % se dissol&er. % unio ue )%< com ue um con;unto se m%nten*% e )ormeum todo. No momento em ue el% uebr%d%, % socied%de c%i em run%s. Ns&emos % +r%nde %n%rui% em ue se deb%te noss% in)eli< Dr%n4%. A S%bedori%(i&in% *%&i%3nos pre&enido do ue *o;e nos %contece: /Todo reino di&idido contr%si mesmo ser2 destrudo, e tod% % cid%de ou c%s% di&idid% contr% si mesm% nopoder2 subsistir/.

Or%, % unio procede do %mor. O %mor , pois, % primeir% lei do mundo mor%l,%ssim como seu correl%ti&o, % %tr%4o, % primeir% lei do mundo )sico. #m% eoutr% p@em % unid%de n% in)init% &%ried%de d%s cois%s. /Assim como os %stros+r%&it%m em su%s rbit%s porue constituem )or4% e peso, disse DuncP3Brent%no, %ttulo de concluso de seus estudos sobre % ci&ili<%4o e su%s leis, %ssim o*omem &i&e em socied%de porue inteli+?nci% e amor".

O %mor come4% por unir o esposo espos%, os p%is %os )il*os. %s lo+o%l%r+% o crculo de su% %4o. !elos c%s%mentos ue os flhos contraem, oparentesco se estende e c*%m% % si % %)inid%de, ue no se content% m%is emunir %s pesso%s, m%s %s prpri%s )%mli%s. /A c*%m% s%+r%d% d% %mi<%de, di<Me%n Bodin, mostr% seu primeiro %rdor entre o m%rido e % mul*er, depois entre p%ise )il*os, e entre os irmos, e entre estes e os p%rentes m%is pr>imos, e entre osp%rentes m%is pr>imos e os %li%dos/.F 

$ontinu%ndo % irr%di%r3se lon+e de seu centro, % mesm% c*%m% cri% ess%sunid%des superiores, ue &imos tom%r os nomes de Dr%ternid%de, Gens, esnie,!2tri%, nomes todos ue lembr%m ue ess%s entid%des soci%is ti&er%m seu

1 uão estvel se"a o lar, assim é #irme o -stado, de modo que as disc/rdias não podem destruir seus

#undamentos. (N. do T.). :iv. @@@, cap. 9@@.

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princpio n% )%mli%. A entid%de soci%l suprem%, % n%4o, no &erd%deir%mente&i&% e &i+oros% seno dur%nte o tempo em ue conser&% e m%ntm em seu seio o)o+o s%+r%do, como %conteceu n% %nti+% Dr%n4%.

 A "e&olu4o e>tin+uiu3o, suprimindo o n-cleo, uero di<er, % )%mli% re%l. mlu+%r de %mor, em lu+%r de unio, n%d% m%is *2 entre ns %lm do %nt%+onismo. A Dr%n4% comp%ct%, m%+n)ic% de coeso entre su%s pro&nci%s, de unid%de dossentimentos p%triticos de seus )il*os, )oi sucedid% por um% des%+re+%4o de*omens e de cois%s, de t%l )orm% ue p%recemos %os ol*os d%s outr%s n%4@esno ser m%is do ue um% poeir% ue o &ento d%s re&olt%s e d%s +uerr%s podedispers%r num inst%nte.G 

$omo )%<er p%r%r ess% run%V No respondemos % ess% per+unt% por nsmesmo. Tom%remos emprest%d% um% p%l%&r% estr%n+eir%, % p%l%&r% de um*omem ue nem d% estirpe )r%nces%, %pes%r de unido % el% pel% n%tur%li<%4o epel% con&erso do ;ud%smo %o c%tolicismo. l% p%recer2 m%is isent% depreconceitos.

/$omo s%ir, per+unt% ele, do espet2culo de noss%s di&is@es, como retorn%r unid%de necess2ri%V/ /No e>istem dois c%min*os: retorn%r %o princpio ue, nosculo =, construiu % Dr%n4%/.

/A um po&o precipit%do p%r% )or% do seu c%min*o, %rr%nc%do de su%str%di4@es e ue morre, no se pode d%r s%n+ue, &id%, p%triotismo, entusi%smo,seno recondu<indo3o, li+%ndo3o de no&o % seu princpio/.

/O princpio +er%dor d% n%4o )r%nces%, ue )oi % mon%rui% crist, )oisubstitudo de um +olpe por um outro princpio. O *omem sem d-&id% nen*um%m%is c%p%< de )%<er triun)%r esse no&o princpio, T*iers, ento c*e)e do poder e>ecuti&o, propEs % esse respeito um ens%io sob um% im%+em % ue no )%lt%&%m+r%nde<% e sedu4o. le comp%rou % "ep-blic%, cu;o s nome er% p%r% muitosum esp%nt%l*o, %o temido Cabo das Tormentas , no sul d% [)ric%, to )%moso por 

t%ntos n%u)r2+ios, e do u%l os n%&ios, dur%nte muito tempo, no ous%r%m se%pro>im%r. %s um n%&e+%dor %c*ou3se m%is %ud%cioso e m%is con)i%nte do ueos outros. Impondo, pois, %o terr&el c%bo um nome de mel*or %u+-rio, o de 1oa2sperança , ele ousou tent%r % tr%&essi%: % tent%ti&% )oi coro%d% de sucesso e oCabo das Tormentas perm%neceu Cabo da 1oa 2sperança . o %ncio, to *2bilu%nto espirituoso, conclu% dest% m%neir%: Ousemos, sen*ores, tent%r um no&o ele%l ens%io d% "ep-blic% o ue er% o Cabo das Tormentas  t%l&e< se;% i+u%lmente%m%n* o Cabo da 1oa 2sperança . is ue do<e %nos p%ss%r%m *o;e u%rent%,mel*or di<endoJ e o ens%io proposto continu%. Os ue tin*%m interesse em)isc%li<%r esse ens%io, em diri+ir3l*e o )uncion%mento, % m%rc*%, %c*%r%m3se nosomente sen*ores, m%s sen*ores %bsolutos d% Dr%n4%. N%d% do ue pode le&%r %o sucesso, nem o poder, nem % riue<%, nem o +l2dio, nem % p%l%&r%, nem %

%ud2ci%, nem %s %cl%m%4@es, nem % de&o4o, nem % %bne+%4o de numeros%spesso%s, n%d% )%ltou. !ois bemC Aps do<e %nos u%rent% %nosJ de tent%ti&%complet%, ininterrupt%, n% presen4% de um% Dr%n4% )r%cion%d% por tod% % p%rte,m%is semel*%nte, em su%s di&is@es, % um n%&io cu;%s pr%nc*%s se descol%m e sedest%c%m, do ue % um po&o de irmos contempl%ndo com estupe)%4o /%reli+io e>puls% d% escol%, % cru< %rr%nc%d% dos cemitrios, os socorros espiritu%is

= Tinha que ser assim, desde que a 3rana #icou sem rei. $  Re$ie/ o Re$ie/  (agosto de 1<5?, p.15) #a2ia esta observaãoH Todo o sistema de nosso governo de partidos tem por e#eito aumentar eavivar, de alguma maneira, aquilo que nos divideK da' a imperiosa necessidade de achar, comocorretivo e contrapeso, um /rgão para e+primir e re#orar o que nos une. -is a #unão quenobremente preenche nosso monarca. -le restaura os compromissos acerca dos quais todos oshomens de bem estão de acordo, mas dos quais se desviam #acilmente as lutas de partido. $ Drã&

Iretanha e a @rlanda são, pelo menos com seu rei, um reino unido.A $ e+pressão, como se sabe, é de Dambetta.

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ne+%dos %os sold%dos e %os doentes, os reli+iosos e>pulsos e dispersos, %s)in%n4%s m%lb%r%t%d%s, o e>rcito desor+%ni<%do, % m%+istr%tur% redu<id% ser&ido, % ind-stri% insu)icientemente prote+id%, % %+ricultur% empobrecid% e sem%poio, % prop%+%nd% %n%ruist% toler%d%, os )uncion2rios cristos destitudos ouem des+r%4% em resumo: no interior, % Dr%n4% tir%ni<%d% pelo esprito de )%c4ono e>terior, % Dr%n4% impotente e reb%i>%d%/7  n% presen4% de t%l espet2culopodemos di<er, com % mo n% consci?nci%, ue o Cabo das Tormentastr%ns)ormou3se em Cabo da 1oa 2sperança3 

/No, % esper%n4% est2 em outro lu+%rC st2 no retorno n%cion%l, necess2rio,%o %nti+o princpio ue, tendo cri%do % Dr%n4%, pode, %pen%s ele, reconstru3l%/.

/Sim, l2 ue se encontr% re)u+i%d% % esper%n4%C !orue onde se encontr% oprincpio +er%dor d% unid%de, l2 se encontr% % reno&%4o d% p2tri% )r%nces%C/

/N%d%, com e)eito, to )orte n% *istri% de um po&o u%nto o princpio+er%dor ue )oi su% )onte n%d% to %ben4o%do por (eus u%nto % )idelid%de noconser&%r esse princpio. A n%4o ;udi% deu disso memor2&el e>emplo. Todoss%bem ue n% sucesso ilustre de seus reis encontr%3se um ue, )il*o de+ener%do

de (%&id, tomou % peito, %o ue p%rece, merecer o ttulo de oprbrio e de c%rr%scode seu po&o, t%nto ele se mostrou mpio e cruel. Doi %n%sss, o Nero do po&o*ebreu. Or%, %conteceu ue (eus, tendo pen% dos +emidos d%s &tim%s, inter&eio,por um desses +olpes de ;usti4% ue rebo%m n% *istri%. le %b%ndonou o m%u rei% Assurb%np%l e % seus %ssrios. stes, tendo3o %t%do % du%s correntes, le&%r%m3no c%ti&o p%r% % B%bilEni%. No er% o c%so de %pro&eit%r um )%to to oportunop%r% modi)ic%r o +o&erno *ebr%ico, ou mud%r % din%sti%, %o menos p%r% substituir orei mpio, torn%do c%ti&o, procl%m%ndo o )il*o deleV N%d% disso se )e<. Diel %oprincpio +er%dor de su% n%cion%lid%de, o po&o *ebreu no ;ul+ou ter o direito demodi)ic%r3l*e % ess?nci%: limitou3se % est%belecer um +o&erno pro&isrio e %ssimue, %ps lon+os meses de um duro c%ti&eiro, p%ss%do n%s l2+rim%s e no%rrependimento, %n%sss, libert%do pel% mesm% mo di&in% ue o *%&i%

precipit%do nos )erros, re%p%receu em Merus%lm, seu trono o %+u%rd%&%, int%cto% )idelid%de de seu po&o no *%&i% mud%doC//nto, (eus, o u%l t%mbm no mud%, te&e pr%<er em recompens%r 

m%+ni)ic%mente to %dmir2&el )idelid%de. D?3lo medi%nte dois %contecimentosp%rticul%rmente pro&idenci%is. O primeiro )oi % %p%ri4o de Mudite, um% d%s*eron%s ;udi%s. M2 sen*ores do rei, os %ssrios *%&i%m3se &%n+lori%do de setorn%rem incontinenti sen*ores do reino. Doi u%ndo Mudite, suscit%d% por (eus,b%rrou3l*es % p%ss%+em. O se+undo )%to, no menos pro&idenci%l, )oi % %scensode Mosi%s %o trono de (%&id. Neto e se+undo sucessor de %n%sss, Mosi%s )oisem contest%4o um dos mel*ores reis de Mud2, um% de su%s +lri%s m%is pur%s,%uele de uem % scritur% )e< este belo elo+io: /A memri% de Mosi%s como umper)ume de su%&e odor/.

/is o ue pode em )%&or d% unid%de, e p%r% % )elicid%de de um po&o, %)idelid%de %o princpio +er%dor de su% e>ist?nci%C//!erse&er%n4% n% or%4o. Aceit%4o d% penit?nci%. "etorno unid%de. T%is

so, de %cordo com % Bbli% e no domnio d% ordem mor%l, %s tr?s condi4@esindic%d%s por (eus p%r% % cur% d%s n%4@es/.

/$umprindo3%s, % cur% d% Dr%n4% mor%lmente cert%. se % cur% se oper%,&er3se32 re%p%recerem, com o retorno s cren4%s reli+ios%s, o respeito por todosos direitos, o des%broc*%r d% *onr%, % pr2tic% de um% &erd%deir% liberd%de, %nobre %mbi4o d% +lri%, % prote4o dos )r%cos, % se+ur%n4% do comrcio, oentusi%smo d% prosperid%de, % busc% de noss% unio, num% p%l%&r%, tudo o ue

F -sse quadro #oi traado em 5 de outubro de 1;;= por D. de la Tour, no 0ni$ers . uantos traos

 poder&lhe&iam ser acrescentados em 1<15, e como todos os traos primitivos poderiam ser e+asperados6

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contribuiu p%r% )%<er d% Dr%n4%, dur%nte sculos, dese;%dos neste momento, omais belo reino depois do reino do céu. . 

!%r% ue % coeso e>ist% no corpo soci%l e l*e d? &id% e prosperid%de, no

b%st% ue o %mor li+ue o sober%no %os s-ditos e os s-ditos %o sober%no ele de&eunir os s-ditos entre eles pel% dedic%4o d%s cl%sses superiores s cl%ssesin)eriores e pelo ser&i4o d%s in)eriores s superiores.

 A %nti+uid%de no i+norou complet%mente esse de&er, ou pelo menosconcordou ue er% necess2rio. $cero di< ue "Emulo deu %os sen%dores o nomede /p%is/ p%r% m%rc%r % %)ei4o p%tern%l ue eles tin*%m pelo po&o.

$on*ecemos % posi4o ue ocupou n% or+%ni<%4o de "om% % clientel%.ss% institui4o est%beleci% rel%4@es determin%d%s e const%ntes entre um certon-mero de pesso%s do po&o e um% !ens dos p%trcios. O c*e)e dess% !ens , n%srel%4@es com seus clientes, us%&% o nome de /p%tro/, cri%do p%r% ress%lt%r ossentimentos de p%ternid%de rel%ti&%mente % eles. !or seu turno, % u%li)ic%4o decliente m%rc%&% n%uele ue % us%&% um% disposi4o *%bitu%l de est%r pronto

p%r% o ser&i4o cluere, ou&ir, ter o ou&ido %bertoJ. As obri+%4@es recproc%scorrespondi%m s p%l%&r%s. O p%tro tin*% o de&er, % obri+%4o de %;ud%r seucliente com consel*os e crdito, de de)end?3lo per%nte os tribun%is, de sustent23locom su% in)lu?nci% nos processos e lit+ios, e mesmo com %rm%s, % )im de pro&er s su%s necessid%des em c%so de misri%. (e su% p%rte, o cliente de&i% %o p%troo respeito, obsequium  , e % dedic%4o pesso%l: d%ndo3l*e o &oto nos comcios,%rm%ndo3se e comb%tendo por ele, contribuindo no p%+%mento de seu res+%te, nodote de su% )il*% etc. >isti% nisso, em um% p%l%&r%, um% troc% re+r%d% e contnu%de ser&i4os. sti&esse ou no sempre presente ess%s rel%4@es % %)ei4o, doponto de &ist% soci%l o result%do er% o mesmo.

u%ndo o )eud%lismo n%sceu, % clientel% *%&i% des%p%recido *2 sculos.$omo por e)eito de um instinto n%tur%l, este encontrou3se b%se%do no mesmo

princpio d% %ssist?nci% m-tu%. O suser%no de&i% prest%r socorro e prote4o %seus &%ss%los, como o p%i % seus )il*os, %sse+ur%r3l*es ;usti4%, m%nter % ordem e% se+ur%n4% no )eudo, pro&idenci%r % subsist?nci% dos necessit%dos. m troc%,&%ss%los e propriet2rios de&i%m )idelid%de e %ssist?nci% % seu suser%no n% p%< en% +uerr%, e t%mbm em circunstnci%s id?ntic%s uel%s em ue o cliente tin*%de&eres p%r% com seu p%tro, por e>emplo, no c%so do c%s%mento d% )il*% dosuser%no.

/A e>peri?nci% uotidi%n% ue o *omem )%< d% e>i+id%de de su%s )or4%s, di<Leo III, obri+%3o e le&%3o % %ssoci%r3se % um% cooper%4o estr%n+eir%. Lemosn%s S%nt%s scritur%s est% m2>im%: / mel*or ue dois este;%m ;untos do ueest%rem ss, porue ento eles tir%m pro&eito de su% socied%de. Se um c%i, ooutro o sustent%. In)eli< do *omem sC porue c%ir2 e no *%&er2 nin+um p%r%

le&%nt23lo/. estoutr%: /O irmo ue %;ud%do por seu irmo como um% cid%de)orte/. (est% propenso n%tur%l n%scem %s socied%des/.R  Antes de escre&er est%sm2>im%s nos s%ntos Li&ros, (eus +r%&ou3%s no cor%4o do *omem e o uee>plic% como %s institui4@es, repous%ndo sobre os mesmos princpios, puder%mn%scer espont%ne%mente n% %nti+uid%de p%+ %ssim como no seio docristi%nismo.

ntre ns, desde % poc% mero&n+i% &?3se um certo n-mero de peuenospropriet2rios, c*%m%dos vassi , recomend%rem3se % *omens m%is poderosos em%is ricos, c*%m%dos seniores . Ao seu senior , ue l*e d2 um presente em terr%s,o vassus promete %ssist?nci% e )idelid%de. !el% met%de do sculo I o mo&imentose precipit%, um% multido de )%mli%s suplic% )%mli% sen*ori%l de tom23l%s sob

>

  +ieu a ait la France guérissable  , pelo abade $ugustin :émann.? -nc'clica Rerum 1o$arum.

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su% prote4o: (e)endei3nos, de)endei % terr% ue possumos e %uel% ue ireisconceder3nos, e ns &os prest%remos todos os ser&i4os de um )iel &%ss%lo. Doi nosculo III ue ess% or+%ni<%4o soci%l, )und%d% n% dedic%4o e nos ser&i4osrecprocos, %tin+iu seu %po+eu. )oi t%mbm n%uel% poc% ue % n%4o)r%nces% %lc%n4ou o m%is %lto +r%u de prosperid%de, ue el% pEde e>ercer sobretod%s %s n%4@es d% urop% um% %scend?nci% ue no m%is reencontrou.

 A m%iori% dos *istori%dores %ssin%lou ue o re+ime )eud%l est%beleceu3seentre u%se todos os po&os d% urop%, sem ue nen*um deles o ti&esse tom%doemprest%do de outro. %c*ou3se to resistente ue Le !l%K pEde obser&23lo%ind% c*eio de &id% n%s pl%ncies orient%is d% "-ssi%. is o ue ele di<: /Asrel%4@es d% )%mli% com o sen*or t?m simult%ne%mente o respeito e % )%mili%rid%deue rein%m entre os )il*os e o p%i. Su% %utorid%de )ornece %o c%mpon?s um pontode %poio p%r% % conser&%4o d% propried%de. O sen*or e>erce % %utorid%de,como )%<i% o suser%no d% Id%de di%, pel% m%nuten4o do re+ime de comun*oem )%mli%. le % prote+e contr% % deterior%4o... O sen*or concede recursos )%mli% em tod%s %s circunstnci%s em ue seus meios de e>ist?nci% se %c*em

comprometidos, por e>emplo, em c%so de inc?ndio, de )ome, de epi<ooti% e dedoen4%s epid?mic%s. o sen*or pode cont%r com o tr%b%l*o dos c%mponesesp%r% o sucesso de su% prpri% %ti&id%de/.

sse p%tron%to ue &emos est%belecer3se %ssim sob )orm%s muito p%recid%s,em tempos to dist%ntes e em t%ntos lu+%res, s%iu e&identemente d% )%mli%, um% e>tenso do seu esprito. A prosperid%de d% )%mli%, dissemos, tem seuprincpio n% unio, unio pro&eniente d% comun*o de %)ei4@es e de es)or4os. Doi% &iso dos )eli<es e)eitos ue produ< ess% unio, ue le&ou3% % espr%i%r3se %lmdos limites d% )%mli% e ue )e< n%scer % clientel% entre os rom%nos, o )eud%lismoentre ns. (% )%mli% embrion2ri%, se posso %ssim di<er, o esprito )%mili%r %mpliou3se com o desen&ol&imento ue te&e % )%mli% p%tri%rc%l, e d% +%n*ou e%nimou % )r%ternid%de, % !ens , o )eudo, e en)im %s n%4@es, ue no podem, el%s

t%mbm, &i&er e prosper%r seno n% unio e pel% comun*o dos es)or4os. A Id%de di% est%&% plen%mente con&encid% disso. O esprito de prote4openetr%&%3% to per)eit%mente ue, %o mesmo tempo em ue re%li<%&% o)eud%lismo no c%mpo, cri%&% n%s cid%des  mesnies urb%n%s, depois est%beleci%entre %s cid%des &i<in*%s %s li!na!es  d%s cid%des )r%nces%s, %s  parai!es  d%scid%des loren%s, %s !eslac&ten  d%s cid%des )l%men+%s etc., todos nomes ue, por si ss, b%st%m p%r% mostr%r o princpio de onde esses +rupos s%r%m, o espritoue l*es deu lu<, posto ue tod%s ess%s p%l%&r%s so tom%d%s do &oc%bul2rio d%)%mli%. $%d% um desses +rupos tin*% um% or+%ni<%4o comum, de c%r2ter )%mili%r e %o mesmo tempo milit%r, como o +rupo )eud%l. necess2rio con*ecer esses )%tos, se se uer ter % e>%t% dimenso do m%l ue rond% % socied%de %tu%le do remdio ue se l*e de&e %plic%r.

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CAPITULO I!

DE ONDE VEM A PROSPERIDADE  E A DECAD,NCIA DOS POVOS

 %micitia et prosperas res dulciores +acit, et adersas communione temperat, et leiores reddit.1

#.I#IDOR#, 'ib. III. De summo bonno.

Nen*um% socied%de pode subsistir sem %ssist?nci% m-tu% socorro dos+r%ndes %os peuenos, ser&i4os dos peuenos %os +r%ndes: e )%to incontest2&elue, p%r% ue ess% %ssist?nci% m-tu% se;% e)ic%<, p%r% ue el% poss% )%<er 

rein%r % p%< e % prosperid%de num% socied%de, el% no de&e ser oc%sion%l, m%sconst%nte, e ue p%r% ser const%nte el% de&e ser or+%ni<%d% soci%lmente.Nem sempre se compreendeu isto, t%nto no seio d% crist%nd%de u%nto n%

%nti+uid%de p%+ e sempre % p%< soci%l e os *%&eres ue del% decorremse+uir%m %s )lutu%4@es so)rid%s pel% )idelid%de %os de&eres recprocos. preciso%crescent%r ue % in)idelid%de sempre se m%ni)estou primeir%mente nos +r%ussuperiores. As cl%sses %lt%s )ec*%r%m3se pouco % pouco no +o<o dos bens uesu% situ%4o proporcion%&%, e se+uindo % mesm% tend?nci%, %s cl%ssesin)eriores desli+%r%m3se del%s p%r% %c%b%r por se re&olt%r contr% %ueles uetin*%m sido dur%nte sculos o seu sustento.

#m r2pido ol*%r sobre % *istri% %nti+%, depois sobre % *istri% modern%, )%r3nos32 %ssistir reprodu4o, entre ns, de )%ses de dec%d?nci% ue % socied%de

p%+ so)reu, e isto, pelo e)eito d%s mesm%s c%us%s. Apro&eit%remos, como ;2)i<emos, um trplice estudo de Dr%nt< DuncP3Brent%no,F  ue ele prprio deu emcontribui4o entre outr%s obr%s, como t%mbm  A cidade anti!a  , de Dustel de$oul%n+es, e As ori!ens da (rança anti!a , de M%cues Dl%c*.

/As mud%n4%s ue %p%recem n% constitui4o d%s socied%des, di< Dustel de$oul%n+es, no podem ser e)eito do %c%so nem d% )or4% %pen%s: % )or4% ue %sprodu< de&e ser poderos%, e, p%r% ser poderos%, est% c%us% de&e residir no*omem/. do cor%4o do *omem, com e)eito, ue s%em %s &irtudes ue ele&%me os &cios ue reb%i>%m, e ue, )or4% de reb%i>%r, )%<em des%p%recer osst%dos, t%nto u%nto %s )%mli%s. m todos os po&os, % poc% em ue %su%lid%des mor%is, de onde em%n%m %s obri+%4@es recproc%s, )or%m b%st%ntedi)undid%s e entr%r%m muito pro)und%mente nos c%r%cteres p%r% penetr%rem

t%mbm nos usos e costumes, constitui o tempo em ue o po&o m%is bril*ou n%su% )or4% e no seu esplendor. $om o esuecimento dess%s obri+%4@es &eio %dec%d?nci%. Sempre e em tod% % p%rte, o princpio dess% dec%d?nci% encontr%do primeir%mente n% %ristocr%ci%. No momento em ue el% ne+li+enciouseus de&eres rel%ti&%mente % seus clientes no momento em ue el% dei>ou dele&%r3l*es %)ei4o %os seus cor%4@es, e em conse?nci% dei>ou de d%r3l*es%ssist?nci% e prote4o, os sentimentos ue constitu%m % %utorid%de dos p%tr@esse en)r%uecer%m e %c%b%r%m por e>tin+uir3se no cor%4o de seus in)eriores.nto um% %ristocr%ci% menos nobre sucedeu % um% %ristocr%ci% m%is nobre,

1 $ ami2ade torna agradveis as coisas prop'cias e abranda, pela mútua participaão, as adversas,dei+ando&as mais suportveis. (N. do T.).

  La amille ait l 'Etat. 2randeur et décadence des aristocraties. 2randeur et décadence des classesmoyennes.  a coleão 8ience et Beligion, editada por Iloud V !ia.

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porue os po&os no )ic%m ;%m%is sem %ristocr%ci%. N% Dr%n4%, como n%'rci%, como n% It2li% %nti+%, &imos % %ristocr%ci% )eud%l, em conse?nci% doesuecimento de seus de&eres, ceder lu+%r % um% %ristocr%ci% imobili2ri% e est% %um% %ristocr%ci% de din*eiro. As mesm%s poc%s *istric%s suceder%m3se n%mesm% ordem n% %nti+uid%de e nos tempos modernos: medid% ue %s tr%di4@esceder%m %4o do tempo e d%s p%i>@es *um%n%s, o re+ime p%tri%rc%l deu lu+%r %o re+ime %+r2rio, e este %o re+ime %dministr%ti&o, lo+o domin%do pelo din*eiro.

N% 'rci%, desde ue os up2trid%s &ier%m % ol&id%r seus de&eresrel%ti&%mente % seus clientes, %s cren4%s %nti+%s, ue constitu%m % %utorid%dedeles n% %lm% dos in)eriores, e>tin+uir%m3se pro+ressi&%mente. "estou como )ontede in)lu?nci% %pen%s % propried%de imobili2ri%, ue pEde pertencer t%nto %osplebeus u%nto %os nobres. A le+isl%4o de Solon &eio ento di<er ue os direitos,%s *onr%s, %s )un4@es e %s obri+%4@es dos cid%dos seri%m medid%s se+undo %importnci% de su%s propried%des imobili2ri%s. (e sorte ue % um% %ristocr%ci%de s%n+ue sucedeu um% %ristocr%ci% de propriet2rios.

!rodu<iu3se lo+o um% outr% re&olu4o. (esde o tempo de Solon, o comrcio

%teniense tomou impulso e lo+o estendeu3se lon+e. O propriet2rio do solo &iusu% importnci% decrescer di%nte d% importnci% do ne+oci%nte, p%r% o u%l osn%&ios tr%<i%m %s riue<%s lon+nu%s.

m "om%, ess%s tr%ns)orm%4@es )or%m %s mesm%s. A cl%sse dosc%&%l*eiros, *omens de ne+cio, substituiu % %nti+% %ristocr%ci%, uedes%p%receu.

=eremos %s mesm%s mud%n4%s se produ<irem n% Dr%n4%.%s, %ntes, de&emos descobrir u%is )or%m %s conse?nci%s disto entre

os po&os %nti+os. 

(ur%nte todo o tempo em ue %s )%mli%s p%trci%s &i&er%m em su%s terr%s,cerc%d%s de seus clientes, % misri% )oi cois% descon*ecid%: o *omem, em c%so

de necessid%de, er% socorrido pelo seu c*e)e %uele % uem ele d%&% seutr%b%l*o e su% dedic%4o de&i% socorr?3lo n%s su%s necessid%des. !%ssou3sedi)erentemente lo+o ue % %ristocr%ci% de din*eiro tomou o lu+%r d% %ristocr%ci%imobili2ri%. No *ou&e m%is li%me perm%nente entre os peuenos e os +r%ndes. Opobre )oi isol%do e %ssim )icou: m%is nin+um est%&% enc%rre+%do dele, m%isnin+um o con*eci%, m%is nin+um ueri% socorr?3lo. Doi ento ue $ceropronunciou %uel% )r%se: /Nin+um comp%ssi&o, % menos ue se;% um tolo ouum le&i%no/.G  !l%to d23l*e r%<o: /(%ndo o po % uem no o tem, perdeis&osso bem, e %;ud%is esses in)eli<es % prolon+%r um% e>ist?nci% ue no p%ss% deum )%rdo p%r% eles/.

%s os pobres opuser%m resist?nci%. les or+%ni<%r%m um% +uerr% re+ul%r contr% os ricos. #s%r%m o direito de su)r2+io p%r% sobrec%rre+23los de impostos,

p%r% decret%r % %boli4o d%s d&id%s ou p%r% oper%r con)iscos +er%is.!lut%rco cont% ue em e+%re, depois de um% insurrei4o, decretou3se ue%s d&id%s seri%m %bolid%s, e ue os credores, %lm d% perd% do c%pit%l, seri%mobri+%dos % reembols%r os ;uros ;2 p%+os.

m 1F, % popul%4o de S%mos m%ss%crou du<entos ricos, e>ilou outrosu%trocentos e rep%rtiu su%s terr%s e c%s%s. m $orcKre, o p%rtido dos ricos )oiu%se inteir%mente e>termin%do. Os ue se tin*%m re)u+i%do nos templos )or%memp%red%dos e dei>%r%m3nos morrer de )ome. /!or tod% % p%rte, como di<Tucdide, )or%m &ist%s tod%s %s crueld%des, tod%s %s b%rb2ries, n%tur%is %pesso%s ue, impelid%s por um sentimento ce+o de i+u%ld%de, enc%rni4%m3seimpiedos%mente contr% os ri&%is/. /m c%d% cid%de, escre&e Dustel de$oul%n+es, o rico e o pobre er%m dois inimi+os. Nen*um% rel%4o, nen*um

=  !ro 3urena. 

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ser&i4o, nen*um tr%b%l*o os une. O pobre no podi% %duirir % riue<% senodespo;%ndo o rico o rico no podi% de)ender seus bens seno medi%nte e>trem%*%bilid%de ou pel% )or4%. les se enc%r%m com ol*%r r%i&oso *%&i% em c%d%cid%de um% dupl% conspir%4o os pobres conspir%&%m por cupide<, os ricos por medo. No poss&el di<er u%l dos dois p%rtidos cometeu m%is crueld%des ecrimes. Os dios %p%+%&%m nos cor%4@es todo sentimento de *um%nid%de.Hou&e, em ilet, um% +uerr% entre ricos e pobres estes ti&er%m &%nt%+eminici%lmente e )or4%r%m os ricos % )u+ir d% cid%de m%s, em se+uid%, l%ment%ndono ter podido de+ol23los, pe+%r%m os )il*os deles, reunir%m3nos em +r%n;%s eesm%+%r%m3nos sob %s p%t%s dos bois. Os ricos reentr%r%m em se+uid% n% &il%e torn%r%m % ser os p%tr@es. !e+%r%m os )il*os dos pobres, unt%r%m3nos comresin% e ueim%r%m3nos todos &i&os/.

ue %contece com % 'rci%, outror% to +r%nde, ness% lut% p%&oros%V O*istori%dor !olbio no3lo di<: /Nos c%mpos, % cultur% d%s terr%s n%s cid%des, ostribun%is, os s%cri)cios, %s cerimEni%s reli+ios%s so %b%ndon%dos. Os +re+os&i&em em +uerr% ci&il *2 seis +er%4@es. l% tornou3se o est%do *%bitu%l, re+ul%r,

norm%l do po&o, no u%l se n%sce, &i&e3se e morre3se. =?em3se cid%desperm%necer desert%s, e, p%r% c-mulo d% dor, os +re+os no podem %tribuir seno prpri% loucur% %s c%l%mid%des pel%s u%is so c%sti+%dos/.

 A *istri% d% democr%ci% rom%n% o)erece o mesmo ensin%mento d% *istri%d% democr%ci% +re+%. se % lut% no )oi %comp%n*%d% de crises to s%n+rent%s, preciso %tribui3lo % um% dupl% c%us%. m primeiro lu+%r, s conuist%s deterritrios imensos )eit%s pelos rom%nos, cu;%s terr%s d%&%m plebe em se+undolu+%r, %os e>rcitos ue, dest%c%dos n%s )ronteir%s e em contnu% lut% contr% osb2rb%ros, de&or%&%m bo% p%rte de plebeus.

N% Dr%n4%, como n% 'rci%, como n% It2li%, % ci&ili<%4o come4ou e )oi le&%d%%o seu m%is %lto ponto por um% %ristocr%ci% )eud%l, u%l sucedeu, dos di%s d%

"en%scen4% %t os di%s d% "e&olu4o, um% %ristocr%ci% imobili2ri%. Atu%lmente,temos ess% %ristocr%ci% de din*eiro, ue m%rcou o )im d% ci&ili<%4o *el?nic% e o)im d% ci&ili<%4o rom%n%.

 As ori+ens de noss% ci&ili<%4o remont%m %o sculo =I. O es)or4o ci&ili<%dor de ento proporcion%l resist?nci% b%rb2rie. A b%rb2rie +er% os tipos m%ismonstruosos e %o l%do deles &?em3se )i+ur%s respl%ndecentes d% m%is pur% &id%crist. sse sculo e o se+uinte, ue sur+em como os m%is b2rb%ros de todos,so % poc% n% u%l os s%ntos )lorescem em m%ior n-mero e e>ercem % %4om%is decisi&% n% orient%4o de noss% socied%de. Assim, 'ode)roK \urt* pEdedi<er n% su% obr% 4ri!ens da Civili5ação 0oderna  : /m menos de um sculo,todo o cen2rio do mundo )oi reno&%do. So no&os %tores ue ocup%m o p%lco, um outro dr%m% ue se desenrol%/.

(eus *%&i% l%n4%do em nosso solo, ocup%do *2 u%tro mil %nos pelosb2rb%ros, popul%4@es ;o&ens e %bert%s s nobres inspir%4@es d% I+re;%, ue %sesper%&% p%r% educ23l%s. /B%st% %brir os ol*os, di< %ind% \urt*, p%r% &er com ue)or4% os po&os b2rb%ros er%m %rr%st%dos pel%s mel*ores tend?nci%s de su%n%ture<% %o seio d% I+re;% c%tlic%/, to lo+o o %ri%nismo os solicit%&%.

esses sel&%+ens, c*eios de p%i>@es p%+s, m%s t%mbm repletos de sei&%e de &i+or, er%m en>ert%dos pel% I+re;% n% &in*% pl%nt%d% pelo (i&ino S%l&%dor.l% )%<i% circul%r em su%s &ei%s % c%rid%de e&%n+lic%, isto , o %mor % (eus e o%mor %o pr>imo. O essenci%l er% determin23los % di<er um% &e<, com con&ic4oe resolu4o: sou cristo e muitos o er%m, desde %uele momento %t %o*erosmo.

u%ndo os )r%ncos conuist%r%m % '2li%, %s cid%des empobrecid%s no

p%ss%&%m de %+lomer%dos de %rtesos. O poder e % riue<% tin*%m3se desloc%do

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p%r% os c%mpos. A, em meio % imensos domnios, rein%ndo sobre po&os depobres e de escr%&os, +r%ndes )%mli%s &i&i%m %pen%s p%r% o pr%<er. Os )r%ncosdi&idir%m ess%s terr%s com % mesm% %&ide< ue presidir% outror% % p%rtil*% dosc%&%los, d%s %rm%s e dos tesouros. $%d% u%l est%beleceu su% mor%d% no loteue p%ss%r% % ser seu e identi)icou3se com ess% terr%, tr%ns)orm%d% em su%*er%n4% AlodJ e de seus )il*os.

T%is )or%m %s ori+ens dos primeiros sen*ores. Al+uns continu%r%m p%+osoutros, %ps terem recebido o b%tismo, continu%r%m % coloc%r em su%s rel%4@essoci%is um% odios% crueld%de. %s

*ou&e t%mbm )%mli%s n%s u%is % +r%4% de $risto, encontr%ndo um s%n+ue+eneroso, produ<iu %s &irtudes ue )i<er%m del%s noss% %ristocr%ci%, primeir% n%ordem tempor%l e t%mbm no &%lor mor%l e +uerreiro. Sob os %uspcios d% I+re;%,el%s %prender%m % con*ecer e % pr%tic%r os de&eres em rel%4o %o pr>imo, e %c%rid%de come4ou % est%belecer seu imprio entre ns. Todos os re+istros de%tos de em%ncip%4o ue nos )or%m le+%dos pelos primeiros sculos d% Id%dedi% %test%m o pens%mento reli+ioso ue os ditou: /No preciso prender com

c%dei%s %ueles ue $risto tornou li&res pelo b%tismo, porue no *2 di)eren4% decondi4o % Seus ol*os, pois somos todos unidos e i+u%is per%nte le/. As institui4@es soci%is ue ento se er+uer%m n%scer%m desse esprito. /No

)oi de institui4@es en&el*ecid%s de um% n%4o em dec%d?nci% os rom%nosJ, di<o editor d% obr% econEmic% de ontc*rtien menos %ind% dos *2bitos+rosseiros de b%ndos % custo disciplin%dos os +erm%nosJ, ue s%iu % ci&ili<%4omodern%, m%s d% )or4%, d% intensid%de d%s %)ei4@es di)undid%s n% popul%4ointeir% pelos mon+es, bispos e s%ntosJ, %)ei4@es ue se tr%ns)orm%m emobri+%4@es m-tu%s e costumeir%s e, em conse?nci%, em direitos recprocos/.

=?em3se re%p%recer %ui, m%is depur%d%s e s%nti)ic%d%s, %s rel%4@es soci%isue %dmir%mos n% clientel% rom%n% e n% clientel% +re+%. l%s en&ol&er%m tod% %socied%de como um% imens% rede, no somente de +r%ndes )eud%t2rios %

peuenos sen*ores e de sen*ores % &%ss%los, m%s t%mbm de p%tr@es %oper2rios. $on*ecemos % bel% le+isl%4o ue tienne Boile%u deu scorpor%4@es de oper2rios no sculo III.

O sculo III constituiu o %po+eu d% %ristocr%ci% )eud%l e d% +r%nde<% d%Dr%n4%. l% *%&i% ento est%belecido seu territrio e cri%do o +?nio )r%nc?s, )eitosobretudo de +enerosid%de.

Sucedeu3% um% outr% %ristocr%ci%. ss% substitui4o no ocorreusubit%mente, m%s se deu pouco % pouco n%s su%s cl%sses. Os bisnetos dosprimeiros sen*ores no tin*%m m%is %s &irtudes impulsi&%s de seus %ncestr%iseles se /ci&ili<%&%m/ m%is ou menos, no sentido ruim d% p%l%&r% e ness% medid%&i%m )%mli%s ue l*es er%m estr%n*%s %ument%rem insensi&elmente n%s su%s

)ileir%s: de sorte ue se pode est%belecer entre o sculo I= e o sculo = osur+imento d% %ristocr%ci% c*%m%d% territori%l p%r% distin+ui3l% d% %ristocr%ci%)eud%l. sse se+undo rebento, s%do do tronco +eneroso d% r%4% )r%nc%, no te&eo &%lor do primeiro. A primeir% sei&% sempre % m%is )orte. Assim, enu%nto est%conser&ou seu &i+or dur%nte oitocentos %nos, % outr% pEde complet%r %pen%s umpercurso menor ue % met%de. Alm disso, te&e % in)elicid%de de c*e+%r ;untocom % "en%scen4%, de ser m%is t%rde pres% do %bsolutismo re%l e, en)im, de ser inocul%d% pelo &eneno )ilos)ico.

No ent%nto, % Dr%n4% podi% %ind% +lori%r3se del% e el% )e< muito pel%+r%nde<% do p%s em todos os sentidos.

 A %ristocr%ci% territori%l busc%&% de um% m%neir% contnu% seuscomponentes entre %s )%mli%s ue se sobress%%m por lon+%s tr%di4@es de

tr%b%l*o e de &irtudes %t %tin+ir % +enerosid%de de %lm% ue )%< % nobre<%.

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u%ndo no *%&i% outr% )onte de riue<% %lm d% cultur%, tod% )%mli% ric% er%ric% %pen%s porue se tin*% pouco % pouco enobrecido nos seus sentimentos por um% lon+% pr2tic% d%s &irtudes )%mili%is, e desde ento el% podi% ser enobrecid%.r% um% )%mli% %nti+%, respeit2&el, um% bo% )%mli%, se+undo % e>presso ue)icou. !%r% isso )oi3l*e necess2rio educ%r e educ%r c%d% &e< mel*or um% lon+%se?nci% de +er%4@es e )oi necess2rio ue, ness% se?nci%, no ocorresse %)r%ue<% de nen*um dos elos d% c%dei%, porue ento tudo teri% ue ser recome4%do. $omo disse Bl%nc de S%int3Bonnet: /Os sculos &in*%m coloc%r3secomo )lor@es sobre su% coro%, e )oi % mo do tempo ue se %pressou em s%+r23l%/.

ss% se+und% %ristocr%ci% &i&eu como % primeir%, milit%rmente,p%tri%rc%lmente e %+ricol%mente, submetendo %o culti&o % terr% %duirid% por seusp%is, de)endendo3% e esp%l*%ndo %o redor del% % ;usti4%, % br%&ur% e odesinteresse. (ess% m%neir% el% m%nte&e o trplice c%pit%l d% n%4o: c%pit%lm%teri%l, c%pit%l intelectu%l e c%pit%l mor%l. is os termos ue T%ine us% p%r%)%l%r disso: /O sen*or propriet2rio residente e ben)eitor, promotor de todos os

empreendimentos -teis, tutor obri+%trio dos pobres, %dministr%dor e ;ui< +r%tuitod% re+io, deput%do sem p%+% ;unto %o rei, isto , condutor e promotor, comooutror%, medi%nte um p%tron%to no&o, %propri%do s circunstnci%s/.

In)eli<mente, esses costumes s%lut%res, esses l%4os de unio e de %)ei4oue li+%&%m todos os cid%dos de %lto % b%i>o d% esc%l% soci%l rel%>%r%m3seimpercepti&elmente. A poltic% de Lus I= obstinou3se em sep%r%r os +entis3*omens do po&o, %tr%indo3os corte e %os empre+os. $rendo )ort%lecer3se, %re%le<% destruiu com su%s prpri%s mos o )und%mento sobre o u%l est%&%est%belecid%.  Henriue I= )or% mel*or inspir%do. /le decl%rou su% nobre<%,di< !ere)i>e, ue ueri% ue c%d% u%l se %costum%sse % &i&er de seus bens, eue p%r% esse e)eito ele est%&% bem &ont%de, &isto como +o<%&%m de p%<, ue)ossem &er su%s c%s%s e dessem ordem de &%lori<%r su%s terr%s. Assim, ele os

%li&i%&% de +r%ndes e ruinos%s despes%s n% corte, reen&i%ndo3os s pro&nci%s,e ensin%&%3l*es ue o mel*or )undo ue se pode construir o de um% bo% )%mli%.$om isto, s%bendo ue % nobre<% )r%nces% er% melindros% no imit%r o "ei emtod%s %s cois%s, ele l*es indic%&%, por seu prprio e>emplo, % supresso d%super)luid%de nos tr%;es porue ele i% ordin%ri%mente &estido de tecido cin<%,com um +ibo de cetim ou de t%)et2 sem cortes, p%ss%m%nes ou en)eites. lelou&%&% os ue se &esti%m dess% m%neir% e ri%3se dos outros, que carre!avam,di<i%, seus moin&os e suas ramarias de "rvores alt#ssimas nas costas /.

A Iourdaloue lembrava assim aos senhores do grande século seus deveres.$rist/teles, o Pr'ncipe dos 3il/so#os, não possu'a nenhum princ'pio de cristianismo, no entanto

compreendia essa obrigaão quando di2ia que os reis, nesse alto grau de elevaão que nos #a2 olh&los como divindades da terra, não são mais do que homens #eitos para os outros homens, e que não

é para eles mesmos que são reis, mas para os povos.  7ra, se isto é verdadeiro em relaão reale2a, ninguém poder acusar&me de levar, a esserespeito, a coisa longe demais, se adianto que não se pode ser nada no mundo, nem se elevar, aindaque pelas vias retas e leg'timas, s honras do mundo, senão pela disposião de empregar&se,interessar&se e consagrar&se e mesmo de devotar&se ao bem daqueles que a Provid0ncia #a2depender de n/sK que um homem, por e+emplo, revestido de uma dignidade, não é senão um súditodestinado por eus e escolhido para o servio de um certo número de pessoas s quais ele devesuas preocupa%esK que um particular que toma um encargo, desde então não e+iste mais para si, mas

 para o públicoK que um superior, que um pro#essor, não tem a autoridade disposião senão porque deve ser útil a toda uma naão, posto que, sem autoridade, ele não pode s0&lo.  !raes, di2ia8ão Iernardo, escrevendo a um grande do mundo, pondo diante dos olhos deste a idéia que eledevia ter de sua condião,  praes non ut de subditis crescas, sed ut ipsi de te. -stais no lugar decomando, e é "usto que se vos obedea. :embrai&vos, porém, que essa obedi0ncia vos é dada a t'tulo

oneroso e que sereis prevaricador se não a #i2erdes servir inteiramente em bene#'cio dos que vo&la prestam.

