Ano 1 • Número 7 • 2013 Superprofissionais, produtores executivos buscam valorização no mercado By High Up Marcas buscam agências comprometidas com resultados Comitês permanentes da Ampro discutem o futuro do mercado Ativação da High Up mostra o Outubro Rosa sob outra perspectiva
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porque existe uma tendência a se desvalorizar esse profissional tão
importante dentro do contexto.
Não é possível imaginar o Live Marketing sem a figura do produtor
executivo, que, no dia a dia, se envolve no todo. Ele deve estar presente
na definição do briefing e na execução do projeto. É o produtor quem
dá vida às ideias desenvolvidas na criação ou pela demanda vinda do
cliente. O produtor está sempre atento, envolvido, pronto para trabalhar
24 horas por dia, se preciso for. Tudo com um só objetivo: garantir a
entrega do que foi contratado.
Só que, infelizmente, essa atividade vive um grande dilema: o do reco-
nhecimento. As agências reconhecem e defendem seus produtores. Do
ponto de vista do cliente, nem sempre essa realidade se configura. Há
casos em que o anunciante pede até para tirar o produtor da planilha
de custo. A pergunta é: como assim?
Ao ler a nossa matéria, vocês verão que a produção executiva é,
inúmeras vezes, confundida com montagem operacional do evento
e tratada por muitos de maneira desvinculada de sua concepção
global. É possível constatar que o tema é subestimado, às vezes tão
mal planejado, que a execução fica comprometida pelo desqualificado
e reduzido contingente de recursos humanos recrutados, ou mesmo
pelo escasso investimento comparado com as demais áreas de um
projeto de eventos.
Os especialistas garantem até, que a produção executiva deve ser
encarada como uma atividade complexa, multidisciplinar e mutante
que exige do profissional talento, equilíbrio, criatividade e inovação.
Pode parecer muito, mas é o que acontece no dia a dia das agências.
Elas estão mais do que acostumadas a encarar seus profissionais
dessa forma. O que elas precisam é fazer com que os clientes também
vejam esse profissional dessa maneira. Assim, podemos dizer que é
hora de fazer a lição de casa.
Boa leitura!
Sergio Sanches
Editor
A Revista Live Marketing é um veículo de comunição de propriedade da Growth Comunicações e desenvolvida em parceria com a Associação de Marketing Promocional – AMPRO.
EXPEDIENTE
Conselho Editorial: Camila Barini, Débora Martinez, Kito Mansano, Mônica Schiaschio e Sergio Sanches
Editor Executivo: Sergio Sanches (MTB 16.338)
Redação: Ana Maria Santos, Eduardo Rodrigues, Nathália da Silva e Robson de Castro
Revisão: Palavra Bem Escrita
Projeto gráfico e diagramação: Fmais Comunicação e Marketing
As matérias e artigos assinados não representam necessariamente a opinião da Revista e da AMPRO.
Fica proibida a reprodução das matérias sem a expressa autorização dos editores e sem a citação da fonte.
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Com o avanço da tecnologia nos últimos anos e a conse-
quente melhora do nível dos equipamentos disponíveis
é possível garantir que um áudio com intangibilidade
e cobertura adequada, uma luz bem desenhada e uma
imagem perfeita sejam capazes não apenas de fazer diferença,
mas transformar eventos. Sejam eles corporativos, esportivos
ou artísticos, tais como os shows. Isso acontece porque esses
elementos se integram com o todo, que inclui o trabalho criativo
da agência e até mesmo o grau de conhecimento do cliente, que
hoje em dia sabe mais o que quer do que no passado, fazendo
com que a qualidade dos eventos e seus elementos se elevem
cada vez mais.
O mercado está em busca de soluções, implementadas através de
tecnologias e tendências que superem expectativas e proporcionem
experiências ao público. Os clientes querem que seu evento seja
comentado, claro que de maneira positiva, e mais, que fique nas
pessoas a lembrança do evento de forma sensorial. E são essas
soluções que transformam eventos gerando sensações.
Para que os eventos se transformem em experiências únicas
os projetos devem ser analisados nos mais rigorosos detalhes.
Lançar mão dos equipamentos mais adequados para cada tipo
de evento, ter uma equipe técnica preparada e atender os de-
safios utilizando as melhores soluções disponíveis no mercado
é fundamental na busca dos melhores resultados.
A qualidade e sucesso dessas soluções também estão in-
teiramente ligados à sinergia entre as operações, por isso a
importância que esses serviços sejam centralizados em um
único fornecedor, não apenas para que ocorra uma econo-
mia no orçamento final, mas principalmente para que haja
concentração das responsabilidades e uma integração entre
os sistemas de áudio, luz e imagem. Isso proporcionará um
resultado muito mais eficaz.
Destaca-se também o cuidado que as empresas e agências devem
ter sobre a importância da comunicação entre as partes, cliente
final, agência e equipe técnica, que deve acontecer desde o pedido
de orçamento até o dia do evento, passando pelo briefing, visita
técnica, e instrução detalhada para equipe garantindo assim o
bom andamento do evento.
É possível afirmar que hoje os anunciantes começam a entender
a importância desse tripé, já que a profissionalização e a sofis-
ticação são totais. Os clientes sabem o que querem e o briefing
está mais eficiente. No entanto, temos um trabalho constante de
mostrar todo o investimento que é feito em termos de tecnologia,
que seja capaz de colocar o público em um ambiente envolven-
te e que nos permita entregar um produto diferente. Por isso,
está cada vez mais comum a presença de um diretor técnico
de evento para fazer o link entre o fornecedor de tecnologia e
o cliente final, porque percebemos que os padrões estão cada
vez mais elevados.
Temos hoje um ambiente altamente competitivo. O grande dife-
rencial das empresas está na capacidade de agregar tecnologia
de ponta a um preço justo, de forma que não inviabilize os pro-
jetos. Temos que estar sempre atentos a essa questão do custo
x benefício, porque nunca é demais lembrar que nem sempre o
mais barato é o melhor. O grande gargalo que temos no nosso
mercado é a entrega. É comum nos depararmos com situações
onde o fornecedor vende uma tecnologia ou equipamento que
não tem condições de entregar.
A certeza do sucesso está nas sensações promovidas. Através
de um projeto bem desenvolvido de áudio, luz e imagem, pode-
mos fazer as pessoas se sentirem totalmente envolvidas com
a ação. Um projeto bem planejado e executado passa emoção,
sentimento e ainda faz com que todos os presentes se sintam
parte integrante da cena, do momento. Tudo isso de maneira
absolutamente subjetiva, sem que se perceba. n
José Augusto Martins – Diretor da MAXI Áudio, Luz e Imagem
DIVU
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ÃO
Áudio, luz e imagem. A tecnologia que faz a diferença
Lançar mão dos equipamentos mais adequados para cada tipo de evento, ter uma equipe técnica preparada e atender os desafios utilizando as melhores soluções disponíveis no mercado é fundamental na busca dos melhores resultados.
[ ]ArtiGo
www.truckvan.com.br
11 2635-1133
11 2086-5555
O depto de produção e soluções sobre rodas,
inaugurado em 2013 na Truckvan,
tem como essência agregar serviços na operação
das unidades móveis e buscar soluções para
viabilizar idéias e projetos móveis e/ou
itinerantes através de um estudo de
propostas inovadoras que vão além de carretas,
que são nosso produto principal.
Dentro desse universo planejamos e executamos
projetos especiais, montamos e operamos
backstage de grandes shows e eventos,
liberamos locações para instalação das
unidades móveis, contratamos e administramos
terceiros, produzimos materiais e etc.
Enfim o que nos move são os desafios, pois para
nós, missão dada, é missão cumprida!
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11 2635-1133
11 2086-5555
O depto de produção e soluções sobre rodas,
inaugurado em 2013 na Truckvan,
tem como essência agregar serviços na operação
das unidades móveis e buscar soluções para
viabilizar idéias e projetos móveis e/ou
itinerantes através de um estudo de
propostas inovadoras que vão além de carretas,
que são nosso produto principal.
