O ARREBATAMENTO SECRETO - iasditaipu.org Secreto, O.pdf · Alberto levantou os olhos do diário que está lendo e, por cima da moldura de seus espelhos fixa os olhos na televisão.
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Transcript
O ARREBATAMENTO SECRETO [Clique na palavra CONTEÚDO]
QUE ES EL RAPTO SECRETO?
Como ocurrirá realmente la Segunda Venida de Cristo
R. H. BLODGETT
EDICIONES INTERAMERICANAS
BOGOTA - CARACAS - GUATEMALA - MEXICO - PANAMA
SAN JOSE, C. R - MADRID - SAN JUAN, P. R. - SANTO
DOMINGO
Título de la edición original: Rapture: Is it for real?
7. Acontecimentos Relacionados com a Vinda de Cristo . . . 46
O Arrebatamento Secreto 4
A HORA DO ARREBATAMENTO SECRETO
ALBERTO SALAZAR e sua esposa e estão sentadas na sala de sua
casa vendo televisão. De repente interrompe-se o programa no meio de
um número musical. "Interrompemos nossa programação regular –
anuncia alguém – para dar-lhes uma informação de última hora".
Alberto levantou os olhos do diário que está lendo e, por cima da
moldura de seus espelhos fixa os olhos na televisão.
"Segundo notícias recebidas há apenas alguns momentos – continua
o locutor – ocorreu um grande número de acidentes de trânsito,
aparentemente inexplicáveis, na estrada interestadual n.º 85. A polícia
está pedindo aos motoristas que tomem outra via até desimpedir a
estrada. Continuaremos informando à medida que apareçam as notícia".
Alberto põe de lado o jornal. "Tudo isso parece estranho, não é
mesmo?" – comenta, dirigindo-se à esposa. Mas ela não responde.
"Você não me ouviu, querida?" Ele olha então para a cadeira onde
ela estava sentada há poucos momentos e vê que está vazia. "Maria, você
está na cozinha?" Mas não recebe resposta.
Com visível preocupação Alberto começa a procurar a esposa por
toda a casa, nos quartos, nos banheiros, nos armários, no sótão. Mas não
encontram rastros dela.
Finalmente a procura na garagem. Observa que o carro está no
lugar. A porta da garagem está fechada. Correm precipitadamente à porta
da casa que está atrás e começa a chamar a esposa pelo nome, quando
escuta a vizinha do lado que também chama a seu esposo.
Volta à sala, e vê que o assoalho da cadeira onde estava sentada
esposa, a roupa que ela tirara da secadora e que dobrara a última vez que
a viu. E esfrega os olhos como se quisesse limpá-los de algo que impede
sua visão. Olha de novo e vê que umas toalhas dobradas na cadeira.
De novo são dadas notícias na televisão. Alberto escuta
atentamente. Então observam um repórter de pé ao lado da estrada, com
um microfone na mão, dizendo:
O Arrebatamento Secreto 5
"Sou Miguel Garcia, seu repórter. Acabou de chegar à cena de um
terrível choque ocorrido a uns 8 km da cidade, a estrada sua de Riveside.
Os sobreviventes do acidente que ocorreu entre um ônibus da linha
Greyhound e um caminhão de carga, informa que o motorista e vários
passageiros desapareceram subitamente no ar enquanto o ônibus viajava
a mais de 80 quilômetros por hora. De qualquer maneira – o locutor
respira profundamente antes de continuar – os primeiros informes e
indicam que o ônibus aparentemente cruzou no caminho do caminhão
que vinha em direção contrária. A polícia diz que ainda não foi possível
encontrar entre os corpos nem um que possa ser identificado como o
motorista".
Alberto continua atento às notícias que vão se apresentando na
televisão em rápida seqüência: "O co-piloto de um avião informa que o
piloto, duas aeromoças mundo e grande parte dos passageiros
desapareceram enquanto voavam a mais de 11.000 metros de altura. Há
carros viajando a toda velocidade e colidindo em todos os lugares na
cidade sem que possam ser encontrados motoristas e passageiros. O
trânsito está parado nas estradas interestaduais devido à obstrução dos
carros acidentados. As ambulâncias e outros veículos de emergência se
vêem obrigados a transitar pelas margens das estradas e pelos campos
laterais, para poder deslocar os enfermos e feridos aos hospitais.
Tampouco os trens podem continuar sua marcha pois os maquinistas
também desapareceram. As linhas aéreas cancelaram os vôos porque
grande parte do pessoal não se apresentou no trabalho. Tudo confusão.
As igrejas, repletas, celebram cultos de emergência, cheias de um
público atemorizado diante do desaparecimento de amigos e familiares".
Alberto chama apressadamente seu irmão que vive algumas quadras
além dele e o desperta do sono. Quando este houve as notícias e acende a
luz do quarto vê que sua própria esposa também desapareceu. A roupa
dela ainda está na cadeira onde a deixou a noite anterior, e a fechadura
da porta está trancada por dentro.
O Arrebatamento Secreto 6
De repente a telefonista interrompe a conversação: "Sinto muito,
mas tenho que interromper esta chamada. Devido ao excesso de
chamadas somos obrigados a restringir o uso do telefone e limitá-lo a
comunicações de emergência até que desapareça esta crise que estamos
atravessando".
Alberto ouviu o som característico do receptor do telefone que é
desligado e volta ao ouvir o tom de discar.
"Que está acontecendo?" – pergunta aos gritos, meneando a cabeça
incredulamente. "Devo estar sonhando". Olha de novo à cadeira onde em
sua esposa estivera sentada. Ainda está vazia.
Então vê a bíblia de sua esposa na mesa, ao lado da cadeira. Nota na
extremidade do marca-páginas que se sobressai entre as páginas. Sem
saber por quê, algo o leva a tomar a Bíblia. Abre do lugar onde está o
marca-páginas, que é o capítulo 4 de 1 Tessalonicenses. No marca-
páginas se lê o seguinte: "A quem possa interessar":
"A família que vive desta casa está esperando o iminente retorno do
Senhor Jesus. Quando isto ocorrer – e sem dúvida ocorrerá, de dia, de
noite, a qualquer hora – e for descoberto que milhões de pessoas
desapareceram e esta casa seja achada vazia, saiba-se que ocorreu então
o que o apóstolo São Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses 4:14-17.
"Significa que Cristo trasladou deste mundo todos os salvos, entre
os quais estão incluídos os membros dessa família. Por favor não nos
busquem. Voltaremos dentro de sete anos, quando Cristo voltar com
todos os santos para destruir o Anticristo, que se manifestará com
milagres mentirosos".*
Agora Alberto compreende o que é que aconteceu, e chega à
conclusão de que ele pertence ao grupo de pessoas que não estão
preparadas para ir ao céu. Então começa a soluçar.
* "O marca-páginas que mencionamos acima apareceu publicado faz muitos anos na
revista de uma igreja que crê na teoria do Arrebatamento" Last Day Delusions (Enganos Acerca do Dia Final) (Southern Publishing Association, 1957), pp. 45, 46
O Arrebatamento Secreto 7
Se esse relato lhe parece incrível, saiba que há um grande nome
número de denominações religiosas que crêem nisso firmemente. Esta
crença está se difundindo atualmente através de inúmeros livros, revistas
e folhetos.
Publicaram-se muitos livros sobre este assunto. Aqui vão alguns
exemplos: 666 – A Novel on the Tribulation Period (666 – Uma Novela
acerca do Período de Tributação), por Salem Kirban (Tyndale House
Publishers); Before the Last Battle of Armageddon (Antes da Última
Batalha do Armagedom), por Arthur E. Bloomfield (Bethany Fellowship
Association); Reentry (Reingresso), por John Wesley White (Zondervan
Publishing House); First the Rapture (Primeiro o Arrebatamento), por J.
F. Strimbeck; The Rapture Question (A Questão do Arrebatamento), por
John F. Walvoord, presidente do seminário teológico de Dallas
(Zondervan Publishers).
Vários pregadores populares de rádio e de televisão promovem o
ensino de que os redimidos serão levados para o céu em um
arrebatamento, enquanto os ímpios serão deixados nesta Terra.
Quando certa ocasião o autor deste livro fez uma entrevista com
ministros de vinte igrejas diferentes, encontrou onze das vinte igrejas
representadas que aceitam o ensino acerca do Arrebatamento. As
diferenças de enfoque eram apenas de assuntos de menor importância.
A seguinte situação, tirada da edição para professores do manual de
batismo das Assembléias de Deus, intitulado Nossa Fé e Nossos
Membros, é muito significativa:
"Em dado momento, num dia e hora que nenhum de Seus discípulos
conhece (S. Mateus 24:36, 42, 50), o Senhor aparecerá subitamente para
juntar Seus servos e julgá-los de acordo com suas obras (S. Mateus
25:19; 2 Coríntios 5:10). Mais tarde, depois que o Evangelho for
universalmente pregado, e eles [os e ímpios] tiverem rejeitado, quando o
mundo estiver vivendo em esquecimento da catástrofe que se aproxima,
como nos dias de Noé (S. Mateus 24:37-39) e como nos dias da
destruição de Sodoma (S. Lucas 17:28-29), o Filho do Homem aparecerá
O Arrebatamento Secreto 8
em toda Sua glória e poder para julgar e governar todas as nações do
mundo (S. Mateus 25:31-46)". (pág.76)
"A vinda do Senhor ocorrerá em duas etapas: uma conhecida como
o 'Arrebatamento', e a outra como a 'Revelação'.
"Cada uma delas é parte da segunda vinda" (Ibid., pág. 72). O livro
continua dizendo que essas duas etapas da segunda vinda de Cristo
diferem-se em sete características.
Arrebatamento Cristo virá buscar seus santos, arrebatar seus santos, antes da tripulação, não tocará a terra, será o evento secreto, em um momento de tranqüilidade que pode ocorrer em qualquer instante.
Revelação Cristo virá à Terra com Seus santos, para castigar os maus, depois da tripulação, em um acontecimento que todos verão, em uma hora de terror que só pode ocorrer depois do Anticristo.
Agora vejamos o que ensinam os defensores do arrebatamento
quanto ao que ocorrerá quando o santos foi secreta e calada mente
"arrebatados" da terra:
O Arrebatamento Secreto 9
1. Quando o Espírito Santo retirar sua influência, a natureza
corrompida e pecaminosa do homem tomará controle do mundo e o
lançará no caos.
2. Satanás, o Anticristo, estabelece um governo centralizado.
Aumentarão as catástrofes naturais, as calamidades, a fome, como
também as pragas com a proliferação das guerras e o derramamento de
sangue, os quais durarão três anos e meio, e alguns dizem que até sete ou
dez anos.
3. O Anticristo estabelece o pacto com Israel, o qual rompe durante
a última metade de seu reinado.