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Sob Lus I=, % nobre<% recebeu outr%s li4@es e in)eli<mente dei>ou3se le&%r por outros e>emplos s%bemos u%is )or%m %s conse?nci%s.

/O %)%st%mento )sico, di< Tocue&ille, produ<iu pouco % pouco entre ossen*ores um %)%st%mento de cor%4o. u%ndo o +entil3*omem re%p%reci% nomeio dos seus, ele re&el%&% os des+nios e os sentimentos ue ti&er% seuintendente n% su% %us?nci%. le no &i% m%is em seus %rrend%t2rios seno osde&edores dos u%is ele e>i+i% com ri+or o ue l*e c%bi% se+undo % lei ou ocostume. (% os sentimentos de r%ncor e de dio. Alm disso, por e)eito dessemesmo %)%st%mento, tod% % dire4o +er%l )%l*%&%, %s terr%s c%%m em deplor2&el%b%ndono. A nobre<% lo+o )ormou um% c%st%, cios% de seus ttulos, ciument% deseus pri&il+ios, e ue no m%is se ;usti)ic%&%m, nem uns nem outros, em r%<od% dire4o imprimid% &id% d% n%4o/.

u%ndo estourou % "e&olu4o, )%<i% ;2 um sculo ue c%d% cl%sse &in*%c%min*%ndo p%rte, entretendo e %&olum%ndo seus preconceitos e seus dioscontr% % cl%sse ue, %ntes %li%d%, se torn%r% ri&%l.

isto ue e>plic%, pelo menos em p%rte, o ue %conteceu no c%mpo.

!odemos obser&%r ue por tod% % p%rte onde os propriet2rios imobili2rios tin*%mconser&%do o cont%to com seus %rrend%t2rios, o %nt%+onismo de cl%sses no sem%ni)estou. Testemun*% isto o ue se )e< n% =%ndi%, em An;ou, em !oitou, n%Bret%n*% e n% Norm%ndi%. Ao contr2rio, em tod% % p%rte em ue os sen*ores%dministr%r%m seus bens pelo intermdio de intendentes e onde, emconse?nci%, er%m descon*ecidos de seus %rrend%t2rios, em tod% % p%rte, emum% p%l%&r%, em ue se perdeu o cont%to entre ricos e pobres, o %nt%+onismosoci%l re&elou3se com +r%nde &iol?nci%. T%ine est%beleceu esse )%to em &2ri%sp%ss%+ens de seus escritos.

 A %ristocr%ci% imobili2ri%, %ssim c%d%, deu lu+%r, como em Aten%s e em"om%, %ristocr%ci% de din*eiro, ue % "e&olu4o nos le+ou.

Se+undo o &isconde dUA&enel,7  os riussimos de *o;e, n% Dr%n4%, o so do<e

&e<es m%is do ue os m%is ricos person%+ens do Ancien "+ime eles so de<&e<es m%is ricos ou &inte &e<es m%is numerosos do ue os m%is opulentosprncipes dos tempos )eud%is. H2 *o;e n% Dr%n4% 1.000 pesso%s ue t?mF00.000 )r%ncos de rend%s mobili2ri%s ou imobili2ri%s. ntre ess%s 1.000, *2G70 ue t?m 700.000 )r%ncos de rendimentos. (ess%s G70 podemos cit%r 1F0 uedisp@em %nu%lmente de m%is de um mil*o de )r%ncos de receit%s 70 dentre el%st?m um or4%mento norm%l de G mil*@es de )r%ncos e dess%s 70, *2 um% de<en%ue tir% de seus c%pit%is um% som% superior % 7 mil*@es por %no. No secon*ece nin+um d% Id%de di% ue poss% ser comp%r%do %os 70 p%rticul%resue )orm%m %s du%s c%te+ori%s m%is %lt%s. H2 cois% pior p%r% um po&o do ue %destrui4o de seus e>rcitos e de su%s )rot%s, % b%nc%rrot% de su%s )in%n4%s e %in&%so de seu territrio o %b%ndono de su%s tr%di4@es e % perd% de seu ide%l.

 A *istri% de todos os po&os % est2 p%r% no3lo %test%r.

F  Re$ue des +eu4*3ondes

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CAPÍTULO ! 

$&E DESTINO A ARISTOCRACIA DE DIN-EIRORESERVA PARA SI E PARA A F RAN.A/

In-ammatur lucro aaritia, et non etinguitur.)uasi gradus !uosdam cupiditatis habet, et !uo plures ascenderit, eo ad altiora +estinat/ unde *t grais ruina lapsuro.1 

#. %0RO#I#, De $aboth.

Nos nossos di%s % suser%ni% pertence %o ouro. sse met%l coloc% %os psde seu possuidor tod%s %s )or4%s, no somente d% Dr%n4%, m%s do mundo.H%&i%, sem d-&id%, um +r%nde poder nos sculos ue preceder%m % "e&olu4o,m%s ele encontr%&% um% ri&%lid%de n% %ristocr%ci%, ue numeros%s &e<es osupl%ntou. Ho;e, o ouro u%se p%ssou %o est%do de di&ind%de em tod% % p%rteele com%nd%, em tod% % p%rte %dor%do.

sse no&o poder tomou dos poderes ue o preceder%m %pen%s os %busosnos u%is tin*%m3se dei>%do le&%r.

/Os *omens d% "e&olu4o, di< =o+ue,F no du&id%&%m de ue iri%m %bolir 

todos os pri&il+ios e %sse+ur%r o reino d% i+u%ld%de./N% press% do seu otimismo, no re)leti%m sobre um% lei d% *istri%: c%d% &e<

ue um% socied%de se desemb%r%4% de %nti+%s di+nid%des, de %nti+os poderesespiritu%is e tempor%is, um sen*or perm%nece, ine>pu+n2&el, o m%is duro e o m%issutil dos sen*ores, o din&eiro.

/le se insinu% n%s ele&%d%s posi4@es dei>%d%s &%<i%s, recol*e tod% %%utorid%de tir%d% de seus ri&%is, rest%belece em seu bene)cio, sob outr%s )orm%s,di+nid%des e pri&il+ios. Todos l*e obedecem, porue s ele concede tudo oue d2 &%lor &id%/.

1 $ avare2a não é satis#eita, mas sim estimulada, pelo lucro. Tem como que algo da condião dacobia, pela qual, quanto mais cresce, por isso mesmo mais corre para o altoH por onde produ2 grave

destruião, em ra2ão da qual h de cair. (N. do T.). 0n si5cle, mou$ement du monde de 6788 9 6:88.

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 A %ristocr%ci% )r%nces% de&eu su% +r%nde<% uilo ue *%&i% )eito %+r%nde<% d%s %ristocr%ci%s %nti+%s: % dedic%4o d%s cl%sses diri+entes pel%scl%sses diri+id%s, % %)ei4o d%s cl%sses diri+id%s pel%s cl%sses diri+entes, % uniodos es)or4os p%r% o m%ior bem de todos. ntre ns, como n%s %nti+%sci&ili<%4@es, % dec%d?nci% )oi % conse?nci% n%tur%l d% sep%r%4o ue se deuentre % nobre<% e o po&o, ue &i&i%m c%d% u%l su% &id%, no m%is se %m%ndo,no m%is se %u>ili%ndo mutu%mente, no m%is se con*ecendo. A nobre<% *%&i%desert%do dos c%mpos p%r% ir perder3se n% corte dos reis, e % +%st%r em pr%<erese em lu>o o din*eiro ue o tr%b%l*o dos l%&r%dores l*e obtin*%. /!ode3seperm%necer li+%do e %)ei4o%do, per+unt% Tocue&ille, % pesso%s ue nosi+ni)ic%m n%d% pelos l%4os d% n%ture<% e ue no m%is so &ist%sV sobretudonos tempos de pri&%4o ue se percebe ue os l%4os de prote4o e dedepend?nci% ue outror% li+%&%m o propriet2rio rur%l %os c%mponeses esto)rou>os ou rompidos. Nesses momentos de crise, o +o&erno centr%l %ssust%3secom seu isol%mento e su% )r%ue<% ele uereri% )%<er ren%scer p%r% o momento%s in)lu?nci%s indi&idu%is ue ele destruiu ele %s c*%m% em seu socorro: nin+um

&em, e ele se esp%nt% em encontr%r mort%s %s pesso%s s u%is ele prprio tirou% &id%/. Al+uns %nos %ntes d% "e&olu4o, % nobre<% uis re%pro>im%r3se do po&oer% t%rde dem%is. D%<i% um sculo ue c%d% cl%sse &in*% percorrendo seuprprio c%min*o, %ument%ndo, de +er%4o em +er%4o, os dios e preconceitoscontr% % cl%sse ri&%l ue no m%is con*eci%, ue no m%is compreendi%.S%bemos o ue resultou disso. A socied%de desmoronou em run%s e em s%n+ue.

O conde de $*%mbord uis persu%dir %o ue rest%&% d% %ristocr%ci%, deretom%r, t%nto u%nto %s circunstnci%s permiti%m, seu p%pel pro&idenci%l. /Nocess%rei, di<i%, de recomend%r % todos %ueles ue perm%necer%m )iis noss%c%us%, de *%bit%r su%s terr%s o m%is poss&el, e de d%r o e>emplo de tod%s %smel*ori%s poss&eis. o &erd%deiro e o -nico meio de destruir %s pre&en4@esin;ust%s, e de d%r propried%de imobili2ri% % p%rte de in)lu?nci% ue l*e pertence,

e ue seri% to -til ue el% %lc%n4%sse n% %dministr%4o e n% condu4o dosne+cios do p%s/. le )elicit%&% os ue tin*%m /conser&%do, com % ) de seusp%is, o culto do l%r e o %mor %o solo n%t%l/. /As sedu4@es re&olucion2ri%s, di<i%,e>ercem seus estr%+os sobretudo sobre %s popul%4@es des%mp%r%d%s por seusprotetores n%tur%is. "2pid%s %p%ri4@es no substituiro ;%m%is % %)ei4o norel%cion%mento, o desinteresse nos ser&i4os, % %deso %os consel*os/. No )oiescut%do t%nto u%nto de&eri% ter sido.

 A bur+uesi% tin*% tom%do o lu+%r d% nobre<% n% socied%de. l% con*eceu,el% con*ece os de&eres ue ess% situ%4o l*e imp@eV

 As tr%di4@es de prote4o, de um l%do, de disciplin% de outro, cri%d%s pel%s%nti+%s corpor%4@es, %ind% se m%nti&er%m n% peuen% ind-stri% %l+um tempo

%ps % "e&olu4o. Le !l%K )%l% com compr%<imento d%s o)icin%s b%se%d%s nomodelo d%s de outror%, ue &i% %ind% por &olt% de 18G0. /Antes de 18G0,escre&e, %s o)icin%s p%risienses ;2 c%rre+%&%m o &est+io d%s idi%s sub&ersi&%se dos sentimentos de dio ue %s re&olu4@es %nteriores *%&i%m )eito n%scer. Noent%nto, pude obser&%r ento institui4@es e costumes ue no perdi%m em n%d%p%r% o ue encontrei de m%is per)eito, dur%nte trint% %nos, no resto d% urop%: op%tro e su% espos%, ue con*eci%m, em todos os det%l*es, % &id% domstic%de seus oper2rios, e estes, ue se preocup%&%m sem desc%nso com %prosperid%de comum. A solid%ried%de e % *%rmoni% est%&%m presentes em tod%s%s rel%4@es do p%tro e do oper2rio. m 18R, num% poc% em ue eu dispun*%de numerosos meios de in)orm%4o Q ele er% diretor d% >posi4o #ni&ers%l Qprocurei em &o, n%s %nti+%s o)icin%s, %+or% %ument%d%s e enriuecid%s, %l+uns

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&est+ios dess%s toc%ntes rel%4@es. =eri)iuei, sobretudo, % )%lt% d% %)ei4o e dorespeito/.

 A r%<o disto est2 indic%d% nestes termos por DuncP3Brent%no, em  A -ol#tica:/Aueles ue, oriundos d%s cl%sses mdi%s, c*e+%m r%pid%mente riue<% e s*onr%s, sem encontr%rem neles os recursos p%r% % c*e+%r, nem sempre%duirem, por esse )%to, o ue somente % tr%di4o e % educ%4o desen&ol&em: %su%lid%des necess2ri%s %o e>erccio de su%s no&%s )un4@es soci%is. $ri%dos n%spri&%4@es, eles possuem necessid%des ins%ci2&eis como su% %mbi4o e seue+osmo: +%n*%r m%is, c*e+%r m%is lon+eC Os ue dependem deles, oper2riosou empre+%dos, perm%necem como tr%mpolins p%r% su%s )ortun%s ou &tim%s desu%s %mbi4@es. n)im, como no receber%m pel% educ%4o, dir%mos u%se pelo%prendi<%do, %s u%lid%des mor%is prpri%s su% situ%4o ele&%d%, &emo3losc%d% &e< menos delic%dos n% escol*% dos meios su% mor%lid%de se %lter% %ssimcomo seu c%r2ter e no &%lem m%is do ue seu instinto pelos ne+cios ou por seu esprito de intri+%. N% +er%4o se+uinte, o m%l se %present%. Os )il*os nopodem receber de seus p%is um% educ%4o ue %ueles mesmos no ti&er%m

m%s, por e)eito d% riue<% ou d% posi4o ue seus p%is %duirir%m, os )il*osprocur%m %pen%s % s%tis)%4o de seus +ostos, de seus pr%<eres. Os c%r%cteresse de+r%d%m, e )reentemente % terceir% ou u%rt% +er%4o %c%b% no *ospit%lou num% c%s% de s%-de, enu%nto no&%s )%mli%s, c*e+%d%s )ortun% d% mesm%m%neir%, substituem %s primeir%s/.

m todos os pontos d% Dr%n4% seri% )2cil coloc%r nomes sob c%d% um% d%s)%ses desse u%dro.

u%se no poderi% ser de outr% m%neir%. A riue<% cu;% )onte est2 n% terr% encontr% % os limites de su% %mbi4o: %

ue pro&m d% ind-stri%, do comrcio, dos b%ncos, no con*ece limites tendoc*e+%do % ser milion2ri%, el% %spir% % ser bilion2ri%, e s%bemos ue c*e+% % s?3lo&2ri%s e &2ri%s &e<es. Nisso est2 todo seu ob;eti&o, e, p%r% %lc%n423lo, el%

e>plor% o *omem como e>plor% % m%tri%, em &e< de %m23lo e ser&i3lo. O *omemse %p%+% %os ol*os do c%pit%lismo, ele no m%is do ue um meio n%s mosd%ueles cu;%s )%culd%des, tod%s, so diri+id%s p%r% o ob;eti&o ue perse+uem: %)ortun%.

 A "e&olu4o *%&i% procl%m%do % i+u%ld%de de todos. %s, obser&% Le !l%K,torn%ndo teoric%mente o oper2rio i+u%l %o p%tro, o p%tro est%&% dispens%dorel%ti&%mente uele d% obri+%4o mor%l de %ssist?nci% e prote4o.

l% *%&i% procl%m%do % liberd%de de tr%b%l*o. A bur+uesi%, ric% dee>peri?nci%, de recursos e de c%pit%is, podi% tr%b%l*%r ou no tr%b%l*%r, de%cordo com % su% &ont%de m%s o oper2rio )ic%&% preso necessid%de impl%c2&eldo l%bor uotidi%no. $om os pri&il+ios d% nobre<%, % "e&olu4o *%&i% ;o+%do)or% os pri&il+ios dos oper2rios, isto , %s re+r%s e os costumes ue, n%

corpor%4o, os prote+i%m. A bur+uesi%, no &endo m%is entr%&es cupide< ton%tur%l do *omem, tr%tou o oper2rio como um utenslio do u%l se tir% tudo o uese pode, sem m%iores preocup%4@es, se;% com % su% s%-de, se;% com % su%mor%lid%de.

l% %ssim procedeu, sem ser b%rr%d% pel%s condi4@es econEmic%s ue,outror%, se l*e teri%m oposto.G 

= -m nenhum lugar a mentira da liberdade se revelou mais abertamente do que na ordem econmica.8ua miragem evanesce como um sonho tão logo a vida p%e em contato indiv'duos isolados. 7operrio tem diante de si um patrão que lhe prop%e um determinado salrio. O louvvel que ooperrio o recuseW Não, as necessidades da e+ist0ncia, talve2 uma #am'lia da qual cuidar,obrigam&no a aceitar as condi%es que lhe são o#erecidas.

7 patrão também não é livre. -le apreciaria, na maioria dos casos, retribuir convenientemente

seus empregados e operrios. $penas ele não pode, sendo prisioneiro de uma concorr0ncia semlimites. - ele se es#ora em vão para ter acesso a toda sorte de e+pedientes para escapar aos e#eitos

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 ] )%lt% de )reio ;unt%3se % )%lt% de escr-pulos. A continuid%de do tr%b%l*o ed% p%rcimEni%, dur%nte numeros%s +er%4@es, tr%nsmite % c%d% um% del%s %s&irtudes ue come4%r%m % prosperid%de d% )%mli%. %s ess%s tr%di4@es no se)orm%m n%s )%mli%s ue, ocup%ndo3se d% ind-stri%, do comrcio, dos b%ncos,c*e+%m r%pid%mente %o cume, medi%nte +olpes de sorte. =emo3l%s, como%c%b% de obser&%r DuncP3Brent%no Q )%l%ndo de m%neir% +enric%, e s%l&o %se>ce4@es ue % &irtude do cristi%nismo pEde produ<ir Q, pouco desinteress%d%s,pouco sens&eis *onr%, pouco %plic%d%s %os nobres pens%mentos ue inspir%m% ) e % c%rid%de crists e, em conse?nci%, m%is *2beis em seus ne+cios doue de&ot%d%s %o bem, %spir%ndo % %b%ndon%r3se c%d% &e< m%is %o bem3est%r,%o lu>o, %os pr%<eres ue o din*eiro l*es permite obter.

Ness%s condi4@es, %s bo%s rel%4@es soci%is com %ueles cu;o tr%b%l*oser&iu p%r% ele&23los e continu% % m%nt?3los em su% posi4o ou % nel% crescerem,so muito r%r%s e muito )r%c%s, p%r% no di<er nul%s.

l%s o so %ind% por um outro moti&o. Toc%dos pelo dese;o de se enriuecer sempre m%is, os +r%ndes industri%is multiplic%m su%s ind-stri%s ou

desen&ol&em3n%s em imens%s propor4@es. Atr%em p%r% l2, %o redor deles,popul%4@es c%d% &e< m%is numeros%s. O cont%to do p%tro com os oper2riostorn%3se u%se imposs&el: entre eles so encontr%dos mestres e contr%mestres, e%cim% de todos, os %cionist%s, pois ess%s +r%ndes empres%s no podemprosse+uir sem +r%ndes c%pit%is tir%dos de numeros%s bols%s. !ode3se pEr %uesto d% prote4o e sobretudo de p%ternid%de p%r% esses *omens cu;%s %4@esrepous%m no )undo de um co)re )orte, e ue de nen*um modo con*ecem ostr%b%l*%dores cu;o l%bor d2 &%lor % seus p%pisV

!or tod%s ess%s r%<@es, o bur+u?s opulento t%mbm %c%bou por &i&er sep%r%do do po&o, como o +entil3*omem dos -ltimos tempos. le ter2necess%ri%mente % mesm% sorte. !odemos mesmo di<er um% sorte pior: porueem tod%s %s poc%s e entre todos os po&os, % ued% d% %ristocr%ci% )in%nceir%,

industri%l e comerci%l )oi %comp%n*%d% de desordens m%is &iolent%s e m%iss%n+rent%s do ue %s c%us%d%s pel% supl%nt%4o d% %ristocr%ci% )eud%l pel%%ristocr%ci% imobili2ri%.

N% 'rci%, n% It2li%, n% Dr%n4%, % %ristocr%ci% )eud%l, repous%ndo sobresentimentos pro)und%mente enr%i<%dos n%s %lm%s, m%nte&e3se por lon+ossculos. O *omem inclin%3se sem repu+nnci% di%nte do ue ele cr? ser odireito, ou do ue su%s opini@es l*e %present%m como est%ndo muito %cim% dele.

enos tempo durou % nobre<% imobili2ri%, porue el% er% menos slid%. l%er% %ind% muito slid%, porue t%mbm repous%&% sobre % opinio. As +r%ndespropried%des est%&%m *2 muito tempo n% posse d%s )%mli%s, constitu%m o seup%trimEnio, le&%&%m o seu nome, p%reci%m inerentes s prpri%s )%mli%s. (e

+er%4o em +er%4o os tr%b%l*%dores tin*%m &isto ser tr%nsmitido de p%i p%r%)il*o o domnio no u%l &i&i%m. Doi preciso o esuecimento dos de&eres ue essedomnio impun*%, p%r% ue pudesse sur+ir % idi% de despo;%r o propriet2rio desu%s terr%s.

 A %ristocr%ci% de din*eiro no te&e entre os %nti+os po&os to lon+% dur%4o.O r2pido crescimento d%s )ortun%s %duirid%s pel% ind-stri%, pelo comrcio e pel%especul%4o, %ssim como su% inst%bilid%de, no %s recomend%m %o respeito dos

dessa concorr0ncia, e ele não é menos constrangido em so#rer os e#eitos de sua lei. :ei implacvelque o coloca na impossibilidade material de dar a seus colaboradores uma remuneraão condi2entecom as condi%es da e+ist0ncia.  $ssim, não é a independ0ncia, nem a liberdade, que o estado individualista engendraH é a servidão,

é a depend0nciaH depend0ncia do empregado relativamente ao patrão, depend0ncia do patrãorelativamente concorr0ncia, depend0ncia de todos relativamente s condi%es econmicas.

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po&os menos %ind% % )onte impur% n% u%l &2ri%s se %beber%r%m. n)im, %desi+u%ld%de d%s condi4@es ue el%s cri%m n% mesm% cl%sse desenc%dei% %scobi4%s e os %petites.

(e m%neir% +er%l, o bur+u?s pouco )%< p%r% %p%<i+u23l%s, no procur%%pro>im%r3se d% cl%sse in)erior, con*ecer3l*e %s %spir%4@es e %s necessid%desele )o+e do cont%to com su%s misri%s, lon+e de unir3se % el% p%r% procur%r %br%nd%r3l*e os so)rimentos, %)%st%r o &cio, restrin+ir % pobre<%.

$ert%mente, nesses -ltimos tempos um certo n-mero de p%tr@es deu ou&ido &o< d% *um%nid%de e d% reli+io e )e< +r%ndes s%cri)cios p%r% % mel*ori% d%condi4o )sic% e mor%l de seus oper2rios. ncontr%m3se mesmo %cionist%s ue,n%s %ssembli%s, tom%m % peito e em su%s mos seus interesses.

Tod%&i%, no p%ss%m %ind% de e>[email protected] est%do %tu%l este. Ao redor d%s )2bric%s %monto%m3se multid@es &ind%s

de tod%s %s p%rtes, desenr%i<%d%s dos c%mpos ue %s &ir%m n%scer, %rr%nc%d%sdess% )orm% % tod%s %s in)lu?nci%s d% )%mli%, d% &i<in*%n4%, d% p%rui%.Todos os l%4os ue %s retin*%m no bem, % *onr% d% )%mli%, o respeito prprio em

rel%4o %os ue nos con*ecem, % %4o d% reli+io %tr%&s de su%s instru4@es es%cr%mentos, tudo isto uebr%do e lo+o substitudo por outr%s in)lu?nci%s: %t%bern%, o ;orn%l, o sindic%to % t%bern%, ue corrompe o cor%4o o ;orn%l, uecorrompe o esprito o sindic%to ue %corrent% % &ont%de. O oper2rio torn%3se%ssim muito )%cilmente e muito pront%mente pres% dos %mbiciosos ue %dul%mseus piores instintos, dos escritores ue esp%l*%m %s idi%s m%is )%ls%s, dosc%m%r%d%s %tr%&s dos u%is tod%s %s ss tr%di4@es so comb%tid%s ederrub%d%s, um% % um%. Os crebros so in&%didos pel% domin%4o ce+% d%sp%l%&r%s: pro+resso, i+u%ld%de, liberd%de, democr%ci% e %s mos se+ur%m %%rm% in&enc&el do su)r2+io uni&ers%l.

Tudo isso no %nd% sem c%rre+%r consi+o um% pro)und% desmor%li<%4o e %desmor%li<%4o no t%rd% % produ<ir seu )ruto: % pobre<%. Os %petites de&or%m o

s%l2rio todos os di%s m%is ele cresce, m%is %liment% os %petites, e m%is %misri% se desen&ol&e.l% se %b%te sobre ess%s m%ss%s ue, no m%is tendo ), nem lei, nem

)o+o, nem lu+%r, no so contid%s por m%is n%d%, e esto dispost%s % tudo p%r%%lc%n4%rem os +o<os nos u%is &?em seus p%tr@es se )%rt%rem.

Tocue&ille escre&eu: / sempre com +r%nde di)iculd%de ue %s cl%sses %lt%sc*e+%m % discernir cl%r%mente o ue se p%ss% n% %lm% do po&o. u%ndo o pobree o rico no t?m pr%tic%mente m%is interesses comuns, di)iculd%des comuns ene+cios comuns, ess% obscurid%de ue esconde %o esprito de um o esprito dooutro torn%3se insond2&el, e esses dois *omens poderi%m &i&er etern%mente l%do% l%do, sem ;%m%is se compreenderem. curioso &er em ue estr%n*% se+ur%n4%&i&i%m todos os ue ocup%&%m os est2+ios superiores e mdios do edi)cio soci%l

no e>%to momento em ue % "e&olu4o come4%&%, e de ou&i3los discorrer *%bilmente entre eles sobre %s &irtudes do po&o, sobre su% c%ndur%, u%ndo 189G ;2 est%&% sob seus ps/.

Ho;e % iluso no m%is to )2cil. !%r% est%r escl%recido, b%st% %brir os ;orn%is popul%res e os li&ros d%ueles ue so os -nicos doutores ou&idos pelopo&o. les con&encem ue % condi4o do oper2rio, n% noss% socied%de, pior doue % do %nti+o escr%&o. les &o bem lon+e. /A propried%de, eis o roubo/,escre&eu !roud*on. /O c%pit%l no p%ss% de tr%b%l*o morto, escre&eu \%rl %r>,e ue, semel*%nte %o &%mpiro, s se %nim% su+%ndo do tr%b%l*o &i&o, e su% &id% t%nto m%is %le+re u%nto m%is ele sor&e/. /] medid% ue diminui o n-mero dospotent%dos do tr%b%l*o, escre&e %ind%, pel% concorr?nci% ue )%<em entre si,

%ument%m %s misri%s, % opresso, % escr%&ido, % de+r%d%4o, % e>plor%4o,

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m%s t%mbm % resist?nci% d% cl%sse oper2ri%, sempre crescente e c%d% &e< m%isdisciplin%d%, or+%ni<%d%, unid% pelo prprio mec%nismo d% produ4o c%pit%list%.Soci%li<%4o do tr%b%l*o e centr%li<%4o ue c*e+%m % um ponto ue, nopodendo m%is ser m%ntid%s dentro do in&lucro c%pit%list%, rompem essein&lucro em estil*%4os. Soou % -ltim% *or% d% propried%de os e>propri%doressero por su% &e< e>propri%dos/.

de ue m%neir% se oper%r2 ess% e>propri%4oV %rc Stirmer di3lo: /Se%l+um se op@e noss% m%rc*%, como um% pedr% no c%min*o, ns o )%remos ir pelos %res/.

ss% c%t2stro)e )oi %nunci%d% *2 muito tempo pelos cl%ri&identes. B%st% uese;%m lembr%d%s %s p%l%&r%s de Le !l%K, Bl%nc de S%int3Bonnet, (onoso $orte<etc.

%s, %o l%do dos cl%ri&identes, u%ntos outros p%recem toc%dos por ess%ce+ueir% de ue )%l% !ierre Lerou>:

/H2 *omens &erd%deir%mente ce+os, ue no &?em n%d% nem pelo cor%4onem pelo pens%mento, ue no &?em seno com os ol*os do corpo. Se l*es

per+unt%rdes: B%bilEni% ou !%lmri% e>istir%m e )or%m destrud%sV les &osrespondero: sim porue eles podem &os mostr%r run%s m%teri%is, escombrosde edi)cios enterr%dos n%s %rei%s do deserto..., m%s se &s l*es disserdes ue %socied%de soci%l est2 destrud%, eles no &os compreendero e riro de &s,porue eles &?em por todos os l%dos c%mpos culti&%dos, c%s%s e cid%des c*ei%sde *omens. ue di<er % esses ce+os, seno o ue Mesus di<i% % seussemel*%ntes: 4culos &abentes, non vident6$

no ent%nto, % !ro&id?nci% no l*es poup% os %&isos./u%ndo um% socied%de no &? m%is ou no uer &er o ue de&e )%<er, di<

 Ale>%ndre (um%s Dil*o, ess% !ro&id?nci% indic%3l*e o c%min*o inici%lmente%tr%&s de peuenos %cidentes sintom2ticos e )%cilmente remedi2&eis depois,persistindo % indi)eren4% ou % ce+ueir%, l% reno&% Seus indic%ti&os medi%nte

)enEmenos peridicos, %pro>im%ndo3os um dos outros c%d% &e< m%is,%centu%ndo3os c%d% &e< m%is, %t %l+um% c%t2stro)e de um% demonstr%4o det%l m%neir% cl%r% ue el% no dei>% nen*um% d-&id% sobre % &ont%de d% dit%!ro&id?nci%. ento ue % socied%de impre&idente se %ssust%, se %medront%,+rit% contr% % )%t%lid%de, contr% % in;usti4% d%s cois%s/.

No pouco pro&2&el ue %ssist%mos no&%mente s cen%s *orr&eis uedesol%r%m % 'rci% nos seus -ltimos tempos. M2 temos o prlo+o disso n%s+re&es ue se multiplic%m, ue se %l%str%m, ue prep%r%m % +re&e uni&ers%l, u%l o mundo oper2rio todo se disp@e, e p%r% % u%l se or+%ni<%.

%s tod% % +re&e %ument% % misri% e tod% % misri% m%ior %ti4% os dios.m ue %bismo % +re&e +er%l )%r2 c%ir % socied%deC em ue est%do el% coloc%r2os espritos e os cor%4@esC O ;udeu Henri Heine no pro)eti<%&% s ce+%s u%ndo

di<i%: /No est2 lon+e o di% em ue tod% % comdi% bur+ues% n% Dr%n4% ter2 um)im terr&el e em ue se represent%r2 um eplo+o intitul%do: o reino doscomunist%s. m !%ris podem ento p%ss%r3se cen%s perto d%s u%is %s d%%nti+% "e&olu4o p%receri%m serenos son*os de um% noite de &ero/.

Isto no seri% %pen%s % run% d% bur+uesi%, m%s d% p2tri% e d% socied%deinteir%.

!or u?V !orue % lei d%s socied%des *um%n%s ter2 cess%do de ser obser&%d%. Suspendei % lei d% %tr%4o e o mundo c%ir2 num terr&el c%os, os%stros se c*oc%ro e se desped%4%ro uns contr% os outros. Suspendei no mundosoci%l % lei d% *%rmoni% entre %s cl%sses, e el%s t%mbm se de&or%ro.N%d% pode s%l&%r noss% socied%de de um% run% irremedi2&el, se no )or orest%belecimento dess% *%rmoni% ue Leo III mostrou como de&endo ser %

s%l&%4o e u%l muito pouco numerosos p%tr@es se t?m dedic%do. A)or% isso,

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todo outro meio insu)iciente. /#m, di< onsen*or \etteler, uer nos cur%r por um% mel*or di&iso dos impostos, outro por di)erentes c%te+ori%s de c%i>%s depoup%n4%, o terceiro pel% or+%ni<%4o do tr%b%l*o, o u%rto pel% emi+r%4o,este pelo protecionismo, %uele pelo li&re comrcio, este outro pel% liberd%de d%s%ssoci%4@es de cl%sse ou pel% di&iso do solo e d% )ortun%, este outroprecis%mente pelos opostos, e outros %ind% pel% procl%m%4o d% "ep-blic% uesuprimiri% tod% % misri% e re%li<%ri% o p%r%so sobre % terr%. sses meios t?m,cert%mente, m%ior ou menor &%lor, e %l+uns podem %+ir e)ic%<mente m%s, p%r%cur%r noss%s c*%+%s soci%is, eles no so m%is do ue um% +ot% de 2+u% nooce%no. A re)orm% interior de nosso cor%4o, eis o ue nos s%l&%r2. As du%spoderos%s doen4%s do nosso cor%4o so, de um l%do, % sede ins%ci2&el de+o<%r e de possuir, de outro l%do, o e+osmo ue m%tou em ns o %mor %opr>imo. ss% doen4% %tin+iu t%nto os ricos como os pobres. ue podem contr%isso um% no&% di&iso do imposto, ou d%s c%i>%s de poup%n4%..., enu%nto&i&erem esses sentimentos em nossos cor%4@es/V 

A  L'un des si4 sermons prononcés 9 3ayence . Traduão de ecurtins.

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CAPÍTULO !I A SALVA.'O ESTÁ NO RETORNO

0 PA1 SOCIAL

#piritus humanus nun!uam ii*cat membra,nisi +uerint unita2 sic #piritus #anctus nun!uamii*cat ecclesiae membra nisi +uerint in paceunita.

#. %3. De Ci. Dei.

 A Dr%n4%, ue *%&i% precedido e +ui%do %s n%4@es modern%s pelos c%min*osd% ci&ili<%4o, )oi % primeir% % %b%ndon23los. !oder2 el% reentr%r nessesc%min*osV $omo poder2 )%<?3loV

!er+unt%r%m um di% % Scr%tes ue remdio con&iri% ministr%r %os m%les deue os +re+os so)ri%m. le respondeu: /Os +re+os de&em )%<er o ue )%<i%m notempo em ue er%m )eli<es e prsperos/. Leo III disse % mesm% cois%: /!%r%uem uer re+ener%r %l+um% socied%de em dec%d?nci%, prescre&e3se comr%<o )%<?3l% retorn%r s su%s ori+ens/.F  N%s ori+ens, nos tempos deprosperid%de e de )elicid%de, %s rel%4@es entre %s di&ers%s cl%sses d% socied%deest%&%m b%se%d%s nos sentimentos ue rein%&%m no l%r )%mili%r e ue,irr%di%ndo3se pouco % pouco, tin*%m %c%b%do por constituir % n%4o.

 ] medid% ue esses sentimentos se en)r%uecer%m, %)rou>%r%m3se os&nculos n%tur%is, uebr%ndo3se depois, uns %ps os outros. *o;e, p%r% ue %socied%de poss% %ind% subsistir, )oi necess2rio substitu3los por &nculos %rti)ici%is,por todo um con;unto de meios, im%+in%dos e institudos concomit%ntemente comos %b%los ue se produ<i%m n% socied%de, p%r% m%nter num% cert% ordem osdi&ersos membros soci%is, )%<?3los corresponder3se entre si e d%r %o st%do um%&id% )ictci%.

1 7 esp'rito humano "amais d vida aos membros do corpo se não estiverem unidosK assim o -sp'rito

8anto nunca d vida aos membros da @gre"a, se não estiverem unidos na pa2. (N. do T.). -nc'clica Rer!% noar!%#

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Doi %ssim ue n%sceu o re+ime %dministr%ti&o in%u+ur%do por Lus I=,constitudo pel% "e&olu4o, consolid%do e )i>%do por N%poleo I.

/st% n%4o, di<i% o imper%dor, est2 tod% dispers% e sem coer?nci% precisore)%<er %l+um% cois% preciso l%n4%r no solo %l+um% b%se de +r%nito/. As b%sesue ele l%n4ou )or%m %s institui4@es %dministr%ti&%s. No *2 n%d% de +r%nticonel%s. As institui4@es slid%s e dur2&eis so %uel%s ue re-nem os *omens uecomun+%m %s mesm%s idi%s, os mesmos sentimentos, os mesmos interesses.

O re+ime %dministr%ti&o no tem nen*um% r%i< n%s %lm%s ele inteir%mente)eito de re+ul%mentos r+idos, %plic%dos por *omens ue t?m % in)le>ibilid%de d%m2uin% d% u%l so %pen%s %s en+ren%+ens. A m2uin% %dministr%ti&% reb%i>%tudo, tritur% tudo, mesmo %s consci?nci%s m%s no pode dei>%r de l*e %contecer o ue %contece % tod% m2uin%: um di% ou outro el% &o%r2 em estil*%4os. M2 se)%<em ou&ir de tod%s %s p%rtes e em tod%s %s cois%s sinistr%s e>plos@es,precursor%s d% c%t2stro)e )in%l.

Teremos % sorte d%s %nti+%s socied%desV (es%p%receremos nesse des%streVOu poderemos nos reconstituirV O cristi%nismo o)erece3nos recursos ue o

p%+%nismo no con*eci%.le soube recol*er os destro4os d%s ci&ili<%4@es %nti+%s, e %nim%ndo3oscom seu esprito, )e< sur+ir dess%s run%s % ci&ili<%4o modern%. !oder2 elerest%ur23l% e nos d%r % &id%V $ert%mente pode, se ns uisermos.

le % )onte pur% d% c%rid%de, uer di<er, do m%is poderoso princpio+er%dor d%s %)ei4@es recproc%s, d% dedic%4o, do respeito, d% )idelid%de, de tudoue +%r%nte % est%bilid%de, de tudo ue nossos %ntep%ss%dos tin*%m encerr%donest% p%l%&r%: /A !A^/.

So (enis, o Areop%+it%, cu;%s idi%s ti&er%m to +r%nde in)lu?nci% sobre %Id%de di%, no seu li&ro Des 7oms Divers, c%ntou % c%rid%de nestes termos:

/ %+or% *onremos, pelo lou&or de su%s obr%s *%rmEnic%s, % p%< di&in%, uepreside tod% %li%n4%. !orue el% ue une os seres ue os concili% e produ<

entre eles um% concrdi% per)eit% %ssim, todos % dese;%m, e el% rest%ur% n%unid%de % multido to di&ersi)ic%d% deles combin%ndo su%s )or4%sn%tur%lmente opost%s, el% coloc% o uni&erso num est%do de re+ul%rid%de p%c)ic%.

/ por su% p%rticip%4o n% p%< di&in% ue os primeiros dentre os espritosconcili%dores esto unidos, primeir%mente entre eles mesmos, depois uns %osoutros, en)im %o sober%no %utor d% p%< uni&ers%l e ue, por um e)eito ulterior,unem %s n%ture<%s sub%ltern%s % el%s mesm%s, e entre el%s, e com % c%us%-nic% d% *%rmoni% +er%l... (ess% c%us% sublime e uni&ers%l, % p%< desce sobretod%s %s cri%tur%s, est2 presente entre el%s, e penetr%3%s, +u%rd%ndo %simplicid%de e % pure<% de su% )or4% el% %s orden%, el% %pro>im% os e>tremoscom % %;ud% d%s mel*ores, e %s une %ssim como pelos &nculos de um% m-tu%concrdi%/.G 

sses pens%mentos to ele&%dos *%&i%m penetr%do %s %lm%s. $itemos comoe>emplo o prembulo d% .caridade.   com % u%l o conde de Dl%ndres, B%ldunoIII, dotou, em 111, % cid%de de =%lenciennes.

/m nome d% S%nt% Trind%de, p%< % (eus, p%< %os bons e %os m%us.D%l%mos de p%<, meus c%rssimos irmos, p%r% &osso pro&eito. A p%< de&e ser dese;%d%, de&e ser procur%d%, de&e ser +u%rd%d%, pois nen*um% outr% cois% m%is doce, nem m%is +lorios%. A p%< enriuece os pobres e *onr% os ricos % p%<dissip% todo o medo, tr%< s%-de e con)i%n4%. uem poderi% enumer%r todos osseus bene)ciosV As di&in%s scritur%s di<em em seu lou&or: /Z (eus, como sobelos os ps do mens%+eiro ue %nunci% p%< e bo% no&%C/ posto ue % p%< to lou&2&el e ue produ< bens em %bundnci%, %m%i3%, meus c%ros irmos, detodo o &osso cor%4o, m%ntende3% em &osso pens%mento, +u%rd%i3% com tod% %

=  !ap. L@, traduão de Gonsenhor arboR.

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&oss% )or4%, % )im de ue, por el%, poss%is &i&er em *onr% e c*e+%r p%< etern%,d% u%l disse Nosso Sen*or: /u &os dou % min*% p%</.

N% mesm% poc%, % .conraria.   dos comerci%ntes de tecidos d% mesm%cid%de public%&% su%s orden%4@es, ue come4%&%m %ssim: /Irmos, ns somosim%+ens de (eus, porue est2 dito no '?nese: /D%4%mos o *omem noss%im%+em e semel*%n4%/. Ns nos unimos nesse pens%mento e, com % %;ud% de(eus, poderemos re%li<%r noss% obr%, se % dile4o )r%tern% esti&er di)undid% entrens porue pel% dile4o do pr>imo, ele&%mo3nos uel% de (eus. !or isso,irmos, ue nen*um% discrdi% *%;% entre ns, se+undo % p%l%&r% do &%n+el*o:/u &os dou um no&o m%nd%mento: ue &os %meis uns %os outros, como &osten*o %m%do, e con*ecerei ue sois meus discpulos, se &os %m%rdes uns %osoutros/.

"eprodu<indo esses documentos Q ue )or%m %tos, e %tos ue produ<ir%mdur%nte sculos % r%<o de terem sido emitidos Q ueremos di<er ue se;%necess2rio retorn%r %o )eud%lismo ou %os u%dros estreitos d%s corpor%4@es deoutror%V $ert%mente no. No se pode retorn%r s )orm%s soci%is do p%ss%do

cois% imposs&el, e n%d% *2 p%r% l%ment%r. %s o ue necess2rio, e o ueb%st%, rest%ur%r nos cor%4@es os nobres sentimentos ue inspir%r%m %sinstitui4@es do p%ss%do, e n% socied%de %s rel%4@es ue esses sentimentosprodu<ir%m. (esses sentimentos e dess%s rel%4@es n%scero no&%s institui4@es,con)ormes %o est%do presente d% socied%de.

Leo III no cessou de e>ort%r % esse propsito. $oment%ndo % p%l%&r% deSo !%ulo %os $olossenses: /%s sobretudo tende % c%rid%de, ue o &nculod% per)ei4o/, ele disse: /Sim, n% &erd%de, % c%rid%de o &nculo d% per)ei4o...Nin+um i+nor% u%l )oi % )or4% desse preceito d% c%rid%de, e com uepro)undid%de, desde o come4o, el% se impl%ntou no cor%4o dos cristos, e comue %bundnci% el% produ<iu )rutos de concrdi%, de m-tuo bem3uerer, depied%de, de p%ci?nci%, de cor%+emC !or ue no nos %plic%r%mos em imit%r os

e>emplos de nossos p%isV O prprio tempo em ue &i&emos no de&e e>cit%r3nos mediocremente c%rid%de/.7 /Ns &os recomend%mos, %cim% de tudo, % c%rid%de sob su%s )orm%s

&%ri%d%s, % c%rid%de ue d2, % c%rid%de ue une, % c%rid%de ue rest%ur%, %c%rid%de ue escl%rece, % c%rid%de ue )%< o bem pel%s p%l%&r%s, pelos escritos,pel%s reuni@es, pel%s socied%des, pelos socorros m-tuos. Se ess% sober%n%&irtude )osse pr%tic%d% se+undo %s re+r%s e&%n+lic%s, % socied%de ci&il secondu<iri% bem mel*or/. 

/!%r% con;ur%r o peri+o ue %me%4% % socied%de, nem %s leis *um%n%s,nem % represso dos ;u<es, nem %s %rm%s dos sold%dos seri%m su)icientes oue import% %cim% de tudo, o ue indispens2&el, ue se dei>e I+re;% %liberd%de de ressuscit%r n%s %lm%s os preceitos di&inos e de estender sobre tod%s

%s cl%sses d% socied%de su% s%lut%r in)lu?nci%/.R

 /(% mesm% )orm% como no p%ss%do nen*um% )or4% m%teri%l pEdepre&%lecer contr% %s *ord%s b2rb%r%s, m%s, bem %o contr2rio, )oi % &irtude d%

A 7 esp'rito de caridade, di2 :uchaine, era muito desenvolvido em todas as corpora%es industriais ecomerciais, com mais #orte ra2ão quando elas se constitu'am em con#rarias. Não somente ascon#rarias são, sob todos os pontos de vista, sociedades de socorro mútuo, mas uma parte de seutesouro comum é geralmente consagrada ao al'vio dos in#eli2es. Drandes esmolas #eitas no dia da#esta do patrono, convite a um certo número de pobres para a re#eião da corporaão, dinheiro#ornecido aos hospitais e leprosrios, #undaão de hosp'ciosH tais são os usos beneméritos que estãoem prtica na maior parte dessas associa%es ( 3anuel des #nstitutions Fran%aises, per'odo dos!apetos diretos, p. =>;).F -nc'clica Sapientiae C"ristianae. >

 iscurso ao Patriciado romano, maio de 1;<=.? iscurso aos operrios #ranceses, 5 de outubro de 1;;<.

#'

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reli+io crist ue, penetr%ndo seus espritos, )e< des%p%recer su% )erocid%de,%br%ndou seus costumes e tornou3os dceis &o< d% &erd%de e d% )e&%n+lic% %ssim, contr% os )urores de multid@es desen)re%d%s, no *%&eri%prote4o se+ur% sem % &irtude s%lut%r d% reli+io, ue, di)undindo nos espritos% lu< d% &erd%de, insinu%ndo nos costumes os preceitos d% mor%l de Mesus $risto,)%r3l*es32 ou&ir % &o< d% consci?nci% e do de&er, e por2 um )reio sconcupisc?nci%s %ntes mesmo ue se pon*%m em %4o e %mortecer2 %impetuosid%de d%s m2s p%i>@es/.8

$on;ur%r o peri+o d% situ%4o presente %pen%s o primeiro ser&i4o ue oretorno c%rid%de crist pode nos conceder. !ertence3l*e %ind% orest%belecimento d% socied%de n% su% &erd%deir% constitui4o.

