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O Corpo 04.08.2013 ISSN: 2236-8221 Edição n. 28 Vitória da Conquista, 31.12.2013 [email protected] http://www.marcadefantasia.com/o-corpo-e-discurso.htm O corpo é discurso Nesta edição, O Corpo é discurso apresenta o SLOVO - Grupo de Estudos do Discurso, da Unesp de Araqua- ra; traz uma entrevista de Nílton Milanez com Jean-Jacques Courtine; traz um artigo de Gustavo Silveira, graduando em Direito pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; traz um artigo de Íris Nunes de Souza, professora do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Su- doeste da Bahia, além de notícias ligadas ao universo acadêmico e da Análise do discurso no Brasil. Acesse o site do Labedisco: www2.uesb.br/labedisco ISSN: 2236-8221 EXPEDIENTE DE O CORPO Editores Nilton Milanez Tyrone Chaves Filho Organizador Tyrone Chaves Filho Editoração eletrônica (MARCA DE FANTASIA) Henrique Magalhães CONSELHO EDITORIAL Dr. Elmo José dos Santos (UFBA) Dra. Flávia Zanutto (UEM) Dra. Ivânia Neves (UFPA) Dra. Ivone Tavares Lucena (UFPB) Dra. Mônica da Silva Cruz (UFMA) Dr. Nilton Milanez (UESB) Dra. Simone Hashiguti (UFU)) Jornal de popularização científica
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O Corpo é Discurso – N º.28

Jan 07, 2017

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Page 1: O Corpo é Discurso – N º.28

O Corpo

O Corpo

04.08.2013

ISSN: 2236-8221

Edição n. 28 Vitória da Conquista, 31.12.2013

[email protected] http://www.marcadefantasia.com/o-corpo-e-discurso.htm

O corpo é discurso

Nesta edição, O Corpo é discurso apresenta o SLOVO - Grupo de Estudos do Discurso, da Unesp de Araqua-

ra; traz uma entrevista de Nílton Milanez com Jean-Jacques Courtine; traz um artigo de Gustavo Silveira,

graduando em Direito pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; traz um artigo de Íris Nunes de

Souza, professora do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Su-

doeste da Bahia, além de notícias ligadas ao universo acadêmico e da Análise do discurso no Brasil.

Acesse o site do Labedisco: www2.uesb.br/labedisco

ISSN: 2236-8221

EXPEDIENTE DE O CORPO

Editores

Nilton Milanez

Tyrone Chaves Filho

Organizador

Tyrone Chaves Filho

Editoração eletrônica

(MARCA DE FANTASIA)

Henrique Magalhães

CONSELHO EDITORIAL

Dr. Elmo José dos Santos

(UFBA)

Dra. Flávia Zanutto (UEM)

Dra. Ivânia Neves

(UFPA)

Dra. Ivone Tavares Lucena (UFPB)

Dra. Mônica da Silva Cruz

(UFMA)

Dr. Nilton Milanez

(UESB)

Dra. Simone Hashiguti

(UFU))

Jornal de popularização científica

Page 2: O Corpo é Discurso – N º.28

professora Dra. Renata Maria Facuri Coelho Marchezan e a Dra. Marina Célia

Mendonça, a principal linha de pesquisa

do grupo é a Análise Dialógica do Discur-so, na qual os temas mais recorrentes

são o cronotopo, o dialogismo, o diálogo,

o discurso, a enunciação e os gêneros

do discurso.

Objetivos do SLOVO

Os projetos em desenvolvimento têm

como objetivos: (1) constituir e consoli-

dar uma metodologia de análise discur-

siva por meio de estudos da obra do

Círculo de Bakhtin e de análises efetivas de corpus; além desse objetivo mais

amplo, outro mais circunscrito, mas

também comum a todos os projetos do

grupo, cuida de (2) desenvolver cami-nhos de reflexão sobre a noção bakhti-

niana de gêneros do discurso; um últi-

mo objetivo visa (3) analisar diferentes

gêneros discursivos.

Reuniões

As reuniões do grupo ocorrem sema-

nalmente e, a partir de um texto pré-definido (geralmente textos de Mikhail

Bakhtin ou que fazem parte do Círculo

de Bakhtin, de modo geral), os inte-

grantes discutem e, como forma de

registro, publicam um texto curto, que

versa sobre o tema abordado no en-contro, que é disponibilizado no site do

grupo.

