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Nutrio de Bovinos
I INTRODUO
II DESENVOLVIMENTO
1.0 - Uso racional das pastagens;
2.0 Ganho de peso dos animais em pastagens;
3.0 Suplementao Mineral de Bovinos em Pastagens;
4.0 Suplementao Mineral, protica e energtica de Bovinos em
Pastagens;
5.0 Concluso e Recomendaes para Suplementao de Bovinos de
corte em Pastagens;
I INTRODUO
Os bovinos so animais poligstricos, dotados de estmago dividido
em quatro
compartimentos, contendo em sua poro inicial o Rumem e Retculo
que so
responsveis pela digesto de alimentos fibrosos, transformando-os
em nutrientes
prontamente disponveis para o desempenho produtivo.
A evoluo gentica das raas produtoras de carne , trouxe consigo
um aumento das
exigncias nutricionais dos bovinos, proporcional ao seu nvel de
produo, o que
torna sua alimentao dependente de suplementos capazes de suprir
as deficincias
das pastagens e outros alimentos volumosos.
II DESENVOLVIMENTO
1.0 - Uso racional das pastagens
A pastagem constitui a principal fonte de alimentos dos bovinos,
mas nem sempre
manejada de forma adequada, muitas vezes devido falta de
conhecimento das suas
condies fisiolgicas de crescimento e composio nutricional.
Manejar uma
pastagem de forma adequada, significa produzir alimentos em
grandes quantidades
alem de procurar o mximo valor nutritivo possvel do material. A
produo de massa
afeta de forma significativa a capacidade de suporte da pastagem
(maior nmero de
animais por rea) e est influenciada pela fertilidade do solo,
manejo e condies
climticas enquanto que o valor nutritivo afeta o ganho de peso
do animal e depende
principalmente da idade da planta. Associando estes dois
requisitos, objetivamos um
maior ganho de peso por rea, o que viabiliza de forma tcnica e
econmica a
atividade, conforme mostra o quadro n. 1.
http://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#Introducaohttp://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#desenvolvimentohttp://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#uso_racionalhttp://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#ganho_pesohttp://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#suplementacao_pastagenshttp://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#suplementacao_pastagens02http://localhost/Bigsal/2011/site/cartilha-nutricao-bovinos.php#suplementacao_pastagens02
-
Quadro n 01.
Para um bom desempenho produtivo, os ruminantes necessitam de
gua, Protena,
Energia, Vitaminas e Minerais. Todos estes nutrientes so de
grande importncia para
alimentao dos animais, variando apenas quantitativamente, no que
diz respeito
categoria dos animais.
Durante o perodo chuvoso, as pastagens chegam a apresentar nveis
satisfatrios de
protena, energia e vitaminas, enquanto que os minerais esto
deficientes, impedindo o
pecuarista de obter ndices mximos de produtividade, enquanto que
no perodo de
estiagem, todos nutrientes esto deficientes na pastagem,
portanto nesta poca a
suplementao de apenas um nutriente no resulta em melhores
rendimentos do
rebanho, Conforme mostra o quadro n. 2.
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Quadro n 02
1.1 Manejo das pastagens
Para adotarmos um bom manejo das pastagens, devemos levar em
conta os princpios
bsicos de crescimento (Fotossntese) e gasto de energia da planta
(Respirao),
conforme mostra o quadro n. 3.
Quadro n 03
-
Neste quadro podemos observar que medida que a planta
intensifica sua
Fotossntese ela cresce acumulando reservas orgnicas na base do
caule. Para
forrageiras tropicais este ganho de energia aumenta
gradativamente com a idade da
planta e atinge o mximo aos 28 a 35 dias aps o corte ou pastejo,
o que indica que
este dever ser o perodo de descanso ideal da pastagem aps o uso
(pastejo). Por
outro lado, enquanto a planta cresce a respirao tambm intensa o
que significa que
ela est gastando parte da energia que foi sintetizada.