 Aind% um% &e<, no di<emos ue se;% necess2rio &olt%r %os sistem%s d%sc%st%s do +ito ou d% _ndi%, nem reconstituir o )eud%lismo, nem se+uir osmtodos do Ancien "+ime, m%s necess2rio compenetr%r3se bem dest% idi%:ue p%r% esc%p%r dos )unestos e)eitos do indi&idu%lismo ue, tr%ns)orm%ndotudo em mi+%l*%s, redu< tudo impot?nci%, %bsolut%mente necess2rio re)%<er 

%s %ssoci%4@es e or+%ni<23l%s se+undo % di&ersid%de de seus )ins e d%s )un4@ese>i+id%s pel% socied%de. !%r% %lc%n4%r esse ob;eti&o b%st% % constitui4o de umbom e s%ud2&el re!ime corporativo$ 

/(% mesm% )orm% ue no corpo *um%no os membros, %pes%r de su%di&ersid%de, se %d%pt%m m%r%&il*os%mente uns %os outros, de modo % )orm%r umtodo e>%t%mente proporcion%do e ue poder%mos c*%m%r de simtrico, %ssim, n%socied%de, %s du%s cl%sses esto destin%d%s pel% n%ture<% % se unirem*%rmonios%mente e % se m%nterem mutu%mente em per)eito euilbrio. l%s t?mimperios% necessid%de um% d% outr%: no pode e>istir c%pit%l sem tr%b%l*o, nemtr%b%l*o sem c%pit%l. A concrdi% en+endr% % ordem e % bele<% %o contr2rio, deum con)lito perptuo s pode result%r % con)uso d%s lut%s sel&%+ens`.9 

/D%<er cess%r o %nt%+onismo entre os ricos e os pobres, no o -nico

ob;eti&o perse+uido pel% I+re;% instrud% e diri+id% por Mesus $risto, l% diri+eSu%s &ist%s p%r% m%is %lto. l% prop@e um corpo de preceitos m%is completo,porue l% %mbicion% rest%ur%r % unio d%s du%s cl%sses %t uni3l%s um% outr%pelos &nculos de um% &erd%deir% %mi<%de/.10 

/A simples %mi<%de ser2 muito pouco se se obedecem os preceitos docristi%nismo, no %mor )r%terno ue se oper% % unio de todos, ricos e pobres/.11 

"einte+r%d% nos cor%4@es, ess% c%rid%de )i>%r3se32 por el% mesm% n%sinstitui4@es, por pouco ue se dese;e isto.

/O ue pedimos ue se cimente de no&o o edi)cio soci%l, pelo retorno sdoutrin%s e %o esprito do cristi%nismo, )%<endo re&i&er, pelo menos quanto àsubstância  , n% su% &irtude ben)%<e;% e m-ltipl%, e de t%l )orm% ue poss%mpermitir3l*e %s no&%s condi4@es do tempo, ess%s corpor%4@es de %rtes e de

o)cios ue outror%, in)orm%d%s pelo pens%mento cristo, e inspir%ndo3se n%solicitude m%tern%l d% I+re;%, pro&i%m %s necessid%des m%teri%is e reli+ios%s dosoper2rios, )%cilit%&%m3l*es o tr%b%l*o, cuid%&%m de su%s poup%n4%s e

;  !arta aos italianos.<  -nc'clica Rer!% noar!%.  Na #brica, como no ambiente doméstico, a matéria do contrato queintervém entre o empregador e o empregado não é somente o trabalho a produ2ir, mas a pessoachamada a produ2ir. e onde segue que o contrato liga essas duas pessoas uma outra. e ondesegue ainda que o v'nculo #ormado é um v'nculo moral que coloca um numa posião superior e ooutro numa posião in#erior. 7ra, "ustamente por e+istir um v'nculo de superioridade, h obrigaãode proteão, de paternidade, de um lado, e de deveres #iliais de outro, e a' est a ra2ão pela qual asquest%es que di2em respeito ao trabalho interessam simultaneamente religião, moral e pol'tica.15

 -nc'clica Rer!% noar!%. 11 -nc'clica Rer!% noar!%. 

#(

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economi%s, de)endi%m seus direitos e %poi%&%m, n% medid% dese;%d%, su%s ;ust%s rei&indic%4@es/.1F 

"est%belecid%s %s corpor%4@es, no n% su% %nti+% constitui4o, m%s no seuesprito, nesse esprito ue Leo III %c%b% de descre&er, el%s muitocontribuiri%m p%r% o rest%belecimento d% /p%</.

#m ilustre n%tur%list% ;ul+ou poder d%r % su%s estudios%s obser&%4@es est%concluso: A lut% pel% e>ist?nci% % lei do reino %nim%l. O estudo d% *istri%permite %)irm%r com m%is certe<% ue um% d%s princip%is leis d% *um%nid%de o/%cordo pel% &id%/.

Nosso Sen*or Mesus $risto impEs % pr2tic% desse %cordo nestes termos:/Tudo ue uereis ue os *omens &os )%4%m, )%<ei % eles/. /st% )rmul%, di< o!%dre 'r%trK, to curt% e m%is simples ue % d% %tr%4o, p%rece ser, como % leidos %stros, um princpio completo, o princpio de um% ci?nci% m%is ric%, m%is bel%,m%is import%nte ue %uel% do cu estrel%do. is % lei primeir%, % lei mor%l,c%us% -nic% de todos os pro+ressos *um%nos/.1G  (e )%to, % prosperid%de seest%belece e se desen&ol&e em tod% % p%rte onde est% lei obser&%d%, %ssim

n%s n%4@es como n%s tribos, e n%s corpor%4@es %ssim como n%s )%mli%s. Aocontr2rio, % discrdi%, % +uerr%, % run%, )i>%m3se em tod% % p%rte em ue ess% leidei>% de ser respeit%d%.

O %cordo pel% &id% tem su% primeir% sede n% )%mli%. % ue eleprimeir%mente se imp@e com %s m%is e&identes r%<@es e pelos m%is )ortessentimentos. /O %mor pro&oc%do pelo &nculo do s%n+ue, di< M%cues Dl%c*, 1 %comun*o de &id% e de peri+o, % necessid%de de prote4o em comum sob %+ide de um c*e)e, en+endr%m % solid%ried%de )%mili%r/. As tribos se )orm%r%msomente onde os mesmos sentimentos produ<ir%m o mesmo e)eito, somente onde% necessid%de de se porem de %cordo pel% &id%, irr%di%ndo3se %lm do l%r domstico, %tr%iu %s )or4%s &i<in*%s e )e3l%s concorrer p%r% um m%ior desen&ol&imento de %4o e de &id%. As n%4@es no se )orm%m de outr% m%neir%.

Se t%l % lei d% )orm%4o d%s socied%des, se o %cordo pel% &id% e>%t%mente % lei d% *um%nid%de, e se e>%t%mente n% )%mli% ue est% lei temseu incio, %ssim ue um% socied%de come4% % se dissol&er, ue necess2riop%r% p%r%r ess% dissolu4oV "etorn%r %o princpio )%<er re&i&er % lei e p%r%%cender ess% c*%m%, retom%r % )%+ul*% do seu )o+o, d% mor%d% )%mili%r. 17 

Os )r%nceses er%m )eli<es e prsperos u%ndo % )%mli% est%&% solid%menteconstitud% entre eles, u%ndo o esprito de )%mli% %nim%&% % socied%de inteir%, o+o&erno do p%s, d% pro&nci% e d% cid%de, e presidi% %s rel%4@es d%s cl%ssesentre si.

Ho;e, % )%mli% e>iste entre ns somente no est%do element%r. "econstitu3l% obr% )und%ment%l, sem % u%l tod% tent%ti&% de reno&%4o ser2 estril. M%m%is% socied%de ser2 re+ener%d%, se % )%mli% no o )or em primeiro lu+%r. /Nin+um

i+nor%, disse Leo III, ue % prosperid%de pri&%d% e p-blic% dependeprincip%lmente d% constitui4o d% )%mli%/.1 B%l<%c t%mbm disse: /N%d% slido e dur2&el se no )or n%tur%l, e % cois%

n%tur%l em poltic% % )%mli%. A )%mli% de&e ser o ponto de p%rtid% de tod%s %sinstitui4@es/.

1 $os operrios #ranceses, 5 de outubro de 1;;<.1=  La Loi 3orale et la Loi de l';istoire , t. @, p. 11.1A  Les Organes de l'Ancienne France. 1F  7 autor vale&se aqui dos diversos sentidos da mesma palavra para tornar sua conclusão mais

 precisa e literariamente mais bela, nela aglutinando a argumentaão que vem desenvolvendo desde oin'cio da obra e a que acaba de e+por neste cap'tulo. -m #ranc0s,  oyer  signi#ica lar, lareira, oco delu, casa, morada, am)lia , e em sentido #igurado, centro, sede.  (N. do T.).1>

 !arta sobre a #am'lia cristã, 1A de "ulho de 1;<.

$*

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CAPITULO !II

A REFORMA DEVE COME.AR PELARECONSTIT&I.'O DA FAM)LIA

$ostine, !uod omne !uod est, tamdiu manereat!ue subsistere solet, !uandiu sit unum, sedinterire at!ue dissoli pariter, !uando unum esse

desierit41

 OE5I#, De Consol. I(.

/No so %s &itri%s dos milit%res, di< DuncP3Brent%no, nem os sucessos dosdiplom%t%s, nem mesmo %s concep4@es dos est%dist%s ue conser&%m %prosperid%de e % +r%nde<% d%s n%4@es     e sobretudo ue podem de&ol&?3l%su%ndo perdid%s    % )or4% de su%s &irtudes mor%is/. ss% con&ic4o, )orm%d%no seu esprito pelo estudo %pro)und%do d%s di&ers%s ci&ili<%4@es, % conclusodo seu li&ro La Civilisation et ses lois.

iluso peri+os% crer ue um *omem, se;% ele um +?nio, poss%, d% noite

p%r% o di%, tir%r3nos d% situ%4o em ue nos encontr%mos e de&ol&er Dr%n4% su%%nti+% +r%nde<%. A ued% pro)und% dem%is, e d%t% de muito tempo: come4ou*2 &2rios sculos. sse *omem poderi% %pen%s le&%nt%r3nos e recoloc%r3nos noc%min*o. Or%, no *2 outr% &i% de s%l&%4o seno %uel% d%s &irtudes, d%s&irtudes mor%is e soci%is, ue se encontr%m n% ori+em de tod%s %s socied%des,propici%ndo3l*es o n%scimento e, em se+uid%, construindo su% prosperid%de%tr%&s d% concrdi% e do %u>lio m-tuo.

T%mbm no su)iciente ue se obten*% dos indi&duos, por m%isnumerosos ue se;%m, % pr2tic% dess%s &irtudes preciso ue el%s se;%mincorpor%d%s s institui4@es. As &irtudes p%rticul%res p%ss%m com os *omens ue%s pr%tic%m. As n%4@es so seres perm%nentes. Se %s &irtudes so o seu1

  esconheces que tudo quanto e+iste costuma durar e subsistir enquanto é uno, mas costumaigualmente perecer e se dissipar quando a unidade se des#a2W (N. do T.).

$)

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sustent2culo e )und%mento, de&em ser perptu%s e ess% perpetuid%de s podeser encontr%d% n%s institui4@es est2&eis.

 A primeir% dess%s institui4@es, % m%is )und%ment%l, %uel% ue de cri%4odi&in%, % )%mli%. A )%mli%, dissemos, % clul% or+nic% do corpo soci%l. nel%ue se encontr% o centro d%s &irtudes mor%is e soci%is del% ue %s &imosespr%i%r3se e penetr%r com su% )or4% todos os or+%nismos soci%is e o prpriost%do.

!%ssou3se dess% m%neir% com todos os po&os ue c*e+%r%m % um%ci&ili<%4o.

Or%, % )%mli% no e>iste m%is n% Dr%n4%. st% %)irm%4o poder2surpreender m%s el% esp%nt% %pen%s %ueles ue, &endo nosso p%s no seuest%do %tu%l, ;%m%is ti&er%m idi% do ue ele er% outror% e do ue ele de&e ser.

m tempos idos, % )%mli% )r%nces%, como % )%mli% d% socied%de %nti+%,constitu% um todo denso e *omo+?neo, ue se +o&ern%&% com inteir%independ?nci% rel%ti&%mente %o st%do, sob % %utorid%de %bsolut% de seu c*e)en%tur%l, o p%i, e n% &i% d%s tr%di4@es e dos costumes le+%dos por seus %ncestr%is.

 Atu%lmente, % )%mli% est2 % t%l ponto dependente do st%do ue o p%i notem m%is nem mesmo % liberd%de de educ%r seus )il*os como su% consci?nci% e%s tr%di4@es de )%mli% di<em ue de&e ser. O st%do se %poder% deles, com %&ont%de le+%lmente procl%m%d% de )%<er desses meninos cri%n4%s sem3(eus e,conseentemente, sem3costumes. os p%is de )%mli% perder%m de t%l m%neir%o sentimento do ue eles so, ue dei>%m %contecerC

ue no temos m%is n% Dr%n4%, %cerc% d% )%mli%, % idi% ue del% se tin*%outror%, % idi% ue del% ti&er%m todos os po&os ue &i&em e ue pro+ridem.Ns no % percebemos m%is seno como el% n% presente +er%4o. l% no)orm% m%is em nosso pens%mento, e mesmo n% re%lid%de, com %s +er%4@esprecedentes e %s +er%4@es subseentes, esse todo *omo+?neo e solid2rio ue%tr%&ess%&% os tempos com su% &i&% unid%de.

m um% d%s con)er?nci%s ue pro)eriu no Or%trio, monsen*or Iso%rd disse%cert%d%mente:/A &id% do indi&duo un%, m%s % %n2lise descobre nel% tr?s elementos, %s

)or4%s di&ers%s de tr?s tempos distintos. sse *omem ;2 &i&eu em outr%se>ist?nci%s. le tem o sentimento de ter &i&ido em seu %&E, em seu bis%&E. Oue eles pens%r%m, ele reencontr% dentro de si mesmo. A &id% de seus %ncestr%is o come4o d% su%, su% primeir% poc%.    A se+und%, % presente, % &id%indi&idu%l, como um% e)loresc?nci% d% primeir%. u continuo % obr% do meubis%&E, %crescento %o seu pens%mento o ue ele dese;%ri% )%<er, eu )%4o, euprolon+o su% %4o neste mundo.    A*C &i&erei lon+%mente sobre est% terr%, n%u%l ;2 conto t%ntos %nos de in)nci% pelos meus %ntep%ss%dos, de %dolesc?nci%pelo meu p%i, de m%turid%de por min*% prpri% e>ist?nci%C est% terceir% &id%

ue ele %m%, ue ele contempl% incess%ntemente. le &i&er2 no )il*o, no neto, nobisneto. Seu bis%&E percebi%3o de bem lon+e, n% brum%, u%ndo tr%b%l*%&%,conser&%&%, entesour%&%. ele, ele ol*% desse mesmo ponto de &ist% p%r% %)rente: ele pens%, dese;%, edi)ic% p%r% o bisneto, p%r% %ueles ue esto l2, todist%ntes, nos limites do *ori<onte. , dess% )orm%, todo o *omem ue &i&e emum tempo no u%l rein% o esprito de tr%di4o um em meio % numeros%s+er%4@es. le &i&e nel%s. le tem esse sentimento, de prep%r%r su% prpri% &id%n%ueles ue o preceder%m, ue ele continu%r2 % &i&er por muito tempon%ueles ue &iro %ps ele/.F 

  7 "apon0s Naomi Tamura, voltando de uma viagem aos -stados *nidos, publicou um livro sobre a#am'lia. -le e+plica que no seu pa's o casamento repousa sobretudo sobre a idéia de estirpe. $ vida

de um homem, di2 ele, tem menos import4ncia que a vida de uma #am'lia. 8ob o regime #eudal, ocastigo mais terr'vel era a e+tinão de uma #am'lia que e+istia h centenas de anosK e ainda nos

$2

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m se+uid% ele rel%t% um coluio ue tin*% ou&ido um m?s %ntes entrenosso 0onsieur   e seu c%p%t%<. ste di<i%: /No -ltimo m?s de de<embro )e<tre<entos e u%rent% e sete %nos ue n8s  est%mos com onsieur, e o outrorespondi%: 78s  , ns est2&%mos %ui %ntes de &oc? no sei e>%t%mente on-mero de %nos, sei %pen%s ue )%< m%is de seiscentos %nos/.    onsen*or Iso%rd %ssin%l%: /is % dois *omens nos u%is %ind% no )oi esm%+%do,tortur%do, um dos m%is pro)undos, dos m%is poderosos sentimentos do *omem. este sentimento ue )%< o esprito de tr%di4o, esprito ue pode ser contr%ri%don% su% e>p%nso, cu;o es)or4o, por um momento, pode ser uebr%do, m%s ue indestrut&el, porue o *omem )eito p%r% % &id%/.

O st%do, n%scido d% "e&olu4o ue retirou d% )%mli% )r%nces% su%independ?nci%, t%mbm el%borou leis p%r% tir%r3l*e ess% coeso e ess%est%bilid%de.G 

ntre os numerosos so)ism%s ue M. M. "ousse%u, o doutor do st%dore&olucion2rio, o e&%n+elist% d% socied%de modern%, tirou d% pretendid% bond%dein%t% do *omem, encontr%3se este: /Os )il*os no perm%necem li+%dos %os p%is

seno pelo tempo em ue t?m necessid%de dele p%r% se conser&%rem. Lo+o ueess% necessid%de des%p%rece, o &nculo n%tur%l se dissol&e. Os )il*os, li&res d%obedi?nci% ue de&em %o p%i, o p%i, li&re dos cuid%dos ue de&i% %os )il*os,retorn%m todos i+u%lmente su% independ?nci% se continu%m % perm%necer unidos, no m%is n%tur%lmente, &olunt%ri%mente, e % prpri% )%mli% s sem%ntm por con&en4o/. 

ss%s p%l%&r%s reb%i>%m o *omem %o n&el dos %nim%is. A, com e)eito, o&nculo se dissol&e %ssim ue cess% % necessid%de. A "e&olu4o, ue uis )%<er entr%r nos costumes, por su%s leis, tod%s %s idi%s de Me%n3M%cues, no dei>oude %poder%r3se dest% e del% tirou % lei do di&rcio. Abolid% pel% "est%ur%4o,ess% lei %nti)%mili%r )oi promul+%d% de no&o pel% %tu%l "ep-blic%, ue % %+r%&% %c%d% di%.

 A lei de 1887

  )e< est% restri4o, ue o %rti+o F98 do $di+o $i&il, ue proibi%em c%so de %dultrio o c%s%mento entre os c-mplices, tin*% conser&%do. A lei de 17 de de<embro de 190 %b3ro+ou o %rti+o F98.No di% 1G de ;ul*o de 190R, o interstcio imposto %os di&orci%dos p%r% ue

pudessem contr%t%r no&o c%s%mento, )oi %bre&i%do, com %ntecip%4o do seuincio. No di% 7 de ;un*o de 1908 um% no&% lei tornou %utom2tic% % con&erso d%ssep%r%4@es de corpos em di&rcio, ue, %t ento, er% )%cult%ti&%. Ao mesmotempo )oi %utori<%d% % le+itim%4o dos )il*os %dulterinos e incestuosos.

#m pro;eto de lei ue est%belece o di&rcio por m-tuo consentimento ob;etode um p%recer muito )%&or2&el n% $m%r% dos (eput%dos. 

nossos dias todo "apon0s instru'do cr0 que a e+tinão de sua estirpe é a maior calamidade que podetocar um ser humano.=  Não somente as leis, mas quantas institui%es parecem #eitas para contribuir para o deslocamentoda #am'lia6 Tomemos por e+emplo as sociedades de au+'lio mútuoK elas são certamente dignas deencora"amento e de elogio. -las p%em em comum os riscos,para tornar seu peso mais leve, e aseconomias, para aumentar&lhes a e#iccia pela segurana. Gas é a individualidade que lhes serve de

 baseK elas ignoram a #am'lia. N/s temos sociedades de homens, sociedades de mulheres, e mesmosociedades de crianas. -las não v0em na #am'lia uma sociedade indissolúvel, um todo compacto.-las quebram&lhe a coesão.A  O <ontrato Social  , cap. @@.F  7 promotor do div/rcio é o "udeu Naquet. -le recebeu em 1;;A as #elicita%es da Gaonaria. $:o"a de Iar&le&uc escreveu&lheH O uma des#orra do -stado sobre a @gre"a, e um caminho para aseparaão desses dois velhos aliados.> $ lei do div/rcio, disse Paul Iourget, #oi #eita em nome dos direitos do indiv'duo, contra o v'nculoda #am'lia. O inevitvel que ela tenda cada ve2 mais a desatar esse v'nculo até que acabe por 

romp0&lo inteiramente. Todas as ra2%es que #oram vlidas para autori2ar o div/rcio, são igualmentevlidas para sua inde#inida e+tensão, e asseguro "amais ter compreendido que ob"eão os partidrios

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 A lei de 1G de ;ul*o de 190R trou>e um outro %tent%do )%mli%,en)r%uecendo3l*e de no&o % %utorid%de. Sem d-&id% necess2rio um c*e)e emtod% socied%de. O c*e)e d% )%mli% o *omem o %pstolo So !%ulo limit%3se %lembr%r, sobre esse ponto, % institui4o di&in%. A no&% lei decidiu ue, u%luer ue se;% o re+ime %dot%do pelos esposos, % mul*er poder2 %dministr%r osprodutos do seu tr%b%l*o pesso%l e %s economi%s d% decorrentes, sem%utori<%4o do seu m%rido.

Sem d-&id%, *%&i% mul*eres ue so)ri%m com isso m%s no se remedi%m %sdesordens p%rticul%res medi%nte %tent%dos contr% os princpios.

#m dos r+os d% democr%ci% crist, o Le -euple (rançais, )elicitou osle+isl%dores por esse /retorno %o princpio superior do nosso direito, ue orespeito di+nid%de e independ?nci% d% pesso% *um%n%/, uer di<er, )elicit%&%o le+isl%dor pel% introdu4o d% democr%ci% n% )%mli%.

 A "est%ur%4o, ue *%&i% %nul%do % lei do di&rcio, tin*% )eito o tr%b%l*opel% met%de. l% tin*% dei>%do subsistir o c%s%mento ci&il, outr% in&en4ore&olucion2ri%, cu;o ob;eti&o er% retir%r do c%s%mento % s%n4o di&in%, e cu;o

e)eito er% de retir%r d% )%mli% % coeso ue l*e do os &nculos sel%dos peloprprio (eus.!%r% rem%t%r % desor+%ni<%4o d% )%mli%, o $di+o $i&il prescre&eu %

p%rtil*% i+u%l e em n%ture<%, entre os )il*os, dos bens m&eis e im&eis dei>%dospel% morte do p%i.R  Os e)eitos dess% lei so des%strosos, t%nto p%r% o st%dou%nto p%r% % )%mli% el% &em ;unt%r3se %o di&rcio e %o c%s%mento ci&il p%r%obter ue % )%mli% )r%nces% no ten*% m%is, no poss% m%is ter % est%bilid%deue l*e permiti% outror% %tr%&ess%r os sculos. no ent%nto, ess% est%bilid%dese co%dun% to bem com % ordem dese;%d% por (eus, ue % encontr%mosensin%d% em tod% % Bbli%.

O &%n+el*o permite3nos ler em dois sentidos % +ene%lo+i% d% S%+r%d%

D%mli% de N%<%r, descendo de um% +er%4o % outr%, e subindo3l*e o curso.do princ'pio individualista, do qual #alam os autores de uas 9idas , puderam encontrar na l/gicadesse memorvel escrito. (No romance uas 9idas, Paul e 9ictor Gargueritte acabavam de #a2er&seos ap/stolos do alargamento do div/rcio).

-sses romancistas tiveram o mérito não somente de corpori#icar suas teorias numa #bulaemocionante e #orte, mas também de tirar as conclus%es com uma singular nitide2. -stou persuadidode que o essencial de seu pro"eto não tardar a entrar no !/digo, posto que num intervalo de tempomuito curto ser ultrapassado, e que essa o#erta e+tra de #acilidade ir assim se agravando até o diaem que a lei do div/rcio tiver mani#estado a conseqC0ncia que realmente tra2 consigoH a substituiãoda 3am'lia pela *nião livre.?  7s laos de #am'lia, tais como o !/digo os dei+ou subsistirem, são ainda estreitos demais para ogosto da democracia. 7 relator do pro"eto de lei sobre a aposentadoria dos trabalhadores, !olin,

 pro#essor de direito em uma #aculdade do -stado, pensa que é chegada a hora de dar constituião

da #am'lia um novo golpe de picareta.  uanto preocupaão, di2 em seu relat/rio, de manter os v'nculos nas mesmas #am'lias,

 preocupaão que era dominante no nosso antigo direito, e da qual não souberam talve2 libertar&se osredatores do !/digo !ivil, é evidente que ela não deveria ter nenhum peso nas preocupa%es de umlegislador que estabelece normas para uma sociedade na qual o triun#o das idéias democrticas nãose discute mais...  $p/s considera%es de ordem moral, ou melhor, imoral, !olin chega s conclus%es prticas de seu

 pro"eto, que sãoH  1X $ supressão da herana colateral, a partir do quarto grauK  X $ reduão dos direitos do cn"uge sobrevivente metade da sucessão de seu consorte, devendoa outra metade retornar ao -stadoK  =X $ proibião de qualquer devoluão de linha paterna linha materna, e reciprocamente, nassucess%es de#eridas aos ascendentes e aos colaterais...

  $ssim, o !/digo !ivil, que " havia desenrai2ado a #am'lia #rancesa, não reali2a com su#iciente pressa sua obra de destruião.

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%ri% e Mos, como %dem%is todos os *ebreus, s%bi%m ue eles compun*%m comseus %ncestr%is um% s e mesm% )%mli%, ue remont%&% % (%&id, como (%&idremont%&% % Mud2, um dos )il*os de M%c, como M%c remont%&% % No, orest%ur%dor d% r%4% *um%n%. (e No tin*%m s%do tr?s +r%ndes r%mi)ic%4@esue, % c%d% +er%4o, produ<i%m no&os troncos e c%d% um desses troncos+u%rd%&% reli+ios%mente %s +ene%lo+i%s, %tr%&s d%s u%is eles se li+%&%m %otronco comum.

(ur%nte muito tempo )oi %ssim n% noss% Dr%n4%. $itemos, por e>emplo,ess%s lin*%s tir%d%s do li&ro de )%mli% de Andr dUOrmesson, consel*eiro dest%do no sculo =II: /ue nossos )il*os con*e4%m %ueles dos u%isdescender%m de p%i e de me, ue se;%m incit%dos % re<%r % (eus por su%s%lm%s, e % %ben4o%r % memri% dos person%+ens ue, com % +r%4% de (eus,*onr%r%m su% c%s% e %duirir%m os bens dos u%is eles )ruem/.

!ierre de $. escre&e, %ind% mesmo em 180R: /ncontr%reis, meus )il*os,um% srie de %ntep%ss%dos estim%dos, consider%dos, *onr%dos em su% re+io epor todos os seus concid%dos. #m% e>ist?nci% *onest%, um% )ortun% medocre,

m%s um% reput%4o sem m%nc*%: eis o c%pit%l ue tr%nsmitir%m, dur%nteu%trocentos %nos, on<e bons p%is de )%mli%, ue ;%m%is %b%ndon%r%m o nomeue tin*%m recebido, nem % p2tri% onde n%scer%m/.

!or ess% e>presso /% )%mli%/, no se compreendi%, pois, como *o;e,somente o p%i, % me e os )il*os, m%s tod% % lin*%+em dos %ncestr%is e %uel%dos )il*os por &ir.

!%r% ser %ssim un% e contnu% %tr%&s dos sculos, el% tin*% no somente %comun*o do s%n+ue, m%s, se posso di<er dess% )orm%, um corpo e um% %lm%perptuos. O corpo er% o bem de )%mli% ue c%d% +er%4o recebi% dos%ntep%ss%dos como um depsito s%+r%do: el% o conser&%&% reli+ios%mente, el% sees)or4%&% p%r% %ument23lo, e el% o tr%nsmiti% )ielmente s +er%4@es se+uintes. A%lm% er%m %s tr%di4@es, uer di<er, %s idi%s dos %ntep%ss%dos e seus

sentimentos, os usos e os costumes ue d% decorri%m.Doi dentro dess% compreenso %br%n+ente ue % )%mli% se m%nte&e n%Dr%n4%, como %dem%is por u%se tod% % p%rte, %t % "e&olu4o.

#m% lei escrit% no cor%4o dos )r%nceses, cons%+r%d% por um costume muit%s&e<es secul%r, %sse+ur%&% % tr%nsmisso do p%trimEnio de um% +er%4o % outr% eum trplice ensin%mento, %uele d%do pel% condut% dos p%is ue os )il*os tin*%mdi%nte de seus ol*os, %uele d%s e>ort%4@es, dos consel*os, d%s %dmoest%4@esue eles recebi%m, e %uele dos escritos c*%m%dos li&ros de r%<o ou li&ros de)%mli%, m%ntidos %tu%li<%dos por c%d% +er%4o, %sse+ur%&% % tr%nsmisso d%str%di4@es )%mili%res.

 Atu%lmente, os li&ros de r%<o no m%is e>istem, nem mesmo n% condi4o derecord%4@es, s%l&o %pen%s entre os eruditos o p%trimEnio consider%do pelos

)il*os %pen%s como um% pres% % p%rtil*%r e u%ntos *2 entre ns ue poderi%md%r o nome de seus bis%&sV A )%mli% no e>iste m%is n% Dr%n4%. % est2, p%r% di<?3lo de p%ss%+em, %

e>plic%4o p%r% os poucos result%dos obtidos pelos p%dres e reli+iosos ueti&er%m em mos, dur%nte meio sculo, o ensino prim2rio e secund2rio de m%isd% met%de d% popul%4o. Su%s li4@es no encontr%&%m m%is, p%r% sesediment%rem, o )und%mento slido ue %s tr%di4@es de )%mli% de&em coloc%r n% %lm% d% cri%n4%.

No somente % )%mli% no e>iste m%is n% Dr%n4%, m%s no rest% m%is n%d%d% constitui4o soci%l ue % *istri% &iu s%ir d% )%mli% entre todos os po&osci&ili<%dos. A )%mli% re%l )oi dec%pit%d% %s )%mli%s %ristocr2tic%s )or%mdi<im%d%s, e %s ue esc%p%r%m %o m%ss%cre e run% )or%m coloc%d%s, pel%s

leis, n% impossibilid%de de %+ir e mesmo de conser&%r su% posi4o. n)im, %s

$$

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mesm%s leis coloc%m %s )%mli%s bur+ues%s e prolet2ri%s n% impot?nci% de seele&%rem de um% m%neir% contnu%.

Nem em Aten%s, nem em "om%, % socied%de, %ssim desmoron%d% sobre simesm%, se le&%ntou. O cristi%nismo d23nos meios de re+ener%4o de ue %ssocied%des p%+s no dispun*%m. S%beremos empre+23losV

D%< um sculo ue nossos es)or4os t?m )r%c%ss%do. !or u?V !orue,so)rendo % %4o deprimente d%s leis e dos costumes, tir%dos dos so)ism%s deMe%n3M%cues, ns &imos %pen%s o indi&duo, tr%b%l*%mos sobre o indi&duo, em&e< de consider%r % )%mli% e de condu<ir nossos es)or4os p%r% reconstitui3l%. A)%mli% reconstitud% produ<iri% de no&o *omens. o +rito +er%l: no temos m%is*omensC Se no temos m%is *omens porue no temos m%is )%mli%s p%r%produ<i3los e no temos m%is )%mli%s porue % socied%de perdeu de &ist% %)in%lid%de de su% prpri% e>ist?nci%, ue no obter p%r% o indi&duo % m%ior u%ntid%de de +o<os poss&el, m%s prote+er % +ermin%4o d%s )%mli%s e %;ud23l%s% se ele&%rem sempre m%is %lto.

 A )%mli%, dissemos, tem dois suportes: o L%r e o Li&ro de )%mli%, n% Dr%n4%

c*%m%do Li&ro de r%<o. sses dois suportes )or%m uebr%dos, um e outro, pel%lei: o primeiro diret%mente, o se+undo por &i% de conse?nci%. A tr%nsmisso d%c%s% e do p%trimEnio ue % en&ol&e, )orm%&% entre %s sucessi&%s +er%4@es o&nculo m%teri%l ue %s li+%&% um%s s outr%s. A esse primeiro &nculo ;unt%&%3seum outro: % +ene%lo+i% e %s li4@es dos %ntep%ss%dos, consi+n%d%s no li&ro nou%l % +ene%lo+i% est%&% )i>%d%. O $di+o $i&il opEs3se tr%nsmisso d% c%s%ele decretou % p%rtil*% i+u%l dos bens m&eis e im&eis: por %, ele isolou tod%s %s+er%4@es, tornou c%d% um% del%s independente, e independentes d%uel%s ue% preceder%m e d%uel%s ue est%&%m por &ir e p%r% tod%s modi)icou pouco %pouco % m%neir% de pens%r rel%ti&%mente *er%n4% p%tern%. No se &? n%*er%n4% seno um% )onte de pr%<eres pesso%is. Outror%, er% um depsito, umdepsito s%+r%do ue se tin*% % obri+%4o de tr%nsmitir como )or% recebido.

O est%do dos bens d% )%mli% de Antoine de $ourtois, cu;o li&ro de r%<o )oipublic%do por "ibbe, est%&% precedido dess%s lin*%s, endere4%d%s %os )il*os:/eus bem3%m%dos, ns temos o +o<o de nossos bens, m%s podemos consumir3l*e %pen%s os )rutos. Nossos bens esto em noss%s mos p%r% ue tr%b%l*emossem cess%r p%r% mel*or23los, e em se+uid%  para que os transmitamos ap8s n8sueles ue nos se+uiro no curso d% &id%. Auele ue dissip% seu p%trimEniocomete um roubo  *orr&el: ele tr%i % con)i%n4% de seus p%is, desonr% seus )il*osmel*or teri% sido, p%r% ele e p%r% su% descend?nci%, ue ;%m%is ti&esse n%scido."ece%i, pois, comer o bem de &ossos )il*os e cobrir &osso nome de oprbrio/.

sses sentimentos decorri%m n%tur%lmente do pens%mento ue todostin*%m no esprito, % s%ber: ue o l%r e o domnio p%trimoni%l er%m ob;eto de um%espcie de )ideicomisso8  perptuo ue no er% permitido diminuir, ue todos

de&i%m se es)or4%r p%r% %ument%r.  /u me &%n+lorio, escre&e, no seu Li&ro de )%mli%, !ierre de Dresse deori&%l, ue meus )il*os se lembr%ro com recon*ecimento e ;%m%is esueceroue sempre usei, rel%ti&%mente % mim e p%r% min*%s necessid%des pesso%is, %m%is ri+oros% economi% ue, ;unt%mente com min*% c%r% e bem3%m%d% espos%,tr%b%l*%mos const%ntemente e sem desc%nso, dur%nte todo o curso de noss%&id%, p%r% % conser&%4o de noss% peuen% )ortun%, e ue, % nosso e>emplo,p%r% recon*ecer o ue )i<emos por eles e p%r% secund%r nossos dese;os, eles&i&ero em p%<, cooper%ndo mutu%mente p%r% o bem3est%r recproco deles/.

;  isposião testamentria pela qual o testador institui dois ou mais herdeiros ou legatrios,

impondo a um (ou alguns) deles a obrigaão de, por sua morte, transmitir ao(s) outro(s), a certotempo e sob certa condião, a herana ou o legado. (N. do T.).

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/$%d% )%mli% de Mud2 e de Isr%el, di< % S%+r%d% scritur%, &i&i% em p%< sobsu% &in*% e su% )i+ueir%/.9  r% %ssim n% noss% Dr%n4%, e p%r% ue %ssim )osse,os )il*os er%m cri%dos no pens%mento de ue, %ps % morte dos p%is, op%trimEnio no podi% ser di&idido, e % c%s% p%tern%, %silo de p%< cons%+r%do

por t%nt%s lembr%n4%s e &irtudes, no podi% ser &endido sem crime. O uepodi% ser p%rtil*%do er% o produto luido do tr%b%l*o comum, p%r% o u%l tin*%mconcorrido os di&ersos membros d% socied%de domstic% %tu%l m%s % obr% dos%scendentes de&i% ser conser&%d% int%ct%, p%r% ser recoloc%d% )ielmente n%smos d%ueles ue, %m%n*, nos sculos se+uintes, continu%ri%m % m%nter %)%mli% ue os primeiros %utores tin*%m )und%do. Se um de seus descendentes&iol%sse o p%cto e dissip%sse o bem comum, c%rre+%ri% di%nte de su%posterid%de % &er+on*% de *%&er )eito dec%ir % )%mli%. /Nosso peueno bem, di<!ierre3$s%r de $%denet de $*%rle&%l, cresceu pouco % pouco pel% bo%%dministr%4o de nossos )und%dores. preciso recon*ecer ue o lu>o no est%&%to di)undido como no presente. O primeiro ue se %)%stou desse uso )oi meu%&E. le uis ir % !%ris, e em um %no +%stou 1.000 libr%s... !ouco % pouco o

lu>o imperou, e no se )i<er%m m%is c%pit%is *o;e temos muit% di)iculd%de de nosm%nter com o ue rest%/. Antoine de $ourtois, ue ;2 cit%mos: /nu%nto este domnio esti&er com %

)%mli%, el% sempre ter2 um% e>ist?nci% *onr%d%. No me deten*o no pens%mentode ue meus descendentes poss%m se &er n% necessid%de de &end?3lo. =ender os c%mpos p%ternos rene+%r o nome dos p%is e deserd%r seus )il*os/.

$*%rles de "ibbe, ue estudou numeros%s )%mli%s %nti+%s nos documentosue el%s dei>%r%m, e p%rticul%rmente nos li&ros de r%<o, di<: /N% su% m%iori%*umildes n% ori+em, el%s se ele&%r%m de+r%u % de+r%u c%d% +er%4o %crescent%um% no&% pedr% %o edi)cio de su% )ortun%. l%s tr%b%l*%m ener+ic%mente, el%sse empen*%m em bem pens%r e em bem %+ir, el%s constrem boas casas er% onome ento cons%+r%doJ, c%s%s p%tern%s, *onr%d%s, e ue so o centro de um%

di+nid%de respeit%d% por todos/.$om su% est%bilid%de, seu esprito de unio, su%s tr%di4@es de tr%b%l*o e de&id% %uster%, % c%s% p%tern% de outror%, n% u%l se )orm%&% um% lon+% srie de+er%4@es de pesso%s de bem, )oi um% institui4o eminentemente soci%l e&erd%deir%mente crist. Assim, el% er% ob;eto d% &ener%4o dos *omens.

Ho;e, % c%s% p%tern% no merece m%is esse nome, porue el% no m%is %sede perm%nente e dur2&el d% p%ternid%de. $om % morte dos p%is, el% &endid% % pre4o ue ser2 di&idido, como se el% no pertencesse )%mli%, comose n%d% )osse %lm de um *otel moment%ne%mente %lu+%do. $om el% &endidoo p%trimEnio. !or peueno ue se;%, ele ob;eto de rei&indic%4@es ue se%pe+%m s menores p%rcel%s seus )r%+mentos se dispers%m, como um% poeir%in)ecund%. u%nto m%is )il*os *2, uer di<er, u%nto m%is mor%l % )%mli%, m%is

imposs&el de )u+ir s conse?nci%s dess% irresist&el liuid%4o. A )%mli%)ic% conden%d% %o est%do nEm%de, el% )%t%lmente perece. A c%d% trint% %nos, emmdi%, um% liuid%4o )or4%d% e>ecut%d%. /Duncion%ndo, di< "ibbe, m%neir%de um% )oice, el% a% p%rtil*% obri+%tri% cort% % cep% do tronco domstico/.

<  :ivro dos Beis, @@@, cap. @9, F.

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CAPITULO !III 

FAM)LIAS2TRONCOS

Post obitum matris suae, 5obias, cum uore suaet *liis et *liorum *liis reersus est ad soceros suoset curam eorum gessit, et ipse clausit oculoseorum, et omnem hereditatem domus Raguelis ipse percepit, idit !ue !uintam generationem, *lios*liorum suorum. Et completis annis nonagenta

noem in timore Domini, cum gaudio sepelierunt eum. Omnis autem cognatio e"us, et omnisgeneratio e"us in bona ita et in sanctaconersatione permansit, ita ut accepti essent tamDeo !uam hominibus, et cunctis habitantibus interra.1 

5OI%#, &I(, 16718

O tr%b%l*o de obser&%4o %o u%l Le !l%K se dedicou, dur%nte t%ntos %nose em t%ntos p%ses, le&ou3o % est%s conclus@es.

  Sempre *ou&e, e %ind% *2 %tu%lmente no mundo, tr?s re+imes de )%mli%: %am#lia patriarcal, % am#lia/tronco  e % am#lia inst"vel  .

  Sob o re+ime p%tri%rc%l, ue %ind% encontr%do em u%se tod% % [si% e emcert%s mont%n*%s d% urop%, o p%i +u%rd% sob su% %utorid%de imedi%t% os )il*os,nor%s e netos. A comunid%de compreende %t u%tro +er%4@es. (esde tenr%id%de os )il*os so m%rc%dos de um% m%neir% indel&el pel%s idi%s, usos, *2bitos

1 epois da morte de sua mãe, Tobias partiu de N'nive com sua mulher, seus #ilhos e seus netos, evoltou parar a casa de seus sogros. -ncontrou&os em per#eita saúde, numa ditosa velhice. Teve paracom eles todas as aten%es, e #echou&lhes os olhos. Tomou posse da herana da casa de Baguel, e viuos #ilhos de seus #ilhos até a quinta geraão. Gorreu com alegria, tendo vivido noventa e nove anosno temor do 8enhor, e seus #ilhos sepultaram&no. Toda a sua parentela e toda a sua descend0ncia

 perseverou numa vida 'ntegra e santo procedimento, de modo que #oram amados tanto por eusquanto pelos homens e por todos os seus compatriotas.

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dos %ncestr%is, pelo esprito d% estirpe. O l%do ruim desse re+ime % rotin%, %%us?nci% de pro+resso.

 A )%mli%3tronco m%ntm3se %tr%&s d%s +er%4@es como % )%mli% p%tri%rc%l,m%s el% tem m%is )le>ibilid%de e se prest% mel*or %o %per)ei4o%mento.

l% tem, como % )%mli% p%tri%rc%l, um duplo elemento de est%bilid%de e deperpetuid%de: um, m%teri%l, o l%r outro, mor%l, % tr%di4o.

O interesse ue % )%mli%3tronco consider% como m%ior e ue el% coloc% %ntesde todos os outros % conser&%4o do bem p%trimoni%l tr%nsmitido pelos%ntep%ss%dos. A )%mli% semel*%nte % um% colmi%: no&os en>%mes de %bel*%s% n%scem e d%li p%rtem, m%s % colmi% no de&e perecer.

!%r% m%nt?3l%, os p%is, % c%d% +er%4o, %ssoci%m su% %utorid%de %uele deseus )il*os ue ;ul+%m m%is %pto p%r% tr%b%l*%r se+undo o propsito deles, e %continu%r %ps su% morte % obr% d% )%mli%: o culti&o d% propried%de )%mili%r ou o)uncion%mento d% ind-stri%. ste )il*o no de direito o primo+?nito, ele o u%se sempre de )%to. O primo+?nito p%rece desi+n%do pel% !ro&id?nci%, ele se

prest% mel*or % d%r seu %poio %o p%i, ele pode mel*or cuid%r d% educ%4o de seusirmos e irms. le se prep%r% desde cedo p%r% %s obri+%4@es ue l*e so de%l+um% )orm% impost%s pel% &ont%de di&in%. No momento de seu c%s%mento ele institudo &erdeiro  d% c%s% e do domnio ou d% o)icin% ou mel*or, ele constitudodeposit2rio p%r% tr%nsmitir esses bens, %ps t?3los )eito &%lori<%r, +er%4ose+uinte. m !ro&ence, ele c*%m%do o sustent"culo da casa.F

ss% u%lid%de imp@e3l*e os enc%r+os de c*e)e d% )%mli%. le tem %obri+%4o de cri%r os irmos m%is ;o&ens, de d%r3l*es um% educ%4o de %cordo  Te voil #ort et grand garon -is&te homem quase #eito,

Tu vas rentrer dans la "eunesse 9ais entrar na puberdadeK  Beois ma derniSre leon Becebe minha última liãoH  $pprends quel est ton droit dYainesse. 8aibas qual é teu direito de primogenitura.

  $insi que mon pSre lYa #ait $ssim como meu pai procedeu,  *n brave aZné de notre race *m bravo primog0nito da nossa estirpe  8e montre #ier et satis#ait Gostra&se orgulhoso e satis#eito  -n prenant la plus dure place. -m tomar o lugar mais di#'cil.

  8on épargne est le #onds commun, 8ua economia é o patrimnio comum,  7[ puiseront tous ceu+ quYil aimeK o qual beberão todos aqueles que ele amaK

@l accroZt la part de chacun -le aumenta a parte de cada um  e tout ce quYil sYte lui&m0me. !om tudo aquilo que tira de si pr/prio.

  u poste o[ le bon ieu lYa mis o posto no qual o bom eus o colocou  @l ne sYécarte pas une heureK -le não se a#asta um s/ momentoK  @l R #ait t0te au+ ennemis, $' ele en#renta os inimigos,

  @l R mourra sY'l #aut quYil meure6 $' ele morrer se #or preciso6

  $insi, quand ieu me reprendra, $ssim, quando eus me chamar,  Tu sais, dans notre humble héritage Tu sabes, da nossa humilde herana  Tu sais le lot qui tYécherra Tu conheces o quinhão que te caber  -t qui te revient sans partage. - que retorna a ti sem partilha.