Dentro desse universo planejamos e executamos
projetos especiais, montamos e operamos
backstage de grandes shows e eventos,
liberamos locações para instalação das
unidades móveis, contratamos e administramos
terceiros, produzimos materiais e etc.
Enfim o que nos move são os desafios, pois para
nós, missão dada, é missão cumprida!
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O estacionamento do Shopping Eldorado recebeu durante
o mês de outubro uma mobilização capaz de despertar
a consciência dos cidadãos paulistanos. Para entender
melhor a respeito do câncer de mama, prevenção,
estágios da doença e ainda sobre o trabalho do Instituto Avon, a
agência High Up projetou uma área de entretenimento e informação,
com direito a roda gigante de 20 metros cor-de-rosa para marcar
o mês de prevenção da doença, conhecido como “Outubro Rosa”.
O diretor executivo do Instituto Avon, Lírio Cipriani, assegura que
o Instituto teve como objetivo promover em São Paulo a maior
mobilização em combate ao câncer de mama neste ano. “Foi
uma iniciativa de destaque e diferenciada. Queríamos um projeto
que engajasse o público e sensibilizasse as pessoas quanto à
importância do diagnóstico precoce. Foi daí que surgiu a ideia da
roda gigante. O equipamento representa os desafios enfrentados
por quem vive a doença: um percurso de altos e baixos, no qual
sentir-se acompanhada é fundamental”, avalia Cipriani.
Durante o período de execução do projeto, mais de 20 mil pessoas
passaram pela roda gigante. Para ter acesso ao equipamento,
os visitantes precisavam passar por uma tenda onde foram ofe-
recidas informações sobre exames preventivos e a importância
do diagnóstico precoce da doença.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 52 mil
mulheres receberam o diagnóstico do câncer de mama em 2012
em todo o Brasil. Quando diagnosticado no início, o câncer de
mama tem até 90% de chance de cura, por isso as mobilizações
têm um papel importante, que visa a conscientização das mu-
lheres sobre o cuidado com a saúde das mamas.
O projeto denominado “Giro Pela Vida”, instalado numa área de mil
metros quadrados, foi resultado de um intenso trabalho racional
promovido pela agência High Up. A roda gigante, por exemplo,
contava com uma iluminação de Led cor-de-rosa, que refletia na
parede de vidro do shopping dando a impressão de duplicação.
Esse projeto, que pode ser considerado provocativo, teve a
direção geral de Paulo Farnese, CCO da agência.
Inclusão
A área de brand experience instalada no estacionamento do
Shopping Eldorado, teve entrada gratuita. A roda gigante tinha
capacidade para 3 mil pessoas por dia. Foi realizada ainda,
uma noite especial para formadores de opinião e imprensa que
reforçaram seu apoio à causa.
A campanha Avon contra o câncer de mama, que completa 20
anos, é uma iniciativa global da empresa, que já direcionou mais
de US$ 780 milhões para projetos que apoiam a causa em mais
de 50 países.
No Brasil, a campanha é coordenada pelo Instituto Avon, orga-
nização não governamental que completa 10 anos em 2013, e
trabalha em duas causas em prol da mulher, abraçadas pela
Avon mundialmente: o combate ao câncer de mama e à vio-
lência doméstica. Nestes 10 anos de atuação, a organização já
direcionou mais de R$ 38,5 milhões para projetos que apoiam
o combate ao câncer de mama no Brasil, impactando mais de
2 milhões de mulheres.
Entre os projetos estão seis centros de detecção precoce em
diversas regiões do país, que oferecem todos os exames e
consultas necessárias para que a mulher acompanhe a saúde
de suas mamas. Estes centros atendem pelo SUS e, juntos, já
realizaram mais de 1,4 milhão de mamografias. n
DIVU
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INTERVENÇÃO URBANA PROMOVIDA PELO INSTITUTO AVON GERA MOBILIZAÇÃO CONTRA O CÂNCER DE MAMA
O projeto denominado “Giro Pela Vida”, foi resultado de um intenso trabalho racional promovido pela agência High Up.
sionais, e em sentido mais amplo deseja expor marcas, propor-
cionar experiências reais, viabilizar empreendimentos e sonhos.
Conceito eminente
Eventos traduzem a manifestação mais expressiva do conceito
denominado Live Marketing, ou seja, trata-se do “marketing ao
vivo” que exige habilidade e competência específica e estratégica.
É preciso interagir mais, para acompanhar as novas tendências de
relacionamento com o público alvo e obter melhores resultados.
A partir disso, é possível confirmar a abrangência inerente da
produção executiva de um evento e o papel do profissional que
deve seguir os ditames do próprio marketing, em que todos os
departamentos se integram para que a promoção do produto
nas empresas, e consequente consolidação da marca, seja um
processo fluído percebido pelo cliente, e a “venda” seja uma
consequência do processo.
É imprescindível entender que um evento de sucesso, quer seja de
público, bilheteria, promoção/lançamento de produtos ou institucio-
nal depende de uma intersecção entre todas as fases e núcleos da
organização de tal evento. Isto significa que a produção executiva
não está desvinculada do todo, ou seja, exige pré-produção (pla-
nejamento) e visão estratégica para viabilizar qualquer certame.
A produção executiva exige integração entre as equipes de cria-
ção e planejamento, atendimento ao cliente e o pessoal ligado
ao administrativo financeiro e jurídico.
Consultora e professora de pós-graduação em Eventos na FAAP/
SP e Senac, Teka Santovito ilustra essa intersecção. “Somente a
sólida interface estabelecida entre atendimento e cliente por um
lado, e produtores e fornecedores por outro, é capaz de resultados
mais eficientes como orçamentos viáveis, sistemas de segurança
ajustados, e programações e dinâmicas assertivas e inovadoras”.
Ela ressalta a importância da área de produção executiva e a rotula
como complexa, multidisciplinar e mutante: “dela sempre se espera
informação up to date, talento, equilíbrio, criatividade e inovação”.
Quando a questão são os problemas encarados pelos produtores
executivos, Teka pontua que “o maior desafio é executar com
qualidade as atividades próprias de uma produção executiva, por
vezes complexa, e em tempo recorde. O prazo é para ontem!.
E isso não é saudável, diria mesmo pouco inteligente. Nunca
temos tempo de executar com esmero e atenção devida, mas
sempre arranjaremos tempo para corrigir”.
Se tempo é dinheiro, principalmente em tempos acelerados pela
Internet, esse é um fato que está diretamente ligado ao trabalho.
Teka alerta para um detalhe que afeta diretamente a função – a
depreciação. “Talvez no cenário atual de competição acirrada
e constante pressão para sermos mais ágeis a desvalorização
seja mais evidente. Prova está na baixa remuneração. Porém,
desde sempre houve no mercado uma tendência a acreditar que
aqueles que executam são menos importantes que aqueles que
participam do processo de criação e planejamento. Não deveria
ser assim, todos têm o seu valor e os resultados dependem do
trabalho de uma equipe integrada”, cita a consultora.
Então, como se manter vivo nesse segmento? Teka Santovito aponta
os elementos para o sucesso. “Qualquer detalhe pode colocar em
risco uma operação. Porém, eu destacaria o talento, o conhecimento
oriundo de pesquisas, a dedicação e o bom senso para tomada de
decisões como fatores imprescindíveis para a excelência de um
produtor executivo”, conclui. Planejar e estar “antenado” com o
que o mercado exige de um profissional é primordial.
Nessa linha, também concorda a publicitária pela Metodista e
especialista em eventos na San Diego State University, Fabiana
Meller, que acumula experiência em agências de Live Marketing
“O produtor precisa ser inquieto, ousado, precisa buscar soluções viáveis tanto técnica quanto financeiramente e muitas vezes, soluções até criativas para os desafios que encontra.” (Cláudia Nogueira)
Especialista em eventos, Fabiana Meller
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e empresas como Unibanco, Terra e Redecard. “O planejamento
é fundamental para detalhar o passa a passo, programar for-
necedores e informar todos os envolvidos como e quando tudo
deve acontecer”.
