ABRIL2010 negócios ¬ícias 12 destaque Torres No Durante três dias, de 30 de Abril a 2 de Maio, Torres Novas vai transfor- mar-se num quadro vivo quinhentista para evocar a atribuição do Foral Novo a esta população, concedido há 500 anos por D. Manuel I. Nestes dias, o centro histórico da cida- de e, em especial, a envolvente do Cas- telo, vai receber a recriação histórica da chegada do rei D. Manuel e da sua corte real, com uma autêntica feira de época montada por vários espaços, com ban- cas de artesãos, de doçaria, de cestaria, dos típicos frutos secos e também os ofí- cios da época como o ferreiro, a tecelã e o carpinteiro. Vão ser ainda recriados jo- gos tradicionais, vão haver concertos e bailes renascentistas de época, jantares da Corte, vai ser criada uma “Praça dos Mercadores”, as tradicionais “bodegas”, zonas de restauração, a “mouraria”, pos- tos de venda de artesanato da cultura muçulmana, tenda dos aromas e tenda dos dromedários (camelos), um espaço esotérico com cartomantes, bruxas e fei- ticeiras no interior do Castelo, mendigos, amputados, assassinos, ladrões e proxe- netas, uma praça de armas com acam- pamento militar e ainda jogos militares da altura, entre outra animação de ma- labaristas e cuspidores de fogo. Tudo isto para recriar um momen- to que marcou a história do concelho e que ficou conhecido como o “foral novo”, um documento que regulou so- bretudo o direito tributário autónomo deste território que passou a colher os frutos dos seus próprios impostos. Ape- sar da fundação de Torres Novas datar do princípio da nacionalidade, foi con- quistado aos mouros por Dom Afonso Henriques em 1148, tendo recebido fo- ral 1190, por Dom Sancho I. Foi também em Torres Novas que se realizaram três cortes, com destaque para as de 1438, que reuniram os nobres após a morte de D. Duarte, e para as de 1535, em que se assinou o contrato de casamento de Dona Isabel com Carlos V, imperador ro- mano. A recriação começa no dia 30 de Abril com a abertura da feira e com a sauda- ção pelo arauto do reino que dá as boas vindas à população e prepara a che- gada do rei. No sábado, dia 1, chegam elementos da corte real de D. Manuel I escoltados por militares e é apresenta- da publicamente uma nova edição do Foral. Nessa noite acontece o designa- do “Jantar dos Nobres” e decorre o bai- le renascentista, na praça 5 de Outubro. O domingo começa com missa campal, celebrada pelo pároco Carlos Ramos, e segue-se o momento alto das festivida- des, a chegada do rei D. Manuel I, que será recebido pelo Alcaide D. João de Al- meida e por D. Jorge de Lencastre (bas- tardo de D. João II), donatário da vila, pri- mo e protegido do rei. Depois da confra- ternização com a população, o rei sobe ao castelo para cear. São estes alguns dos momentos que vão marcar esta comemoração que tem o objectivo de, não só evocar a história local, como também de afirmar o con- celho como um destino turístico e cul- tural.