Observa-se que a partir de 35
dias de idade a planta respira mais que sintetiza ou seja, gasta
mais do que produz e a
conseqncia disto uma menor produo de massa, com menor valor
nutritivo, alm
de menores quantidades de reservas orgnicas, o que dificulta o
rebrote aps o perodo
de pastejo. Isto explica o fato de que ao colocarmos os animais
em um pasto vedado
por longos perodos, o desempenho dos animais no satisfatrio e a
rebrota da
pastagem lenta.
1.1.1 Perodo de Ocupao das pastagens
Durante o perodo de pastejo os animais consomem em primeiro
lugar as folhas e
depois os caules. Aps esta remoo inicia-se um processo de
rebrote da pastagem,
que cresce de 3 a 5 Cm por dia, atingindo 10 a 15 Cm de tamanho
em
aproximadamente 3 dias. No manejo racional, devemos evitar que
os animais comam
este rebrote, permitindo que o pasto tenha o mximo de
crescimento sem ser
danificado. Para que isto ocorra, devemos deixar os animais no
pasto no mximo 7
dias, sendo que quanto menor for este perodo, menos os animais
iro consumir o
rebrote e maior ser a sua produo de massa, resultando em maior
capacidade de
suporte.
1.1.2 Perodo de descanso das pastagens
Aps o perodo de ocupao, a pastagem dever descansar, permitindo o
mximo de
rebrote sem ser danificada pela boca do animal. O tempo ideal de
descanso depende
da capacidade de rebrote que afetada pela fertilidade do solo,
espcie forrageira,
condies climticas e manejo, mas de modo geral este perodo dever
estar entre 28 a
35 dias, onde podemos obter um bom valor nutritivo e o mximo de
crescimento com
acmulo de reservas conforme visto no quadro n. 3
1.2 Diviso das pastagens
Para obtermos os perodos de ocupao e descanso desejados no
manejo das
pastagens, devemos dividir a rea fazendo com que os animais
pastejam em rodzio,
permanecendo em um determinado pasto at consumir todo alimento
disponvel e
logo em seguida desocupam o local, permitindo um rebrote
eficiente sem danificar a
planta. A diviso da rea de pastejo dever ser feita utilizando o
seguinte esquema:
-
De acordo com o exemplo, podemos verificar que ao dividir-mos
uma determinada
rea de pastejo, estaremos permitindo um melhor desenvolvimento
da forrageira
devido ao melhor crescimento de seu sistema radicular que passar
a explorar uma
maior rea no solo e consequentemente aumentando sua produo de
massa. Nota-se
que ao sairmos do sistema tradicional de pastejo contnuo, para
um pastejo
rotacionado com um perodo de ocupao de 7 dias, aumentamos a
capacidade de
suporte da pastagem de forma significativa e ao dividirmos
novamente a rea,
passando o perodo de ocupao para 3 dias, podemos aumentar ainda
mais a lotao.
Evidentemente a capacidade de suporte de uma pastagem no
constante ao longo do
tempo e tende a cair com o declnio da fertilidade do solo o que
poder ser corrigido
com o uso de adubaes que permite atingimos nveis elevados de
lotao.
2.0 Ganho de peso dos animais em pastagens
Para avaliar o ganho de peso dos animais, devemos considerar no
s o ganho
individual mas tambm o ganho por rea pois este ltimo leva em
conta a produo de
massa do pasto e representa o quanto de peso vivo podemos obter
em uma
determinada rea. No quadro n. 4 podemos observar que nem sempre
o melhor ganho
por animal o que nos d maior rendimento.
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Quadro n 04
As espcies forrageiras apresentam comportamento diferente
durante o ciclo
produtivo anual, assim as espcies do gnero Pannicum (Colonio e
suas variedades),
so mais nutritivas que aquelas do gnero Braquiria durante o
perodo das chuvas e
medida que aproxima do perodo seco as Braquirias manten-se mais
verdes,
proporcionando melhores rendimentos durante esta poca, conforme
mostram os
quadros de n. 5 e 6.