Alguns fatores merecem atenção nesse universo da gestão dos
eventos como competências e habilidades profissionais, uso de
tecnologia e administração de riscos.
O perfil profissional do produtor executivo é pautado em inúme-
ros aspectos, como organização, calma, agilidade, comprome-
timento e paixão. A diretora da Clonog Comunicação, Claudia
Nogueira assegura que excelência requer ‘treino’, persistência e
atenção aos detalhes. “O produtor precisa ser inquieto, ousado,
precisa buscar soluções viáveis tanto técnica quanto financeira-
mente, e muitas vezes, soluções até criativas para os desafios
que encontra.”
Outro profissional, André Fetchir, atuante em grandes agências
na última década e hoje orquestrando a diretoria de produção
da Rock Comunicação, menciona como imprescindíveis “o
comprometimento, liderança, flexibilidade, criatividade, além
de inteligência emocional para administrar riscos e conflitos”.
No processo de produção executiva de um evento, muitos de-
talhes estão em jogo e diversos pontos são nevrálgicos e que
poderiam comprometer o sucesso do evento. Cláudia aponta,
no planejamento operacional do evento, diversos itens, como
cerimonial, logística de convidados, palestrantes, divulgação,
equipamentos multimídias etc. dependendo de que evento se
trata. E, além disso, “um time de profissionais capaz de atender a
todas as necessidades e demandas com eficiência e excelência”.
Formação profissional
Em termos de formação profissional, a área de eventos tem evolu-
ído e, de fato, registra-se a existência no país de cursos, tanto de
graduação como de pós-graduação, mas a sua compatibilidade e
excelência com o mercado de trabalho é algo ainda questionável.
Publicitária de formação e professora doutora em Artes pela Unicamp,
Isaira Oliveira é uma pesquisadora nata e tem publicado vários artigos
e livro nas áreas de eventos, produção artística e Marketing. A do-
cente afirma que há todo tipo de produtor no mercado, desde aquele
que está bem preparado como aquele que apesar de desconhecer
a dinâmica do trabalho tem vontade de aprender. “A dinâmica do
mercado é diferente da área acadêmica. Geralmente a formação
acadêmica não acompanha o mercado. O mercado é dinâmico e a
academia não consegue muitas vezes acompanhá-lo”.
Fetchir ressalta uma evolução no perfil profissional daqueles
que ingressam atualmente no mercado. “Profissionais de outras
áreas, como Engenharia, Arquitetura, Economia e Administração
passaram a se interessar pelo trabalho na produção, trazendo
profissionais mais qualificados tecnicamente. Estamos em
transição, mas com a experiência este novo profissional estará
muito bem preparado.”
Ao considerar as novas tecnologias, os especialistas entrevis-
tados são unânimes em dizer que o processo de organização
de eventos foi beneficiado, ganhando agilidade e eficiência.
Em contrapartida, no mesmo ritmo veio a redução de prazos
de planejamento e produção, o que aumenta muito os riscos
de êxito de qualquer evento. Tem-se muito menos tempo para
produzir do que os profissionais gostariam. Fabiana Meller diz
que “hoje é tudo muito mais rápido e a Internet facilitou e agilizou
a vida do produtor”. Além das outras formas de comunicação
que aproximam as pontas como rádio, sms, whats up e afins.
Jô Pereira, gerente de Produção da agência Tudo, afirma que
o mercado de produção exige cada vez mais de um produtor
executivo. “O profissional precisa ter conhecimento profundo
de todas as ferramentas para execução e entrega, habilidades
como alta capacidade de gerenciamento, agilidade, criatividade,
organização e também alguns traços de personalidades são
fundamentais, não só para atingir os resultados esperados pelo
cliente, mas principalmente superá-los”.
Ela pontua outras situações do cotidiano. “É preciso ter jogo de
cintura e ser um pouco psicólogo para lidar com clientes que têm
diferentes demandas e expectativas, ser bom de estratégia para
saber decodificar a necessidade do cliente, ter conhecimento
financeiro e ainda ser muito bom em administração de tempo.”
Jô alerta ainda para o fato de que um dos maiores desafios de
um produtor hoje é manter-se vivo num mercado em que qual-
quer pessoa que faz um evento, ou uma festa, se autointitula um
produtor executivo. “São piratas do mercado, que até conseguem
entrar no mercado e realizar alguns projetos, porém, muitos deles
não conseguem ter uma atuação de destaque. Além disso, hoje
nos deparamos com um mercado no qual somos demandados
por clientes com pouca experiência, e que na maioria das vezes
não sabem o que precisam, o valor, e como fazê-lo. Fica nas
mãos da agências e seus talentos a solução para tudo isso. Essa
inexperiência talvez seja a nossa maior dificuldade e o nosso
workshop e suporte ao desenvolvimento de inovação.
INOVA
ÇÃOPESQUISA
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“O produtor aprende na prática, mas precisa ter a aptidão, estar ligado no mundo de novidades tecnológicas, da música, da arte, da arquitetura, da política, da economia.” (Vanessa Sá)
workshop e suporte ao desenvolvimento de inovação.
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Quebra-cabeça
Em síntese, a produção de eventos exige reflexão ao mesmo tem-po em que as decisões precisam ser rápidas. Funciona mesmo como um quebra-cabeça, em que a montagem e a aproximação de cada peça somente serão possíveis se houver a visão do todo, objetivos comuns, evidência e validação das partes, setores, azeitando os núcleos de uma engrenagem singular.
O time que tem como premissa tal sinergia faz da operação algo muito melhor, mais elegante, agradável, satisfatório e, algumas vezes, até mais econômico atingindo os níveis de eficácia deseja-dos por todos os agentes envolvidos: cliente, agência, profissional e público participante. Isto tudo devido à forma como o evento foi concebido, planejado e visualizado por todos os núcleos.
A gerente de produção do Banco de Eventos, Vanessa Sá, diz que o produtor executivo é o gestor operacional do projeto. “Ele é responsável por coordenar a equipe de produção, contratação dos fornecedores e divisão de tarefas da equipe envolvida.”
Vanessa aponta outros detalhes que fazem a diferença na profissão. “O produtor aprende na prática, mas precisa ter a aptidão, estar ligado no mundo de novidades tecnológicas, da música, da arte, da arquitetura, da política, da economia. É essencial ter conhecimento em todas as áreas de um evento, como montagem, comunicação visual, financeiro, contratação de fornecedores, entre outros.”
E quais as barreiras encaradas? Vanessa Sá aponta algumas situações. “Em um evento sempre existem mudanças, solicita-
ções de última hora e imprevistos. Mas o planejamento prévio, o controle e as ações conseguem minimizar os imprevistos e gerar um clima de tranquilidade na produção. O produtor executivo, juntamente com a equipe de produção, tem a função de buscar as melhores soluções para esses desafios.”
Vanessa conclui apresentando o ambiente de um produtor executivo de sucesso. “O tempo de experiência e a entrega de eventos com qualidade técnica, organizacional e, princi-palmente, atendendo à expectativa do cliente e o ponto de equilíbrio para a equipe, fazem com que o produtor executivo seja reconhecido, não só na agência em que trabalha, como
em todo o mercado de eventos.” n
“Do produtor executivo sempre se espera informação up to date, talento, equilíbrio, criatividade e inovação.” (Teka Santovito)
Consultora e professora Teka Santovito
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Cada vez mais os clientes buscam ferra-
mentas que tornem seus lançamentos de
produtos inesquecíveis. É nesse momento
que entram em campo as empresas de
cenografia que, a cada dia, estão mais profissionais
e dispostas a colaborar com agências e clientes, para
que esse sonho se torne realidade.
Uma dessas empresas é a Fresh Design, que tem sua
sede na Vila Madalena em São Paulo. Sua diretora,
Patrícia Stefani, assegura que “o design é uma das
ferramentas fundamentais para reforçar a imagem de modernidade e inovação e
gerar encantamento nos eventos.”