Produção

Entre as atividades desenvolvidas pelo

grupo destacamos: realização de coló-quios, apresentações de trabalhos em reuniões científicas e publicações em

periódicos (as referências podem ser

buscadas nos currículos Lattes dos

participantes). Nos últimos dois anos, o grupo recebeu os professores estran-

geiros: Craig Brandist, Galin Tihanov, Augusto Ponzio e Susan Petrilli. Para

ficar por dentro do que acontece no

Slovo - Grupo de Estudos do Discurso, bem como ter acesso às teses e às dissertações dos pesquisadores do

grupo e outras informações, acesse

slovounesp.blogspot.com.br

Slovo é um grupo de pesquisa da UNESP – Universidade Estadual Paulista, da Facul-

dade de Ciências e Letras de Araraquara,

certificado pelo CNPq, coordenado pela profa. Dra. Renata Marchezan (líder do

grupo) e pela profa. Dra. Marina Mendon-

ça. O interesse pelo discurso e pelo pen-

samento bakhtiniano congrega as pesqui-

sas do grupo, que se voltam à identifica-

ção e desenvolvimento das contribuições

bakhtinianas aos estudos discursivos

atuais.

O Grupo

Formado em 2006, o grupo conta com 8 pesquisadores e 31 estudantes distribuí-

dos entre os níveis de doutorado, mes-

trado e graduação. Sob a coordenação da

Página 2 O Corpo

Page 3: O Corpo é Discurso – N º.28

Em Outubro de 2005, na Sorbonne Nou-

velle - Paris III, Jean-Jacques Courtine

concedeu uma entrevista a Nilton Milanez.

Posteriormente, essa entrevista foi publi-

cada na obra “Michel Foucault e o discur-

so - aportes teóricos e metodológicos”,

organizado pelos professores Welisson

Marques, Maria Aparecida Conti e Cleude-

mar Alves Fernandes e impresso pela

EDUFU - Editora da Universidade Federal

de Uberlândia. Corpo, monstrosidade,

intericonicidade, inscosciente e lingua-

gem, rupturas e epistemologia foram

alguns dos temas que frequentaram o

diálogo entre Milanez e Courtine. O Cor-

po destaca apenas um trecho da entre-vista para que o leitor possa averiguar o teor da discussão e buscar a entrevista

na íntegra, que está disponibilizado aqui.

Análise do discurso V: diálogos póstu-

mos

Nilton Milanez: Como você entende a

conversação entre Pêcheux, Foucault e

Bakhtin?

Jean-Jacques Courtine: A ideia de uma

conversa entre os três não é natural. Entendo que seja uma conversa virtual,

porque seria difícil reuni-los pessoalmen-

te para uma discussão. No que diz respeito

às relações entre Foucault e Pêcheux, já

falamos abundantemente, mas não era

igualmente uma conversa natural. É preci-

so levar em consideração separações que

existiam na origem entre o pensamento

foucaultiano e o projeto de Análise do Dis-

curso apoiado sobre o marxismo e a lin-

guística. É a noção de formação discursiva

que permitiu, sem dúvida nenhuma, reunir

as duas perspectivas, fazê-las “dialogar”; e

na noção de formação discursiva, o fato de

que tanto do ponto de vista da análise mar-

xista e linguística do discurso quanto de

uma certa maneira do ponto de vista da

arqueologia , tentamos salientar as contra-dições que atravessam as formações dis-curs ivas . Entre tan to, a palavra

“contradição” não tem o mesmo sentido no contexto foucaultiano da definição de uma

formação discursiva e no contexto marxis-

ta, mas é contudo o que eu tinha tentado

fazer na época: fazer dialogar A Arqueolo-gia e o marxismo a partir da formação discursiva e da contradição. Foucault dizia

n’A Arqueologia algo como ser “a partir da contradições que as formações discursi-

vas começam a falar”, então, fiz como se a

contradição à qual ele se referia fosse a mesma, o que não era evidente o caso,

como aquela da qual o marxismo se servia falando de ”contradição de classe”. Não se

tratava da mesma coisa: Foucault desig-

nava com isso as contradições internas às formações discursivas, ele via a par-

tir do que do discurso se engendra no

interior de uma formação discursiva.

Muito rapidamente rebati essa ideia

foucaultiana da contradição sobre a

concepção marxista e isso contribuiu para dar ao uso da noção de formação

discursiva uma caráter antagonista

demais, mecanicista demais.

Para Bakhtin, é a ideia de “polifonia”, de

pluralidade das vozes que se poderia

colocar em relação com tudo isso: uma

formação discursiva supõe mesmo um

polifonia, todo um desnivelamento dos

discursos, das vozes que retomam vo-

zes, etc. Há, no funcionamento do pré-construído, no funcionamento da nomi-nalização como traço linguístico do pré-

construído, toda uma arqueologia de

vozes possíveis: a própria ideia de me-mória discursiva supõe fazer ouvir es-

sas vozes anteriores, apagadas na linea-ridade significante. Parece-me, portan-

to, que é entre contradição, pré-

construído e formação discursiva que se encontra um espaço conceitual no qual

se pode fazer dialogar, como você diz,

Bakhtin, Foucault e Pêcheux.