  Nos chers petits seront heureu+, Nossos queridos #ilhos serão #eli2es,  Gas il #aut quYen toi "e renaisse. Gas é preciso que eu renasa em ti.  9eiller, lutter, sou##rir pour eu+... 9igiar, lutar, so#rer por eles...  9oil, mon #ils, ton droit dYaZnesse6 -is a', meu #ilho, teu direito de primogenitura6

  9ictor de :aprade

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com % condi4o d% )%mli%, de dot23los e de est%belec?3los com % economi%re%li<%d% %no %ps %no pelo tr%b%l*o de todos. Se o *erdeiro morre sem dei>%r )il*os, um dos membros est%belecidos )or% do l%r dei>% su% c%s% e retorn% p%r%%ssumir os de&eres de c*e)e. sses de&eres compreendem, %lm dos ue ;2mencion%mos, % m%nuten4o do l%r e de su%s depend?nci%s, % +u%rd% do ;%<i+odos %ncestr%is, % celebr%4o dos %ni&ers2rios reli+iosos etc. Tudo isso imp@e3l*eum% e>ist?nci% se&er% e )ru+%l cu;o e>emplo bom p%r% inici%r %s +er%4@es ;o&ensn% &irtude.G 

/No se di+no de +o&ern%r os *omens, di< Bon%ld, u%ndo no se percebe% in)lu?nci% sobre os *2bitos de um po&o, uer di<er, sobre su%s &irtudes, de um%lei ue, constituindo c%d% )%mli% como % prpri% socied%de, % est%belece de%l+um% m%neir% % re%le<% pelo direito de primo+enitur%, e % indi&isibilid%de eu%se in%lien%bilid%de do p%trimEnio pel% necessid%de de con&eni?nci% em ueesto os irmos de pe+%r em din*eiro su% por4o le+tim%, e de dei>%r n% c%s%p%tern% % inte+rid%de d%s posses. ss% c%s% )oi % resid?nci% de meus p%is, el%ser2 o ber4o dos meus descendentes. A &i % &el*ice sorrir p%r% meus primeiros

tr%b%l*os, e &erei eu mesmo % in)nci% ens%i%r su%s )orm%s n%scentes. ssesc%mpos )or%m culti&%dos por meus p%is e eu mesmo os culti&o p%r% meus )il*os.Lembr%n4%s %ssim c%r%s, sentimentos to doces li+%m3se %o m%is poderoso+osto do cor%4o do *omem, o +osto d% propried%de, e )%< % )elicid%de do*omem, %sse+ur%ndo3l*e o repouso d% socied%de di+o m%is, %sse+ur%m %perpetuid%de. No p%s onde, pel% i+u%ld%de d%s p%rtil*%s, % lei )or4% os )il*os %&enderem tudo o ue poderi% lembr%r3l*es os p%is, ;%m%is *2 )%mli% direi m%is, ;%m%is *2 socied%de, porue % c%d% +er%4o % socied%de termin% e recome4%.

= -dmond emolins via"ava um dia a bordo de um navio noruegu0s. -le sabia que a propriedade docampon0s da Noruega é um pequeno reino que o pai transmite integralmente a um de seus #ilhos.  -u quis, conta emolins, saber o que o capitão do navio pensava da partilha das sucess%es no seu

 pa's. 8ua opinião me interessava tanto mais quanto nosso homem, não tendo sido designado herdeiro

 por seu pai, parecia não possuir nenhuma ra2ão pessoal para ser #avorvel transmissão integral.  No que concerne sua sucessão, o pai, disse&me te+tualmente,  a o "ue l(e d= na cabe%a . -leescolhe so2inho e sem controle aquele de seus #ilhos ao qual quer dei+ar seu barco de pesca e sua

 propriedade rural .     Nessas condi%es, disse&lhe eu, qual é o destino dos #ilhos que não herdam da propriedadeW     7 pai a"uda&os a se estabelecerem, dando&lhes somas de dinheiro de que pode dispor.     -le d a cada um deles uma soma igualW  3i2 essa pergunta a #im de saber se as idéias de partilha igual, tão caras aos #ranceses, e+citariamalguma simpatia no esp'rito de meu interlocutor.  -le me olhou com espanto, depois respondeuH Gas isso não seria "usto. 7s #ilhos não são todosiguaisH uns t0m mais sorte ou mais qualidades do que os outros, e logram rapidamente obter uma

 posiãoK para esses o pai d pouco ou não d nada, a #im de poder a"udar mais e#ica2mente os outros.  $demais, acrescentou, o sucesso na vida não provém do dinheiro de que se disp%e, mas das

qualidades pessoais. Tanto vemos ricos que se arru'nam por sua incapacidade, quanto pobres que seelevam rique2a pelo trabalho. *m homem deve saber prover a si pr/prio.  -ssa resposta me surpreendeuH ela coloca a questão no seu verdadeiro terreno. !om sua brutalidade,nossa partilha igual não é, em cada #am'lia, senão uma #onte permanente de desigualdades. $apreciaão do pai é mais "usta, porque ela pesa, para cada #ilho, as desigualdades da nature2a. -larestabelece o equil'brio e disso resulta dar a cada um o socorro proporcionado sua necessidade. -lanão rebai+a o pai ao papel de um simples cai+a, mas eleva&o dignidade de "ui2 e de eqCitativodespenseiro da #ortuna que soube ganhar ou conservar.  Nessas condi%es, o pai não é levado a limitar o número de #ilhos, porque ele não considera cadarecém&nascido como um credor que deve reclamar sua parte do dom'nio ou diminuir aquela de seusirmãos e irmãs.  @nterroguei o capitão a prop/sito da situaão dessas últimas.  -las não t0m dote. -m semelhantes condi%es, observo, uma #rancesa di#icilmente encontraria um

marido.    Não conheo nenhum noruegu0s, respondeu o capitão, que se tenha detido por essaconsideraão. N/s pensamos que um marido deve ser capa2 de sustentar sua #am'lia.

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/A, nen*um dos )il*os tem interesse em perm%necer perto de seus p%isp%r% tr%b%l*%r +r%tuit%mente p%r% mel*or%r um bem do u%l os irmos, por oc%sio d% morte do p%i, retir%ro t%nto u%nto ele. Os )il*os, u%ndo estocom id%de de tr%b%l*%r, dei>%m % c%s% p%tern% p%r% procur%r s%l2rios m%is %ltosem outr%s e>plor%4@es %+rcol%s ou em est%belecimentos industri%is. Os p%is,entret%nto, %&%n4%m em id%de e lo+o % &el*ice ou %s en)ermid%des no m%is l*espermitem culti&%r seu bem. les o &endem, ped%4o % ped%4o, n% medid% de su%snecessid%des, ou o dei>%m depreci%r e desde ue no m%is esto nest% terr%,os )il*os &?m p%rtil*%r o ue rest%, %l+um%s &e<es %m%ldi4o%m seu p%i pelo ueele deteriorou do p%trimEnio, ou m%is )reentemente bri+%m entre si por ess%p%rtil*% e os cor%4@es )ic%m %ind% m%is di&ididos do ue ret%l*%d%s %spropried%des.

/ % me, se sobre&i&e %o esposo, % me, -nic% %utorid%de ue % in)nci%recon*ece e ue % ;u&entude %ind% respeit%, ue se torn%r2V =i-&% de seu m%rido,&i-&% de seus )il*os, os u%is, sem ponto de re)er?nci% ue os un%, &o c%d% u%lp%r% seu l%do el% &? o leito nupci%l ser &endido, o ber4o no u%l el% tin*% %leit%do

seus )il*os, % c%s% pel% u%l el% dei>ou % c%s% p%tern% e n% u%l el% %credit%&%termin%r seus di%s el% )ic% isol%d%, sem consider%4o e sem di+nid%de,%b%ndon%d% %o mesmo tempo pel% )%mli% u%l el% deu % &id%, e por %uel% d%u%l el% % *%&i% recebido.

/ os m%is mo4os t?m moti&o p%r% se )elicit%rem, t%nto u%nto se tem p%r%crer n% i+u%ld%de d%s p%rtil*%sV Sem d-&id%, em %l+um%s )%mli%s opulent%s epouco numeros%s, %s primeir%s p%rtes so m%iores m%s c%d% )il*o uer constituir um% )%mli% e esse bem inici%lmente di&idido em peueno n-mero, di&ide3sede no&o entre um n-mero m%ior, e cedo ou t%rde esse desmembr%mento cresceem propor4o +eomtric%. ntre os peuenos propriet2rios esse m%l )%<3se sentir n% primeir% +er%4o c%d% u%l, no ent%nto, perm%nece li+%do su% peuen%)r%4o de propried%de, %torment%3se e e>tenu%3se p%r% del% retir%r um%

subsist?nci% medocre, ue teri% obtido com menos es)or4o e m%is pro&eito num%outr% pro)isso./A i+u%ld%de d%s p%rtil*%s d2 um +olpe mort%l n% propried%de. ue interesse

pode coloc%r um propriet2rio n% %uisi4o e n% mel*ori% de um% propried%de uel*e c%us% t%nto emb%r%4o dur%nte su% &id%, e ue de&e, com su% morte,des%p%recer em )r%4@es impercept&eis e ir en+ord%r o p%trimEnio de um% )%mli%estr%n*%V $omo ous%ri% ele se dedic%r % especul%4@es p%r% mel*ori%s ue elepode no concluir e ue nin+um depois dele continu%r2V/

N% )%mli% solid%mente est%belecid% no solo, ou n% )2bric%, ou n% c%s% decomrcio, %s +%r%nti%s de prosperid%de )orti)ic%m3se medid% ue cresce on-mero de )il*os, pois eles t?m %ptid@es e u%lid%des di)erentes e todos tr%b%l*%m

p%r% o bem comum. Al+uns %dultos perm%necem n% c%s% p%tern%. As )il*%s ueno se c%s%m so % pro&id?nci% d%s cri%n4%s, o %l&io dos en)ermos, dos doentese dos %ncios, % %le+ri% do l%r, %s +u%rdis d%s bo%s obr%s e d%s ss tr%di4@es.

(e lon+e em lon+e, um descendente dot%do de %ptid@es superiores se pro;et%por seus t%lentos e su%s &irtudes %cim% d% posi4o ocup%d% pel% )%mli%, se;% noclero, se;% n% m%+istr%tur%, se;% no e>rcito. Todos, os m%is ilustres %ssim como osm%is *umildes, compr%<em3se em *onr%r % c%s%3tronco eles % retorn%m emcertos %ni&ers2rios, mesmo dos lu+%res m%is %)%st%dos. (ess% )orm%, elesmostr%m ser % educ%4o mor%l ue receber%m no l%r p%terno % c%us% do sucessoe mostr%m % seus descendentes % )onte d%s tr%di4@es de *onr% e de &irtude u%l %s )%mli%s del% deri&%d%s de&ero, el%s t%mbm, % prosperid%de. $cero,)%l%ndo de Arpnio, disse: /st% min*% &erd%deir% p2tri% e % de meu irmo

uintus %ui n%scemos de um% )%mli% muito %nti+% %ui esto nossos

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s%cri)cios, nossos p%is, numerosos monumentos de nossos %ncestr%is. =edeest% c%s%, n%sci neste lu+%r. No sei ue enc%nto % se encontr% ue toc% meucor%4o e meus sentidos/. 

u%nto %o *erdeiro d% &el*% c%s%, ele o)erece dur%nte meio sculo %educ%4o, depois o est%belecimento de du%s +er%4@es, % de seus irmos e % deseus prprios )il*os. Aps ter por su% &e< institudo e +ui%do o &erdeiro , morre)eli< no pens%mento de ue todo o seu mundo est2 n% &i% do bem e ue % )%mli%nele perse&er%r2 por tempo in)inito.

Su% memri%, %uel% de seus p%is e de seus %ntep%ss%dos, +u%rd%d%piedos%mente no l%r p%terno, no cor%4o de seus descendentes e no li&ro der%<o. i+u%lmente +u%rd%d% % tot%lid%de d%s )or4%s mor%is e m%teri%is%cumul%d%s pel%s +er%4@es precedentes e destin%d%s % %ind% se desen&ol&erempelo tr%b%l*o e pel% &irtude d%s +er%4@es ue &iro, p%r% )%<er subir % )%mli%,de+r%u % de+r%u, n% *ier%rui% soci%l.

$omo %ssin%lou muito bem o %b%de !%sc%l, /+rupo primordi%l e necess2riod% socied%de, % )%mli% est%&% %ssim solid%mente constitud% e de)endid%,

enr%i<%d% pro)und%mente no solo, possuindo, +r%4%s %o sistem% +er%l d%le+isl%4o escrit% ou consuetudin2ri%, sri%s +%r%nti%s de est%bilid%de e decontinuid%de. Sob esse re+ime, % Dr%n4% est%&% po&o%d% por )%mli%spro)ission%is ue se tr%nsmiti%m, simult%ne%mente com o %mor d% pro)isso,%ptid@es in%t%s    % serem de %l+um% m%neir% e>ercid%s   , e um% educ%4oespeci%l *%urid% no %prendi<%do )%mili%r, e isso em todos os n&eis d% socied%de:)%mli%s de c%mponeses, de %rtesos, de t%belies, de m%+istr%dos, dediplom%t%s, de milit%res, e pode3se di<er ue o p%s &i&eu %t nossos di%s dosdestro4os dess%s )%mli%s pro)ission%is/.7 

 A or+%ni<%4o d% )%mli%3tronco, bo% p%r% % socied%de, bo% p%r% osindi&duos. l% distribui eit%ti&%mente %s &%nt%+ens e os enc%r+os entre osmembros de um% mesm% +er%4o. Ao *erdeiro, em compens%4o %os pes%dos

de&eres, el% con)ere % consider%4o li+%d% %o l%r dos %ntep%ss%dos. Aosmembros ue se c%s%m )or% d% )%mli%, el% %sse+ur% o %poio d% c%s%3tronco comos enc%ntos d% independ?nci% ue % )%mli% p%tri%rc%l no concede. Aos uepre)erem perm%necer no l%r p%terno, el% d2 % uietude do celib%to com %s%le+ri%s d% )%mli%. !%r% todos el% %dministr%, %t m%is e>trem% &el*ice, %%le+ri% de reencontr%rem no l%r p%terno %s lembr%n4%s d% primeir% in)nci%. l% i+u%lmente bo% e ben)%<e;% p%r% tod%s %s cl%sses d% socied%de. l% preser&%os m%is ricos d% corrup4o, impondo3l*es se&eros de&eres el% )ornece %osmenos %b%st%dos os meios de poup%r seus rebentos d%s dur%s e>peri?nci%s d%pobre<%.A  +e Lig., @@, 1.F - mais adianteH

  Parece&me pouco cient'#ico negar a #ecundidade da lei de hereditariedade, num tempo em que aci0ncia demonstrou&lhe os e#eitos, se"a para o bem, se"a para o mal, com um verdadeiro lu+o deargumentos tirados da e+peri0ncia quotidiana. ual6 a hist/ria mostra&nos que se criam literalmentera%as de governantes, de combatentes, de diplomatas, de magistrados, que um dos grandes ob"etivosda educaão é precisamente desenvolver os bons germes depositados pela hereditariedade e eliminar os ruinsK e v/s vos privar'eis dos bene#'cios de uma lei natural de tal poderio6 9/s di2eisH ahereditariedade é uma lei brutal e animal, que tende #ormaão de castas #echadas na ordem pública.- eu respondoH a hereditariedade, pela continuidade que ela garante ao corpo social, é uma imitaão,'n#ima sem dúvida, da perenidade divinaK regrada, contida, modi#icada pelo esp'rito cristão, pelosusos, pelos costumes, ele tende não casta, mas tradião proissional , coisa que, aos olhos de todoo verdadeiro #il/so#o pol'tico, é um bem de primeira ordem. !ompreendo per#eitamente que ahereditariedade pol'tica e social se"a repelida por aqueles que, como os socialistas, re"eitam ahereditariedade econmicaK mas, desde que se admite esta, que di#iculdade se v0 para admitir que a

hereditariedade social tende por ela mesma "untar&se hereditariedade econmicaW  !(ilosop(iemorale et sociale. Formes du pou$oir. 

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sse re+ime constitui3se espont%ne%mente, com seus princip%is c%r%cteres,entre os po&os sedent2rios, )ecundos, dedic%dos % um tr%b%l*o %ssduo.Dund%do sobre % prpri% n%ture<% do *omem, ele )oi em tod% % p%rte obr% docostume, no d% lei escrit%. le %ind% e>iste entre u%se todos os po&os d%urop%. Apes%r d% lei d% p%rtil*% )or4%d%, ele %ind% est2 represent%do n% Dr%n4%,sobretudo n% &i<in*%n4% dos !ireneus, por %dmir2&eis modelos. As )%mli%s3troncos cont%m3se %ind% %tu%lmente n% Dr%n4% em de<en%s de mil*%r, e no restod% urop%, em de<en%s de mil*@es, )%<endo rein%r nel%s e %o redor del%s, % p%<,% prosperid%de e % &erd%deir% liberd%de.

O )eud%lismo )or% )%&orecido n% su% e&olu4o pelo re+ime ue %c%b%mos dedescre&er. O re+ime )eud%l, com e)eito, %+rup%&% os sen*ores num% *ier%rui%superior, no cume d% u%l se encontr%&% o suser%no, %ssim como %+rup%&% %sdi)erentes cl%sses de propriet2rios sob % %utorid%de e % prote4o dos sen*ores dec%d% )eudo. A propried%de do )eudo e % )un4o sen*ori%l tr%nsmiti%m3se ueledentre os )il*os %o u%l o p%i se tin*% %ssoci%do dur%nte su% &id%. O *erdeirode&i% tom%r % seu enc%r+o tod%s %s obri+%4@es de su% +ente. le de&i% conser&%r 

% memri% dos %ncestr%is, dot%r irmos e irms, %sse+ur%r os *%&eres dosdescendentes, pr%tic%r, em um% p%l%&r%, todos os de&eres impostos um%)%mli%3tronco %+rcol% e +uerreir%. O propriet2rio tin*% no +o<o de seu domniodireitos %n2lo+os %os ue o sen*or )eud%l e>erci% sobre % propried%de de seu)eudo e ele os tr%nsmiti%, n%s mesm%s condi4@es, % um *erdeiro li&rementeescol*ido.

 A socied%de er% %ssim to slid% e to est2&el u%nto % )%mli%. l% tin*% um%situ%4o ue n%d% podi% %b%l%r.

/A )%mli% domin%nte est%&% )i>%d% %o solo por um )eudo, di< l% Tour du !in$*%mblK, % )%mli% ser&% por um% +leb%, % )%mli% li&re por um% rend% %nu%l p%+%%o sen*or do )eudo: o mesmo solo c%rre+%&% e nutri% esses tr?s troncos, nocomo tr?s 2r&ores isol%d%s sem nen*um% rel%4o ue no )osse % sombr% ue

el%s produ<em, m%s como tr?s r%mos cu;%s r%<es est%&%m entrel%4%d%s de um%m%neir% insep%r2&el. #m% no so)ri% sem ue %s outr%s du%s l*e &iessem emsocorro, porue el%s er%m inc%p%<es de &i&er um% sem % outr% direi m%is, % &id%de um% er% % &id% d% outr%: est% prote+i% %uel%, %uel% %liment%&% est%/. Opo&o encontr%&%, nesse re+ime, %s )or4%s m%teri%is e mor%is ues%l&%+u%rd%&%m % independ?nci% do territrio %o mesmo tempo em ue ore+ime o m%ntin*% num% poderos% e &i&i)ic%nte *ier%rui%, permitindo % todos ost%lentos se desen&ol&erem, impedindo % descl%ssi)ic%4o e su%s conse?nci%s,com %s u%is t%nto temos so)rido.

O $di+o $i&il m%tou % )%mli%3tronco   entre ns. !el% liuid%4o perptu%ue ele imp@e, %s +r%ndes )%mli%s )or%m conden%d%s % diminuir de +er%4o em

+er%4o, %s )%mli%s bur+ues%s )or%m coloc%d%s n% impossibilid%de de seele&%rem, e mesmo de se m%nterem dur%nte muito tempo no ponto em ue oes)or4o de seus membros %s *%&i% )eito c*e+%r. As )%mli%s oper2ri%s estoencerr%d%s n% su% condi4o.R  /Supon*%mos, di< Le !l%K, ue %o pre4o de um%

>  !elebrou&se pomposamente nestes tempos o centenrio da promulgaão do !/digo !ivil. O omesmo que di2er que se celebrou o mais seguro elemento de dissociaão de um povo, "amaisinventado.  -sse c/digo #oi #eito para destruir as #am'lias, abolir a hierarquia, aniquilar as tradi%es locais eisolar os indiv'duosK aniquilar e destruir progressivamente todas as in#lu0ncias territoriais eindustriais em #avor do capital annimo e cosmopolita, quer di2er, do capital "udeu. -le carregaho"e suas plenas conseqC0ncias. -las se tradu2em por um en#raquecimento universal da moralidade

 pública e pela ru'na da naão.?

 Pode&se di2er que isto #oi previsto por Napoleão. -m > de "unho de 1;5>, ele escrevia ao seu irmãooseph, o rei de NpolesH uero ter em Paris cem #am'lias, que tenham sido todas elevadas com o

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economi% lon+% e l%borios%, e +r%4%s cooper%4o de um p%tro bene&olente, op%i de )%mli% c%mpon?s, oper2rio ou empre+%do, ten*% c*e+%do plen%propried%de de su% *%bit%4o % morte o %tin+e, e eis ue lo+o os *omens d% leie do )isco inter&?m, em nome d% le+isl%4o ue prescre&e % p%rtil*% i+u%l e emn%ture<% de todos os bens m&eis e im&eis. les se introdu<em no l%r domstico, )%<em o in&ent2rio en)im, % prpri% c%s% post% &end%. Tudo de&eser recome4%do. A uem %pro&eit% % &end%V Aos )il*osV (e modo nen*um. Ao)isco %os *omens d% lei.8

  /O $di+o, di< About, des)e< t%l&e< um mil*o de )ortun%s no momento emue el%s come4%&%m % ser construd%s. O p%i )und% um% ind-stri% e morre tudo &endido e p%rtil*%do % c%s% no sobre&i&e %o seu dono. #m )il*o tem cor%+em et%lento: com su% peuen% p%rte do c%pit%l p%terno, )und% outr% c%s%, bemsucedido, torn%3se u%se rico e morre no&% p%rtil*%, no&% destrui4o tudo de&erecome4%r, com no&%s t%>%s/.

>istem entre ns, pelo menos le+%lmente, %pen%s )%mli%s inst2&eis. O

esprito e o te>to do $di+o $i&il op@em3se % tod% consolid%4o, % tod%perpetu%4o. le dedic% )%mli% %pen%s % idi% de um% socied%de momentne%,ue se dissol&e com % morte de um dos contr%t%ntes. /Ao p%sso ue outror%,como di< T%ine, *%&i% um% por4o de )%mli%s enr%i<%d%s no lu+%r %ps cem,du<entos e m%is %nos. No somente n% nobre<%, m%s t%mbm n% bur+uesi% eno terceiro3est%do, o *erdeiro de um% obr% de&i% ser o seu continu%dor...!eueno ou +r%nde, o indi&duo no termin%&% nele mesmo seu pens%mento se%lon+%&% em dire4o %o )uturo e em dire4o %o p%ss%do, pelo l%do de seus%ncestr%is e pelo l%do de seus descendentes, sobre % c%dei% inde)inid% d% u%lsu% prpri% &id% no er% seno um elo... u%ndo, pel% &irtude d% disciplin%interior, um% )%mli% tin*%3se m%ntido ret% e respeit%d% no mesmo lu+%r dur%nteum sculo, el% podi% subir um de+r%u, introdu<ir %l+um dos seus n% cl%sse

superior/."en%n t%mbm disse:/#m cdi+o de leis ue p%rece ter sido )eito p%r% um cid%do ide%l, ue

n%sce en;eit%do e morre celib%t2rio um cdi+o ue torn% tudo tr%nsitrio, no u%los )il*os so um incon&eniente p%r% o p%i, em ue tod% obr% coleti&% e perptu%est2 proibid%, em ue %s unid%des mor%is, ue so %s &erd%deir%s, sodissol&id%s % c%d% morte, em ue o *omem pre&enido o e+ost% ue tr%t% de ter o menos poss&el de de&eres, em ue o *omem e % mul*er so ;o+%dos n% %ren%

trono e que permaneam como as únicas consideradas. O "ue n&o or elas  vai se dispersar por e#eito do !/digo !ivil. -stabelea o !/digo !ivil em NpolesK tudo o que não lhe estiver ligado vaise destruir em poucos anos, e o que quiser conservar se consolidar.  No século L9@@@, a rainha $na tinha também aplicado aos irlandeses cat/licos a partilha igual e

#orada, conservando aos protestantes a #aculdade de testar segundo as leis inglesasK e o solo da@rlanda passou pouco a pouco s mãos dos lordes protestantes.;  7s números também t0m sua eloqC0ncia. :e PlaR cita, no norte, seis lotes de terra, vendidos pelo

 preo total de => #rancosH e+igiram ?F; #rancos e ;F centavos de ta+as. No mesmo departamento,lotes vendidos a F1, F; e FF #rancos, deram lugar a ta+as que se elevam respectivamente a 15, F5e F51 #rancos e < centavos. -m Pas&de&!alais, =? ares de terra #oram vendidos a ;AF #rancosK asta+as preparat/rias elevaram&se a 1.;>. $p/s muitos outros e+emplos, ele di2H N/s poder'amosapoiar esses #atos com cem mil outros da mesma nature2a. -les se reprodu2em sem cessar em cadauma de nossas localidades.  Deorges Gichel demonstrou que, na venda das pequenas heranas, a soma das ta+as é sempresuperior ao montante do preo de ad"udicaão. (0ne ini"uité sociale. Les rais des $entes udiciairesd'immeubles ). $ lei de 1;;A, é verdade, e+onerou os im/veis de valor in#erior a .555 #rancos decertos encargos, mas as estat'sticas o#iciais estabelecem que as ta+as de vendas "udiciais são iguais,

se não mais altas do que antes. J ta+as e #ormalidades demais. 8obre 155 #rancos o #isco retémantecipadamente <5 #rancos, de sorte que a parte dos homens da lei representa apenas 15\.

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d% &id% n%s mesm%s condi4@es, em ue % propried%de concebid% no comoum% cois% mor%l, m%s como um% cois% eui&%lente % um +o<o sempre %preci2&elem din*eiro, um t%l cdi+o, di+o, no pode en+endr%r n%d% %lm de )r%ue<% epeuene<. $om su% concep4o mesuin*% d% )%mli% e d% propried%de, %uelesue de )orm% to triste p%+%r%m %s d&id%s d% al9ncia da Revolução... prep%r%r%mum mundo de pi+meus e de re&olt%dos/.9 

Se ueremos ue % Dr%n4% %ind% ten*% um )uturo, n%d% m%is )und%ment%l,n%d% m%is necess2rio do ue restituir )%mli% )r%nces% % )%culd%de de serecoloc%r sob o re+ime d% )%mli%3tronco, ue ten*% um lu+%r de tr%b%l*o perptuoc%mpo, )2bric%, c%s% de comrcioJ, enc%rre+%do de produ<ir no somente o pouotidi%no, m%s %uele dos &el*os di%s e o est%belecimento dos )il*os, ueten*% t%mbm seu l%r enc%rre+%do d% educ%4o d%s ;o&ens +er%4@es se+undo %str%di4@es dos %ncestr%is. (esde ue ess% liberd%de se;% de&ol&id%, um certon-mero de )%mli%s entr%r2 por el%s mesm%s nesse c%min*o, e, %ps %l+um%s+er%4@es, encontr%r3se3o muito n%tur%lmente %cim% d%uel%s ue perm%neceron% inst%bilid%de.

 A *ier%rui% soci%l deline%r3se32 de no&o pelo prprio )%to. A socied%de)ort%lecer3se32 n% mesm% propor4o e %c%b%r2 por se reconstituir./Tudo n% *istri%, disse muito bem !%ul Bour+et, demonstr% ue % ener+i% do

corpo soci%l sempre este&e, como di<em os m%tem2ticos, em )un4o ou empropor4o com % ener+i% d% &id% de )%mli%/.

No *2 n%d% % ue % seit% re&olucion2ri% dese;e, n% ordem soci%l, m%is seopor, porue no *2 n%d% de m%is contr2rio %o esprito democr2tico. mcontr%p%rtid%, no *2 n%d% % ue os espritos escl%recidos de&%m se %plic%r comum% m%is perse&er%nte &ont%de.

Le !l%K retr%4ou os es)or4os desesper%dos d%s %nti+%s e bo%s )%mli%s, ueprocur%&%m, por tod% % sorte de meios, conser&%r o bem p%trimoni%l. sses

es)or4os so menores *o;e, porue % tir%ni% do $di+o se imp@e c%d% &e< m%is.No ent%nto, no %no de 187, L%rsonnier, membro d% $m%r% de $omrcio de!%ris, e cento e trint% e um +r%ndes m%nu)%tur%dores ou comerci%ntes d% c%pit%lendere4%r%m %o Sen%do um% peti4o, d% u%l dest%c%mos % se+uinte p%ss%+em:/$remos ue % in)lu?nci% d% lei %tu%l ser2 )%t%l %o desen&ol&imento industri%l ecomerci%l d% Dr%n4%... N%d% m%is prprio p%r% p%r%lis%r %s )or4%s d% Dr%n4%do ue % disperso inde)inid% de su%s )or4%s produti&%s sob % %4o dissol&ente denoss%s leis de sucesso/.

 As $m%r%s de $omrcio de !%ris, "oub%i>, Borde%u> e di&ers%s outr%scid%des, )i<er%m ou&ir uei>%s semel*%ntes. /As leis in+les%s, di< % $m%r% de"oub%i>, di)erem essenci%lmente d%s noss%s. O direito de test%r o)erece osse+uintes result%dos: )%mli% m%is numeros% %us?nci% de *esit%4o no )und%r um

est%belecimento, pois ele no ser2 di&idido obri+%4o p%r% os ;o&ens ue not?m seno um% p%rte mnim% nos bens p%ternos de procur%r )ortun%, e, p%r% %c*e+%rem, ir %o e>terior %dministr%r %s )eitori%s de seus irmos, p%tr@es ouestr%n*os/.

 A pesuis% %+rcol% de 189 est2 c*ei% de uei>%s de nossos %+ricultoressobre % in)eriorid%de % ue nos conden% nosso re+ime de sucesso. #m%import%nte reunio de ;urisconsultos )ormulou em 188G, %o con+resso de N%ntes,% concluso de seus estudos nestes termos:

/A lei ci&il de&e )%mli% e %utorid%de p%tern% ue % +o&ern% um% prote4oe)ic%< no ue indispens2&el perm%n?nci% d%s institui4@es domstic%s. Os ;urisconsultos c%tlicos pedem ue % le+isl%4o %sse+ure, ou pelo menos eesper%ndo mel*or%r, )%&ore4% % tr%nsmisso inte+r%l do l%r e % e>tenso d% uot%

< Pre#cio das >uestions contemporaines.

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dispon&el, t%>% propost% desde 180G pelos consel*eiros de st%do ele&%dosn%s re+i@es condi4o de )%mli%3tronco/.

 A opinio p-blic% come4% pois % entre&er os tristes e)eitos de um% d%s m%isperi+os%s %berr%4@es dos *omens do Terror.10  !ro;etos de lei )or%m prep%r%dosp%r% con;ur%r o m%l ue "obespierre, !tion, Tronc*et e os outros le+isl%dores d%"e&olu4o )i<er%m )%mli% )r%nces% e prpri% n%4o. %s esses pro;etos)or%m le&%dos, como t%nt%s outr%s cois%s, pelos %contecimentos de 18R0. 11 

Lon+e de retorn%r uel% situ%4o, o re+ime %tu%l %+r%&ou consider%&elmente%s di)iculd%des ;2 e>istentes p%r% m%nter n%s )%mli%s o bem ue %s %;ud% % seperpetu%rem.

Se os democr%t%s cristos ti&essem empre+%do seu <elo p%r% o bem dopo&o, p%r% escl%recer % opinio p-blic% sobre ess% uesto, cu;%s conse?nci%smor%is, econEmic%s, poltic%s e soci%is so to +r%&es, eles teri%m se+ur%mentere%li<%do mel*or obr% do ue incit%r o po&o % e>i+ir s%l2rios imposs&eis e ue,%dem%is, %ument%ndo, outr% cois% no )%<em seno produ<ir misri% m%ior, seno so %comp%n*%dos de um %umento correspondente de mor%lid%de.

/As numeros%s cl%sses ue &i&em de um s%l2rio di2rio esto interess%d%s, di<Le !l%K, n% c*e+%d% do re+ime d% liberd%de test%ment2ri%, m%is %ind% do ue%uel%s ue encontr%m em su%s prpri%s posses todos os meios de tr%b%l*o. Aueles ue, depois dess% re)orm%, %duirissem pel% economi% o l%r domsticoe os outros bens situ%dos nos primeiros esc%l@es d% propried%de, no seri%mdesencor%;%dos, como o so *o;e, pel% perspecti&% d%s liuid%4@es ue % p%rtil*%)or4%d% imp@e. O oper2rio l%borioso e p%rcimonioso teri% % +%r%nti% de unir posse de seus bens % em%ncip%4o de su% posterid%de: ele seri%, pois, m%is%rdoroso em %duiri3los pelo tr%b%l*o e pel% &irtude. Sob %s mesm%s in)lu?nci%s,%s +er%4@es subseentes est%ri%m, em +er%l, no n&el %lc%n4%do pelo )und%dor do l%r, no c%so em ue el%s no se ele&%ssem m%is %lto, ;unt%ndo % esse l%r %l+um%s no&%s depend?nci%s/.

=2rios ue dese;%m )i>%r o peueno propriet2rio e seus )il*os propuser%mconstituir, como se )e< outror% n% Amric% sob o nome de &omestead , um bem de)%mli% ue um% lei torn%ri% impen*or2&el. (ecret%r % impen*or%bilid%de seri%es&%<i%r ou diminuir, no oper2rio propriet2rio de su% c%s%, ou no c%mpon?spropriet2rio de su% terr%, % consci?nci% d% respons%bilid%de, e, medi%nte isso,%peuen%r % &irtude necess2ri% p%r% )und%r um% )%mli%. Adem%is, o primeiroe)eito d% decl%r%4o de impen*or%bilid%de seri% destruir o crdito do p%i de)%mli%. le no encontr%r2 m%is ne+oci%nte de %nim%is p%r% &ender3l*e um% &%c%% crdito, nen*um pedreiro p%r% rep%r%r su% c%s% se ele no p%+%r %ntecip%d%mente. A lei impedir2 o culti&%dor de tom%r din*eiro emprest%do, o uepoderi% ser e>celente: m%s el% o coloc%r2 n% impossibilid%de de conse+uir instrumentos de tr%b%l*o ou %l+um +%do ue se;% n% entress%)r%.

ue +r%nde ne+cio p%r% um c%mpon?s conser&%r um teto, um% c%s% de)%mli%, se no tem nen*um recurso p%r% &i&er %li um% terr%, se no tem os meiosde &%lori<23l%C

n% %lm% e no n% lei ue preciso pEr % )or4% ue d2 s )%mli%s % ener+i%necess2ri% p%r% se ele&%rem soci%lmente. (e&e3se pedir lei %pen%s uele&%nte os obst2culos ue impedem ess% )or4% de )uncion%r.15 $ partilha #orada pertence época mais sinistra da Bevoluão. 3oi promulgada em ? de maro de1?<=, com o prop/sito declarado de destruir, na #am'lia, a autoridade paternaK e, no pa's, todo oesp'rito de tradião. 9e"a&se o 3oniteur  daquela data. amais se viu num povo civili2ado interessestão grandes suprimidos por ra2%es tão #racas quanto aquelas que #oram dadas para destruir institui%es que datavam de vinte séculos.11 9er a respeito dessa questãoH  Les lois de succession appréciées dans leurs eects économi"ues

 par les <(ambres de <ommerce de France, pelo conde de Iutenval, antigo ministro plenipotencirio, antigo conselheiro de -stado.    Paris, 8ecretariado das *ni%es da pa2 social.

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!ermitindo %o oper2rio )und%r um l%r, % re)orm% do cdi+o nesse sentidopermitiri% t%mbm s )%mli%s bur+ues%s ue crescessem, ue se er+uessem por seus prprios bens. %s, como obser&% Le !l%K, % se encontr% % ob;e4o ue,no esprito dos democr%t%s, se le&%nt% contr% el%. ue el% %pro&eit%ri% %osricos como %os oper2rios, ue el% )%&oreceri% o rest%belecimento d% *ier%rui%n% socied%de.

Seri% preciso mencion%r %+or% %s conse?nci%s )unest%s, t%nto do ponto de&ist% mor%l u%nto do ponto de &ist% n%cion%l, ue % lei d% p%rtil*% )or4%d%c%rre+% %tr2s del%V

 As )%mli%s no t?m m%is )uturo. /Nen*um% n%4o europi%, di< Le !l%K,%present% o l%ment2&el espet2culo d% liuid%4o perptu% ue oper% % p%rtil*%)or4%d% d%s *er%n4%s/.

No &endo m%is )uturo di%nte de si, %s )%mli%s no pens%m seno em +o<%r o presente.

m F1 de ;%neiro de 190G, o tribun%l de Lisieu>, tendo ue ;ul+%r um ne+cio

esc%nd%loso, decl%rou % %4o m%l )und%ment%d% com estes consider%ndos: /7oatual estado de nossos costumes, % de)ini4o do c%s%mento, t%l como % d%&%!ort%lis, %p%rece *o;e como lon!#nqua. Num +r%nde n-mero de c%sos, % uniodo *omem e d% mul*er não é mais determinada por esta aeição rec#proca que,em :;<<, o consel&eiro Laborie proclamava como a ess9ncia do casamento o*omem N6O !"O$#"A AIS, na mul&er que ele desposa  , A $O!ANHI"ADIL (=OTA(A de sua exist9ncia  e % mul*er ue sem cess%r %spir% % um%em%ncip%4o m%is complet% e tende di% % di% % torn%r3se i+u%l %o *omem, N6O= AIS, no esposo que ela aceita, um protetor, um sustent"culo natural, O$HD ( #A DA_LIA A D#N(A" bem dierentes são as preocupaç%es emuit%s uni@es são &oje em dia baseadas apenas no interesse= em uma palavra, ocasamento tornou/se # N'Z$IO.../

(e&%mos necess%ri%mente c*e+%r % esse ponto, no momento em ue osesposos so desenr%i<%dos, no tendo %ncestr%is, no de&endo ter posterid%de.No somente os esposos no t?m m%is %pe+o, nem respeito, nem %)ei4@es

recproc%s, como t%mbm % %utorid%de p%tern% no m%is e>iste. O menino s%bedesde cedo ue seu p%i est2 des%rm%do ue % lei, isto , o st%do, ue l*e%tribuir2 um% p%rte n% *er%n4%, ue ele pode libert%r3se sem risco d% %utorid%dep%tern%, ue ele pode &i&er por si mesmo, entre+%r3se % tod%s %s desordens,dissip%r %ntecip%d%mente % *er%n4% e entre+23l% % usur2rios ue % reser&% l*epermite encontr%r )%cilmente.

(23se de m%neir% inteir%mente di&ers% n% In+l%terr% e n% Amric%. com estupor, di<i% % Réorme Sociale, em 189G, ue se tero lido n%

Dr%n4% %s disposi4@es do test%mento de Bl%ine, ilustre *omem de st%do

%meric%no. #m% cl2usul% desse %to dei>% F70 )r%ncos % c%d% um% de su%s)il*%s e 1F7 )r%ncos % c%d% um de seus )il*os. A )ortun% do de)unto se ele&% % ou 7 mil*@es de )r%ncos: % &i-&% ue recebe tod% % )ortun%.

!%ss%do o primeiro momento de esp%nto, no poder%mos con&ir ser interess%nte &er os )il*os de um *omem to rico obri+%dos % tr%b%l*%rem p%r%&i&er e p%r% construir um% posi4oV No um espet2culo de mor%l di&ers%d%uele ue nos %present%m nossos ;o&ens ricos, dedic%dos ociosid%de pel%certe<% ue t?m de ue % sucesso p%tern% no l*es esc%p%r2V Ou %ind%d%ueles nossos )%re;%dores de dotes, p%r% os u%is o c%s%mento no denen*um modo % unio de dois cor%4@es reunidos ou % escol*% de um% mul*er mor%l e )isic%mente m%is bem dot%d%, m%s unic%mente % conuist% de um belom%4o de c*eues b%nc2rios.

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N% Amric% do Norte, %s )il*%s, no tendo dote, so procur%d%s %pen%s por su%s u%lid%des e os )il*os, no cont%ndo com % )ortun% p%tern%, tr%b%l*%m.$%d% +er%4o de&e busc%r su% prpri% subsist?nci%: t%l % m2>im% coloc%d%em pr2tic% n% In+l%terr% %ssim como n% Amric%.

O cdi+o )r%nc?s no pode entret%nto c*e+%r % destruir o instinto d%perpetuid%de ue est2 no )undo d% n%ture<% *um%n%. (% % sistem2tic%esterilid%de dos c%s%mentos, % )im de poder tr%nsmitir int%cto, % um -nico*erdeiro, % propried%de, % c%s% de comrcio, % )2bric%. O lu+%r ue o primo+?nitoocup%&% n% %nti+% socied%de )oi tom%do pelo )il*o -nico n% no&% socied%de. Odese;o de m%nter o bem de )%mli% perm%neceu o mesmo do %nti+o direito %pen%sos meios p%r% +u%rd23lo di)erem. %s os meios empre+%dos *o;e so todes%strosos u%nto imor%is. A )%mli% no t%rd% % se e>tin+uir, por )%lt% de*erdeiro ue c*e+ue id%de &iril, ou m%is pront%mente %ind% pelo m%ucomport%mento do ;o&em, mim%do desde su% in)nci% pel% solicitude e>%+er%d%dos p%is ue n%d% temem t%nto u%nto perd?3lo.

/Se %s leis t?m por e)eito, di< !%ul LeroK3Be%ulieu, le&%r % m%ior p%rte d%n%4o % no ter seno um )il*o por )%mli%, preciso con&ir ue ess%s leis, por s%cross%nt%s ue se %s considerem, no somente ultr%;%m % mor%l, m%s %ind%conspir%m contr% % +r%nde<% n%cion%l/. m 1817, os prussi%nos consider%&%mue os %li%dos propici%&%m %os )r%nceses um destino doce dem%is: /Tr%nili<%i3&os, disse o plenipotenci2rio in+l?s, lorde $%stebre%+*, % Dr%n4% tem um re+imede sucesso ue % en)r%uecer2 m%is do ue s%ber%mos )%<er/.

 A pro)eci% se re%li<%. #m deput%do do "eic*t%+ %lemo obser&% esse )%toem 1889. le %)irm%&% ue, em &inte %nos, % Dr%n4%, pelo s )%to d% in)eriorid%dedos n%scimentos, encontr%r3se3i% para sempre  impedid% de retom%r su% posi4ono mundo.

 

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CAPÍTULO I+ FAM)LIAS TRADICIONAIS

Interroga generationem pristinam, et diligenter inestiga patrum memoriam/

Hesterni !uippe sumus, et ignoramus, !uoniamsicut umbra dies nostri sunt super terram.

Et ipse docebunt te, lo!uentur tibi, et de cordesuo pro+erent elo!uia/

$un!uid iere potest scirpus abs!ue humore4

 %ut crescere carectum sine a!ua4

1

  9O, (III, :711

(e&ol&er %os p%is de )%mli% % liberd%de de reconstiturem um p%trimEnio, umbem de )%mli%, tr%nsmiss&el de +er%4o em +er%4o, %pen%s % met%de d%t%re)% % cumprir p%r% recobrir no&%mente o solo )r%nc?s de &erd%deir%s )%mli%sno sentido inteiro d% p%l%&r%. A se+und% t%re)% % de )%<er ren%scer %str%di4@es.

 A primeir% no est2 em nosso poder seno indiret%mente, %tr%&s dole+isl%dor % se+und% pode e de&e ser obr% de c%d% um em su% prpri% c%s%. A

%boli4o d%s leis re&olucion2ri%s depende de um +r%nde mo&imento de opiniop-blic%. %s c%d% u%l pode re%&i&%r entre os seus o esprito de )%mli%. $omisso, proporcion%r2 %os seus o m%ior bem ue l*es poss% )%<er, e %o mesmotempo prep%r%r2 % reno&%4o d% socied%de. !orue preciso ue e>ist%mtr%di4@es sob %s leis, p%r% ue el%s ten*%m % )or4% ue l*es d2 o %ssentimento docor%4o, %ssim como preciso educ%4o )%mili%r sob %s tr%di4@es p%r% sust?3l%s,m%nt?3l%s, torn23l%s o princpio dos costumes, sem os u%is %s bo%s leis n%d% so,contr% os u%is %s m2s leis no podem n%d%.

1  @nterroga as gera%es passadas, e e+amina com cuidado a e+peri0ncia dos antepassadosH  por sermos ignorantes das coisas de ontem, nossos dias sobre a terra passam como a sombra.

-les podem instruir&te, #alar&te, e de seu coraão tirar este discursoH

  Pode o papiro crescer #ora do bre"o,e o "unco germinar sem guaW

%(

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H2 u%rent% %nos, em 17 de no&embro de 18R1, mile ont+ut escre&i% n%Revue des Deux/0ondes: /nu%nto um &est+io de tr%di4o uniu % no&% Dr%n4% Dr%n4% %nti+%, %s conse?nci%s d% "e&olu4o no puder%m &ir ton%. %slo+o ue % rod% do tempo +irou o su)iciente p%r% ue no subsistisse nen*umresucio de tr%di4o, % *or% d% l+ic% soou e %s +er%4@es contemporne%s,cri%d%s num% socied%de em ue somente % re&olu4o est2 de p, escut%m sem%dmir%4o p%l%&r%s ue, trint% %nos %ntes, l*es teri%m enc*ido de *orror e demedo/.

