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FACULDADE SANTSSIMO SACRAMENTO
IMPACTOS DOS DESENHOS ANIMADOS FORMAO DE VALORES DAS CRIANAS DE
QUATRO A OITO ANOS ESTUDO
ITINERANTE (BAIRROS DE ALAGOINHAS-BAHIA)
Ana Carla Longuinho Passos Luciana Telles dos Santos Mnica Dias
dos Santos
ALAGOINHAS-BAHIA 2010
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Ana Carla Longuinho Passos Luciana Telles dos Santos Mnica Dias
dos Santos
IMPACTOS DOS DESENHOS ANIMADOS FORMAO DE VALORES DAS CRIANAS DE
QUATRO A OITO ANOS ESTUDO
ITINERANTE (BAIRROS DE ALAGOINHAS-BAHIA)
Monografia apresentada Faculdade Santssimo Sacramento como
exigncia parcial para obteno do ttulo de Pedagoga - Licenciatura,
sob a orientao da professora Maria Jos de Oliveira Santos.
ALAGOINHAS-BAHIA 2010
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Ana Carla Longuinho Passos Luciana Telles dos Santos Mnica Dias
dos Santos
IMPACTOS DOS DESENHOS ANIMADOS FORMAO DE VALORES DAS CRIANAS DE
QUATRO A OITO ANOS ESTUDO
ITINERANTE (BAIRROS DE ALAGOINHAS-BAHIA)
Esta monografia foi orientada e aprovada como requisito parcial
para concluso da Graduao de Pedagogia da Faculdade Santssimo
Sacramento.
Alagoinhas, 04 de janeiro de 2011
Prof Valmira Maria de Melo Vieira Coordenadora do Curso
Maria Jos de Oliveira Santos Orientadora
Maria Jos de Oliveira Santos Prof de Monografia
Alagoinhas-Bahia 2010
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Dedicamos esta monografia s pessoas que de maneira direta ou
indireta contriburam para a elaborao desse trabalho, colaborando
assim para mais um passo em nossa caminhada profissional.
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Agradecemos a Deus, por nos d fora para prosseguir mesmo nos
momentos difceis, quando pensvamos em
desistir.
As nossas famlias, pela compreenso de nossas aflies e pelo
encorajamento.
As colegas, pelos momentos inesquecveis que deixaro
saudades.
Ao Colegiado do Curso, pelo cuidado e ateno durante todo o
curso.
nossa orientadora, professora Maria Jos, pelas
orientaes para que este trabalho acontecesse com qualidade.
Muito obrigada a todos!
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A televiso brasileira uma escola paralela que cumpre funes
educativas de forma to
ou mais expressiva que instituies formais de ensino. Caparelli
(apud KASPRZAK 1997, p. 48)
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RESUMO
Trata-se de um texto que discute sobre os impactos dos desenhos
animados na formao de valores das crianas de quatro a oito anos e
foi desenvolvido norteado pelo objetivo geral refletir sobre a
contribuio dos desenhos animados na formao de valores das crianas
de quatro a oito anos, acompanhado dos seguintes objetivos
especficos: analisar a ideologia presente nos desenhos animados;
analisar a linguagem utilizada pelos desenhos animados; identificar
a contribuio dos desenhos animados para a formao de valores da
criana e refletir sobre os aspectos positivos e negativos dos
desenhos animados para a criana. O estudo foi apresentado sobre a
forma de estudo de caso (itinerante) cujo mtodo dedutivo centrou a
pesquisa, que teve os seguintes procedimentos: pesquisa
bibliogrfica, observao e entrevista semi-estruturada com crianas de
quatro a oito anos. Para a sociedade a discusso colabora no
despertar e orientar a famlia sobre a programao as crianas
assistem; no campo profissional colabora com a prtica do professor,
pois possibilita analisar cuidadosamente os desenhos trabalhados
com os alunos; cientificamente, traz uma discusso acerca da formao
de valores das crianas e como o desenho animado interfere no
processo. O tema se encontra fundamentado em tericos especficos ao
campo de conhecimento: Fischer (2002); Pougy (2005); Salgado
(2005); Girardello (2005); Piaget (1994), dentre outros. Esta
pesquisa de iniciao cientfica se encontra dividida em quatro
captulos. Iniciando-se acontece uma discusso sobre a historiografia
dos desenhos animados. No segundo capitulo uma abordagem terica
sobre o tema, incluindo os significados dos dicionrios, seguindo-se
de uma discusso acerca do lugar dos desenhos animados na mdia. No
terceiro capitulo segue-se uma discusso acerca da linguagem dos
desenhos animados, sua ideologia e implicaes na formao de valores.
Por fim, a pesquisa de campo, utilizando-se da entrevista
semi-estruturada ouvindo crianas de bairros da cidade de
Alagoinhas-BA (Alagoinhas Velha, Mangal, 2 de Julho) cujos
depoimentos auxiliaram a discusso do tema. Logo, esta monografia
pode contribuir com as pesquisas existentes sobre o tema, haja
vista, que os resultados sugerem a necessidade de orientao dos pais
e das crianas para o contedo dos desenhos animados assistidos.
Palavras-chave: Crianas. Desenho animado. Valores morais.
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RESUMEN
Se trata de un texto que discute sobre los impactos de los
dibujos animados en la formacin de valores de los nios de cuatro a
ocho aos y fue desarrollado direccionado por el objetivo general de
reflexionar sobre la contribucin de los dibujos animados en la
formacin de valores de los nios de cuatro a ocho aos, acompaado de
los siguientes objetivos especficos: analizar la ideologa presente
en los dibujos animados, analizar el lenguaje utilizado por los
dibujos animados, identificar la contribucin de los dibujos
animados para la formacin de valores de los nios y reflexionar
sobre los aspectos positivos y negativos de los dibujos animados
para los nios. El estudio fue presentado sobre la forma de estudio
de caso (itinerante) cuyo mtodo deductivo centro la bsqueda, que
tuvo los siguientes procedimientos: Investigacin bibliogrfica,
observacin y entrevista semi-estructurada con nios de cuatro a ocho
aos. Para la sociedad la discusin colabora en despertar y orientar
a la familia sobre la programacin que los nios miran; En el campo
profesional colabora con la prctica del profesor, ya que posibilita
analizar cuidadosamente los dibujos trabajados con los alumnos;
cientficamente, trae una discusin acerca de la formacin de los
valores de los nios y como los dibujos animados interfieren en el
proceso. El tema se encuentra fundamentado en tericos especficos en
el campo de conocimiento. Fischer (2002); Pougy (2005); Salgado
(2005); Girardello (2005); Piaget (1994), entro otros. Esta
investigacin de tinte cientfico se encuentra dividida en cuatro
captulos. Comenzando aparece una discusin sobre la histografia de
los dibujos animados. En el segundo captulo un abordaje terico
sobre el tema, incluyendo los significados de los diccionarios,
incluyendo una discusin acerca del lugar de los dibujos animados en
los medios. En el tercer captulo se sigue una discusin acerca del
lenguaje de los dibujos animados, su ideologa e implicaciones en la
formacin de valores. Finalmente, la investigacin de campo,
utilizando una entrevista semi estructurada escuchando nios de
barrios de la ciudad de Alagoinhas-BA (Alagoinhas Velha, Mangal, 2
de Julio) cuyos testimonios ayudan a la discusin del tema. Luego,
esta monografa puede contribuir con las investigaciones existentes
sobre el tema. Se ver, que los resultados sugieren la necesidad de
orientacin de los padres y de los nios para el contenido de los
dibujos animados que se ven.
Palabras-clave: Nios. Dibujos animados. Valores morales.
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SUMRIO
INTRODUO
1 DESENHOS ANIMADOS AO LONGO DA HISTRIA, 13
2 MDIA E PRODUO CULTURAL: O LUGAR DOS DESENHOS ANIMADOS NA
EDUCAO INFANTIL, 17
3 A LINGUAGEM DOS DESENHOS ANIMADOS E A FORMAO DE VALORES
DAS CRIANAS, 22
3.1 A IDEOLOGIA, 22
3.2 VALORES MORAIS E IMPACTOS, 24
4 PESQUISA DE CAMPO ITINERANTE, 27
4.1 BAIRRO ALAGOINHAS VELHA, 28
4.2 BAIRRO MANGAL, 38
4.3 BAIRRO 2 DE JULHO, 47
4.4 ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO, 56
CONSIDERAES FINAIS, 62
REFERNCIAS, 64
APNDICES, 67
APENDICE A ENTREVISTA COM AS CRIANAS, 68
APENDICE B ENTREVISTA COM OS PAIS, 70
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INTRODUO
Os desenhos animados so o passatempo preferido das crianas,
pois
passam parte do tempo em frente televiso, assistindo algo
aparentemente
inocente.
Nos ltimos tempos os meios de comunicao em massa, sobretudo
a
televiso, transformaram a violncia em um tema comum do dia-a-dia
e o desenho
animado no ficou alheio a isso. Partindo desse pressuposto
buscamos entender
qual o impacto que os desenhos animados provocam na formao de
valores das
crianas de quatro a oito anos.
O interesse pessoal por esse tema surgiu quando comeamos a
discutir
acerca da temtica do Seminrio de Prxis Pedaggica (SEPPE) do 2
semestre e
nossas vivncias (principalmente em famlia) visto que temos em
casa exemplos de
crianas que passam o dia em frente TV assistindo diversos tipos
de desenhos
animados. A partir das nossas leituras e discusses percebemos
que os desenhos
animados esto presentes nas vidas das pessoas em todas as
idades, mas as
crianas so seu pblico principal. Elas assistem desenhos animados
diariamente e
no ficam passivas ao que vem na TV, nem mesmo quando representam
perfil
violento.
Segundo pesquisa publicada em um artigo sobre a violncia na
televiso, em
geral, as crianas comeam a ver desenhos animados aos dois anos.
Aos seis,
aproximadamente, 90% das crianas j so suas clientes habituais.
Muitas delas
passam o dia inteiro assistindo sem nenhum controle dos
pais.
Desse modo, as crianas so cativadas pela fantasia dos desenhos
animados
e imitam suas personagens favoritas em suas atitudes, palavras e
gestos mesmo
quando esto reforadas pelos comportamentos agressivos.
Baseada nessas reflexes e em outras leituras esta pesquisa
apresenta uma
discusso sobre a contribuio dos desenhos animados na formao de
valores da
criana. Como formao entendemos a capacidade das crianas
escolherem
quando confrontadas com dilemas morais e articularem razes para
escolhas.
Partindo dessas consideraes, perguntamos: qual o impacto dos
desenhos
animados para formao de valores das crianas de quatro a oito
anos?
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Buscando refletir sobre essa pergunta apresentamos como objetivo
principal:
refletir sobre o impacto dos desenhos animados na formao de
valores das
crianas de quatro a oito anos. E, para facilitar o entendimento
do tema e alcanar o
objetivo principal foram elaborados os seguintes objetivos
especficos: analisar a
ideologia presente nos desenhos animados; analisar a linguagem
utilizada pelos
desenhos animados; identificar a contribuio dos desenhos
animados para a
formao de valores da criana; refletir sobre os aspectos
positivos e negativos dos
desenhos animados para a criana.
Assim sendo, este estudo monogrfico apresenta-se sobre a forma
de estudo
de caso itinerante norteado pelo mtodo dedutivo, onde utilizamos
como
instrumentos de coleta e produo de dados observao, entrevista
semi-
estruturada realizada com crianas de quatro a oito anos e com a
famlia (me e/ou
pai) dessas crianas. Para a realizao desta pesquisa itinerante
foram
entrevistadas crianas de Alagoinhas Velha, 2 de Julho e Mangal,
bairros situados
em lugares diferenciados da cidade de Alagoinhas-BA, com o
intuito de identificar
qual o impacto dos desenhos animados para a formao de valores
das crianas.
