A D IVERSIDADE DA G EOGRAFIA B RASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 3819 O CHÃO SOB NOSSOS PÉS: UMA ABORDAGEM PRÁTICA DE ENSINO SOBRE SOLOS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA E DO MUNDO VIVIDO. MARCOS VINICIUS SANTOS DOURADO 1 RESUMO Esta pesquisa tem por objetivo demonstrar como o uso do mundo vivido tem importância para o ensino de Geografia no Ensino Médio. Sobre a metodologia, em relação aos procedimentos técnicos, foi utilizada a Pesquisa bibliográfica, em busca de materiais já publicados: livros, artigos e periódicos e materiais disponibilizados na internet; a Pesquisa-ação, que é uma pesquisa concebida tendo uma associação com uma ação ou com uma resolução dos problemas coletivos, onde, pesquisadores e os participantes da situação ou da problemática estão envolvidos de forma cooperada ou participativa. O processo ocorreu de forma tranquila e gradativa, onde se teve resultado positivo, onde se pode observar que as aulas ligadas a uma metodologia que leve em conta os aspectos do mundo vivido e da experiência do cotidiano do aluno é de grande relevância para o processo de ensino e aprendizagem em Geografia. Palavras-Chave: Geografia; Solos; Mundo Vivido. ABSTRACT This research aims to demonstrate how the use of the lived world is important for geography teaching in high school. On the methodology in relation to technical procedures, the literature search was used in pursuit of material already published books, articles and journals and materials available on the Internet; Research-action, which is a survey designed with an association with an action or a resolution of collective problems, where researchers and participants of the situation or the problem are involved in a cooperative and participatory manner. The process went smoothly and gradually, where it tested positive, where you can observe the classes linked to a methodology that takes into account aspects of the world lived and student everyday experience is of great importance to the process of teaching and learning in geography. Key-words: Geography; Soils; Lived world. 1- Introdução No cotidiano das práticas de ensino de geografia na educação básica, observa-se certo distanciamento das ações pedagógicas no que tange a utilização do mundo vivido do aluno, do seu conhecimento prévio, da educação familiar e de sua experiência. Isso fica mais evidente quando o enfoque se dá nos aspectos físico-naturais da Geografia: Clima, Relevo, Vegetação, Hidrografia e Solos, onde 1 Mestrando em Ciências da Educação pela Universidad Autónoma de Asúncion – PY; Especialista em Solos pela Universidade Federal de Lavras/UFLA e Centro Universitário de Araraquara/UNIARA, Graduado em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás – UEG. Professor Efetivo da Rede Estadual de Goiás, atuando no Ensino Médio e Professor Efetivo da Rede Municipal de Formosa Goiás, atuando No Ensino Fundamental II. E-mail: [email protected]
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O CHÃO SOB NOSSOS PÉS: UMA ABORDAGEM PRÁTICA DE ...
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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
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O CHÃO SOB NOSSOS PÉS: UMA ABORDAGEM PRÁTICA DE ENSINO SOBRE SOLOS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA E DO MUNDO
VIVIDO.
MARCOS VINICIUS SANTOS DOURADO1
RESUMO Esta pesquisa tem por objetivo demonstrar como o uso do mundo vivido tem importância para o ensino de Geografia no Ensino Médio. Sobre a metodologia, em relação aos procedimentos técnicos, foi utilizada a Pesquisa bibliográfica, em busca de materiais já publicados: livros, artigos e periódicos e materiais disponibilizados na internet; a Pesquisa-ação, que é uma pesquisa concebida tendo uma associação com uma ação ou com uma resolução dos problemas coletivos, onde, pesquisadores e os participantes da situação ou da problemática estão envolvidos de forma cooperada ou participativa. O processo ocorreu de forma tranquila e gradativa, onde se teve resultado positivo, onde se pode observar que as aulas ligadas a uma metodologia que leve em conta os aspectos do mundo vivido e da experiência do cotidiano do aluno é de grande relevância para o processo de ensino e aprendizagem em Geografia.
Palavras-Chave: Geografia; Solos; Mundo Vivido.