(esde 18R1 % rod% do tempo produ<iu u%rent% no&os %nos, dur%nte os u%iso esprito re&olucion2rio %c%bou por tritur%r os -ltimos &est+ios d%s tr%di4@es d%%nti+% Dr%n4%. se, *2 u%rent% %nos, tin*%3se c*e+%do % escut%r sem%dmir%4o p%l%&r%s ue %ntes teri%m enc*ido de *orror e de medo, *o;e%ssistimos imp%ssi&elmente % %tos ue, n% %nti+uid%de p%+, teri%m re&olt%do ospo&os m%is b2rb%ros. m tod% % e>tenso d% Dr%n4%, %s escol%s n%s u%is seensin%&% s cri%n4%s % con*ecer, %m%r e %dor%r % (eus, esto )ec*%d%s por estemoti&o %bert%mente decl%r%do pelos +o&ern%ntes: eles uerem um% socied%de n%

u%l s *%;% %teus.(e onde &em ess% imp%ssibilid%deV (o )%to de ue no *2 m%is nos espritosidi%s )i>%s, princpios solid%mente %ncor%dos n%s %lm%s, m%s somente idi%s&%+%s e )lutu%ntes, inc%p%<es de porem ener+i% nos cor%4@es. por ue, nosnossos di%s, %s idi%s )lutu%m %ssimV !orue %s idi%s3mes, %s idi%s3princpios no )or%m impress%s n%s %lm%s d%s cri%n4%s por p%is ue ti&essemsido, eles prprios, petri)ic%dos pelos ensin%mentos dos %ntep%ss%dos, imbudos ;2 dess%s &erd%des pelos seus %ncestr%is. m um% p%l%&r%, porue no *2 m%istr%di4@es n%s )%mli%s.

 H%&i% outror%, e por tod% % p%rte, um% idi% u%se reli+ios% li+%d% % ess%

e>presso /tr%di4@es de )%mli%/, entendid% em seu si+ni)ic%do ele&%do, enu%nto

desi+n%ti&% d% *er%n4% d%s &erd%des e d%s &irtudes, no seio d%s u%is se)orm%r%m os c%r%cteres ue )or;%r%m % dur%4o e % +r%nde<% d% c%s%.Ho;e, ess% p%l%&r% no di< m%is n%d% s no&%s +er%4@es ue c*e+%m &id%.

l%s %p%recem num di% p%r% des%p%recer no di% se+uinte, sem ter recebido e semdei>%r %ps el%s ess% )onte de lembr%n4%s e de %)etos, de princpios e decostumes, ue outror% p%ss%&%m de p%i p%r% )il*o e )%<i%m c*e+%r %s )%mli%sue l*es er%m )iis %cim% d%uel%s ue os menospre<%&%m. Tod% % )%mli% uetem tr%di4@es de&e isso, +er%lmente )%l%ndo, % um de seus %ncestr%is, no u%l osentimento do bem )oi m%is )orte do ue no comum dos *omens e %o u%l )oi d%d%% s%bedori% e % &ont%de p%r% inculc23lo nos seus.

WA &erd%de um bem, di< Aristteles, e um% )%mli% n% u%l os *omens&irtuosos se sucedem um% )%mli% de *omens de bem. ss% sucesso de

&irtudes ocorre u%ndo % )%mli% remont% % um% ori+em bo% e *onest% porueisso prprio de um princpio ue produ< muit%s cois%s semel*%ntes % ele prprio de %l+um% m%neir% su% obr% )orm%r seu semel*%nte. u%ndo, pois, e>iste num%)%mli% um *omem to li+%do %o bem ue su% bond%de se comunic% % seusdescendentes dur%nte &2ri%s +er%4@es, se+ue necess%ri%mente ue um% )%mli%&irtuos%/.F 

Todo o *omem ue uer )und%r um% /)%mli% &irtuos%/ de&e primeiropersu%dir3se de ue seu de&er no se limit%, como uer M.M. "ousse%u, % pro&er s necessid%des )sic%s de seu )il*o, to lon+%mente ue este )iue n% impot?nci%de m%nter por si prprio su% &id% corpor%l. le l*e de&e % educ%4o intelectu%l,mor%l e reli+ios%. O %nim%l tem % )or4% pel% u%l ele socorre %s necessid%descorpor%is de seus )il*otes, e isto l*es b%st%. A cri%n4%, ser mor%l, tem outr%s

  3ragmento conservado por 8tobée.

&*

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necessid%des, e por isso ue, %lm d% )or4%, (eus deu %o p%i de )%mli% %%utorid%de p%r% re+r%r % &ont%de de seus )il*os, )%<?3los entr%r n% &i% do bem,nel% m%nt?3los e nel% )%<?3los pro+redir. ss% %utorid%de (eus % uisperm%nente, porue o pro+resso mor%l obr% de tod% % &id%. como, se+undo %sinten4@es d% !ro&id?nci%, o pro+resso de&e se desen&ol&er e crescer de +er%4oem +er%4o, necess2rio ue % )%mli% *um%n% no se e>tin+% % c%d% +er%4o: o&nculo )%mili%r de&e subsistir entre mortos e &i&os, %t%r um%s s outr%s tod%s %s)ili%4@es de um% mesm% descend?nci%, e isto entre %s r%4%s &i+oros%s ue dur%msculos.

O pens%mento do *omem de bem no de&e pois p%r%r em seus prprios)il*os, ele de&e ir %lm, sobre %s +er%4@es ue se+uiro e )%<er com ue %uiloue &irtude se torne tr%di4o entre el%s.

!%r% isso pode contribuir +r%ndemente o LI="O ( "A^6O. $ome4%r esseli&ro, orden%r %o primo+?nito ue o continue e ue )%4% % seu prprio )il*o ess%in;un4o, o meio m%is )2cil e m%is se+uro de introdu<ir num% )%mli% %s tr%di4@es

entret%nto, sob um% condi4o, % s%ber, ue se ter2 por re+r% in&iol2&el no )%<er %li%n4%s seno com )%mli%s n%s u%is reinem %s &irtudes ue se uerem tr%nsmitir %os prprios )il*os.

/Ali%r3se % um% )%mli%, di< L%cord%ire, %li%r3se % b?n4os ou % m%ldi4@es, eo &erd%deiro dote no %uele ue o not2rio l%n4% nos seus %ssentos. O&erd%deiro dote con*ecido somente de (eus, m%s, em cert% propor4o, podeist%mbm con*ec?3lo %tr%&s d% memri% dos *omens. !er+unt%i3&os se o s%n+ueue &%i se mistur%r %o &osso contm %s tr%di4@es de &irtudes *um%n%s e di&in%s ese ele )oi lon+%mente puri)ic%do nos s%cri)cios do de&er. !er+unt%i3&os se % %lm% ric% de (eus. "etorn%i, to lon+e u%nto poss&el, n% su% *istri% *eredit2ri%, %)im de ue, tendo sido e>plor%dos todos os r%mos, como um% min% %tr2s de &s,s%ib%is o u%nto pes% di%nte de (eus ess% +er%4o ue &os er% estr%n*% e ue

&%i se unir &oss% p%r% )orm%r %pen%s um% rel%ti&%mente &oss% posterid%de/. $*%rles de "ibbe empre+ou o mel*or de su% &id% p%r% repor no lu+%r de

*onr% os li&ros de r%<o. Aps ter edit%do os m%nuscritos de &2ri%s %nti+%s)%mli%s, publicou di&ers%s obr%s p%r% d%r %mpl% publicid%de %os ensin%mentosue neles se encontr%m, e, )in%lmente, redi+iu, se+undo os modelos ue tin*% sobseus ol*os, Le Livre de (amille, p%r% ser&ir de modelo e %ssim %u>ili%r os p%is de)%mli% ue uisessem pEr em pr2tic% o ue *%&i% sido pr%tic%do por nossos%ncestr%is. No conse+uir%mos recomend%r su)icientemente % %uisi4o, %leitur% e % medit%4o desse li&ro dos poucos ue podem contribuir +r%ndemente p%r% imprimir noss% socied%de de+ener%d% um no&o impulso emdire4o %o bem.

Limit%r3nos3emos %ui % d%r %l+um%s indic%[email protected] li&ro de r%<o %ssim c*%m%do porue nele se d2 s%tis)%4o %os )il*os e%os )il*os dos )il*os, n%s +er%4@es )utur%s, d% posi4o d% )%mli%, de seus%ntecedentes, de seus tr%b%l*os, d%s idi%s e dos sentimentos ue % +ui%r%m noc%min*o d% &id% e dos costumes ue de&em %sse+ur%r % tr%nsmisso dosmesmos sentimentos e d%s mesm%s &irtudes. le o li%me mor%l entre %s+er%4@es, cu;os elos, +r%4%s % ele, unem3se estreit%mente num% comunid%de deidi%s e de sentimentos.

O li&ro de&e ser di&idido em tr?s p%rtes, correspondentes s tr?s )%ses d%e>ist?nci% d% )%mli%. O p%ss%do, constitudo pel% +ene%lo+i% e pel% *istri% dotronco domstico. O presente, constitudo pelo +o&erno %tu%l. O )uturo,constitudo pelos ensin%mentos dei>%dos pelos p%is e %ncestr%is %os seus )il*os e

&)

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netos. O li&ro de r%<o bem or+%ni<%do contm %ssim um resumo de tudo %uiloue constitui mor%l e m%teri%lmente % )%mli%.

!rimeiro, % +ene%lo+i%: /ue nossos )il*os, di< Andr Le)X&re dUOrmess%n,ue ;2 cit%mos, con*e4%m %ueles dos u%is descender%m de p%i e de me/. !or ue princip%lmente esse con*ecimentoV /!%r% ue se;%m incit%dos % re<%r %(eus por su%s %lm%s e % %ben4o%r % memri% dos ue, com % +r%4% de (eus,*onr%r%m su% c%s% e %duirir%m os bens dos u%is )ruem seus descendentes, eue p%ss%ro s outr%s +er%4@es, se %+r%d% bond%de de meu $ri%dor de d%r p%r% isso Su% ben4o, como o suplico de todo o meu cor%4o/. m outros termos,% +ene%lo+i% d% )%mli% % condi4o primeir% p%r% cri%r e m%nter o esprito de)%mli%.

T%nto u%nto poss&el, um% curt% not% de&e ser ;unt%d% % c%d% nome. Tod%)%mli% de&e tender % ter um% *istri%. O li&ro de r%<o o +u%rdio dess% *istri%.Os li&ros de r%<o public%dos nesses -ltimos tempos mostr%m3nos, %tr%&s dess%scurt%s obser&%4@es, como numeros%s )%mli%s modest%s puder%m, pel% )or4% doscostumes, se perpetu%r dur%nte &2rios sculos n% mesm% re+io, com %s mesm%s

&irtudes. Aps % +ene%lo+i% &em o di2rio. A so sucessi&%mente re+istr%dos os %tos

import%ntes d% )%mli%: n%scimentos, c%s%mentos, mortes, com %s in)orm%4@esue c%d% um desses )%tos comport%. O li&ro imobili2rio, ue recebe cpi% dosttulos de propried%de. O li&ro de cont%s e de ne+cios. A e>posi4o dos mtodosde tr%b%l*o, ue )ornece o meio de mel*or%r % sorte d% )%mli% %tr%&s de um%e>peri?nci% domstic% sempre m%is se+ur%. Tudo isso )%< sobress%ir %os ol*osdos )il*os % )idelid%de com ue seus p%is se condu<ir%m no cumprimento de seusde&eres de est%do, e os incit% % m%nter, m%is t%rde, n% educ%4o de seus prprios)il*os e )il*%s, os bons costumes domsticos ue testemun*%r%m e cu;% lembr%n4%o li&ro de r%<o +u%rd% e tr%nsmite.

 Os ensin%mentos )orm%m um% p%rte distint% %pen%s por e>ce4o.Norm%lmente, idi%s, re)le>@es mor%is, so l%n4%d%s %o l%do d% men4o dos%tos: obser&%4@es e recomend%4@es se+uem % e>posi4o dos )%tos. Tir%3se dos)%tos % oc%sio de di<er %os )il*os: A est2 % &erd%de, % est2 o bem. &it%i t%lerro. Tende cuid%do com ess% )%lt%. sses %&isos, )reentemente )ormul%doscom p%l%&r%s tir%d%s d% S%+r%d% scritur%, so curtos. Sup@e3se ue, dess%)orm%, +r%&em3se mel*or no esprito e entrem m%is %di%nte nos cor%4@es. /u+ost%ri%, di< Antoine de $ouston, c*%m%r esse li&ro: A s%bedori% d% )%mli%. preciso ue ele continue de +er%4o em +er%4o, ue se;% o deposit2rio denossos ?>itos %ssim como de nossos erros, de m%neir% ue, tr%ns)orm%ndo embene)cio dos ue &iro o bem e o m%l dos ue e>istem, ele li+ue tod%s %s

+er%4@es um%s s outr%s e no produ<% seno um% )%mli% sempre &i&%, sempre%nim%d% do mesmo esprito. (o contr2rio, %s +er%4@es se sucedem rod%ndosempre no mesmo crculo de i+nornci% e de erros/.

Moubert e>primi% bem % situ%4o mor%l ue result% d% )%lt% de ensin%mentostr%dicion%is e ue se tornou % noss% situ%4o: /!ouc%s idi%s )i>%s e muit%sidi%s err%ntes, sentimentos muito %rreb%t%dos e nen*um sentimento const%nte,descren4% nos de&eres e con)i%n4% n%s no&id%des, espritos decididos eopini@es )lutu%ntes, %)irm%4o no meio d% d-&id%, con)i%n4% em si mesmo edescon)i%n4% em outrem, % ci?nci% d%s doutrin%s tol%s e % i+nornci% d%sopini@es dos s2bios: t%is so os m%les do sculo. Tendo sido destrudos oscostumes, c%d% u%l in&ent% *2bitos e m%neir%s se+undo su% inclin%4o.

&2

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(eplor2&eis poc%s %uel%s em ue c%d% *omem pes% tudo se+undo seu prpriopeso, e c%min*%, como di< % Bbli%, lu< de su% lmp%d%/.G 

e>%t%mente % ue nos encontr%mos. H%&i%, outror%, em c%d% c%s%, umc%r2ter prprio ue % distin+ui%, e em &irtude do u%l se podi% di<er: "econ*ece3se % um membro de t%l )%mli%. sse c%r2ter *%&i% sido )orm%do pelos%ncestr%is e m%ntido pel% tr%di4o. Isto no e>iste m%is, e eis % conse?nci%:enu%nto &i&er%m %l+uns dos represent%ntes d%s %nti+%s +er%4@es, *%&i%sempre um cl%ro ue ilumin%&% % &id%. %s, medid% ue des%p%recer%m os%ncios, cu;% educ%4o )or% )eit% de tr%di4@es, os ;o&ens se encontr%r%m n%presen4% do &%<io. N%d% l*es rest% % respeito d%s +r%ndes &erd%des ueconstituem % )%mli% e sobre %uel%s ue constituem % socied%de. sses ;o&enstorn%m3se p%is de )%mli% em meio in&%so de um lu>o esp%ntoso e isso sob o+olpe de re&olu4@es %me%4%dor%s, ue %c%b%m de destruir no cor%4o do p%s%s -ltim%s )or4%s d% &id%.

 Aps %s desordens do sculo =I, um% multido de p%is model%res sees)or4%r%m, em seus l%res, em de)ender seus )il*os e seus empre+%dos contr%

o cont2+io do m%l. (est% poc% d%t%m os mel*ores li&ros de r%<o. les )or%mos +ui%s e os sustent2culos d%s nobres )%mli%s ue ilustr%r%m % poc% deHenriue I= e de Lus III.

!udesse ser %ssim nos nossos di%sC No temer2rio esper%r por isso. mdi)erentes cl%sses d% socied%de recome4%3se % compreender % utilid%de, %necessid%de d%s tr%di4@es.

No di% se+uinte %o d% morte de seu p%i, o %nti+o red%tor do -etit >ournal   ,rnest Mudet, publicou n% primeir% p2+in% do 2clair   ess%s )ortes p%l%&r%s:

/M%m%is eu compreendi to bem % )or4% d% tr%di4o, % li4o d%*eredit%ried%de, % c%r+% ue um ser le+% % outro ser s%do de si, e %respons%bilid%de de nosso desen&ol&imento con)orme o esprito d%ueles ue ;2nos )orm%r%m %o nos cri%remC/

$on*ecemos % pro)und% impresso ue c%usou sobre o p-blico % 2tape  de!%ul Bour+et. Lem%tre, (rumont, SourK, B%rrXs, $*%rles %urr%s, etc., etc.,)%<em promo4@es no mesmo sentido.

$*%rles de "ibbe, ue cons%+rou % mel*or p%rte de su% &id% % pesuis%r, %estud%r e % edit%r %s tr%di4@es )%mili%res d% %nti+% Dr%n4%, c*e+% % est%concluso: /"e)or4%do por testemun*os ue no podemos dese;%r m%isprob%ntes e decisi&os, ue nos so )ornecidos pel% *istri% dos l%res modelos,%)irm%mos ue, sempre e em tod% % p%rte, % m%ior som% de bens re%is e slidos)oi possud% de uma maneira est"vel   pel%s )%mli%s ue c%min*%r%m pel%s &i%str%4%d%s pelo prprio (eus &i%s relembr%d%s % c%d% +er%4o pelos li&ros der%<oJ ue apenas  ess%s )%mli%s, %ps se terem ele&%do prosperid%de pelotr%b%l*o e pel% economi%, conse+uir%m,  pela virtude, pelo poder da educação

seriamente cristã,  triun)%r sobre o &cio e %s c%us%s )%t%is de ued% ue %prosperid%de %duirid% no t%rd% % pro&oc%r/.Num li&ro intitul%do ?uelques rélexions sur les lois sociales,  o duue

dUH%rcourt )%< um% obser&%4o sobre % u%l no se c*%m%ri% su)icientemente %%ten4o d%s )%mli%s. D%l%ndo dos sentimentos ntimos d% cl%sse %ristocr2tic% dosculo =III, ele di<: /S%bemos ue % irreli+io %li rein%&%. Os do+m%s er%mesc%rnecidos, as tradiç%es ridiculari5adas. Nos nossos di%s, %o contr2rio, osrepresent%ntes dess%s mesm%s )%mli%s so, em +er%l, reli+iosos/. le per+unt%como se produ<iu ess% mud%n4%. /Doi &isto, no )im do sculo p%ss%do, um+r%nde n-mero de indi&duos ue, por dio "e&olu4o, ten*%m mud%do seussentimentosV No. T%mbm no )or%m os )il*os educ%dos pelos espritos )ortesue ti&er%m espont%ne%mente sentimentos piedosos, e>%t%mente opostos %os de

=  !ensées de ?oubert.  :ivro L9@.

&3

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seus p%is &imo3los, m%s muito r%r%mente. ss% tr%ns)orm%4o se e>plic% muiton%tur%lmente pel% S#!"SS6O #AS $O!LTA da descend9ncia cética doséculo passado$  #ITOS ( NZS S TIN'#I"A e para os outros eles se perpetuaram, seja pela minoria que, mesmo na Corte, &avia escapado aocont"!io, seja pelos colaterais obscuros, perdidos no undo das prov#ncias, queali tin&am  $ONS"=A(O, $O AS ANTI'AS T"A(I5S, as idéias reli!iosassem as quais as am#lias não se perpetuam.$ 

!oss% esse memor2&el e>emplo persu%dir %s )%mli%s ue uerem seperpetu%r % rest%belecer entre el%s %s tr%di4@es ue edi)ic%r%m % %nti+%%ristocr%ci%C por esse c%min*o, ue se retome por tod% % p%rte, n%s )%mli%scrists, o uso dos li&ros de r%<o. les ti&er%m prest+io no somente n% Dr%n4%,m%s n% It2li%, n% Su4%, n% Hol%nd%, n% Alem%n*%, n% !olEni% etc. (escobrem3se tr%4os deles um pouco por tod% % p%rte, mesmo no Oriente, sob )orm%sdi&ers%s. #m% institui4o n%scid% espont%ne%mente em t%ntos e to di&ersosp%ses, no pode ser seno um% institui4o inspir%d% pel% prpri% n%ture<%, oumel*or, pelo Autor de noss% n%ture<%. T?3l% %b%ndon%do ter3nos32 sido

e>trem%mente )unesto retom23l% no nos seri% menos )%&or2&el.

&#

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CAPÍTULO + 

A&TORIDADE DO PAI SANTIDADE DA M'EC&LTO DOS ANTEPASSADOS

 

)uis *lius !uem non corripit pater41  %D H%ER. &II, 8.

#upra modum mater mirabilis, et bonorummemoria digna, singulos *lios hortabatur, repleta

sapientia.1.a

 II 0%CH., (II, ;<.

)ui timet Dominum honorat parentes.1.b

 

ECC'I, III, :.

  A perm%n?nci% do l%r )%mili%r e % m%nuten4o do li&ro de r%<o so, por %ssim

di<er, os sustent2culos e>teriores d% )%mli%. O ue est2 no seu m%+o, o princpiode &id%, % %utorid%de do p%i, % s%ntid%de d% me e o culto dos %ntep%ss%dos.

S%bemos o u%nto er% %bsolut% % %utorid%de do p%i de )%mli% em Aten%s eem "om%. M2 o dissemos, o p%i, entre os seus, er% rei, tin*% % di+nid%de e o

poder d% re%le<%, e esse poder i% %o ponto de conter o direito de &id% e de morte.ntre ns o p%i ;%m%is pronunciou sobre os )il*os % pen% c%pit%l, m%s er% oprimeiro ;ui< deles. Aind% no sculo =III o p%i conser&% o direito de pri&%r seu)il*o d% liberd%de, )osse ele m%ior, )osse ele c%s%do, e o sober%no no *esit%em coloc%r seu poder disposi4o do p%i ;usticeiro. % *istri% dos %&isosre%is.F  sse direito er% %dmitido por todos, mesmo por %ueles ue so)ri%m su%s

1 ual é o #ilho a quem seu pai não corrigeW (Jebreus, L@@, ?).1.a Particularmente admirvel e digna de elogios #oi a mãe que encora"ava cada um de seus #ilhos,cheia de sabedoria (@@ Gacabeus, 9@@, 5).1.b uem teme o 8enhor honra seus pais (-clesistico, @@@, ;). $s lettres de cachet, literalmente, cartas com o selo, sinete ou lacre real, eram documentos dorei que continham ordem de prisão ou de e+'lio, sem "ulgamento. (:e Petit Bobert 1, ictionnaire

alphabétique et analogique de la langue #ranaiseK ictionnaires :- B7I-BT, ParisK Nova edião,revista, corrigida e atuali2ada em 1<<5, p. =. & N. do T.).

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conse?nci%s. A %utorid%de p%tern% er% consider%d% como sendo de um%ess?nci% superior s outr%s, e por isso er% to pro)und%mente respeit%d%. /Oprncipe d2 ordens % seus s-ditos, di< Me%n Bodin, no li&ro em ue ele e>p@e osprincpios de tod% socied%de,G  o mestre %o discpulo, o c%pito %os sold%dos...%s dentre todos esses no *2, e>cetu%do o p%i, nen*um %o u%l % n%ture<% d?%l+um poder de orden%r ue se;% % &erd%deir% im%+em do +r%nde (eus sober%no,p%i uni&ers%l de tod%s %s cois%s/. Im%+ens de (eus sobre % terr%: er%e>%t%mente est% % idi% ue os )il*os tin*%m de seus p%is. ncontr%mos por tod% % p%rte pens%mentos semel*%ntes %o ue se+ue, de tienne !%suier:/(e&emos consider%r nossos p%is como deuses n% terr%, ue nos so d%dos nosomente p%r% nos intermedi%r % &id%, m%s p%r% nos )%<er )eli<es %tr%&s de um%bo% nutri4o e um% s2bi% instru4o/.

So Dr%ncisco de S%les, escre&endo % um% de su%s sobrin*%s, di< % mesm%cois%: /is3&os, pois, ;unto do sen*or &osso p%i, ue ol*%is como um% im%+em do!%i eterno porue ness% u%lid%de ue de&emos *onr% e re&er?nci% uelesdos u%is le se ser&iu p%r% nos produ<ir/.

#m% %utorid%de de c%r2ter to reli+ioso inspir%&% respeito e torn%&% )2cil %obedi?nci%, estimul%&% % %bne+%4o pel% )%mli% e m%ntin*% % concrdi% entre os)il*os.

uebr%d% no sculo =III pel% corrup4o dos costumes, % %utorid%de p%tern%)oi u%se destrud% pel% $on&en4o.

No momento em ue os *omens imbudos do esprito de Me%n3M%cues"ousse%u, ue pretende ue o indi&duo e no % )%mli% se;% % unid%de soci%l,ti&er%m em su%s mos o poder de le+isl%r, %press%r%m3se em %bolir o poder p%terno rel%ti&%mente %os m%iores de &inte e um %nos e em en)r%uec?3lo per%nteos m%is ;o&ens. /A &o< imperios% d% r%<o, procl%m%&% um desses le+isl%dores,se )e< ou&ir. No *2 m%is poder p%terno. #m *omem no de&eri% ter poderesdiretos sobre um outro, %ind% ue )osse seu )il*o/.    A um sculo de distnci%

tn*%mos ou&ido p%l%&r%s eui&%lentes n% tribun%, por oc%sio d% discusso d%sleis sobre % liberd%de de ensino. Assim ue o soci%lismo esti&er no poder tr%ns)orm%r2 esses propsitos em leis. Benot %lon, no li&ro Le Socialisme@nté!ral , di<: 4 importante é abolir radicalmente a autoridade do pai  e seu poder u%se re%l n% )%mli%.  A i!ualdade, com eeito, não ser" pereita senão sob essacondição$ 4s il&os não valem tanto quanto os pais3 -or que dar/l&es ordens3C40 ?2 D@R2@T43 412D@B7C@A 74 0A@S, S20 4 ?2 74 S2 T2R@EALDAD2. 

 A+or%, o p%i est2 di%nte de seus )il*os n% situ%4o em ue est%ri% di%nte deseus s-ditos um sober%no pri&%do dos meios de reprimir % rebelio. A liter%tur%%+e no mesmo sentido d% lei, el% comb%te sem desc%nso % &el*ice e % id%dem%dur% %tr%&s de %sserti&%s ue % r%<o desmente. A prpri% escol%, pelos

con*ecimentos ue o)erece n% ordem d%s cois%s m%teri%is, persu%de os )il*os deue eles t?m um% &erd%deir% superiorid%de sobre seus p%is, os u%is os i+nor%m,e os do3l*es um% espcie de suprem%ci% n% )%mli%.

 Assim, % %utorid%de p%tern% no seno % sombr% do ue el% er% %ntes d%"e&olu4o. Tocue&ille %u+ur%&% isso p%r% % socied%de domstic%: /!enso, di<,ue medid% ue %s leis e os costumes se tornem m%is democr2ticos, %s rel%4@esentre p%is e )il*os torn%r3se3o m%is ntim%s e m%is doces sendo menor %presen4% d% re+r% e d% %utorid%de, m%iores sero % con)i%n4% e % %)ei4o, e mep%rece ue o l%4o n%tur%l se estreit% enu%nto o l%4o soci%l se des%t%/.7 

=  Les Si4 Li$res de la Républi"ue, cap. #@.A

 !ambacérSs.  3oniteur   de = de agosto de 1?<=.F T. @@, =X parte, cap. 9@@@.

&%

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Os )%tos so contr2rios % ess%s pre&is@es, %s u%is, %dem%is, % r%<o nopodi% %dmitir. Ho;e todos deplor%m % ruptur% dos l%4os )%mili%res e su%sconse?nci%s, ue so: o des%p%recimento do respeito e d% obedi?nci% entreos ;o&ens, su% em%ncip%4o, e, como conse?nci%, um% e>trem% corrup4o doscostumes pri&%dos e dos costumes p-blicos en)im, % dec%d?nci% d% r%4% e %socied%de )r%nces% coloc%d% em peri+o. N%s cl%sses in)eriores o m%l se re&el%com cinismo. Le !l%K, no li&ro L)4r!anisation du Travail , tr%< em testemun*o osu%dros pun+entes tr%4%dos por !n%rt, no seu discurso de reentr%d% n% cortede (ou%i, em 187 por Bou+e%u, no seu discurso no Sen%do, em FG de m%r4o

de 181 e por Le+ou&: Les -Fres et les 2nants au G@G Fme$ SiFcle$  u%nto om%l se %+r%&ou %ind% m%is n% -ltim% met%de do sculoC N%s cl%sses superiores,%s %p%r?nci%s so m%is bem m%ntid%s, m%s % re%lid%de no mel*or. Dort%lecid%pelo direito *er%n4%, % ;u&entude se re&olt% )reentemente contr% % disciplin%do l%r el% pretende +o<%r n% ociosid%de e n% libertin%+em % riue<% cri%d% pelotr%b%l*o dos %ntep%ss%dos.

pois sober%n%mente ur+ente rest%ur%r % %utorid%de p%tern%. Nen*um%outr% possui ttulos m%is le+timos, nen*um% outr% to necess2ri%.O poder do p%i o ue, n% ordem n%tur%l, o)erece no m%is %lto +r%u os

c%r%cteres de um% institui4o di&in%. le se cl%ssi)ic% %cim% do poder dosober%no, cu;o p%pel se limit% % diri+ir um% socied%de sobre % u%l ele no poderei&indic%r direitos ue ele teri% %duirido d% n%ture<%: %o p%sso ue % %utorid%de%tribud% %o p%i um% conse?nci% le+tim% dess% di+nid%de n%tur%l, ue % decontinu%r % obr% d% cri%4o, reprodu<indo seres ue t?m o sentimento d% ordemmor%l, e ue podem ser ele&%dos %o con*ecimento e %o %mor de (eus.

"e&estid% de um% le+itimid%de to %lt%, ess% %utorid%de se imp@e pel%necessid%de de %sse+ur%r % e>ist?nci% d% mul*er e dos )il*os, impotentes p%r% seconser&%rem % si mesmos. l% se imp@e %o %mor p%terno, % m%is dur2&el e %

menos e+ost% d%s %)ei4@es *um%n%s, porue o p%i percebe bem ue, sem el%,3l*e imposs&el educ%r os )il*os ue c%rre+%m no cor%4o % m%nc*% ori+in%l.l% se imp@e, en)im, pelo ser&i4o ue el% o)erece socied%de, %o recol*er e %otr%nsmitir, pel% educ%4o, o tesouro d%s &erd%des mor%is e de e>peri?nci%s%cumul%d%s dur%nte os sculos. Assim, % %utorid%de p%tern% )oi por tod% %p%rte, se no o entre ns n% *or% presente, consider%d% como um% d%s b%sesd% ordem soci%l, necess2ri% % todos os po&os e % todos os tempos, como um doselementos in&%ri2&eis d% constitui4o soci%l.

"ibbe di< de Le !l%K ue de tod%s %s %uscult%4@es s u%is ele se dedic%r%no corpo soci%l, de tod%s %s %n2lises ue )i<er% sobre os di&ersos elementos ueconstituem % socied%de, *%&i%m sobress%do % seus ol*os, como conclus@es%bsolut%mente demonstr%d%s pel% e>peri?nci%, ue se %s socied%des se )orm%m

se+undo % im%+em d%s )%mli%s de ue se comp@em, %s )%mli%s so %uilo uedel%s )%<em %s %utorid%des p%tern%s. /(e&ol&endo %o p%i su% %utorid%de,rest%ur%remos, di<i% ele, o ministro de (eus n% ordem tempor%l/. /u%nto m%ispro+redirmos, di<i% %ind%, m%is &eri)ic%remos ser necess2rio de&ol&er )%mli%su% %utonomi%. Nos nossos di%s s podemos e&identemente constituir m%us+o&ernos, com *omens entre+ues %o erro. Noss% s%l&%4o s pode &ir d% -nic%%utorid%de ue, nesse est%do de erro pro)undo, perm%nece, em &irtude d% lein%tur%l, de&ot%d% % seus subordin%dos. A %utorid%de p%tern% obter2 %uilo ueest2 %cim% d%s )or4%s de tod% %utorid%de p-blic%/ 1F de ;ul*o de 18R1J.

 ] %utorid%de do p%i de&e ;unt%r3se % s%ntid%de d% me.

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/Deli< o *omem %o u%l (eus deu um% s%nt% meC/, disse L%m%rtine.  le)oi dos ue ti&er%m ess% )elicid%de, e ;%m%is se c%nsou de recon*ecer % d&id% derecon*ecimento de ue el% er% credor%, /por *%&er obser&%do di%ri%mente opens%mento desse )il*o p%r% &olt23lo p%r% (eus, %ssim como se procur%descobrir % )onte do ri%c*o p%r% diri+i3lo em dire4o %o c%mpo no u%l se dese;%)%<er re)lorescer % rel&% no&%/.R 

u%nt%s outr%s mes imprimir%m pro)und%mente, n% %lm% de seus )il*os, orespeito, o culto, % %dor%4o de (eus, &irtudes d%s u%is el%s er%m p%r% eles,pel% pure<% de su%s &id%s, % im%+em &i&%C /A min*%, di< %ind% o poet%, tin*% %pied%de de um %n;o. A bele<% de seus tr%4os e % s%ntid%de de seuspens%mentos lut%&%m ;unt%s p%r% se re%li<%rem um% pel% outr%/.8 

e, % mul*er crist s%nti)ic% o )il*o *omem )il*%, el% edi)ic% o *omem p%iirm, el% mel*or% o *omem irmo espos%, el% s%nti)ic% o *omem esposo.

/uero )%<er de meu )il*o um s%nto/, di<i% % me de S%nto At%n2sio./il &e<es obri+%do, meu (eusC por nos terdes d%do por me um% s%nt%/,

e>cl%m%&%m por oc%sio d% morte de S%nt% mli%, seus dois )il*os, So B%slio e

So 're+rio N%<i%n<eno./Z meu (eusC de&o tudo min*% me/, di<i% S%nto A+ostin*o.!or recon*ecer ter sido por su% me to pro)und%mente impre+n%do d%

doutrin% de $risto, So 're+rio, o 'r%nde, )e< pint%r su% me, Sl&i%, % seu l%do,tr%;%d% com &este br%nc%, com % mitr% dos doutores, estendendo dois dedos com% mo direit%, como p%r% %ben4o%r, e se+ur%ndo n% mo esuerd% o li&ro dosS%ntos &%n+el*os sob os ol*os de seu )il*o.

uem nos deu So Bern%rdo, uem o )e< to puro, to )orte, to %br%s%dode %mor por (eusV Su% me, Alet*.

%is pr>imo de ns, N%poleo I disse: /O )uturo de um )il*o obr% de su%me/. (%niel Lesueur: /u%ndo se %l+um, muito r%ro ue no se o de&% su% me/. Z meu p%i e min*% me, ue &i&estes to modest%mente, disse

!%steur, % &s de&o tudoCTeus entusi%smos, min*% br%&% me, tu os p%ss%stes p%r% mim. Se sempre%ssociei % +r%nde<% d% ci?nci% +r%nde<% d% p2tri%, porue est%&% impre+n%dodos sentimentos ue me *%&i%s inspir%do. A %l+uns ue o )elicit%&%m de ter tidodesde cedo o +osto pel% pied%de, o s%nto cur% dUArs di<i%: /Aps (eus, obr%de min*% me/.

u%se todos os s%ntos retrocedem %s ori+ens de su% s%ntid%de s su%smes.

l%s &ir%m, em seus )il*os, se+undo o belo pens%mento de L%m%rtine:

> :amartine, ;armonies !oéti"ues,  @@@, <. $pesar dos desvios de sua imaginaão, :amartine sempreguardou a lembrana de uma educaão cristã que sua mãe lhe havia dado. Gais de dois anos antes desua morte, ele se a"oelhou, na semana da Pscoa, na 8anta Gesa ao lado de sua mãe. !omo disse .de GaistreH 8e a mãe se imps o dever de imprimir pro#undamente sobre a #ronte de seu #ilho ocarter divino, pode&se estar mais ou menos seguro de que a mão do v'cio "amais o apagarinteiramente.  $ lembrana de uma santa mãe acompanha por toda a parte o homem virtuoso6 72anam, #alandode sua mãe, di2iaH uando sou bom, quando #ao alguma coisa pelos pobres que ela tanto amou,quando estou em pa2 com eus ao ual ela tão bem serviu, ve"o que ela me sorri de longe.$lgumas ve2es, se re2o, creio ouvir sua oraão que acompanha a minha, como #a2'amos "untos, noite, ao pé do cruci#i+o. -n#im, #reqCentemente, quando tenho a #elicidade de comungar, assim queo 8alvador vem me visitar, parece&me que ela 7 segue no meu miservel coraão, como tantas ve2esela 7 seguiu, levado em vitico, a casas de indigentes.?

 <ours amilier de littérature, 1X conversaão, p. <.; @dem.

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  m servidor a mais para servir o Erande/0estre,  m ol&o, uma ra5ão a mais, para con&ec9/Lo,  ma l#n!ua a mais no coro ininito,  -elo qual, de século em século, 2le deve ser bendito  

!odemos %crescent%r: os +r%ndes *omens, t%mbm eles, )or%m )eitos por su%s mes.

O bispo $%stul), num% c%rt% % $%rlos %+no, record%3l*e % lembr%n4% desu% me Bert% e l*e di<: /Z rei, se (eus todo3poderoso &os ele&ou em *onr% eem +lri% %cim% de &ossos contemporneos e de todos os &ossos predecessores,de&ei3o sobretudo s &irtudes de &oss% me/.9 

/ sobre os ;oel*os d% me, disse M. de %istre, ue se )orm% o ue *2 dem%is e>celente no mundo/.

l% no l%r ess% c*%m% respl%ndecente d% u%l )%l% o &%n+el*o, esp%r+indosobre todos % lu< d% ) e os )o+os d% c%rid%de di&in%. $%be % el% )%<er &i&er n%)%mli% o pens%mento d% sober%ni% de (eus, nosso primeiro princpio e nosso

-ltimo )im o pens%mento do %mor e do recon*ecimento ue de&emos ter por Su% in)init% bond%de, o temor de Su% ;usti4%, o esprito de reli+io ue nos une %le, % lei dos costumes c%stos, d% *onestid%de dos %tos e d% sincerid%de d%sp%l%&r%s o pens%mento d% dedic%4o e do m-tuo %u>lio o pens%mento dotr%b%l*o e d% temper%n4%.

u%nt%s )%mli%s c*e+%r%m %ssim, %tr%&s d%s mul*eres, %o m%is %lto +r%ude consider%4o e de prosperid%de, e t%mbm u%nt%s )%mli%s dec%d%s )or%mreer+uid%s por el%sC

No sculo =I, Lus 'on<%+% est%&% s &sper%s de )%lir su% mul*er Henriette de $lX&es tom% o +o&erno do l%r domstico e rest%belece % ordem n%su% %dministr%4o. #m% outr%, Me%nne de Sc*omber+, irm do se+undo dosm%rec*%is desse nome, &eri)ic%ndo % run% de seu m%rido, di<: /=erei eu mesm% e

e>%min%rei todos os nossos ne+cios com cuid%do, se+undo % c%p%cid%de ue(eus me d%r2 p%r% isso, e %ntes de come4%r % tr%b%l*%r nisso, )%rei um% peuen%ele&%4o de meu cor%4o %o sprito S%nto p%r% pedir3L*e o dom do consel*o ed% )or4%, % )im de %+ir com tod% % prud?nci% e )irme<%/. S%nt% Mo%n% de $*%nt%l)oi introdu<id%, por seu c%s%mento, num% c%s% /cu;os ne+cios est%&%m muitocomplic%dos/. $ome4ou, ;2 no di% se+uinte %o de su%s n-pci%s, % rep%r%r o m%l./l% se %costumou % le&%nt%r3se de m%dru+%d% e ;2 *%&i% posto ordem n% c%s%e en&i%do seus empre+%dos %o tr%b%l*o u%ndo seu m%rido se le&%nt%&%.../

Tod%s %s cl%sses %present%m3nos e>emplos semel*%ntes./N% )%mli% oper2ri%, di< Au+ustin $oc*in, % )i+ur% domin%nte % mul*er, %

me tudo depende de su% &irtude e %c%b% por se model%r por el%. Ao m%rido, otr%b%l*o e os +%n*os d% c%s% mul*er os cuid%dos e % dire4o intern% o m%rido

+%n*%, % mul*er economi<% o m%rido nutre os )il*os, % mul*er so<in*% os educ%o m%rido o c*e)e d% )%mli%, % mul*er % unio d% )%mli% o m%rido % *onr% d%)%mli%, % mul*er % ben4o/.

 A )eli< in)lu?nci% d% mul*er crist estende3se bem %lm do l%r domstico./(eus, di< o &isconde de %umi+nK, suscitou entre ns ess%s numeros%s

+er%4@es de mul*eres piedos%s, s u%is ns de&emos nosso c%r2ter n%cion%l,como "om% de&e o seu %os seus +r%ndes pont)ices. le nos deu %s $lotildes e%s B%tildes, %s "%de+ondes e %s Bl%nc*es, %s Is%bel%s e %s Mo%n%s, e, nesses-ltimos sculos, piedos%s r%in*%s di+n%s del%s. As p%stor%s ri&%li<%m com %sprinces%s. A &ir+em de N%nterre e % de =%ucouleurs, 'erm%ine de !ibr%c eBenote du L%us, tod% um% le+io de s%nt%s mul*eres de tod%s %s condi4@es e

< !artul#. #nstructio epistolaris ad <arolum regem. 3igne !atrol. lat.  T. L!9@ c. 1=>=.

&(

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de todos os n&eis, )%<em penetr%r por tod% % p%rte % doce in)lu?nci% de %ri%,seu modelo.

/Assim, enu%nto % s%l&%4o d% It2li% &em, %ntes de tudo, de seus +r%ndes!ont)ices, p%r% ns &em sobretudo do %postol%do d%s mul*eres. No -ltimo sculo=IIIJ, reis e m%+istr%dos, s2bios e mesmo pont)ices, est%&%m %dormecidos m%s%s mul*eres perm%neci%m *eroic%mente )iis. u%ndo os *omens di<i%m:/No con*e4o esse *omem, Seu reino no deste mundoC/, %s mul*eressilencios%mente se+ui%m $risto e seu =i+2rio %t o $%l&2rio.

/(e&emos % noss%s mes e % noss%s irms % ess?nci% de *onr% e dede&ot%mento c%&%l*eiresco ue constitui % &id% d% Dr%n4%. (e&emos3l*es % )c%tlic%. (iscpul%s d% "%in*% dos Apstolos e dos 2rtires, %s mul*eresp%ss%r%m os seus cor%4@es p%r% os cor%4@es de seus )il*os.

/As mul*eres n% Dr%n4% so % %lm% de tod%s %s bo%s obr%s: do Tesouro deSo !edro como d% !rop%+%4o d% D e )oi o sopro de su%s mes e de su%sirms ue le&ou "om% os de)ensores d% S%nt% S. $on*e4o m%is de um ;o&emue est%ri% entre os <u%&os se ti&esse se+uido os dese;os secretos de su% me:

no con*e4o nen*um ue um% me crist ten*% impedido de est%r entre eles.

10

O p%i podi% )r%ue;%r, ;%m%is % me ;%m%is, nem %ntes, nem dur%nte, nemdepois. #m )il*o mutil%do er% seu or+ul*o, e u%ndo, di%nte do c%d2&er do m2rtir,(eus di<i%3l*e no )undo do cor%4o: Teu )il*o est2 comi+o, % +r%tido %p%+%&% su%dor. %is ue o s%n+ue de seu )il*o, el% %m%&% su% +lri%.

/%ri%, modelo del%s, %ri% *%&i% ensin%do % ess%s mes como se s%cri)ic%um )il*o -nico % (eus e I+re;%. /No, di<i% !io I %o n%rr%r ess%s sublimesimol%4@es, % Dr%n4%, ue produ< t%is s%nt%s, no perecer2C/

/N% primeir% &e< ue % *eric% &i-&% de !imod%n &iu o !%p%, no l*e disse:/Z, S%nto !%dre, restitui3me meu m%ridoC/ el% l*e disse: /Z, di<ei3me ue ele est2no cuC/ u%ndo !io I respondeu: /u no re<o m%is por ele/, el% noper+untou m%is n%d% porue el% compreendeu ue el% er% &i-&% de um m2rtir, e

isto l*e b%stou./As mul*eres so % %lm% de tudo u%nto como&eu % Dr%n4%, e, por seuintermdio, o mundo. m $%stel)id%rdo, os <u%&os comb%ti%m sob os ol*os desu%s mes, presentes em seus pens%mentos, e sob os muros do s%ntu2rio onde% "%in*% dos 2rtires +erou o "ei dos 2rtires. Todos, m%rc*%ndo contr% oinimi+o, repeti%m ess% )r%se: /in*% %lm% p%r% (eus, meu cor%4o p%r% min*%me, meu corpo p%r% Lorette/. A *onr% d% b%t%l*% c%n%li<%d% p%r% su%s mes,p%r% %ri%, ue % todos inspirou. $omo os c%&%leiros de outror%, como os&%nde%nos de m%is t%rde, )oi sobre os ;oel*os de su%s mes ue eles%preender%m % morrer por (eus, pel% I+re;% e pel% p2tri%/.

Num belo estudo public%do n% Déense Social  e de 1 de %bril % 1f de %+ostode 190G, sob o ttulo 4 -ro!resso , D%&iXre obser&% ue % ci&ili<%4o modern% se

li+%, por su%s ori+ens, %nti+uid%de +reco3l%tin%. /O &%n+el*o, di< ele, %sdi)erenci%, m%s %s une por c%us% de su%s %)inid%des. ss% %)inid%de pro&m do)%to ue 'rci% e "om%, contr%ri%mente %o ue se p%ss%&% no Oriente, notin*%m e>cludo % mul*er d% &id% soci%l, de sorte ue o +?nio )eminino tin*% tidop%rticip%4o no desen&ol&imento de su%s ci&ili<%4@es, ue, por isso, )or%m m%is%pt%s ue %s ci&ili<%4@es do Oriente p%r% receber o en>erto e&%n+lico/.

Os +ermnicos, u%ndo se est%belecer%m no imprio, le&%r%m consi+o orespeito supersticioso ue tin*%m pel% mul*er. A I+re;% puri)icou esse sentimento,reser&ou p%r% % pure<% dos costumes o primeiro n&el n% estim% dos *omens, e%brindo %ssim sobre o mundo todos os tesouros do cor%4o e d% inteli+?nci% d%mul*er, dobrou os recursos e o c%mpo de %4o do pro+resso.