Os registros dessa pesquisa foram feitos atravs de fotografias,
filmagens,
gravaes e anotaes.
Para refletir sobre o problema proposto analisamos as
contribuies tericas
de Fischer (2002); Pougy (2005); Salgado (2005); Girardello
(2005); Piaget (1994),
entre outros. As contribuies de Fischer (2002) esto relacionadas
ideologia
presente nos desenhos animados e a mdia enquanto participante da
produo
cultural humana; Pougy (2005) colabora com seus estudos sobre a
relao da
criana com a TV; Salgado (2005) traz contribuies acerca dos
valores
disseminados pelos desenhos animados que afetam a conduta da
criana; Girardello
(2005) refere-se aos esteretipos fabricados pelos desenhos
animados
internalizados pelas crianas; Piaget (1994) d-nos suporte para
ampliar as
discusses sobre o aspecto moral e formao de valores da
criana.
Este estudo monogrfico encontra-se dividido em quatro captulos:
no
primeiro capitulo trouxemos a historiografia dos desenhos
animados, onde pudemos
perceber que os desenhos animados que surgiram h vrias dcadas
fazem parte
da programao assistida por adultos, jovens e principalmente
crianas nos dias
atuais. No segundo capitulo iniciamos significando os desenhos
animados atravs
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dos dicionrios, seguindo-se da abordagem e discusso terica sobre
o lugar dos
desenhos animados na mdia, entendendo mdia enquanto participante
do processo
de produo cultural humana. No terceiro capitulo segue-se uma
discusso acerca
da linguagem dos desenhos animados, a ideologia presente em seus
aparentemente
inocentes episdios e sua implicao na formao de valores das
crianas de quatro
a oito anos. Por fim, a pesquisa de campo, realizada com crianas
de diferentes
bairros da cidade de Alagoinhas-BA e consideramos esse o
capitulo mais importante
deste trabalho de iniciao cientfica, pois foi onde pudemos
analisar o discurso dos
entrevistados comparando com as idias dos tericos discutidas nos
captulos
anteriores.
Assim, no pretendemos esgotar esta discusso em torno do tema,
mas
sugerir novos horizontes para discusses com o objetivo de
refletir criticamente o
impacto dos desenhos animados formao de valores das crianas de
quatro a
oito anos luz de experincias vividas e concepes tericas.
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1 DESENHOS ANIMADOS AO LONGO DA HISTRIA
Fonte: www.google.com.br
Os desenhos animados so passatempo preferido das crianas, que
passam
parte do seu tempo frente televiso, assistindo algo
aparentemente inocente.
Nos ltimos tempos os meios de comunicao de massa, sobretudo
a
televiso, transformaram a violncia em tema comum do dia-a-dia e
os desenhos
animados no ficaram alheios a isso. A programao considerada
livre para o
pblico infantil, muitas vezes, traz contedos violentos,
conceitos deturpados dos
valores morais, que entram em conflito com aquilo que os pais
ensinam.
Devido fascnio que exercem sobre a criana, os desenhos animados
podem
afetar e modelar sua conduta visto que essa a fase em que a
criana est
formando seu carter, seus valores.
De acordo com Di Cunto1, a criao de desenhos algo instintivo do
ser
humano, que o acompanha desde a pr-histria. A busca por
desenvolver seus
primitivos desenhos influenciou os desenhos de hoje no sentido
de torn-los mais
atuais, uma adaptao para crianas e adultos.
O primeiro desenho animado pode ser considerado a animao
Fantasmagorie (1908) desenvolvida pelo francs Emile Cohl e
tinha
aproximadamente dois minutos. Mas, os primeiros desenhos
animados como so
conhecidos atualmente surgiram na dcada de 1910, na poca do
cinema mudo,
1Di Cunto, Raphael. Histria dos desenhos animados. Disponvel em:
http://www.sobrecarga.com.br/node/view/2926.htm. Acesso:
09/09/10
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quando a maioria das animaes era de curta-metragem, geralmente
visando um
pblico mais adulto, com piadas e roteiros mais elaborados.
Continuando a linha do tempo, vemos o surgimento de animaes como
O
Gato Flix, que faz sucesso at os dias atuais e foi criado na
dcada de 20, ainda
sem cores nem falas. Ainda na mesma dcada, temos o surgimento da
Disney e do
famoso Mickey, sendo o primeiro desenho com efeitos sonoros.
Tinha a voz do
criador, Walt Disney, e foi uma completa revoluo para a poca,
tornando o
desenho um sucesso.
Na dcada seguinte surge uma personagem influenciada pela poca:
Betty
Boop, uma menina de cabea grande e olhos redondos, com cara de
santinha e
vestido inadequado aos padres vividos, mostrando faixa etria a
que se destinava.
Ainda sem cores, mas com som, ela foi um sucesso, at que o
regime anticomunista
a colocasse como um dos problemas a serem solucionados. Para
preservar a
moral americana, ganhou uma roupa mais comportada e trocou sua
personalidade,
se tornando uma esposa obediente. Esse desenho teve fim em 1939,
mas por vezes
vemos a personagem em filmes ou produtos.
Ainda na dcada de 30, precisamente em 1932, Walt Disney inova e
traz o
primeiro desenho animado colorido: Flores e rvores. E, no embalo
do sucesso de
seus desenhos surgem novas empresas na rea, como a Warner, que
tentava
copiar a frmula de seu concorrente, mas teve seus desenhos
remetidos ao
completo fracasso. Mesmo assim a Warner buscou nova frmula,
apelando para a
insanidade dos personagens criando, no final da dcada,
Pernalonga e Companhia.
Nos anos seguintes, com a preocupao mundial da guerra, os
desenhos no
tiveram grandes alteraes, apenas o acrscimo de personagens: Tom
e Jerry, pela
Warner e Z Carioca, homenagem aos cariocas, pela Disney. At
ento, os
desenhos eram exibidos somente nos cinemas, o que mudaria no
decorrer do
tempo.
William Hanna e Joseph Barbera se juntaram com um objetivo:
levar os
desenhos animados para a televiso. E, em 1949, estrearam Os
Flinstones, Z
Colmia, Manda Chuva, Os Jetsons e outros que ainda hoje fazem
sucesso.
As dcadas de 50, 60 e 70 se seguiram com desenhos que
apresentavam
problemas do cotidiano da famlia. Alm do surgimento de desenhos
famosos como
Piu Piu e Frajola, Papa-lguas e Pica-Pau, que geralmente seguiam
a mesma
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frmula: pancadaria gratuita e uma caa interminvel entre os dois
personagens
principais, com o caador sempre apanhando.
Nos anos 80, nasceram muitos desenhos que so assistidos pelos
jovens de
hoje. Desenhos que passam nas manhs dos dias atuais, como He-Man
e os
Mestres do Universo, Transformers, Caverna do Drago e
Thundercats, so dessa
poca, quando a frmula do sucesso no era mais a famosa perseguio
e vitria da
caa, mas exigia a luta entre os personagens, vitria dos
bonzinhos, e uma lio de
moral para finalizar o episdio.
Em 90 os desenhos so aprimorados no que se refere ao humor.
Stiras se
tornam comuns e as piadas mais elaboradas. As lutas diminuram,
mas de forma
suave e cmica ainda esto presentes. Nessa dcada, Steven Spilberg
foi
contratado pela Warner, e, tornando-se o encarregado desenvolveu
desenhos como
Pink e Crebro e Animaniacs. Outros desenhos que fizeram sucesso
nessa poca
foram South Park e Os Simpsons, marcando a volta dos desenhos
mais adultos e
com humor negro.
No final da dcada do invaso de animes, desenhos animados
japoneses,
que se fortalecem ainda mais nos anos seguintes. Febres como
Pokmon e
Cavaleiros do Zodaco tornaram possvel a entrada de inmeros
desenhos
japoneses e fizeram com que a programao de desenhos de diversos
canais fosse
constituda, em sua maioria, por animes. A volta de desenhos mais
exagerados no
sentido de extrapolar nos impulsos, emoes e sentimentos foi
marcada por
sucessos como Bob Esponja.
Trata-se de desenhos de pocas diferentes, com conceitos e
contedos
diferentes, que no seguem regra determinada, mas, apesar disso,
importante
conhecer a histria desses desenhos animados que surgiram a vrias
dcadas, mas
so conhecidos e assistidos at hoje por adultos, jovens e
principalmente crianas,
visto que, os desenhos animados aparecem sempre ocupando grande
espao nas
mdias audiovisuais, pois seu sucesso constante desde incio do
sculo vinte at
os dias atuais. Inicialmente no cinema, hoje na televiso.
Atingindo o indivduo desde sua infncia, prosseguindo at idade
adulta, o
desenho consegue ser eficiente instrumento no que diz respeito
formao de
significados no ser humano. Desde pequenos os indivduos so
programados a
receber, aceitar e seguir como corretos os significados e
comportamentos
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16
transmitidos pela mdia. E o desenho animado, como produto dessa
rea, no
diferente.
A mdia tem assumido significado na configurao do repertrio
imaginativo
das crianas ao oferecer-lhes referncias simblicas, narrativas e
valores estticos,
que compem o enredo principalmente de seus desenhos animados,
que
comunicam e significam experincias ldicas transformadas em
textos e imagens.
De acordo com Fischer (2002) existem subjetividades nos
desenhos
animados que condicionam as crianas. Ele aparece como formador
de significado
na medida em que sugere posturas que os indivduos devem seguir e
mexe com o
imaginrio de telespectadores ainda em fase de formao de valores
que so as
crianas. Essas se identificam com os personagens dos desenhos
animados e
reproduzem, imitam atitudes, palavras, e modos de agir, ou seja,
aquele
personagem torna-se um referencial, um modelo para a criana.
Desse modo, no se pode negar que as pessoas, mais
especificamente, as
crianas, foco desse estudo, no so passivas diante da
televiso.
Em seu artigo As mensagens da televiso e a reao de seus
receptores2,
Pougy afirma:
A criana relaciona-se com a TV do mesmo modo que se relaciona
com o que est a sua volta. Para ela, a TV constitui-se em um jogo
simblico, como so as brincadeiras infantis. A criana receptiva das
mensagens veiculadas a TV, ela recria de acordo com suas
experincias em um processo de troca de conhecimentos.
Ou seja, ela interage com a programao e internaliza o que v e
ouve
levando para sua vida aspectos, conceitos e situaes dos desenhos
animados. E
estes so reproduzidos, recriados em diversas situaes da sua
vida, mas
principalmente durante a brincadeira quando fantasia e realidade
est prxima.
Nesse sentido a televiso um referencial que influencia a criana
na construo e
desconstruo de conceitos e valores.
2 POUGY, Eliana G.P. As mensagens da televiso e a reao de seus
receptores. (2005). Disponvel em:
www.redebrasil.tv.br/educacao/artigos/as_mensagens_da_tele
visao.htm Acesso em: 12/05/10
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2 MDIA E PRODUO CULTURAL: O LUGAR DOS DESENHOS ANIMADOS NA
EDUCAO INFANTIL
Fonte: www.google.com.br
Na atualidade o processo de socializao das crianas no fica
restrito
famlia e escola, pois as mdias eletrnicas, principalmente a
televiso, participam de
forma ativa em muitos casos substituindo a presena dos pais. As
informaes, no
mundo globalizado, esto cada vez mais acessveis. O problema que
o discurso
da mdia est cada vez mais apelativo, a violncia est presente na
maioria dos
programas televisivos, inclusive nos destinados ao pblico
infantil.