4. Começa o "tempo da angústia de Jacó" que termina como a
"segunda" vinda de Cristo. Eles chamam a esta vinda "a revelação" e
afirmam que neste tempo será estabelecido o "reino milenar", de 1000
anos de paz, como Cristo na Terra e enquanto Satanás está preso.
O Arrebatamento Secreto 10
PROMESSAS DO RETORNO DE CRISTO
COMO cristãos temos certeza do retorno de nosso Senhor Jesus
Cristo a este mundo. É algo que nos produz grande gozo. Os "talvez" e
"porventura" dos homens não são suficientes para nós. Temos as
"preciosas e grandíssimas promessas" nas próprias palavras de Cristo:
"E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para
mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (S. João
14:3).
Infelizmente, durante os três anos e meio que Cristo esteve na
Terra, Seus seguidores incorreram do erro de crer que Ele expulsaria os
opressores romanos mediante uma revolução para estabelecer um reino
literal com Jerusalém como capital e Cristo como rei. No início do
ministério de Cristo João Batista disse: "Está próximo o reino dos céus".
Posteriormente os discípulos discutir o entre si sobre qual seria o maior
no reino. Quando Jesus desfilou pela cidade de Jerusalém cavalgando o
jumentinho as multidões O acalmaram como seu Rei.
Durante o juízo ao qual Jesus foi submetido cedo na manhã de
sexta-feira, Pilatos lhe perguntou: "És Tu o rei dos judeus?" Os
principais e sacerdotes desafiaram o Salvador crucificados dizendo: "É
Rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nEle" (S. Mat. 27:42). E mesmo
depois de sua ressurreição, quando Cristo se preparava para abandonar a
terra pela última vez, os discípulos lhe perguntaram "Senhor, será este o
tempo em que restaures o reino a Israel? (Atos 1:6).
Vez após vez, desde a infância, aqueles israelitas leram e ouviram
as profecias do Antigo Testamento acerca do Messias. Tinham ouvido
que os reis da terra se inclinariam diante dEle e que todas as nações O
serviriam. Os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel contêm muitas
profecias referentes ao reino de Deus, e os Salmos abundam em
passagens que profetizava a vinda de um libertador para salvar a "Sião".
No entanto, Cristo tentou explicar repetidas vezes ao povo de seu
tempo que seu reino "não é deste mundo" (S. João 18:36). Várias
O Arrebatamento Secreto 11
parábolas de Cristo explicavam a natureza de seu reino: a do semeador,
da rede, da mostarda, dos talentos, os lavradores, das bodas e das 10
virgens.
Mas não foi senão depois de Sua ascensão ao céu que os discípulos
compreenderam o que Cristo queria significar quando disse: "Os mansos
herdarão a Terra". Queria dizer que seria criada uma nova Terra, e que
esta Terra cheia de corrupção e de pecado não permaneceria por mais
tempo (2 S. Ped. 3:7-10).
Talvez esta seria a razão pela qual, antes de separar-se de Seus
discípulos pela última vez, Cristo explicou mais uma vez a natureza
espiritual de Seu reino, dizendo que Ele não pensava em estabelecer um
reino temporal durante sua vida na Terra. Então lhes disse que ficassem
em Jerusalém até receberem o derramamento especial do poder
pentecostal.
Enquanto estava com seus discípulos no cume do Monte das
Oliveiras, perto de Betânia, Cristo e ergueu as mãos e os abençoou. Em
seguida começou a acender lentamente para o céu.
Os atônitos discípulos quase não podiam crer o que viam enquanto
seu Mestre subia mais e mais alto até que, finalmente, uma nuvem
reluzente O escondeu de seus olhos. Eles forçaram a vista o quanto
puderam para dar uma última olhada ao Salvador que acendia.
De repente escutar uma voz, junto a eles, que lhes dizia: "Varões
galileus, por que estais olhando para as alturas?" Ao voltar-se viram dois
anjos com vestes resplandecentes. Os visitantes celestiais lhes
explicaram que Cristo voltaria "como O vistes subir" (Atos 1:11). O
Senhor tinha ido fisicamente e voltaria fisicamente. Partiu numa nuvem e
voltará numa nuvem. Foi algo assim como seus anjos e lhes tivesse dito:
"Vocês têm uma obra a fazer. Por que não começam a fazê-la? Não
fiquem aqui esperando, mas voltem a Jerusalém e façam o que Cristo
lhes ordenou". E os anjos partiram caladamente.
"Já agora a coroa da justiça me está guardada" – disse o apóstolo
Paulo anos mais tarde – "a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia;
O Arrebatamento Secreto 12
e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda"
(2 Tim. 4:8).
O apóstolo Paulo, o grande teólogo do Novo testamento, sempre
entendeu o fato de que "o reino de Deus consiste não em palavra, mas
em poder" (1 Coríntios 4:20). Entendeu que Cristo viera a este mundo
para estabelecer um reino espiritual, não um reino físico. Compreendeu
também que o reino material ou físico das profecias do Antigo
Testamento seria estabelecido depois da segunda vinda de Cristo, não
com o Israel físico senão com o Israel e espiritual (1 Cor. 15:23-28;
Rom. 2:28, 29; Gál. 3:29). Esta é razão pela qual Paulo vivia
"aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso
grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2:13).
O apóstolo Pedro advertiu os cristãos de seu tempo que viriam
zombadores dizendo: "Onde está a promessa da sua vinda?" (2 S. Ped.
3:3, 4), mas que eles não deveriam preocupar-se com isto por que o dia
certamente viria. "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente
inventadas" – disse ele – "mas nós mesmos fomos testemunhas oculares
da sua majestade" (2 S. Ped. 1:16).
Ademais lhes disse: "Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede
sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na
revelação de Jesus Cristo" (1 S. Ped. 1:13). "Alegrai-vos" – disse aos
crentes primitivos – "para que também, na revelação de sua glória, vos
alegreis exultando" (1 S. Ped. 4:13).
O apóstolo S. Tiago enunciou outra animadora promessa ao dizer:
"Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador
aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras
e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso
coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (S. Tiago 5:7, 8).
Se foi S. Tiago o irmão de Jesus que escreveu esta carta, como
muitos eruditos crêem, esta declaração cobra maior significado ao
referir-se à necessidade de paciência enquanto se espera o retorno de
O Arrebatamento Secreto 13
Cristo. Isto nos recorda uma das revelações de S. Paulo: "Porque a nossa
salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos"
(Rom. 13:11).
O apóstolo João nos apresenta uma bela promessa em seus escritos:
"E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para
retribuir a cada um segundo as suas obras" (Apoc. 22:12).
Através de toda a bíblia encontramos referências à segunda vida de
Cristo. Em Gênesis que Eva recebeu instruções acerca da "inimizade"
que há algum dia eliminaria a serpente. E em apocalipse lemos que
Cristo disse: "Venho sem demora. Conserva o que tens, para que
ninguém tome a tua coroa" (Apoc. 3:11). Deus nos adverte a não
permitimos que o que nos pareça ser uma longa espera nos tire da mente
o fato inquestionável de que Cristo um dia voltará.
De fato, as tradições acerca dos eventos futuros cobrem a quarta
parte de nossa Bíblia a atual. As Escrituras mencionam a segunda vinda
de Cristo de forma direta ou indireta em 1845 textos. O Novo
Testamento contém 318 destes textos. O retorno de Cristo é o tema
central de e 17 livros do Antigo Testamento e de 1 epístola do Novo
Testamento; e 7 de cada 10 capítulos da Bíblia fazem alguma referência
deste evento, o que dá uma média de 1 de cada 25 versículos. O apóstolo
Paulo menciona o batismo somente 13 vezes em todas as suas epístolas,
mas se refere ao retorno de Jesus mais de 50 vezes. A palavra de Deus é
muito clara sobre este assunto.
Destes três grandes acontecimentos profetizado isso na Bíblia: o
primeiro advento do Messias, a vinda do Consolador e a segunda vinda
de Cristo, este último é o mais destacado. A freqüência deste tema é
devido, a sem dúvida, ao fato de que Deus o considera extremamente
importante. Consideramos nós também igualmente importante?
O mundo esperou 4000 anos para a primeira vinda de Cristo. O
Salvador viveu na terra somente 33 anos e então voltou para o céu. Mas
prometeu que voltaria e nos pediu que esperássemos e vigiássemos.
O Arrebatamento Secreto 14
Infelizmente muitos perderam a esperança e não crêem mais no retorno
de nosso Senhor.
De acordo com uma pesquisa realizada pela famosa firma Gallup,
42% dos interrogados não sabiam nem cria um na segunda vinda de
Jesus.
Os primeiros cristãos creram mais além de toda dúvida que Cristo
voltaria. Não ficaram contemplando uma abertura da terra chamada
tumba, mas elevaram o olhar à abertura no céu, à glória de Jesus.
Desde os dias apostólicos até hoje os líderes religiosos mantiveram
uma firme crença quanto ao retorno literal e material de Jesus. Todos os
grandes credos da cristandade assim o proclamam: o chamado Credo dos
Apóstolos (cerca 100 d. C.) reza assim: [Jesus] "Subiu aos céus de onde
há de vir para julgar os vivos e os mortos".
O Credo Niceno (cerca 380 d. C.) diz: "E virá outra vez, em glória,
para julgar os vivos e os mortos, e Seu reino não terá fim".
O Credo de Atanásio (cerca 450 d. C.): "Subiu aos céus e Se sentou
à direita do Deus Pai Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e
os mortos. Na Sua vinda todos os homens Se levantarão em seus corpos
e prestarão contas de suas obras".
Os pregadores de todas as eras anunciaram o retorno de Cristo em
inúmeros sermões. Martinho Lutero, o grande líder da Reforma
Protestante, disse: "Sua última vinda será de tal maneira que todos O
verão... Verão que Ele não é outro senão o Homem Cristo Jesus, de
forma corpórea, como nasceu da virgem Maria, e voltou a esta Terra".
Dwight Moody disse certa ocasião: "No meu entender, esta bela
doutrina do retorno de nosso Senhor a esta Terra é ensinada no Novo
Testamento tão claramente como qualquer outra doutrina".
Mesmo em nossos dias encontramos líderes cristãos que pregam a
verdade do retorno de Cristo. Billy Graham assim se expressa a respeito
desta acontecimento: "Creio que nosso Senhor Jesus vai vir outra vez e
nos salvará da exterminação nuclear. Chegamos ao ponto em que só Ele
pode fazer isso ... Provavelmente não há outro tema evangélico à parte
O Arrebatamento Secreto 15
do [tema]: 'Importa-vos nascer de novo' que seja mais importante que
este, e por tal motivo eu sempre prego sobre alguma fase do segundo
advento praticamente em todas as cruzadas".