Com apenas 3 anos de existência, a Fresh tem criado e construído projetos para
clientes como Volkswagen, Natura, SPFW, Bienal de Arte, Citroen, Man, Gillete, Brook-
field, Honda, Ambev, Fiat, Nestlé e Coca Cola entre outros.
Na opinião do também diretor da Fresh, Cid Cruz, cada vez mais os clientes querem projetos de cenografia integrados a tecnologia. “Um exemplo foi um stand da
Natura, no qual sugerimos que as convidadas assistissem a um vídeo gravado no rio Amazonas em canoas que flutuavam dentro da água.”
A Fresh está reforçando sua equipe com a chegada de Bernardo Kvapil (Ex- Abel Gomes e B.Ferraz ) que é o novo diretor de produção que vai trabalhar em con-
junto com ao Direção de Projetos da empresa que conta com Leo Pereira, Cris Cortilio, Marilia Montel e Marco Sarsano. n
[
[
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dEsign
PuBli
Design cenográfico como estratégia de encantamento
A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da
vida civil.Por outro lado, são incapazes relativamente
a certos atos, ou à maneira de exercê-los, os maiores de 16 e
os menores de 18 anos, que necessitam de assistência para
a prática de atos na vida civil. Já os menores de 16 anos são
absolutamente incapazes, como reza o Código Civil de 2002.
Dessa forma, a capacidade civil plena só é atingida a partir
dos 18 anos. O indivíduo passa a exercer livremente por
todos os atos da vida civil. Em eventos, os maiores de 16 e
menores de 18 anos somente podem ingressar e permanecer
desacompanhados dos pais ou responsáveis, se por eles
autorizados expressamente. Exceções são tratadas como
tais pelas Varas da Infância e Juventude, segundo específicas
circunstâncias.
Já o artigo 142 do Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA – a maioridade somente é alcançada aos 21 anos, porque
o Estatuto é de 1990 e acompanha o Código Civil de 1916,
que assim dispunha.
O Juizado da Infância e da Juventude visa o bem estar do
menor e do adolescente, permitindo-os participar da vida
civil, com ressalvas. Ainda que a censura seja livre. Para
o exercício da vida civil, permanecem as regras do Código
Civil de 2002. Assim, o responsável pela venda de ingressos
deve ter consciência de que o menor relativamente capaz
precisará de autorização de seus pais ou responsável legal
se quiser adentrar e permanecer em eventos.
Aconselha-se que os ingressos sejam vendidos informando
ao público a faixa etária e as condições para a entrada e
permanência de menores relativamente capazes, mesmo
com censura livre. Este é o ponto fulcral da questão porque
demanda a responsabilidade de quem anuncia e vende,
sob o ângulo do Código de Defesa do Consumidor também.
Assim, cabe observar os dois Códigos quanto à venda de
ingressos e seus anúncios, importando, para tanto, que o
Alvará seja providenciado antes de sua emissão e venda,
evitando dissabores. n
Censura livre e a capacidade civil
Eneida Schiavon Lourenço é sócia do escritório Schiavon Advogados Associados, é Bacharel em Administração de Empresas e pós-graduada em Processo Civil pela FMU.
20 #07 w 2013
Com a crescente expectativa de negócios que envolvem
o mercado consumidor brasileiro, sinalizado pelo
aumento de 19% nos investimentos em publicidade
registrados no primeiro semestre deste ano que
segundo dados do Ibope, atingiu R$ 52,03 bilhões, é possível
analisar qual é o panorama atual da relação marcas e agências.
Vale também se aprofundar em abordagens sobre o que pode
ser feito para que esses números continuem a subir.
Se por um lado, a economia brasileira não apresenta todo o fôlego
necessário para um crescimento robusto (em 2012 a evolução
do Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 0,9%, segundo o Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)), o consumo das
famílias brasileiras se manteve em alta. O povo tem aproveitado
oportunidades de compra para manter em evidência marcas já
conhecidas. Nesse mercado consumidor aquecido e em evolução
com a entrada, nos lares brasileiros, de novidades, que vão desde
serviços de informação até saúde e educação. Em parte, isso
se dá pelo acesso de mais pessoas às atividades econômicas e
expansão das classes C, D e E.
Através da percepção dessas tendências e a partir da ideia base
de que marcas/clientes buscam uma maior participação de
agências de publicidade para tornar viva e duradoura a relação
de seus produtos e serviços com o público consumidor, o foco
é não perder espaço nesse acirrado combate cotidiano pelos
gostos e mentes das pessoas.
Nesse sentido, o Live Marketing se faz presente como a natural
evolução do mercado, no qual consumidores ganham novas
atribuições – o de se tornarem referencial perante outros (o que
é chamado de shoppers) com alto grau de influência na socie-
dade de consumo que diariamente adquire e usa inimagináveis
quantidades de produtos e serviços. Há diversas maneiras que
os shoppers influenciam os consumidores, inclusive com o uso
da tecnologia disponível na Internet.
Há também um conceito pertinente: as marcas devem atrair seus
clientes com a humanização e as ações “ao vivo”. Para tanto, é
primordial a participação e colaboração das agências para que
o processo se torne o mais impactante possível. Se por um lado
tem essa pressão do mercado consumidor, há também a mesma
força vinda das marcas, que buscam agências que, literalmente,
entrem no negócio e praticamente se tornem “parte da família”.
Efeito iguana
A especialista Graziela Di Giorgi, diretora no Brasil do Grupo
Consultores – empresa ligada a pesquisas envolvendo o universo
da comunicação com escritórios em dez países, aborda deta-
lhes dessas tendências – nas quais esse “ambiente de relação
duradoura”, entre marcas/clientes e agências, tem se tornado
extremamente fundamental no mercado nacional.
Ela explica detalhes de um levantamento realizado com cerca
de 300 marcas e comenta que neste estudo foi analisada a per-
cepção dos clientes em relação ao mercado de Live Marketing,
o que desejam de uma agência, quais características priorizam,
que serviços consideram mais importantes no dia a dia de re-
lação com sua agência, como selecionam uma agência e o que
consideram nesse processo. “Além de outras perguntas gerais,
ainda fazemos uma avaliação detalhada dos serviços prestados
pela agência a seus clientes.”
O estudo aponta que as exigências das marcas/clientes perante
as agências tende a aumentar significativamente. Graziela cita
que a capacidade criativa e o pensamento estratégico das agên-
cias são os elementos que os clientes buscam para consolidar
ações de Live Marketing em busca dos consumidores.
Outro detalhe abordado pela diretora do Grupo Consultores no
Brasil é o que ela denomina “efeito iguana”. As iguanas (répteis
que têm prioritariamente comportamento baseado no medo e
na sobrevivência) ilustram o conceito que pode ser aplicado em
vários setores da sociedade, inclusive na comunicação. Graziela
Di Giorgi pontua que esse fenômeno ocorre no Brasil e em outras
partes do mundo. Quando questionada se esse é um entrave no
país, Graziela cita: “Não só no Brasil, claro. É um problema que
identifiquei durante as entrevistas que fiz no Brasil, sendo um
reflexo da cultura corporativa, mas que tem origem na cultura
do país. Por exemplo, a aversão à incerteza gera uma cultura
que oprime o erro ao invés de estimular a tentativa (que pode
dar errado, é claro, mas também pode dar certo)”.
Se há medo de ousar (que pode ser positivo ou negativo), sur-
ge então um enorme bloqueio nas relações de marca/clientes
e agências. Já que é natural que ambas busquem manter a
relação comercial, destaca-se o desejo das marcas para que
as agências entrem de corpo e alma no negócio, participando
ativamente dos processos, humanizando de forma satisfatória
a ação de comunicação.