Sendo assim, nesse captulo tratamos do lugar que os desenhos
animados
ocupam na mdia e como ela impe esteretipos seguidos como
verdades
absolutas. Mas no podemos iniciar essa discusso sem antes trazer
conceitos de
desenho com base em alguns dicionrios.
Bueno (1996) traz um conceito de desenho apenas como debuxo,
representao por meio de linhas.
A enciclopdia Barsa Universal (2007, p. 206) caracteriza desenho
como A
arte de representar pessoas ou objetos por meio de linhas e
sombras. Delineao
dos contornos das figuras. Os desenhos animados so assim
apresentados:
Desenhos fotografados sucessivamente em um filme e que, na
projeo, se veem
como animados devido ao fenmeno da persistncia de imagens na
retina.
De acordo com o Dicionrio de Portugus:3 Desenho toda representao
a
lpis, a tinta, caneta, entre outros, de objetos e figuras, de
paisagens etc. a arte
3Dicionrio Online de Portugus. Disponvel em:
http://www.dicio.com.br/pesquisa.php?q=desenho+animado. Acesso:
09/09/2010.
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que permite efetuar essas representaes e desenho animado
caracteriza-se por
Filme de bonecos e animais que parecem ter movimento prprio
Segundo o dicionrio online Michaelis: Moderno dicionrio da
lngua
portuguesa4, desenho a Delineao dos contornos das figuras. Esse
dicionrio
traz ainda um conceito para desenho animado:
Srie de desenhos, cada um dos quais representa uma posio
sucessiva de uma figura ou objeto em movimento e que so
fotografados sobre um filme, ou produzidos diretamente sobre um
filme, de modo que a projeo deste produz uma imagem na qual as
figuras e objetos desenhados parecem mover-se como se fossem
dotados de vida e mobilidade.
Miranda (1971, p. 37) define-os como Formas visuais que adquirem
vida
atravs do movimento
Para Fusari (2002, p. 33) Os desenhos animados expressam, na sua
maioria,
os movimentos das coisas, seres, aes, de uma forma exagerada,
caricaturada,
sobretudo quando se trata de desenhos humorsticos ou chamados
cartoons.
Ainda segundo Fusari (2002, p. 34) Os desenhos animados esto
vinculados,
como tcnica e expresso: ao desenho de imagens, propriamente
dito, sobretudo
dos seus movimentos e ao registro do som de dilogos, msicas e
efeitos sonoros.
Baseando-se nessas definies percebemos que os desenhos evoluram
ao
longo do tempo, pois, desde simples rabisco ao uso de
tecnologias avanadas se
adaptaram ao contexto da poca. E, a cada poca que passa podem
ser vistas
inovaes nos desenhos animados geradas por computador (3D),
efeitos sonoros e
outros atributos que ampliam ainda mais o fascnio que exercem
sobre as crianas
(e adultos).
Desde pequenos somos programados a receber, aceitar e seguir
como
corretos os significados e comportamentos transmitidos pela
mdia. E os desenhos
animados como produto dessa rea no so diferentes. Partindo desse
pressuposto,
discutiremos a luz de tericos, alguns aspectos dos desenhos
animados e a mdia
enquanto disseminadora de ideologias e instrumento ativo na
produo cultural
humana.
4Dicionrio Online Michaelis: Moderno Dicionrio da Lngua
Portuguesa. Disponvel em:
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?Lingua=portugues-por.
Acesso: 09/09/2010.
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Segundo Foucault apud Fischer (2002, p.153) a mdia participa
da
constituio de sujeitos e subjetividades na medida em que produz
imagens,
significaes, enfim, saberes que de alguma forma se dirigem a
educao das
pessoas, ensinando-lhes modos de ser e estar na cultura em que
vivem. Desse
modo, pode-se dizer que a mdia participa de forma ativa da
construo da cultura,
influenciando de forma direta ou indiretamente na vida do
sujeito.
Atualmente os meios de comunicao, sobretudo a televiso colocam
a
violncia como algo corriqueiro e natural do nosso dia-a-dia. E
esse fato
preocupante, pois a televiso faz parte da vida de praticamente
todas as pessoas, e
sua influncia notria principalmente sobre o pblico infantil que
so os maiores
espectadores da televiso. Por se tratar de um pblico assduo as
crianas so
bastante procuradas pela TV porque seu alvo principal.
Em um de seus artigos a organizao das Naes Unidas (ONU) ressalta
o
direito de a criana ter acesso informao, mas tambm da
necessidade de
incentivar o desenvolvimento de orientaes apropriadas a fim de
proteg-la das
informaes e materiais nocivos ao seu bem-estar fsico e
psicolgico. Ou seja, a
criana precisa ter acesso televiso, mas esse acesso deve ser
controlado pelos
responsveis. E, para que isso acontea os pais tambm precisam
estar conscientes
da importncia de seu papel e principalmente precisam ter um
olhar critico sobre a
programao exibida pela televiso.
De acordo com o Manual da Nova Classificao Indicativa (2006, p.
9) A
classificao Indicativa fundamenta-se na anlise de dois grandes
conjuntos de
temas Violncia e Sexo -, alm do subtema Drogas. O modelo adotado
leva em
conta as chamadas inadequaes. No caso da Classificao Indicativa
Livre, o
mesmo Manual (2006, p. 33) afirma: Tendem a ser considerados
como livres, as
obras, diverses e espetculos que no contenham os elementos
determinantes
para a recomendao da programao idades superiores a 10 anos,
inclusive. Ou
seja, uma programao que no tenha violncia, contedo sexual e
nudez e/ou
insinuaes ao consumo de drogas.
De acordo com a Lei 9.608/985 as programaes (inclusive os
desenhos
animados) exibidas at 22 horas em TV aberta ou fechada devem
enquadrar-se nos
5Meios de controle da programao televisiva. Disponvel em:
http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/comunicacao/meios_controle_programacao_televisiva.pdf
Acesso: 14.12.10
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20
padres da Classificao Indicativa Livre. Apesar de estar previsto
em lei algumas
programaes no seguem esses padres. Se analisarmos atentamente o
contedo
de alguns desenhos animados classificados como livre
perceberemos que se torna
questionvel a exibio de algumas animaes ao pblico infantil.
A violncia nos desenhos animados tem sido usada como meio para
atrair a
ateno das crianas e consequentemente aumentarem a audincia.
Nesse sentido,
o desenho animado apresentado como exclusivamente para a diverso
infantil,
mas, na verdade, uma mercadoria, um produto com atrativos cuja
finalidade
proporcionar lucro.
Para Salgado (2005) os desenhos animados esto carregados de
valores e
funcionam como modelos que sero copiados pela criana, afetando e
modelando
sua conduta. Desse modo, a exibio de desenhos que fazem apologia
violncia e
trazem atitudes e valores diferentes dos presentes na famlia
podem provocar nas
crianas comportamento com o mesmo padro por meio da imitao.
Segundo Girardello em seu artigo A produo cultural infantil
diante da tela:
da TV Internet 6 a influncia que a televiso exerce na vida da
criana depende do
espao que ela ocupa na sua vida e a qualidade do cotidiano
infantil. Ainda segundo
a autora existem trs fatores do cotidiano das crianas que so
importantes e foram
evidenciados em suas pesquisas: o tempo que a criana passa
assistindo televiso,
o tipo de interferncia que o adulto faz entre a criana e a
televiso e o contedo da
programao exibido pela televiso. O tempo que a criana passa
assistindo
aparece em suas pesquisas como fundamental na influncia do meio
sobre a
imaginao da criana e a mediao adulta aparece como grande
diferencial na
qualidade imaginativa da experincia da criana com a televiso.
Segundo ela a
televiso pode influenciar de forma positiva a imaginao infantil
desde que a
experincia seja mediada por um adulto que a ajude contextualizar
e assistir
criticamente compreendendo a linguagem, ideologia e os valores
presentes na
programao. Outro fator determinante o contedo da programao que a
criana
assiste na televiso, reforando a teoria que o maior fator
limitante imaginao
infantil o excesso de violncia: Enquanto temas pesados ou
dramticos na forma
de fantasia so facilmente incorporados ao faz-de-conta, a
violncia parece dificultar
a elaborao ldica interior (GIRARDELLO, 2005, p. 3).
6 A produo cultural infantil diante da tela: da TV Internet.
Disponvel em:
http://132.248.9.1:8991/hevila/Revistateias/2005/vol6/no11-12/2.pdf.
Acesso em: 09/11/10
-
21
Desse modo os efeitos da televiso dependem tanto do contedo
exibido para
as crianas, da relao da criana com o adulto e da qualidade da
vida da criana. E
esses fatores no podem ser isolados dos demais processos
scio-culturais. As
crianas imaginam enquanto veem televiso e depois recriam as
imagens no mundo
de fantasia por meio das brincadeiras.
Partindo desse pressuposto existe necessidade por parte da
criana em
relao fantasia, pois as crianas se apropriam das histrias e
imagens das mdias
do mesmo modo que se apropriam das atitudes e valores produzidos
pelas pessoas
que vivem ao seu redor. O que vai diferenciar o impacto da mdia
sobre a criana a
mediao dos pais.
-
22
3 A LINGUAGEM DOS DESENHOS ANIMADOS E A FORMAO DE VALORES DAS
CRIANAS
3.1 IDEOLOGIA
Fonte: www.google.com.br
A palavra ideologia pode assumir diversos significados. De
acordo com
Konder (2002, p. 259)
[...] a caracterstica fundamental da ideologia seria o fato de
ela se prestar orientao da vida prtica dos indivduos, ou seja, de
fornecer a base para a resoluo dos problemas prticos da vida em
sociedade. Nesse sentindo, a ideologia teria uma funo operativa e
existiria desde o momento em que os homens vivem em
coletividade.
Nesse sentido, os desenhos animados, assim com outras
ferramentas
ideolgicas tendem estabelecer ideais de vida para seu pblico
mais assduo, as
crianas.
Os desenhos animados aparecem sempre ocupando grande espao
nas
mdias audiovisuais, seu sucesso antigo e constante. E com o
crescimento da
influencia dos meios de comunicao em massa no cotidiano das
pessoas, o
discurso persuasivo to disseminado na poltica, nas propagandas,
nos meios
econmicos passou a fazer parte dos desenhos animados. As produes
esto cada
vez mais carregadas de ideologias e no desejam apenas mostrar
produtos, expor
-
23
conceitos ou apresentar histrias, mas vender idias e modos de
viver. Nelas, no
existe apenas o desejo de convencer o telespectador que um
produto bom, a
inteno que o individuo perceba que aquela idia ou produto mais
que
verdadeiro, ele nico e, portanto indispensvel.
Esse discurso persuasivo pretende moldar as nossas concluses,
prescrever
o que devemos querer e no querer. Ou seja, determinar as nossas
necessidades.
Os desenhos animados como parte dessas produes, seguem a
mesma
linha de raciocnio. Atingindo o individuo desde a infncia at a
idade adulta, ele
consegue ser um eficiente instrumento de formao de
significados.
Schmaedecke (Apud SOUZA, 2003, p.12) afirma:
Os desenhos animados, hoje, no se limitam ao micro-universo em
que esto inseridos o texto -, nem ao espao delimitado pelas
polegadas de uma tela de TV; eles interagem de forma bastante
dinmica com o mundo real: determinam posturas, comandam aes, ditam
regras.