Sim, Cristo vem. Será um evento glorioso. Embora seja possível
que nossos relógios não estejam de acordo quanto ao tempo quando
nosso Senhor virá, a maioria dos cristãos concordam em que o fato há de
ocorrer. Não podemos saber a hora, mas sim sabemos e conhecemos os
fatos que ocorrerão antes. Não sabemos o dia mas sim sabemos a
maneira como voltará.
O Arrebatamento Secreto 16
CRENÇAS POPULARES ACERCA DE SEU RETORNO
Desde a época quando Jesus viveu nesta Terra, muitas nações e
grandes poderes políticos se levantaram e caíram. O homem percebe e
que algo grave acontece a este mundo, e eleva o olhar ao céu. Ao
mesmo tempo, emprega sua grande capacidade tecnológica percorrendo
o espaço em viagens à Lua, Marte, Vênus, Júpiter e outros lugares mais
remotos.
Nunca antes na História houve tanta gente olhando para cima. De
repente, os seus adquiriram um enorme interesse para nós. Estamos
ansiosos para escapar dos confins deste planeta e chegar até onde estão
os grandes mistérios de Deus no Universo. Por meio dos olhos dos
telescópios, dos ouvidos e dos finos dedos metálicos dos satélites
artificiais, estamos explorando a imensidão e desconhecida do sistema
solar de Deus, a Via Láctea e o cosmos de galáxias distantes. No entanto,
no fundo de nosso pensamento ainda existe uma pequena voz que
sussurra: "Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo".
Ainda que os cientistas tenham suas dúvidas, os cristãos têm certeza
de que Cristo voltará um dia para encontrar-se com Seus fiéis seguidores
de todas as eras. Muitos concordamos que Ele virá. Mas por alguma
razão não estamos de acordo quanto a como virá.
DIFERENTES TEORIAS
Há muitas teorias quanto à maneira como Cristo voltará à Terra.
Alguns ensinam que Cristo já veio. As datas que fixam para este suposto
"retorno" diferem desde os distantes dias dos apóstolos até uma data tão
recente como 1914.
O próprio apóstolo Paulo enfrentou este problema e escreveu este
conselho à igreja de Tessalônica: "No que diz respeito à vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que
não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis,
O Arrebatamento Secreto 17
quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse
de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum
modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a
apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição" (2
Tess. 2:1-3). Para S. Paulo tratava-se de um evento futuro. De modo que,
do ponto de vista bíblico, sabemos que Cristo não voltou nos dias dos
apóstolos.
É verdade que voltou em 1914 como alguns de nossos amigos
afirmam? Novamente um cuidadoso estudo da Bíblia responde esta
pergunta. A Palavra de Deus declara claramente que o retorno de Cristo
será visto "como o relâmpago", "nas nuvens", "com poder e grande
glória", e que será ouvido com "palavra de ordem", com "voz do
arcanjo", com "a trombeta de Deus", com "grande estrondo", e sentido
"como chama de fogo". "Todo olho" – somos informados – "O verá".
Evidentemente, um acontecimento tão glorioso, tão espetacular, tão
audível, não passaria inadvertido para ninguém que estivesse vivo na
Terra em 1914.
Não; ainda é um evento futuro. Cristo não retornou à Terra faz 1900
anos, 190 anos ou 19 anos atrás. Ainda está para voltar. E quando voltar
"todo olho O verá" (Apoc. 1:7). Virá como uma surpresa para todos.
Por outro lado, há quem diga que Cristo volta para cada pessoa, no
momento de sua morte. Afirmam que Cristo usou uma linguagem
figurada ao falar de seu "retorno". Mas Cristo não disse: "E, quando Eu
for e vos preparar lugar, esperarei até que vós Me sigais". O que de fato
disse foi: "E, quando Eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei
para Mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também" (S.
João 14:3). Tampouco os anjos disseram aos discípulos: "Esse Jesus que
dentre vós foi assunto ao céu esperará até vós irdes até Ele.", mas disse:
"Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o
vistes subir".
Um terceiro grupo de cristãos concorda que o retorno de Cristo
ainda é um evento futuro, mas que aparecerá sem que os que não serão
O Arrebatamento Secreto 18
salvos perceba. Chamam a esta vinda de Cristo de "Arrebatamento". Este
ensino está baseado na "teoria do intervalo", que divide as setenta
semanas de Daniel 9 em duas seções. Sessenta e nove destas semanas
eles a atribuem à nação judaica dos tempos anteriores à cruz. A última
semana, a número setenta, a aplicam ao fim da história do mundo, cerca
de 2000 anos mais tarde.
Mas para lograr isto criam artificialmente um grande "intervalo"
entre a semana número sessenta e nove e a setenta. É deste longo e
indefinido período que obtemos o nome de "teoria do intervalo". A
verdade é que não há real apoio da Bíblia para esta interpretação.
Esta crença ensina também que há duas vindas de Cristo separadas
entre si, "uma para seus santos, e outra com seus santos". Os que pregam
esta crenças separam os dois acontecimentos mediante o período de sete
anos (um dia profético eqüivale a um ano literal) da semana número 70
de Daniel 9.
Na realidade, o Novo Testamento usa várias palavras em grego para
referir-se à vinda de Cristo. Uma delas é parousia ou "presença". Outra
apokalupsis ou "revelação". Os que crêem no Arrebatamento contrastam
as duas palavras a fim de fabricar duas "segundas vindas".
Um quarto grupo de cristãos, por sua vez, crê que a segunda vinda
de Cristo é um acontecimento específico que também é chamado "o dia
do Senhor ou "o dia de Cristo". Este dia é então seguido por um período
de mil anos conhecido pelo milênio, que culmina com o "dia do juízo"
de Deus (Ver o diagrama A)
O Arrebatamento Secreto 19
O resto deste livro será dedicado a contrastar e comparar os ensinos
destes últimos dois grupos de cristãos, os que crêem no Arrebatamento e
os que crêem em uma única vinda de Cristo, para ver qual dos dois
ensinos está mais de acordo com a Santa Bíblia.
O Arrebatamento Secreto 20
A PROFECIA DAS SETENTA SEMANAS
POR QUE os que pregam a teoria do Arrebatamento Secreto
dividem a profecia das setenta semanas de Daniel em sessenta e nove
semanas seguidas por um enorme intervalo, antes do começo da semana
número setenta? Examinemos um pouco esta profecia.
Depois que Daniel começou a misteriosa visão que está registrada
no capítulo 8, decidiu jejuar e orar. Precisava de luz sobre o assunto.
Enquanto Daniel orava, o anjo Gabriel aproximou-se dele e lhe explicou
tudo. Com esta ajuda ele poderia abrir e decifrar o mistério da visão dos
2.300 dias do capítulo 8. "Setenta semanas" – disse o anjo – "estão
determinadas [cortadas] sobre o teu povo [os judeus] e sobre a tua santa
cidade [Jerusalém]" (Dan. 9:24)
Então deu a Daniel a data do início de ambas as visões. "Sabe e
entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém,
até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas [49 dias] e sessenta e duas
semanas [434 dias]" (Dan. 9:25).
Se aceitamos o "dia" simbólico, quer dizer, que representa um ano
literal na história, podemos estabelecer que as primeiras sessenta e nove
"semanas" (ou seja, 483 dias ou "anos") terminam no tempo em que
Cristo iniciou Seu ministério como Messias. Isto em si é uma boa razão
para aceitar a idéia de que o dia simbólico se refere a um ano literal na
profecia bíblica (Ver o Diagrama B).
O Arrebatamento Secreto 21
No entanto, para os crentes no Arrebatamento Secreto fica difícil
encontrar algo no passado para representar os sete anos finais da profecia
de Daniel. Portanto, concluem que os sete anos finais devem ser
separados do resto da profecia. Então o aplicam a um acontecimento
futuro que ocorreria imediatamente antes da segunda vinda de Cristo.
A partir desta base, procedem da seguinte maneira: Começam com
setenta semanas. Então separam a última semana das primeiras sessenta
e nove. Setenta semanas eqüivalem a 490 dias. Sessenta e nove semanas
eqüivalem a 483 dias. Uma semana eqüivale a 7 dias. Uma vez que um
dia profético representa um ano literal, agora têm 483 anos mais 7 anos
extra.
Situam o acontecimento no início do período das sessenta e nove
semanas na data em que Neemias recebe permissão para voltar e
"restaurar e edificar Jerusalém". Este período se estende, então, até o
tempo do Messias (especificamente a crucifixão de Jesus).
Como eles colocam a semana final (sete anos) a um período que
ocorre imediatamente antes da segunda vinda de Cristo, agora têm um
"intervalo" misterioso de mais de 1900 anos até que o Messias volte pela
segunda vez. Neste ponto crêem que Cristo "raptará" ou "arrebatará" o
Seu povo ao céu enquanto os ímpios ficam na Terra esperando uma
"segunda oportunidade" para ir ao céu. Mas os ímpios em momento
algum percebem a partida de seus familiares até horas, dias ou semanas
depois.
O diagrama C apresenta os pontos básicos do ensino do
Arrebatamento Secreto na profecia das setenta semanas de Daniel.
O Arrebatamento Secreto 22
(Ver o Diagrama D e a explicação da discrepância de sete anos na
primeira seção deste diagrama)
Então, dizem eles, começa a última semana (sete anos). Durante
este tempo Israel será purificado e evangelizará o mundo. O ditador
mundial, o Anticristo, surge nesse momento e faz um pacto com Israel.
Mas finalmente viola o pacto. O Espírito Santo se retira. Começa a
"tribulação". Isto produzirá uma série de calamidades sem precedentes:
fomes, desastres naturais e derramamento de sangue. Os justos, 144.000
em número, aparecerão, e muitos que recusarem ser marcados com o
número 666 serão mortos pelas forças do mal.
Finalmente, Cristo retorna para completar sua interrompida segunda
vinda. Desta vez volta com Seus santos. Agora põe ponto final à semana
número setenta (período de sete anos) ao ser destruído o Anticristo.
Então começa o milênio (1000 anos) de paz e tranqüilidade.
Com esta interpretação criam "duas segundas vindas": uma para os
santos e outra com os santos. Criam duas fases da primeira ressurreição:
uma antes de começar o período de sete anos (para os justos mortos de
todas as eras), e outra durante seu último período de sete anos (para os
santos martirizados pelo Anticristo). Ademais, criam uma terceira
ressurreição. A esta chamam apenas de segunda ressurreição pela única
razão de que a Bíblia a chama assim. Esta ressurreição é para os ímpios.
Finalmente crêem que os judeus e os ímpios têm uma segunda
O Arrebatamento Secreto 23
oportunidade de salvação durante este último período de sete anos
(última semana da profecia de Daniel). Toda esta confusão se produz
porque escolhem uma data errada para iniciar o período do tempo
profético.