Quadro n 05
-
Quadro n 06
3.0 Suplementao Mineral de Bovinos em Pastagens
Os minerais considerados essenciais, isto , aqueles para os
quais j se conhece pelo
menos uma funo essencial vida animal, so classificados em funo
das
necessidades quantitativas dos animais em: Macrominerais (Clcio,
Fsforo,
Magnsio, Potssio, Cloro, Sdio e Enxofre) e Microminerais (Ferro,
Zinco,
Mangans, Iodo , Selnio, Cobre, Cobalto e Cromo).
3.1 - Importncia dos macrominerais
As funes bsicas dos minerais essenciais, podem ser divididas em
trs grupos
principais (CHRISTY,1984): no primeiro grupo esto as funes
relacionadas com o
Crescimento e Mantena dos tecidos corporais; no segundo esto as
funes da
regulao dos processos corporais dos animais; e no terceiro grupo
esto as funes
de regulao na utilizao da energia dentro das clulas do
corpo.
3.1.1- Clcio e Fsforo (Ca e P)
Representam 70% do total de minerais encontrados no corpo do
animal. 90% destes,
esto presentes nos ossos e dentes.
O Clcio alm de essencial para formao do esqueleto, entra na
composio do leite,
coagulao do sangue, regulagem dos batimentos cardacos, manuteno
e
excitabilidade neuromuscular, ativao de enzimas e manuteno da
permeabilidade
das membranas.
-
O Fsforo alm de compor o esqueleto participa na manuteno dos
microorganismos
do rumem, ajuda na absoro dos carboidratos, transporta os cidos
graxos
(fosfolipdeos) e desempenha papel importante na absoro e
metabolismo da energia.
de fundamental importncia que Clcio e Fsforo mantenham uma relao
de
aproximadamente duas partes de Clcio para uma de Fsforo. Os
bovinos toleram
relaes mais altas desde que no ocorra deficincia destes minerais
na dieta , desde
que no ocorra deficincia de vitamina D, importante para absoro e
deposio do
clcio no Tecido sseo.
A deficincia de clcio rara em gado de corte, pois as forrageiras
apresentam nveis
relativamente altos deste mineral. Entretanto, SOUZA; ROSAL
(1982) constataram
deficincias em animais no Pantanal do Mato Grosso e em Rondnia.
Em gado
leiteiro de alta produo a deficincia mais freqente
O sintoma mais evidente da deficincia de clcio e fsforo o
Raquitismo em animais
jovens e a Osteomalcia em animais adultos. O Raquitismo uma m
formao dos
ossos onde os animais apresentam inchao das juntas,
engrossamento das
extremidades dos ossos, arqueamento do dorso e enrijecimento das
pernas. Em casos
de deficincia mais acentuada apresentam joelhos curvados e
pernas arqueadas.
Na Osteomalcia Clcio e Fsforo so retirados dos ossos sem que
ocorra reposio,
tornando-os fracos e quebradios. A exigncia maior aparece no
final da gestao e
durante a lactao.
Os principais sintomas de deficincia de Fsforo so:
Anorexia (reduo do apetite);
Depravao do apetite, o animal come ossos, madeira, terra e
outros matrias;
Baixos ndices de fertilidade, resultando em maior intervalo
entre partos e menor
nmero de crias por ano;
Reduo dos ndices produtivos como: produo de leite, ganho de peso
e converso
alimentar.
A deficincia de Fsforo constitui um dos mais srios problemas da
Nutrio dos
-
Ruminantes, uma vez que as pastagens so muito deficientes neste
mineral. Os altos
nveis de Ferro e Alumnio acentuam a deficincia do Fsforo por
formarem
complexos insolveis.
3.1.2- Magnsio (Mg)
A deficincia de Magnsio rara, uma vez que este mineral abundante
na maioria
dos alimentos. 70% do Mg corporal est presente no esqueleto. As
principais funes
esto relacionadas ao metabolismo de Carboidratos e Lipdios,
catalisadores de vrios
sistemas enzimticos, oxidao celular e atividade
neuromuscular.
O sintoma tpico da deficincia de Mg a tetania das pastagens.
Animais velhos
apresentam maior dificuldade de mobilizar Mg dos ossos e so mais
susceptveis
tetania.