***

O Corpo Página 3

FOUCAULT E A

HISTÓRIA DA ANÁLISE

DO DISCURSO,

OLHARES E OBJETOS:

ENTREVISTA COM

JEAN-JACQUES

COURTINE

Page 4: O Corpo é Discurso – N º.28

Os julgamentos do Supremo Tribunal Federal como mercadorias de uma sociedade do espetáculo

Gustavo Silveira ¹

“O princípio do fetichismo da mercadoria, a dominação da sociedade por - coisas supras-

sensíveis embora sensíveis-, se realiza com-pletamente no espetáculo, no qual o mundo sensível é substituído por uma seleção de imagens que existe acima dele, e que ao mes-

mo tempo se fez reconhecer como o sensível por excelência.” Guy Debord

Eventos recentes vêm aproxi-

mando a grande mídia dos processos jul-

gados pelo nosso Supremo Tribunal Fede-

ral, a mais alta instância do poder judiciá-

rio brasileiro que acumula as funções de

Corte Suprema e Tribunal Constitucional. A

doutrina, hoje, se divide quanto os benefí-

cios e consequências trazidos por esta

aproximação.

Uma corrente defende que a

aproximação da grande mídia destes julga-

mentos é benéfica. Sustenta essa afirma-

ção com base no princípio constitucional

de acesso a informação, presente no inci-

so XIV do artigo 5º da Constituição Federal,

defende ainda que essa grande cobertura

midiática apresenta-se como um mecanis-

mo de efetivação da democratização do

judiciário por meio da participação ativa

do cidadão comum nos processos político-

jurídicos da nação no momento em que se

passa a ter acesso aos julgamentos do

referido tribunal. Se prendem também ao

princípio da publicidade que rege o Pro-

cesso. Positivado no inciso IX do artigo 93

da constituição, tal princípio, buscando

assegurar a imparcialidade do estado juiz

para a concretização das liberdades e o

estado democrático de direito, determina

que "todos os julgamentos dos órgãos do

Poder Judiciário serão públicos".

Não obstante a bem fundamenta-

da e coerente opinião desta primeira cor-

rente, existe outro posicionamento doutri-

nário a respeito desta questão. Analisando

a realidade brasileira contemporânea con-

sideram que a grande mídia, no país, está

sob o poder de seis clãs familiares que,

deste modo, formam um oligopólio sobre a

comunicação e a informação. Por conta

deste fator, a transmissão dos julgamen-

tos do STF se configura muito mais como

uma apresentação de um espetáculo, alta-

mente rentável, e profundamente imbuído

de uma ideologia a serviço das classes

dominantes do que um efetivo vetor de

comunicação e esclarecimento. Sendo

assim, há uma forte influência da opinião

pública, corrompida e influenciada por

estes interesses, nos julgamentos deste

tribunal, gerando um inevitável impacto

nas decisões. Acreditam que isso se confi-

gura como uma clara dominação do quarto

poder na decidibilidade e imparcialidade do

Judiciário. “O espetáculo é o capital em tal

grau de acumulação que se torna ima-

gem”, como afirmou Guy Debord em “A

Sociedade do Espetáculo”.

Richard Rudin (2008), no seu

livro de Introdução ao Jornalismo, escre-

ve:

[...] a mídia jornalística é livre para divulgar o que acontece durante os processos judiciais. Isso é equilibrado com a necessidade de prote-

ger a integridade do processo – assegurar que não seja afetado pela divulgação ou, em outra linguagem jurídica, não seja prejudicado por ela. A lei não reconhece que exista algum direi-

to de “julgamento pela mídia”. Nos processos judiciais, o papel da mídia é ser os olhos e ouvidos do público em geral e não influenciar

esses processos de um jeito e de outro. Isso é ainda mais importante quando as notícias podem afetar a decisão de um júri.²

Pensando sobre esse viés ético

do jornalismo, o que está acontecendo com

a transmissão das decisões do STF no

Brasil, atualmente, não corresponde aos

postulados de não interferência no rumo

processual.

Página 4 O Corpo

O espetáculo é o capital em tal grau de

acumulação que se torna imagem

¹ Graduando em Direito pela Universidade Esta-dual do Sudoeste da Bahia

Page 5: O Corpo é Discurso – N º.28

Isso se dá pela razão de que a maior

parte da mídia não está comprometida

com a necessidade de transmissão de

informações, mas sim ligada a interesses

de setores economicamente e politica-

mente dominantes. Factualmente, o que

ocorre é uma apropriação do capital

simbólico de legitimidade e oficialidade

emanado pelo estado para se vincular ao

discurso jurídico uma sequência de obs-

curos interesses e posteriormente a

venda de tudo isso como um produto, o

espetáculo. O STF se torna então o pica-

deiro jurídico do discurso da justiça em

meios a uma sociedade do espetáculo.