Quão melhor seria tomar a profecia das setenta semanas tal como
está expressa na Bíblia, onde é apresentada como um período
ininterrupto que pertence ao antigo Israel. Esta unidade de tempo,
incluindo a última semana da mesma, cumpriu-se totalmente no passado.
Podemos encontrar uma solução a este problema quando
recordamos que existe mais de um decreto de restauração de Jerusalém.
Se localizarmos o decreto correto também encontraremos o início correto
do período profético. Então não haverá nenhuma "semana restante",
como a chamam os partidários do Arrebatamento Secreto.
Existem cinco possíveis datas usadas para indicar o tempo em que
ocorreu "a ordem para restaurar e edificar Jerusalém".
1. Profecia de Jeremias, 586 A. C. (Jer. 29:10). Alguns pensam que
o Messias Príncipe se refere a Ciro, a Zorobabel ou ao sumo sacerdote
Josué. Daí colocam o início do período dos 490 anos(setenta semanas
proféticas) em algum tempo da destruição de Jerusalém levada a cabo
pelos babilônios no amo 586 A. C. Depois relacionam a profecia da
sétima semana de Daniel com a predição de Jeremias, de que os israelitas
voltariam de Babilônia por volta de setenta anos depois do cativeiro.
Desta maneira fazem concluir o fim do período profético com a data em
que ocorre a profanação do templo judaico em mãos de Antíoco, no ano
168 A. C. da era dos macabeus.
No entanto, em parte alguma deste texto (Jer. 29:10) é dada a ordem
de converter Jerusalém em uma cidade independente e de sustento
próprio, ou ordem de reconstruí-la. O anjo identificou claramente o
início desta profecia, com "a ordem para restaurar e edificar Jerusalém"
(Dan. 9:25). De modo que esta data não pode cumprir a visão dada a Daniel.
O Arrebatamento Secreto 24
2. A Autorização de Neemias, 445 A. C. (Neemias 1:1-4; 2:1-8).
Um grande número de crentes no Arrebatamento Secreto sustenta que
esta data fixa o começo das setenta semanas (490 anos), que são
interrompidas com a chegada do "Messias Príncipe". No entanto, mesmo
que esta profecia seja interrompida após as 69 semanas (483 anos), e o
período profético em 445 A. C., isso nos levaria ao ano 39 D. C.*, oito
anos depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo ao céu. (Ver o
diagrama D)
Portanto, os partidários do Arrebatamento Secreto são obrigados à
complicada conversão de 483 anos para dias, com um número diferente
de dias por ano. Calculando o total de dias na base de 360 dias por ano, a
operação lhes dá 173.880 dias. Em seguida convertem estes dias outra
vez em anos usando os 365 dias do ano atual e chegam a 476 em lugar
dos 483 da profecia de Daniel. E ao usar o ano 445 A. C. para início do
novo período (476 anis), este termina em abril do ano 32 D. C.
Então transferem a data da morte de Cristo de abril do ano 31 D. C.
para abril do ano 32 D. C., para que a data possa harmonizar-se com o
seu período de 476 anos. Mas ao fazerem isso, eles aparentemente
esquecem que isto coloca o nascimento de Cristo como posterior à data
que historicamente foi fixada para a morte de Herodes, em 13 de março
* No ano 445 A. C. faltavam 444 anos para o início da era cristã. Portanto, subtraindo
444 de 483 anos se obtém 39 anos, que são já contados dentro da era cristã.
O Arrebatamento Secreto 25
do ano 4 A. C. (Ver Unger's Bible Dictionary, ed. 1966, p. 199). Isto
contradiz S. Mateus 2:1: "Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em
dias do rei Herodes" (Ver o Diagrama E)
Este é o ponto de vista da maioria dos seguidores do Arrebatamento
Secreto. O Dr. Alva J. McClain, que foi presidente de Grace Theological
Seminary, apresenta isto em seu livro Daniel's Prophecies of the Seventy
Weeks (As Profecias de Daniel Sobre as Setenta Semanas), publicado por
Zondervan Publishing House, em cerca de uma vintena de edições a
partir da primeira feita em 1940.
Esta data é também a base do livro de E. W. Rogers publicado em
1962 pelo Moody Bible Institute que traz por título Concerning the
Future (Com Relação ao Futuro), publicado em 1962, e é, além do livro
First the Rapture de J. R. Strombeck, o qual é muito recomendado pelo
Dr. M. R. DeHaan, da Classe Bíblica Radial. Outros livros sobre o
Arrebatamento Secreto também estão baseados neste fraco argumento.
Três fatores eliminam a validade desta data inicial. Primeiro, as
cartas dadas a Neemias em 445 A. C.* continham autorizações apenas
para continuar a obra que previamente fora autorizada e que já estava se
* 444 A. C. – SDABC
O Arrebatamento Secreto 26
realizando (Neemias 2:7-8). Segundo, a cronologia do período profético
das sessenta e nove semanas do livro de Daniel não pode ser aplicada
com mudança na extensão do tempo em consideração, assim como as
datas relacionadas com os eventos históricos. Terceiro, a autorização de
Neemias não era uma "ordem para restaurar ... Jerusalém", como a visão
de Daniel requer (Dan. 9:25). Como veremos, Neemias aparece em cena
mais de doze anos depois da verdadeira "ordem para restaurar ...
Jerusalém".
3. O Primeiro Decreto: Ciro, 537 A. C. (Esdras 1:1-4). Tampouco
podemos encontrar neste decreto uma provisão válida para a restauração
do Estado político de Israel como uma entidade completa. E isto apesar
do fato de que a profecia de Daniel requer uma restauração tanto do
governo religioso como do civil. A obra que começou no templo como
resultado do decreto de Ciro durou somente dois anos. Teve que
enfrentar contínua oposição. A intervenção do governo parou a obra
mediante um decreto que foi feito cumprir pelos exércitos dos vizinhos
samaritanos (Esdras 4:21-24).
Portanto, parece inaceitável que seja esta a data do decreto "para
restaurar ... Jerusalém" requerida por Daniel.
4. Segundo Decreto: Dario, 520 A. C. (Esdras 6:1-12). O segundo
dos três decretos registrados em Israel foi dado por Dario I cerca do ano
520 A.C. Se bem que o mesmo ajudou na construção do templo
(dedicado no ano 515 A.C.), ainda não continha provisões para a
restauração de Israel como um Estado civil. Ademais, se quiséssemos
usar esta data como ponto de partida dos 483 anos da profecia de Daniel,
ela nos levaria ao ano 37 A.C. que é uma data sem importância e muito
anterior ao nascimento de Cristo em Belém.
O Arrebatamento Secreto 27
5. Terceiro Decreto: Artaxerxes, 457 A. C.
(Esdras 7:1-26). Este é
o último decreto que nos resta dos mencionados por Esdras. Contém a
"ordem para restaurar ... Jerusalém" como entidade política e religiosa.
Deviam ser nomeados "magistrados e juízes" (v. 25) e a frase "logo se
faça justiça" de Esdras 7:26 (RC) autorizava Esdras a fazer cumprir as
leis, impondo multas, ordenando prisões, e até decretando penas de
morte. Estes poderes eram conferidos sempre a governantes das
províncias, tornando este no primeiro e único decreto que dava aos
judeus autoridade legal como também religiosa. Pela primeira vez desde
o cativeiro babilônico o Estado judaico tinha total autonomia.
Para demonstrar que foi a este é o decreto que o anjo se referiu,
apliquemos a profecia das setenta semanas (490 anos) e vejamos se
harmonizam.
O anjo disse: "desde a saída da ordem para restaurar e para edificar
Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas
semanas" (Dan. 9:25). Agora apliquemos o princípio profético de
Números 14:34 e Ezequiel 4:6, no qual nos é dito que um dia profético
representa um ano.
Começando no outono do ano 457 A.C., os 483 anos levam ao
outono do ano 27 D.C.* Este é exatamente o tempo quando Cristo, sendo
De acordo com os tabletes cuneiformes encontrados em Ur dos caldeus e um papiro
descoberto em Elefantina, Artaxerxes sucedeu a Xerxes no trono em dezembro do
ano 465 A.C. Seu "ano de ascensão" de acordo com o cálculo dos judeus, tem que
haver sido de 465 A.C. (dezembro) ao seguinte ano judaico em outono de 464 A.C.
Seu 7º ano completo de reinado de outono a outono, de acordo com o cálculo dos
judeus, tem que haver sido de outono de 458 A.C. ao outono de 457 A.C., que é a
data deste importante decreto registrado em Esdras 7. *Se os 483 tivessem começado no primeiro dia do ano 457 A.C. se estenderiam até o
último dia do ano 26 D.C. (457 anos completos A.C. mais 26 anos completos depois
de Cristo). Mas sendo que o período começou alguns meses depois do início do ano
457 A.C. , deveria estender-se a um número de meses igual, além do fim do ano 26
D.C., levando seu término em outono do ano 27 D.C.
O Arrebatamento Secreto 28
de "cerca de trinta anos" (S. Luc. 3:23), foi batizado. Foi este exatamente
o tempo quando Ele iniciou Seus três anos e meio de ministério público
como "o Messias" (Ver S. João 1:41; 4:25-26. Também o Diagrama F).
Este decreto enquadra perfeitamente.
Mas ainda há mais. A profecia de Daniel menciona a semana
número setenta (Ver Daniel 9:26-27). Este é o tempo que os crentes no
Arrebatamento Secreto querem separar da profecia e colocar num futuro
distante, como um período de sete anos entre a primeira metade da
segunda vinda de Cristo (quando supostamente Cristo rapta os santos) e
a segunda metade da vinda interrompida (quando Cristo destrói o
Anticristo).
Quão mais lógico é deixar o texto tal como Daniel escreveu e
permitir que as 69 semanas terminem naturalmente no ano 27 D.C.,
quando o Messias aparece no rio Jordão. Portanto, a semana número 70
enquadra perfeitamente neste esquema.
Daniel diz: "Depois das sessenta e duas semanas [depois do ano 27
D.C.], será morto o Ungido e já não estará" (Dan. 9:26). "Ele fará firme
O Arrebatamento Secreto 29
aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar
o sacrifício e a oferta" (v. 27).
Historicamente, os judeus tiraram a vida do "Messias", "e já não
estará". Ele foi morto depois da "semana sessenta e nove", que terminou
no ano 27 D.C. (Ver Rom. 5:6). De fato, como diz o versículo 27, a
morte do Messias ocorreu "na metade da semana [setenta]". A metade da
semana ocorreu na primavera do ano 31 D.C., exatamente três anos e
meio depois que Jesus iniciou o Seu ministério público (Ver Diagrama
F).
