8/20/2019 Monografia FTB - Pedro Paulo Da Silva Barros
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FACULDADES INTEGRADAS
DA TERRA DE BRASÍLIA
CURSO DE AGRONOMIA
PEDRO PAULO DA SILVA BARROS
SISTEMAS ALTERNATIVOS DE IRRIGAÇÃO PARAAGRICULTURA FAMILIAR
ORIENTADOR – WALDIR APARECIDO MAROUELLI
RECANTO DAS EMAS – DF
DEZEMBRO DE 2007
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FACULDADES INTEGRADASDA TERRA DE BRASÍLIA
CURSO DE AGRONOMIA
PEDRO PAULO DA SILVA BARROS
SISTEMAS ALTERNATIVOS DE IRRIGAÇÃO PARA
AGRICULTURA FAMILIAR
Monografia apresentada ao Curso de Agronomia das
Faculdades Integradas da Terra de Brasília, como
requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro
Agrônomo.
ORIENTADOR - WALDIR APARECIDO MAROUELLI
RECANTO DAS EMAS - DFDEZEMBRO DE 2007
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:
/, 2007
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Barros, Pedro Paulo da Silva.
SISTEMAS ALTERNATIVOS DE IRRIGAÇÃO
PARA AGRICULTURA FAMILIAR
Pedro Paulo da Silva Barros, Brasília, DF, 2007.
p. 42 Ilustradas
Orientador: Waldir Aparecido Marouelli
Trabalho de Conclusão de Curso. (Agronomia).
Faculdades Integradas da Terra de Brasília.
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Dedico a Deus e a N. Sra. Aparecida, aos meusamigos que me incentivaram e em especial aminha mãe Damiana, minha segunda mãe e
madrinha Amália e minha tia Maria que são asresponsáveis pelos ensinamentos durante todosesses anos, pela luta e objetivo alcançado.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora Aparecida por estar guiando meu
caminho em mais uma fase da minha vida e pelas oportunidades concedidas.
A minha mãe, madrinha, tia, avó, primo pelo carinho, pelo amor e pela força.
A todos aqueles que me apoiaram durante esse ano na Embrapa Hortaliça, em
especial ao técnico na área e estagiários do laboratório de irrigação por trilharmos essas
etapas juntas.
Ao Dr. Waldir Aparecido Marouelli (orientador) pela atenção e disposição em me
ajudar em todos os momentos possíveis.
A todos os professores que ministraram disciplinas durante o decorrer do curso de
Agronomia, em especial a professora Ivone Midori Icuma (examinadora) pela
oportunidade de avaliar esse trabalho.
Aos meus amigos de faculdade que me apoiaram durante todos esses anos, em
especial Ana Carolina, Ítalo Miranda, Nancy Santos, Olaiana e Rubens Cardoso pelos
momentos de alegria e incentivo perante essa caminhada.
Finalmente, a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização e
sucesso deste trabalho.
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Resumo
O significativo crescimento da agricultura irrigada no Brasil mostra a evolução de um
simples conceito de aplicação de água às plantas como um importante instrumento da
produção, produtividade, rentabilidade e diminuição dos riscos de investimento. A
agricultura familiar, que se caracteriza pela diversidade de sistemas produtivos, baixa
capacidade de investimento e exploração de pequenas áreas, demanda geralmentetecnologias simples, eficiente e de baixo custo. O objetivo desta pesquisa bibliográfica foi
fazer um levantamento de tecnologias alternativas de irrigação para agricultura familiar no
Brasil. Antes da descrição das tecnologias alternativas, foi realizada uma breve discussão
sobre o histórico e a importância da irrigação. As tecnologias foram agrupadas em
sistemas de bombeamento de água, sistemas de condução de água e sistemas de
irrigação> Para cada tecnologia descreveu-se sua origem, principio de funcionamento,
descrição, construção, instalação e operação. Foram descritos os seguintes sistemas debombeamento: carneiro hidráulico, bomba d’água manual, bomba de elevação Mandalla e
cata-vento hidráulico. No que se refere a sistema de condução foram descritas diferentes
possibilidades de uso do bambu. Os sistemas alternativos de irrigação foram: aspersão
espaguete, bubbler, potes de argila enterrados e microaspersor de cotonete. Por fim, foi
realizada uma série de considerações finais sobre o tópico estudado.
Palavras chaves: Irrigação, agricultura familiar, sistemas alternativos.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................... 112 HISTÓRICO DA IRRIGAÇÃO .................................................. 13
3 IMPORTÂNCIA DA IRRIGAÇÃO ............................................ 144 SISTEMAS ALTERNATIVOS .................................................. 15
4.1 SISTEMAS ALTERNATIVOS DE BOMBEAMENTO DE ÁGUA ........ 154.1.1 CARNEIRO HIDRAÚLICO .................................................................................. 16
4.1.1.1 Origem ............................................................................................................. 15
4.1.1.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 16
4.1.1.3 Descrição ......................................................................................................... 164.1.1.4 Construção ...................................................................................................... 17
4.1.1.5 Instalação e operação .................................................................................... 18
4.1.2 BOMBA D’ÁGUA MANUAL ........................................................................................... 19
4.1.2.1 Origem ............................................................................................................. 19
4.1.2.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 19
4.1.2.3 Descrição ......................................................................................................... 20
4.1.2.4 Construção ...................................................................................................... 20
4.1.3 BOMBA DE ELEVAÇÃO D’ÁGUA MANDALLA ................................................ 24
4.1.3.1 Origem ............................................................................................................. 24
4.1.3.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 25
4.1.3.3 Descrição ......................................................................................................... 25
4.1.3.4 Construção ...................................................................................................... 25
4.1.4 CATA-VENTO HIDRÁULICO .............................................................................. 27
4.1.4.1 Origem ............................................................................................................. 27
4.1.4.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 27
4.1.4.3 Descrição ......................................................................................................... 28
4.2 SISTEMA ALTERNATIVO DE CONDUÇÃO DE ÁGUA..................... 28
4.2.1 BAMBU ............................................................................................................... 28
4.2.1.1 Origem ............................................................................................................. 28
4.2.1.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 29
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4.2.1.3 Descrição ......................................................................................................... 30
4.2.1.4 Construção ...................................................................................................... 30
4.2.1.5 Instalação ........................................................................................................ 31
4.3 SISTEMAS ALTERNATIVOS DE IRRIGAÇÃO .................................. 31
4.3.1 ASPERSÃO ESPAGUETE .................................................................................. 32
4.3.1.1 Origem ............................................................................................................. 32
4.3.1.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 32
4.3.1.3 Descrição ......................................................................................................... 33
4.3.1.4 Construção ...................................................................................................... 33