Dentro da ideologia do “efeito iguana”, as empresas podem
ser classificadas como “iguanas” (que temem o erro) ou “hu-
manas” (onde o erro faz parte do processo). Seguindo por essa
observação, há ainda muitas “iguanas empresariais” no Brasil, e
Graziela ressalta que tal conduta é uma questão majoritariamente
cultural. “A começar pelo nosso sistema educacional, que não
nos estimula a errar, ao contrário, nos incentiva a achar sempre
a resposta certa. É possível pensar que isso ocorra em outros
países também, mas pelo menos em culturas mais maduras há
uma preocupação em ensinar suas crianças a serem cidadãos
independentes e mais bem preparados para a vida real. O ‘DIY
[ ]EsTratégia
Marcas querem agências que entrem de corpo e alma no negócio
Diretora no Brasil do Grupo Consultores, Graziela Di Giorgi
Capacidade criativa e o pensamento estratégico das agências são os elementos que os clientes buscam para consolidar ações de Live Marketing.
21 #07 w 2013
– faça você mesmo’ está enraizado desde cedo, diferentemente
de países paternalistas, como o Brasil. Com isso, há a criação
de uma cultura empreendedora e, por isso, mais consciente de
que o erro faz parte do processo.”
Números fortes
Os números sobre o consumo dos brasileiros em 2013 são ani-
madores e devem ultrapassar R$ 1,55 trilhão, segundo a Pyxis
Consumo. O número representa cerca de 10,2% a mais que
o registrado em 2012. Esse é um forte argumento para que a
cada momento marcas/clientes e agências unam esforços a fim
de obter um relacionamento que seja o mais positivo possível,
inclusive, com a criação de margem para explorar os riscos
da possibilidade de erro ou acerto através do investimento na
ousadia “humana”.
Se errar torna marcas mais humanas, então esse é um caminho
que pode ser explorado. Ousadia também é um elemento que
marcas/clientes e agências têm a aproveitar, e Graziela apresenta
um exemplo: ”A Coca-Cola aplica o modelo 70%-20%-10%, em
que 10% da verba se destinam a ações mais arriscadas, ousadas.
Com isso, ao mesmo tempo em que se previne o erro, a empresa
se abre à possibilidade do acerto e estimula a tentativa – a partir
da qual se aprende. Já soube de outras empresas que aplicam
esse modelo, como a Diageo do Brasil [empresa produtora de
bebidas alcoólicas premium que inclui marcas como Smirnoff,
Johnnie Walker, Ypióca, Baileys e Guinness], por exemplo”.
Graziela Di Giorgi também comenta um fato apurado que é de
suma importância em um mundo cada vez mais ligado à Internet.
Ela deixa um alerta para que as empresas de comunicação invis-
tam nas áreas digitais. “Em relação às agências de Live Marketing,
os clientes não percebem o expertise digital dessas agências.”
Fazer a diferença é o que esperam os clientes com relação às suas
agências. Graziela cita que esse é o fato mais marcante neste
momento e que deve ser ampliado para os próximos anos. “Os
clientes querem cada vez mais agências preparadas para pensar
estrategicamente, indo além da comunicação. Ir além da comu-
nicação tem diferentes leituras. Pode ser provocar experiências
com a marca (como a Nike fez com o Nike+ e Nike Fuelband), ou
pode ser oferecer serviços, indo além de produtos (como o Quicar
da VW na Europa). Podem ser infinitas as possibilidades desde
que as agências coloquem a ‘barriga no balcão’, e entendam as
necessidades do seu cliente (marca) e sintam o que o cliente do
cliente deseja, precisa, reclama, enfim, se colocar no lugar dele
para não só atendê-lo, mas surpreendê-lo.” n
As marcas devem atrair seus clientes com a humanização e as ações “ao vivo”.
22 #07 w 2013
As agências de Live Marketing convivem com o dilema
do direito autoral. Um dos incômodos que elas pos-
suem é participar de concorrências em quantidade e,
por vezes, ver sua criação sendo utilizada por outras
agências, ou mesmo pelo cliente final, sem nenhuma cerimônia.
Isso acontece porque alguns anunciantes as convocam para
apresentarem os projetos nas concorrências sem qualquer
garantia de vitória. Esses projetos acabam sendo o produto
final de criação, dado o grau de complexidade e necessidade
de destaque. O cliente, por sua vez, recebe o material, avalia e
passa a ter acesso à criação para determinados produtos, fruto
da apresentação das agências.
O cenário ideal é fazer surgir no mercado as concorrências
remuneradas, onde o cliente paga para a agência participar da
concorrência e, como consequência, se torna titular das criações
apresentadas (o trabalho por encomenda). Esse seria o melhor
dos mundos, mas enquanto isso não acontece, o advogado Paulo
M. Focaccia, do escritório Focaccia, Amaral e Salvia Advogados,
ressalta o grande problema que essa questão representa no cená-
rio do Live Marketing. “Algumas empresas por desconhecimento,
outras poucas por má fé, se utilizam dessas criações e colocam
uma campanha no ar, totalmente igual ou bem parecida (o que
nos termos da lei configura plágio). A agência que teve custo,
[ ]DireitoAutoral
Direitos autorais das agências em concorrências devem ser preservados
que gastou horas preparando a apresentação, que envolveu
um batalhão de profissionais, não leva o projeto e tem, muitas
vezes, seu conceito criativo utilizado sem nenhum pagamento.”
Para o especialista, esse é um problema sério porque as agências
ficam a mercê da boa fé dos clientes. Considerando que a criação
intelectual não depende de registro, o grau de insegurança das
agências é enorme. “Um caminho muitas vezes utilizado, mas
extremamente discutível, que pode ser adotado pelas agências,
é registrar a criação na Biblioteca Nacional, no cadastro de ideias
da Associação de Marketing Promocional (Ampro), ou em empre-
sas especializadas nesse segmento. “Assim, diante de qualquer
problema, a agência tem elementos para tentar de forma mais
robusta provar a anterioridade da criação e consequentemente
a propriedade intelectual”, assegura Focaccia, que ressalta para
o fato de que a inclusão de textos indicativos dessa propriedade,
apesar de não ser uma exigência da norma, devem ser inseridos
nos materiais que serão apresentados nas concorrências.
O advogado lembra que o seu escritório sempre faz esse tipo de
recomendação para seus clientes, já que ao desenvolver uma
campanha para concorrência, a agência executa uma criação de
espírito protegida pela Lei de Direitos Autorais nº 9.610/1998.
Assim, fica evidente a necessidade de deixar claro em uma
concorrência, que o produto final inserido em suporte físico (a
produção intelectual) pertence à agência e que sua reprodução
não é permitida sem autorização e remuneração.”
Essas questões precisam ser exaustivamente discutidas porque
as agências de Live Marketing são, por natureza, companhias
aglutinadoras de ativos intangíveis próprios e de terceiros. Esse
processo de aglutinação deve-se ao fato de que as agências
são as titulares dos direitos autorais de todas as criações que
nascem e que são produzidas por seus profissionais efetivos
e, ao mesmo tempo, das criações intelectuais de profissionais
freelancers e de outras empresas prestadoras de serviços por
elas contratadas, que se fundem ao compor o produto final, que
são os projetos criados e executados.
Basicamente, as agências são indústrias movidas pelo conheci-
mento. E é justamente no conhecimento que o mercado do Live
Marketing encontra um dos seus bens mais preciosos, um ativo
intangível. Segundo a professora inglesa Annie Brooking, quando
utilizados de forma sinérgica e sincronizada, esses ativos intan-
gíveis formam o Capital Intelectual das empresas. Eles podem
ser classificados como: Ativos Humanos, Ativos de Infraestrutura,
Ativos de Mercado e Ativos de Propriedade Intelectual. Qualquer
semelhança com o dia a dia das agências não pode ser conside-
rada, neste caso, uma mera coincidência. n
Advogado Paulo M. Focaccia, do escritório Focaccia, Amaral e Salvia Advogados
Essas questões precisam ser exaustivamente discutidas porque as agências de Live Marketing são, por natureza, companhias aglutinadoras de ativos intangíveis próprios e de terceiros.
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24 #07 w 2013
Os exibidores nacionais já estão, há algum tempo, se
movimentando em direção à digitalização inevitável. No
entanto, muito trabalho ainda tem que ser feito. O Brasil
está 70% abaixo da média mundial quando se trata da digitaliza-
ção dos cinemas: a Agência Nacional do Cinema (Ancine) indica
que atualmente apenas 30% das cerca de 2.500 salas brasileiras
estão digitalizadas. Para acelerar este processo, o governo bra-
sileiro definiu o ano de 2014 como meta para que todas as salas
de cinema passem do modo analógico para o digital.