O espetáculo não irá fazer

emergir uma consciência jurídica, servirá

apenas para corresponder a uma fabri-

cação concreta da alienação. As cenas

editadas e posteriormente transmitidas

não são um conjunto de imagens, mas

uma relação social entre pessoas, media-

da por estas imagens. A apropriação é a

do capital simbólico, ligado a capacidade

de “fazer crer e “fazer ver”, neste caso

em específico o capital simbólico é advin-

do do prestígio e legitimidade do estado,

personificado na figura de um Ministro

que se torna a própria voz daquele. Ele

exerce a sua jurisdição – direito a dizer –

sobre a mais importante codificação do

sistema jurídico pátrio, são os legitima-

dos para determinar, a partir de seus

convencimentos, a interpretação que deve-

rá ser dada ao texto constitucional e em

alguns casos chegando a editar súmulas

vinculantes. Quando outros juízes desres-

peitam essas súmulas, existe a figura da

reclamação constitucional onde o próprio

STF cassará a decisão judicial contrária ao

seu entendimento.

Todo este poder é transformado

em símbolo, desde a escultura da justiça

cuja função é ornar o projeto arquitetônico

que serve como sede do tribunal onde se

abrigam onze ministros, ditos doutos com

notável saber jurídico e reputação ilibada,

que se posicionam de forma onipotente em

suas cátedras e vestem mágicas togas,

como se estas tivessem o poder de afasta-

los de qualquer imparcialidade tornando-

os neutros e justos. Tais vestes, no pro-

cesso de espetacularização, se transmu-

tam em trajes de super-heróis, e tal analo-

gia é passada por meio de toda a grande

mídia, desde notícia no jornal noturno até

as capas de revistas semanais sensacio-

nalistas. Ministros se confundem com as-

tros do cinema, vão para a televisão dar

entrevistas com declarações polêmicas,

suas fotos são recortadas em edições de

charges nas redes sociais e chegamos até

o extremo clamar por um de seus nomes

para presidência do país pelo partido mili-

tar, como se esta fosse a solução para a

extirpação da corrupção, mal etéreo e de

tão vago, inatingível. Será que caminhamos

para um processo de espetacularização

tão intenso que o próximo passo será to-

gas com paetês? Ao menos estaria harmo-

nizando com o excesso de holofotes e o

brilho mais que reluzente do ego de alguns

daqueles ministros.

Portanto, concluímos que, apesar

de entendermos a necessidade de uma

aproximação da população das discursões

travadas em sede do STF, isso só pode ser

efetivado de modo real e democrático por

meio de uma mídia também democratizada.

Caso este postulado não seja obedecido,

enfrentaremos a questão da espetaculari-

zação dos julgamentos, desvirtuando as

funções deste tribunal por conta de uma

opinião pública que apenas reproduz o

discurso transmitido a ela.

Referências

Bourdieu, P. Sobre o poder simbólico. In: O

Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand

Brasil, 2001.

DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. E-book digitalizado por Coletivo Periferia e e-books Brasil, 2003.

RUDIN, Richard; SANTOS, Moisés; SANTOS,

Silvana. Introdução ao jornalismo: técni-

cas essenciais e conhecimentos bási-

cos. São Paulo: Roca, 2008.

Oligopólio na comunicação - Um Brasil

de poucos. Disponível em http://zip.net/bglTbC

O Corpo Página 5

Page 6: O Corpo é Discurso – N º.28

POLÍTICAS PÚBLICAS E O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA EM VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA

Íris Nunes de Souza - DELL/UESB¹

A língua, que reproduz ideologias

e através dela sabe-se das particularida-des dos povos, é medida no contexto políti-

co-educacional deste país pelo valor de mercado que ela impõe, daí o espanhol,

com efeito, começou a ser implantado na educação básica em 1993, graças à obri-

gatoriedade de oferta do ensino nos pri-

meiro e segundo graus. Essa política, por questões não diferentes das que sempre

nortearam as efetividades das leis no que tange à educação, precisamente língua

estrangeira, torna obrigatório a oferta do

ensino de língua espanhola. Sobre isso Paraquett (2009, p. 129) relata:

Em 1993, torna-se obrigatória a inclusão do

ensino do espanhol nos currículos plenos dos estabelecimentos de ensino de 1º. e 2º. graus. Essa obrigatoriedade está no substitutivo que o Senado Federal faz ao PL 4.004/93 e que

nunca conseguiu avançar. No entanto, é desse PL que vai evoluir a atual lei de obrigatorieda-de, porque seu relator, o Deputado Átila Lira, já

apresentara em 15/12/00 um projeto de lei, onde chamava a atenção para esse tema sem solução.