4.3.1.5 Instalação ........................................................................................................ 33
4.3.2 BUBBLER ........................................................................................................... 34
4.3.2.1 Origem ............................................................................................................. 34
4.3.2.2 Principio de funcionamento ........................................................................... 34 4.3.2.3 Descrição ......................................................................................................... 35
4.3.2.4 Instalação e Construção ................................................................................ 35
4.3.3 POTES DE ARGILA ENTERRADO .................................................................... 36
4.3.3.1 Origem ............................................................................................................. 36
4.3.3.2 Principio de funcionamento ........................................................................... 36 4.3.3.3 Descrição ......................................................................................................... 37
4.3.3.4 Instalação ........................................................................................................ 37
4.3.4 MICROASPERSOR DE COTONETE .................................................................. 37
4.3.4.1 Origem ............................................................................................................. 37
4.3.4.2 Princípio de funcionamento ........................................................................... 374.3.4.3 Descrição ......................................................................................................... 38
4.3.4.4 Construção e Instalação ................................................................................ 38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 39
6 REFERÊNCIAS ........................................................................ 41
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Lista de material para construção do carneiro hidráulico artesanal .............. 19
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Carneiro hidráulico comercial........................................................................ 17
Figura 2. Carneiro hidráulico artesanal ........................................................................ 17
Figura 3. Partes componentes do carneiro hidráulico artesanal .................................. 18
Figura 4. Bomba d’água manual .................................................................................. 20
Figura 5. Bomba de elevação d’água Mandalla ........................................................... 25
Figura 6. Cata-vento hidráulico .................................................................................... 27
Figura 7. Sistema de condução aberto de bambu ....................................................... 30
Figura 8. Sistema de condução fechado de bambu ..................................................... 30
Figura 9. Aspersão por espaguete ............................................................................... 32
Figura 10. Sistema Bubbler .......................................................................................... 34
Figura 11. Potes de argila enterrado ............................................................................ 36
Figura 12. Microaspersor de cotonete.......................................................................... 38
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1 INTRODUÇÃO
A agricultura familiar está presente em todas as regiões do Brasil de forma
expressiva. Tem um papel fundamental no setor agrícola por produzir 35% de todo o
volume de produção agrícola nacional, 38% do valor bruto da produção (VBP) e ocupa
77% do total de pessoas que trabalham na agricultura (PRONAF, 2007). Segundo a
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) 75% dos
estabelecimentos agrícolas do Brasil são considerados familiares, o que representa 25%
das terras cultivadas (EMBRAPA SEDE, 2007).
Para um estabelecimento rural ser classificado como familiar o agricultor tem que
ser proprietário, assentado, posseiro, arrendatário, parceiro ou meeiro, que utilize mão-de-obra familiar, e tenha até dois empregados permanentes além de residir na propriedade
ou em povoado próximo. Além disso, não deve deter área superior a quatro módulos
fiscais, e no mínimo 80% da renda bruta familiar anual deve ser proveniente da atividade
exercida no estabelecimento (PRONAF, 2007).
Este perfil da agricultura familiar apresenta uma enorme diversidade de sistemas
produtivos e disponibilidade de recursos. Por dispor geralmente de pequena área e terbaixa capacidade de investimento, demanda tecnologias de baixo custo. As tecnologias
de ponta utilizadas na agricultura empresarial são na maioria das vezes inviáveis, em
termos econômicos, para agricultores familiares.
A irrigação é uma técnica milenar que nos últimos anos tem-se desenvolvido
acentuadamente. A história da irrigação se confunde com a do desenvolvimento e
prosperidade econômica dos povos. As civilizações antigas se desenvolveram em regiõesáridas, onde a produção só era possível graças à irrigação. Atualmente, mais da metade
da população mundial depende de alimentos produzidos na agricultura irrigada
(BERNARDO et al., 2005).
A irrigação não deve ser considerada isoladamente, mas sim como parte de um
conjunto de técnicas utilizadas para garantir a produção econômica de determinada
cultura, com adequado manejo dos recursos naturais. O crescimento da irrigação o
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necessita de um programa muito bem elaborado de pesquisa e desenvolvimento para o
seu estabelecimento e consolidação. Assim, o futuro da irrigação envolve produtividade e
rentabilidade com eficiência no uso da água, da energia, de insumos e respeito ao meio
ambiente (BERNARDO, 2005).
Os agricultores tiveram um aumento de interesse na aquisição de equipamentos de
irrigação buscando um aumento da produção e da produtividade nos cultivos. Bem como
sistemas de irrigação automatizados são geralmente inviáveis para agricultores familiares
pela sua baixa capacidade de investimento havendo assim uma maior demanda de
tecnologias mais simples. E hoje em dia existem várias tecnologias desse nível a fim de
suprir essa demanda.
O objetivo do trabalho é reunir um acervo de informação sobre sistemas
alternativos de bombeamento, condução e dispersão para irrigação, de tecnologia
simples, eficiente, de baixo custo e voltado para a melhoria do sistema de produção para
agricultura familiar.
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2 HISTÓRICO DA IRRIGAÇÃO
No início de sua existência, o homem se alimentava exclusivamente de carne de
caça, mais tarde descobriu as árvores frutíferas e alimentava-se também de frutos. O
homem levou aproximadamente 5 mil anos para começar a cultivar seus alimentos
(HAGAN et al ., 1967). As civilizações mais antigas foram formadas com base na
agricultura (FUKUDA, 1976).
O Egito, por exemplo, ergueu-se às margens do rio Nilo. As cheias deste rio
ocorrem devido às precipitações nas cabeceiras da bacia em setembro e outubro, se
espalham pelo Egito, deixando uma camada de húmus muito fértil quando as águas
baixam, onde se cultivava principalmente o trigo. Se as cheias são muito altas, ocorriam
inundações, se muito baixas, ocorrem secas e conseqüentemente menos terra fértil nos
anos e escassez de alimentos. No ano 4.000 a.C. aproximadamente, foram construídos
reservatórios para armazenar a água nos períodos de cheia. Com isso, a água era
utilizada no momento oportuno, solucionando os problemas de cheias e secas. Iniciava-se
a prática de irrigação no planeta. No ano 300 a.C., a irrigação foi intensamente expandido
na região de Menphis, que é ao sul do Cairo, pelo rei Menes(FUKUDA, 1976). No ano de
700 d.C. estima-se que cerca de 750 mil hectares eram irrigados anualmente passando
para 1,5 milhões de hectares em 1200 d.C. (HAGAN et al ., 1967).