Partindo dessa afirmao os desenhos animados no existem apenas
como
passatempo para as crianas, pois tm uma intencionalidade bem
maior que divertir:
moldam o comportamento das crianas, impondo-lhes esteretipos que
podem ser
seguidos.
Atravs de histrias fictcias o desenho animado um grande
exemplificador
de quais atitudes so corretas ou no para a sociedade,
estabelecendo padres e
posturas, que sugeridas pelos desenhos animados s so aceitas por
quem se
reconhece e identifica algo relacionado a sua realidade.
Os desenhos animados atingem as crianas com mais facilidade
porque so
telespectadores que ainda esto em formao de valores. Deste modo,
funciona no
sentido de legitimar condutas como corretas e adequadas, ou
seja, o entendimento
que o desenho transmite que a sociedade funciona de tal forma e
o individuo deve
se enquadrar.
Dessa forma os desenhos animados devem ser observados com ateno,
ou
seja, assisti-los como algo destinado ao lazer infantil, pois
pode ser o responsvel
por disseminar contedos muitas vezes inconvenientes formao da
criana.
-
24
A facilidade em identificar-se com os personagens e com a
narrativa dos
desenhos deixa as crianas vulnerveis aos valores e ideologias
dos desenhos
animados.
Segundo Fischer (2002) existe subjetividade nos desenhos
animados que
condicionam as crianas, pois se identificam com os personagens
dos desenhos
animados e reproduzem, imitam atitudes, palavras e modos de agir
da personagem
preferida, tornando-se referencial e modelo.
Sendo assim, em desenhos animados onde predomina a luta, sangue,
morte,
os termos pejorativos, as crianas tero tendncia reproduo de atos
cometidos
pelos herois e heronas.
3.2 VALORES MORAIS E IMPACTOS
Fonte: www.google.com.br
No que diz respeito aos desenhos animados se analisarmos seu
contedo
notamos que a quantidade de violncia presente nas cenas pode ser
mais presente
que a de um programa adulto e leva confuso acerca do
assunto.
As personagens dos desenhos animados que as crianas se
identificam
podem ser positivos ou negativos. Elas influenciam no
comportamento das crianas,
nas atitudes e construo de valores morais.
-
25
Mas no pode discutir valores morais sem trazer conceitos sobre
moral.
A palavra moral tem origem no latim morus, significando usos e
costumes. E,
de acordo com Goldim7 o conjunto das normas para o agir
especfico ou
concreto.
Segundo o site jurisway8 Moral tem como idia e valor central o
conceito de
bem, que pode ser entendido como tudo aquilo que promove e
desenvolve o ser
humano. Alm desse conceito o artigo traz ainda o conceito de
moral social que
corresponde a um Conjunto de princpios e critrios que orientam a
vida social de
um povo, em uma determinada poca e local. Pois, esse moral no
fruto de uma
conscincia individual, mas de acordo com valores eleitos por uma
sociedade.
De acordo com o Dicionrio de Mario Ferreira dos Santos9, moral
:
Um sistema de regras de conduta, pois uma cincia prtica e
normativa, que indica como viver de acordo com a sua natureza
[...]. A Moral o conjunto das regras que indicam ao homem como
viver de acordo com a sua natureza. E esse conjunto de regras que
so apropriadas, ora a uma funo, ora a um grupo social, ora a
todos.
Para Piaget (1994, p. 9) moral um sistema de regras, e a essncia
de toda
a moralidade consiste no respeito que o indivduo sente por tais
regras, pois a moral
da criana se constri a partir da formao dos conceitos de ordens
e regras.
Ainda segundo Piaget (1994), o desenvolvimento moral das crianas
vai da
anomia (conscincia centrada no eu), passa pela heteronomia
(imposta a partir do
exterior como sistema de regras obrigatrias) at a autonomia
(surge do prprio
indivduo como conjunto de princpios de justia, tem carter
espontneo e baseia-
se no principio da igualdade e do respeito mtuo). Segundo o
mesmo autor (1994, p.
11) A moralidade no um valor que nasce com o indivduo, ela
construda ao
longo do tempo e tem como alicerce a ao.
Se relacionarmos os conceitos de Piaget com a rotina de violncia
presente
nos desenhos animados se no forem orientadas sobre aquilo que
esto assistindo,
7 Conceito de moral segundo o Prof. Jos Roberto Goldim.
Disponvel em: http://www.ufrgs.br/bioetica/moral.htm 8Site
Jurisway. Disponvel em:
http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=6472 9
Dicionrio Mario Ferreira dos Santos. Disponvel em:
http://www.tirodeletra.com.br/ensaios/Dicionario-Moral.htm
-
26
as crianas podem agir e reagir a determinadas situaes da maneira
que julgar
necessrio, e influenciadas pela TV podem entender que a melhor
maneira a
violncia.
Para Salgado (2005, p. 8) o desenho animado traz valores e
modelos
determinados que sero copiados pela criana, no sentido de afetar
e modelar sua
conduta. Sendo assim, a exibio de desenhos animados com
insinuaes ou
mensagens de contedo violento projeta no pblico infantil um
comportamento de
mesmo padro. Salgado (2005, p. 8) defende ainda que H uma
dimenso
educativa nos desenhos animados, principalmente se considerarmos
o aspecto ativo
dos valores que podem ser construdos quando a criana interage
com eles. Ou
seja, o desenho animado, assim como a escola e a famlia, tambm
educa as
crianas seja de maneira positiva ou negativa.
Observando os contedos dos desenhos animados baseadas nas
afirmaes
de Salgado percebemos que os desenhos animados envolvem muito
mais aspectos
importantes da imaginao da criana do que os pais entendem e a
maneira que
conduz a imaginao das crianas podem ter conseqncias desastrosas
nos seus
valores.
Segundo Girardello (2005) as crianas precisam da fantasia como
a
encontrada nos desenhos animados, mas essa fantasia deve ser
observada
criteriosamente para que proporcione um efeito positivo sobre a
conduta da criana
e no o contrrio.
O que se pode notar diante do foi exposto que, mesmo fazendo
parte do
cotidiano das crianas os desenhos animados possuem uma
ideologia, uma
intencionalidade, sua influncia imensa e pode variar de acordo
com o receptor.
Portanto, importante a ateno dos pais ou responsveis para aquilo
que seus
filhos esto assistindo e no a utilizao da televiso para ocupar o
tempo das
crianas. A TV tambm educa e, dependendo daquilo que est sendo
exibido pode
provocar srios danos formao moral das crianas.
4 PESQUISA DE CAMPO ITINERANTE
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27
De acordo com as leituras em Piaget (1994) o desenvolvimento
infantil se d
a partir da interao com o meio e conforme discutimos em captulos
anteriores
difcil negar que a televiso, sobretudo os desenhos animados,
contribui de forma
significativa para a formao de valores das crianas. Desse modo,
este captulo
apresenta resultados da pesquisa de campo realizada nos bairros
Alagoinhas Velha,
2 de Julho e Mangal na cidade de Alagoinhas-BA, com a finalidade
de identificar e
analisar os valores dos desenhos animados que emergem nas
crianas.
A coleta dos dados aconteceu da seguinte forma: conforme indicao
da
orientadora de Monografia, Maria Jos de Oliveira Santos, nos
dirigiu Unio das
Associaes de Moradores de Alagoinhas (UAMA), onde recebemos uma
lista com
o nome dos bairros da cidade, associao e respectivos
presidentes. De posse
desse material nos dirigimos s associaes dos bairros onde
pretendamos realizar
a pesquisa para pedirmos autorizao para entrevistar os moradores
e obter
informaes sobre o bairro entre elas localizao, classe social e
cultura
predominante. Essa etapa apesar de anteriormente considerada
rpida, foi
demorada, pois encontramos dificuldades para encontrar os
presidentes das
associaes e quando finalmente conseguimos entrar em contato
alguns deles no
estavam mais ocupando o cargo, ento comeamos nova jornada em
busca dos
atuais presidentes.
Aps essa primeira etapa e com autorizao das associaes seguimos
para
a entrevista com as famlias e as crianas. Nessa etapa foi
realizada uma entrevista
semiestruturada com as crianas (APENDICE A) e suas famlias ou
responsveis
(APENDICE B), alm da observao das crianas assistindo desenhos
animados
que s foi possvel devido nossa flexibilidade nos horrios de
pesquisa, dando
preferncia aos horrios da programao infantil da televiso aberta.
Inicialmente a
pretenso era que a pesquisa fosse realizada com dez famlias de
cada bairro, mas,
devido ao tempo gasto com as associaes reduzimos para cinco
famlias de cada
bairro.
Ao longo desse capitulo analisamos e discutimos as respostas
obtidas em
cada bairro sem deixar de fundamentar nossos comentrios em
tericos
apropriados.
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28
4.1 BAIRRO ALAGOINHAS VELHA
Igreja Inacabada de Alagoinhas Velha
Fonte: Pesquisa de campo, 2010.2
O bairro Alagoinhas Velha foi onde nasceu a cidade de
Alagoinhas. No final
do sculo XVIII, um padre fundou uma capela nesse povoado. Em
volta da igreja de
Santo Antonio foram construdas muitas casas e esse povoado foi
promovido a vila,
mais tarde a vila se desenvolveu e tornou-se um municpio. Mas
seu
desenvolvimento no ficou restrito aquela rea. A cidade comeou a
se desenvolver
mais prximo a estao ferroviria localizada no 2 de Julho, e a
antiga vila passou a
ser o bairro Alagoinhas velha.
Considerada como um bairro de classe mdia, o bairro Alagoinhas
velha tem
uma populao de aproximadamente 12 mil habitantes.
A pesquisa nesse bairro foi realizada com cinco famlias
localizadas em
pontos diferentes, primeiro com familiares (pai ou me) na
ausncia das crianas
para evitar influncias nas respostas.
A entrevista procedeu da seguinte maneira:
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29
1 A senhora trabalha? Estuda?
No estudo, nem trabalho. (Me da criana n1) Trabalho durante o
dia e fao faculdade a noite (Me da criana n2) No estudo, nem
trabalho. (Me da criana n3) No estudo porque no tenho mais pacincia
pra isso, parei na 4 srie (Ensino Fundamental I) e por isso no
trabalho. (Me da criana n4) Trabalho durante o dia e s vezes fao
bicos de noite. (Pai da criana n5)
2 Se trabalha ou estuda quem fica com sua criana (filho e/ou
filha) ?
Eu mesmo. (Me da criana n1) Quando ela no est na escola ou na
banca, ela fica com a av ou com a tia. (Me da criana n2) Eu fico
com meu filho quando ele est em casa. (Me da criana n3) Eu mesmo
tomo conta deles. (Me da criana n4) A av deles. (Pai da criana
n5)
3 Quando est em casa conversa com sua criana?
Converso sim, quando eles fazem alguma coisa errada eu chamo
eles e converso. (Me da criana n1) s vezes sim, passo o dia todo
fora, ela fica mais com a av do que comigo. (Me da criana n2)
Converso muito, porque tenho medo dele se meter com pessoas
erradas. (Me da criana n3) Converso sobre muita coisa. (Me da
criana n4) No fico muito em casa, mas quando posso converso com
eles. (Pai da criana n 5)
4 Assistem televiso juntos?
Assisto sim. (Me da criana n1) No tenho muito tempo , mas quando
eu t em casa assisto. (Me da criana n2) A gente assiste quase o dia
todo, principalmente de manh que a hora que passa desenho. (Me da
criana n3) Assisto pouco, porque eu aproveito a hora que eles ficam
na televiso pra adiantar o que eu tenho que fazer. (Me da criana
n4) No tenho tempo pra isso, trabalho muito pra dar comida a eles.