3.1.3- Potssio (K)
O Potssio o principal ction intracelular, est presente tambm no
meio extracelular
onde atua na atividade muscular. importante ainda no balano
osmtico, equilbrio
cido-base, balano hdrico corporal e ativao de sistemas
enzimticos. As pastagens
tropicais geralmente so ricas em potssio e a maior parte do K
ingerido reciclado
pela urina. A deficincia de K pode aparecer em animais com
dietas a base de feno,
silagem e forrageiras de corte que no recebem adubao com este
elemento. mais
freqente em animais confinados, pois os gros so relativamente
pobres neste
mineral.
Animais em condies de estresse, perdem mais K pela urina,
portanto neste caso a
dieta deve conte maiores nveis do mineral.
3.1.4 - Sdio e Cloro (Na, Cl)
A importncia destes minerais na alimentao dos animais conhecida
h milhares de
anos pelo desejo de consumir sal comum (NaCl).
O Na junto com o K possui a funo de manter a presso osmtica e
equilbrio cido-
base. Desempenham papel importante a nvel celular, no
metabolismo da gua, na
absoro de nutrientes e na transmisso de impulsos nervosos. O Cl
componente do
cido clordrico do suco gstrico.
-
O Na considerado o elemento mais deficiente entre todos os
minerais essenciais aos
ruminantes, uma vez que os alimentos so pobres e o organismo no
possui reservas
deste mineral. Possui papel importante na manuteno da atividade
dos
microorganismos do rumem pelo eficiente poder tampo que
exerce.
A suplementao de sdio deve ser contnua para os ruminantes e o
consumo
voluntrio aproximadamente 1000 ppm de Na, o que representa 10 g
do mineral
para cada 10 kg de matria seca consumida, resultando em um
consumo de 27 g de
NaCl por dia.
O sal comum (NaCl) o principal regulador do consumo da mistura
mineral. Portanto
misturas com alta concentrao de Na Cl, resultam em baixo consumo
pelos bovinos.
Isto explica tambm a ineficincia do fornecimento de NaCl
separado dos outros
minerais.
3.1.5 - Enxofre (S)
O Enxofre constituinte dos aminocidos sulfurosos (Cistina,
Cisteina e Metionina) e
das vitaminas Tiamina e Biotina. A principal funo do S, para os
ruminantes, est
relacionado sntese de aminocidos no rumem , s vitaminas e sntese
do Acido
Propinico.
Para uma eficiente utilizao do nitrognio no protico (NNP) pelas
bactrias do
rumem, deve haver uma relao de 1 (uma) parte de S para 14
(quatorze) partes de
Nitrognio da dieta. Para obter esta proporo recomendamos
substituir 10% do peso
da uria utilizada na alimentao dos bovinos, por sulfato de
amnia.
3.2 - Importncia dos microminerais
3.2.1 - Cobalto (Co)
O Cobalto importante para os microorganismos do rumem na sntese
de vitamina
B12. Os ruminantes so totalmente dependentes da capacidade dos
microorganismos
em sintetizar a vitamina B12.
A vitamina B12 catalisa a reao do Propionato para succinato no
Ciclo de Krebs
(Conn; Stumpf; 1972). Em sua ausncia ocorre uma elevao do nvel
do Propionato
no organismo e o animal perde apetite. O sintoma mais evidente
da deficincia de Co
-
em ruminantes a falta de apetite, resultando em anemia, plos
speros,
engrossamento da pele, perda de peso e morte. No Brasil estes
sintomas so
comumente denominados mal do colete, peste do secar, mal de
fastio.
As deficincias menos acentuadas acarretam em maiores prejuzos,
pois o pecuarista
dificilmente constata o fato. Nveis menores que 0,1 ppm de Co na
matria seca da
pastagem pode levar deficincias generalizadas quando os animais
no so
suplementados.
3.2.2 - Zinco (Zn)
O Zinco e um ativador de enzimas e est relacionado com o
metabolismo de cidos
nucleico, sntese de protena e metabolismo de carboidratos.
Potencializa os efeitos
dos hormnios F S H e L H o transporte e utilizao da vitamina A
.