Simultaneamente ao ocorrido no Egito, a irrigação também se iniciou na região daMesopotâmia (atual região da Turquia e Irã) por volta do ano 4.000a>C., com tomadas
d'água dos rios Tigre e Eufrates para cultivo nos vales destes rios. No ano 2000 a.C.
aproximadamente, o rei Hammurabi da Babilônia desenvolveu a irrigação em grande
escala com a construção de uma rede de canais para condução de água construídos por
prisioneiros que também eram utilizados para navegação. No período entre 600 a.C. e
550 a.C., quando a Babilônia atingiu seu apogeu magníficas construções foram
construídas e a irrigação progrediu intensamente. Acredita-se que os famosos jardins daBabilônia foi onde a irrigação por aspersão teve inicio. Em 539 a.C. a Babilônia foi tomada
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pela Pérsia e a manutenção dos canais e reservatórios foi negligenciada, tendo havido a
partir daí, uma intensa redução da capacidade de irrigação (FUKUDA, 1981) A Índia
também teve o seu grau de importância no desenvolvimento da irrigação. Entre 2.500 e
2.000 a.C. a agricultura irrigada se desenvolveu sobretudo no vale do ria Indus (HAGAN,
et al , 1967). Na China a produção de arroz irrigado teve inicio por volta do ano 3.000
a.C.(FUKUDA, 1981).
Quando os exploradores europeus chegaram à América encontraram a agricultura
já praticada e difundida pelos nativos. Em algumas regiões, a irrigação já era praticada
visando a produção de alimentos para civilizações como os astecas e os incas.
Escavações indicam que a agricultura nestas regiões começou antes do ano 5000 a.C.
(HAGAN et. al . 1967). Estima-se que a agricultura irrigada na América iniciou-se no ano
1000 a.C. e prosperou por mais de 2000 anos, quando houve um declínio destas
civilizações. Esse declínio coincide com o período da invasão espanhola, em 1532 e
provavelmente tenha ocorrido devido a conflitos políticos e militares. Segundo Arnillas
(1961) esse declínio pode ter sido influenciado pelo inadequado sistema de drenagem e
pela salinização das terras ocasionando abandono destas.
3 IMPORTÂNCIA DA IRRIGAÇÃO
O Brasil possui atualmente uma área cultivada da ordem de 55 milhões de
hectares, dos quais cerca de 2,7 milhões de hectares são irrigados. A relação área
irrigada/cultivada é menor que 5%, sendo que a área irrigada mundial corresponde a
aproximadamente 17% da área cultivada, sendo responsável por 40% da produção total
de alimentos. No Brasil, os 5% de área irrigada geram cerca de 18% da produção total, o
que corresponde a 25% do valor bruto da produção (URCHEI, 2001).
E é importante ter em mente o significado real da agricultura irrigada, que
possibilita maior produção e produtividade, bem como a geração de empregos
permanentes, com os menores níveis de investimento, em comparação com outros
setores da economia. Isso promove o aumento da renda e a diminuição do êxodo rural,
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melhorando sensivelmente as condições de vida dos produtores e suas famílias
(MANTOVANI et al., 2006).
Nos últimos anos, houve no Brasil grande evolução nos conceitos da agricultura
irrigada. Na visão inicial, a irrigação era vista somente como aplicação de água e tinha
como objetivo principal “a luta contra a seca e, ou, a criação de condições de subsistência
para os produtores”. No novo conceito, a irrigação evoluiu da simples aplicação de água
às plantas para um importante instrumento no aumento da produção, produtividade e
rentabilidade, diminuição dos riscos de investimento (MANTOVANI et al., 2006).
4 SISTEMAS ALTERNATIVOS
4.1 SISTEMAS ALTERNATIVOS DE BOMBEAMENTO DE ÁGUA
As bombas têm como função transferir a água de um local para outro funcionando
com uma fonte externa de energia. Dentre as fontes externa de energia as mais utilizadas
são as de motor elétrico ou a diesel. Atualmente no mercado existem várias marcas de
bomba que apresenta diferentes modelos de pressão e vazão. Mas existem outras fontes
que podem ser aproveitadas como através da força humana ou animal, a eólica, a hídrica
e a solar.
4.1.1 CARNEIRO HIDRAÚLICO
4.1.1.1 Origem
O carneiro hidráulico é um dos dispositivos mais práticos e baratos para bombear
água. Ele é de simples manejo e de pouca manutenção. Sua invenção é creditada ao
inglês John Whitehurst, que o teria criado em 1772. Consta que, poucos anos depois, os
irmãos Montgolfier, da França, teriam introduzido o principal aperfeiçoamento doaparelho, que atualmente pouco mudou. Os franceses tornaram-no completamente
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automático, já que o modelo inglês necessitava que um operador ficasse abrindo e
fechando uma torneira todo o tempo para o mecanismo funcionar (TOLEDO, 1997).
4.1.1.2 Princípio de funcionamento
Para funcionar o carneiro hidráulico não necessita de energia elétrica ou de
combustível fóssil (BOMBA CARNEIRO, 2007). Ao ser instalado o carneiro hidráulico tem
a válvula de impulso fechada pela ação da pressão da água do tubo de alimentação, para
iniciar a operação basta abri-la com a mão. A água que vem da fonte de abastecimento
ganha velocidade até chegar ao carneiro hidráulico e empurra o êmbolo da válvulaexterna, fechando-a rapidamente e criando uma sobrepressão em toda a base do
carneiro. Esse fenômeno é chamado de golpe de aríete, sendo assim uma máquina de
funcionamento automático capaz de aproveitar esse efeito para bombear a água. Para
interromper o seu funcionamento basta fechar a válvula de impulso (ABATE & BOTREL,
2002).
4.1.1.3 Descrição
Atualmente existe no mercado (Figura 1) carneiro hidráulico de várias marcas e
modelos, que são feito de ferro fundido. Os componentes que constitui a construção
artesanal de um carneiro hidráulico (Figura 2) são tubos e conexões de PVC, válvula de
retenção e garrafa do tipo pet.
Figura 1: Carneiro hidráulico comercial Figura 2: Carneiro hidráulico artesanal
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4.1.1.4 Construção
Na montagem deve-se ter atenção com relação à válvula de impulso (nº 13) na
Figura 3. Para que o tampão desta válvula funcione como válvula de impulso do carneiro
hidráulico deve-se proceder da seguinte forma. Furar a base do crivo, que acompanha a
válvula de retenção, com um furo de diâmetro adequado a fazer uma rosca para o
parafuso (nº 14) da Figura 3. Rosquear o orifício e também uma das porcas até a posição
intermediária do parafuso. Rosquear o parafuso até que a porca encoste no fundo do
crivo. Entre duas porcas, prender a arruela na ponta livre do parafuso. Ao repor o crivo na
válvula, inserir entre a arruela e o tampão da válvula a mola. Para colocá-lo em
funcionamento deve-se ajustar a força da mola, atuando-se na porca de aperto da haste.