ABSTRACT
This research aims to demonstrate how the use of the lived world is important for geography teaching in high school. On the methodology in relation to technical procedures, the literature search was used in pursuit of material already published books, articles and journals and materials available on the Internet; Research-action, which is a survey designed with an association with an action or a resolution of collective problems, where researchers and participants of the situation or the problem are involved in a cooperative and participatory manner. The process went smoothly and gradually, where it tested positive, where you can observe the classes linked to a methodology that takes into account aspects of the world lived and student everyday experience is of great importance to the process of teaching and learning in geography.
Key-words: Geography; Soils; Lived world.
1- Introdução
No cotidiano das práticas de ensino de geografia na educação básica,
observa-se certo distanciamento das ações pedagógicas no que tange a utilização
do mundo vivido do aluno, do seu conhecimento prévio, da educação familiar e de
sua experiência. Isso fica mais evidente quando o enfoque se dá nos aspectos
físico-naturais da Geografia: Clima, Relevo, Vegetação, Hidrografia e Solos, onde
1 Mestrando em Ciências da Educação pela Universidad Autónoma de Asúncion – PY; Especialista
em Solos pela Universidade Federal de Lavras/UFLA e Centro Universitário de Araraquara/UNIARA, Graduado em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás – UEG. Professor Efetivo da Rede Estadual de Goiás, atuando no Ensino Médio e Professor Efetivo da Rede Municipal de Formosa Goiás, atuando No Ensino Fundamental II. E-mail: [email protected]
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muitas vezes por falta de preparo e insegurança, os professores não enfocam e não
dão a devida importância por essa vertente na geografia escolar.
A partir da experiência vivida em sala de aula, através dos anos, pode se
observar claramente a dificuldade do aluno na disciplina de Geografia e o
desinteresse pela gama de conteúdos e habilidades por ela apresentados. Segundo
(Cassab 2009), A artificialização do processo, a falta de contextualização da teoria e
prática, o uso do mundo vivido, de aspectos do cotidiano do aluno e a não referencia
dos lugares reconhecidos através da experiência dos discentes fazem com que esta
prática seja demasiadamente fria e longe do objetivo central que é a formação
cidadã.
A relevância se dá na questão das práticas de reflexão e crítica que dentro do
processo de ensino e aprendizagem são importantíssimas para o professor e
também para contribuir para o debate sobre a questão que envolve o ensino da
geografia e da importância da análise dos dados de uma forma coerente, concisa e
crítica que contribua para a melhoria nas práticas de ensino oferecidas aos alunos.
De acordo com (Barbosa 2008) a Geografia tem um papel fundamental nas
escolas, que é de fazer com que os educandos possam compreender o espaço nas
suas formas dinâmicas e nas suas transformações ao longo do tempo. Segundo
(Callai, 2005, p. 237) “Fazer a análise geográfica significa dar conta de estudar,
analisar, compreender o mundo com o olhar espacial”.
Justamente pela Geografia ter um objeto de estudo dinâmico e mutável é
necessário rever constantemente às práticas de ensino no sentido de promover,
dentro das escolas, uma aprendizagem que traga relevância para os alunos. A
Geografia escolar precisa mudar, “para levar o educando a compreender o mundo
em que vivemos, para ajuda-lo a entender as relações problemáticas entre
sociedade e natureza e entre todas as escalas geográficas, ou ela vai acabar
virando uma peça de museu” (Vesentini, 2004, p. 220).
2- Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia
Segundo a Secretaria de Educação Fundamental (2001), o papel principal da
Geografia, na proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais, se refere à
compreensão e intervenção na realidade social. Por meio dela podemos
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compreender como diferentes sociedades interagem com a natureza na construção
de seu espaço, as características dos lugares, as múltiplas relações de um lugar
para outro, distancias, diferenciação do espaço no passado e no presente.
Objetiva também que um aluno do ensino fundamental, consiga observar,
conhecer, explicar, comparar e representar as características de um determinado
lugar em diferentes espaços geográficos.
Para a Secretaria de Educação Fundamental (2001) o lugar e a região eram
vistos antigamente como o resultado da interação entre o homem e a natureza.
Atualmente essa visão vem mudando gradativamente a categoria de lugar, assim
como de paisagem vem sendo mudada pela nova Geografia. O Lugar deixa de ser
apenas espaço em que ocorrem as relações entre o homem e a natureza.