As Pastagens tropicais, principalmente as do gnero Braquiaria
apresentam baixos
nveis de Zn no tecido. No Brasil Central constatamos nveis mdios
de 5 a 10 ppm na
matria seca, para uma exigncia de 50 ppm e nas pastagens de
Rondnia
encontramos a metade disto.
Os sintomas mais tpicos da deficincia esto relacionados com
anormalidades na pele
devido a presena de Zn em maior quantidade nesta regio.
3.2.3 - Ferro (Fe)
O Ferro o principal componente da hemoglobina e mioglobina, est
ligado ao
transporte e armazenamento de oxignio para respirao celular. As
pastagens
geralmente apresentam altos nveis de Fe sendo rara sua
deficincia. Animais jovens
na fase de aleitamento podem apresentar uma anemia hipocrmica
microctica,
principalmente quando ocorre em conjunto alta infestao por
vermes e carrapatos.
3.2.3 - Cobre (Cu)
O Cobre atua junto com o ferro na sntese de hemoglobina,
participa da absoro do
Fe no intestino delgado. Est ligado sntese da camada de mielina
que recobre o
sistema nervoso central. necessrio para pigmentao normal da pele
e dos plos.
Os principais sintomas da deficincia de Cu so relatados como
desordens nervosas,
-
pele e pelos despigmentados, diarreias, queda na produo de leite
e da fertilidade. As
pastagens geralmente so pobres neste mineral. No Brasil Central
temos constatado
nveis de 5 a 8 ppm de Cu na matria seca enquanto que o normal
deveria ser de 10
ppm. Nveis do Molibdnio superiores a 5 ppm interfere na absoro
do cobre
(SOUZA; ROSA, 1982).
3.2.5 - Mangans (Mn)
O Mangans de grande importncia para manuteno dos rgos
reprodutivos dos
machos e fmeas, participa como cofator de vrias enzimas
envolvidas no
metabolismo de carboidratos e lipdeos. Em geral, as pastagens
apresentam nveis
satisfatrios de Mn. A deficincia pode aparecer em regies com
altos nveis de Ca no
solo. Em dietas ricas em Ca e P aumenta a exigncia em Mn. SOUZA
(1978),
constatou a deficincia de Mn em vrios regies do Brasil,
principalmente no Mato
Grosso. Nestas regies animais deficientes apresentam problemas
reprodutivos,
desenvolvimento retardado e deformao dos membros posteriores de
bezerros recm-
nascidos.
3.2.6 - Iodo ( I )
A maior parte do Iodo encontrado na glndula tiride para formao
da tiroxina e
triodotiroxina, estes hormnios atuam na termorregulao, na
reproduo, no
crescimento e desenvolvimento animal, incluindo a fase fetal, na
circulao e na
funo muscular. A deficincia de Iodo provoca uma hipertrofia da
tireide conhecida
como bcio endmico ou papeira. O aumento da glndula ocorre devido
tentativa de
produzir os hormnios na ausncia de Iodo.
Animais recm-nascidos de vacas deficientes podem apresentar o
bcio, alm da
incidncia de natimortos mal formados e sem pelagem. As fmeas em
reproduo
apresentam anestro e os machos perda da libido (GEORGIEVSKET,
1982).
3.2.7 - Selnio (Se)
O Selnio foi estudado inicialmente como elemento txico. O
conhecimento de sua
necessidade como mineral essencial relativamente recente.
Os sintomas de intoxicao por Se aparecem em bovinos quando
consomem forragem
com 4.000 ppm (JARDIM,1973) de Se na matria seca e so relatados
como
atordoao , rigidez das articulaes , perda de plos e deformaes
nas unhas.
-
A funo do Se no organismo do animal servir como ativador da
enzima glutatione
peroxidase, que por sua vez destri os perxidos de hidrognio,
transformando-os em
hidrocidos. A deficincia do Se ocasiona um acmulo de perxido de
hidrognio
com destruio da membrana celular, danificando os tecidos. A
vitamina E evita a
formao de perxidos, mas quando j formados somente o Se capaz de
destru-los.