O ajuste é feito buscando posicionar a porca onde ocorre a maior vazão de água
recalcada.
Figura 3: Partes componentes do carneiro hidráulico artesanal
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4.1.1.5 Instalação e operação
O tubo de alimentação e de recalque deverá ser o mais reto possível, devendo ser
evitado o uso de curvas e joelhos para minimizar as perdas. O tubo de alimentaçãodeverá estar mergulhado pelo menos 30cm abaixo do nível da água para evitar a sucção
de ar e deverá possuir uma tela para evitar entradas de objetos estranhos. O tubo de
alimentação deverá ser preferencialmente feito em aço galvanizado. O uso de PVC ou
outro material de maior flexibilidade diminui a eficiência do carneiro hidráulico. O
comprimento do tubo de recalque deverá ser no máximo dez vezes o valor do
comprimento do tubo de alimentação. Caso o comprimento de recalque seja maior que
dez vezes o comprimento de alimentação, deverá ser aumentado o diâmetro do tubo derecalque. Recomenda-se o uso de uma válvula de retenção logo no inicio do tubo de
recalque. Indica-se que sua instalação seja sobre uma base de concreto, para que fique
bem firme. Para iniciar a sua operação, abra a entrada de água do sistema e acione
algumas vezes o êmbolo da válvula externa do carneiro hidráulico (FILHO, 2002). A
Tabela 1 apresenta uma lista de material necessário para a construção do carneiro
hidráulico artesanal com diâmetro de 1”, 2” e 3” de entrada.
Tabela 1: Lista de material para construção do carneiro hidráulico artesanal.
PeçaNº Material
Diâmetro de entrada Quant.
1" 2" 3"1 Garrafa Pet 2 litros ------ ------ ------ 12 Tampa da garrafa com furo 15mm ------ ------ ------ 13 Bucha de redução ------ 1" x 3/4" 2" x 3/4" 14 Tê PVC branco rosca 3/4" 1" 1" 15 Bucha de redução PVC branco rosa 3/4" x 1/2" 1" x 3/4" 2" x 1" 1
6 Adaptador preto para mangueira 1/2" 3/4" 1" 17 Niple PVC branco 3/4" 1" 2" 18 Bucha de redução PVC branco rosa 1" x 3/4" 2" x 1" 3" x 2" 1
9Válvula retenção vertical (tipoDocol) 1" 2" 3" 1
10,12 Niple galvanizado 1" 2" 3" 211 Tê galvanizado 1" 2" 3" 113 Válvula de poço docol (latão docol) 1" 2" 3" 1
14 Parafuso com três porcas e arruela 5/16 ou M85/16 ou
M95/16 ou
M101
15 Mola do acionador da válvula dedescarga ------ ------ ------ 1para vaso sanitário marca (hydra)
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4.1.2 BOMBA D’ÁGUA MANUAL
4.1.2.1 Origem
A origem deste tipo de bomba d’água é desconhecida, sendo descrita pela ONG
Sociedade do Sol (BOMBA D’ÁGUA MANUAL, 2007).
4.1.2.2 Princípio de funcionamento
O seu funcionamento é bem simples, primeiro a alavanca do êmbolo é puxada
sugando a água pela válvula V1 (Figura 4) enchendo o cilindro. Nessa situação a válvula
V1 é aberta permitindo a passagem da água, enquanto a válvula V2 (Figura 4) é fechada
pela sucção. Depois a alavanca do embolo é pressionada, empurrando a água para fora
do cilindro. Nessa situação a válvula V2 está aberta, liberando a passagem da água que
será empurrada para cima enquanto a válvula V1 é fechada pela pressão impedindo o
retorno da água.
Figura 4: Bomba d’água manual
2
1
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4.1.2.3 Descrição
Ela é composta de um circuito com válvulas de retenção, um cilindro com formato
de uma seringa e um êmbolo para fazer o bombeamento. A maioria desses materiais são
tubos e conexões em PVC.
4.1.2.4 Construção
A montagem do circuito de válvulas será com tubos e conexões de PVC de 25 mm.
Serão necessárias para a montagem de um circuito de válvulas duas luvas de redução
soldáveis (32 mm x 25 mm), uma bolinha de gude de 25 mm de diâmetro, e um pedaço
de tubo de PVC de 25 mm com 0,5 cm de comprimento. O pedacinho de tubo de PVC de
0,5cm será para bloquear um lado da válvula, impedindo que a bolinha tampe esse
orifício. Para colocar esse pedacinho de tubo, primeiro esquente com um isqueiro não
deixando o fogo encostar no PVC, moldando-o de tal forma que fique bem encaixado no
interior da redução e que impeça a passagem da bolinha. Depois de bem moldado, cole-o
com adesivo plástico para tubos e conexões soldáveis de PVC rígido. Depois, lixe as
bocas das reduções, limpe-as, coloque a bolinha na redução que estiver sem o pedacinho
de tubo, passe o adesivo plástico para tubos e conexões soldáveis de PVC rígido e junte
a outra redução. Evite que a cola escorra dentro das reduções. Aguarde pelo menos um
dia a cura da cola e quando for montar no circuito, use o lado da bolinha para baixo.
Para a construção desse cilindro, você terá primeiro que escolher entre duas
opções: uma com um pedaço de tubo de 75 mm que já tenha de um lado uma bolsa para
colocar um anel de borracha, e a outra opção é fazendo essa bolsa. Para fazer essa
escolha, é importante saber a que altura vai bombear a água, porque só poderá usar a
bolsa com o anel de borracha se for usar essa bomba para bombear alturas de no
máximo 2 metros de coluna de água (2 mca). Caso tenha que bombear acima de 2 mca e
no máximo uns 6mca, será necessário usar cola e não o anel de borracha para fixar o
plug na parte inferior desse cilindro.
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Depois corte um pedaço desse tubo com 60 cm de comprimento, incluindo a bolsa.
O segundo passo é preparar o Plug "P1". Nesse plug o centro interno é oco e terá que ser
perfurado para poder dar passagem ao eixo do êmbolo. Por sorte esse miolo do plug da
parte superior é quase a medida necessária para a passagem desse eixo. Portanto, após
perfurar o miolo do plug use uma lixa apoiada em uma lima ou grosa redonda para
desgastar esse miolo e verifique se encaixa o pedaço de tubo de 25 mm de diâmetro com
uma pequena folga nessa passagem, permitindo que o tubo de 25 mm corra livremente
no interior dessa cabecinha do plug. Não exagere nesse desgaste, evitando deixar o eixo
muito folgado ou bambo.