Os principais entraves teoricamente foram quebrados com a
desoneração e o lançamento da nova linha de financiamento do
Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). No entanto, o processo de
aprovação de crédito pode ser um obstáculo para o alcance da
meta, além dos acordos de Virtual Print Fee (VPF), os quais os
exibidores ainda estão avaliando a melhor opção. Comum em
outros países, o VPF consiste no pagamento feito pelo distribuidor
por cada filme beneficiado pelas salas digitais.
Hoje, o principal desafio é a própria migração de cultura dos
cinemas: esses devem passar a utilizar tecnologia em todo seu
processo, desde a programação - que alguns ainda fazem no
papel - até o controle online da bilheteria. Os profissionais de
exibição precisam de uma atualização e os fabricantes estão
cada vez mais investindo em treinamentos no Brasil.
A Cinelive, por exemplo, lançou neste ano a Cineduca, uma ferra-
menta voltada para a capacitação e atualização de profissionais,
na qual a equipe de projeção dos cinemas tem contato com
conteúdos ministrados pelos fabricantes dos projetores digitais
por meio de um site para suporte dos cursos ministrados, ao
vivo, nos cinemas.
Mas é importante ressaltar que o principal beneficiário desta
digitalização, sem dúvida, é o grande público. Os cinemas dei-
xam de ser apenas um lugar para exibição de filmes e passam
a ser um local com uma infinidade de aplicações, apresentando
conteúdos variados em alta definição como: shows, óperas e
jogos esportivos; fortalecendo a implantação de salas especiais
com serviços diferenciados ou formatos especiais como o 4D.
Nos últimos anos, o público pôde conferir desde óperas (trans-
mitidas ao vivo de Nova Iorque, a quarta temporada da MET
Opera), balés (Bolshoi) até peças de teatro (Bibi Ferreira), shows
musicais (Los Hermanos, Jorge & Mateus) e eventos esportivos
(UEFA, Olimpíadas).
Até o setor corporativo tem muito a ganhar com a digitalização
dos cinemas, uma vez que é possível transmitir treinamentos e
palestras simultaneamente para funcionários espalhados pelo
país. A redução de custos e imersão proporcionada pelas salas
de cinema vêm atraindo cada vez mais grandes companhias.
Em 2012, por exemplo, foi viabilizada a produção de um grande
evento do Grupo Petrópolis. Parte do encontro, que teve como
objetivo anunciar a nova parceria com a agência Young & Ru-
bicam e apresentar as novas campanhas das marcas Itaipava
e Crystal, foi exibido para 3.500 colaboradores distribuídos em
20 cinemas de 15 diferentes cidades, em seis redes diferentes.
Deste modo, não é necessário investir na logística de viagens e
hotéis para reunir todos os colaboradores em um único lugar, bem
como são poupados dias de trabalho que seriam impactados com
o deslocamento para um evento em outra cidade. A tela gigante
e o ambiente escuro fazem com que o participante se envolva
e foque no conteúdo transmitido, proporcionando uma imersão
sem igual. E não é apenas o mercado corporativo que ganha
com esse tipo de evento. Os eventos corporativos geralmente
ocorrem pela manhã, horário em que não há exibição de filmes.
Então, a possibilidade de usar o espaço para um seminário ou
treinamento, por exemplo, faz com que as redes de cinemas
aproveitem o tempo ocioso para incrementar suas receitas. n
Laudson Diniz - gerente executivo da Cinelive
Migração de cultura dos exibidores é o novo desafio da digitalização das salas de cinema
Os cinemas deixam de ser apenas um lugar para exibição de filmes e passam a ser um local com uma infinidade de aplicações.
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Laudson Diniz
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26 #06 w 2013
Comitês da AMPRO discutem propostas
A Ampro — Associação de Marketing Promocional
reuniu seus comitês permanentes para discutirem
ações em prol do desenvolvimento de cinco esferas
de mercado que fazem parte do Live Marketing no
Brasil: logística, viagens de incentivo, marketing de
incentivos, trade marketing e academia. Os encontros aconte-
ceram durante o 1º Congresso Brasileiro de Live Marketing, que
congregou agências, fornecedores e clientes no final do mês de
julho, em São Paulo.
Paralelamente às atividades da plenária do evento, os comitês
de Planejamento Logístico, Operadoras de Viagens de Incentivo,
Marketing de Incentivos, Trade Marketing e o Grupo de Estudos
Acadêmicos da Ampro apresentaram propostas e perspectivas
para o segundo semestre de 2013.
Academia e Mercado
A primeira reunião da agenda foi a do Grupo de Estudos Acadêmi-
cos da Ampro (GEA), com a participação de diversos especialistas,
docentes e ex-docentes de cursos de Marketing e Comunicação.
A função do GEA é gerar conhecimentos sobre Live Marketing
para o mercado e o ambiente acadêmico e contribuir para a
formação de profissionais especializados em Live Marketing.
A abertura da reunião foi feita pelo coordenador do GEA, publisher
da revista O ABC da Comunicação e docente da Umesp, Luciano
Bonetti , com uma análise sobre o perfil dos novos profissionais,
Caderno
recém-formados de cursos superiores de Propaganda e Marke-
ting. “Eles chegam ao mercado com quase nenhum conhecimento
sobre as atividades relacionadas ao Live Marketing, por isso a
importância do GEA, queremos mudar esse cenário”, destaca.
Na sequência, o professor Fernando Ferreira de Almeida, da
Umesp, falou sobre as novas diretrizes propostas pelo Ministério
da Educação (MEC) para os cursos de Comunicação e como foi
sua evolução desde 1952, quando surgiram os primeiros cursos
em função das demandas do mercado, até a aprovação de nova
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no início
dos anos 2000. “As novas mudanças preveem ampliação da
carga horária e das exigências quanto à infraestrutura da ins-
tituição e corpo docente e a volta do estágio obrigatório, agora
remunerado”, complementa Almeida.
O grupo discutiu ainda sobre as diferenças entre o Live Marketing
e a Publicidade. Para Adilson Mota, “a maioria dos estudantes e
estagiários não sabe diferenciar Live Marketing de Publicidade
e Propaganda, pois falta informação tanto nas universidades
quanto nos cursos técnicos”.
Mota lembrou que a maior parte dos profissionais de Live
Marketing é, atualmente, formada nos cursos de Publicidade,
mas acredita que ainda faltam informações que poderiam ser
supridas com o curso adequado. “Além do conhecimento teórico
sobre a parte criativa da atividade, é preciso ensinar sobre as
legislações e regulamentos que regem as promoções, marcas
e patentes, entre outros pontos importantes”, complementou o
diretor da Omelete Inteligência, João Riva.
Assim, a reciclagem do conteúdo dos cursos e a discussão da
carga horária das disciplinas foi uma das propostas do GEA na
conclusão do encontro, que prevê também a união do grupo
para definir uma representação da Ampro dentro da Associação
dos Profissionais de Propaganda, para diálogo com o Ministério
da Educação (MEC); a parceria entre os comitês permanentes
da Ampro para levar integrantes às universidades, além de
um estímulo para que agências desenvolvam programas para
receber professores.
Planejamento Logístico
O Comitê de Planejamento Logístico reuniu especialistas em logís-
tica promocional e Live Marketing para apresentar a importância
do planejamento logístico no sucesso das ações de Live Marketing.
“É impossível efetivar o marketing ao vivo se todo o material que
envolve uma ação não estiver disponível em condições adequadas
no local, data e horário definidos para aquela ação”, lembrou o
presidente do Comitê, Carlos Ortiz, do Grupo DGT.
A maior parte dos profissionais de Live Marketing é, atualmente, formada nos cursos de Publicidade, mas ainda faltam informações que poderiam ser supridas com o curso adequado.