Também "na metade da semana" Cristo fez "cessar o sacrifício e a
oferta", tal como disse Daniel. Quando Cristo foi crucificado na
primavera do ano 31 D.C., "o véu do santuário [de Jerusalém] se rasgou
em duas partes de alto a baixo" (S. Mat. 27:51).
Por meio deste formoso véu, o homem tinha acesso à divisão mais
santa do templo. Somente o sumo sacerdote tinha permissão de ver mais
além do véu, e isto só uma vez ao ano (Ver Lev. 16:2, 34).
Algo descerrou este véu pela metade "de alto abaixo", não de baixo,
como qualquer ser humano teria feito. Com isso, o mais sagrado de todos
os lugares judaicos foi profanado, exposto ao olhar de todo o mundo. Era
o sinal do céu de que Deus considerava o sistema de sacrifícios como
algo terminado para sempre. O Cordeiro de Deus fora morto, e este
sacrifício eterno tomou o lugar dos sacrifícios terrestres (Ver 1 S. Ped.
1:19; Heb. 9:8-15; 10:9-10, 17-20).
O sacrifício de animais no templo e a oferta (outras ofertas
relacionadas, Jer. 14:12) não tinham mais importância depois da morte
do Messias. Deus tinha um novo e melhor método de ilustrar a salvação
por meio da oferta do corpo de Cristo feita "uma vez por todas" (Ver
Heb. 10:10, 19-20).
Contudo, ainda "setenta semanas [490 anos] estão determinadas
sobre o teu povo [os judeus] e sobre a tua santa cidade [Jerusalém]".
Agora temos que ver onde termina a última semana na história.
O Arrebatamento Secreto 30
De acordo com as Escrituras Sagradas, esta semana final (sete anos)
iniciou em outono do ano 27 D.C. Este período de sete anos terminaria
em outono do ano 34 D.C. Exatamente "na metade da semana" foi
crucificado o Messias e o véu do templo se rasgou. Isto é, na primavera
do ano 31 D.C. (Ver o diagrama F).
Poderíamos encontrar algum fato histórico significativo, ocorrido
no outono do ano 34 D.C., que marque o fim deste período de setenta
semanas?
Um estudo de Atos 6 a 8 nos apresenta a morte de Estêvão às mãos
do Sinédrio. Sua morte fez com que os esforços missionários dos cristãos
primitivos deixassem de realizar-se apenas em favor dos judeus e foram
feitos agora mais amplamente em favor dos gentios.
De fato, como resultado da morte de Estêvão (Atos 7:57-60) veio
uma "grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto
os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria" (Atos
8:1. Ver também Atos 11:19).
A perseguição levou os primeiros cristãos a deixarem de trabalhar
exclusivamente em favor dos judeus em Jerusalém. Além disso, os
obrigou a trabalhar pelos gentios na Judéia, Samaria e mais além.
"Estêvão marca portanto a transição do cristianismo judaico ao
cristianismo gentio... A perseguição que se seguiu ao seu martírio
produziu também a dispersão dos discípulos, e isso fez com que o
Evangelho fosse levado aos samaritanos e mais tarde aos gentios"
(Westminster Dictionary of the Bible, p. 906).
Quão significativo é que a morte de Estêvão ocorreu durante o ano
34 D.C. (Ver Unger's Bible Dictionary, edição de 1966, p. 1046) tal
como Deus o predisse! A morte de Estêvão marca o fim do reinado de
Israel como povo especial de Deus (Ver Rom. 11:7, 11, 19, 32), e marca
também o fim das setenta semanas mencionadas na profecia de Daniel
(Ver o Diagrama F).
Observem-se todos os detalhes proféticos que se cumpriram durante
a "semana" que se seguiu ao aparecimento do "Messias, o Príncipe", no
O Arrebatamento Secreto 31
fim das sessenta e nove semanas. Note-se como isto completou as
setenta semanas que estavam "determinadas sobre o teu povo e sobre a
tua santa cidade" (Dan. 9:24).
1. "Para fazer cessar a transgressão". Durante séculos Deus
suportou os rebeldes israelitas. Agora, com a crucifixão de Seu Filho,
eles encheram a taça da transgressão. Deu-lhes as costas como povo
escolhido, embora, claro, não como indivíduos.
2. "Para dar fim aos pecados". A palavra hebraica empregada aqui
para pecado é . Em vários manuscritos é encontrada
traduzida 135 vezes por "oferta pelo pecado". E "para dar fim aos
pecados [ofertas pelo pecado]" provavelmente se refere ao fim, aos olhos
de Deus, do sistema cerimonial de sacrifícios e de ofertas pelo pecado.
Isto terminou quando o Messias, o verdadeiro Cordeiro de Deus, morreu
na cruz e a cortina do templo foi rasgada por mãos invisíveis.
3. "Para expiar a iniqüidade". Evidentemente isto se refere ao ato
de reconciliação que Cristo efetuou na cruz.
4. "Para trazer a justiça eterna". A morte de Cristo não somente
apaga os pecados dos que aceitam Seu sacrifício mas também lhes provê
justiça (Filip. 3:9).
5. "Para selar a visão e a profecia". O termo "selar" significa
confirmar ou ratificar a validade do período de tempo. Este período
começou no ano 457 A.C. (data da publicação do decreto) e continuou
até o ano 27 D.C. (quando o Messias começou Seu ministério), até o ano
31 D.C. (data quando o Messias morreu) e se completou no ano 34 D.C.
(por ocasião da morte de Estêvão, que marcou o fim da nação judaica
como povo escolhido de Deus). Estas datas cumprem tão exatamente a
profecia que nelas podemos ver estampado o selo de Deus e a marca de
Sua aprovação. A profecia das 70 semanas é autêntica, e correta a nossa
interpretação.
O Arrebatamento Secreto 32
PROVAS ADICIONAIS
Perto do fim da profecia das setenta semanas Deus falou a Daniel
sobre um importante acontecimento que ocorreria no fim do período do
tempo da profecia. Este evento convenceria os judeus de que Deus os
rejeitara como Seu povo especial. Disse Deus: "E o povo [exército] de
um príncipe que há de vir [um príncipe que viria depois da morte do
Messias] destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio"
(Dan. 9:26).
Anos mais tarde Cristo preveniu os cristãos a respeito deste
acontecimento (Ver S. Mat. 24:15-20). Ocorreu no ano 70 D.C. Os
exércitos romanos sitiaram a cidade de Jerusalém, destruíram-na e ainda
araram a terra (Ver o Diagrama F). Deus permitiu esta aniquilação para
convencer a Israel de que este jamais voltaria a ser o Seu povo especial!
Isto serviu também para suspender permanentemente os serviços do
templo terrestre. Assim se demonstrava que não era o plano de Deus que
continuasse este método simbólico de tirar o pecado dos pecadores que,
durante séculos, só servira para chamar a atenção dos homens para o
Messias vindouro.
Ao estabelecer-se a data exata do início da profecia, todo detalhe da
profecia de Daniel fica posto em seu devido lugar, numa gloriosa
harmonia que só pode proceder do céu. Os 490 anos que separados para
os judeus iniciaram no ano 457 A.C. e terminaram com o apedrejamento
de Estêvão no ano 34 D.C.
Quando veio o cumprimento do tempo, o "Messias" apareceu em
cena. No fim da semana sessenta e nove, Jesus apareceu no rio Jordão
para ser batizado por João Batista e foi ungido pelo Espírito Santo. E na
metade da semana setenta, na hora da crucifixão, exatamente três anos e
meio depois do Seu batismo, foi morto o Messias. Com este ato, Jesus
O Arrebatamento Secreto 33
fez cessar a transgressão, deu fim ao sacrifício e a oferta, reconciliou o
homem mediante Sua própria morte, trouxe a todos a justiça eterna
mediante Sua vida sem pecado, e selou a visão cumprindo cada detalhe
mencionado em Daniel 9.
Não é esta uma solução mais lógica e aceitável para a profecia das
setenta semanas? Por que cortar este período em duas partes separadas
por 2000 anos e tentar forçar a matemática para que as datas coincidam
bem? E por que tentar dividir a segunda vinda de Cristo em duas partes
separadas por sete anos, um ensino que não está confirmado na Bíblia?
O Arrebatamento Secreto 34
VOCABULÁRIO DA BEM-AVENTURADA ESPERANÇA
O ENSINO sobre o Arrebatamento Secreto originou-se em meados
do século XIX. John Nelson Darby, que morreu em 1882, foi o primeiro
a sugerir a idéia de que o povo de Deus iria ao céu "raptado" antes da
tribulação final profetizada no Apocalipse. Seus seguidores eram
conhecidos na Inglaterra como os Irmãos de Plymouth. Da Inglaterra a
crença se espalhou pela América, onde muitos grupos religiosos novos e
antigos a aceitaram imediatamente.
Atualmente muitas denominações e escolas bíblicas ensinam a
teoria do Arrebatamento Secreto, com pequenas variações. Poderíamos
dizer que todos os seguidores do Arrebatamento Secreto concordam com
a seguinte ordem básica de acontecimentos:
1. O primeiro acontecimento será o Arrebatamento Secreto. Esta é a
"primeira fase" da segunda vinda de Cristo. Jesus aparecerá nos ares,
sozinho. Então, secretamente, arrebatará os justos que vivem na Terra e
os juntará com a grande multidão de santos ressuscitados. (Alguns deles,
entretanto, colocam a ressurreição dos justos mortos depois do período
de "tribulação")
2. O acontecimento seguinte é o da tribulação. Este é um período
em que o Espírito Santo estará ausente. O mal crescerá rapidamente.
Deus estabelecerá um pacto com o Israel judaico. Aparecerá o Anticristo.
Ocorrerão os acontecimentos de Apocalipse 6 a 19. Alguns dizem que
este período durará três anos e meio, outros que sete e meio.
3. Finalmente, dizem, virá a revelação "segunda fase" da segunda
vinda de Cristo, que aparecerá em glória com Seus santos nas nuvens,
descerá à Terra e estabelecerá Seu trono na Terra por 1000 anos.
A maioria dos crentes no Arrebatamento Secreto tentam provar a
divisão da segunda vinda de Cristo em duas "fases" ("Arrebatamento
Secreto" e "Revelação", ver Diagrama C), mediante o uso de palavras
gregas que aparecem no Novo Testamento. Tentam estabelecer uma
diferença entre o termo parousia ("presença") do Senhor e os termos
O Arrebatamento Secreto 35
apokálupsis ("revelação") e a palavra epifáneia ("manifestação") de Sua
segunda vinda.
Analisemos agora as cinco palavras gregas que o Novo Testamento
usa para descrever a segunda vinda de Cristo. Ensinam estas palavras
algo acerca de duas vindas separadas, uma "por Seus santos"
("Arrebatamento Secreto") e uma "com Seus santos" ("revelação")? Ou
melhor, ensinam uma única vinda?