Agora para construir o êmbolo primeiro corte um pedaço de tubo de 25 mm com 52
cm, outro pedaço com 3 cm e mais dois com 15 cm. Lixe as pontas eliminando as
rebarbas e limpe-os. Depois cole os dois pedaços de 15 cm um de cada lado do Tê 90°
soldável (25 mm), e a seguir cole um Cap soldável (25 mm) na ponta de cada tubo. Não
cole o tubo de 25 mm de diâmetro com 52 cm de comprimento no Tê 90° soldável (25
mm). Se esse Tê estiver saindo quando puxar ou empurrar o êmbolo, faça um furo
atravessando o Tê e o tubo do êmbolo e coloque um parafuso com porca, mas semapertar muito. Se precisar use uma contra porca para fixar melhor esse parafuso.
Para a construção do pistão do êmbolo, pegue o pedaço de 3 cm do tubo de 25mm
de diâmetro e cole em um Cap soldável (25 mm). Cole a outra ponta no lado soldável do
adaptador soldável com flanges e anel de vedação (25 mm x 3/4"). Depois recorte uma
arruela de borracha de aproximadamente 10 mm de espessura, com o diâmetro externoigual ao diâmetro interno do tubo de 75 mm, ou seja, com 71 mm, e com um diâmetro
interno de 35 mm. Essa arruela substituirá o anel de vedação que vem na flange.
Agora cole o tubo de 25 mm de diâmetro com 52 cm de comprimento no adaptador
soldável curto com bolsa e rosca para registro (25 mm x 3/4"), que será rosqueado com
fita veda rosca na flange. Faça uma bolsa para encaixar o plug "P1" no tubo de 75 mm
(lado liso sem a bolsa). Para isso, use o método de esquentar o tubo na boca do fogão.
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Cuidado para não colar o Plug "P1" no tubo de 75 mm. Depois de bem moldado o
encaixe, deixe o plug bem encaixado no tubo e use uma serra de copo de 25 mm parafazer um furo mais ou menos na metade do plug. Cuidado para não deixar o êmbolo
dentro do cilindro. Esse furo servirá para o respiro do cilindro. Para que o plug não fique
saindo do cilindro quando colocar a bomba em funcionamento, coloque um pedaço de
tubo de 25 mm no furo. A ponta do tubo de 25 mm que vem com uma bolsa pode servir,
ou use um niple de ferro de 3/4 e faça uma rosca nesse buraco para colocar um
adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro (25 mm x 3/4"); essa é a melhor
solução.
O próximo passo é encaixar as reduções no cilindro para poder ligá-lo no circuito
das válvulas. Para isso, primeiro coloque o anel de borracha (75 mm) na bolsa do tubo de
75 mm, passe uma pasta lubrificante para juntas elásticas em PVC rígido e encaixe a
redução excêntrica (75 mm x 50 mm). Depois coloque o anel de borracha (50 mm) na
bolsa da redução excêntrica (75 mm x 50 mm), passe a pasta lubrificante e encaixe a
bucha de redução soldável longa (50 mm x 25 mm), que será encaixada com fita veda
rosca no tubo de 25 mm do circuito das válvulas.
Terminada essa etapa é hora de colocar o pistão do êmbolo dentro do cilindro.
Para isso será necessário engraxar o interior do cilindro com uma graxa que não se
dissolva em água. Depois encaixe o pistão e flexione várias vezes para espalhar bem a
graxa. É importante que não fique difícil fazer o pistão correr dentro do cilindro. Se isso
acontecer, pode ser que a arruela de borracha na flange esteja muito apertada, ou que
essa arruela tenha ficado muito larga.
Corrija isso primeiro desapertando um pouco a flange. Se não resolver, tire a
arruela de borracha e desgaste-a um pouco. Faça isso até que o trabalho do pistão fique
suave. Depois encaixe o plug "P1" no tubo de 25 mm e então no cilindro, colocando otubinho ou o adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro (25 mm x 3/4") no
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furo para prender o plug "P1" no tubo de 75 mm. Por último, passe uma fita veda rosca na
ponta do tubo de 25 mm e encaixe o Tê 90° soldável (25 mm) da alavanca.
Agora a preparação do êmbolo. Para esse êmbolo usaremos um adaptador
soldável com flanges e anel de vedação (20 mm x 1/2"), um adaptador soldável curto com
bolsa e rosca para registro (20 mm x 1/2"), tubo de 20mm, um Tê soldável de 20 mm e
caps soldáveis de 20 mm.
O ponto mais trabalhoso e bem artesanal principalmente para quem não possui um
torno ou um esmerilho, será desgastar a flange até chegar com a medida de 46 mm dediâmetro. Para isso você pode começar serrando a parte onde é encaixado o anel de
borracha que vem com a flange. Depois, com uma grosa ou lima grossa desgaste as
pontas que se formaram. O arredondamento sem ondulações que deixará a peça com 46
mm de diâmetro, será feito com uma lixa grossa. E para terminar fazendo o acabamento
perfeito use uma lixa mais fina.
Depois o mesmo processo de desgaste será feito para a porca da flange. A porca
da flange terá que ter umas duas voltas da rosca interior desgastada para permitir que ela
possa ser rosqueada até o fim. Assim, poderão ser bem fixados os anéis de plástico e
borracha que ficarão entre a porca e a flange. Para construir os anéis de plástico as
medidas são: medida do diâmetro interno de 30 mm e medida do diâmetro externo de 47
mm.
Para fazer elevação de água será necessário colocar um anel de borracha entre os
anéis de plástico, e será necessário usar um lubrificante (graxa) no interior do tubo de 50
mm. Para terminar a construção da ponta do pistão do êmbolo, pegue o pedaço de 3 cm
do tubo de 20 mm e cole em um Cap soldável (20 mm). Cole a outra ponta cole no lado
soldável do adaptador soldável com flanges e anel de vedação (20 mm x 1/2"). Para
construir a alavanca do êmbolo, corte um pedaço do tubo de 20 mm com 52 cm de
comprimento e cole no adaptador soldável curto com bolsa e rosca para registro (20 mm x1/2"), que será rosqueado com fita veda rosca na flange.
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4.1.3 BOMBA DE ELEVAÇÃO D’ÁGUA MANDALLA
4.1.3.1 Origem
Esta bomba (Figura 5) foi desenvolvida no Centro Nacional de Difusão de
Tecnologias Sociais Mandalla, em Cuité, PB, por Willy Pessoa e Jordinouro Barbosa
Pereira, sendo ela uma adaptação da chamada bomba rosário. Fornece pressão
suficiente para irrigar áreas de mais de 100 metros quadrados. Captura água de poço
dispensando o uso de energia elétrica. O valor médio para montar a bomba de elevação
mandalla é de R$ 300,00 (BOMBA D’ÁGUA, 2007).