15 @sto #oi escrito em 1;>, quando os 2uavos ponti#'cios vertiam seu sangue em de#esa da 8anta 8é.

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/Doi d% mul*er, di< D%&iXre, ue %s n%4@es crists receber%m o dom d%pied%de, del%s ue t?m ess% )%culd%de d%s emo4@es comunic%ti&%s ueenternecem %s multid@es, esses s-bitos e irresist&eis despert%res ue s &e<eser+uem os po&os %cim% deles mesmos, de seus interesses comerci%is e de seurepouso, p%r% precipit23los n% &i% d%s %&entur%s sublimes ue constituem %s+r%ndes et%p%s d% Hum%nid%de. ue po&o s%be mel*or disto do ue o nossoVNo )oi somente pelo cor%4o ue % mul*er se %ssociou obr% do pro+resso no)oi somente pelo c%lor e pelo mo&imento ue el% l*e comunicou, ue el% &eio %ele&%r % ci&ili<%4o crist %cim% do ue o mundo tin*% &isto o pro+resso no )oimenos bem ser&ido por su% inteli+?nci%. A inteli+?nci% pront% e instinti&% d%mul*er tem, sobre o mundo mor%l, ol*os cu;% penetr%4o no i+u%l%d% pel%inteli+?nci% m%sculin%... l% culti&% n% )%mli% o senso do bem, el% l*e d2 %compreenso d%s &erd%des primeir%s, el% %s ensin% por seus %tos, por seus ;ul+%mentos, pel%s m%ni)est%4@es de su% estim% e de su% censur%./

H2 bem poucos *omens entre ns ue, de dois sculos % est% d%t%, mesmosem o uerer, no se dei>%r%m enl%4%r pel% "e&olu4o. As mul*eres, %o contr2rio,

t?m o instinto d% &erd%de como o d% c%rid%de. Tod% %post%si%, tod%pusil%nimid%de, tod% )r%ue<% de esprito ou de cor%4o encontr% nel%s ;u<%sin)le>&eis. l%s %m%m % I+re;% e % !2tri%, $risto e Su% e el%s os %m%m m%isdo ue % el%s mesm%s, m%is do ue s riue<%s, m%is do ue % seus prprios)il*os. =imos isto, *2 pouco, em ent%n% e em $%stel)id%rdo. esse %mor l*escon)ere posi4o de ci?nci%. l%s so entre ns o )irme %poio d% socied%de e d%I+re;%. A "e&olu4o s%be3o bem. l% con*ece o n-mero de irmos, de )il*os e dem%ridos preser&%dos, des&i%dos d%s socied%des secret%s por simples oper2ri%s,por simples c%mpones%s. Sem tr+u%, o re&olucion2rio %torment%do por ess%+uerr% )eminin%. (% su%s uei>%s, su%s conspir%4@es p%r% per&erter o cor%4od% mul*er. %s %s mul*eres de Dr%n4% torn%r%m3se %+uerrid%s por cem %nos delut%s incess%ntesC

O esprito de )%mli% en+endr% o ue com muit% r%<o se c*%mou de culto dos%ncestr%is e dele se nutre.

sse culto e>istiu entre %s n%4@es p%+s, m%s lo+o de+enerou. le est2&i&o n%s socied%des crists, e ns o &emos, n% $*in%, constituir u%se tod% %reli+io.

ntre os p%+os, ele no de&e ter consistido, inici%lmente, seno desentimentos de +r%tido: dos )il*os pelo p%i ue os *%&i% educ%do, e d% )%mli%pelo %ntep%ss%do ue *%&i% construdo su% condi4o soci%l, ue l*e tin*% d%do %li4o e o e>emplo d%s &irtudes mor%is em r%<o d%s u%is prosper%r%.

!ouco % pouco, medid% ue se dist%nci%&% % im%+em &ener%d% do)und%dor, el% tom%&% um %specto m%is misterioso e produ<i% nos cor%4@es

sentimentos de um c%r2ter m%is reli+ioso.Lo+o eles se tr%du<ir%m num culto propri%mente dito. O)ereci%m3se %o%ncestr%l s%cri)cios sobre su% tumb%, e di<i%3se3l*e: /(eus oculto, sede3nospropcioC/

 Adem%is, um %lt%r er% er+uido no l%r d% c%s% )%mili%r. $%r&@es ilumin%dos %libril*%&%m noite e di%. les simboli<%&%m % %lm% d% )%mli%, o esprito d% )%mli%recebido dos %ncestr%is e sempre &i&o nel%. In)eli< d% c%s% em ue o br%seiro&iesse % se e>tin+uirC O )o+o no de&i% p%r%r de ueim%r sobre o %lt%r senou%ndo % )%mli% ti&esse perecido inteir%. Br%seiro e>tinto, )%mli% e>tint%, er%me>press@es sinEnim%s.

O cristi%nismo no destruiu n%d% do ue brotou n%tur%lmente d% %lm%*um%n%. %s tudo puri)icou. le uer, %ssim, ue +u%rdemos reli+ios%mente %

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lembr%n4% dos %utores de nossos di%s, ue conser&emos su%s li4@es e seuse>emplos e ue os )%4%mos p%ss%r s +er%4@es se+uintes.

%s, %lm disso, % s%nt% I+re;% uis ue perm%nec?ssemos em comun*ocom nossos %ncestr%is, como o p%i e % me, os irmos e %s irms ue nospreceder%m no mundo superior. l% uer ue re<emos por eles e ue osin&ouemos, ue corr%mos em seu socorro e ue ten*%mos con)i%n4% no deles,sobretudo p%r% nos m%ntermos no c%min*o no u%l eles nos coloc%r%m e pelou%l nos +ui%m.

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CAPÍTULO +I RECONSTIT&I.'O DO CORPO SOCIAL

5unc totum reipublicae corpus robo=...> suiintegritate igebit, tunc optimae compositionisspecie enustabitur, et elegantis pulchritudinisdecorem induet, si singula !uae!ue locum teneant sortita decenter, si +uerit o?ciorum non con+usio,sed distributio.1 

S.CHRYSOST. In Policraticio. Lib. I

m um de seus -ltimos estudos sobre % )%mli%, L% Tour du !in disse commuit% r%<o:

/A )%mli% de&e sempre ser consider%d% como um% entid%de mor%l, econEmic%e soci%l persistente, cu;% perpetu%4o *2 de ser prep%r%d% pel% educ%4o   

prote+id% pel% le+isl%4o    e secund%d% pel% or+%ni<%4o d% socied%de/.F is % &erd%de ue preciso rest%belecer nos espritos, eis o ue preciso

)%<er reentr%r n%s institui4@es, se se uer reconstituir % socied%de sobre su%&erd%deir% b%se.

u%ndo %s )%mli%s )orem %ssim re)orm%d%s n% Dr%n4%, % *ier%rui% soci%l serest%belecer2 por el% mesm%. !el% pr2tic% m%is ou menos per)eit%, m%is ou

menos prolon+%d% d%s &irtudes tr%dicion%is, %s )%mli%s se sobreporo um%s soutr%s. Bem em b%i>o perm%necero %uel%s ue continu%ro % &i&er o di%3%3di%, sem pre&iso p%r% o )uturo %cim%, %uel%s ue s%bero diri+ir seus sentidosp%r% % poup%n4% m%is %lto, %uel%s ue, pel%s poup%n4%s %cumul%d%s, tero%duirido % propried%de superiores % tod%s, %uel%s ue, +o<%ndo d%independ?nci% rel%ti&%mente s necessid%des comuns, ue l*e con)erid% pelosbens ;2 %duiridos, compreendero ue el%s de&em desde lo+o se dedic%r % seusirmos e se cons%+r%r %o bem p-blico.

1 -ntão, revigorado na sua integridade, o bem comum #lorescer por inteiroK então o esplendor da per#eita ordem ser a#ormoseado, e a honestidade revestir&se& de bela per#eião, se cada qual de per si reali2ar dignamente a #unão que lhe #oi destinada, se houver repartião E e não concentraão E 

das obriga%es. (N. do T.).  Association cat(oli"ue, 1F de outubro de 1;<?.

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Spencer tem r%<o u%ndo c%r%cteri<% % %scenso do ser soci%l, %ssim como% do ser indi&idu%l, pel% p%ss%+em d% *omo+eneid%de inde)inid% *etero+eneid%de de)inid%. As di)erentes cl%sses, se+undo %s u%is um%popul%4o se ele&% n%s &i%s do tr%b%l*o e d% poup%n4%, d% ;usti4% e d% *onr%, d%c%rid%de e d% s%ntid%de, no so, bem se &?, est%belecid%s e impost%s%rbitr%ri%mente por um poder e>trnseco s )%mli%s e %os indi&duos, como oueri% )%<er crer % democr%ci%: el%s n%scem do ;o+o d% liberd%de n% m%ss% d%n%4o. l%s come4%m % se desen*%r desde o prprio n%scimento de tod%socied%de, e el%s se %centu%m di% % di% pelo bom ou m%u uso do li&re %rbtrio e doue disso result%. Sempre e por tod% % p%rte, distin+uem3se do popul%c*o os*omens do po&o ue t?m m%is %rdor e perse&er%n4% no tr%b%l*o e m%ismoder%4o n% s%tis)%4o de su%s necessid%des. ntre estes crescem %s )%mli%sn%s u%is %s tr%di4@es de tr%b%l*o e de moder%4o, respeit%d%s e se+uid%sdur%nte &2ri%s +er%4@es, condu<ir%m propried%de. l%s constituem % bur+uesi%. Acim% del%s, % cl%sse d%s ue, no uerendo )ruir de seus bens como e+ost%s,se dedic%m %o bem p-blico.

/Se bem ue % nobre<% )osse, mesmo n% Dr%n4%, o p%trimEnio de %l+um%s)%mli%s, di< Bon%ld, el% er% o ob;eto e o termo dos es)or4os de tod%s %s )%mli%s,pois tod%s de&i%m tender % se enobrecerem, isto , % p%ss%r do est%do pri&%do %oest%do p-blico, porue r%<o2&el e mesmo cristo p%ss%r de um est%do no u%lse est2 ocup%do %pen%s % tr%b%l*%r p%r% si, % um est%do no u%l, desemb%r%4%dod% preocup%4o de %duirir um% )ortun%, &isto como se % sup@e re%li<%d%, o*omem destin%do % servir  os outros, ser&indo o st%do. #m% )%mli%, n% Dr%n4%,s%d% do est%do de in)nci%, e do tempo em ue el% depende de outr%s )%mli%sp%r% su%s primeir%s necessid%des, propun*%3se o enobrecimento como ob;eti&oulterior de seus pro;etos. #m% &e< % c*e+%d%, % se )i>%&%. O indi&duo, semd-&id%, podi% %&%n4%r em +r%u, de tenente torn%r3se m%rec*%l de Dr%n4%, e deconsel*eiro torn%r3se c*%nceler m%s esses +r%us, se no er%m i+u%is, er%m

semel*%ntes %s )un4@es, por serem m%is %br%n+entes, no er%m di)erentes: %)%mli% no podi% receber dess% re%lid%de um c%r2ter di)erente, el% no podi%perd?3lo seno por pre&%ric%4o. Nos +o&ernos popul%res, um% )%mli% no pode%spir%r seno % enriuecer, % enriuecer m%is, mesmo u%ndo opulent%.M%m%is el% recebe um c%r2ter ue % cons%+r% especi%lmente %o ser&i4o dost%do, e mesmo %s )un4@es p-blic%s s u%is o cid%do rico p%ss%+eir%menteele&%do constituem %pen%s um meio p%r% % )%mli% especul%r com m%is pro&eitoem )%&or de su% )ortun%. No se c%p%< de *%rmoni<%r du%s idi%s, u%ndo nose &? % e>trem% di)eren4% ue de&e result%r p%r% o c%r2ter de um po&o e p%r% ossentimentos ue constituem % )or4% ou % )r%ue<% d%s n%4@es dess% disp%rid%detot%l em su%s institui4@es/.G 

 A cl%sse dos ue consider%m o bem p-blico m%is ue o prprio, )oi semprec*%m%d% %ristocr%ci%, % cl%sse dos mel*ores, aristoi , denomin%4o to *onros%u%nto ;ust%. A "e&olu4o )e< dess% p%l%&r% e d% cois% ue el% e>prime umob;eto de *orror: el% tin*% su%s r%<@es p%r% isso e ns temos %s noss%s p%r% nocomp%rtil*%r desse sentimento.

Obser&emos primeir%mente, com Bl%nc de S%int3Bonnet, ue compreendid%em l%to senso, % %ristocr%ci%, num po&o, se comp@e de tod%s %s pesso%s debem, de todos os ue se consider%m ser mel*ores do ue o +rosso d% n%4o.>iste %ristocr%ci% bem no meio do po&o: % ue se )orm% pelo tr%b%l*o, pel%poup%n4%, pelo )reio ue s%be pEr % seus %petites. *2 po&o n%s cl%sses%lt%s: %s )%mli%s ue por seus &cios se de)orm%m, se destrem e torn%m % c%ir n% multido.

=  Législation primiti$e. iscurso preliminar.

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%s o ue +er%lmente se entende por ess% p%l%&r% /%ristocr%ci%/ o con;untod%s )%mli%s ue, por um% lon+% tr%di4o de &irtudes, de nobres sentimentos ede ser&i4os prest%dos %o p%s, se ele&%r%m %o cume d% *ier%rui% soci%l.

 A democr%ci% coloc%3se como %d&ers2ri% dess% %ristocr%ci%. l% se es)or4oup%r% %niuil23l%, e p%r% t%nto con)iscou, )%< um sculo, os direitos %duiridos nossculos precedentes. Ho;e el% uereri% impedi3l% de ren%scer est% % r%<o pel%u%l )%< leis p%r% ue %s )%mli%s3troncos no m%is poss%m se reconstituir, el%sue so %s -nic%s em ue %s tr%di4@es podem se tr%nsmitir e em ue os mritospodem se %cumul%r pelos es)or4os contnuos de um% se?nci% de +er%4@es.%s tir%r %ssim dos *omens o +r%nde estmulo p%r% o bem, no l*es permitir deendere4%r seus ol*%res p%r% o )uturo e de nele &er su% descend?nci% crescer ese ele&%r pelo impulso ue eles tero d%do, %niuil%r de &e< % n%ture<% *um%n%,)i>%r % socied%de n% inrci%, e %o mesmo tempo redu<ir o %+re+%do *um%no condi4o de m%n%d%. A, com e)eito, tod%s %s c%be4%s so i+u%is, % *ier%rui%no poderi% se produ<ir, porue no *2 liberd%de e, conseentemente, mritos,posi4o %duirid% por esses mritos.

%is do ue % %ristocr%ci%, % democr%ci% %d&ers2ri% d% nobre<%.$on)undimos )reentemente %s du%s cois%s el%s so distint%s. A %ristocr%ci%ue e>iste num% n%4o no )orm% necess%ri%mente um% nobre<% no st%do. Anobre<% um% cl%sse ue tem seu lu+%r m%rc%do no +o&erno do p%s. ocon;unto d%s )%mli%s cu;% ele&%4o de sentimentos e posi4o %duirid% por lon+os mritos so recon*ecid%s public%mente pel% Autorid%de sober%n%, ue,cont%ndo com % dedic%4o dess%s )%mli%s, %s empre+% no ser&i4o +r%tuito %op%s.  ss% in&estidur% % nobilit%4o.

 A p%rtir do sculo =, o enobrecimento pelo rei &eio const%ntemente, comodi< um contemporneo de Lus II, /d%r cor%+em e esper%n4% %os d% cl%sse mdi%de c*e+%rem, pr%tic%ndo cois%s &irtuos%s e 2rdu%s, %o dito est%do de nobre<%...

sper%n4% ue )%< com ue c%d% um se con)orme com o seu est%do e no ten*%oc%sio de m%uin%r contr% os outros, s%bendo ue, por meios bons e lcitos,pode %lc%n4%r o est%do de nobre<% e ue se e>pori% %o peri+o se uisesse %c*e+%r por outro c%min*o... A )%cilid%de p%r% isso t%l ue &emos todos os di%s%l+uns d% cl%sse popul%r e numerosos d% cl%sse mdi% subir os de+r%us %t nobre<%/.

#m% obser&%4o ue no de&emos ne+li+enci%r est%: u%ndo o rei torn%nobre bur+ueses enriuecidos ou )uncion2rios, sempre n% u%lid%de desen*ores deste ou d%uele lu+%r, m%rc%ndo %ssim % nobre<% como um% )un4osoci%l, rel%ti&%mente % um determin%do +rupo de *%bit%ntes do reino.

A  No $ncien Bégime, somente a nobre2a devia prestar o servio militar e devia servir a suase+pensas. 7s soldos, sempre m'nimos, eram apenas um complemento. !ada campanha

representava para o o#icial a venda de um campo, comprado por um campon0s. 3oi por isso que noin'cio da Bevoluão a nobre2a estava mais ou menos arruinada e havia quatro milh%es decamponeses proprietrios.  -ssa idéia de que a de#esa nacional pertencia e+clusivamente nobre2a era tão rigorosamenteaplicada que toda ocupaão que pudesse tornar&se impr/pria a esse #im era&lhe proibida. -la não

 podia, sem indignidade, dedicar&se ao comércio ou indústria. *m nobre podia apenas cultivar ou#a2er cultivar suas terrasK mas não podia #a2er senão isso, porque devia, durante toda sua vida,manter&se disposião do Bei, como soldado ou o#icial.  -sse sistema, aplicado durante longas gera%es, teve o e#eito de desenvolver a um pontoe+traordinrio, por atavismo, na nobre2a #rancesa, as qualidades militares.  Pode&se di2er que a nobre2a continuou a ser recrutada para o e+ército e que ho"e a grande maioriados o#iciais, mesmo não titulados, #a2em parte da nobre2aH cada ve2 mais, com e#eito, #am'lias seespeciali2am na pro#issão militarK e, no $ncien Bégime, todas essas #am'lias seriam enobrecidas

depois de um longo per'odo de tempoH quatro gera%es de o#iciais con#eriam a nobre2a de o#'cioK equase sempre a nobilitaão se produ2ia antes da quarta geraão por causa dos #eitos de guerra.

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D%mli%s &erd%deir%mente %ristocr2tic%s podem no ser enobrecid%s, e o reipode, por %buso, nobilit%r )%mli%s ue no se enobrecer%m por si mesm%s.

/No necess2rio crer, di< de %istre, se uisermos e>primir3nos come>%tido, ue os sober%nos podem nobilitar   . H2 )%mli%s no&%s ue se l%n4%mpouco % pouco n% %dministr%4o do st%do, ue se desemb%r%4%m d% i+u%ld%dede um% m%neir% not2&el, e se ele&%m dentre %s outr%s como %s 2r&oresres+u%rd%d%s n% m%t% destin%d% %o corte. Os sober%nos podem s%ncion%r ess%snobilit%4@es n%tur%is % isso se limit% o seu poder. Se eles contr%ri%m umn-mero +r%nde dem%is dess%s nobilit%4@es, ou se eles se permitem de le&%r seus plenos poderes  lon+e dem%is, tr%b%l*%m p%r% % destrui4o de seus st%dos. A)%ls% nobre<% )oi um% d%s +r%ndes c*%+%s d% Dr%n4%/. 7 

No momento no e>iste m%is nobre<% n% Dr%n4%, pelo menos enu%ntocl%sse soci%l. l% se reconstituir2. o se+redo de (eus, dos %contecimentos edo tempo. permitido % esse respeito dese;%r e %poi%r esse dese;o com %obser&%4o de ue % nobre<% bril*ou em tod% % Anti+uid%de, ue el% re%p%receucom m%is bril*o do ue nunc% entre os po&os modernos, ue n% Dr%n4% el%

&i&eu u%tor<e sculos e ue )oi % +lri% do nosso p%s, ue el% construiu %+r%nde<% do p%s dur%nte mil %nos, %o p%sso ue % democr%ci% o colocou noest%do em ue o &emos.

T%ine, no primeiro &olume de su% obr% sobre % "e&olu4o, l%mentou odes%p%recimento d% nobre<%. /'r%4%s su% )ortun% e su% posi4o, o *omemdess% cl%sse est2 %cim% d%s necessid%des e d%s tent%4@es &ul+%res. le podeser&ir +r%tuit%mente ele no tem ue se preocup%r com din*eiro, em pro&er %snecessid%des de su% )%mli%, em construir seu c%min*o. le pode se+uir su%scon&ic4@es, resistir opinio estridente e m%ls, ser o ser&idor le%l e no o &il%dul%dor do p-blico. $onseentemente, enu%nto ue n%s cl%sses mdi%s ouin)eriores, o princip%l impulsor o interesse, p%r% ele o +r%nde motor o or+ul*oor%, entre os sentimentos pro)undos do *omem, no *2 outro ue se;% m%is

prprio em se tr%ns)orm%r em probid%de, p%triotismo e consci?nci% porue o*omem %lti&o tem necessid%de de seu prprio respeito, e p%r% obt?3lo ele indu<ido % merec?3lo. Sob todos esses pontos de &ist%, comp%r%i % /+entrK/ e %nobre<% in+les%s %os  pol#ticos dos st%dos #nidos/.  m se+uid%, T%ine mostr%como % educ%4o d%d% %o nobre, o meio no u%l ele se encontr%, su%s rel%4@es, ocon*ecimento ue %duire sobre os *omens e %s cois%s l*e permitem, se bemdot%do, ser um *omem de st%do %ntes dos trint% %nos.

Leo III, o !%p% ue nossos democr%t%s t?m % %ud2ci% de %present%r como o inspir%dor de su%s bel%s doutrin%s, recebendo o p%trici%do rom%no no m?sde ;%neiro de 189R, di<i%:

/Noss% c%rid%de no )%< nem de&e )%<er %cep4o de pesso% m%s el% no

ser2 p%ss&el de repreenso se p@e em &s su% compl%c?nci%,  precisamente emvista da posição social que vos oi assinada   por um )%to %p%rentemente )ortuito,m%s, em &erd%de,  por uma clemente disposição do Céu  . $omo recus%r um%de)er?nci% p%rticul%r %o bril*o do nome, % p%rtir do momento em ue o di&ino"edentor mostrou, n% pr2tic%, de o ter em estim%C $erto, em su% pere+rin%4oterrestre le %dotou % pobre<% e ;%m%is % riue<% como comp%n*i% noobst%nte, 2le quis nascer da estirpe real  .

F <onsidérations sur la France, p.A<.> $s classes ricas de uma sociedade não podem cumprir seu dever social senão quando o -stadotorna&lhes poss'vel esse cumprimento. 7s homens dessa classe não podem utili2ar sua instruão,

seu tempo dispon'vel, sua #ortuna e sua boa vontade em bene#'cio do -stado senão quando o -stadose presta a isso, como ele #a2ia na 3rana e como ainda #a2 na @nglaterra.

'%

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/No p%r% %dul%r um or+ul*o tolo, ue Ns &os lembr%mos ess%s cois%s,c%ros )il*os m%s sobretudo p%r% &os recon)ort%r n%s obr%s di+n%s de &oss%posi4o. Todo indi&duo, tod% cl%sse de indi&duos tem su%s )un4@es e seu &%lor prprios, e do con;unto de todos ue brot% % *%rmoni% d% socied%de *um%n%.No ent%nto, ine+2&el ue, n%s institui4@es pri&%d%s e p-blic%s, a aristocraciado san!ue  um% )or4% especi%l, como % )ortun%, como o t%lento. Se &ouvessenisso dissonHncia com as disposiç%es da nature5a, tal ato não teria sido, como ooi em todos os tempos, #A (AS LIS O("A(O"AS (OS A$ONT$INTOS H#ANOS. !or isso, ;ul+%ndo con)orme o p%ss%do, no il+ico in)erir ue, quaisquer que sejam as vicissitudes do tempo , um nome ilustreno dei>%r2 ;%m%is de ter %l+um% e)ic2ci% p%r% uem s%be us23lo di+n%mente/.

Leo III terminou seu discurso com ess%s p%l%&r%s: /%ntende os ol*os%bertos p%r% os %contecimentos ue %m%durecem e ;%m%is perc%is de &ist% ueno meio do )ermento crescente d%s concupisc?nci%s popul%res, % )r%nc% econst%nte &irtude entre %s cl%sses m%is ele&%d%s um dos m%is necess2riosmeios de de)es%/.

m ;%neiro de 190G, Leo III di< %ind%: /Se Mesus $risto uis p%ss%r Su%&id% pri&%d% n% obscurid%de de um% *umilde mor%d% e como )il*o de %rteso se,n% Su% &id% p-blic%, %mou &i&er no meio do po&o, )%<endo3l*e o bem de tod%s %sm%neir%s, uis entret%nto n%scer de estirpe re%l, escol*endo %ri% por me, comop%i %doti&o Mos, %mbos descendentes d% estirpe de (%&id. Ho;e, n% )est% deseus espons%is, poder%mos repetir com % I+re;% ess%s bel%s p%l%&r%s: %ri%mostr%3se3nos bril*%nte, s%d% de um% estirpe re%l.

/Assim, % I+re;%, pre+%ndo %os *omens ue todos so )il*os do mesmo !%iceleste, recon*ece como um% condi4o pro&idenci%l d% socied%de *um%n% %distin4o d%s cl%sses por isso el% ensin% ue s o respeito recproco dos direitose dos de&eres, e % c%rid%de m-tu% proporcion%ro o se+redo do ;usto euilbrio,do bem3est%r *onesto, d% &erd%deir% p%< e d% prosperid%de dos po&os/.

m 18RF !io I *%&i% dito o mesm% cois%:/O prprio Mesus $risto %mou % %ristocr%ci%, le t%mbm uis pertencer nobre<% por Seu n%scimento e descender d% estirpe de (%&id/. Lembr%3nos oSober%no !ont)ice ue u%ndo er% %ind% ;o&em um prncipe rom%no L*e *%&i%e>posto /o p%pel d% nobre<% n% socied%de/. /A+or%, di< !io I, escl%recido por um% lon+% e>peri?nci% e pel% lu< do sober%no !onti)ic%do, decl%ro # SSS!"IN$_!IOS S6O ="(A(I"ANT $ATZLI$OS/.R 

$omo, ness%s condi4@es, pEde % Dr%n4% se des)%<er de su% nobre<%V preciso di<er ue % nobre<% se des)e< % si mesm%. A p%rtir do sculo I=, %p%rtir d% "en%scen4%, come4ou % se produ<ir no seu interior um reb%i>%mentomor%l ue prosse+uiu de m%neir% u%se contnu%. $om % c*e+%d% do sculo =IIIno se &i% m%is % nobre<% preenc*er, n% Dr%n4%, os de&eres de um% &erd%deir%

%ristocr%ci% e )oi por ess% r%<o ue % "e&olu4o pEde derrub23l%. /A nobre<%)r%nces%, disse de %istre, no de&e %tribuir seno % el% mesm% tod%s %s su%sdes+r%4%s/.8 

Teri% sido necess2rio recoloc%r n%s %lm%s o %nti+o esprito, % %nti+%dedic%4o. A Dr%n4% teri% ento %ssistido % um% e&olu4o, em lu+%r de so)rer um% re&olu4o. Ad%pt%ndo3se s condi4@es presentes d% socied%de, o %nti+oesprito teri% )eito %&%n4%r pelos c%min*os de um &erd%deiro pro+resso %socied%de ue &emos retroceder. Liber%d% ue est2 %os impulsos d% m%ss%, el%cede u%ntid%de, como o corpo %o m%is )orte peso el% desce os de+r%us d%ci&ili<%4o, el% reentr% n% b%rb2rie.

?

  +iscours de 1.*S.*!. le !ape !ie # , t. @, p. 1.; <onsidérations sur la France, p. 1F1.

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Se %prou&er % (eus des&i%r3nos desse decli&e, no momento em ue sereor+%ni<%r noss% socied%de t%l&e< se perceb% % necessid%de de reconstituir como nobre<% o ue rest%r2 em termos de %ristocr%ci%, isto , de )%mli%s uetero s%bido subtr%ir3se %o cont2+io de todos os m%les ue nos de&or%m. A)onte d% sober%ni% est2 em (eus, m%s o depsito del% no sober%no no pode ser e>ercido inteir%mente %pen%s pelo sober%no todo c*e)e tem necessid%de delu+%res3tenentes. stes de&em ser )uncion2rios sem r%<es, ou *omens cerc%dosde respeito, com um% )ortun% ue l*es +%r%nt% % independ?nci%, % condut% e %c%p%cid%deV A uesto tod% se resume nisso. Se %s )%mli%s ue se%ristocr%ti<%m perm%necem isol%d%s um%s d%s outr%s, se el%s no )orm%m umcorpo ue ten*% recebido um% in&estidur%, no %+iro ;unto %o po&o seno deum% m%neir% indi&idu%l, e, por isso, tod% % %4o soci%l de&er2 &ir do poder, o uerepresent% um +r%nde peri+o de despotismo. A nobre<% constitud% um corpoprotetor p%r% o po&o, rel%ti&%mente %o sober%no, como t%mbm p%r% o sober%no,rel%ti&%mente multido. st% % r%<o pel% u%l tod% n%4o ue uer conser&%r su%s liberd%des de&e ter um% nobre<%, %ssim como todo poder de&e

ter um% nobre<% p%r% possuir %poios.$oloc%ndo3se sob outr% perspecti&%, T%ine disse: /No se pode suprimir %%ristocr%ci% sem peri+o. m tod%s %s socied%des ue e>istir%m *ou&e sempreum n-cleo de )%mli%s cu;% )ortun% e consider%4o so %nti+%s. Suprimid% pel%lei, % %ristocr%ci% se reconstitui n% pr2tic%, e o le+isl%dor pode %pen%s escol*er entre dois sistem%s: %uele ue % dei>% desprote+id%, ou %uele ue l*e propici%lucros %uele ue desser&e o ser&i4o p-blico ou %uele ue % %+lutin% em seu)%&or e ele )ornece e>celentes r%<@es p%r% demonstr%r ue esse -ltimo p%rtido sobe;%mente pre)er&el.

O mel*or +o&erno o ue d2 pleno curso %o desen&ol&imento d% n%ture<%*um%n%, m%ntendo %bert% % entr%d% d% nobre<% bur+uesi% pel%s nobilit%4@esle+tim%s, e % entr%d% d% bur+uesi% %bert% %o po&o por institutos ue )%&ore4%m

% )orm%4o do c%pit%l e cons%+rem seus direitos./Se *ou&esse no c%mpo e em c%d% cid%de<in*%, di< Bon%ld, um% )%mli% u%l um% )ortun% consider2&el, rel%ti&%mente de seu &i<in*o, %sse+ur%sse um%e>ist?nci% independente de especul%4@es e de s%l2rios, e ess% espcie deconsider%4o de ue +o<%m ;unto %os *%bit%ntes rur%is % %nti+uid%de e %e>tenso d%s propried%des territori%is um% )%mli% ue ti&esse simult%ne%mente,no seu e>terior % di+nid%de, e n% &id% pri&%d% muit% modsti% e simplicid%de ue,submiss% s leis se&er%s d% *onr%, desse o e>emplo de tod%s %s &irtudes ou detodo o decoro ue %li%sse s despes%s necess2ri%s do seu est%do e % umconsumo indispens2&el, ue ;2 um% &%nt%+em p%r% o po&o, ess% bene)ic?nci%di2ri% ue, no c%mpo, um% necessid%de, se ue no constitui um% &irtudeum% )%mli% ue esti&esse unic%mente ocup%d% com os de&eres d% &id% p-blic%,

ou e>clusi&%mente dispon&el p%r% o ser&i4o do st%do pensemos no ue noresult%ri% de &%nt%+ens, p%r% % mor%l e o bem3est%r dos po&os, dess%institui4o ue, sob um% )orm% ou outr%, to dur%dour%mente tem e>istido n%urop%, m%ntid% pelos costumes, e u%l s )%lt% o re+ul%mento d%s leisV/9 

/ss%s %utorid%des soci%is, di< Le !l%K, resol&em cert%mente o +r%ndeproblem%, ue consiste em )%<er rein%r % p%< p-blic% sem o recurso d% )or4%.!%r% %lc%n4%r esse ob;eti&o, tod%s el%s empre+%m os mesmos meios: do o bome>emplo su% loc%lid%de, inspir%ndo % seus ser&idores, oper2rios e &i<in*os orespeito e % %)ei4o. u%ndo el%s %+em com tod% % liberd%de, el%s cri%msocied%des est2&eis e prsper%s m%s u%ndo so p%r%lis%d%s pelos +o&ernos e

<  !ensées de Bonald .

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pel%s constitui4@es escrit%s, el%s no podem m%is con;ur%r nem %s re&olu4@es,nem %s dec%d?nci%s/.10 

No presente momento % n%4o )r%nces% no m%is, propri%mente )%l%ndo,um% socied%de, porue no se encontr% m%is nel% % or+%ni<%4o soci%l ue, emtod%s %s ci&ili<%4@es, )e< de um% multido um% socied%de. A m%ss% %ind%m%ntid% em um% cert% coeso pel% m%l*% dos )uncion2rios ue % cerc% por todosos l%dos m%s % &id% se es&%i, e no *2 pesso% ue no este;% %ssust%d% comos sin%is de morte ue se multiplic%r%m nesses -ltimos %nos, em tod% % ordem decois%s.

o cor%4o ue morre por -ltimo, e o cor%4o d% Dr%n4% % elite de seus)il*os, compostos de todos os ue +u%rd%r%m %l+um% cois% do esprito dos%nti+os.

O cor%4o o clero, p%dres secul%res e reli+iosos, ue no se dei>%r%m+%n*%r pelo esprito do sculo, ue conser&%m % doutrin% e % %present%m n% su%pure<%, e ue pre+%m % s%ntid%de t%nto pelo e>emplo u%nto pel% p%l%&r%. l%s

so do clero, do bom uin*o do Sen*or, ess%s mul*eres %dmir2&eis ue,cons%+r%ndo3se % le, se coloc%r%m % ser&i4o de Su%s cri%tur%s des%mp%r%d%s,%s m%is necessit%d%s e %s m%is so)redor%s.

sse cor%4o est% p%rte d% nobre<%, ue perm%neceu )iel ), %osprincpios de *onr% e %os sentimentos d% c%rid%de crist.

sse cor%4o % bur+uesi% &irtuos%: ess% p%rte do e>rcito e d%m%+istr%tur%, d% ind-stri% e do comrcio ue perm%nece unid% de esprito e decor%4o %o c%tolicismo, ue +u%rd% su% %lm% %bert% %os +r%ndes sentimentos,)ec*%d% %o ceticismo e cupide<.

ness% elite ue % socied%de pode %tu%lmente ter esper%n4%, dessecor%4o ue % &id% retom%r2 posse de todo o corpo, se ele se mostr%r su)icientemente &i+oroso p%r% en&i%r com mo&imento contnuo, por todo o

or+%nismo, o s%n+ue puro e &i&i)ic%nte cu;os restos ele conser&ou. u%ntoses)or4os so )eitos p%r% p%r%lis23lo e mesmo corromp?3loCIdi%s re&olucion2ri%s, %o menos por seus princpios, insinu%r%m3se no clero

% prete>to de pied%de pelo po&o e de %mor pel% ;usti4% e outr%s idi%s, m%isr%dic%lmente opost%s D crist, )or%m3l*e %present%d%s sob o m%nto de um%ci?nci% sedutor%.

(e outr% p%rte, com in)%ti+2&el perse&er%n4%, ue continuou %o lon+o detodo um sculo, o clero &iu serem3l*e suprimidos, um %ps outro, todos os meiosde %4o, nestes compreendidos %t, p%r% os m%is )iis %o de&er, o po do corponecess2rio %ti&id%de d% %lm%.

Sedu4@es de um outro +?nero constituem o est%do de stio d% nobre<%: %s dopr%<er e %s d% %+iot%+em p%r% %b%stecer o pr%<er.

Os milit%res e os m%+istr%dos &?em3se en&ol&idos por um% rede de espi@es ede del%tores, ue no l*es dei>%m outr% liberd%de ue no % de e>ecut%r %sordens d% )r%nco3m%4on%ri%.

 A ind-stri% e o comrcio periclit%m, tod%s %s )ortun%s esto %me%4%d%s, e,com %s )ortun%s, c%em %s situ%4@es de onde podem em%n%r sobre o po&o %ss%lut%res in)lu?nci%s.

no ent%nto, %pes%r de todos os entr%&es e de tod%s %s perse+ui4@es,%pes%r mesmo d%s de)ec4@es e dos desencor%;%mentos ue so prprios d%sperse+ui4@es, preciso, m%is necess2rio do ue nunc% ue % elite sem%nten*% e %;%. ue %;% primeir%mente sobre si mesm%, c%d% um se es)or4%ndop%r% torn%r3se mel*or depois sobre seu crculo de con&i&?nci%: o p%dre n%

15  Réorme Sociale, cap. :L@9.

'(

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p%rui%, o p%i n% su% )%mli%, o p%tro n% su% o)icin%, o c%pito n% su%comp%n*i%, c%d% um sobre todos os ue ele pode %tin+ir, % )im de desen&ol&er on-cleo de %ristocr%ci% ue (eus, no dese;%ndo ue so)r?ssemos % sorte deSodom% e 'omorr%,11  nos dei>ou.

ue o p%i de )%mli% se lembre de ue % ued% pes% sempre sobre os )il*osdos *omens, e ue use d% %utorid%de com ue (eus o in&estiu p%r% reenc%min*%r %s %lm%s, disciplin23l%s e educ23l%s. ue ele condu<% seus ol*%res p%r% %lmdos ber4os ue o cerc%m, e ue )%4% tudo o ue esti&er no seu poder p%r%perpetu%r seu esprito n% su% descend?nci%, to lon+e u%nto el% &2.

, d% mesm% )orm%, ue todos os ue % !ro&id?nci% colocou em posi4o dedest%ue, por pouco ele&%d% ue se;%, pon*%m tod% % su% %lm% e tod%s %s su%s)or4%s em )%<er descer % &erd%de e o bem sobre os ue eles &?em m%is %b%i>o.Doi por isso ue (eus criou %s %ltur%s: p%r% ue el%s receb%m dle, com %)in%lid%de de ue %s derr%mem nos &%les, os dons de Su% in)init% Bond%de. dl% ue pro&m todo o bem, m%s le uer c%n%is. Deli<es %ueles %os u%is leconcede ess% *onr%. /O princpio d% *ier%rui%, di< So (enis, o Areop%+it%, no

tr%t%do d% 'iérarc&ie 2cclésiastique,

1F

  % Trind%de, )onte de &id%, bond%deessenci%l, c%us% -nic% de tudo, e ue, n% e)uso do seu %mor, comunicou %tod%s %s cois%s o ser e % per)ei4o/. N% 'iérarc&ie Céleste  seu pens%mento secomplet% dest% m%neir%: /A ordem *ier2ruic% import% em ue uns se;%mpuri)ic%dos e ue outros puri)iuem ue uns se;%m ilumin%dos e ue outrosiluminem ue uns se;%m %per)ei4o%dos e ue outros %per)ei4oem, e ue %ssimc%d% u%l ten*% seu modo de imit%r % (eus/.

 Aueles %os u%is (eus deu % lu<, t?m o de&er de di)undi3l% %ueles ue, por Su% +r%4%, +u%rd%r%m % pure<% de costumes, t?m o de&er de tr%b%l*%r p%r%prop%+23l% %ueles ue, em u%luer ordem ue se;%, ten*%m c*e+%do per)ei4o, de&em %;ud%r seus irmos % %lc%n423l%. Isto imit%r % (eus, imit23Lono m%is nobre de Seus %tributos, % Bond%de, % u%l, di<i% S%nto Tom2s de

 Auino, di)usi&% do ue nel% se contm.$%be %o po&o imit%r ess% bond%de n%s )%mli%s, %o nobre n%s su%s terr%s, %oindustri%l n%s su%s )2bric%s, %o p%dre no seu %prisco.

Num% discusso *%&id% em 188, n% Ac%demi% de $i?nci%s, sobre % uestosoci%l, "%&%isson indicou % solu4o nesses termos: /ue %s cl%sses superioresreno&em, e se poss&el com m%is )or4%, % tr%di4o d% %nti+% +enerosid%de, d% u%ls%iu p%r% todos os lu+%res, m%s t%l&e< m%is n% Dr%n4% do ue %l*ures, tudo oue se )e< de +r%nde: &er3se32 brot%r dess% re)orm% um% socied%de unid% e, por conse+uinte, dur2&el. N% min*% opinio, % -nic% solu4o ue pode ser d%d% %oue se c*%m% uesto oper2ri%, e m%is +eneric%mente uesto soci%l, um%re)orm% mor%l ue rest%beleceri% % reciprocid%de d% dedic%4o e dos ser&i4os,re)orm% de ue de&e result%r um% no&% educ%4o d%d% n%4o, educ%4o cu;o

empreendimento pertence s cl%sses superiores, m%s come4%ndo por el%smesm%s/.1G O +r%nde erro dos democr%t%s ue t?m &erd%deir%mente no cor%4o pied%de

do po&o, o de uerer educ%r todos os *omens %o mesmo tempo, %tr%&s dere+r%s e de leis. Isto ;%m%is se pEde )%<er. A )or4% do *omem est2 n% su% %lm%,%s leis so %pen%s um )reio, um li%me e>terior, inc%p%< de estimul%r % &id%. A&id% &em de (eus. Os primeiros % %pro&eit%rem os bene)cios d% "eden4o e d%ci&ili<%4o de&em estender % mo %os outros, %;ud23los % se+ui3l%s, condu<i3lospouco % pouco em dire4o %o bem: /ue o primeiro dentre &s se;% o ser&idor de

11 @sa'as, @, <.1

 !ap. @.1= Na Réorme Sociale , 1] de "unho de 1;;>.

(*

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todos/.1  ss% &i% se+ur%mente menos r2pid% ue % d% le+isl%4o, m%s somenteel% pode condu<ir %o ob;eti&o. O ob;eti&o % ele&%4o de todos, % e>tenso d%scl%sses superiores tod% % n%4o pel% dil%t%4o d%s %ristocr%ci%s, pel%+ener%li<%4o do c%pit%l d%s &irtudes ue o cri%m. preciso c*%m%r isso de/democr%ci%/V &identemente no, pois o po&o c*%m%do % )%<er p%rte d%%ristocr%ci%, e %ssim no pode ser escl%recido ou socorrido seno pelos ue ;2c*e+%r%m % ser mel*ores, em um% p%l%&r%, pel% %ristocr%ci%.

 

1A Gateus, LL, ?.

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CAPÍTULO +II A FRAN.A# S&AS ORI3ENS E S&A MISS'O#

 

Ego tuli te de pascuis ut esses du super  populum meum, +eci!ue tibi nomen grande. Et  ponam locum populo meo et plantabo eum.#uscitabo semen tuum post te, et *rmabo regnune"us, et stabiliam thronum regnis e"us insempiternum. Ego ero ei in patrem, et ipse erit mihiin *lium. )ui si ini!ue ali!uid gesserit, arguam eum

in irgam irorum et in plagis *liorum hominum.0isericordiam autem meam non au+eram ab eo.1 

II RE3., (II, :71@.

 

Tu, 8 >eov", reinas eternamente=Teu trono subsiste de !eração em !eração$-or que nos esquecerias para sempre,7os abandonarias por toda a duração de nossos dias3(a5/nos retornar a Ti, 8 >eov" e n8s retornaremos=D/74S 74*A027T2 D@AS C404 A?2L2S D2 4TR4RA$I  

Os di%s de outror%C recordemo3los. "eno&emos em nossos cor%4@es, numesprito de recon*ecimento e de or%4o, % lembr%n4% d%s misericrdi%s ue (eusm%ni)estou por ns desde noss%s ori+ens.

co d% tr%di4o conser&%d% por Hincm%r, Surius, %rlot e outros, B%ronius%ssim )%< o rel%to dess%s ori+ens:

1  -u te tirei das pastagens onde apascentavas tuas ovelhas para #a2er de ti o che#e de Geu povo de@srael e #i2 o teu nome comparvel ao dos grandes da terra. Preparei um lugar para o Geu povo de@srael e coloquei&o nele. 8uscitarei depois de ti a tua posteridade e consolidarei o seu reino, e #irmarei

 para sempre o seu trono real. 8erei para ele um pai e ele ser para Gim um #ilho. 8e ele cometer alguma #alta, castig&lo&ei coma vara de homens e com aoites de homens, mas não lhe retirarei aGinha graa. ( Bs. ^ 8am._, ?, ;&1F).

  7raão de eremias, no #im de suas Lamenta%Ces .

(3

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/N% c%pel% do p%l2cio dedic%do % So !edro, est%&%m sent%dos So "emi,$l&is e S%nt% $lotilde, rode%dos de clri+os ue *%&i%m %comp%n*%do o!ont)ice, e dos o)ici%is do "ei e d% "%in*%. O prel%do tr%nsmiti% %o "eiensin%mentos s%lut%res e l*e inculc%&% os m%nd%mentos e&%n+licos. !%r%con)irm%r % prdic% do s%nto bispo, (eus uis mostr%r &isi&elmente o ue le di< %todos os )iis: Uu%ndo dois ou tr?s esto reunidos em eu nome, u estou nomeio delesU.

/Subit%mente, com e)eito, um% %bund%nte lu<, m%is bril*%nte do ue % do sol,enc*eu tod% % c%pel% e ou&ir%m3se %o mesmo tempo est%s p%l%&r%s:

/A !A^ STMA $ON=OS$O. SO# #, NA(A TAIS: !"AN$I NO# AO".