Para La Blache os conceitos de lugar, paisagem e região, com territorialidade, se sobrepunham. A ligação dos homens com os lugares ao longo da Historia produzia um instrumento técnico e cultural que acabava dando a esses lugares a sua identidade, criando padrões de comportamento herdado e transmitidos a outras gerações. Secretaria de Educação Fundamental (2001 p.20)
Para La Blache apud Secretaria de Educação Fundamental (2001) paisagem
define a região e é exatamente na região que temos a dimensão de uma realidade
territorial concreta, física, representando um quadro de referência para a população
que a habita. Com essa afirmação temos o conceito que região e paisagem é
fundamental para a compreensão da diversidade do mundo.
Secretaria de Educação Fundamental (2001) afirma que, na Geografia
Tradicional a simples descrição tornou-se insuficiente como método. Esses métodos
e teorias de análise tornaram-se insuficientes para apreender a complexidade do
espaço. Deve se buscar explicações mais plurais, que promovam a integração da
Geografia com outros campos de saber. Sendo essa uma das características
fundamentais da produção acadêmica da Geografia dos últimos tempos, busca não
apenas uma descrição centrada na descrição empírica das paisagens, como
também explicações exclusivamente politicas ou econômicas do mundo.
Essas mudanças tiveram repercussões diversas no ensino fundamental, de
forma positiva, já que motivaram a inovação e a produção de novos modelos
didáticos. Mas que mesmo assim ainda muito se deve mudar, já que; ainda existem
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muitos professores principalmente os professores das séries iniciais, utilizado como
método apenas na descrição dos fatos e apoiando-se quase exclusivamente no livro
didático, que ainda, em sua grande maioria, fundamenta-se em uma Geografia
Tradicional.
Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (2011), a Geografia tem como
responsabilidade, ser uma área do conhecimento que ajudará o aluno a
compreender o mundo, explicável e passível de transformações. Essa é a temática
atual trabalhada pela Geografia, sendo possível encontrar em diversas bibliografias,
questões que entrelaçam os temas de estudo da Geografia, com as questões sociais
apontadas como prioritárias nos Parâmetros Curriculares Nacionais. E que ela
abrange temas transversais considerados como questões emergenciais para
conquistas da cidadania.
2.1- Solos: Conceitos Básicos
Para Prado (1995) apud Lepsch (2011), na gênese do solo não ocorre um
processo isoladamente, mas a predominância de pelo menos um deles. Os
processos de formação do solo são principalmente: adições; transformações;
transportes e remanejos mecânicos; e perdas.
Os sistemas naturais podem consistir de uma ou mais substâncias e de uma
ou mais fases. De acordo com Resende et. al. (2007), os horizontes podem se diferir
entre si, entre os solos e dentro de cada solo, através das suas propriedades:
O solo é constituído por minerais e poros (ocupados por água e ar), e,
também matéria orgânica e organismos. A natureza e proporção de cada um desses
constituintes podem variar em de acordo com o ambiente, clima, uso e ocupação,
dentre outros (Resende et. al., 2007).
A diversidade dos ecossistemas do território brasileiro é extremamente
grande e os solos, que são parte integrante desse complexo de recursos naturais,
também variam significativamente. Com base no Mapa de Solos do Brasil (Embrapa,
1981) e no atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999),
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pode-se distinguir 13 grandes classes de solos mapeáveis e representativas das
paisagens brasileiras.
As grandes classes de solos subdividem-se em diferentes tipos, conforme as
características próprias de cada solo, separando-os em unidades mais homogêneas.
As definições, conceitos e critérios taxonômicos utilizados na classificação e
diferenciação dos mais variados tipos de solos brasileiros estão detalhados no
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 1999).
2.2- A Geografia, o ensino e o Mundo Vivido: Breve discussão.
O Debate sobre a relevância de se abordar o mundo vivido dos alunos já é
motivo de estudos por vários pesquisadores, como: Kaercher (1999a), Castellar
(2000), Freire (2001), Cavalcanti (2001), Callai (2000). Quando se valoriza o que é
concreto, visível, sentido pelos alunos pode-se quebrar o distanciamento e trazer
para a realidade do aluno os aspectos relacionados ao conteúdo e a prática do
ensino e da aprendizagem se torna mais prazerosa e motivadora.