Figura 5: Bomba de elevação d’água mandalla
4.1.3.2 Princípio de funcionamento
Ao pedalar, move-se uma corda com círculos de borracha, chamado rosário, que
carrega a água por meio de um cano de PVC até quatro metros e meio de altura. Essa
água é transferida para um outro tubo fechado na base e com uma pequena torneira.
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4.1.3.3 Descrição
Os materiais utilizados para a construção são tubos e conexões de PVC, roldanas,
madeira, mangueira, corda de seda, arame, torneira e bicicleta velha.
4.1.3.4 Construção
Pegue três caibros e finque-os no solo ao redor do reservatório, deixando-os
inclinados para formar uma pirâmide. Fixe no meio deles, na posição vertical, o pedaço de
madeira de cinco metros que servirá de base ao equipamento. Com um prego e um
parafuso, coloque uma roldana na extremidade inferior desta ripa, que deverá estar
sempre imersa na fonte de água para que a bomba funcione. A meio metro acima desta
roldana e a dez centímetros de distância da madeira, coloque uma das rodas pequenas.
Para isso, faça pedaços em forma de "L" com o caibro que restou e pregue-os, de um
lado à base da madeira e de outro ao centro da roda. Para colocar a outra roda pequena
repita a operação, colocando a uma distância de um metro da primeira.
Retire a roda da frente da bicicleta. Com auxílio de parafusos, fixe o garfo do
veículo à estaca de madeira de dois metros, que deve ser fincada ao solo para dar
sustentação e estabilidade. Pregue no eixo traseiro da bicicleta um pedaço de caibro e
fixe-o à madeira de cinco metros. O pneu ficará encaixado entre as rodas pequenas, a
uma distância de dez centímetros de cada uma e também da base da madeira.
Na extremidade superior da madeira de cinco metros, prenda verticalmente com
parafusos e uma haste de metal a roda que foi retirada da bicicleta, deixando-a girar
livremente. A 50 centímetros abaixo de seu eixo, fixe horizontalmente na madeira outra
haste metálica com uma roldana presa em cada lado. Prenda o pedaço de cano de 40
milímetros de espessura e três metros de comprimento à madeira utilizando arame.
Deixe-o sempre imerso na água. Coloque o tubo entre uma das roldanas fixadas na partede cima e a roda pequena superior.
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Fixe o cano de 4,5 metros entre a outra roldana superior e a que está fixada na
parte inferior da madeira de cinco metros. Deixe este tubo a uma distância máxima de 20
centímetros da base. Coloque na extremidade superior deste cano o T, encaixando na
saída vertical desta peça 1/2 metro de cano de 75 milímetros. No lado horizontal do T, fixe
a curva de 75 milímetros, que ficará presa ao tubo de PVC de 150 milímetros por meio da
redução excêntrica. Vede o final deste cano com massa epóxi para evitar que a água
vaze. Faça um orifício de 1/2 polegada a dez centímetros da base deste cano vedado.
Fixe uma torneira neste buraco com a ajuda de uma chula de 1/2 polegada. Prenda à
torneira uma mangueira de 1/2 polegada para transportar a água até o local desejado.
4.1.4 CATA-VENTO HIDRÁULICO
4.1.4.1 Origem
A origem do cata-vento (Figura 6) não está claramente sinalizada na história.
Alguns estudiosos acreditam ter originado na Pérsia de 915 a.C, hoje Irã, os mais antigosregistros sobre moinhos de vento. Entretanto, existem indicações sobre o emprego de
moinhos de vento mais remotos no Iraque, Egito e China. Na Europa, os moinhos de
vento foram introduzidos no século XII, mas apenas no século XV, se espalharam pelo
continente. Se prestou a muitas aplicações no passado, como na moagem de grãos,
extração de óleo, bombeamento de água, dentre outras.
Figura 6: Cata-vento hidráulico
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4.1.4.2 Princípio de funcionamento
Seu funcionamento baseia-se no movimento da massa de ar, que é o vento, que ao
passar pela hélice faz com que suas pás girem. Com o torque existente em seu eixo
transferindo a bomba eleva a água ao reservatório (ADEJA, 2007).
4.1.4.3 Descrição
Para bombeamento de água, o cata-vento deve ser instalado em conjunto com
uma bomba do tipo pistão (ENERGIA EÓLICA, 2007). Para fins de irrigação, é geralmenteutilizado para bombear água para reservatórios posicionados a uma certa altitude. Do
reservatório a água pode então ser distribuída por gravidade a sistemas de irrigação por
gotejamento, microaspersão ou superficial. É um sistema de alto custo de aquisição em
comparação ao sistema de bombeamento elétrico, mas de baixo custo de operação e
manutenção. Uma necessidade básica para a instalação do sistema é que na região
tenha ventos acima de 2 m/s (EMBRAPA CNPAT, 2007).
4.2 SISTEMA ALTERNATIVO DE CONDUÇÃO DE ÁGUA
4.2.1 BAMBU
4.2.1.1 Origem
As canalizações de bambu (Figura 7) são utilizadas na Indonésia, Tailândia e Taipe
para condução de água nas comunidades rurais (REDE, 1982). É uma planta de grande
potencial de uso, para fins de irrigação de pequeno porte tendo sua utilização como
tubulação de condução de água tanto em sistema aberto como fechado. O bambu é um
material natural que pode ser cultivado na propriedade rural, permitindo que o próprio
produtor construa seu sistema de irrigação. Sendo uma alternativa para a agricultura
familiar que geralmente não tem acesso à irrigação, através de um material simples,
barato e acessível. O bambu por ser um material biológico está sujeito a se deteriorar
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pela ação de fungos e insetos, podendo, segundo alguns autores, durar de 1 a 3 anos
quando não tratado e de 10 a 15 quando tratado (PEREIRA, 1997).
Figura 7: Sistema de condução aberto de bambu
4.2.1.2 Princípio de funcionamento
Existem atualmente trabalhos desenvolvidos por Pereira (2000) utilizando o bambu
em sistema de irrigação (Figura 8), com a pressão de 1,5 atm (15 mca) suficiente para o
acionamento de microaspersores. Pressões maiores podem ser utilizadas devendo tomar
o cuidado com a resistência das emendas, a união com borracha é recomendada para
trabalhar com pressões de até 2,5 atm (25 mca).
Figura 8: Sistema de condução fechado de bambu
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tratamento os colmos devem ser guardados por pelo menos 10 dias em local coberto e
fechado, para que o produto químico sofra distribuição dentro do colmo e, ocorra o
tratamento. O produto químico utilizado para o tratamento dos colmos foi com Borato de
Cobre Cromatado sendo comercializado com o nome de Osmose NR sal, outro produto
que pode ser utilizado neste tratamento é o Bórax.