1. APOKÁLUPSIS: Revelação. Esta palavra grega se compõe de dois
elementos: apo ("desde, de, da parte de", "de agora em diante", "daqui
para a frente") e kalúpto ("cobrir", "esconder", "encobrir", "vigiar").
Combinando as duas partes a palavra quer dizer: "fazer aparecer", "tirar do
encobrimento", "fazer saber mediante uma revelação ou manifestação".
Aparece 43 vezes no Novo Testamento: 26 vezes é traduzida como
"vigiar", 12 vezes como "revelação", às vezes como "ser revelado", 1
como "aparição", 1 como "vindo" e 1 como "manifestação". É usada 6
vezes aplicada à vinda de Cristo, 2 vezes é aplicada ao dia do juízo.
Uma vez que a palavra apocalipse evidentemente significa "tirar
para fora algo escondido", e também "encobrimento", os crentes no
Arrebatamento Secreto geralmente têm tentado aplicar esta palavra à
segunda fase da vinda de Cristo, quando Ele Se revelará a toda pessoa.
Mas ao fazer isto criam certos problemas. Em S. Lucas 17:29-30, por
exemplo, lemos: "Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu
fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do
Homem se manifestar [verbo grego apokalúpto]".
"Naquele dia [o dia da revelação] ... dois estarão no campo; um será
tomado, e o outro, deixado" (vs. 31, 36). Aqui o verbo grego apokalúpto
("revelar", v. 30) aparece na bem conhecida passagem do Arrebatamento
Secreto dos versículos 31-36. Isto cria um grande problema para os
seguidores desta teoria que ensinam que a separação dos santos ocorrerá
no dia da vinda encoberta, não numa manifestação visível de Si mesmo e
de Sua glória. Porém não será, pois, questão de esconder Sua presença
senão de revelar Sua presença.
O Arrebatamento Secreto 36
"Pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes
dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação [apokalúpto]
de sua glória, vos alegreis exultando" (1 Ped. 4:13). E S. Pedro fala de si
mesmo como um "co-participante da glória [apokalúpto] que há de ser
revelada" (1 S. Ped. 5:1).
Novamente aqui estas palavras gregas repisam o fato de que, em
Sua vinda, a glória de Cristo será revelada, manifesta e exposta diante de
todos. E S. Lucas aplica uma forma desta palavra ao tempo da separação
entre bons e maus. Estes textos, portanto, provem que a glória de Cristo
será manifestada ("mostrada' ou "revelada") neste momento de
separação. Notemos também estes outros textos: "De maneira que não vos falte
nenhum dom, aguardando vós a revelação [apokálupsis] de nosso Senhor
Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes
irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Cor. 1:7-8).
"Que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a
salvação preparada para revelar-se no último tempo. ... para que, uma
vez confirmado o valor da vossa fé, ... redunde em louvor, glória e honra
na revelação [apokálupsis] de Jesus Cristo" (1 S. Ped. 1:5, 7).
"Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai
inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação
[apokálupsis] de Jesus Cristo" (1 S. Ped. 1:13).
Alguns crentes no Arrebatamento Secreto explicam a ênfase destes
textos quanto à necessidade de suportar decididamente a vinda do Senhor,
aplicando-os aos judeus durante a tribulação ou tempo de angústia. Mas
Paulo descreve o "vos" de 1 Coríntios 1:7 como para que não lhes "falte
nenhum dom, aguardando vós a revelação [apokálupsis] de nosso Senhor
Jesus Cristo". E os dons que menciona nos versículos 3 a 5 são graça,
palavra e conhecimento. São os mesmos mencionados no capítulo 12 e que
procedem do Espírito Santo. Como eles declaram que o Espírito Santo
estará ausente durante a tribulação, estes textos devem, sem dúvida, referir-
se aos cristãos, não aos judeus, durante a tribulação.
O Arrebatamento Secreto 37
Ademais, o contexto prova que os três textos mencionados foram
escritos para os cristãos. Os três estão no começo dos livros escritos para
os cristãos. Como diz S. Paulo: "Aos santificados em Cristo Jesus,
chamados para ser santos" (1 Cor. 1:2).
É muito significativo que o apóstolo Paulo nos apresenta como
"esperando a vinda [revelação] de nosso Senhor Jesus Cristo". De
acordo com os defensores da teoria do Arrebatamento Secreto, nós não
estamos realmente esperando a manifestação ou "revelação", mas a
"presença" (parousia). O apóstolo Pedro declara que ao chegar a
revelação nos alegraremos "exultando" (1 S. Ped. 4:13); os partidários do
Arrebatamento Secreto, pelo contrário, afirmam que será por ocasião do
Arrebatamento Secreto que os justos realmente se alegrarão.
Segundo os defensores do Arrebatamento Secreto, o uso das
palavras apokálupsis e apokalúpto nestes seis textos tão importantes
podem tanto ser aplicados à "primeira' como à "segunda" fase da
segunda vinda de Cristo. Aplica-se às duas, tanto à "separação" como à
"revelação", demonstrando-se assim que os dois acontecimentos ocorrem
ao mesmo tempo e no mesmo dia.
2. ÉRJOMAI: Vinda. Esta palavra grega significa "venho", 'vou",
"virei", "eu venho", "eu venha". Combinada com outras palavras,
também se traduz como "vir para", "vir juntos", "vir depois", "voltar
outra vez", "vir breve", "aquele que vem".
Aparece 638 vezes no Novo Testamento, 609 das quais se traduz
como "vem", 13 vezes como "vai", 7 vezes como "vindo", 1 vez como
"passar", 2 vezes como "aludir", 1 como "aparecer", 1 como "traído", 1
como "escutar", 1 como "suceder", 1 como "luz" e outra como "seguinte".
A mesma palavra aparece 22 vezes aplicada especificamente ao
retorno de Cristo, 13 das quais foram usadas pelo próprio Cristo. E como
ocorre com a palavra apokalúpto, não há forma como érjomai possa ser
aplicado exclusivamente ao Arrebatamento Secreto nem à "revelação",
pois se refere aos dois eventos. Coloca ambos os acontecimentos sob
O Arrebatamento Secreto 38
uma só vinda. Em 2 das várias ocasiões anteriores onde aparece esta
palavra diz assim: "Venho sem demora" (Apoc. 3:11; 22:12). 4 vezes se
refere ao que vem (Apoc. 1:4, 8; 4:8; 11:17), e outras 4 fala quanto a que
não se sabe nem o dia nem a hora (S. Mat. 24:44; 25:13; S. Mar. 13:35;
S. Luc. 12:40). Outros dois textos (1 Tess. 5:2; Apoc. 16:15) usam a
expressão "como ladrão". S. Lucas 12:40 emprega a expressão "o ladrão".
Os que crêem no Arrebatamento Secreto dizem que é a "primeira fase"
da segunda vinda de Cristo.
Mas 16 usos da expressão érjomai incluem o que eles dizem que
vem a ser "a segunda fase" da vinda de Cristo. Eis aqui alguns textos que
eles usam:
"Porque o Filho do Homem há de vir [érjomai] na glória de seu Pai,
com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras"
(S. Mat. 16:27).
"Quando vier [érjomai] o Filho do Homem na sua majestade e
todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas
as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros,
como o pastor separa dos cabritos as ovelhas" (S. Mat. 25:31, 32).
"Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se
envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier
[érjomai] na sua glória e na do Pai e dos santos anjos" (S. Luc. 9:26).
"E eis que venho [érjomai] sem demora, e comigo está o galardão
que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Apoc. 22:12).
A Bíblia fala 6 vezes da vinda de Cristo nas nuvens (S. Mat. 24:30;
26:64; S. Mar. 13:26; 14:62; S. Luc. 21:27; Apoc. 1:7); 7 vezes é
mencionado vindo em glória (S. Mat. 16:27; 24:30; 25:31; S. Mar. 8:38;
13:26; S. Luc. 9:26; 21:27); 5 vezes diz vindo com poder (S. Mat. 24:30;
26:64; S. Mar. 13:26; 14:62; S. Luc. 21:27) e 6 vezes diz com Seus anjos
(S. Mat. 16:27; 24:30-31; 25:31; S. Mar. 8:38; 13:26, 27; S. Luc. 9:26).
"Eis que vem [érjomai] com as nuvens, e todo olho O verá" (Apoc.
1:7). Ele separará os bons dos maus (S. Mat. 25:31-46) de todas as partes
do mundo (S. Mar. 13:26, 27). Ele "trará à plena luz as coisas ocultas das
O Arrebatamento Secreto 39
trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações" (1 Cor. 4:5).
Ele irá "retribuir a cada um segundo as suas obras" (Apoc. 22:12; ver
também S. Mat. 16:27). E Ele "executará" juízo sobre os ímpios vivos
(S. Judas 14, 15).
Será algo secreto? Um acontecimento silencioso, despercebido
pelos que não vão se salvar? Certamente não! As vinte e quatro vezes
que esta palavra se refere à vinda de Cristo sempre menciona as duas
coisas, a "separação" e a "revelação", ambas se apresentam claramente
como parte de um só acontecimento indivisível, a segunda vinda.
3. EPIFÁNEIA: Aparição. Esta palavra grega contém o verbo fáino,
que significa "causar aparição", "ser visto", "ser visível", "manifestar-se",
"exibir-se", "descobrir". Encontra-se em duas formas com referência ao
retorno de Cristo: epifáneia e faneróo. "Quando Cristo, que é a nossa
vida, se manifestar [faneróo], então, vós também sereis manifestados
[faneróo] com Ele, em glória" (Col. 3:4).
Como no caso de outras palavras gregas, os que defendem a teoria
do Arrebatamento Secreto, tentam aplicar esta palavra tanto ao
"Arrebatamento Secreto" como à "revelação". Então tentam aplicar o
texto anterior à fase da revelação da vinda de Cristo. Declaram ainda que
quando Cristo aparecer diante do mundo, nós também apareceremos com
Ele nas nuvens de glória. "Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem
o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela
manifestação [epifáneia] de sua vinda. Ora, o aparecimento [faneróo] do
iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira" (2 Tess. 2:8-9).
Os advogados do Arrebatamento Secreto dizem que o uso das
palavras "manifestação" [epifáneia] e "aparecimento" [faneróo]
confirmam que esta palavra se refere exclusivamente à "revelação"
depois da 'tribulação", que será quando o Anticristo será destruído pela
manifestação de Sua vinda.
O Arrebatamento Secreto 40
Mas quando analisamos estas palavras conforme são usadas em
outros versículos surge um problema. "Aguardando a bendita esperança
e a manifestação [epifáneia] da glória do nosso grande Deus e Salvador
Cristo Jesus" (Tito 2:13).