/m se+uid%, %ps ess%s p%l%&r%s, % lu< des%p%receu e um odor de um%in%credit2&el su%&id%de per)umou o p%l2cio, p%r% pro&%r com e&id?nci% ue o%utor d% lu<, d% p%< e d% su%&id%de tin*% est%do %li, porue, e>cetu%do o bispo,nen*um dos %ssistentes tin*% podido &?3Lo, posto ue est%&%m o)usc%dos pel%cl%rid%de d% lu<. Seu esplendor penetrou o S%nto !ont)ice, e % lu< ue este

irr%di%&% ilumin%&% o p%l2cio com m%is bril*o do ue os %rc*otes ue o%cl%r%&%m.../#m mil%+re di+no dos tempos %postlicos, p%r% ser&ir3me d%s e>press@es de

Hormisd%s, sucedeu % ess% %p%ri4o, como cont%m Aimoin e Hincm%r, bispo de"eims )%lo d% %mpol% do s%nto crism%, tr%<id% do cu por um% pomb%, e ueser&iu p%r% s%+r%r $l&is e, % seu e>emplo, todos os reis de Dr%n4%, seussucessores/.G 

/Atr%&s desses deslumbr%ntes prod+ios, prosse+ue o +r%nde *istori%dor d%I+re;%, (eus uis m%ni)est%r cl%r%mente de ue peso quantae molis erat J er% %con&erso do rei dos Dr%ncos e de seu po&o/. 

 A mir%culos% con&erso dos )r%ncos se+uiu % do rei. A pedido de So "emi,$l&is )oi )%l%r %os )r%ncos.

/%s %ntes ue ele ti&esse tom%do % p%l%&r%, o poder di&ino tom% % di%nteir%,e todo o po&o e>cl%m% % um% &o<: UNs rec*%4%mos os deuses mort%is, piedosoprncipe est%mos prontos % se+uir o (eus imort%l %nunci%do por "emiU. A ess%notci%, o !ont)ice, c*eio de %le+ri%, orden% se prep%re o b%n*o s%+r%do. Todo otemplo est2 per)um%do por um odor di&ino, e (eus concede %os %ssistentes um%+r%4% to +r%nde ue eles cr?em est%r per)um%dos por odores do cu/.7 

B%ronius %crescent%:/Instrudo %cerc% d% &i% de (eus, o rei entrou com % cor%;os% n%4o dos

)r%ncos pel% port% d% lu< etern%. l% creu em $risto e tornou3se um% n%4o s%nt%,

= -is o que conta JincmarH -stvamos no batistério. 7 clérigo que levava o crisma, embargado pelamultidão, não pde chegar até s #ontes batismaisK ia #altar o crisma. 8ão Bemi ps&se logo em

oraão, e eis que, de repente, uma pomba mais branca do que a neve apareceu, carregando em seu bico uma ampola cheia de um crisma sagrado, que o venervel bispo derramou nas #ontes batismaisKno mesmo instante espalhou&se um odor mais suave que todos os per#umes que se tinham vertido.  Tal era, desde o século @L, a tradião remigiana. Na sagraão de nossos reis, as un%es eram #eitascom um crisma preparado sobre a patena de ouro do clice de 8ão Bemi, ao qual se adicionava umagota do blsamo contido na 8anta `mbula, retirada com a a"uda de uma agulha de ouro.  $ 8anta `mbula #oi quebrada em ; de outubro de 1?<= por Philippe BChl, deputado do Iai+o&Beno, no pedestal da esttua de :u's L9, na Praa BoRale. Gas na véspera do dia em que suadestruião #oi ordenada, 8eraine e Philippe Jourelle, como consta de uma depoimento aut0ntico,retiraram, com a"uda da agulha de ouro, o mais que puderam do blsamo miraculoso, ocultaram&noem papel e o conservaram. -sses #ragmentos permitiram reconstituir a 8anta `mbula, que #oiempregada como outrora para a sagraão de !arlos L.A T. 9@, p. A>A. $no A<<, L9@@@.F

  #bid ., p. A>, LLK edião de 9ene2a.

(#

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um po&o de %uisi4o, % )im de ue nele )osse %nunci%do o poder dAuele ueos c*%mou d%s tre&%s p%r% Su% %dmir2&el lu</.

um% lend%, dir3se32 m%s (eus no pode )%<er prod+iosV No tin*% eler%<o su)iciente de )%<?3lo p%r% cons%+r%r e %list%r em Seu ser&i4o o po&o uele ueri% torn%r Seu br%4o direitoV en)im, como ne+%r um prod+io n%rr%do por +r%&es e s%ntos *istori%dores, implicit%mente %)irm%do pelo testemun*o do!%p% Hormisd%s, ue escre&e % So "emi mencion%ndo ue mil%+res i+u%is %osdos tempos %postlicos produ<ir%m3se n% Dr%n4%, con)irm%dos pel% S%nt% gmbul%e pelo dom de cur%r escr)ul%s, testemun*o por %ssim di<er s%ncion%do peloprprio $risto, ue m%is t%rde c*%m%r2 o rei de Dr%n4% de /)il*o primo+?nito doSeu S%+r%do $or%4o/C

/A p%rtir d%, di< monsen*or !ie, um% +r%nde n%4o, um% outr% tribo de Mud2come4ou no mundo. Os pont)ices de "om%, se+undo os bispos d% '2li%, no seen+%n%r%m % esse respeito. Atr%&s d% obscurid%de pro)und% ue l*es *%&i% todur%dour% e doloros%mente encoberto o mistrio do )uturo, eles lo+o s%ud%r%mo no&o %stro ue se le&%nt%&% no Ocidente e conceber%m press2+ios ue no

er%m en+%nosos/.#m *istori%dor, d%ueles ue so os menos dispostos % &er nos%contecimentos *um%nos % inter&en4o di&in%, T*. L%&%le, i+u%lmente disse:

/A con&erso de $l&is )oi um %contecimento imenso, el% iniciou % +r%nde<%dos Dr%ncos e d% '2li%. (esde esse momento, esse p%s torn%3se o centro doc%tolicismo, d% ci&ili<%4o e do pro+resso. (esde esse momento ele %ssume %m%+istr%tur% do Ocidente, % u%l no dei>%r2 de e>ercer/.

Os p%p%s e os bispos &islumbr%r%m desde os primeiros di%s ess% +lorios%c%rreir% e % pro)eti<%r%m.

O !%p% An%st2cio II escre&eu % $l&is:/Lou&%mos % (eus ue tirou do poder d%s tre&%s um to +r%nde prncipe, A

DI ( !"O=" A I'"MA ( # (DNSO" e o ornou com o elmo d%

s%l&%4o p%r% comb%ter Seus perniciosos %d&ers2rios. $or%+em, pois, c%ro e+lorioso )il*o, % )im de %tr%ir sobre &oss% serenssim% pesso% e sobre &osso reino% prote4o celeste do (eus todo3poderoso ue le ordene % Seus %n;os ue &os+u%rdem em todos os &ossos c%min*os, e &os d? por tod% % p%rte % &itri% sobreos &ossos inimi+os/. 

So "emi, %ntes de morrer, di< B%ronius, inspir%do pelo sprito S%nto, m%neir% dos p%tri%rc%s, deu Dr%n4% um% ben4o consi+n%d% no seu test%mento,con)irm%d% pel% %ssin%tur% dos bispos So =%%st, So d%rd, So LoupJ, cu;ostermos so os se+uintes:

/Se meu Sen*or Mesus $risto di+n%r3se de ou&ir % prece ue )%4o todos osdi%s pel% c%s% re%l, % )im de ue el% perse&ere n% &i% em ue diri+i $l&is !A"A ON'"AN($INTO (A SANTA I'"MA ( (#S, poss%m %s b?n4os ue o

sprito S%nto derr%mou sobre su% c%be4% pel% min*% mo pec%dor%%ument%rem pelo mesmo sprito sobre % c%be4% de seus sucessoresC ue deles%i%m reis e imper%dores ue )%ro % &ont%de do Sen*or %tr%&s do crescimentod% S%nt% I+re;% e ue sero, pelo seu poder, con)irm%dos e )orti)ic%dos n% ;usti4%.!oss%m eles %ument%r c%d% di% seu reino, conser&23lo e merecer rein%r etern%mente com o Sen*or n% Merus%lm celesteC/

S%nto [&ito, bispo de =ien%, ue no tin*% podido %ssistir %o b%tismo de$l&is, escre&eu3l*e t%mbm um% c%rt% /n% u%l no se s%be, di< 'ode)roid \urt*,o ue preciso m%is %dmir%r: % ele&%4o d% lin+u%+em, % ;uste<% d% perspecti&%

>  evemos di2er que a carta do Papa $nastcio @@ a !l/vis, ainda que não traga nenhum carter interno de suposião, (além disso ela é por demais curta para o#erecer muita percepão cr'tica),

deve ser tida como suspeita por causa de sua proveni0ncia. -la é, com e#eito, re#erida pelo sbioérme 9iguier, autor de documentos #abricados (9er <lo$is , por Dode#roid urth).

($

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ou % inspir%4o sublime do pens%mento/: /...(e tod% &oss% %nti+% +ene%lo+i%n%d% uisestes conser&%r %lm de &oss% nobre<%, e dese;%stes ue &oss%descend?nci% come4%sse em &s tod%s %s +lri%s ue orn%m um %lto n%scimento.=ossos %ntep%ss%dos &os prep%r%r%m +r%ndes destinos: &s dese;%stes prep%r%r m%iores p%r% os ue &iri%m %ps &s... !osto ue (eus, +r%4%s % &s, &%i )%<er de &osso po&o inteir%mente o Seu, muito bemC, o)erecei um% p%rte do tesouro de) ue enc*e &osso cor%4o % esses po&os est%belecidos %lm de &s, e ue,&i&endo em su% i+nornci% n%tur%l, no )or%m %ind% corrompidos pel%s doutrin%sper&ers%s o %ri%nismoJ no tem%is em en&i%r3l*es emb%i>%dores e %d&o+%i ;unto % eles % c%us% de (eus, o u%l tudo )e< pel% &oss%/.R  , di< \urt*, opro+r%m% do po&o )r%nco ue est2 %ui )ormul%do. uem, % u%tor<e sculos dedistnci%, &? desenrol%r3se no p%ss%do o p%pel *istrico desse po&o, entoencoberto pel%s tre&%s do )uturo, p%rece ou&ir um &idente de outror% predi<er %misso de um po&o de eleitos. A n%4o )r%nc% )oi enc%rre+%d%, dur%ntesculos, de re%li<%r o pro+r%m% de [&ito: el% le&ou o &%n+el*o %os po&osp%+os, %rm%d% simult%ne%mente com % cru< e % esp%d%, e mereceu ue seus

tr%b%l*os )ossem inscritos n% *istri% sob este ttulo: 'est% (ei per Dr%ncos.

8

  Ao mesmo tempo em ue l*es )oi d%d% por (eus, indic%d% pelo p%p% e pelos

bispos, % misso de serem no mundo os de)ensores d% S%nt% I+re;% )oi con)erid%%os reis dos )r%ncos pelos imper%dores rom%nos.

 Aind% ue e>il%do no Oriente, o imprio rom%no conser&ou dur%nte muitotempo seu prest+io no Ocidente. (e t%l m%neir% ue $l&is no se creu se+urode su%s conuist%s seno u%ndo recebeu do imper%dor An%st2cio o ttulo e %sins+ni%s de p%trcio, cEnsul e %u+usto. m su% %le+ri%, como cont% 're+rio deTours, %o tom%r posse solenemente de su% no&% di+nid%de em S%int3%rtin deTour, ele )e< cun*%r, p%r% distribuir %o po&o, moed%s com % e)+ie de An%st2cio,com est% di&is% no re&erso:

=ictori% Au+usto, "e+i, &iro illustri $lodo&eo.Q =itri% % $l&is, Au+usto, "ei, *omem ilustre.

(esde esse di% $l&is )oi pois i+u%lmente in&estido, em nome do Imper%dor,d% dupl% misso de prote+er % I+re;% e os pobres. desde ento ess% misso )oisempre ol*%d% como % *er%n4% m%is precios% dos sober%nos d% Dr%n4%.$on)erindo o p%trici%do %os reis mero&n+ios, os imper%dores do Oriente l*esdi<i%m:

/$omo no podemos nos desincumbir so<in*os d% c%r+% ue nos impost%,concedemo3&os % *onr% de )%<er ;usti4% s i+re;%s de (eus e %os pobres,record%ndo3&os ue prest%reis cont%s %o Sober%no Mui</.9 

u%ndo, pouco % pouco, os l%4os do Oriente e do Ocidente se romper%m, os!%p%s, em nome /de !edro, presente em "om% n% su% c%rne / e com oconsentimento dos rom%nos, der%m so<in*os esse m%nd%to. 're+rio III in&estiuno p%trici%do $%rlos %rtelo, ttulo ue % morte no l*e permitiu %ceit%r, m%s uep%ssou % !epino e % seus )il*os. isto ue e>plic% por ue r%<o o !%p% )oiconsult%do p%r% % elei4o de !epino %o trono d% Dr%n4%. Tr?s %nos %ps su%s%+r%4o, st?&o l*e escre&i% nestes termos em nome de So !edro e do seu:

/!edro, %pstolo, c*%m%do por Mesus $risto, Dil*o de (eus &i&o, e comi+o %I+re;% c%tlic%, %postlic%, rom%n%, mestr% de tod%s %s outr%s, e st?&o, bispode "om%:

? $. $vitus, Epist., A> (A1).;

 <lo$is,  p. =FF.< 72anam, <i$ilisation <(rétienne.

(%

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/A &s, *omens e>celentssimos, !epino, $%rlos e $%rlom%n, todos os tr?sreis %os bispos, %b%des, duues, condes, % todos os e>rcitos e % todos ospo&os dos )r%ncos.

/u, !edro, por (eus m%nd%do % escl%recer o mundo, escol*idos como meus)il*os %doti&os , % )im de ue de)end%is contr% seus inimi+os % cid%de de "om%, opo&o ue (eus me con)iou e o lu+%r onde repouso se+undo % c%rne . $oncito3&os, pois, % ue liberteis % I+re;% de (eus, ue me )oi recomend%d% do Alto epe4o3&os ur+?nci%, porue l% so)re +r%ndes %)li4@es e opress@es e>trem%s..."o+o3&os e con;uro3&os, como se esti&esse presente di%nte de &s porue,se+undo % promess% recebid% de Nosso Sen*or e "edentor, distin+o o po&o dosDr%ncos dentre tod%s %s n%4@es... mprest%i %os rom%nos, emprest%i % &ossosirmos todo o %poio de &oss%s )or4%s, % )im de ue eu, !edro, cobrindo3&oscom meu p%trocnio neste mundo e no outro, er+% tend%s p%r% &s no reino de(eus/.10 

 Assim, os )r%ncos so irmos dos rom%nos no somente como todos osc%tlicos enu%nto )il*os espiritu%is de !edro, m%s como seus )il*os %doti&os,

como concid%dos, ttulo ue outros !%p%s nos do.%is t%rde, Adri%no escre&i% % $%rlos %+no:/Nestes tempos di)ceis ue so &ossos e meus, % I+re;% de (eus e de So

!edro ser2 ele&%d% m%is %lto ue nunc%, % )im de ue %s n%4@es ue &irem ess%scois%s e>cl%mem: Sen*or, s%l&%i o "ei e %tendei3nos no di% em ue =osin&oc%rmos . !ois eis ue um no&o $onst%ntino, Imper%dor cristi%nssimo,%p%receu entre ns/.11 

Leo III, &inte e cinco %nos m%is t%rde, re%li<%&% ess%s %spir%4@es e coro%&%$%rlos %+no.

No di% de N%t%l do %no 800, enu%nto %ssisti% iss%, o !%p%, sem ue %cerimEni% ti&esse sido %nunci%d%, colocou de impro&iso % coro% imperi%l sobre %

c%be4% do +r%nde mon%rc%, e o re&estiu com o m%nto dos $s%res, sob %s%cl%m%4@es do Sen%do e do po&o rom%nos, ue +rit%r%m por tr?s &e<es: /A$%rlos, pissimo %u+usto coro%do por (eus %o +r%nde e p%c)ico imper%dor dosrom%nos, lon+% &id% e &itri%/.

nto $%rlos %+no prestou este ;ur%mento:/m nome de $risto, eu, $%rlos, me comprometo di%nte de (eus e de S#

 A!ZSTOLO !("O % prote+er e % de)ender ess% s%nt% I+re;% rom%n%, medi%nte%;ud% do Alto, t%nto u%nto souber e puderW. Alm disso, em seu test%mento, o+r%nde imper%dor recomendou, %cim% de tudo , % de)es% d% i+re;% % seus )il*os.

O ue An%st2cio tin*% escrito % $l&is, o ue st?&o escre&eu % !epino,'re+rio I repetiu n% su% c%rt% % So Lus:

 /O Dil*o de (eus, cu;%s leis o mundo inteiro e>ecut%, e cu;os dese;os os

e>rcitos celestes %press%m3se em obedecer, est%beleceu sobre % terr% di&ersosreinos e di&ersos +o&ernos p%r% o cumprimento dos consel*os celestes. %s,como outror% entre %s tribos de Isr%el % tribo de Mud2 recebeu pri&il+ios muitop%rticul%res, %ssim o reino de Dr%n4% )oi distin+uido entre todos os po&os d% terr%por um% prerro+%ti&% de *onr% e de +r%4%.

/(% mesm% )orm% como %uel% tribo ;%m%is imitou %s outr%s n%s su%s%post%si%s, m%s, %o contr2rio, &enceu, em numerosos comb%tes, os in)iis, %ssimo reino de Dr%n4% ;%m%is pEde ser %b%l%do n% su% de&o4o % (eus e I+re;%

15 72anam acompanhou a publicaão desta carta com as seguintes re#le+%esH  $o citar a carta escrita pelo papa -st0vão em nome do ap/stolo 8ão Pedro, limitei&me s

 passagens mais decisivas. $ cr'tica moderna não mais permite considerar esta carta como uma

trapaa religiosa, nem mesmo como uma vã prosopopéia ( Etudes 2ermani"ues, t. @@, p. F5).11 72anam, <i$ilisation <(rétienne.

(&

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 ;%m%is dei>ou perecer no seu seio % liberd%de eclesi2stic% ;%m%is consentiu ue %) crist perdesse su% ener+i% prpri% m%is ue tudo isso, p%r% % conser&%4odesses bens, reis e po&os no *esit%r%m em se e>por % tod%s %s espcies deperi+os e % derr%m%r seu s%n+ue.

/ pois m%ni)esto ue esse reino %ben4o%do por (eus )oi escol*ido pelonosso "edentor p%r% ser o e>ecutor de Su%s &ont%des di&in%s. Mesus $ristotomou3o sob Su% posse, como % um% %l;%&% d% u%l )reentemente tir% )lec*%sescol*id%s, ue l%n4% com % )or4% irresist&el do Seu br%4o, p%r% % prote4o d%liberd%de e d% ) d% I+re;%, o c%sti+o dos mpios e % de)es% d% ;usti4%/. 1F 

 Antes dele, Honrio III c*%m%r% % Dr%n4% de /muro ine>pu+n2&el d%crist%nd%de/ Inoc?ncio III disser%: /Os triun)os d% Dr%n4% so os triun)os d% S Apostlic%/ e Ale>%ndre III: /A Dr%n4% um reino %ben4o%do por (eus, cu;%e>%lt%4o insep%r2&el d% d% S%nt% S/.

!%r% %bre&i%r, c*e+uemos % Leo III, ue resume %ssim noss% *istri%: /Anobilssim% n%4o )r%nces%, pel%s +r%ndes cois%s ue re%li<ou n% p%< e n% +uerr%,%duiriu, rel%ti&%mente I+re;% $%tlic%, mritos e ttulos p%r% um recon*ecimento

imort%l e p%r% um% +lri% ue ;%m%is se e>tin+uir2/. Q /] medid% ue el%pro+redi% n% ) crist, &imo3l% subir +r%du%lmente % ess% +r%nde<% mor%l ue%lc%n4ou como pot?nci% poltic% e milit%r/. Q /m todos os tempos % !ro&id?nci%compr%<eu3se em con)i%r %os br%4os &%lentes d% Dr%n4% % de)es% d% I+re;%, eu%ndo l% % &i% cumprir )ielmente su% misso, no dei>%&% de recompens23l%medi%nte um %umento de +lri% e de prosperid%de. A*C pedimos %o $u cominsist?nci%, poss% % Dr%n4% de *o;e, por su% ) reli+ios%, mostr%r3se di+n% d%Dr%n4% do p%ss%doC !oss% el% perm%necer )iel s +r%ndes tr%di4@es de su%*istri%, e %ssim tr%b%l*%r p%r% su% &erd%deir% +r%nde<%C/1G 

1 :abbe, <ollection des <onciles , t. L@9, p. >>.1=  -nc'clica  1obilissima 2allorum gens. D   -nc'clica  Au milieu des sollicitudes.  E iscurso aos

 peregrinos #ranceses, ; de maio de 1;;1.  E 8e a distinão entre as ci0ncias naturais e as ci0ncias morais, "udiciosa e #ortemente assinalada pelo pro#essor Drasset num célebre livro ( Les Limites de la Biologie , pelo doutor Drasset, 1 volume,$lcan.), deve ser mantida da maneira mais estrita, di2 Paul Iourget, isto não constitui motivo pararenunciar comparaão entre os últimos resultados dessas ci0ncias. Beservamo&nos o direito deassinalar, a prop/sito desses resultados, analogias que adquirem, quando chegam identidade, omais alto valor de veri#icaão. 7ra, conhecemos a doutrina de !laude Iernard sobre a vida, estanutrião dirigidaH $ vida, escreveu ele, é a criaão. 7 que não é essencialmente do dom'nio da vida,o que não pertence nem #'sica, nem qu'mica, nem a nenhuma outra coisa, é a idéia diretri2 dessaevoluão vital... -m todo o germe vivente h uma idéia criadora  que se desenvolve e se mani#esta

 pela organi2aão. urante toda a sua vida, o ser vivente permanece sob a in#lu0ncia dessa mesma or%a $ital criadora , e a morte chega quando ela não pode mais se reali2ar... O sempre a mesmaidéia $ital   que conserva o ser, reconstituindo as partes vivas, desorgani2adas pelo e+erc'cio, oudestru'das pelos acidentes e doenas... (9er a  #ntroduction 9 la 3édecine E4périmentale , edião de

8ertillanges, G. :evé, 1?, rua !assette). -studando, como ele #e2, a hist/ria dos povos em todas ascivili2a%es, o abade Pascal veri#icou com que surpreendente e+atidão essa #/rmula se aplica sgrande2as e s decad0ncias de todos os pa'ses... Godi#icai&lhe alguns termos, a #im de passar daordem da biologia para a ordem da hist/ria. -squecei por um momento a #rase de Iernard e ledeestaH *m povo é uma criaão cont'nua. 7 que é essencialmente do dom'nio desse povo, o que não

 pertence a nenhum outro, é a idéia diretri   que se desenvolve e se mani#esta pela organi2aão.urante toda a sua vida, esse povo permanece sob a in#lu0ncia dessa mesma  or%a nacional criadora,e sua morte chega quando ela não pode mais se reali2ar... O sempre essa idéia nacional   queconserva esse povo, reconstituindo as partes vivas, desorgani2adas pelos abusos, ou destru'das pelosacidentes e+teriores e pelas Bevolu%es... Não h nessa série de a#irma%es uma verdade que nãose"a de e+peri0ncia hist/rica, assim como não havia uma verdade, na série das a#irma%es deIernard, que não #osse de e+peri0ncia biol/gica. O apenas um paralelo, mas de que alcance. Pascalvai medi&lo para n/s.

-sse princ'pio da idéia diretri   domina sua pesquisa com aquilo que ele quali#ica, com Iossuet,de  se"ncia  de nossa hist/ria, sentido de nossa vida nacional, #unão étnica, ele di2, ele, a

('

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 A c%d% reno&%4o de rein%do, % s%+r%4o do rei &in*% sel%r de no&o % %li%n4%)irm%d% entre $risto e % Dr%n4%, to )reentemente re+istr%d% em c%rtrio, por %ssim di<er, pelos sober%nos !ont)ices.

 A s%+r%4o dos reis )oi um pri&il+io reser&%do dur%nte muito tempo Dr%n4%.Nen*um imper%dor rom%no, nem $onst%ntino, nem Teodsio, pediu I+re;%cons%+r%4o reli+ios%. $*e+%do o momento em ue % !ro&id?nci% uis ter n%Dr%n4% reis protetores d% S%nt% S e prop%+%dores d% D c%tlic%, So "emi,como um no&o S%muel, deu % un4o %o )und%dor d% mon%rui% )r%nces%.

Doi %pen%s muito m%is t%rde ue % sp%n*% uis ter, t%mbm el%, o rei un+idocom o Zleo s%nto. A In+l%terr% e depois %s outr%s n%4@es d% urop% e>press%r%mem se+uid% o mesmo dese;o.

%s % s%+r%4o dos reis de Dr%n4% conser&ou um cerimoni%l p%rticul%r. Seri%dem%si%do lon+o reprodu<i3lo, b%st%ndo ue se %ssin%lem seus pontos princip%is.

 Antes de celebr%r % miss% d% s%+r%4o, o prel%do cons%+r%dor lembr%&% %orei seus de&eres:

/$omo *o;e, e>celente prncipe, ireis receber % un4o s%nt% e %s ins+ni%s d%

re%le<% por noss%s mos, e como %ind% ue indi+noJ ocup%mos o lu+%r de $risto,nosso S%l&%dor, bom ue &os %d&irt%mos % respeito d% respons%bilid%de ueireis %ssumir. ss% posi4o ilustre, m%s c*ei% de peri+os, de tr%b%l*os e desolicitudes. $onsider%i ue todo o poder &em do Sen*or (eus, pelo u%l os reisrein%m e os le+isl%dores decret%m %s leis ;ust%s , e ue &s t%mbm d%reis cont%s% (eus do reb%n*o ue &os con)i%do.

/!rimeir%mente +u%rd%i % pied%de, prest%i culto % (eus, &osso Sen*or, comtodo o &osso esprito e com um cor%4o puro. (e)endei const%ntemente contr%todos % reli+io crist e % ) c%tlic% , ue pro)ess%is desde &osso ber4o. "endei%os prel%dos e %os dem%is s%cerdotes % *onr% ue l*es de&id%. Administr%iin&%ri%&elmente % ;usti4%, sem % u%l nen*um% socied%de pode dur%r muito tempo,recompens%ndo os bons e c%sti+%ndo os m%us. (e)endei contr% tod% opresso

%s &i-&%s, os r)os, os pobres, os )r%cos. ostr%i3&os com um% di+nid%de re%l,su%&e, %)2&el, c*ei% de beni+nid%de p%r% com os ue se %pro>imem de &s.$ondu<i3&os de t%l m%neir% ue p%re4%is rein%r no em &osso interesse, m%s nointeresse do po&o inteiro , e %+u%rd%i no d% terr%, m%s do $u, % recompens% de&oss%s bo%s obr%s/.

O prncipe prometi% de)ender % ) c%tlic%, o poder tempor%l d%s i+re;%scon)i%d%s su% +u%rd% e de )%<er ;usti4% % todos.1 

O po&o %ceit%&% ess% promess% e, por seu turno, li+%&%3se % ele.

vocaão da 3rana. -le é cristão. Beconheceis, nessa última palavra sua #é numa Provid0ncia. Gasse ele se ativesse atitude positivista, ao determinismo puramente naturalista, ele não raciocinariade outra maneira. O um dos casos mais notveis do completo acordo entre as institui%es tradicionaise as conclus%es de ordem e+perimental, quando se trata das leis das sociedades. ue um ateu

declarado, ou E posto que o ate'smo não é um estado de esp'rito cient'#ico E que um agn/sticoirredut'vel queira considerar o #enmeno #ranc0s como um simples produto da Nature2a 8ocial, edescobrir que esse produto se caracteri2a pelos dois princ'pios diretores que são o credohereditrio dos tradicionalistas. $ 3rana nasceu e viveu cat/lica e monarquista. 8eu crescimento esua prosperidade estiveram na ra2ão direta do grau em que ela esteve unida sua @gre"a e ao seuBei. Todas as ve2es que, ao contrrio, suas energias #oram e+ercidas contrariamente a essas duasidéias diretries  , a organi2aão nacional #oi pro#undamente, perigosamente perturbada. e ondeesta imperiosa conclusãoH a 3rana não pode dei+ar de ser cat/lica e monrquica, sem dei+ar deser a 3rana E da mesma sorte que um #'gado não pode dei+ar de produ2ir a bile sem dei+ar de ser um #'gado, um estmago de secretar o suco gstrico sem dei+ar de ser um estmago. -ssas simples,essas grosseiras assimila%es são apenas o enunciado de uma lei que domina a meta#'sica maiscomum. 7s #il/so#os cartesianos con#eriram&lhe uma e+pressão, também ela a+iomtica, quandoa#irmaram que todo ser tende a perseverar no seu ser. O o mesmo que di2er que dois mais dois

são quatro e que a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos.

((

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O !ont)ice per+unt%&% %o po&o se ele ueri% se submeter % esse prncipe eobedecer s su%s ordens. Somente %ps % respost% unnime do clero e do po&oo bispo pedi% % ben4o de (eus sobre % c%be4% do prncipe. le l*e de&ol&i% %coro% e % mo d% ;usti4%, retir%d%s de sob o %lt%r, 17 como se l*e )%<i% not%r o%rcebispo )%<i%3o sent%r3se %o trono, di<endo3l*e:

/S? )irme e +u%rd% o st%do ue recebes d% sucesso p%tern% e ue te dele+%do pelo direito *eredit2rio, pel% %utorid%de de (eus todo3poderoso e pel%tr%di4o de todos os Bispos e dos outros ser&idores de (eus ue o medi%dor de(eus e dos *omens te est%bele4% sobre esse trono re%l, medi%dor do clero e dopo&o e ue Nosso Sen*or Mesus $risto, "ei dos reis e Sen*or dos sen*ores, tecon)irme sobre o trono desse reino e te )%4% rein%r com le em seu reino eterno/.

Todo o direito cristo er% e>presso ness%s p%l%&r%s: 1f Q o direito *um%no doprncipe, *eredit2rio Ff Q o direito *um%no do po&o ue %pro&%&% % tr%nsmissod% coro% %o *erdeiro le+timo Gf Q o direito di&ino ue in&esti% o prncipe /pel%%utorid%de de (eus todo3poderoso e pel% tr%di4o dos bispos/ f Q % re%le<%sober%n% e etern% de $risto.

 Ao poder *um%no, ue no &em dl%, m%s ue l% con)irm%, como l%con)irm% o contr%to ue entre si )%<em os esposos, % I+re;% ;unt% %l+um% cois%,como el% ;unt% %o m%trimEnio de direito n%tur%l % +r%4% do s%cr%mento. ss%%l+um% cois% er% um% misso e um dom: % misso ue &imos ser con)erid% pelos!%p%s e pelos imper%dores rom%nos, o dom sobren%tur%l e>posto no ue se+ue.

O "ei de Dr%n4% er% s%+r%do com o S%nto $rism%, o m%is nobre dos S%ntosZleos, %uele ue empre+%do n% s%+r%4o dos bispos. Assim ue outros reispedir%m I+re;% ue t%mbm os s%+r%sse, l% uis %plic%r %pen%s o leo dosc%tec-menos.

O rei er% un+ido primeir%mente n% c%be4%, como o bispo, p%r% mostr%r ue,%ssim como o bispo tem % primeir% di+nid%de no clero, o rei de Dr%n4% tin*% %

preemin?nci% sobre todos os sober%nos. r% un+ido n%s mos, como o s%cerdote,no p%r% o ministrio do %lt%r, m%s p%r% % )or4% % ser e>ercid% contr% os inimi+osd% I+re;% e de seu po&o, e t%mbm, como &eremos, p%r% con)erir3l*e o dom d%cur%. r% un+ido nos ombros /p%r% c%rre+%r o )%rdo dos ne+cios, d% p%< e d%+uerr%/. r% un+ido nos coto&elos /p%r% torn23los in&enc&eis % seus inimi+os/.

 A un4o s%nt% %ssim pr%tic%d% )%<i% o rei.S%bemos ue Mo%n% dUArc c*%m%&% $%rlos =II %pen%s de /+entil del)im/ %ntes

ue el% o ti&esse le&%do s%+r%r em "eims. A un4o s%nt% d%&% Dr%n4% % pesso% do rei, de t%l sorte ue o rei pertenci%

m%is %o p%s do ue % ele mesmo. Aps os st%dos d% I+re;%, % re%le<% d% Dr%n4%er% % m%is desimpedid% dos l%4os terrenos, podemos di<er % m%is espiritu%li<%d%.

1A 8uger di2ia, desde o século L@@H na coroaão, o Bei abandona sua espada, o e+ército secular, ecinge o  gl=dio eclesi=stico  para a punião dos maus. Jistoricamente, di2 Paul Iourget, o Bei,aceitando a investidura da @gre"a, a#irma sua vontade de manter a mais preciosa conquista dacivili2aão romana sobre os brbaros, essa unidade moral, essa  pa4 romana  transmudada para  pa4c(ristiana  por um mistério dessa sublime alquimia impressa por toda a parte no universo, para quemsabe pensar. Gas se o Bei, para dar a seu poder a consagraão religiosa, submetia&se assim @gre"a,a ela se submetia sem que essa @gre"a o obrigasse. -le era sagrado Bei E hereditariamente E,quer di2er, ele se a#irmava como o che#e nacional, por direito de nascimento, de ma outra unidade,a unidade c'vica, separada do mesmo império romano, e assegurada em sua autonomia pelos usos,costumes, por leis espec'#icas.1F  7s que quiseram derrogar esse cerimonial não #oram #eli2es em seu reinado. !arlos Gagnorecebeu a coroa por seu #ilho, :u's, o IonachãoK :u's, o Ionachão, deveria dei+&la cair de suacabea. Napoleão tomou ele pr/prio a coroa e colocou a da imperatri2 sobre a cabea de ose#inaH

ose#ina #oi repudiada algum tempo depois e o poderoso imperador morreu descoroado numa ilha perdida no meio do oceano.

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O rei er% m%is &erd%deir%mente o p%i de seu po&o do ue de seus prprios )il*os.le de&i% s%cri)ic%r estes uele, e ele s%bi% )%<?3lo, como %s l2pides de m2rmorede =ers%l*es testemun*%m. Ou mel*or, seus )il*os no m%is l*e pertenci%m,er%m /os )il*os d% Dr%n4%/.

 A un4o s%nt% con)eri% %o rei um certo c%r2ter de s%ntid%de, no dess%s%ntid%de ue torn% o *omem c%p%< de &er % (eus t%l u%l le nos Seusesplendores eternos, m%s d%uel% ue est%belece rel%4@es p%rticul%res entre(eus e t%l ou u%l de su%s cri%tur%s. Doi S%nto Tom2s de Auino ue %s u%li)icoucom este nome: s%ntid%de.1  ele d2 como pro&% de su% e>ist?nci% o ue%conteceu no b%tismo de $l&is, e o ue (eus tem reno&%do de sculo em sculo%t nossos di%s.

/ncontr%mos, di< ele, um% pro&% dess% SANTI(A( n%s +est%s dos )r%ncose do bem3%&entur%do "emi. ncontr%mo3l% n% S%nt% gmbul% tr%<id% do %lto por um% pomb% p%r% ser&ir n% s%+r%4o de $l&is e de seus sucessores, e nos sin%is,prod+ios e di&ers%s cur%s oper%d%s por eles/ (e "e+. !rinc., II3=IJ.

So Tom2s uer re)erir3se %ui %o poder d%do %os reis de Dr%n4% de cur%r 

escr)ul%s.

1R

  um )%to const%nte, %poi%do pelo testemun*o de um +r%nde n-mero detelo+os, de *istori%dores e de mdicos, ue os reis le+timos de Dr%n4% +o<%r%mdesse pri&il+io. O &ener2&el 'uibert, %b%de do mosteiro de S%int3%rc No+ent3sur3$oucK, n% diocese de L%on, um% d%s lu<es d% Dr%n4% no incio dosculo II, )%l% dess% prerro+%ti&% nestes termos:

/ue direi do mil%+re di2rio18 ue =OS se oper%r por nosso mestre o reiLusV # =I %ueles ue t?m escr)ul%s no pesco4o ou em outr%s p%rtes docorpo, se comprimirem em multido %o redor dele, % )im de ue ele os toc%sse,m%rc%ndo3os com o sin%l d% cru< eu est%&% %o l%do dele e ueri% impedi3los,m%s ele, com su% bond%de n%tur%l, estendi%3l*es %)etuos%mente % mo e )%<i%sobre eles o sin%l d% cru< com muit% *umild%de/. le %crescent% ue o rei Dilipe,

p%i de Lus, *%&i% inici%lmente e>ercido, /com % mesm% )%cilid%de esse +loriosopoder/. /I+noro, %du<, ue tipo de )%lt%s )i<er%m3no perd?3lo/. 'uil*erme deN%n+is cont% ue %o pronunci%r %s p%l%&r%s usu%is: O rei te toc%, o rei te cur%,dit%s p%r% % cur% dos escro)ulosos /%cerc% dos u%is (eus concedeu %os reis deDr%n4% um% +r%4% sin+ul%r/, o rei So Lus tin*% o costume de %;unt%r o sin%l d%cru<, porue dese;%&% ue % cur% )osse %tribud% %o sin%l s%lut%r d% "eden4o. Oue continuou % ser obser&%do d%li p%r% % )rente. st?&o de $ontK, s2bio mon+ede $orbie em 100, n% su% *istri% m%nuscrit% do rei de Dr%n4% di<: /st &erit%suo innumer%bilis sic de *%c in)irmit%te )uerunt s%n%ti per plures re+es Dr%nci%e/.

'ui%rt, o poet%3sold%do, c%nt% %ssim ess%s cur%s:

Somente pelo toueSem empl%stro sob %s roup%s  $ois% ue outros reis no podem )%<er.

1>  $ venervel !atarina de -mmerich, #alando da instituião, na quinta&#eira santa, da santa-ucaristia e dos sacramentos da 7rdem e da -+trema *não, acrescentaH -le (esus) #alou&lhes(aos ap/stolos) de di#erentes un%es, em particular daquelas que se #a2em nos reis para sagr&los, edisse&lhes que mesmo os maus reis que #oram sagrados receberam dessa cerimnia uma virtude

 particular.1? O a 8ão Garcul#e, vulgarmente chamado Garcoul, que os reis de 3rana eram devedores dessemaravilhoso privilégio. -le era bretão, de #am'lia nobreK distribuiu seus bens aos pobres e viveu comoeremita e como missionrio na diocese de !outances. Pediu a !hilbert @ a terra de Nanteuil,

 pr/+ima a essa idade, para ali edi#icar um mosteiro. Gorreu apro+imadamente na metade do

século 9@, no dia 1] de maio.1; -sse poder não estava limitado aos dias da sagraão.

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O mon+e I&es de S%int3(enis dei>ou o rel%to d%s -ltim%s p%l%&r%s de Dilipe, oBelo, moribundo, % seu )il*o primo+?nito: /(i%nte do con)essor, so<in*o,secret%mente, ensinou3l*e como ele de&i% )%<er p%r% toc%r os doentes, e ensinou3l*e %s p%l%&r%s s%nt%s ue tin*% o costume de pronunci%r u%ndo os toc%&%.Semel*%ntemente, disse3l*e ue er% com +r%nde re&er?nci%, s%ntid%de e pure<%ue ele de&i% %ssim toc%r os en)ermos, limpo de consci?nci% e de mos/.

 Andr du L%urens, ue o li&ro de r%<o public%do por $*%rles de "ibbesmostrou dentro d% moldur% de um% )%mli% to *onest% e to crist, sendo primeiromdico de Henriue I=, %present% seu testemun*o nestes termos: /No um%cois% m%r%&il*os%, ue um% doen4% rebelde e )reentes &e<es incur2&el se;%per)eit%mente cur%d% pelo simples toue dos reis cristi%nssimos e por %l+um%sp%l%&r%s pronunci%d%s por su%s boc%sV`19 

Lus I= e Lus = oper%r%m %ind% cur%s de escr)ul%s: % esse propsitorem%nescem numerosos depoimentos. O bolon*?s Loc%telli e um %lemo, o (r.Nemeit<, cont%m ter &isto no Lou&re os doentes %t%c%dos de escr)ul%s

or+%ni<%dos em du%s lon+%s )il%s. Lus I= repous%&% % mo sobre c%d% umdeles di<endo: /(eus te cure/. (epois, ele os %br%4%&%. H%&i% %li s &e<esoitocentos in)eli<es %tin+idos por ess%s doen4%s repu+n%ntes. !%r% c*e+%r %o)im, obser&% o n%rr%dor, er% preciso m%is do ue cor%+em.

 A todos esses testemun*os %du<%mos o de um %mi+o de =olt%ire, o m%ru?sdUAr+enson. (i< ele em su%s emri%s : /N% s%+r%4o do rei em "eims, um*omem de A&esnes, ue tin*% escr)ul%s terr&eis, )oi se )%<er toc%r pelo rei. les%rou complet%mente. Ou&i di<er isso. Ordenei se )i<esse um processo ein)orm%4o de seu est%do precedente e subseente, tudo bem le+%li<%do. Isto)eito, en&iei %s pro&%s desse mil%+re %o sen*or =rilliXre, secret2rio de st%do d%pro&nci% I,F01J/.

n)im, temos sob os ol*os um duplo rel%to do ue ocorreu n% s%+r%4o de

$%rlos , um, )eito pelo Ami de la Reli!ion, edi4o de 9 de no&embro de 18F7 T.L=, p. 01J, o outro por Tablettes du Cler!é, edi4o de no&embro de 18F7.=2ri%s pesso%s tin*%m sido de opinio de ue se suprimisse ess% cerimEni%

p%r% no d%r prete>to s <omb%ri%s d% incredulid%de, e se deu ordem de dispers%r os escro)ulosos. les se l%ment%r%m, o rei en&iou um% som% em din*eiro p%r%distribuir entre eles. les disser%m ue no er% %uilo ue eles ueri%m. O%b%de (es+enettes, ento cur% d% p%rui% d%s iss@es str%n+eir%s, m%is t%rdecur% de Noss% Sen*or% d%s =itri%s, ue est%&% *osped%do em So %rcoul,&endo % desol%4o dos doentes, )oi %d&o+%r % c%us% deles, e o rei %nunciou su%&isit% p%r% o di% G0 de m%io, no *ospit%l. Os doentes )or%m &isit%dos por Nohl,mdico do *ospit%l, e por (upuKtren, primeiro cirur+io do rei, % )im de no se%present%rem seno os doentes &erd%deir%mente %tin+idos pel%s escr)ul%s.

"est%r%m cento e trint%. les )or%m %present%dos sucessi&%mente %o reipelos doutores Alibert e T*&ent de S%int3Bl%ise. O rei tocou3os, pronunci%ndo %)rmul% tr%dicion%l/. O primeiro doente cur%do )oi um% cri%n4% de cinco %nos emeio, Me%n3B%ptiste $%mus el% %present%&% u%tro c*%+%s. O se+undo, um%menin% de do<e %nos, %rie3$l%risse D%uc*eron el% er% port%dor% de um% c*%+%escro)ulos% n% )%ce desde % id%de de cinco %nos. O terceiro, Su<%ne'r&isse%u>, com on<e %nos de id%de el% %present%&% c*%+%s e tumores1< $ peregrinaão a !orberrR, na diocese de :aon, que o rei #a2ia ap/s a sagraão, passava&se assimHos monges iam processionalmente ao encontro do reiK eles lhe colocavam entre as mãos a cabea de8ão Garcoul, que o pr'ncipe carregava pessoalmente até a igre"a e recolocava sobre o altar. No diaseguinte, ap/s ter ouvido missa e re2ado, o rei tocava o rosto dos doentes, #a2endo sobre eles o sinalda cru2 e pronunciando estas palavrasH 7 rei te toca, eus te cura. 7s doentes deviam #a2er uma

semana de "e"um e de retiro.

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escro)ulosos. O u%rto, %rie3lis%bet* $olin, com no&e %nos de id%de,%present%&% &2ri%s c*%+%s. O uinto, %rie3Anne %t*ieu, com uin<e %nos,tin*% um tumor escro)uloso e um% c*%+% no pesco4o. "edi+iu3se %t% dess%scur%s e se %+u%rdou cinco meses %ntes de conclui3l% e public23l%, % )im de se ter certe<% de ue o tempo con)irm%ri% %s cur%s. /So %rcoul no pEde obter m%iscur%s, obser&% um *istori%dor d% %b%di%, como %conteceu %o prprio Mesus, por c%us% d% incredulid%de dos doentes/.

O s2bio p%p% Bento I= creu no pri&il+io dos reis de Dr%n4%, %ssim comoSo Tom2s de Auino. le mostr% ue *2 +r%4%s mir%culos%s, ue no soconcedid%s em r%<o d% s%ntid%de d%uele do u%l so o instrumento, e depois%crescent%: /$itemos, por e>emplo, o pri&il+io ue t?m os reis de Dr%n4% decur%r %s escr)ul%s, no por um% &irtude ue l*es in%t%, m%s por um% +r%4% uel*es )oi d%d% +r%tuit%mente, %ssim ue So %rcoul % obte&e de (eus p%r% todosos reis de Dr%n4%/.

 

 A misso ue % Dr%n4% de&i% cumprir %tr%&s de seus reis, como ;2 &imos,desci% do cor%4o de (eus p%r% o cor%4o dos p%p%s e dos bispos % boc% dospont)ices % con)i%r% %os reis, e % condut% u%tor<e &e<es secul%r dos sober%nos %imprimir% no cor%4o dos )r%nceses.

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 A lei s2lic% )oi, desde o primeiro di%, % e>presso &i&% dess% misso.F0  is%ui o primeiro prlo+o d% lei:

/A ilustre n%4o dos Dr%ncos, constitud% pel% mo de (eus, )orte n% +uerr%,)irme nos tr%t%dos de p%<, pro)und% no consel*o, de um% nobre est%tur%, de um%bele<% primiti&% de s%n+ue e de )orm%, c*ei% de cor%+em, de prontido e deentusi%smo, recentemente con&ertid% ) c%tlic% e isent% de *eresi% u%ndo el%est%&% %ind% no est%do b2rb%ro, procur%ndo % ci?nci% sob % inspir%4o de (eus,dese;%ndo % ;usti4% e +u%rd%ndo % pied%de se+undo seus costumes, ditou % leis2lic% pel% &o< dos +r%ndes, seus c*e)es eleitos dentre di&ersos, de nomesiso+%st, Bodo+%st, S%le+%st, odo+%st, os u%is, em tr?s %ssembli%s reunid%snos lu+%res c*%m%dos S%l%c*em, Bodoc*en e idoc*em, %ps *%&er discutidocuid%dos%mente %s ori+ens de tod%s %s c%us%s e tr%t%do de c%d% um% emp%rticul%r, decret%r%m o se+uinte ;ul+%mento.