Para a fabricação de um tampão final é deixando sem limpar os dois últimos nós da
extremidade dos tubos de bambu que forem destinados para este fim. Para uniões existe
várias maneiras de fazer a união entre os tubos de bambu, podendo-se utilizar desde
borracha de câmara de ar de pneu de carro ou caminhão, ou até se adaptar um pedaço
de PVC como uma luva, caso se queira trabalhar com pressões mais elevadas. Para a
instalação dos aspersores nas tubulações de bambu é feita pela seqüência de primeiro
fazer os furos com o uso de uma serra tipo copo de 1 ½ de diâmetro, que é acoplada e
acionada por uma furadeira manual. As roscas nos furos são feitas através de um
adaptador de ferro de 1 ½ para 1” que deve ser girado através de um grinfo, fazendo
internamente as roscas nos furos. Em seguida são instalados adaptadores semelhantes
de ferro ou PVC nestes furos, permitindo a instalação das hastes de subida de 1” com osaspersores.
4.2.1.5 Instalação
O sistema de irrigação com tubos de bambu deve ser utilizado enterrado no solo,
na média de 30 cm, ser mantido sempre cheio de água para sua melhor durabilidade e
conservação. Inicialmente a água que fica dentro do bambu apresenta um forte cheiro,
que desaparece após alguns minutos de funcionamento e que nada mais é do que a
transformação química de substancias do próprio bambu.
4.3 SISTEMAS ALTERNATIVOS DE IRRIGAÇÃO
Os métodos de irrigação estão divididos em: irrigação por superfície, por aspersão
e localizada. A irrigação por superfície é geralmente não-pressurizado, em que a água é
conduzida e distribuída sobre a superfície do solo por gravidade. Esse sistema é
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subdividido em irrigação por sulco, por faixa, por inundação, subirrigação. A irrigação por
aspersão é o método em que a água é aspergida sobre as plantas ou na subcopa,
simulando uma precipitação natural. Os sistemas de irrigação por aspersão são o
convencional, em malha, por pivô central e por autopropelido. A irrigação localizada é o
mais recente sistema onde a água é aplicada próxima a região radicular, em pequena
intensidade e alta freqüência (MANTOVANI, 2006).
4.3.1 ASPERSÃO ESPAGUETE
4.3.1.1 Origem
Criado pelo Dr. Lacerda que implantou pela primeira vez em sua propriedade em
Igarassu no estado de Pernambuco em 1986. O sistema foi denominado espaguete
(Figura 9) como referência ao material utilizado para confeccionar os microaspersores,
pois trata-se de um tubo plástico que tem como principal finalidade na confecção de
cadeiras. O sistema pode ser utilizado para a irrigação de olericulas, flores, sementeiras e
viveiros de plantas frutíferas, casas de vegetação, plantas ornamentais e etc(SOBRINHO, 1986).
Figura 9: Aspersão por espaguete
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4.3.1.2 Princípio de funcionamento
Trata-se de um sistema fixo por microaspersão onde a água pressurizada percorre
a tubulação principal chegando às linhas de distribuição onde através de uma ranhura notubo plástico conectado a um tubo de polietileno é aspergida em forma de névoa.
4.3.1.3 Descrição
Apresenta como vantagens o baixo custo de implantação, pequeno diâmetro de
gotas d’água, fácil implantação, dispensa mão-de-obra no manejo, economia de água e
pode ser empregado em qualquer tipo de solo e topografia. O material utilizado para a
construção do sistema são tubos, conexões e registros de PVC, mangueira de polietileno,espaguete (tubo plástico) e estacas de madeira.
4.3.1.4 Construção
Para a confecção do microaspersor corta-se pedaços de espaguete com
aproximadamente 3cm de comprimento. Com auxílio de um ferro quente derreta uma de
suas extremidades até fechá-lo e evitar vazamentos. Em seguida, com auxilio de umalâmina cortante, faça de um corte transversal próximo a extremidade que foi vedada até a
metade do diâmetro.
4.3.1.5 Instalação
Após o preparo do terreno, enterre as estacas de madeira com no mínimo 20 cm
de profundidade, fixando-as bem. Pois as linhas distribuidoras ficarão suspensas sobre a
cultura que ao longo serão fixados os irrigadores, espaçados entre si de acordo com o
sistema.
A tubulação da linha principal pode ser de PVC, enquanto as linhas de distribuição
devem ser de polietileno para facilitar o acoplamento do microaspersor tipo espaguete.
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No inicio de cada linha de distribuição deve-se colocar um registro para se fazer a
irrigação de cada linha separadamente. Com auxilio de uma punção, abrir no
espaçamento desejado os furos no tubo de polietileno para conectar os microaspersor. O
furo deve ser de diâmetro ligeiramente menor que do espaguete para uma melhor fixação.
Para a irrigação de fruteiras e culturas com maior espaçamento entre fileiras, a
linha de distribuição pode ser colocada diretamente sobre o terreno. Todavia, para
culturas com menor espaçamento entre fileiras é conveniente que as linhas com os
microaspersor sejam suspensas. Isso pode realizado com auxilio de estacas de madeira.
4.3.2 BUBBLER
4.3.2.1 Origem
Sistema (Figura 10) criado na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, tem
seu nome como origem no borbulhamento da água provocado pela liberação do ar na
tubulação. O sistema é de baixo custando cerca de R$ 1.200/hectare, dispensa o uso de
energia elétrica e indicado para áreas de até quatro hectares, voltado principalmente para
a fruticultura.
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Figura 10: Sistema bubbler
4.3.2.2 Principio de funcionamento
O sistema tem seu funcionamento baseado no principio de vasos comunicantes e
na gravidade, isto é, a água é conduzida a partir de um reservatório elevado pelo menos
um metro em relação à área a ser irrigada, dispensando assim o bombeamento. A água
passa pelas tubulações principal e secundárias e é distribuída em cada planta por
mangueiras emissoras.
4.3.2.3 Descrição
O sistema é constituído por reservatório de água, tubos e conexões de PVC,
mangueira flexível e registro. As tubulações principal e secundárias são geralmente
enterradas de forma a facilitar o tráfico na área e as práticas de cultivo.
4.3.2.4 Instalação e Construção
O diâmetro das tubulações utilizadas vai depender basicamente do tamanho deárea a ser irrigada. Tubulação principal entre 40-50 mm, tubulação secundária entre 20-30
mm e mangueiras emissoras em torno de 20 mm são geralmente suficientes para área de
até em torno de um hectare.
Acoplada a fonte de água, há um tubo de PVC com registro, para controle da carga
hidráulica. A partir das linhas laterais derivam-se as mangueiras emissoras posicionadascada uma com altura diferente em função do desnível do terreno, de forma a se ter a
mesma vazão em cada emissor. Para regular a altura, furam-se ripas de madeira e
encaixam-se as mangueiras.