(Pai da criana n 5)
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30
5 Em caso afirmativo o que assistem juntos?
Desenhos, filmes, novelas. (Me da criana n1)
Filmes e novelas. (Me da criana n2) Desenho. (Me da criana n3)
Desenho, novela e os dvds que o pai deles traz. (Me da criana n4)
Essa pergunta no foi feita ao pai da criana n 5 devido resposta
obtida na pergunta anterior.
6 Ela assiste televiso?
Muito, o dia todo. (Me da criana n1) Quando est em casa ela fica
o tempo todo assistindo. (Me da criana n2) Assiste. (Me da criana
n3) Se eu deixar fica o dia todo, mas eu s deixo de manh porque
passa os desenhos que eles gostam. (Me da criana n4) Assistem,
quando eu chego do trabalho eles esto na televiso. (Pai da criana n
5)
7 Quanto tempo ela passa vendo TV?
Se deixar, o dia todo. (Me da criana n1) Ela assiste mais quando
t passando desenho. (Me da criana n2) O tempo todo, mas de manh
eles gostam mais porque passa desenho. (Me da criana n3) Muito
tempo, nem sei lhe dizer quanto. (Me da criana n4) No sei lhe
dizer, mas acho que muito. (Pai da criana n 5)
8 Qual o horrio que ela mais assiste?
De manh. (Me da criana n1) De manh. (Me da criana n2) De manh.
(Me da criana n3) De manh. (Me da criana n4) Acho que de manh,
porque passa aqueles desenhos que eles gostam. (Pai da criana n
5)
9 O (a) Senhor (a) acompanha a programao assistida pelas
crianas?
-
31
Acompanho sim, eu s deixo eles assistirem desenho porque para
criana. E os filmes que eles assistem eu olho antes pra ver se no
tem cenas imprprias. (Me da criana n1) No muito, mas no me preocupo
com isso porque o que ela gosta de assistir desenho. (Me da criana
n2) Acompanho, s deixo assistir programas para criana. (Me da
criana n3) Acompanho. (Me da criana n4) No, como j disse no tenho
tempo. (Pai da criana n5)
10 O que ela mais gosta de assistir?
Desenho. (Me da criana n1) Desenho animado. (Me da criana n2)
Desenhos. (Me da criana n3) Desenho e filmes. (Me da criana n4) Os
desenhos que passam de manh na televiso. (Pai da criana n5)
11 O que mais gosta que ela assista? Por qu?
Desenhos animados. Porque os outros programas que passam na
televiso so muito violentos pra crianas ou tem cenas imprprias. (Me
da criana n1) Desenhos prprios para a idade dela. (Me da criana n2)
Programas infantis. (Me da criana n3) Desenhos que ensinem alguma
coisa pra eles. (Me da criana n4) Desenhos animados, programas
educativos. (Pai da criana n5)
12 Ela gosta de desenho animado? Qual desenho mais gosta?
Eles gostam muito dos desenhos da TV globinho, homem de ferro,
pica-pau, Tom e Jerry. (Me da criana n1) Ela gosta sim,
principalmente bob esponja, trs espis e barbie. (Me da criana n2)
Eles gostam muito de homem-aranha, pica-pau, os simpsons. (Me da
criana n3) Com certeza Os Simpsons, eles assistem o tempo todo. (Me
da criana n4) Tem um desenho que eles assistem muito, acho que
Dragon Ball Z o nome do desenho. (Pai da criana n5)
13 Por que gosta desse desenho? Ser possvel responder?
-
32
No sei, acho que porque so desenhos engraados. (Me da criana n1)
Acho que porque tem aquelas fantasias de menina. (Me da criana n2)
Porque so desenhos interessantes, que tem comdia. (Me da criana n3)
Porque tem muitas piadas, e os personagens so muito engraados. (Me
da criana n4) No sei, acho que coisa de criana mesmo. Muita gente
assiste esse desenho. (Pai da criana n5)
14 O (a) Senhor (a) assiste com sua criana?
Assisto. (Me da criana n1) Assisto s quando t em casa e no t
muito ocupada. (Me da criana n2) Assisto. (Me da criana n3) difcil,
mas quando d eu assisto. (Me da criana n4) No. (Pai da criana
n5)
15 Conseguiria informar se esse desenho animado violento ou no?
Por
qu?
No acho que seja no, eles tem algumas cenas de briga, mas no
acredito que as crianas vo brigar por causa disso. (Me da criana
n1) No so violentos, so programas feitos para crianas. (Me da
criana n2) Violentos no. Existem coisas mais violentas que passam
no jornal e ningum acha que pode influenciar as crianas, no vai ser
um desenho que eles sabem que de mentira que vai influenciar. (Me
da criana n3) Talvez, mas eles no assistem por causa da violncia,
eles assistem porque engraado. (Me da criana n4) S porque tem muita
luta, no quer dizer que vai fazer a criana sair batendo em todo
mundo. Isso acontece por falta de educao e no por causa de um
desenho. (Pai da criana n5)
16 Sua criana costuma reproduzir cenas de desenhos animados em
suas brincadeiras? O que acha disso?
s vezes sim, mas eu no vejo nada de mais. (Me da criana n1) Com
certeza, normal a criana fazer isso. (Me da criana n2) Sim. Eu acho
interessante porque eles aprendem o que assistem em pouco tempo.
(Me da criana n3) Normal. a hora de diverso deles. (Me da criana
n4) Todo mundo que j foi criana fez isso. (Pai da criana n5)
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33
17 Quem deve se preocupar mais com a qualidade dos desenhos a
TV, a escola ou a famlia? Explique.
A famlia. Porque a famlia que controla o que a criana assiste.
(Me da criana n1) A famlia. Porque pode dizer o que no pode e o que
pode assistir. (Me da criana n2) A famlia. Porque ela que decide
hora de assistir e o que assistir. (Me da criana n3) A famlia.
Porque controla a televiso. (Me da criana n4) A famlia. Porque quem
educa as crianas. (Pai da criana n5)
Das crianas entrevistadas nesse bairro uma tem seis anos, duas
tem sete
anos e duas delas oito anos. Quase todas possuem pai e me exceto
uma que mora
apenas com o pai. A entrevista seguiu da seguinte forma:
1 Voc estuda? Onde?
No. Ainda no fui pra escola. (Criana n1 7 anos menino) Estudo.
No Colgio Dnamo. (Criana n2 7 anos menina) Estudo. Na Escola
Estadual So Francisco. (Criana n3 8 anos menino) Estudo. No
Educandrio Santo Antonio. (Criana n4 6 anos menino) Estudo. Na
Escola Municipal Marco Maciel. (Criana n5 8 anos menino)
2 Quando no est na escola o que faz?
Quando eu t em casa eu brinco, jogo vdeo game, assisto. (Criana
n1 7 anos menino) Brinco, assisto. (Criana n2 7 anos menina)
Brinco, jogo vdeo game. (Criana n3 8 anos menino) Brinco e assisto.
(Criana n4 6 anos menino) Brinco e assisto. (Criana n5 8 anos
menino)
3 Ler revistinhas? Qual sua preferida?
No sei ler ainda. (Criana n1 7 anos menino) Leio. Os trs
porquinhos. (Criana n2 7 anos menina) No. (Criana n3 8 anos menino)
No. (Criana n4 6 anos menino)
-
34
No. (Criana n5 8 anos menino)
4 Assiste televiso? Sim ou no?
Sim. (Criana n1 7 anos menino) Assisto. (Criana n2 7 anos
menina) Assisto. (Criana n3 8 anos menino) Assisto. (Criana n4 6
anos menino) Assisto muito. (Criana n5 8 anos menino)
5 O que costuma assistir na televiso?
Desenhos. (Criana n1 7 anos menino) Desenho. (Criana n2 7 anos
menina) Desenho. (Criana n3 8 anos menino) Desenho e filme. (Criana
n4 6 anos menino) Desenho e filme. (Criana n5 8 anos menino)
6 Voc gosta de desenho animado? Sim ou No?
Sim. (Criana n1 7 anos menino) Sim. (Criana n2 7 anos menina)
Gosto. (Criana n3 8 anos menino) Sim. (Criana n4 6 anos menino)
Sim. (Criana n5 8 anos menino)
7 Qual desenho que mais gosta? Por qu?
Tom e Jerry. Porque engraado. (Criana n1 7 anos menino)
Bob esponja. Porque ele alegre e engraado. (Criana n2 7 anos
menina) Kung Fu Panda.Porque um desenho de luta. (Criana n3 8 anos
menino) Os Simpsons. Porque muito engraado e eu aprendo muitas
brincadeiras. (Criana n4 6 anos menino) Dragon Ball Z. Porque eu
quero ser lutador igual a Goku. (Criana n5 8 anos menino)
-
35
8 Qual a personagem que mais gosta? Por qu?
Jerry. Porque ele pequenininho e engraado. (Criana n1 7 anos
menino) Patrick (estrela do mar). Porque ele retardado. (Criana n2
7 anos menina) Poh (panda). Porque ele no sabe lutar no comeo, mas
depois ele aprende e derrota o mal. (Criana n3 8 anos menino) Bart
Simpson. Porque ele esperto. (Criana n4 6 anos menino) Goku. Porque
ele o heri. (Criana n5 8 anos menino)
9 Essa personagem do bem ou do mal?
Do bem. Porque ele um rato e os ratos no fazem mal. (Criana n1 7
anos menino)
Do bem. (Criana n2 7 anos menina) Do bem. (Criana n3 8 anos
menino) Do bem. (Criana n4 6 anos menino) Do bem. (Criana n5 8 anos
menino)
10 Qual o episdio que mais gosta? Por qu?
Assombrosos amigos. Porque o rato ganha uns anis do poder e
aperta a mo do gato com os poderes. (Criana n1 7 anos menino) No
lembro o nome, mas eu gosto de todos. (Criana n2 7 anos menina)
Todos. Porque todos so engraados. (Criana n3 8 anos menino) Todos
os episdios. Porque Bart apronta em todos. (Criana n4 6 anos
menino) O episdio que Goku mata Vegeta (seu irmo). (Criana n5 8
anos menino)
11 Quando uma personagem bate no outro voc gosta? Sim ou no?
Sim. Eu gosto quando Jerry bate em Tom. (Criana n1 7 anos
menino) No. (Criana n2 7 anos menina) Sim. (Criana n3 8 anos
menino) Gosto. (Criana n4 6 anos menino) Sim. (Criana n5 8 anos
menino)
-
36
12 - Quando uma personagem bate no outro machuca? Sim ou no?
No. Porque desenho. (Criana n1 7 anos menino) Machuca. (Criana
n2 7 anos menina) Machuca. (Criana n3 8 anos menino) No. (Criana n4
6 anos menino) No. (Criana n5 8 anos menino)
13- certo uma personagem maltratar o outro? Sim ou no?
No. (Criana n1 7 anos menino) No. (Criana n2 7 anos menina) No.
(Criana n3 8 anos menino) Depende do que o outro fez. (Criana n4 6
anos menino) No. Mas mesmo assim pode. (Criana n5 8 anos
menino)
14 Se o mal machucar o bem est certo? Sim ou no? Por qu?
No. Porque o bem sempre vence. (Criana n1 7 anos menino) No.
Porque errado. (Criana n2 7 anos menina) Sim. Porque eu gosto.