Coordenador do Gea, Luciano Bonetti
27 #06 w 2013
De acordo com o especialista, estima-se que existam, no Brasil,
cerca de 100 empresas especializadas em logística promocional.
“Estas empresas podem contribuir com as áreas de criação e
produção das agências, inclusive no planejamento total da ação,
desde a idealização do produto, definição de embalagens alterna-
tivas, manuseio e montagem dos kits, emissão dos documentos
fiscais, definição do modal de transporte mais conveniente e,
ainda, na estratégia de positivação e na pesquisa e na emissão
de relatórios no ponto de venda”, reforça.
Sócia-diretora da Omelete Inteligência, Ana Del Mar trouxe para o
grupo os resultados de uma pesquisa encomendada pelo Comitê
sobre o papel e o custo da logística no mercado promocional.
Participaram do levantamento 104 empresas associadas Ampro,
de todo o país, das quais 67% responderam que contratam ser-
viços de logística, 83,5% realizam pré-planejamento logístico e
71,7% contratam empresas de logística mediante processos de
concorrência. Para a maioria das consultadas o custo logístico
corresponde a algo entre 0% e 10% do valor total do trabalho e
apenas 20% das agências pesquisadas levam em conta o fato
de a empresa de logística ser associada Ampro.
O grupo discutiu ainda sobre a contribuição da logística para a
evolução do Live Marketing, trouxe a necessidade de melhoria
no planejamento logístico relacionado ao transporte de pessoas
nas viagens de incentivo, mediante a integração das agências
especializadas e as empresas de logística, e a importância da
divulgação às agências, de forma detalhada, sobre os aspectos re-
lacionados ao trabalho das operadoras de planejamento logístico.
Com a missão de fortalecer, disciplinar e facilitar as ações de
logística de marketing promocional junto às agências, indústrias,
varejo e operadores logísticos, o Comitê aproveitou a oportunida-
de para divulgar a agenda de ações para o segundo semestre de
2013. Entre elas, o relançamento do Guia de Melhores Práticas
em Planejamento Logístico para Live Marketing, já realizado no
próprio Congresso, a edição do Guia Fiscal e a ampliação dos
estudos sobre o impacto das recentes alterações na documen-
tação fiscal no dia a dia das ações promocionais.
Além de Carlos Ortiz, Ana Del Mar e João Riva, participaram
das discussões Marcio Esher da Banco de Eventos, Thiago
Nascimento da NewStyle, Wagner Vitorino (Waguere) da The
Group e Aldo Pini da Bullet.
Tanto a pesquisa quanto o guia podem ser acessados no portal
da Ampro.
Viagens de Incentivo
“O papel das operadoras de viagens de incentivo e sua relação com
as agências de Live Marketing” foi o tema do encontro do Comitê
de Operadora de Viagens de Incentivo (Covia) no segundo dia do
Congresso. O debate reuniu especialistas em vendas, turismo, via-
gens de incentivo e Live Marketing para explorar as particularidades
das viagens de incentivo, a importância do especialista, o timing
da operação e, ainda, as dificuldades existentes nas relações com
as agências de Live Marketing e sugestões para sua superação.
O presidente do Comitê e diretor da Travel Idea, Wanderley
Saldanha, diz que a viagem de incentivo é mais que um prêmio.
“É uma poderosa ferramenta do marketing de experiência e
relacionamento, com efeito de 10 a 12 anos ” positivo ou nega-
tivo - na memória dos participantes. Por isso, envolve uma série
de particularidades que somente uma empresa especializada
na prestação desse tipo de serviço é capaz de atender, diferin-
do, tanto no conceito quanto na prática, das viagens de lazer
oferecidas por agências de turismo convencionais”, pondera.
Informações passadas durante o encontro revelaram que as viagens
de incentivo estão entre as premiações mais oferecidas no mercado
americano e de maior preferência dos participantes de campanhas.
E que só as empresas especializadas têm condições de prestar
assessoria correta, para que o efeito não se torne negativo. “As
agências têm de ver os operadores de incentivo como parceiros,
como o “seguro” de qualidade. São eles quem detém informações
essenciais sobre os destinos pretendidos, como agenda de grandes
eventos, aspectos políticos, religiosos, clima, temporadas e estão
atentas às eventualidades. Nossa meta no Covia é mostrar para
as agências e corporações como trabalhamos e sugerir formas de
melhorar nossa parceria”, afirma Saldanha.
A participação das especializadas é importante ainda pelo co-
nhecimento dos processos junto às companhias aéreas, como a
limitação das vendas promocionais. “Não há como vender grande
número das passagens de um voo com preço reduzido, pois isso
seria inviável economicamente”, salienta o diretor comercial da
Avianca, Rodrigo Napoli.
O planejamento é importante também para a rede hoteleira. “Os
pedidos de última hora, bem como cancelamentos tardios, são
A viagem de incentivo é mais que um prêmio. É uma poderosa ferramenta do marketing de experiência e relacionamento.
Sócia-diretora da Omelete Inteligência, Ana Del Mar
28 #06 w 2013
Caderno
grandes problemas para os hotéis, que têm de definir, com alguma
antecedência, o staff necessário para o atendimento adequado do
grupo, realizar compras de alimentos e outros itens”, lembra a di-
retora de vendas internacionais do Marriott Hotel, Bruna Duarte. “O
ideal é que uma viagem de incentivo comece a ser planejada de seis
a oito meses antes de sua realização. Já para eventos específicos e
mundiais, são necessários no mínimo dois anos”, reforça Saldanha.
Marketing de Incentivos
Logo após a reunião do Covia, o Comitê de Marketing de Incentivos
da Ampro discutiu a evolução do segmento integrado ao conceito
de Live Marketing e sua visão legal e institucional.
Jorge Medauar Jr., da CiaGroup, falou sobre as mudanças que o ma-
rketing de incentivos sofreu em função das mudanças da sociedade e
seus valores. “Antes, as campanhas eram estanques e se originavam
em áreas independentes nas empresas, mas hoje, elas precisam estar
integradas, como mostram exemplos que estão em prática de longa
data, como na VW, Sadia, Caixa etc.”, disse. “O marketing de incentivo
pode fazer parte de outras campanhas, mais amplas, sendo capaz
de potencializar as demais promoções, publicidades, experiências
e o marketing direto, alinhando vários públicos e maior número de
pessoas às estratégias e valores da empresa”, complementa.
O presidente do Comitê, Luiz Alberto de Salles Oliveira, mostrou ainda
aos presentes, em primeira mão, o vídeo institucional sobre marke-
ting de incentivo que, por sua fácil compreensão, deverá reforçar os
argumentos da AMPRO e do Comitê junto às instituições políticas
federais, no tocante à regulamentação do mercado.
Para explicar sobre a visão legal e institucional do segmento, Ricardo
Albregard, advogado secretário do Comitê, relacionou os requisitos
legais de uma campanha e falou sobre o entendimento do Conse-
lho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). “A eventualidade da
premiação dá margem para diferentes interpretações. Embora a
doutrina determine que ‘se o prêmio faz parte de uma campanha com
adesão facultativa, ele pode se caracterizar como eventual’, para o
Carf o prêmio faz parte da remuneração do empregado e sobre ele
devem incidir benefícios trabalhistas, como a contribuição INSS.”
O especialista exemplificou ainda os casos de premiação em que
incidem diversos impostos, como o IR, que deve ser retido pela
empresa nos casos de as premiações acrescerem ao patrimônio
do premiado e constar na declaração de rendimentos do funcio-
nário. “É passível de autuação em caso de descumprimento. A
empresa promotora da campanha de premiação deve bancar esse
custo com a verba de marketing do cliente. Isso precisa estar no
orçamento da campanha. Por outro lado, tanto o prêmio quanto
a verba da campanha tem de estar na declaração da empresa e
podem ser deduzidos como custos operacionais”, explica.
O trabalho do Comitê tem se concentrado na obtenção de pa-
receres jurídicos e econômicos, divulgação no site da Ampro e
publicação em livros jurídicos, com distribuição ao Judiciário.