O deputado Átila Lira do Partido

Social Democrata, brasileiro (PSDB) do

Piauí, consegue instituir o idioma como parte do currículo de oferecimento obriga-

tório. Por conseguinte, em 2005, surge a

Lei nº 11.161, de 05 de agosto de 2005, que torna obrigatório a oferta de ensino da

língua espanhola em toda escola de Ensino

Médio do país. Dispõe a referida Lei, sanci-onada pelo então Presidente da República

Luís Inácio Lula da Silva:

Art. 1o O ensino da língua espanhola, de oferta obrigatória pela escola e de matrícula faculta-

tiva para o aluno, será implantado, gradativa-mente, nos currículos plenos do ensino médio. § 1o O processo de implantação deverá estar

concluído no prazo de cinco anos, a partir da

implantação desta Lei (BRASIL, 2005).

Para que se conheça melhor a

cidade de Vitória da Conquista, onde discuto a política pública do ensino de língua espa-nhola, recorri aos escritos de Leite (2008, p.

109), que descreve:

Vitória da Conquista é um dos 417 municípios do estado da Bahia, que se constitui num dos nove estados da Região Nordeste do Brasil. O municí-pio, situado nas encostas da Serra do Periperi, a

cidade-sede no sudoeste da Bahia, a 313 km da capital, via aérea, e 512 km, via rodoviária. É a terceira cidade mais populosa da Bahia, depois

da Capital, Salvador.

A cidade, segundo os dados do

senso Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2010), conta com uma po-

pulação de 306.866 habitantes, tendo como

área de unidade territorial por Km²

3.405.580 e densidade demográfica por

habitantes em Km² 90,11, além de espaço

territorial privilegiado e uma população

representativa no estado.

Vitória da Conquista conta com a

expressiva expansão da educação superior,

já que o número de instituições de ensino

aumentou significativamente, o que tem

contribuído enormemente para o seu desen-

volvimento sócio-econômico-cultural. Atualmente, a cidade conta com a

Universidade Federal da Bahia (UFBA), Uni-

versidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) , o Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) e mais

as instituição privadas. Entretanto, em rela-ção ao ensino de língua espanhola, nenhuma

das instituições possui o curso de licencia-

tura em Espanhol. O prazo para que as esco-las de Ensino Médio oferecessem essa língua

no país, em caráter obrigatório, expirou-se

e, em Vitória da Conquista, não se formam

profissionais para atuarem nesse campo,

embora as escolas privadas, de educação

básica, já possuam e ofereçam no currí-

culo a língua espanhola. Em 2008, fiz uma pesquisa nas

escolas privadas, da educação básica, mais representativas da cidade, com o

intuito de saber sobre a formação do profissional que atuava como professor

de língua espanhola nesses estabeleci-mentos, uma vez que, embora sendo lei, a implantação da língua espanhola, em todo

o ensino médio da educação básica nas escolas públicas, até aquele momento,

não havia sido feita nas instituições de

responsabilidade do estado. Como resul-tado da pesquisa, constatei que nenhum

dos profissionais que respondeu ao ques-tionário, naquele momento, possuía licen-

ciatura em Espanhol. A maioria fez cursi-

nho em escolas de idiomas (como FISK e

CCAA etc.) e outros, por serem nativos

de língua espanhola, eram considerados aptos para o ensino.

Fica confirmado que, com a falta de profissional habilitado na região,

aqueles que fazem cursinhos em centros

de idiomas e, com nativos da língua espa-nhola como uruguaios, espanhóis e de

outras nacionalidades, cujo idioma oficial

do país é o espanhol, comandam o ensino

do idioma na rede privada. Naquele mesmo ano, eu, por

integrar a equipe da Secretaria da Edu-

cação do Estado (SEC), juntamente com a direção do Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães (CMLEM), implantei, no currí-

culo dessa unidade de ensino, a língua espanhola.

Consegui implantar Espanhol no currículo do CMLEM, em cumprimento à

lei 11.161/2005, que obriga a oferta da

disciplina língua espanhola em todo Ensi-

no Médio no Brasil. A princípio, apenas na

3ª série do ensino médio, já que só havia um profissional habilitado, no regime de 20 h, vinculado à Secretaria da Educação do Estado, em Vitória da Conquista, logo

ele não daria conta da demanda.

Página 6 O Corpo

¹ Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Professora auxiliar do Departa-mento de Estudos Linguísticos e Literários, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Page 7: O Corpo é Discurso – N º.28

No ano de 2008, após a introdu-ção da disciplina no currículo do CMLEM,

outras unidades escolares da rede pública

estadual em Vitória da Conquista também a implantaram, pois, perceberam que a

língua espanhola atraia discentes para a instituição, já que algumas delas estavam

com déficit de alunos. Contudo, não deta-lharei essa questão, pois meu intuito é

demonstrar, de forma breve, como ocorre

o ensino de espanhol na cidade de Vitória da Conquista e qual a formação do profes-

sor que leciona a disciplina. Após a implantação da língua no

currículo do referido colégio, a rede públi-ca estadual, representada pela DIREC 20,

aderiu à contratação de profissionais sem

licenciatura em língua espanhola para o exercício da docência, fato reafirmado em

2009, quando o Colégio Modelo Luis Eduar-do Magalhães, sentindo a necessidade de

estender o curso de espanhol para as ou-

tras séries do ensino médio, solicitou à

DIREC 20 a disponibilização de mais pro-

fessores para ministrar a disciplina na instituição. Na época, a secretaria respon-

deu ao pedido dizendo que convocaria os

candidatos aprovados no último concurso

do estado para assumirem a disciplina.