(Criana n3 8 anos menino) S se o bem for muito chato. (Criana n4 6
anos menino) No. Porque o bem que tem que ganhar. (Criana n5 8 anos
menino)
15 E quando o bem machuca o mal, pode? Sim ou no? Por qu?
Sim. Porque o mal faz mal para as pessoas e o bem tem que bater
nele. (Criana n1 7 anos menino) Pode. Porque o mal faz o mal.
(Criana n2 7 anos menina) Pode. Porque ele est fazendo a coisa
certa. (Criana n3 8 anos menino) Pode. Porque o mal merece. (Criana
n4 6 anos menino) Pode. Porque o bem quem vence. (Criana n5 8 anos
menino)
16 Tem diferena quando mal maltrata bem ou o contrrio? Sim ou
no? Por qu?
-
37
Sim. Porque o bem sempre vence. (Criana n1 7 anos menino) Sim.
Porque o bem do lado bom e o mal do lado ruim. (Criana n2 7 anos
menina) Tem. O bem pode e o mal no. (Criana n3 8 anos menino) Tem.
Se o bem bater porque o outro mereceu. (Criana n4 6 anos menino)
Tem. Eu no gosto quando o mal ganha. (Criana n5 8 anos menino)
17 Voc j brincou maltratando algum amigo como se fosse uma
personagem? Sim ou no?
Sim. (Criana n1 7 anos menino) No. (Criana n2 7 anos menina)
Sim. (Criana n3 8 anos menino) Sim. (Criana n4 6 anos menino) Sim.
(Criana n5 8 anos menino)
Se respondeu sim o que achou da brincadeira?
Gostei. (Criana n1 7 anos menino) Essa pergunta no foi feita a
entrevistada n 2 devido resposta anterior. Boa. Porque eu que tava
batendo. (Criana n3 8 anos menino) Gostei. (Criana n4 6 anos
menino) Gostei. (Criana n5 8 anos menino)
E seu amigo?
Acho que gostou. (Criana n1 7 anos menino) Essa pergunta no foi
feita a entrevistada n 2 devido resposta anterior. Ruim. Porque ele
apanhou. (Criana n3 8 anos menino) No. Ele fraco. (Criana n4 6 anos
menino) No gostou. (Criana n5 8 anos menino)
18 Em qual horrio costuma assistir televiso? Pela manh, a tarde,
ou a
noite?
De manh e de tarde. (Criana n1 7 anos menino)
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38
De tarde. (Criana n2 7 anos menina) De tarde. (Criana n3 8 anos
menino) De manh. (Criana n4 6 anos menino) De manh e de noite.
(Criana n5 8 anos menino)
19 Seu pai e sua me concordam com os desenhos que assiste? Ou no
falam nada sobre o assunto?
Minha me concorda, mas meu pai s vezes briga. (Criana n1 7 anos
menino) Minha me concorda, mas meu pai no. Porque ele crente.
(Criana n2 7 anos menina) Meu pai no concorda. Mas minha me sim.
(Criana n3 8 anos menino) Concordam. (Criana n4 6 anos menino) Meu
pai no diz nada. (Criana n5 8 anos menino)
20 Tem alguma diferena do desenho para a realidade?Qual?
Tem. Na realidade bate de verdade e no desenho de mentira.
(Criana n1 7 anos menino) Tem. Nos desenhos tudo de mentira.
(Criana n2 7 anos menina) Tem. Na realidade est acontecendo de
verdade e no desenho de mentira. (Criana n3 8 anos menino) No. Se
no desenho pode de verdade tambm pode. (Criana n4 6 anos menino)
Tem. No sei. (Criana n5 8 anos menino)
4.2 BAIRRO MANGAL
Rua So Braz, Bairro Mangal
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39
Fonte: Pesquisa de campo, 2010.2.
O Bairro Mangal, localizado afastado do centro da cidade, possui
esse nome
devido a grande quantidade de feijo mangal que existia na regio.
Esse bairro
comeou a se formar aps a morte de um grande fazendeiro local,
quando a famlia,
por questo de sobrevivncia, resolveu lotear suas terras. Assim
surgiram as
primeiras casas do bairro. Segundo o ento presidente da associao
do bairro este
um bairro de classe mdia e com aproximadamente 13.000
moradores.
A entrevista, com as mesmas perguntas, deu-se da seguinte
forma:
1 O(a) senhor (a) trabalha? Estuda?
No estudo, nem trabalho. (Me das crianas n 1 e 2) Trabalho. (Pai
das crianas n 3 e 4) Trabalho. (Me da criana n 5)
2 Se trabalha ou estuda quem fica com sua criana (filho e/ou
filha) ?
Eu mesma. (Me das crianas n 1 e 2) Minha esposa. (Pai das
crianas n 3 e 4) Uma pessoa de confiana. (Me da criana n 5)
3 Quando est em casa conversa com sua criana?
Sim. (Me das crianas n 1 e 2) Sim, com certeza. (Pai das crianas
n 3 e 4) Converso demais. (Me da criana n 5)
4 Assistem televiso juntos?
Sim, muito. (Me das crianas n 1 e 2) Sim. (Pai das crianas n 3 e
4) Com certeza. (Me da criana n 5)
5 Em caso afirmativo o que assistem juntos?
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Desenhos. (Me das crianas n 1 e 2) Filmes. (Pai das crianas n 3
e 4) Jornal, novelas, filmes, desenhos. (Me da criana n 5)
6 Ela assiste televiso?
Assistem. (Me das crianas n 1 e 2) Assistem. (Pai das crianas n
3 e 4) Assiste. (Me da criana n 5)
7 Quanto tempo ela passa vendo TV? O tempo todo. (Me das crianas
n 1 e 2) Muito tempo. (Pai das crianas n 3 e 4) Pouco tempo. (Me da
criana n 5)
8 Qual o horrio que ela mais assiste?
tarde. (Me das crianas n 1 e 2) tarde. (Pai das crianas n 3 e 4)
De manh. (Me da criana n 5)
9 O (a) Senhor (a) acompanha a programao assistida pelas
crianas?
Acompanho. (Me das crianas n 1 e 2) Com certeza. (Pai das
crianas n 3 e 4) Acompanho. (Me da criana n 5)
10 O que ela mais gosta de assistir?
Desenhos. (Me das crianas n 1 e 2) Desenho animado. (Pai das
crianas n 3 e 4) Desenhos. (Me da criana n 5)
11 O que mais gosta que ela assista? Por qu?
Desenhos educativos. Porque ensinam. (Me das crianas n 1 e 2)
Discovery Kids. Porque educativo. (Pai das crianas n 3 e 4)
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Desenhos. Porque para a idade dele. (Me da criana n 5)
12 Ela gosta de desenho animado? Qual desenho ela mais
gosta?
Gosta. Ben 10 (Me das crianas n 1 e 2) Sim. Angelina bailarina.
(Pai das crianas n 3 e 4) Sim. Homem-aranha. (Me da criana n 5)
13 Por que ele gosta desse desenho? Ser possvel responder?
Por causa dos bichos que ele se transforma. (Me das crianas n 1
e 2) Porque tem toda aquela fantasia de menina. (Pai das crianas n
3 e 4) No sei dizer. (Me da criana n 5)
14 O Senhor (a) assiste com sua criana?
Assisto. (Me das crianas n 1 e 2) Sim. (Pai das crianas n 3 e 4)
Assisto. (Me da criana n 5)
15 Conseguiria informar se esse desenho animado violento ou no?
Por qu?
Sim. Porque tem luta, luta contra o mal. (Me das crianas n 1 e
2) No. educativo. (Pai das crianas n 3 e 4) Sim. Porque tem cenas
de luta e violncia. (Me da criana n 5)
16 Sua criana costuma reproduzir cenas de desenhos animados em
suas brincadeiras? O que o Senhor (a) acha disso?
Sim. Eu no gosto muito. (Me das crianas n 1 e 2) Sim. Se no
forem exemplos violentos, eu gosto, acho importante. (Pai das
crianas n 3 e 4) No. Porque eu converso com ele. Se ele me
desobedecer eu quebro ele no pau. (Me da criana n 5)
17 Quem deve se preocupar mais com a qualidade dos desenhos a
TV, a escola ou a famlia? Explique sua resposta?
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A famlia. Porque ela que pode controlar o que a criana assiste e
ensinar a no assistir tambm em outro lugar. (Me das crianas n 1 e
2) A sociedade (o governo particularmente). Deveria fiscalizar e
censurar com mais rigor os programas e os desenhos violentos. (Pai
das crianas n 3 e 4) A famlia. Porque ela que diz o que a criana
pode assistir. (Me da criana n 5)
Das crianas entrevistadas nesse bairro uma tem quatro anos, uma
tem cinco
anos, uma tem sete anos e duas delas tem oito anos. Todas elas
possuem pai e
me e moram com eles. A entrevista seguiu da seguinte forma:
1 Voc estuda? Onde?
Sim. Na escola Tempos de Infncia. (Criana n1 5 anos menina) Sim.
Na escola Tempos de Infncia. (Criana n2 4 anos menino) Sim. Na
escola Contos de Criana. (Criana n3 8 anos menina) Sim. Na escola
Contos de Criana. (Criana n4 8 anos menina) Estudo. Na Escola
Contos de Criana. (Criana n5 7 anos menino)
2 Quando no est na escola o que faz?
Brinco. (Criana n1 5 anos menina) Brinco, assisto. (Criana n2 4
anos menino) Brinco, assisto. (Criana n3 8 anos menina) Brinco.
(Criana n4 8 anos menina) Brinco. (Criana n5 7 anos menino)
3 Ler revistinhas? Qual sua preferida? No. (Criana n1 5 anos
menina) No. (Criana n2 4 anos menino) Leio. Cinderela. (Criana n3 8
anos menina) Leio. Cinderela. (Criana n4 8 anos menina) No. (Criana
n5 7 anos menino)
4 Assiste televiso? Sim ou no? Sim. (Criana n1 5 anos menina)
Sim. (Criana n2 4 anos menino)
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Sim. (Criana n3 8 anos menina) Sim. (Criana n4 8 anos menina)
Sim. (Criana n5 7 anos menino)
5 O que costuma assistir na televiso?
Desenhos. (Criana n1 5 anos menina) Desenho, novela. (Criana n2
4 anos menino) Desenho. (Criana n3 8 anos menina) Desenho. (Criana
n4 8 anos menina) Desenho. (Criana n5 7 anos menino)
6 Voc gosta de desenho animado? Sim ou No? Sim. (Criana n1 5
anos menina) Sim. (Criana n2 4 anos menino) Sim. (Criana n3 8 anos
menina) Sim. (Criana n4 8 anos menina) Sim. (Criana n5 7 anos
menino)
7 Qual desenho mais gosta? Por qu?
Princesas do mar. Por causa das princesas. (Criana n1 5 anos
menina) Chaves. Porque bom. (Criana n2 4 anos menino)
Cinderela.Porque ela casa com o prncipe. (Criana n3 8 anos menina)
Clube das winks e Pink Dink Doo. Porque elas so fadas com poderes e
o outro porque eu aprendo muitas coisas. (Criana n4 8 anos menina)
Power rangers. Porque tem luta. (Criana n5 7 anos menino)
8 Qual personagem mais gosta? Por qu?
A princesa rosa. Porque ela bonita. (Criana n1 5 anos menina)
Kiko. Porque ele chora engraado. (Criana n2 4 anos menino)
Cinderela. Porque ela boa com todo mundo. E Pink porque ela
inteligente. (Criana n3 8 anos menina) Blue (fada azul). Porque ela
a fada mais esperta. (Criana n4 8 anos menina) Mercrio. Por causa
dos poderes dele. (Criana n5 7 anos menino)
9 Essa personagem do bem ou do mal?
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Do bem. (Criana n1 5 anos menina) Do bem. (Criana n2 4 anos
menino) Do bem. (Criana n3 8 anos menina) Do bem. (Criana n4 8 anos
menina) Do bem. (Criana n5 7 anos menino)
10 Qual o episdio que mais gosta? Por qu?
Gosto de todos. (Criana n1 5 anos menina) Todos. (Criana n2 4
anos menino) Gosto de todos. (Criana n3 8 anos menina) Quando ela
se transforma em fada. (Criana n4 8 anos menina) O episdio que ele
ganha os poderes. (Criana n5 7 anos menino)
11 Quando uma personagem bate no outro voc gosta? Sim ou no?
No. (Criana n1 5 anos menina) Sim. (Criana n2 4 anos menino) No.