"Que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à
manifestação [epifáneia] de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual, em suas
épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e único Soberano,
o Rei dos reis e Senhor dos senhores" (1 Tim. 6:14, 15).
Poder-se-ia pensar que os ímpios estariam "aguardando" esta
"bendita esperança"? Alguém pode imaginar que Paulo pensava que os
ímpios se manteriam obedientes e fiéis até a "revelação"? Impossível!
Estes textos se referem ao que os defensores do Arrebatamento Secreto
chamam a "primeira fase" da segunda vinda de Cristo, ou seja, o
"Arrebatamento Secreto".
"Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto
juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos
quantos amam a sua vinda [epifáneia]" (2 Tim. 4:8).
"Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar [faneróo],
recebereis a imarcescível coroa da glória" (1 S. Ped. 5:4).
Aqui se apresenta outro problema para os que dividem o retorno de
Cristo em duas partes. No "Arrebatamento Secreto", serão os justos
levados ao céu esperando lá sete anos antes de receber suas coroas?
Dificilmente! Com efeito, uma passagem-chave dos partidários do
"Arrebatamento Secreto" é Apocalipse 3:10-11 que diz que os justos
receberão suas coroas justamente nesse mesmo tempo, não sete anos
depois.
"Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o
que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar [faneróo],
seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é" (1
S. João 3:2).
Se esta passagem correspondesse à "segunda fase" da segunda
vinda, como ensinam os mestres do "Arrebatamento Secreto", então de
O Arrebatamento Secreto 41
acordo com este texto os santos "arrebatados" terão que esperar ainda
sete anos antes de "vê-Lo como Ele é", e antes de saber como seremos.
Isto pode referir-se unicamente à ressurreição e à trasladação dos santos
no momento da vinda de Cristo.
Aqui temos outra palavra grega que se pode limitar a uma ou outra
"fase" da segunda vinda de Cristo. Esta palavra juntamente com outras,
refere-se a uma só vinda de Cristo, uma segunda vinda que inclui tanto a
trasladação dos justos aos céus como a manifestação de Cristo diante dos
ímpios.
4. HORÁO: Ver. Esta palavra se traduz domo "contemplar", "olhar
a", "ver com os olhos", "observar", "ser aceito como uma testemunha",
"aparecer diante dos olhos".
É um vocábulo que provém da mesma raiz grega que "olho"
(ofthalmos) e significa perceber mediante um dos cinco sentidos do
homem, a visão. Aparece 115 vezes, mas apenas em 6 ocasiões se aplica
ao tema da segunda vinda de Cristo.
Cinco dessas seis vezes os crentes no Arrebatamento Secreto
aplicam à "segunda fase" de seu retorno "quando vier em poder" (S. Mat.
26:64; S. Mar. 14:62); "com grande glória" (S. Mar. 13:26-27; S. Luc.
21:27) e quando "todo o olho O verá" (Apoc. 1:7).
Mas há um uso da palavra horáo que eles apresentam quase sempre
como referindo-se à "primeira fase".
"Aparecerá [horáo] segunda vez, sem pecado, aos que O aguardam
para a salvação" (Heb. 9:28).
Uma afirmação assim coloca a Bíblia contra si mesma. Em
Apocalipse 1:7, onde se usa a mesma palavra grega horáo, diz que
quando Ele vier "todo olho O verá".
Mais ainda, o apóstolo Paulo diz aqui que "aparecerá segunda vez".
Se esta vinda fosse secreta, um evento invisível, o apóstolo sem dúvida
teria dito: "Ele não aparecerá quando vier a segunda vez". Teria escrito,
então, algo assim: "Ele virá secretamente a segunda vez, mas aparecerá a
O Arrebatamento Secreto 42
terceira vez". Porém não fez tal coisa. Ele sabia mais que isso. Ele sabia
que somente haverá uma só segunda vinda. E que nessa ocasião Cristo
aparecerá à vista "de todo olho"; e que tanto os que O esperam como os
que não O esperam O verão.
Esta foi a razão pela qual B. L. Simmons, de Tallahassee, Flórida,
construiu um estranho mausoléu, em 1970, para si mesmo no cemitério
Old Moody, ao sul da cidade. Ele mesmo está feito de blocos de cimento
e mede aproximadamente 1,25 m de comprimento, e 1,25 de largura e
1,52 de altura. Esta estrutura tem três janelas.
O Sr. Simmons fez arranjos com uma funerária para que depois de
sua morte, seus restos fossem postos em uma cadeira de balanço que
fosse colocada diante da janela principal, com suas costas para a parede.
Ali ele esperava esperar a Cristo e poder ser um dos primeiros em ver
Sua segunda vinda.
No próximo capítulo abordaremos a palavra grega parousia.
O Arrebatamento Secreto 43
A “PAROUSIA” DE CRISTO
A PALAVRA grega parousia é possivelmente o maior obstáculo
que a teoria do "Arrebatamento Secreto" encontra.
Este vocábulo aparece 24 vezes no Novo Testamento. Somente 14
das 24 vezes se refere à segunda vinda de Cristo; 22 vezes é traduzida
como "vinda", e 2 vezes como "presença". Alguns textos mencionam
acontecimentos que os defensores do "Arrebatamento Secreto" afirmam
que têm que ver com os santos na "primeira fase". Outros textos, dizem
eles, se referem a acontecimentos definitivamente relacionados com os
ímpios na hora da "revelação" ou "segunda fase".
Há oito textos que indiscutivelmente têm que ver com a reação dos
justos diante da segunda vinda de Cristo.
"Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que
exultamos, na presença de nosso [émprosthen] Senhor Jesus em sua
vinda [parousia]?" (1 Tess. 2:19)
"Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os
vivos, os que ficarmos até à vinda [parousia] do Senhor, de modo algum
precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua
palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de
Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente
com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim,
estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tess. 4:15-17).
"Irmãos, no que diz respeito à vinda [parousia] de nosso Senhor
Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos
demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por
espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós,
supondo tenha chegado o Dia do Senhor" (2 Tess. 2:1, 2. Veja-se
também 1 Cor. 15:22; S. Tia. 5:7, 8; 1 João 2:28; 1 Tess. 3:13).
No entanto, estas sete passagens que usam a mesma palavra grega
falam acerca dos ímpios e sua destruição:
O Arrebatamento Secreto 44
"E a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco,
quando do céu se manifestar [apokalúpto] o Senhor Jesus com os anjos
do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não
conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso
Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da
face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier [érjomai] para ser
glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram,
naquele dia" (1 Tess. 1:7-10).
"Então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus
matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação
[epifáneia] de Sua vinda [parousia]. Ora, o aparecimento [parousia] do
iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira " (2 Tess. 2:8-9; Ver também S. Mat. 24:26, 27, 37,
39; e 1 S. Ped. 1:16).
Ademais, as duas passagens acima citadas usam também três das
outras palavras gregas mencionadas no capítulo anterior (apokalúpto,
érjomai, epifáneia), mostrando assim que estas palavras se referem a
uma só segunda vinda em vez das duas fases de uma segunda vinda
interrompida por um período de sete anos.
Em vista disso, alguns crentes no "Arrebatamento Secreto" idearam
dois argumentos para explicar o uso desta palavra grega: (1) a palavra
parousia se refere ao período completo dos sete anos, incluindo as duas
fases da interrompida segunda vinda; (2) parousia tem dois aspectos: "o
aspecto da chegada" (primeira fase ou "Arrebatamento Secreto") e o
"aspecto da manifestação ou presença" (segunda fase ou "revelação")
(Ver os capítulos 8 e 9 do livro First the Rapture, de S. F. Strombeck).
As duas explicações são forçadas e artificiais. A única verdade do
assunto é que esta palavra grega se refere a um só acontecimento, uma
segunda vinda.
Tais explicações levantam a objeção de que Cristo disse que viria
como ladrão de noite, o que pressupõe que todos os ladrões sempre vêm
secretamente. Ademais ignoram que o fato de que um ladrão vir
O Arrebatamento Secreto 45
repentinamente não implica necessariamente que venha de maneira
silenciosa. O ladrão pode aparecer de repente e semear ao mesmo tempo
terror no coração de suas vítimas.
O Novo Testamento compara seis vezes a vinda de Jesus com a
chegada de um ladrão. Em 1 Tessalonicenses 5:2 e em 2 Pedro 3:10 diz
que o "dia do Senhor [não o Senhor mesmo] virá como ladrão". De fato,
este texto de Pedro desaprova eloqüentemente o conceito de um ladrão
silencioso. O texto diz assim: "Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do
Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo".
Em outros dois textos, S. Mat. 24:43 e S. Luc. 12:39 e Apoc. 3:3, é
dito que é a hora e o tempo de Sua vinda que será "como um ladrão".
Certamente só uma das seis passagens diz que Cristo virá como ladrão,
mas a ênfase é posta na parte do texto que fala de vigiar e estar preparados
(Apoc. 16:16), e não no suposto caráter secreto do acontecimento.
Assim os 6 textos que comparam a vinda de Cristo à de um "ladrão"
destacam o fato de que a vinda de Cristo será inesperada, e não ao fato
de que será secreta. O Salmista diz: "Virá o nosso Deus e não se calará"
(Sal. 50:3, RC).
Em S. Mateus 24:37-43 e S. Lucas 17:26-36 a segunda vinda é
comparada com a destruição da Terra nos dias de Noé e à destruição de
Sodoma nos dias de Ló. Não há nada na Bíblia que indique que o dilúvio
ou a destruição de Sodoma ocorreu em forma secreta, silenciosa, sem
que os ímpios percebessem. Foi o contrário o que aconteceu.
No entanto, estas duas passagens contêm expressões usadas pelos
defensores do "Arrebatamento Secreto" para apoiar seu conceito de um
acontecimento secreto ("como ladrão" e "dois estarão no campo; um será
tomado, e o outro, deixado"). Obviamente crer assim supõe ignorar o
contexto das passagens; é tentar provar algo contrário a todas as demais
passagens da Bíblia relacionadas com este tema.
Certamente Cristo virá inesperadamente, mas não secreta e
silenciosamente.
O Arrebatamento Secreto 46
ACONTECIMENTOS RELACIONADOS COM A VINDA
DE CRISTO
EM RESUMO a Bíblia garante que Cristo voltará. Sua segunda
vinda ainda não ocorreu. Tampouco não ocorre quando uma pessoa
morre. Ainda está no futuro.
A profecia das setenta semanas de Daniel iniciou com o terceiro
decreto de Esdras no ano 457 A.C. e terminou com o apedrejamento de
Estêvão no ano 34 de nossa era, um período completo de 490 anos. Não
há comprovação bíblica para a teoria do "intervalo", ou dos sete anos
"restantes" durante os quais os judeus evangelizaram o mundo.