Levando-se em conta que cada indivíduo possui uma carga histórica de
conhecimentos adquiridos através da experiência, da educação informal, quando
significamos e é realizado um “link” com o conteúdo formal da Geografia o processo
se torna mais efetivo e o ganho de aprendizagem é bem maior.
Além destes autores citados temos vários outros artigos como o de Santos
(2012) que aborda a importância de uma prática de ensino de Geografia voltada
para uma abordagem através do conhecimento construído pela experiência vivida
através do lugar, onde fica bem claro em seus escritos que é de suma importância
essa ligação para o bom efeito no processo de ensino e aprendizagem em
Geografia.
No trabalho de Alves e Alves (2010), também envereda pela perspectiva do
mundo vivido só que utilizando como instrumento a aula de campo como ferramenta
metodológica para leitura de mundo. As autoras destacam que a leitura do mundo
vivido se faz importante pois, embora nem todos os fenômenos sejam evidentes,
estes são constantes e afetam nossa conduta em demasia, e de formas muitas
vezes não perceptíveis.
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Para as autoras a aula de campo, através da leitura do mundo vivido e da
experiência na prática de ensino de Geografia, traz uma aproximação entre teoria e
prática, sendo uma possibilidade positiva e reflexiva na interface do ensino e
aprendizagem no cotidiano escolar.
Ao relacionar os resultados encontrados nestes trabalhos destacados e a
proposta desta pesquisa observa-se que há uma linha coerente nos resultados, haja
vista que todos apresentaram bons resultados no desenvolvimento de uma prática
de ensino voltada através da experiência, do conhecimento vivido no lugar e que só
abordar o trato científico sem levar em conta as características locais do espaço em
que se está inserida torna o ensino mais difícil, cansativo e demasiadamente
abstrato para os alunos.
Cabe ressaltar que mesmo com a abordagem do cotidiano, do mundo vivido,
da experiências vividas no lugar é dever do professor manter o rigor científico do que
é trabalhado não omitindo das discussões científicas inseridas nos processos, tendo
em vista que o amadurecimento intelectual dos alunos também se dá pelo
conhecimento dentro de uma metodologia que alinhe experiência vivida e o rigor
cientifico, assim poderá ter um desenvolvimento de uma prática de ensino e
aprendizagem satisfatória.
3- Metodologia
Foi selecionada a turma do 2º ano “C” por questões de cronograma de datas,
para que haja uma tranquilidade no desenvolver da pesquisa e posterior análise dos
dados. A turma possui 26 alunos com idade média de 15,6 anos. Sendo, 16 meninos
(62%) e 10 meninas (38%).
Após a seleção e levantamento do perfil da turma, é destacado o momento de
planejamento da abordagem em sala de aula. Para tanto foi definido uma
quantidade de 04 (quatro) aulas para a total execução da proposta, sendo: 01 aula
teórica, abordando os principais conceitos que servem de base para o estudo dos
Solos na Educação Básica, tais como: Pedogênese, processo de formação dos
solos, fatores de formação, intemperismo e tipos de intemperismo, componentes do
Solo, Classificação e tipos de Solos, caracteristicas do solo: cor, textura, fração
granulométrica, importância ambiental dos solos, Erosão e tipos de Erosão. Todos
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abordados de forma bem clara, simples e direta, pois trata-se de um nível básico de
ensino.
Após a execução da aula teórica, se realizou a aula prática de campo (Figura
01) com o intuito de mostrar o solo in situ, e trazer a experiência e a vivência do
contato com o estudo do solo, demonstrando e exemplificando de forma bem lúdica
os conceitos trabalhados previamente em sala de aula. Também foram realizadas
coletas de algumas amostras para serem trabalhadas na Escola, haja visto que
alguns alunos não puderam ir à campo participar da aula prática.
Figura 01: Aula de campo.
Fonte: DOURADO, M.V.S, (2015).