Porque isso mal. (Criana n3 8 anos menina) No. (Criana n4 8 anos
menina) No. (Criana n5 7 anos menino)
12 Quando uma personagem bate no outro machuca? Sim ou no?
No. (Criana n1 5 anos menina) No. (Criana n2 4 anos menino) Sim.
(Criana n3 8 anos menina) Sim. (Criana n4 8 anos menina) No.
(Criana n5 7 anos menino)
13 certo uma personagem maltratar o outro? Sim ou no?
No. (Criana n1 5 anos menina) No. (Criana n2 4 anos menino) No.
feio. (Criana n3 8 anos menina) No. (Criana n4 8 anos menina) No.
(Criana n5 7 anos menino)
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14 Se o mal machucar o bem est certo? Sim ou no? Por qu?
No. Porque no. (Criana n1 5 anos menina) Sim. Porque eu gosto.
(Criana n2 4 anos menino) Errado. Porque no certo bater. (Criana n3
8 anos menina) No. Porque o do bem no fez nada nele. (Criana n4 8
anos menina) No. Porque errado. (Criana n5 7 anos menino)
15 E quando o bem machuca o mal, pode? Sim ou no? Por qu?
No. Porque no. (Criana n1 5 anos menina) Sim. Porque sim.
(Criana n2 4 anos menino) Sim. Porque o outro fez alguma coisa
errada. (Criana n3 8 anos menina) No. Porque nenhum pode bater no
outro. (Criana n4 8 anos menina) Sim. Porque ele est sempre certo.
(Criana n5 7 anos menino)
16 Tem diferena quando mal maltrata bem ou o contrrio? Sim ou
no? Por qu?
No. Porque no. (Criana n1 5 anos menina) No. tudo igual. (Criana
n2 4 anos menino) s vezes. S pode quando o outro fez uma coisa
errada. (Criana n3 8 anos menina) Tem. Porque no pode bater no
outro, mas se o do mal provocou ele merece. (Criana n4 8 anos
menina) Tem. Porque se o bem bateu porque o mal mereceu. (Criana n5
7 anos menino)
17 Voc j brincou maltratando algum amigo como se fosse uma
personagem? Sim ou no?
No. Eu no gosto. (Criana n1 5 anos menina) No. (Criana n2 4 anos
menino) Sim. (Criana n3 8 anos menina) Sim. (Criana n4 8 anos
menina) No. Porque se eu brincar assim minha me me bate. (Criana n5
7 anos menino)
Se respondeu sim o que achou da brincadeira?
Devido resposta anterior essa pergunta no foi feita a criana n
1.
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Devido resposta anterior essa pergunta no foi feita a criana n
2. Gostei. (Criana n3 8 anos menina) Mais ou menos. (Criana n4 8
anos menina) Devido resposta anterior essa pergunta no foi feita a
criana n 5.
E seu amigo?
Devido resposta anterior essa pergunta no foi feita a criana n
1. Devido resposta anterior essa pergunta no foi feita a criana n
2. No gostou. (Criana n3 8 anos menina) Ela no gostou. (Criana n4 8
anos menina) Devido resposta anterior essa pergunta no foi feita a
criana n 5.
18 Em qual horrio costuma assistir televiso? Pela manh, tarde,
ou noite?
Todos os horrios. (Criana n1 5 anos menina) O dia todo. (Criana
n2 4 anos menino) De manh. (Criana n3 8 anos menina) De noite.
(Criana n4 8 anos menina) De manh. (Criana n5 7 anos menino)
19 Seu pai e sua me concordam com os desenhos que assiste? Ou no
falam sobre o assunto?
Concordam. (Criana n1 5 anos menina) Concordam. (Criana n2 4
anos menino) Concordam. (Criana n3 8 anos menina) Concordam.
(Criana n4 8 anos menina) No concorda. (Criana n5 7 anos
menino)
20 Tem alguma diferena do desenho para a realidade?Qual?
Tem muita diferena. (Criana n1 5 anos menina) Tem. Aqui de
verdade. (Criana n2 4 anos menino) Sim. Porque no desenho no
machuca e na realidade machuca. (Criana n3 8 anos menina) Tem. A
realidade diferente do que acontece no desenho. (Criana n4 8 anos
menina)
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No. Porque o que acontece no desenho tambm acontece de verdade.
(Criana n5 7 anos menino)
4.3 BAIRRO 2 DE JULHO
Igreja Nossa Senhora de Ftima
Fonte: Pesquisa de campo, 2010.2.
De acordo com o presidente da associao de moradores o bairro
comeou
devido a Estao So Francisco, atualmente conhecida como Ferrovia
Centro
Atlntica (FCA). Atualmente tem um desenvolvimento de saneamento
sanitrio para
quase toda a populao. As residncias do bairro so, em sua
maioria, casas
prprias, alm de rea de lazer e espao para praticar esportes.
O que chama ateno na parte cultural do bairro que todos os anos
no dia 2
de julho (aniversrio do bairro e da cidade) acontecem a festa da
mocidade, criada
por Mario Boa Morte. Nessa festa, antigamente as atraes
principais eram
animadas pelas bandas musicais Os caciques, Turbulence e Vero
Tropical.
No bairro existem igrejas evanglicas como: Assemblia de Deus,
Igreja do
Evangelho Quadrangular e Casa de Orao, alm da igreja catlica
Nossa Senhora
de Ftima e uma capela situada na Praa da Braslinha.
A populao atual do bairro de cerca de 8 mil habitantes e, de
acordo com a
associao, trata-se de um bairro de classe mdia.
Assim como nos outros bairros a entrevista se deu da seguinte
forma:
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1 O senhor (a) trabalha? Estuda?
Sou aposentada. (Av das crianas n1, 2 e 3) Trabalho. (Me da
criana n 4) No estudo, nem trabalho. (Me da criana n5)
2 Se trabalha ou estuda quem fica com a criana (filho e/ou
filha) ?
Eu fico com eles. (Av das crianas n1, 2 e 3) Minha me. (Me da
criana n 4) Algum responsvel. (Me da criana n5)
3 Quando est em casa conversa com sua criana?
Sim. (Av das crianas n1, 2 e 3) Sim, bastante. (Me da criana n
4) Sim. (Me da criana n5)
4 Assistem televiso juntos?
s Vezes. (Av das crianas n1, 2 e 3) No muito. (Me da criana n 4)
Sim. (Me da criana n5)
5 Em caso afirmativo o que assistem juntos?
Novelas, filmes e desenhos. (Av das crianas n1, 2 e 3) Desenho e
novelas. (Me da criana n 4) Desenhos. (Me da criana n5)
6 Ela assiste televiso?
Sim. (Av das crianas n1, 2 e 3) Assiste. (Me da criana n 4)
-
49
Assiste. (Me da criana n5)
7 Quanto tempo ela passa vendo TV?
O dia todo. (Av das crianas n1, 2 e 3) Pouco tempo. (Me da
criana n 4) Muito tempo. (Me da criana n5)
8 Qual o horrio que ela mais assiste?
De manh. (Av das crianas n1, 2 e 3) De manh. (Me da criana n 4)
Pela noite. (Me da criana n5)
9 O (a) Senhor (a) acompanha a programao assistida pelas
crianas?
s vezes. (Av das crianas n1, 2 e 3) No. (Me da criana n 4) Sim.
(Me da criana n5)
10 O que ela mais gosta de assistir?
No sei dizer. (Av das crianas n1, 2 e 3)
Desenhos e filmes. (Me da criana n 4)
Desenhos e filmes. (Me da criana n5)
11 O que mais gosta que ela assista? Por qu?
No tenho preferncia, eles assistem o que gostam. (Av das crianas
n1, 2 e 3) Desenhos. Porque o que ele gosta mais. (Me da criana n
4) Desenhos bblicos e educativos. Porque so desenhos que ensinam
principalmente princpios. (Me da criana n5)
12 Ela gosta de desenho animado? Qual ela mais gosta?
-
50
Gostam. Acho que turma da Mnica. (Av das crianas n1, 2 e 3)
Gosta. Pica-pau. (Me da criana n 4) Gosta. Cailou. (Me da criana
n5)
13 Por que ela gosta desse desenho? Ser possvel responder?
No sei. (Av das crianas n1, 2 e 3) Porque ele engraado. (Me da
criana n 4) Por causa das msicas, e do personagem principal. (Me da
criana n5)
14 O Senhor (a) assiste com sua criana?
Assisto, porque eu tambm gosto. (Av das crianas n1, 2 e 3) s
vezes. (Me da criana n 4) Sim. (Me da criana n5)
15 Conseguiria informar se esse desenho animado violento ou no?
Por qu?
No. Porque no violento, divertido. (Av das crianas n1, 2 e 3)
No. Porque ele alegre. (Me da criana n 4) No. Proibi ele de
assistir qualquer desenho que tenha violncia. (Me da criana n5)
16 Sua criana costuma reproduzir cenas de desenhos animados em
suas brincadeiras? O que o acha disso?
Sim. Eles ficam mais calmos, o tempo passa e eles nem percebem.
(Av das crianas n1, 2 e 3) s vezes. Mais ele s brinca com os irmos.
(Me da criana n 4) Sim. Como os desenhos que ele assiste so
educativos eu acho bom. (Me da criana n5)
17 Quem deve se preocupar mais com a qualidade dos desenhos a
TV, a escola ou a famlia? Explique sua resposta?
A famlia. Porque a famlia que controla a televiso. (Av das
crianas n1, 2 e 3) A famlia. Porque quem tem que ficar de olho. (Me
da criana n 4) A famlia. Porque ela que educa e mostra os princpios
para a criana. (Me da criana n5)
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51
Das crianas entrevistadas nesse bairro uma tem quatro anos, uma
tem seis
anos, uma tem sete e duas delas tem oito anos. Todas possuem pai
e me e moram
com eles. A entrevista seguiu da seguinte forma:
1 Voc estuda? Onde?
Sim. Escola So Jos. (Criana n1 8 anos menina) Sim. Escola So
Jos. (Criana n2 8 anos menino) Sim. Escola So Jos. (Criana n3 7
anos menina) Estudo. Na Escola Municipal Joana Darc. (Criana n4 6
anos menino) Estudo. Na Escola Batista. (Criana n5 4 anos
menino)
2 Quando no est na escola o que faz?
Brinco. (Criana n1 8 anos menina) Brinco. (Criana n2 8 anos
menino) Brinco. (Criana n3 7 anos menina) Brinco. (Criana n4 6 anos
menino) Brinco, assisto, vou pra igreja. (Criana n5 4 anos
menino)
3 Ler revistinhas? Qual sua preferida? Sim. Turma da Mnica.
(Criana n1 8 anos menina) Sim. Mickey. (Criana n2 8 anos menino)
Sim. Mickey. (Criana n3 7 anos menina) No. (Criana n4 6 anos
menino) No. (Criana n5 4 anos menino)
4 Assiste televiso? Sim ou no?
Sim. (Criana n1 8 anos menina) Sim. (Criana n2 8 anos menino)
Sim. (Criana n3 7 anos menina) Sim. (Criana n4 6 anos menino) Sim.