/%s desde ue, pel% +r%4% de (eus, o rei dos Dr%ncos, +r%nde e in&enc&el,$l&is, recebeu o b%tismo c%tlico, o ue no m%is con&in*% no p%cto )oilucid%mente corri+ido t%nto pelo rei &encedor u%nto por $*ildebert e $lot%ire.

/=I=A $"ISTO, # AA OS D"AN$OS/C ue o Sen*or Mesus $risto +u%rde oreino deles e enc*% os c*e)es com Su% lu< e Su% +r%4% ue le prote;% seus

5  7s trabalhos mais sérios da erudião contempor4nea estabelecem que a redaão latina da leislica #oi inicialmente promulgada por !l/vis, antes de sua conversão ao cristianismo, isto é, do anoA;1 ao ano A<>K e que o rei, ap/s sua conversão, de A<? a F11, acrescentou um certo número det'tulosK o que #i2eram, a seu e+emplo, seus sucessores. 7 precioso manuscrito AA5A da Iiblioteca

 Nacional, publicado por Pardessus, é tido como o te+to mais antigo e mais completo da lei slica.-la #oi redigida e promulgada, segundo todas as probabilidades, na To+andrie, nessa parte norte daIélgica, entre -scaut e o Iai+o&Beno, onde ulien permitiu aos slicos residirem.  

$ lei é precedida de dois pr/logos, acrescentados ap/s a conversão de !l/vis, um grande, e um pequeno, seguidos de um ep'logo. 7 grande pr/logo, 2ens Francorum, é reprodu2ido, di2

:a#erriSre ( ;istoire du droit ran%ais, tomo @@@, p. ?; e seguintes), em on2e manuscritos, dos quaisvrios são anteriores revisão de !arlos Gagno, e o relato que ele contém é con#irmado por umoutro pr/logo,  !lacuit at"ue con$enit , mais simples na e+pressão, id0ntico pelos #atos, o qualacompanha o grande pr/logo em cinco dos on2e manuscritos.  -sse grande pr/logo se encontra numa compilaão do século 9@@@, a coleão dos 2esta

 Francorum. $lguns cr'ticos acreditaram poder atribuir a paternidade desse admirvel monumentohist/rico ao compilador do século 9@@@. 7 pr/prio carter do documento não dei+a essa hip/tese de

 pé. !arlos Gagno revisou sua lei slica. Besta, dessa lei revisada, le4 emendata  , uns cinqCentamanuscritos conhecidos. $ obra de !arlos Gagno não alterou a de !l/visK ela somente acrescentounovas disposi%es, tornadas necessrias pelo estado dos costumes e pelos interesses da @gre"a e dasociedade. 7 grande pr/logo #oi chamado em um dos mais antigos manuscritos  Laus Francorum, eé e+atamente o nome que merece. Nada #oi escrito de mais honroso nossa raa. 8entimos ao l0&lo, di2 Dinoulhiac ( ;istoire générale du droit ran%ais , 1;;A, p. 1A=), que ainda estamos numa épocavi2inha da conquista, sob a in#lu0ncia das vit/rias recentes de !l/vis e da derrota dos romanos. O,

ademais, o que nos ensina o pr/prio redator do pr/logo, com estas palavrasH  Ad cat(olicam idem 10!ER con$ersa,  que indicam por sua redaão uma época pr/+ima da conversão de !l/vis aocatolicismo.  ispomos apenas de te+tos latinos da lei slicaK é provvel, entretanto, que a primeira redaãotinha sido #eita na l'ngua #ranca, mas essa redaão deve ter sido oral e não escrita. 7s #rancos, antesdo século 9@@@, não tinham l'ngua escrita. $' est, para mencionar de passagem, o que e+plica araridade dos documentos relativos s nossas origens. uando a escola hipercr'tica, com seu desdém

 pelas tradi%es, re"eita as lembranas mais bem estabelecidas, com este único argumento de que nãoh documentos, ela esquece que os #rancos não escreviam, mas conservavam em c4nticos a mem/riade seus #undadores e dos acontecimentos marcantes da vida nacional. 8omente aqueles que

 possu'am a l'ngua latina podiam #i+ar pela escrita seu pensamento, e estes eram então em númeromuito pequeno. !omo quer que se"a, e para não #ugirmos do nosso as sunto, diremos com ohistoriador do direito #ranc0s :a#erriSre, inspetor geral das 3aculdades de ireitoH O preciso olhar 

os pr/logos e o ep'logo da lei slica como documentos aut0nticos ( ;istoire générale du droit  ran%ais, 1;;A, p. ?5) (Semana Religiosa de RouenG.

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7/17/2019 O Espírito Familiar (Delassus)

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e>rcitos, sustente su% ) e conced% su% pied%de % %le+ri%, % )elicid%de, % p%<e % perenid%de de su% sober%ni%C

/ est% r%4% de *omens, com e)eito, ue, pouco numeros% %ind%, m%s &%lentee )orte, nos comb%tes s%cudiu e retirou de su% )ronte o ;u+o to duro dos rom%nosso os Dr%ncos ue, %ps su% %dmisso %o b%tismo, procur%r%m e cobrir%m deouro e de pedr%s precios%s os corpos dos s%ntos m2rtires ue os rom%nos tin*%mmutil%do com % esp%d%, %b%ndon%do s c*%m%s ou ;o+%do %os %nim%is )ero<esp%r% serem de&or%dos/.

#m pouco m%is t%rde, % I+re;% d% Dr%n4% pediu, n% prpri% obl%4o do S%ntoS%cri)cio, % +r%4% p%r% ue os )r%nceses sempre )i<essem %s obr%s ue su%&oc%4o l*e impun*%:

/(eus todo3poderoso e eterno, ue, p%r% ser&ir de instrumento =oss% di&in%&ont%de no mundo, e p%r% o triun)o e % de)es% de =oss% S%nt% I+re;%,est%belecestes o imprio dos Dr%ncos, ilumin%i sempre e em tod% % p%rte seus)il*os com &oss%s lu<es di&in%s, % )im de ue con*e4%m o ue de&em )%<er p%r%est%belecer =osso reino no mundo, e ue, perse&er%ndo n% c%rid%de e n% )or4%,

re%li<em o ue con*ecer%m ue de&em )%<er, por Nosso Sen*or Mesus $risto.../

F1

 No )oi somente no s%nto %lt%r ue % Dr%n4% e>primiu o sentimento in%to de

su% sublime misso. m um% de su%s c%n4@es de +est%, el% se +lori%&% de ue(eus ten*% )eito coro%r pelos %n;os seu primeiro rei, p%r% ser Seu o)ici%l.

O primeiro rei de Dr%n4%, (eus o )e< por Su% ordem

$oro%r pelos seus %n;os di+n%mente, c%nt%ndo

(epois m%ndou3o ser n% terr% Seu o)ici%l. 

No mistrio de Orl%ns, el% mesm% se de)ini% %ssim:

o reino ue sustm

 A $rist%nd%de e % m%ntmC 

#m de seus %d2+ios m%rc%&% % necessid%de d% unio do s%cerdote e do rei,ou, como se di< *o;e, d% I+re;% e do st%do, p%r% o cumprimento dess% misso ep%r% e&it%r % in)elicid%de ue result%ri% de su% sep%r%4o:

$%s%mento em )%mli%

(% I+re;% e d%s )lores de lis.

u%ndo um ou outro p%rtir,

$%d% um deles se ressentir2.F

1 -sta oraão #oi tirada de um missal do século @L. 8uas origens remontam ao século 9@@. (omPitra, ;istoire de Saint Léger, #ntrodu%&o, p. LL@@).  Duilherme de Nangis, na <(roni"ue de Saint Louis, e+plica de maneira curiosa e pro#ética osimbolismo do brasão da 3rana.  9isto como Nosso Pai esus !risto quer especialmente iluminar acima de todos os outros reinos oreino de 3rana com 3é, 8abedoria e !avalaria, os reis de 3rana se acostumaram a levar em suasarmas a #lor de lis pintada com tr0s #olhas, assim como se eles dissessem a todo o mundoH 3é,8abedoria e !avalaria estão, pela provisão e pela graa de eus, mais abundantemente em nossoreino do que em outros. $s duas #olhas que #ormam asas signi#icam 8abedoria e !avalaria, queguardam e de#endem a terceira #olha, que est no meio delas, mais longa e mais alta, através da qual

a 3é é compreendida e signi#icada, porque ela é e deve ser governada pela 8abedoria e de#endida pela!avalaria.

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 As moed%s ue os reis m%nd%&%m +r%&%r, e ue o po&o tin*% di%ri%mente n%smos, er%m )eit%s com % e>press% inten4o de m%nter no p-blico o pens%mentodo p%pel reser&%do Dr%n4% e de indu<i3lo % render +r%4%s %o di&ino "ei.FG 

Li%3se em noss%s moed%s de ouro:C&ristus vincit, C&ristus imperat, C&ristus re!nat$

n%s noss%s moed%s de pr%t%:Sit nomen Domini benedictum$

m%is crist%mente %ind%, n%uel%s de Dilipe3Au+usto:Sit nomen Domini nostri Dei >esu C&risti benedictum$

m outr%s:Lilium ele!isti tibi$

/$risto &ence, $risto imper%, $risto rein% Q ue o nome de Mesus $risto,Nosso Sen*or e nosso (eus, se;% bendito. Q le reser&ou o lis p%r% Si/. Mesus reser&ou p%r% Si o reino d%s )lores de lisCIsto, ue nossos reis se %le+r%&%m em recon*ecer %ssim public%mente, o

di&ino S%l&%dor *%&i% m%nd%do di<er pelo Arc%n;o % Mo%n% dUArc. F  le o redi<, nosnossos di%s, % %rie L%t%ste: /O primeiro sober%no d% Dr%n4% sou u/.F7  Istosi+ni)ic% ue le no renunciou % ess% sober%ni%, ue le no nos re;eitou, uele no nos uer %b%ndon%r in)eli< sorte ue procur%mos u%ndo nossep%r%mos dleF e ue no Seu !oder e n% Su% S%bedori% in)initos, le uer dispor %s cois%s p%r% ue retomemos Seu ;u+o e ue recon*e4%mos de no&o %di+nid%de u%l le uis nos c*%m%r desde noss%s ori+ens.

 Assim se cumpriro %s pro)eci%s sobre % e>ist?nci% d% Dr%n4% %t o )im dostempos. /Os Dr%ncos, escre&eu A+%t*on desde os tempos de Mustini%no, bril*%mpor su% ) entre todos os po&os cristos. Seu imprio ser2 muito +r%nde, muito)irmemente est%belecido: ele ter2 um% e>ist?nci% tod% di&in%/.FR 

$ssim, enquanto essas tr0s graas de eus estiverem #ortemente e ordenadamente "untas no reino de3rana, o reino ser #orte e #irmeK e se sucede que elas se"am retiradas do lugar e separadas, o reinoestar em desolaão e em destruião.  7 reino est em desolaão e em destruião. Por qu0W $ partir do século L9@@@ a 8abedoria realdei+ou de govern&lo e a !avalaria dei+ou de de#ender a 3é.=  $ !ru2 é, sem contestaão, o signo mais caracter'stico de esus !risto e de 8ua reale2aK como odi2 a @gre"a ap/s avidH Regna$it a ligno +eus.  $s primeiras moedas cunhadas por nossos reis no comeo do século 9@ apresentam esse signoaugusto. esde então a cru2 não dei+ou de ocupar em nossas moedas o lugar de honra, no campo do

reverso. Percorrendo nossas cole%es de medalhas, públicas ou privadas, e+aminando os  sous de ouroe os triens de prata e os oboles da primeira e da segunda dinastia de nossos reis, e as moedas deouro, de prata, de cobre e de couro da terceira dinastia, em todas veremos a cru2, apresentada sobtodas as #ormas.A allon, t. @, p. <. -dião in&1.F Oeu$res, t. @@@, p. A5F.> 7 galicanismo #oi a primeira e principal causa da Bevoluão. $ independ0ncia do poder secular,

 proclamada pelo primeiro artigo da eclaraão de 1>; tornou&se a base de todas as constitui%esmodernas.? amais houve monarquia, di2 :e Iret, que tenha durado tanto tempo no seu esplendor, nem queno estado em que se encontra não possa prometer ais gl/ria e #elicidade que a da 3ranaK porque,ainda que sua sorte tenha sido #reqCentemente agitada por #uriosas tempestades que #oramgeralmente suscitadas ou pela inve"a de seus vi2inhos ou pela pr/pria mal'cia de seu povo, não

obstante eus sempre a ergueu acima da borrasca e a tornou mais #orte do que era anteriormente,tanto que um assinalado personagem deste século disse com ra2ãoH

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T%is so noss%s ori+ens, noss%s tr%di4@es, os ttulos de nobre<% ue nos*%&i%m coloc%do test% d%s n%4@es e ue % nos recoloc%&%m %ps noss%sued%s. Al+uns %nos %ps su% %ssun4o %o trono, Henriue I=, &endo oemb%i>%dor d% sp%n*% esp%nt%do com % prosperid%de d% Dr%n4% e com %tr%ns)orm%4o de !%ris, disse3l*e: /O !AI ( DA_LIA N6O STA=A !"SNT,m%s tudo prosper% u%ndo le cuid% de seus )il*os/.

No momento presente ns renunci%mos % ess%s tr%di4@es, e )oi isto ueprodu<iu noss% run%. /In)eli<es os po&os ue rene+%m seu p%ss%do, e>cl%mouum li&re3pens%dor, de esprito muito moderno, =iollet3Leduc.F8 No *2 )uturo p%r%eles/. $om e)eito, o esprito de um po&o ue m%ntm su% &id%. esse espritose comp@e dos sentimentos *%uridos n%s mesm%s )ontes reli+ios%s, d% +lri%recol*id% nos mesmos c%mpos de *onr%, do %mor s %nti+%s institui4@es.

!or isso, LeroK3Be%ulieu pEde di<er: /O di% em ue % Dr%n4%, p%r% obedecer s intimid%4@es do %nticleric%lismo, ti&er co&%rdemente %bdic%do de su%s )un4@esde +r%nde n%4o c%tlic%, ser2 p%r% ns o sin%l d% dec%d?nci% de)initi&%, d%derrot% irremedi2&el, prep%r%d% por mos )r%nces%s. A poltic% do %nticleric%lismo

, p%r% % Dr%n4%, um% poltic% de suicdio n%cion%l/.Isso ns &emos em dem%si%.

   3agna regni 2allorum ortuna, sed semper in malis maor ressurre4itH .  evemos esperar que ela "amais possa ser en#raquecida, enquanto nossos reis continuarem amanter a religião no seu brilho, a amar seus povos e a #a20&los part'cipes da #elicidade que eus lhes

d (raité de la sou$eraineté du Roy , :. @, cap. @).; Pre#cio do dicionrio de arquitetura.

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E P ) L O 3 O

$ulla gens esta ita sollicita circa regem suumsicut apes. nde regi incolumi omnibus mensuna est2

 %misso rumpere *dem, constructa !ue mellarumpere2

Et si moritur, moriuntur et ipsae.1 #. CHRA#O#5. In policratio, 'ib. (II.

 

u%luer ue se;% o est%do % ue este;%mos redu<idos, no cessemos de ter esper%n4%. H2 c%sti+o n%uilo ue ns so)remos. %s se (eus pune, le no se%rrepende de Seus dons. #m di% ou outro, le recoloc%r2 % Dr%n4% n%s &i%s desu% ;u&entude. =2ri%s pesso%s t?m o pressentimento de ue isto %contecer2 lo+o.

dou%rd (rumond, %pes%r de seu pessimismo *%bitu%l, termin%&% seu %rti+ode FR de ;ul*o de 1907 com ess%s p%l%&r%s: /!odemos per)eit%mente conceber, n%se?nci% dos %contecimentos ue no t%rd%ro % se produ<ir, um% reconstitui4odos elementos )r%nceses, dos elementos de estirpe %o redor de um c*e)e uepersoni)iue ess% estirpe/.

O p%triotismo, n% )%lt% d% lei, %bre os ol*os % muitos publicist%s %cerc% d%scondi4@es necess2ri%s noss% &id% n%cion%l. O estudo %pro)und%do d% *istri%d% Dr%n4%, d%s c%us%s ue construr%m su% prosperid%de e su% prepondernci%no mundo, e d%uel%s ue redund%r%m n% su% dec%d?nci%, con&enceu3os de ueos destinos de nosso p%s esto intim%mente li+%dos %os do c%tolicismo, e de ue%pen%s um% cois% pode nos d%r, ;unt%mente com % &id%, % posi4o ue nospertence: retemper%r % %lm% )r%nces% no esprito do p%ss%do. ir%be%u deu todo o%r+umento d% "e&olu4o ness%s pouc%s p%l%&r%s: / preciso desc%tolici<%r %Dr%n4% p%r% desmon%rui<23l%, e desmon%rui<23l% p%r% desc%tolici<23l%/. sempre % mesm% p%l%&r% de ordem.

/Apen%s o cristi%nismo, di< o positi&ist% T%ine, pode tr%&%r o res&%l%mentoinsens&el %tr%&s do u%l, e com todo seu peso ori+in%l, nosso po&o retro+r%deem dire4o %o )osso e o &el*o &%n+el*o %ind% *o;e o mel*or %u>ili%r soci%l/.1 Na verdade, ninguém é tão cuidadoso como as abelhas acerca de suas coisas. Por isso que a

incolumidade da rainha constitui para todas um des'gnio comumK e se esta morre, em ra2ão daquebra da #idelidade ou da perda do mel acumulado, morrem todas. (N. do T.).

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BrunetiXre:/ um% iluso crer ue triun)%remos com um &%+o liber%lismo d% %4o

combin%d% do ;%cobinismo e d% )r%nco3m%4on%ri%... So ce+os os ue no&?em ue sendo o pro+r%m% de nossos %d&ers2rios % descristi%ni<%4o d%Dr%n4%, )u+imos do comb%te e %b%ndon%mos % p2tri% se )in+imos crer ue % lut%se )ere em outro lu+%r/.

Num li&ro ue %c%b% de public%r, Le Sentiment Reli!ieux en (rance, Lucien Arr%t, ue coloc% tod%s %s reli+i@es no mesmo n&el e p%rece no se+uir nen*um% del%s, le&%do % recon*ecer isto p. FRJ: /A %lm% )r%nces% c%rre+% %m%rc% do c%tolicismo, isto no contest2&el/. um pouco m%is lon+e p. G1J:/O declnio d% reli+io c%tlic% pEde p%recer p%r% ns um% enorme &%nt%+em,enu%nto %s esper%n4%s d% escol% enciclopedist% bril*%r%m di%nte de nossosol*os e % sorte de noss% p2tri% no est%&% coloc%d% em peri+o. !%ss%dosu%rent% %nos, no m%is %ssim, de m%neir% nen*um% noss%s %+it%4@esdesorden%d%s condu<ir%m3nos % um% crise )unest%, % um% dess%s b%t%l*%s uemud%m o destino d%s n%4@es/.

%ind%: /A run% d%s idi%s tr%dicion%is )reentemente decide o retorno %um est%do in)erior, no somente n%s cl%sses diri+id%s, m%s %ind% n%uel%s uet?m o &erni< d% m%is %lt% cultur%/ p. 91J.

Lon (%udet termin%&% recentemente um %rti+o intitul%do Les C&emins deDamasI   aOs $%min*os de (%m%sco com est%s lin*%s:

/A &erd%de ue os )r%nceses de *eredit%ried%de c%tlic%, ue os des%)etosdo c%tolicismo ue se ;ul+%m os m%is dist%nci%dos d% cren4% de seus %ncestr%is,esto sep%r%dos dele %pen%s por um% t?nue cortin%, ue eles tom%m por um muroblind%do... ss% t?nue cortin%, ue sep%r% d% ) os *omens de temper%mentoc%tlico, ;%m%is )oi to )lutu%nte u%nto n% noss% poc%, n% u%l, de um l%do %super%bundnci% d%s no4@es, % super%ti&id%de intelectu%l pro&oc%m e necessit%mde crises do sens&el, Q de outro l%do % c%us% d% "eli+io e %uel% d% "%4%

%p%recem como insep%r2&eis. st% % r%<o pel% u%l o c%min*o de (%m%sco ;%m%is )oi to )reent%do, to tr%nsit2&el. !re&e;o ue muitos de nossoscontemporneos nele tr%nsit%ro de %utom&el. O +osto desen)re%do d%&elocid%de %plic%r3se32 %t mesmo con&erso/.

u%se tod% sem%n% encontr%mos ess%s idi%s e>press%s em ;orn%is, emre&ist%s, em li&ros, )%to ue nos teri% dei>%do muito %dmir%dos *2 %l+uns %nos. A&erd%de e>press% por L. =euillot torn%3se c%d% &e< m%is e&idente %os ol*os deuem s%be &er:

/O tempo do meio/termo  p%ssou no *2 )uturo no mundo seno p%r% ossoci%list%s como !roud*on, ou p%r% os c%tlicos como ns, porue o mundoc*e+ou % um ponto no u%l ele de&e perecer ou ren%scer. Todas as coisasintermedi"rias serão esma!adas pela destruição ou rejeitadas com desdém pela

reconstrução.  .

!%r% u%ndo, ess% reconstru4oV Noss%s or%4@es podem %press%r % *or%.G

  La Libre !arole , número de 1 de abril de 1<5=.= $ 8anta @gre"a encora"ou, desde antes do século L@@@ e em Boma mesmo a oraão pelo rei de3rana.  -m 8aint&:ouis&des&3ranais l0&se em cada um dos pilares que #ronteiam a porta de entradaH  *@!*N*- 7B$T PB7 B-D- 3B$N!@$- J$I-T -!-G @-8 @N*:D-N!@$-, $ P$P$@NN7!. @9. >uem rear pelo rei de Fran%a gan(a de dias de indulgncia, concedida pelo papa

 #nocncio #@. 8ão Toms de $quino recolheu esta inscrião e a inseriu na Suma eol-gica  e no  Li$ro de

Senten%as (in Supp.  LL9, art.  @@@, ad.  et in @9 sent. ist. LL, ".  1, art. @@@).  $ mesma inscrião encontra&se em 8aint&!laude des Iourguignons.

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#m corpo no pode e>istir sem c%be4% e o corpo soci%l, no menos ue umoutro corpo, no pode &i&er, e sobretudo se reconstituir, sem % in)lu?nci% d% %lm%ue, d% c%be4%, %cion% os outros membros.

H2 m%is de um sculo % Dr%n4% est2 dec%pit%d%. !or ue, pois, esp%nt%r3se com o est%do de decomposi4o em ue el% se encontr%V

Se (eus tem pied%de de ns, p%rece ue Su% primeir% obr% de misericrdi%ser2 de recoloc%r, no cimo d% pirmide ue %s )%mli%s constituem em tod%socied%de, % )%mli% ue, dur%nte t%ntos sculos, tem sido % primeir%, e ue por um tr%b%l*o lento reuniu em torno del% os elementos d% n%cion%lid%de )r%nces%,

petri)ic%ndo3os com su%s mos poss%ntes p%r% )%<er deles um s po&o, e neles&ertendo su% %lm% c*ei% do pens%mento ue $l&is recebeu do cu no di% de seub%tismo.

Bu))et, presidente d% Assembli% N%cion%l, +ost%&% de di<er % seu )il*o %cerc%de seus -ltimos di%s:

/#m% d-&id%, um% d-&id% pro)und% e crescente no p2r%, )%< %l+uns %nos, denos %torment%r. Aps t%nt%s in)elicid%des p%ss%d%s, di%nte de t%nt%s crises

presentes e de outr%s t%nt%s ue se prep%r%m, )ico *o;e % me per+unt%r se %Dr%n4% %ind% pode ser s%l&%.../$reio, entret%nto, ue % s%l&%4o %ind% poss&el. %s eis % -ltim% certe<%

de min*% &id%: se % Dr%n4% de&e ser s%l&%, el% no o ser2 seno pel% mon%rui%/.No por um% mon%rui% u%luer, como se uis de 18R1 % 18R7, m%s pel%

&erd%deir% mon%rui% )r%nces% e crist n%s condi4@es, tod%&i%, ue %socorr?nci%s do sculo presente recl%m%m.

Lur3S%luces disse com %certo:/O p%pel do rei de Dr%n4% no poderi% consistir em tent%r ess% obr% %bsurd%

ue seri% des%stros% se no )osse imposs&el, e ue consistiri% em uerer )or4%r um p%s % re&i&er su% &id% s %&ess%s. No se p2r% % e&olu4o de um po&o como% de um corpo &i&o u%luer o p%pel do poder o de re+ul%ri<23l% e diri+i3l% sem %

entr%&%r, de m%neir% % torn23l% )ecund%./A mon%rui% um centro )i>o. u no poderi% mel*or comp%r23l% do ue %um desses ei>os ue, sem est%r im&eis, perm%necem no mesmo lu+%r, enu%ntoe&oluem. "est%belecido esse pi&E, % %nti+% e&olu4o, re+ul%r e )eli<, poder2recome4%r/. UMuntos e u%ndo uiserdes, retom%remos o +r%nde mo&imento de1R89U. sse con&ite do conde de $*%mbord Dr%n4% tr%4%, %o ue me p%rece, opro+r%m% d% re%le<% )utur%/.

onsen*or 'erbet, nos seus 2squisses de Rome C&rétienne  asbo4os d%"om% $rist lembr% um )%to cu;% reprodu4o, de&e3se esper%r, %ind% &eremos.

D%l%ndo sobre % b%slic% #lpi%n%, di<:/Ness% mesm% b%slic%, $onst%ntino con&ocou um% %ssembli% do po&o

rom%no. O Imper%dor colocou3se n% %bside... (%li )e<3se ou&ir um% d%s

procl%m%4@es m%is solenes cu;o te>to % Histri% conser&ou, %uel% ue %nunciouo)ici%lmente os )uner%is do mundo p%+o e o coro%mento cristo do no&o mundo./(o %lto dess% tribun%, $onst%ntino diri+iu est%s p%l%&r%s %ssembli%:

A  $ hist/ria de meus antepassados, disse com inteira verdade o conde de !hambord, é a hist/ria dagrande2a progressiva da 3rana.  8ua pol'tica hbil e invarivel nos deu IerrR sob 3ilipe @K Normandie e Touraine sob 3ilipe&$ugustoK :anguedoc sob 8ão :u'sK !hampagne e :Ronnais sob 3ilipe&o&IeloK auphiné sob 3ilipe9@K :imousin, 8aintonge, $ngoumois, $unis e Poitou sob !arlos&o&8bioK DuRenne sob !arlos 9@@KIourgogne, Provence, $n"ou, Gaine sob :u's L@K Iretagne sob !arlos 9@@@K Iourbonnais, Garche e$uvergne sob 3rancisco @K Get2, Toul e 9erdun sob Jenrique @@K Navarre, Iéarn, Périgord, o condadode 3oi+ sob Jenrique @9K $lsace, Boussillon, $rtois sob :u's L@@@K 3landre, 3ranche&!omté,

 Nivernais sob :u's L@9K :orraine, !orse sob :u's L9K $lgérie sob !arlos L.

  Tal #oi a obra da Gonarquia.

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/As )unest%s di&is@es dos espritos no podem ter um )im )eli<, enu%nto umr%io d% pur% lu< d% &erd%de no ilumin%r %ueles ue esto cobertos pel%s tre&%sde um% pro)und% i+nornci%. preciso, pois, %brir os ol*os d%s %lm%s. dess%m%neir% ue de&e morrer o erro d% idol%tri%. "enunciemos % ess% supersti4o ue% i+nornci% +erou e ue o contr%3senso %liment%. ue o Sen*or -nico e&erd%deiro, ue rein% nos cus, se;% o -nico % ser %dor%do.../

/...nto % &o< do po&o e>plodiu e )e< ou&ir dur%nte o esp%4o de du%s *or%sest%s e>cl%m%4@es:

/In)eli<es dos ue ne+%m $ristoC O (eus dos cristos o -nico (eusC ueos templos se;%m )ec*%dos e ue se %br%m %s i+re;%sC

/Aueles ue no *onr%m $risto so inimi+os dos Au+ustosC Aueles ueno *onr%m $risto so inimi+os dos rom%nosC Auele ue s%l&ou o Imper%dor o &erd%deiro (eusC

/A#L # HON"A $"ISTO S!" T"I#NDA"[ SOB" S#SINII'OSC/7 

#m di% ou outro, um prncipe dir2 Dr%n4%: /As )unest%s di&is@es dos

espritos no podem ter um )im )eli<, enu%nto % pur% lu< d% &erd%de no ti&er ilumin%do os i+nor%ntes... preciso %brir os ol*os d%s %lm%s/. $omo$onst%ntino, ele pedir2 ess% lu< %o =i+2rio de Mesus $risto e como o po&orom%no d%uele tempo, o po&o )r%nc?s e>cl%m%r2: /O (eus de nossos p%is o-nico (eusC ue %s lo;%s se;%m )ec*%d%s e ue %s i+re;%s se %br%m. O po&o ue*onr% $risto sempre triun)%r2 sobre seus inimi+osC/

 A p%rtir desse di%, m%s %pen%s desse di%, % "=OL#56O ter2 dei>%do dee>istir e come4%r2 % "NO=A56O. l% come4%r2 no somente p%r% % Dr%n4%,m%s p%r% % urop% e p%r% o mundo.

No di% d%s +r%ndes pere+rin%4@es % !%r%K3le3oni%l, mil*%res de cristos,bel+%s, %meric%nos, in+leses, it%li%nos, %ssim como )r%nceses, le&%m %o cu, %um% s &o<, est% s-plic%:

  (eus de clem?nci%,

  Z (eus &encedor,

  S%l&%i "om% e % Dr%n4%

  !or &osso S%+r%do $or%4o. 

!or ue ess% or%4o, ue %ssoci% num mesmo pens%mento % s%l&%4o deum po&o e % independ?nci% d% S%nt% S, er% comum %os pere+rinos de todos ospo&osV No por se encontr%rem em todos o sentimento d% misso d%d% Dr%n4% e o instinto secreto do p%pel ue %ind% c*%m%d% % desempen*%r ess%n%4o pri&ile+i%d%, costumeir% nos reer+uimentos repentinosV

/A est2 um% %)irm%4o ue no so)re desmentido, escre&i% n%uel% poc%monsen*or !ie %lm dos montes, %ueles ue esper%m e %ueles ue temem orest%belecimento d% ordem crist no mundo, esto de %cordo em no ;ul+%r esse)%to poss&el e re%li<2&el seno %tr%&s d% Dr%n4%. u%ndo e comoV per+unt%r3me3eis. st% no % uesto, e o se+redo somente de (eus. 

F :eibnit2 " e+primia, h dois séculos, esse dese"oH 8e n/s #ssemos su#icientemente #eli2es para queum grande monarca tomasse a peito os interesses da religião, para atribuir todas as descobertas

 presentes e #uturas ao louvor do Gestre supremo do universo e ao crescimento do amor divino, quenão seria sincero em n/s se não contivesse também a caridade relativamente ao homens,avanar'amos mais em de2 anos na gl/ria de eus e #elicidade humana como não #ar'amos por outra

maneira em vrios séculos.

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)NDICE DAS MAT*RIAS

CAPÍTU! "

C!#! S$ %!&#A# !S $STA'!S

 A &erd%de soci%l o oposto d% utopi% democr2tic%: % i+u%ld%de. Q(#S, n%s ori+ens, est%beleceu % socied%de *um%n% sobre % %utori3

d%de, % *ier%rui% e o de&er d% unio.Q A )%mli% o princpio d% cid%3de: entre os %ssrios, os e+pcios, os *ebreus, os +re+os e os rom%3nos. Q ntre os po&os modernos. Q Dorm%4o d% Dr%n4%. Q A4ocontnu% d% )%mli% re%l. Q !ro&id?nci% especi%l d% u%l el% +o<ou.Q S%n4o di&in% d%d% lei s2lic% ........................................................... 9

CAPÍTU! ""!S $STA'!S '$($# C!)S$&(A&

! #!'$! %A#""A&

O st%do tem por elementos constituti&os, no os indi&duos, m%s%s )%mli%s. Q l%s so %s clul%s element%res do corpo soci%l . Q Asleis impost%s por (#S )%mli% de&em ser %s leis de tod% % socied%3de. Q !%l%&r%s de Bon%ld, Bodin, Leo III. Q O +o&erno d% Dr%n4%)oi essenci%lmente )%mili%r. O rei, % r%in*%, os +r%ndes o)ici%is. Q O reitin*% o p%pel de um c*e)e de )%mli% p%tri%rc%l. Q le er% re%lmentep%i: condut% de So Lus, de Dr%ncisco I. Testemun*o dos estr%n+ei3ros. Q O Lou&re e o !%l2cio de =ers%l*es %bertos % todos. Q Amor dos )r%nceses pelo seu rei %t em plen% re&olu4o. Q Testemun*os.Q A prosperid%de d% %nti+% Dr%n4% de&eu3se %o esprito )%mili%r d%mon%rui% ............................................................................................... 1R

 

CAPÍTU! """A U)"*!, $" 'AS %A#Í"AS,

+ TA#+# A $" '!S $STA'!S

 ] %)ei4o dos s-ditos %o sober%no de&e ;unt%r3se % unio dos s-di3tos entre si. Q A unio procede do %mor. Q m nossos di%s, n%Dr%n4%: %nt%+onismo. Q$omo remedi%r issoV Q !%l%&r%s de Au+us3tin Lm%nn. Q A unio soci%l entre os %nti+os entre ns n% Id%dedi% entre os estr%n+eiros ................................................................ F7

))#

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CAPÍTU! "('$ !)'$ ($# A P&!SP$&"'A'$

$ A '$CA'-)C"A '!S P!(!S

Nen*um% socied%de pode subsistir sem % %ssist?nci% m-tu% dos+r%ndes %os peuenos e dos peuenos %os +r%ndes. Q Sempre e emtod% % p%rte, o esuecimento dess% obri+%4o produ<iu3se primeir%3mente entre os +r%ndes. Q Tr?s %ristocr%ci%s se sucedem entre nscomo entre os %nti+os: %ristocr%ci% )eud%l, %ristocr%ci% territori%l, %ris3tocr%ci% de din*eiro. Q l%s t?m c%d% &e< menos o sentimento deseus de&eres. l%s termin%m sempre por esuec?3los. Q (% % dec%3d?nci%, % run% e um% p%&oros% +uerr% ci&il entre os +re+os, entre osrom%nos. Q Noss% %ristocr%ci% )eud%l t%l*%d% pel% I+re;%. Su% obr%.Q Noss% %ristocr%ci% territori%l. Seus mritos. Su% dec%d?nci%. Su%

run% ........................................................................................................ G1

CAPÍTU! (.U$ '$ST")! A A&"ST!C&AC"A '$ '")/$"&!

&$S$&(A PA&A S" $ PA&A A %&A)0A1

Nos di%s presentes % sober%ni% pertence %o ouro. Q $omo % bur3+uesi% pEde tom%r o lu+%r d% nobre<%. Q Tr%di4o de p%tron%to deum% p%rte, de disciplin% de outr%, m%ntid%s dur%nte %l+um tempo. Q$%us%s de seu des%p%recimento: enriuecimento r2pido dem%is, %u3s?nci% de tr%di4@es. Q A liberd%de do tr%b%l*o )%&orece % e>plor%4o

do *omem. Q A irreli+io %)%st% todo escr-pulo. Q $onse?nci%s:%+lomer%4@es de oper2rios ue no t?m m%is entusi%smo, nem lei,nem ), dispostos % tudo. Q Terr&eis %me%4%s p%r% um )uturo pr>i3mo. Q !%l%&r%s de monsen*or \etteler ............................................... G9

CAPÍTU! ("A SA(A0*! $ST2 )! &$T!&)! 3 PA4 S!C"A

!oder2 % Dr%n4% reentr%r n%s &i%s d% ci&ili<%4oV Q Sim, se re3torn%r uilo ue construiu su% )elicid%de e su% prosperid%de. Q Aui3lo ue o esprito cristo produ<iu um% &e<, pode produ<ir de no&o. Q"est%belecer o reino d% p%< pel% c%rid%de. Q !%l%&r%s de Leo III.

O %cordo pel% &id% de&e espr%i%r3se d% )%mli% p%r% tod% % socied%de ... RCAPÍTU! (""A &$%!&#A '$($ C!#$0A& P$A

&$C!)ST"TU"0*! 'A %A#Í"A

!recis%3se de um *omem. Q le poderi% %pen%s nos le&%nt%r e nosrecoloc%r no c%min*o. Q A primeir% et%p% ser2 % reconstitui4o d% )%3mi%. Q A )%mli% no e>iste m%is n% Dr%n4%. Q Nem mesmo temosm%is % idi% do ue el% de&e ser. Q A>iom% de M.3M. "ousse%u: os )i3l*os no esto li+%dos % seus p%is seno enu%nto eles t?m necessi3d%de dele p%r% se conser&%rem . Q % )%mli% *um%n% reb%i>%d% %on&el d% )%mli% %nim%l. Q A )%mli% *um%n% perm%nente n% se?n3

ci% de su%s +er%4@es. Q A +ene%lo+i% de $"ISTO. Q As +ene%lo+i%s

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d% %nti+% Dr%n4%. Q A %nti+% )%mli% )r%nces% tin*%, %lm d% comuni3d%de do s%n+ue, % tr%nsmisso d%s tr%di4@es )%mili%res e do p%trimE3nio. Q A "e&olu4o dec%pitou % )%mli% re%l, di<imou %s )%mli%s %ris3tocr2tic%s e colocou %s )%mli%s bur+ues%s e prolet2ri%s n% impossibili3d%de de se ele&%rem de um% m%neir% contnu%. Q >tr%tos de li&rosde r%<o .................................................................................................. 7G

CAPÍTU! ("""%A#Í"AS5T&!)C!S

Tr?s re+imes de )%mli%: )%mli% p%tri%rc%l, )%mli%3tronco e )%mli% ins3t2&el. Q "e+ime d% )%mli%3tronco superior s outr%s. Seu duplo ele3mento de est%bilid%de e de perpetuid%de: o l%r e % tr%di4o. Tr%nsmis3so, ordin%ri%mente, %o primo+?nito, d% di+nid%de de c*e)e d% )%mli% edo enc%r+o de sustent%r % c%s%. Q Seus de&eres. Q !%l%&r%s de Bo3

n%ld, =ictor de L%pr%+e, dmond (emolins. Q =%nt%+ens ue essere+ime tr%< p%r% % socied%de, p%r% % )%mli% e p%r% os indi&duos. Q$omo ele se est%beleceu entre ns. Q O $di+o $i&il m%tou3o. Q!%l%&r%s de le !l%K, About, "en%n. Q !%r% ue % Dr%n4% ten*% um )u3turo, preciso ue %s )%mli%s poss%m se recoloc%r sob esse re+ime.Q uei>%s e recl%m%4@es d%s $m%r%s de $omrcio. Q A seit% re&o3lucion2ri% op@e3se % ess% re)orm%. Q O +o&erno %tu%l %+r%&% %ind% %situ%4o. Q edid%s insu)icientes propost%s pelos democr%t%s cristos.Q (esmor%li<%4o introdu<id% pelo $di+o n% )%mli% )r%nces%. Q Istoocorre di)erentemente n% In+l%terr% e n% Amric%. Q Sinistr% %d&ert?n3ci% in)eli<mente re%li<%d% ......................................................................... 1

 

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CAPÍTU! "6%A#Í"AS T&A'"C"!)A"S

(e&er dos p%is de re%&i&%r nos seus o esprito de )%mli%. Q As tr%3di4@es so necess2ri%s p%r% d%r s leis o %ssentimento do cor%4o e preciso educ%4o sobre %s tr%di4@es p%r% del%s )%<er o princpio doscostumes. Q O esprito re&olucion2rio esm%+% %s tr%di4@es d% %nti+%Dr%n4%. isto ue e>plic% noss% imp%ssibilid%de. Q (#S deu %o %ni3m%l % )or4% p%r% pro&er s necessid%des de seus )il*otes. Ao *omemle deu, %lm disso % %utorid%de, p%r% %destr%r % &ont%de seus )il*os.Q ss% %utorid%de, le % uis perm%nente como % prpri% )%mli%. Q Aescol*% d%s %li%n4%s. Q O li&ro de r%<o. Q Su%s tr?s p%rtes: % +ene3%lo+i%, o di2rio, os ensin%mentos tr%dicion%is. Q $onse?nci%s so3ci%is do %b%ndono d%s tr%di4@es )%mili%res. Q (es%p%recimento d%s)%mli%s ue %b%ndon%m su%s tr%di4@es ............................................... RG

CAPÍTU! 6AUT!&"'A'$ '! PA" 7 SA)T"'A'$ 'A #*$

CUT! '!S A)T$PASSA'!S

 A %utorid%de do p%i em Aten%s, em "om%, entre ns %t o sculo=III. Q O p%i de )%mli% &ener%do como im%+em do !%dre terno. QO esprito de Me%n3M%cues, % $on&en4o e o $di+o $i&il )i<er%m3n%des%p%recer. Q Tocue&ille %creditou ue isto er% um bem. Q Os )%tosdi<em o contr2rio. Q #r+ente necessid%de de rest%ur%r % %utorid%dep%tern%, % m%is le+tim% e % m%is necess2ri% ......................................... R9 

Deli< o *omem % uem (#S deu um% s%nt% me. Q !%l%&r%s deL%m%rtine e O<%n%m. Q A me de S%nto At%n2sio. Q S%nt% mli%,me de So B%slio e de So 're+rio N%<i%n<eno. Q A me de S%n3to A+ostin*o. Q A me de So 're+rio %+no. Q A me de SoBern%rdo. Q A me de N%poleo I. Q A .me de !%steur. Q A medo S%nto $ur% dUArs. Q A me de $%rlos %+no. Q !%l%&r%s de M.de %istre. Q es de )%mli% ue rest%belecer%m o +o&erno emseus l%res. Q A mul*er n% )%mli% oper2ri%. Q A4o soci%l d% mul*er)r%nces%. Q As mes dos <u%&os ponti)cios. Q !%l%&r%s de D%&iXre.Q As mul*eres em )%ce do esprito re&olucion2rio ............................... 8F 

O culto dos %ntep%ss%dos en+endr%do e nutrido pelo esprito de )%3

mli%. Q ntre os p%+os. Q ntre os c%tlicos ................................... 87 

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 CAPÍTU! 6"

&$C!)ST"TU"0*! '! C!&P! S!C"A

l% e>i+e % reconstitui4o d% )%mli%: entid%de mor%l, econEmic% esoci%l persistente. Q No&%mente %s )%mli%s se *ier%rui<%ro comooutror%. Q !%l%&r%s de Bon%ld. Q Aristocr%ci% e nobre<%. Q >iste%ristocr%ci% em tod%s %s cl%sses soci%is. Q A democr%ci% se op@e constitui4o d% %ristocr%ci% em nobre<%. Q A nobilit%4o n% %nti+%Dr%n4%. Q Su%s &%nt%+ens soci%is. Q !%l%&r%s de T%ine, Leo III,!io I. Q ue ser2 )eito d% nobre<% no )uturoV Q Sentimento de T%i3ne, Bon%ld, le !l%K. Q A &id% no se e>tin+uiu no cor%4o d% Dr%n4%.Q ue o p%dre n% su% p%rui%, o p%i n% su% )%mli%, o p%tro n% su%o)icin%, o c%pito n% su% comp%n*i%, se %pliuem em desen&ol&er on-cleo de %ristocr%ci% ue (#S nos dei>ou. Q ue c%d% u%l )%4%

descer % &erd%de e o bem de seu cor%4o sobre seus irmos. A est2% &erd%deir% solu4o p%r% % uesto soci%l ............................................. 8R

CAPÍTU! 6""A %&A)0A8 SUAS !&"G$)S $ SUA #"SS*!8

 As ori+ens d% Dr%n4%. Q O b%tismo de $l&is e dos )r%ncos. Q "e3l%to de B%ronius. A S%nt% gmbul%. !%l%&r%s do c%rde%l !ie e de T*.L%&%le. Q $%rt% do !%p% An%st2cio II % $l&is Q Test%mento deSo "emi. Q $%rt% de S%nto [&ito, ue tr%4% o pro+r%m% do po&o )r%n3co. Q isso d%d% % $l&is pelo imper%dor An%st2cio. Q $on)ir3

m%d% %os reis de Dr%n4% pelos !%p%s 're+rio III, st?&o, Adri%no,Leo III, 're+rio I. Q !%l%&r%s de Honrio III, Inocente III, Ale>%ndreIII, Leo III. Q A s%+r%4o p%rticul%r dos reis de Dr%n4%. l% sel% deno&o, % c%d% incio de rein%do, % %li%n4% p%ctu%d% entre $"ISTO eeles. Q (escri4o d% s%+r%4o e seus ensin%mentos. Q A un4o)%<i% o rei. !%l%&r%s e condut% de Mo%n% dUArc. Q A un4o con)eri% umcerto c%r2ter de s%ntid%de. Q !oder de cur%r escr)ul%s. Testemun*osde So Tom2s de Auino e de Bento I=, dos *istori%dores e dos m3dicos. Q A misso d% Dr%n4%, m%rc%d% n% lei s2lic%, n%s c%n4@es de+est%, n%s moed%s. Q !romess%s de e>ist?nci% pro&idenci%l em )%ced% )idelid%de % ess% misso ................................................................... 9R 

$PÍ!G!

m ue situ%4o nos encontr%mosV Q No perc%mos % esper%n4%.!%l%&r%s de T%ine, (rumont BrunetiXre, Lucien Arr%t, Lon (%udet,Bu))et, Lur3S%luces. Q Or%4@es pelo rei de Dr%n4%, indul+enci%d%spelos !%p%s, e +r%&%d%s n%s colun%s d%s i+re;%s de "om%. Q $en%+r%ndios% n% b%slic% #lpi%n%. =em um outro $onst%ntinoC O mundo o%+u%rd% ................................................................................................... 111

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