A deficincia de Se provoca o aparecimento de uma distrofia
muscular conhecida
como doena do msculo branco. Alm desta doena, provoca tambm
aumento nos
ndices de reteno de placenta, caquexia. Diarria, reduo no
crescimento e
problemas reprodutivos.
3.2.8 - Cromo
O Cromo tem como suas principais funes ser um mineral
anti-stress e regular os
nveis de insulina (hormnio produzido pelo pncreas) no sangue,
que controla a taxa
de acar na circulao.
O Animal tem como sintomas de deficincia de Cromo a reduo do
desenvolvimento
aps a desmama, transporte e castrao, e em casos de animais de
plos escuros o
stress trmico, diminui a produo de carne e leite pelos animais e
falhas na
reproduo.
3.3 - Importncia da suplementao mineral na produtividade dos
bovinos
Vrios so os trabalhos que mostram a importncia da suplementao
mineral no
desempenho produtivo dos animais. As deficincias de P so as mais
limitantes,
seguida de Zn, Cu, Co, I e Se.
O aumento nos ndices reprodutivos a principal vantagem da
suplementao
mineral, como mostram os trabalhos conduzidos na Amrica Latina,
frica e sia;
apresentados no quadro n. 7:
-
Quadro n 07
GUIMARES & NASCIMENTO (1971) estudaram o efeito da
suplementao com
sal comum, farinha de ossos, cobre e cobalto no desempenho
reprodutivo de vacas a
nvel de pasto, na Ilha de Maraj e encontraram resposta positiva
aos tratamentos com
fsforo e microminerais.
Porcentagem de nascimento de bezerros nos grupos de vacas sob
vrios tratamentos
(adaptado de GUIMARES & NASCIMENTO, 1971).
A - Pasto nativo + sal comum + farinha de ossos + cobre +
cobalto
B - Pasto nativo + sal comum + farinha de ossos
C - Pasto nativo + sal comum
D - Pasto nativo
SOUZA et al. (1984) Verificaram o efeito da suplementao mineral
(sal comum, sal
-
comum + fosfato e sal comum + fosfato + microminerais ) em
novilhas sob pastejo de
Capim Colonio adubado. No perodo seco, a suplementao no teve
efeito positivo
no desempenho dos animais.
O nvel de minerais encontrado em anlises de forrageiras muito
varivel de acordo
com cada regio. Em um trabalho realizado em 180 propriedades dos
estados de
Rondnia e Acre, encontramos os nveis de macro e microminerais
contidos nos
quadros n. 9 e 10.
Quadro n 09
-
Quadro n 10
Os resultados mostram que existe uma grande variao na composio
das pastagens e
sugere que as formulaes de misturas minerais devero ser
especficas para cada
regio ou propriedade.
4.0 Suplementao Mineral, protica e energtica de Bovinos em
Pastagens
Durante o perodo seco as pastagens apresentam uma menor
intensidade de rebrote e
consequentemente um menor nmero de folhas verdes, diminuindo a
capacidade de
suporte o que traz como conseqncia a perda de peso dos animais.
Com adoo de
um manejo adequado, podemos reservar parte da produo de pasto do
perodo
chuvoso para ser utilizada na poca seca, permitindo que os
animais tenham bom
desempenho neste perodo. O baixo valor nutritivo das pastagens
durante a seca, pode
ser corrigido com o uso de misturas mltiplas contendo alm dos
minerais, protenas
verdadeiras (farelos), nitrognio no protico (uria) e
carboidratos (gros de cereais)
que garantem uma nutrio adequada dos microorganismos do rumem,
com aumento
na digestibilidade, maior consumo e aproveitamento da
pastagem.
A suplementao com estas misturas permite obtermos ganhos
moderados e at
mesmo semelhantes queles conseguidos durante o perodo das guas.