Em vez de apoiar uma teoria de duas segundas vindas, as palavras
gregas apokálupsis, apokalúpto, érjomai, epifáneia, faneróo, horáo e
parousia, individual e coletivamente provam que haverá uma única
segunda vinda. Esta será literal, visível, audível, gloriosa e pessoal, e
ocorrerá no fim da história deste mundo.
Na atualidade Cristo está atuando como Intercessor do homem nos
céus (Rom. 8:34). Mas, o Espírito de Deus, como nos dias de Noé, "não
contenderá ... para sempre com o homem (Gên. 6:3, RC). O apóstolo
João fala de um tempo quando Cristo deixará Sua função como Sumo
Sacerdote no templo celestial. (Heb. 4:14-15; 8:1, 2; Apoc. 11:19).
"E saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito
está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande
terremoto, como nunca houve igual ... Todas as ilhas fugiram, e os
montes não foram achados" (Apoc. 16:17, 18, 20). "E o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então,
todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. Os reis da terra, os
grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre
se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos
montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se
assenta no trono e da ira do Cordeiro" (Apoc. 6:14-16).
O Arrebatamento Secreto 47
A MANEIRA COMO VIRÁ
Em seguida em vejamos algumas das descrições bíblicas da vinda
de Cristo. Ele virá:
1. Com os anjos (S. Mat. 16:17; 25:31; S. Mar. 8:38).
2. Com poder e grande glória (S. Mateus 24:30; S. Mar. 13:26; S.
Luc. 21:27.
3. Com grande voz de trombeta (S. Mateus 24:31; 1 Cor. 15:51; 1
Tess. 4:16).
4. Com palavra de ordem (1 Tess. 4:16).
5. Com voz de arcanjo (1 Tess. 4:16).
6. Com o resplendor de Sua vinda (2 Tess. 2:8).
7. Com estrepitoso estrondo (2 S. Ped. 3:10).
9. Na glória de Seu Pai (S. Mat. 16:27; S. Mar. 8:38; S. Luc. 9:26).
10. Em Sua glória (S. Luc. 9:26).
11. Em chama de fogo (2 Tess. 1:7-8).
12. Como o relâmpago (S. Mat. 24:27).
13. E todo olho O verá (Apoc. 1:7).
Assim como a primeira vinda foi literal, visível e pessoal, assim
também será a segunda. Ele veio a primeira vez com um corpo real, e
assim será também a segunda vez. Sua primeira vinda cumpriu as
profecias bíblicas ao pé da letra; assim ocorrerá também em Sua segunda
vinda. Assim como a crucifixão em Sua primeira vinda foi literal e
visível para todos os que O contemplavam, da mesma maneira Sua glória
em Sua segunda vinda será também visível – e o será – para todos. "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o
traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele" (Apoc. 1:7).
Sua segunda vinda será visível para todos, ou seja, tanto para os
justos como para os ímpios (1 Cor. 1:7; Heb. 9:28; S. Mat. 24:30; S.
Mar. 13:26; S. Luc. 21:27). Será audível (1 Cor. 15:52; 1 Tess. 4:16; S.
Mat. 24:31; Sal. 50:3); será pessoal (Atos 1:11); será física (S. João 14:1-
3); será gloriosa (S. Mat. 24:30; 25:31; S. Luc. 21:27; S. Mar. 13:26);
O Arrebatamento Secreto 48
ocorrerá antes dos mil anos do milênio, e é iminente (1 Tess. 4:15-17;
Apoc. 20:6; S. Mat. 24:36-39, 44).
Segundo a Bíblia, o retorno de Cristo não terá nada de silencioso e
secreto.
"Virá o nosso Deus e não se calará; adiante dele um fogo irá
consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele" (Sal. 50:3, RC).
Certamente haverá pelo menos três poderosos sons associados com Seu
retorno: o som da "palavra de ordem", o som da "voz de arcanjo", e o
som da "trombeta de Deus" (1 Tess. 4:16-17).
Aqui a palavra "voz" deriva da palavra grega foné, de onde provêm
as palavras como telefone, fonógrafo e fonética. Que utilidade tem o
telefone "inaudível" ou um fonógrafo "inaudível"?
Se a "voz (foné) do que clama no deserto" (S. Mat. 3:3) pôde ser
ouvida, como pode ser inaudível "a voz (foné) do arcanjo"?
Se quando Jesus "clamou em alta voz (foné): Lázaro, vem para
fora!" (S. João 11:43), foi ouvido por todos os que estavam junto à
tumba, como pode "a voz (foné) do arcanjo" ser inaudível?
O retorno de Cristo será anunciado a cada habitante do mundo
mediante "a trombeta de Deus" (1 Tess. 4:16). De todos os instrumentos,
a trombeta é o som mais forte. Não é, portanto, um instrumento inaudível.
Esta potente "trombeta de Deus" despertará os mortos. "A trombeta
soará, os mortos ressuscitarão" (1 Cor. 15:52). E será escutada por todos
os habitantes deste mundo, não somente pelos justos vivos. "Vós, todos
os habitantes do mundo, e vós, os moradores da terra, ... olhai; e, quando
se tocar a trombeta, escutai" (Isa. 18:3).
Acompanhando os sons da "palavra de ordem", "a voz do arcanjo" e
a "trombeta de Deus" será ouvido o estrondo das tumbas no momento de
abrirem-se e "os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Tess. 4:16).
Amado leitor, sem dúvida, tem seres queridos que descansam no
cemitério aguardando a manhã da ressurreição. Graças a Deus que,
diante da voz do arcanjo e da trombeta de Deus, os mortos em Cristo
ressuscitarão (1 Cor. 15:22-23, 52) e serão reunidos com os justos vivos
O Arrebatamento Secreto 49
mediante os anjos de Deus (S. Mat. 24:31), desde a "extremidade" da
Terra (S. Mar. 13:27).
Será esse o tempo quando os justos exclamarão: "Eis que este é o
nosso Deus, em quem esperávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a
quem aguardávamos; na sua salvação exultaremos e nos alegraremos"
(Isa. 25:9).
O grande acontecimento do retorno de Cristo produzirá também a
grande separação entre os justos e os injustos. "e todas as nações serão
reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor
separa dos cabritos as ovelhas" (S. Mat. 25:32. Ver também os versículos
31-46), e não unicamente os justos.
Haverá somente dois grupos separados nessa vasta companhia. A
um dos grupos Ele dirá: "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do
reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (v. 34). A
outro grupo ditará a irrevogável sentença: "Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" (v. 41).
Cristo chama a este momento de "ceifa" da Terra (S. Mat. 13:36-43).
Notemos isto especialmente em S. Mateus 13:38: "O joio são os filhos
do maligno" e "assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim
será na consumação do século" (S. Mat. 13:40).
Cristo não nos diz: "Colham o trigo secretamente e deixem que o
joio continue crescendo à vontade durante sete anos mais até que Eu
volte outra vez", mas disse: "E eis que venho sem demora, e comigo está
o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras"
(Apoc. 22:12). Não fala somente aos justos, e sim "a cada um".
Não existe apoio bíblico para a teoria de um período de sete anos
que transcorrerá entre duas supostas fases da segunda vinda de Cristo. A
raça humana não tem uma "segunda oportunidade" de salvação. Tal
crença mergulharia muitas pessoas em uma perigosa sonolência. O
mundo atualmente está desfrutando de uma segunda oportunidade. Deus
proveu a primeira oportunidade no próprio jardim do Éden. Através do
infinito amor de Deus, o mundo recebeu uma segunda oportunidade
O Arrebatamento Secreto 50
mediante o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Não permitamos que
ninguém nos engane e ponha em perigo nossa salvação, levando-nos a
crer que haverá ainda uma segunda oportunidade. "Hoje é o dia da
salvação".
A parábola das dez virgens (S. Mat. 25:1-13) nos ensina que não
haverá uma segunda oportunidade para aqueles que não possam entrar
nas bodas quando Cristo vier, não poderão entrar mais tarde. A porta se
fechará para sempre. S. Lucas 13:24-25 nos ensina claramente a trágica
impossibilidade de que algumas pessoas possam lograr uma segunda
"oportunidade".
Os que não conseguirem entrar quando o esposo vier, chorarão
amargamente e lamentarão sua irreparável perda (S. Luc. 13:28) ao ver
os justos redimidos e glorificados elevando-se nas nuvens do céu para
encontrar-se com o Salvador (1 Tess. 4:16-17).
"Todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem
vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória" (S. Mat. 24:30).
Os ímpios clamarão aos montes e às rochas que caiam sobre eles e
os escondam da majestosa vinda de Cristo (Apoc. 6:14-17). Perceberão
que chegou o momento para o Filho do Homem vir e ceifar a Terra
(Apoc. 14:14-16), e de que eles estão "imundos ainda" (Apoc. 22:11).
Nesse tempo os ímpios vivos serão destruídos "com o resplendor de
Sua vinda" (2 Tess. 2:8). Isto fará esta Terra ficar desolada e despovoada,
durante 1.000 anos (milênio). Jeremias descreve isto da seguinte
maneira:
"Olhei para a terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não
tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros
estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves
dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um
deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor,
diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Senhor: Toda a terra será
assolada; porém não a consumirei de todo" (Jer. 4:23-27).
O Arrebatamento Secreto 51
Notem-se especialmente as últimas seis palavras: "Porém não a
consumirei de todo". Esta passagem não pode estar falando da destruição
final de todos os ímpios, de todas as épocas, a que ocorrerá depois dos
1.000 anos (milênio). Na verdade, refere-se a uma destruição provisória
que matará a todos os maus que estiverem vivos quando Cristo voltar.
Esta mesma destruição reduzirá a Terra a ruínas. As cidades serão
destruídas e as lavouras e os jardins se tornarão em desertos.
Quando se completarem os 1.000 anos (milênio) então será
executada a sentença (2 S. Ped. 3:7; 2:4, 9). Depois disto os ímpios serão
queimados e reduzidos a cinzas (Mal. 4:1, 3), incluindo o próprio
Satanás (Ezeq. 28:18-19). Depois da Terra ser purificada e renovada pelo
fogo (2 S. Ped. 3:9-13), então se cumprirá a promessa de Cristo de que
"os mansos ... herdarão a Terra" (S. Mat. 5:5).
A santa cidade, a Nova Jerusalém, descerá do céu, de Deus, e
pousará sobre uma Terra feita nova (Apoc. 21:1-2) Neste tempo o "o
Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai ... e o seu reinado não terá fim"
(S. Luc. 1:32-33).
Apreciado leitor, você gostaria de unir-se comigo em determinar
que estará preparado em todo momento para a breve vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo a este mundo, a fim de que possamos encontrar com
Ele, e caminhar juntos pelas gloriosas ruas de "ouro puro, como vidro