(Criana n5 4 anos menino)
5 O que costuma assistir na televiso?
Desenhos. (Criana n1 8 anos menina)
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Desenhos. (Criana n2 8 anos menino) Desenhos. (Criana n3 7 anos
menina) Desenho. (Criana n4 6 anos menino) Desenho. (Criana n5 4
anos menino)
6 Voc gosta de desenho animado? Sim ou No? Sim. (Criana n1 8
anos menina) Sim. (Criana n2 8 anos menino) Sim. (Criana n3 7 anos
menina) Sim. (Criana n4 6 anos menino) Sim. (Criana n5 4 anos
menino)
7 Qual desenho mais gosta? Por qu? Trs espis demais. Porque tem
aventuras. (Criana n1 8 anos menina) Power Rangers. Porque tem
aventura. (Criana n2 8 anos menino) Mickey. Porque divertido.
(Criana n3 7 anos menina) Pica-pau. Porque ele esperto. (Criana n4
6 anos menino) Pinguins de Madagascar, Pica-pau. engraado. (Criana
n5 4 anos menino)
8 Qual personagem mais gosta? Por qu?
Sam. Porque ela parece comigo (jeito). (Criana n1 8 anos menina)
Mac (ranger vermelho). Porque ele o mais aventureiro da turma.
(Criana n2 8 anos menino) Mickey. Porque ele o lder do desenho.
(Criana n3 7 anos menina) Pica-pau. Porque ele sabe tudo. (Criana
n4 6 anos menino) Pica-pau. Porque ele sabido. Mas minha me no
deixa assistir. (Criana n5 4 anos menino)
9 Essa personagem do bem ou do mal?
Do bem. (Criana n1 8 anos menina) Do bem. (Criana n2 8 anos
menino) Do bem. um pouco irritado, mas do bem. (Criana n3 7 anos
menina) Do bem. (Criana n4 6 anos menino) Ele mal. Porque ele um
bicho. (Criana n5 4 anos menino)
10 Qual episdio mais gosta? Por qu?
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No gelo. Porque elas destroem as armadilhas do mal. (Criana n1 8
anos menina) No lembro, gosto de todos. (Criana n2 8 anos menino) O
episdio que ele conta piadas. Porque engraado. (Criana n3 7 anos
menina) Todos. Porque ele engraado. (Criana n4 6 anos menino) No
sei. (Criana n5 4 anos menino)
11 Quando uma personagem bate no outro voc gosta? Sim ou no?
No. (Criana n1 8 anos menina) No. (Criana n2 8 anos menino) No.
(Criana n3 7 anos menina) No. (Criana n4 6 anos menino) No. (Criana
n5 4 anos menino)
12 Quando uma personagem bate no outro machuca? Sim ou no?
Sim. (Criana n1 8 anos menina) Sim. (Criana n2 8 anos menino)
Sim. (Criana n3 7 anos menina) Sim. (Criana n4 6 anos menino) Sim.
(Criana n5 4 anos menino)
13 certo uma personagem maltratar o outro? Sim ou no?
No. (Criana n1 8 anos menina) No. (Criana n2 8 anos menino) No.
(Criana n3 7 anos menina) No. (Criana n4 6 anos menino) No. No
pode. (Criana n5 4 anos menino)
14 Se o mal machucar o bem est certo? Sim ou no? Por qu?
No. Porque o bem tem que vencer. (Criana n1 8 anos menina) No.
Porque errado. (Criana n2 8 anos menino) No. Porque todos tem que
se tratar bem. (Criana n3 7 anos menina) No. errado. (Criana n4 6
anos menino) No. Porque ele tem que ser amigo dele. (Criana n5 4
anos menino)
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54
15 E quando o bem machuca o mal, pode? Sim ou no? Por qu?
No. Porque todos devem viver em paz. (Criana n1 8 anos menina)
No. Porque nenhum pode machucar o outro. (Criana n2 8 anos menino)
No. O certo viver em comunho. (Criana n3 7 anos menina) S quando
pica-pau. Porque ele s bate em quem bate nele. (Criana n4 6 anos
menino) No. Porque ningum pode fazer isso. (Criana n5 4 anos
menino)
16 Tem diferena quando mal maltrata bem ou o contrrio? Sim ou
no? Por qu?
No. So tos iguais. (Criana n1 8 anos menina) No. Porque um tem
que tratar o outro bem. (Criana n2 8 anos menino) No. Porque nenhum
pode maltratar o outro. (Criana n3 7 anos menina) No. Porque no
pode nenhum dos dois. (Criana n4 6 anos menino) No. Porque todo
mundo amigo. (Criana n5 4 anos menino)
17 Voc j brincou maltratando algum amigo como se fosse
personagem? Sim ou no?
Sim. (Criana n1 8 anos menina) No. (Criana n2 8 anos menino)
Sim. (Criana n3 7 anos menina) No. (Criana n4 6 anos menino) No. No
gosto de brincar de luta porque eu no sou bicho. (Criana n5 4 anos
menino)
Se respondeu sim o que achou da brincadeira?
Gostei. (Criana n1 8 anos menina) Essa pergunta no foi feita a
criana n 2 devido resposta anterior. Gostei. (Criana n3 7 anos
menina) Essa pergunta no foi feita a criana n 4 devido resposta
anterior. Essa pergunta no foi feita a criana n 5 devido resposta
anterior.
E seu amigo?
Gostou. (Criana n1 8 anos menina) Essa pergunta no foi feita a
criana n 2 devido resposta anterior.
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Gostou. (Criana n3 7 anos menina) Essa pergunta no foi feita a
criana n 4 devido resposta anterior. Essa pergunta no foi feita a
criana n 5 devido resposta anterior.
18 Em qual horrio costuma assistir televiso? Pela manh, tarde ou
noite?
De manh. (Criana n1 8 anos menina) De manh. (Criana n2 8 anos
menino) De manh. (Criana n3 7 anos menina) De manh. (Criana n4 6
anos menino) De noite. (Criana n5 4 anos menino)
19 Seu pai e me concordam com os desenhos que assiste? Ou no
falam sobre o assunto?
Concordam. (Criana n1 8 anos menina)
Concordam. (Criana n2 8 anos menino)
Concordam. (Criana n3 7 anos menina) Concordam. (Criana n4 6
anos menino) No gosta no. Porque ela crente. (Criana n5 4 anos
menino)
20 Tem alguma diferena do desenho para a realidade?Qual?
Sim. Matar o outro no desenho pode, mas na realidade no. (Criana
n1 8 anos menina) Tem. Porque na realidade a pessoa se machuca e no
desenho no. (Criana n2 8 anos menino) Sim. Porque no desenho no
machuca de verdade e na realidade sim. (Criana n3 7 anos menina)
Tem. No desenho no machuca e na realidade sim. (Criana n4 6 anos
menino) No. (Criana n5 4 anos menino)
4.4 ANALISANDO OS DADOS DA PESQUISA DE CAMPO
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Na entrevista realizada no Bairro de Alagoinhas Velha percebemos
que a
televiso est presente no dia-a-dia das famlias, principalmente
das crianas, com a
presena dos pais ou no assistem televiso predominantemente pela
manh.
De acordo com as observaes que aconteceram durante a entrevista
isso
ocorre porque a maioria dos desenhos animados da TV aberta
exibida nesse
horrio.
Um fato relevante da entrevista que os pais admitem que seus
filhos
assistam programas da televiso, pois, mais do que deveriam
(alguns chegam a
passar o dia inteiro em frente televiso) a entendem como meio
para mant-los
ocupados. E, apesar de afirmarem que acompanham a programao
assistida pelas
crianas essa preocupao diminui ou deixa de existir quando se
trata de desenhos
animados. Na concepo deles desenhos animados so programaes
especialmente feitas para crianas, portanto, acima de qualquer
suspeita. Certo?
Errado. Os desenhos animados assim como qualquer outro programa
televisivo
esto carregados de ideologias e concepes acerca dos valores
intencionais os
quais podem entrar em conflito com a concepo de valores
estabelecidos na
famlia.
Durante a pesquisa notamos que os pais, apesar de conhecer e
assistir os
desenhos juntamente com seus filhos e acreditarem por
unanimidade que a famlia
que deve se preocupar com a qualidade dos desenhos, no
consideram desenhos
animados como Os simpsons, Dragon Ball Z e Pica-Pau violentos e
os entendem
como normal e interessante repetirem cenas desses desenhos em
suas
brincadeiras.
Se partirmos do pensamento de Salgado (2005) os desenhos
animados
possuem uma dimenso educativa e que valores podem ser construdos
atravs da
interao da criana com esses desenhos animados podemos perguntar
que tipo de
valor um desenho animado transmite?
Para responder a essa pergunta podemos tomar como exemplo os
desenhos
citados. Dragon Ball Z traz em seu enredo a
histria de uma personagem, Goku, que tem como
misso lutar contra os seres do mal, que
pretendem invadir a Terra e destruir outros
Planetas. Ele, assim como seus adversrios,
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possui fora e poderes sobrenaturais evidenciados nas lutas. E,
depois de passar
grandes dificuldades o bem triunfa sobre o mal (como na maioria
dos desenhos
animados), porm a nica maneira disso acontecer atravs da morte
do vilo, o
que sempre acontece de maneira violenta por intermdio de um ato
herico de
Goku, o mocinho do desenho. Se o desenho girasse somente em
torno desse fato j
seria questionvel sua exibio para as crianas, entretanto existe
um agravante: o
vilo a ser derrotado o irmo de Goku, Vegeta. Ou seja, traz uma
concepo
deturpada de que os fins justificam os meios e valoriza coloca
como heri a
personagem que assassina o irmo por uma justa causa. Talvez a
histria traga
cena fato como o dos irmos Abel e Caim. Porm, nem sempre as
famlias esto
informadas sobre o assunto e, por isso a criana no reflete sobre
a situao esse
fato bblico faz parte do Antigo Testamento da Bblia Sagrada.
Nessa entrevista uma criana nos chamou a ateno pela paixo por
esse
desenho, principalmente pela personagem principal, que se tornou
referencial na
sua vida. Talvez isso seja evidente pela ausncia da me na sua
vida (sua me
morreu quando nasceu) e a falta do pai no seu cotidiano (o pai
admitiu que no tem
tempo para os filhos, pois precisa trabalhar para sustent-los).
A criana tomou para
si como referencial aquele que est mais presente na sua vida,
declarando que,
quando crescer quer ser lutador como ele. Levando em conta o
enredo do desenho
e as discusses dos captulos anteriores acerca da influncia dos
desenhos na
construo de valores das crianas afirmamos que tomar como
referencial uma
personagem com valores como os evidenciados no desenho pode,
mesmo que
sutilmente, levar a criana a fazer confuso acerca da violncia.
No desenho Goku
o heri porque luta e vence sempre, destri os maus que aparecem
inclusive seu
irmo. E, no caso dessa criana o perigo pode estar justamente na
definio de
quem mau ou bom.
Outro exemplo inquietante o desenho atualmente
exibido pela Rede Globo s 11h da manh, Os simpsons.
Esse desenho teve origem nos Estados Unidos no ano de
1987, e, inicialmente era exibido dentro de um programa de
humor noturno, pois essa srie faz crtica ao modo de vida
dos americanos. Devido ao s