Após a aula prática e com as amostras que foram recolhidas, cabe destacar
que as amostras retiradas foram de mérito ilustrativo e pedagógico, sem qualquer
menção ou protocolo científico conforme demarca os manuais técnicos da
Pedologia. Já com as amostras foram realizadas no Colégio em sala, uma aula para
que os alunos que não tiveram contato em campo possa ao menos ver (Figura 02) e
conhecer um pouco dos variados tipos de solos da região da cidade de Formosa
Goiás e do Colégio Sérgio Fayad.
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Figura 02: Aula com as amostras de solo. Fonte: DOURADO, M.V.S, (2015).
4- Resultados
Diante da aplicação da avaliação sobre a sequência didática estabelecida
obteve-se os resultados apresentados a seguir:
A primeira questão abordada trabalhava a ideia do entendimento do aluno
sobre o que seria Solo, numa perspectiva conceitual, dentre as várias respostas
foram apontadas ideias de fragmentação das rochas junto a materiais orgânicos e
minerais. Também foram apontadas a relação do termo familiar “terra” associado ao
significado do Solo, é interessante destacar que quando tratavam apenas a palavra
“Solo” faziam uma ligação sinonímia a “terra”.
Também foram expostos conceitos como: “Solo é a camada superficial da
Terra que possui diferentes tipos dependendo da dinâmica do clima e do relevo”.
Aqui fica evidente a internalização da ideia de sistema e a visão holística dentro das
temáticas físico-naturais em relação ao solo. O aluno consegue correlacionar todos
os aspectos, não trabalhando mais de forma isolada cada perspectiva.
De forma geral, os alunos tiveram um ótimo desempenho, 85% de acertos e
apenas 4% de erros. Cabe destacar que o erro foi destacado por alinhar a ideia de
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solo apenas a rocha, não fazendo qualquer distinção de processo de transformação,
destruição, matéria orgânica ou mineral. Do total cerca de 11% dos alunos não
responderam a questão, isso talvez se implique a não associação da ideia de Solo
enquanto conceito ou o não reconhecimento do termo.
A segunda questão abordou a importância do Solo para nosso planeta e
sociedade, aqui se objetivou identificar se o aluno abstraiu ideias sobre a relevância
ambiental do Solo para a vida.
Dentre as respostas apresentadas podemos correlacionar com o mundo
vivido dos alunos, haja vista que a cidade de Formosa Goiás, a qual se localiza o
Colégio tem como perfil econômico uma grande imersão no agronegócio, por isso
em praticamente todas as respostas temos alguma relação com agricultura ou
pecuária por parte dos alunos.
O desempenho dos alunos foi ótimo, quase que a totalidade conseguiu o
acerto, não tiveram erros, pois todos que responderam de alguma maneira
conseguiram expressar a ideia de importância dos solos. 4% não fizeram, a
possibilidade é que talvez não tenham entendido o enunciado da questão, por isso
deixaram em branco.
A terceira questão apontavam as ideias sobre os fatores de formação do solo,
para aferir se os alunos entenderam quais são os pontos que desencadeiam o
processo de formação dos solos e se sabem identifica-los. Este ponto é importante
para a internalização do processo de formação dos solos.
Essa questão foi a que os alunos tiveram o pior desempenho, talvez por não
ter elucidado de forma mais prática e próxima da realidade nas aulas teórica e
prática de campo. Mesmo com o baixo desempenho, ainda sim foi satisfatório com
64% de acertos mais que o número de erros e os que não responderam.
Em relação aos erros, muitos associaram a ideia dos processos em si (a
água, o vento, entre outros) não identificando os fatores de forma mais clara e direta
possível.
A quarta questão, tem por objetivo aferir se o aluno consegue alinhar a ideia
dos tipos de Solos aos solos existentes no Brasil e associá-los ao seu cotidiano, no
caso, pela localização da cidade em meio ao Domínio Morfoclimático do Cerrado,
sendo assim dentro do seu mundo vivido.
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As respostas foram interessantes, pois a grande maioria conseguiu associar
os tipos de solos existentes no Brasil e no Cerrado de forma bastante clara. Tendo
um desempenho de 92% de acertos nota-se claramente que os alunos conseguem
reconhecer e espacializar os tipos de solos existentes no Brasil em escala nacional e
os do Cerrado em escala Regional.