Foram aprovados naquele con-

curso cinco candidatos, todos com prática docente comprovada na rede privada. Ao

serem convocados, nenhum deles pôde ser

nomeado porque não tinha licenciatura na

área específica, logo, eles não atendiam ao critério exigido pela Secretaria da Educa-ção. Isso inviabilizou o oferecimento da

disciplina na maioria das instituições da

rede estadual de ensino na cidade.

Naquele momento, exceto eu, a professora do colégio Modelo, não havia

outro profissional em exercício na cidade

de Vitória da Conquista com habilitação em

Língua Espanhola, o que resultou (e resulta

ainda hoje), numa prática equivocada de contratações de profissionais sem perfil adequado para ministrar a disciplina. Essa

prática segue ratificando o mito de que espanhol é muito fácil, qualquer profissio-

nal, mesmo sem ser da área, desenvolve

bem essa tarefa de ensiná-lo. Essa situa-ção agrava-se mais ainda, uma vez que as

instituições de ensino superior da cidade,

sejam públicas ou privadas, não oferecem o curso de licenciatura em língua espanho-

la. A UESB objetiva implantar o curso

de Letras Modernas com Espanhol, cujo projeto está em tramitação no Departa-

mento de Estudos Lingüísticos e Literários

(DELL). Embora tenha sido elaborado desde 1999, como não havia, na época, professor

da referida disciplina, o projeto ficou ar-quivado.

Desde 2006 o projeto foi retoma-do pelos membros do Colegiado do Curso

de Letras da UESB, campus de Vitória da

Conquista, mas, em 2007, foi impedido pela política do estado da Bahia, que vetou

qualquer abertura de curso. Novamente o projeto, em 2008, foi resgatado e aprova-

do pela plenária do DELL. Em 2010 o projeto

voltou a ser discutido e reformulado, mas

não se tem previsão para a sua implanta-

ção e desconheço as razões pelas quais ainda não houve a efetivação do curso.

Vale ressaltar que a UESB é a

única universidade estadual da Bahia que

não oferece ainda o curso de espanhol, o

que justifica, em parte, a falta de profissio-

nais no município. Assim, para que o ensino da língua espanhola, de caráter obrigató-

rio, não seja implementado de forma defi-

citária, faz-se necessária a implantação,

em caráter urgentíssimo, do Curso de Letras com Espanhol, pois a não oferta do curso para qualificação de docentes proli-

fera um ensino da língua de má qualidade.

Atualmente, o CMLEM é a única

escola pública estadual que oferece a dis-ciplina Língua Espanhola em Vitória da

Conquista, porém enfrenta a falta de pro-

fissionais licenciados.

A referida unidade escolar care-

ce de professores habilitados, pois a Se-cretaria da Educação do Estado adota uma política de que língua estrangeira pode ser

lecionada por qualquer profissional, inclu-sive por docentes que precisam comple-

mentar a sua carga horária. Assim, minis-

tram aula de espanhol professores de história, química, física, biologia. Isso me-

rece outra reflexão e questionamentos,

porém me limitarei apenas, neste momen-to, a problematizar o ensino de espanhol,

que está sendo difundido aleatoriamente. A lei 11.161 está bem distante de ser imple-

mentada em Vitória da Conquista pelas questões expostas, pois segue o ensino da

língua espanhola sob a responsabilidade de

profissionais sem habilitação, nas poucas escolas que a oferecem na Educação Bási-

ca.

Referências

Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Linguagens, Códigos e suas tecnologias. Brasília:

MEC/SEB, 2006. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacio-nal do Livro Didático do Ensino Médio. Brasília:

MEC, 2011.

Secretaria de Educação Média e Tecnológica.

Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino mé-dio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Bra-

sília, 1999.

Presidência da República. Casa Civil. Subchefia

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<h ttp ://www.planal to . gov. br/cc i vi l_03/

_Ato2004-2006/2005/Lei/L11161.htm>. Acesso

em: 18maio 2012.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei Nº 9394. Lei de Diretrizes e Bases. Brasília: MEC,

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BURKE, Peter; PORTER, Roy. Linguagem, Indivíduo e Sociedade. São Paulo: Editora UNESP, 1993.