Quanto maior a
quantidade de suplemento oferecido melhor ser o ganho de peso e
neste caso aparece
um efeito substitutivo da rao concentrada pelo pasto, como
ocorre nos semi
confinamentos onde os animais recebem em mdia at 1% de seu peso
vivo, na forma
desta rao. Neste caso os ganhos variam em mdia de 800 a 1000 g
de peso vivo por
animal ao dia, sendo que estes valores podem variar de acordo
com as condies do
pasto, ou seja quanto maior a disponibilidade de folhas verdes,
melhor sero os
-
ganhos. O semi confinamento indicado apenas para a terminao dos
animais e
torna-se vivel principalmente em regies onde o pasto manten-se
verde durante o
perodo seco, portanto no vivel obtermos ganhos de pesos elevados
no perodo
seco e depois voltar os animais ao regime de pasto, o que ir
implicar em uma reduo
do rtimo de ganho na poca das guas.
Para suplementamos animais com exigncias moderadas como so os
bezerros,
novilhas e vacas em final de gestao, podemos utilizar misturas
de menor consumo
(50 a 75g / 100 Kg de peso vivo ao dia) ou seja, aproximadamente
300 g por animal
adulto, que so conhecidas comumente no mercado como Sal
Proteinado ou Sal
Energtico. Neste caso, o objetivo obter pequenos ganhos de peso
no perodo seco
(Sal Proteinado) e intensificar o ganho no perodo de chuvas (
Sal energtico),
antecipando desta forma o abate dos animais, conforme mostra o
experimento
realizado na Embrapa de Campo Grande (CNPGC).
Vale lembrar que a suplementao com misturas mltiplas durante o
perodo chuvoso
(Sal energtico) vivel apenas quando temos animais de alta
capacidade gentica
para ganho de peso e a pastagem no suficiente, necessitando de
uma suplementao
principalmente nos nveis de energia e minerais da pastagem.
5.0 Concluso e Recomendaes para Suplementao de Bovinos de corte
em
Pastagens
A produo de bovinos de corte a pasto a forma mais econmica que
o
produtor pode encontrar em seu criatrio, porm o manejo adequado
das
pastagens torna-se de fundamental importncia para obter o mximo
de ganho
por rea, tornando a atividade mais econmica;
-
A diviso das pastagens constitui uma tcnica eficaz de manejo e
permite fazer
com que os animais pastejam em rodzio, aumentando a produo de
massa do
pasto, alm de evitar sua degradao;
A suplementao mineral de bovinos criados a pasto de
fundamental
importncia para garantirmos um bom desempenho produtivo;
O principal sintoma da deficincia est relacionado com a queda da
fertilidade,
o que reduz o nmero de bezerros nascidos na propriedade;
Quanto maior a produo e disponibilidade de massa verde na
pastagem,
maior ser a necessidade de minerais, portanto no perodo de vero
a
suplementao proporciona melhores resultados de produtividade dos
animais;
No perodo seco, se os animais tiver baixa disponibilidade de
massa nas
pastagens, a suplementao poder ser moderada, uma vez que os
altos nveis
de minerais no repercutem em maiores produes;
Carncias acentuadas podem levar ao aparecimento de doenas e at
morte dos
animais;
O mineral mais deficiente em nossas pastagens o Sdio, mas o
Fsforo o
mais limitante uma vez que chega representar 60 a 80 % do custo
em uma
mistura mineral de boa qualidade;
Para aquisio de misturas comerciais, fatores como o nvel de
fsforo,
biodisponibilidade da matria prima utilizada e nveis dos
microminerais
citados, so de grande importncia na escolha;
Em propriedades com gado de cria, onde vacas e bezerros
permanecem juntos
em um mesmo pasto, a construo dos cochos devera permitir um fcil
acesso
-
tambm para os bezerros;
O estudo especfico das condies de cada propriedade, relacionadas
com o
desempenho e aspecto dos animais, composio qumica das
pastagens
(conhecida atravs de anlises em laboratrios) e nveis de
exigncias dos
animais, leva a uma escolha ou formulao de misturas mais
econmicas e
com melhores resultados produtivos do plantel;
A suplementao com misturas mltiplas, principalmente no perodo
seco, tem
apresentado bons resultados econmico, pelo fato de reduzir a
idade ao abate
dos animais;
Em caso de dvida, nunca tome decises precipitadas na escolha
ou
formulao das misturas, procure um profissional de sua
confiana