Além disso, procura divulgar a atividade em eventos e apoiar ao
Projeto de Lei nº 4 088/2012 (PL 4 088/2012), que tramita na
Câmara dos Deputados e, entre outros pontos, dispõe sobre a
premiação em programas de incentivo à produtividade.
Trade Marketing
A apresentação do Comitê de Trade Marketing, que finalizou a
agenda dos comitês permanentes da Ampro durante o segundo dia
do Congresso, iniciou com a proposta de discutir como se cons-
troem ações diretas com o consumidor no momento da compra.
A primeira apresentação foi a de Ricardo Roldão, do Atacadista
Roldão, que contou como a preocupação com a necessidade dos
clientes auxiliou para que a rede chegasse a 17 unidades, 300
produtos com marca própria – entre os 7 mil comercializados – e
faturamento de R$ 1,4 bi alcançado em 2012. “Nas lojas a decisão
do cliente é muito rápida e uma pessoa bem treinada no ponto
garantirá vendas e maior rentabilidade para o produto”, revela,
enfatizando a importância do contato direto com os consumidores.
Par a diretora da Simone Terra Soluções de Mercado, Simone
Terra, o trade marketing nada mais é que um novo nome para um
conceito que parte da antiga prática da degustação. “O cliente
vai ao ponto de venda para ver marcas e produtos e a indústria
e o varejo têm de se integrar, para propiciar uma boa experiência
ao consumidor”, disse. A especialista lembrou que a jornada de
compra começa muito antes de sua efetivação e que uma pequena
confusão na gôndola pode acarretar em perda de venda ou a mu-
dança de preferência do consumidor. Com a demonstração de uma
série de cases, acrescentou ainda que dependendo do perfil e do
canal de compra a forma de comunicação precisa ser diferente.
O argumento foi complementado por Marcos Carcagni, da Imbera
Beyond Cooling. “O varejo moderno deve estar focado no atendi-
mento das necessidades e desejos de seus clientes, procurando
atingir seu coração com muita magia e sedução”, acrescentou, com
a demonstração da campanha de lançamento do novo sabor da
cerveja Kaiser sobre os diferentes aspectos de uma experiência em
trade marketing. “O mundo deu uma guinada e, por isso, é preciso
pensar além do agora, do imediato, e unir as forças da indústria,
das agências e do varejo para mudar o que está aí. Por respeito ao
shopper, por amor ao consumidor, nossa visão de negócios deve
se pautar na real essência do Live Marketing”, finaliza. n
O cliente vai ao ponto de venda para ver marcas e produtos e a indústria e o varejo têm de se integrar, para propiciar uma boa experiência ao consumidor.
Secretário do Comitê e advogado, Ricardo Albregard
30 #07 w 2013
Semana Acadêmica de Live Marketing reúne mais de 2 mil universitários pelo Brasil
A Semana Acadêmica de Live Marketing, organizada pela AMPRO - Asso-
ciação de Marketing Promocional, reuniu mais de 2 mil universitários
de cursos ligados às áreas de Comunicação e Marketing em cerca de
dez cidades, em nove estados brasileiros. Pela primeira vez com o tema “Live
Marketing”, apresentado como evolução natural do marketing promocional
brasileiro, especialistas de diversas agências tiveram a oportunidade de mostrar
cases reais e as tendências de um dos segmentos que mais cresce no país.
Na capital paulista, cinco universidades - UMESP, FAAP, FATEC, Casper e
ESPM -, além do SENAC, receberam as palestras da Semana Acadêmica e
reuniram, juntas, mais de 500 alunos durante a segunda quinzena de setem-
bro. A avaliação geral das apresentações demonstrou que o evento superou
as expectativas para 64% do público. Os alunos também avaliaram a boa
dinâmica dos palestrantes, apresentada como positiva para 74%, e a impor-
tância do conteúdo, considerado muito relevante para 67,5% dos presentes.
Os encontros tiveram a participação do presidente da AMPRO, Kito Mansano,
de Cristiano Miano (Digipronto), Maurício Gallian (Out Promo), Marco Scabia
(Mix Brand Experience), Rodrigo Rivellino (Aktuell), Douglas Gomes (The Group),
Marina Pechlivanis (Umbigo do Mundo), e de Ana Del Mar (Omelete Inteligência).
Na região de Campinas e Americana, interior de São Paulo, duas universidades
- UNISAL e ESAMC reuniram cerca de 450 alunos para receberem palestras
de Alexandre Godoy, diretor regional da AMPRO RS; Dil Mota (Especialista em
Criação) e de Kito Mansano, além da participação do diretor regional da AMPRO
São Paulo, Wilson Soderi.
No Rio de Janeiro, a Semana Acadêmica programou 17 palestras nas universida-
des Estácio, Universidade Veiga de Almeida e Moacyr Bastos, com a participação
do diretor regional da AMPRO Rio e diretor da agência Conceito, Tony Coelho,
Rafael Liporace (Agência AVERA), e Márcio Formiga (Adma), com média de 100
alunos em cada evento.
No Paraná, seis universidades de Curitiba também receberam as palestras da
Semana Acadêmica, entre os dias 09 e 13/10, com a presença de mais de 500
alunos. Os temas apresentados por Andre Dihl, diretor regional da AMPRO PR/SC
e sócio da agência Locus; Elaine Moro Costa, da MC4x Brand Experience; Daniel
Coelho, da Unimed; Ricardo Pavão, da Santa Promo; Murilo Bonucci, do Grupo
Paranaense de Comunicação (GRPCOM); e Barbara Bongiollo, da iMax Eventos
foram avaliados como muito importantes para 92% do público e para 96% dos
presentes o evento superou as expectativas.
Já na região Nordeste, o destaque foi para as duas capitais que receberam pela
primeira vez a Semana Acadêmica promovida pela AMPRO: Maceió e São Luis.
As palestras foram concentradas em universidades da Bahia, de Pernambuco, de
Alagoas e do Maranhão, entre elas a FITS, a UNIFACS e a AESO. O evento esteve
sob a coordenação da presidente do Capítulo Nordeste da AMPRO, Djanira Dias,
com a participação de especialistas de agências, como André Souza, da Arcos
Online Pernambuco, e Edimar Cesar, da Faz Promo Maranhão.
A Semana Acadêmica de Live Marketing é considerada um dos maiores encontros
nacionais entre universitários dos cursos de Comunicação e Marketing. Leva,
anualmente, as tendências, dificuldades e oportunidades do mercado promo-
cional para dezenas de instituições espalhadas pelo Brasil, além de incentivar
o intercâmbio entre a teoria e a prática do setor. n
Caderno
Inscrições abertas para as eleições Ampro 2013
Já estão abertas as inscrições para novas chapas para as eleições
da Ampro, que definirão a nova diretoria da entidade e cinco novos
Conselheiros que farão parte do Conselho Consultivo para o biênio
2014/2015. Podem concorrer profissionais de todas as empresas associadas
que estejam quites com suas obrigações associativas.
A Assembleia Geral, durante a qual ocorrerá a votação final, está programada
para o dia 28 de novembro, às 9h30, na sede da Ampro, em São Paulo. As
chapas que desejarem se inscrever para concorrer aos cargos administrativos
deverão fazer sua formalização até 30 minutos antes da reunião, mediante a
entrega, na sede da Associação, de ofício endereçado à Diretoria Executiva
Nacional, indicando os seus componentes e os cargos aos quais estão con-
correndo, incluindo a relação dos cinco Conselheiros indicados.
CAPÍTULO E REGIONAIS
O Capítulo Nordeste da Ampro também
programa suas eleições para compor a
nova diretoria. A assembleia local está
prevista para o dia 16 de dezembro.
Já a composição das Diretorias Regionais
- Rio Grande do Sul, Paraná/Santa Catari-
na, São Paulo (Campinas), Minas Gerais,
Rio de Janeiro e Centro-Oeste - para o
próximo biênio ficará a cargo do presidente eleito da Nacional.
Outras informações podem ser obt idas d i retamente com a Ampro, no
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