CALVET, Louis Jean. As políticas linguísticas. São

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PARAQUETT, Marcia. As dimensões políticas sobre

o ensino da língua espanhola no Brasil: tradições e inovações. In: MOTA, Kátia; SCHEYERL, Denise

(Org.). Espaços linguísticos: resistências e ex-

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O Corpo Página 7

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O XI Encontro Internacional de Escritoras –

XI EIDE, a ser realizado de 13 a 17 de março

de 2014, será sediado no Nobile Lakeside

Convention & Resort, em Brasília (DF). Sucesso no Peru, Chile, México, Argenti-

na, Porto Rico, Venezuela, Uruguai, Colôm-bia, Espanha e Panamá, o Encontro será

agora realizado no Brasil, país eleito no

pleito de 2012, no Panamá, quando também foi escolhida a escritora de Brasília, Naza-

reth Tunholi, para presidi-lo.

O XI EIDE ocorrerá pela primeira vez em

um país de língua portuguesa e homenage-

ará Cecília Meireles, celebrando os 50

anos de sua morte. Reunirá na Capital

Federal escritoras, jornalistas e formado-

res de opinião de vários países, colocando

em evidência o espírito criativo das mulhe-

res e a sua capacidade de produção literá-

ria, fortalecendo os laços entre o Brasil e

outros países. A concepção do XI EIDE fun-damenta-se na formação de uma rede de

pessoas engajadas no propósito de viabili-

zar a construção coletiva do fazer cultu-

ral. Está sendo estimulada a participação de

escritoras, leitores e interessados, através de marketing específico para destacar a

qualidade da programação – já confirmadas

as conferências magistrais com o Senador,

professor e escritor Cristovam Buarque, a

escritora premiada (Jabuti 2012) Stella

Maris Rezende, o escritor premiado na Ve-

nezuela Luiz Neves, a Dra. Lourdes Spínola

(Paraguai/Espanha), além de palestras com

escritoras convidadas, brasileiras e estran-

geiras, workshops, espetáculos, atrações

do resort e da capital do País. Além da pro-

gramação de trabalho, serão promovidos

passeios pelos pontos turísticos da Capital Federal, jantares e shows. Serão convida-das as seguintes autoridades: Presidenta da

República Dilma Rousseff, Ministra da Cultu-

ra Marta Suplicy (para fazer a palestra de

abertura), Ministra da Secretaria de Políti-cas para as Mulheres, Eleonora Menicucci,

Ministra da Secretaria de Comunicação da

Presidência da República, Helena Chagas, a

representante da ONU Mulher no Brasil, o

Governador do Distrito Federal, Agnelo

Queiroz e o Secretário de Cultura do Distri-to Federal, Hamilton Pereira. Para maiores

informações sobre o evento, acesse

www.encontrointernacionalescritorasbrasil.com

pedagógico da mídia, especialmente o jor-

nal impresso na sala de aula, sempre com a interface com outros suportes midiáti-

cos, acompanhando a evolução dos meios

de comunicação na contemporaneidade. No

ano de 2014, o tema do 7º. Seminário é

"Educação, Comunicação e Sociedade do

Espetáculo" em uma programação que

coloca maior atenção na relação entre mídia, performatividade e consumo. Além disso, o 7º. Seminário será um lugar para mapear, discutir e problematizar as dife-

O 7º Seminário Nacional O Professor e

Leitura do Jornal, em 24 e 25 de abril de 2014, na Universidade Estadual de Campi-

nas (Unicamp) é um evento da Associação de Leitura do Brasil (ALB), da Faculdade de

Educação/Unicamp, do Grupo RAC – Proje-

to Correio Escola Multimídia -, da Associa-ção Nacional de Jornal (ANJ) e do curso de

pós-graduação em Educomunicação e Midi-alogia do Centro Universitário Salesiano (Unisal-Campinas). O evento é promovido,

bienalmente, colocando como foco o uso

rentes formas de produção de subjetivida-

des, via consumo e espetacularização da

vida que têm sido convocadas neste novo

cenário. Dentre os principais objetivos do evento, estão a promoção de diálogo do

jornal com outras mídias no horizonte dos

processos pedagógicos e culturais na so-

ciedade contemporânea e o incentivo ao

debate sobre a compreensão dos conteú-

dos e dos modos de produção, veiculação e recepção da mídia, que interagem com os

diferentes espaços educativos.