A quinta questão, tinha por objetivo saber se os alunos conseguiam
relacionar os tipos de solos predominantes nas escalas nacional e regional, numa
escala local através da sua experiência, do cotidiano de observação e de seu mundo
vivido. Esse ponto é importante para trazer mais próximo do aluno o aspecto
científico dentro da sua rotina de vida diária, quebrando a barreira de que este
estudo seria algo além da sua realidade.
Dentre as respostas encontradas podemos destacar: “A presença de
Latossolo, Cascalho”; “Argissolos, Solos encharcados”; “Latossolo Vermelho e
Amarelo”; “Latossolo de cores avermelhadas e amareladas”. Nota-se claramente
que os alunos conseguem relacionar os tipos de solos existentes com, por exemplo,
da sua casa, de sua escola.
A sexta questão, o aluno deveria destacar qual a diferença entre os dois tipos:
Ravina e Voçoroca e se eles conseguem identificar essas formações em seu
cotidiano, no caso, na sua cidade, no seu bairro. Tornando a experiência e o
cotidiano relacionado com o conhecimento cientifica abordado. Aqui se destacam
algumas respostas tais como: “Sim, conheço duas na minha cidade, a Barroquinha e
a do Brocotó (Duas grandes voçorocas existentes na cidade)”; “A Ravina tem um
aprofundamento menor que a voçoroca que é o extremo da erosão e atinge o lençol
freático”; “Voçorocas são mais profundas que Ravinas”; “Conheço várias no Colégio
Agrícola de Formosa”.
Pode-se perceber claramente que os alunos conseguem identificar os
processos erosivos e que o conceito está bem internalizado diante do seu cotidiano
e seu mundo vivido. Novamente os alunos tiveram um ótimo desempenho, porém a
quantidade de erros foi um pouco maior devido à especificidade técnica dos
conceitos e da sua diferenciação nos estágios de evolução do processo erosivo em
si.
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A última questão era na verdade uma opinião do aluno em relação às aulas
sobre solos se gostaram da proposta apresentada e a justificativa da resposta. 77%
dos alunos gostaram, como destacado em algumas respostas: “Foi uma aula
dinâmica e muito interessante”; “O trabalho de coleta de Solos foi muito legal”; “Foi
uma aula que facilitou o aprendizado”; “Sim porque saímos da sala e tivemos uma
aula dinâmica e fez com que aprendêssemos mais”; “Sim, porque tive a
oportunidade de conhecer o solo com mais detalhes e descobri a importância dela
para nossa sociedade”; “Sim, gostei da aula prática, com a explicação bem
detalhada”; “Sim, foi uma aula dinâmica e prática descobrindo o Latossolo na
Escola”; “É uma matéria interessante mesmo sem sair de sala”.
Nota-se que segundo a avaliação dos alunos o planejamento foi de sucesso
pode destacar também elevado numero dos que não responderam, os motivos
podem-se ser porque não gostaram da abordagem e não quiseram expor suas
ideias ou simplesmente não tiveram tempo suficiente pra responder a questão.
5- Conclusões
O uso do cotidiano e do mundo vivido é de grande valia para o ensino, uma
vez que eles proporcionam aos alunos um reconhecimento real, onde poderão
compreender fatos visíveis do seu cotidiano e do seu ambiente. O Ensino da
Geografia há muito embate em uma série de conflitos que vão desde as várias
formas de interpretação dos professores e dos alunos, tornando-a uma disciplina de
“memorização”, realidade esta que há anos contribui para o atraso desta ciência e
do surgimento de diversas concepções renovadas e criticas acerca de sua
identidade. Assim, o professor com os alunos tentam superar esses desafios
impostos ao decorrer da história da disciplina em âmbito escolar. Fazendo assim a
Geografia e seus conteúdos uma disciplina que proporciona uma grande
responsabilidade no que diz respeito à formação do homem, trazendo lhe uma série
de conhecimento científicos, através de uma reflexão, de uma crítica, além de uma
abordagem distante, trazendo para o seu dia-a-dia. O Ensino das temáticas físico-
naturais, como destacado neste trabalho sobre solos, necessita desta aproximação
com o mundo vivido do aluno, do contrário estará sempre fadada ao distanciamento,
a memorização e ao contra-gosto dos alunos.
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