Estão programadas conferências, mesas-

redondas, oficinas, sessões de comunica-

ção e lançamento de livros. É possível par-ticipar como ouvinte ou como apresenta-dor de trabalhos acadêmicos. Para saber

mais , acesse o site correio.rac.com.br/

correio_escola/7seminario/

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Será realizado, entre os dias 28 e 30 de Abril de 2014, o II Congresso Internacional Vertentes do Insólito Ficcional, cujo tema

é (Re) Visões do Fantástico - do centro

às margens; caminhos cruzados. O

evento é uma promoção do Instituto de

Letras da Universidade Estadual do Rio de

Janeiro e as atividades serão realizadas

na mesma. A proposta é versar sobre

diversos temas que abarcam o campo

ficcional do insólito, como o fantástico, o

maravilhoso, o estranho, o sobrenatural,

o horror etc., em materialidades diver-

sas, como a literatura, o cinema, as artes

plásticas. O congresso conta com uma

programação extensa que compreende

várias conferências, com debatedores, e simpósios, que são coordenados por pro-

fessores e movimentados por comunica-

ções de pesquisadores de grupos de pes-

quisas de todo o Brasil. As conferências, em quase sua totalidade, serão lideradas por atrações internacionais, como David

Roas (Universidad Autónoma de Barcelo-

na), Dale Knickerbocker (East Carolina University), Rosalba Campra (La Sapienza

Università di Roma), Pampa Arán

(Universidad Nacional de Córdoba), dentre

outros, além de debatedores e moderado-

res que são referências no contexto nacio-

nal. Já a programação dos simpósios con-

tará com vinte eixo temáticos, nos quais

outras várias comunicações estão inseri-

das, que corresponde à apresentação de

resultados de pesquisas de graduação,

mestrado e doutorado de diversos grupos,

de inúmeros campos do saber, espalhados

pelo país. Destacamos o simpósio Espa-

ços, corpos e subjetividades insólitas e

horríficas, na literatura e no cinema,

coordenado por Marisa Martins Gama-

Khalil, da Universidade Federal de Uberlân-dia, Nílton Milanez, da Universidade Estadu-

al do Sudoeste da Bahia e Ciro Rennan

Oliveira Prates, também da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O simpósio

tem como finalidade problematizar as ca-

tegorias de insólito, fantástico, horror etc.

não se atendo, estritamente, ao que se

cristalizou em relação a esses temas na

teoria literária, mas a partir de desdobra-

mentos diversos que confluem em novas

perspectivas e olhares que devem ser

direcionados para a manifestação do hor-ror, do sublime, do grotesco e do medo

identificados no corpo-espaço e em subje-

tividades, na literatura e no audiovisual.

Para maiores informações sobre o con-

gresso, acesse o site www.sepel.uerj.br/

eventos

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Leitura do livro “Os Anormais”, de Michel Foucault.

Leitura do livro “O Fantástico”, de Remo Ceserani.

Dica de O Corpo

Dica de O Corpo

A editora italiana Il Mulino criou, há alguns anos, uma interessante

coleção chamada "Palavras-chave". Nela, temas fundamentais de

teoria literária, estética e filosofia são abordados por especialis-tas que têm o desafio de produzir um texto acessível que, ao mes-

mo tempo, sirva de introdução ao assunto e introduza uma nova

visão do assunto. A Editora UFPR está trazendo esta coleção para

o Brasil e o primeiro lançamento é O Fantástico, de Remo Cesera-

ni, professor de literatura comparada na Universidade de Bolonha

e autor de vários estudos na área de teoria literária. O livro ex-

plora uma região particular da literatura e da arte moderna:

aquela da imaginação perturbante e fantástica. Por um lado, pro-

move uma releitura de algumas obras de ficção exemplares, es-

critas por autores como Hoffmann, Edgar Alan Poe, Gautier, Meri-

mée, Maupassant e Henry James, chegando mesmo a Cortázar e

Tabucchi.

Pronunciado no Collège de France de janeiro a março de 1975, o

curso sobre 'Os anormais' dá continuidade às análises que Michel

Foucault consagrou, a partir de 1970, à questão do saber e do

poder - poder disciplinar, poder de normalização, biopoder. É,

portanto, uma peça essencial para acompanhar a formação, os

prolongamentos e os desdobramentos das pesquisas de Foucault.

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O Corpo é Discurso

é o primeiro jornal

eletrônico de

popularização

científica da Bahia.

Colaboradores

Popularização da Ciência

A pesquisa científica gera conhecimentos, tecnologias e inovações que benefi-

ciam toda a sociedade. No entanto, muitas pessoas não conseguem compreender a

linguagem utilizada pelos pesquisadores. Neste contexto, a grande mídia e as novas

tecnologias de comunicação cumprem o papel de facilitadores do acesso ao conhe-

cimento científico. Para contribuir com esse processo, em sintonia com o espírito

que anima o Comitê de Assessoramento de Divulgação Científica do CNPq, criamos

esta seção no portal do CNPq. Seja bem-vindo ao nosso espaço de popularização da

ciência e aproveite para conhecer as pesquisas dos cientistas brasileiros e os bene-

fícios provenientes do desenvolvimento científico-tecnológico.