É fundamental que a instalação seja tal que a vazão seja a mesma em cada
mangueira emissora. Desta forma, a mangueira no ponto mais alto do terreno deve serposicionada entre 5-10 cm do solo, enquanto as demais devem ter altura para compensar
o desnível do terreno. Com o reservatório com a água a cerca de 5 cm abaixo do nível de
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operação, abre-se o registro de saída para as tubulações. As mangueiras emissoras
devem ser cortadas na altura da carga hidráulica estática do reservatório, ou seja, a água
deve chegar no topo de mangueira, mas não sair.
Para uma instalação precisa do bubbler pode-se utilizar um software especifico,
que calcula a altura do tubo principal e de cada mangueira, além do comprimento e
diâmetro de toda a tubulação, conforme tamanho da área, espaçamento, vazão da água e
tipo de tubulação.
4.3.3 POTES DE ARGILA ENTERRADO
4.3.3.1 Origem
Existem registros históricos de que os romanos já utilizavam estes sistema há
muitos séculos. O processo de irrigação por potes de argila enterrados (Figura 11) foi
aperfeiçoado na Índia, em regiões muito secas sendo posteriormente utilizado no Alto
Volta e Senegal. No Brasil, o sistema tem sido utilizado em algumas localidades
especificas do semi-árido. O seu emprego é mais indicado para as culturas de
condimentos e legumes de consumo familiar.
Figura 11: Potes de argila enterrado
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4.3.3.2 Princípio de funcionamento
A irrigação da área é assegurada de forma automática e contínua devido à
diferença de potencial existente entre a água no interior dos potes e o solo, formando um
bulbo molhado com aproximadamente 60 a 80 cm de diâmetro, caso completando-se-lhe
a água uma vez por dia, o consumo diário de água varia de dois a três litros.
4.3.3.3 Descrição
Os potes utilizados são os de barro cozido, idênticos aos usado nas casas como
reservatório de água para consumo humano.
4.3.3.4 Instalação
Um bom preparo do terreno é necessário para assegurar as condições para a
difusão da umidade. Emprega-se areia, calcário e resíduos vegetais, se o terreno for
impermeável; composto orgânico, se for muito arenoso; e, em todos os casos, adubação
com esterco. É indispensável tapar cuidadosamente os potes de argila, para evitar a
evaporação e o aparecimento de larvas de mosquitos.
4.3.4 MICROASPERSOR DE COTONETE
4.3.4.1 Origem
A origem deste tipo de microaspersor é desconhecida, sendo parcialmente descritopela ONG Agência Mandalla. Esse microaspersor pode ser utilizado para a irrigação de
olericulas, viveiros, casas de vegetação e planats ornamentais e etc.
4.3.4.2 Princípio de funcionamento
A água é pressurizada através de uma ranhura em um microtubo (cotonete)
conectado à um tubo de polietileno sendo aspergida com um ângulo de 180° (Figura 12).
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Figura 12: Microaspersor de cotonete
4.3.4.3 Descrição
Existe microaspersores de diversos modelos, tamanhos e vazões no mercado afimde suprir a necessidade dos mais diversos sistemas de cultivo. Para a construção desse
tipo microaspersor é necessário uma haste de cotonete, arame liso e alicate. Os
microaspersores de cotonetes são instalados ao longo da tubulação de polietileno (linha
lateral) com espaçamento suficiente para atender as necessidades hídricas da cultura a
ser irrigada.
4.3.4.4 Construção e Instalação
Para a construção do microaspersor retire das duas pontas o algodão. Esquente
uma das pontas com fogo e aperte com alicate para o fechamento. Na outra ponta insira
um arame para servir de guia para o corte transversal de 180° que deve ser realizado com
auxilio de uma lâmina cortante próximo a extremidade que foi bloqueado do cotonete.
Retire o arame e depois entorte a ponta obtendo uma abertura de 20 a 30°. Para a
instalação dos microaspersores na tubulação de polietileno, deve-se realizar um pequenofuro ( de menor diâmetro que o cotonete) no tubo e introduzir.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A agricultura familiar representa para o setor agrícola um papel fundamental na
produção nacional sendo responsável por 38% do valor bruto da produção e 25% das
terras cultivadas no Brasil. Dentre as tecnologias de produção, a irrigação é uma das que
tem sido mais demandada por este setor produtivo. Buscam principalmente tecnologias
simples e eficientes, mas que apresentem baixo custo. Por não existir publicação sobre tal
assunto, buscou-se no presente trabalho dar início a elaboração de um acervo de tais
tecnologias, especificando de forma simplificada sua origem, princípio de funcionamento,
descrição, construção e operação, assim como, indicação de uso, vantagens e
desvantagens.
Dentre os sistemas de bombeamento de água descritos, o carneiro hidráulico tem a
vantagem de ser automático e bombear água de rios, córregos, riachos ou de qualquer
outra fonte a certa altitude. A principal desvantagem é que requer desnível entre a fonte
de água e a posição de sua instalação. Similarmente ao carneiro hidráulico, a bomba
d’água manual não pode ser utilizada diretamente para a irrigação por gotejamento e
principalmente por aspersão, haja vista que não fornece um fluxo continuo. Não requer
desnível de água, mas exige mão-de-obra contínua para seu funcionamento. Para
pequenas irrigações usando o carneiro hidráulico e a bomba d’água manual é
recomendada o uso de reservatório, para que daí se possa realizar a irrigação por
gravidade. O cata-vento hidráulico não necessita de energia proveniente de combustível
fóssil ou eletricidade pois utiliza a eólica associada a uma bomba do tipo pistão parabombear água de poços, mas necessita de que a área apresente ventos de no mínimo 2
m/s e tem um custo inicial maior do que sistemas de bombeamento elétrico. A bomba de
elevação d’água mandalla pode ser utilizada em poços e fornece pressão suficiente para
irrigar áreas acima de 100 metros quadrados, dispensando o uso de energia elétrica.
O sistema de condução de água para irrigação por meio de bambu pode serutilizado tanto para condutos abertos quanto fechados. O bambu tem como vantagem
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poder ser produzido na propriedade, não necessita de replantio e é de fácil rebrota. Se
devidamente tratado, tubos de bambu podem durar até 15 anos. É indicado para
pequenas áreas e em propriedades que dispõem de plantação.
Os sistemas por aspersão espaguete e cotonete podem ser utilizados para a
irrigação de olericulas, flores, sementeiras e viveiros de plantas frutíferas, casas de
vegetação e plantas ornamentais. Requerem pressão manométrica entre 10 e 15 mca. Já
o sistema bubbler requer pressão manométrica de apenas 1 mca, mas é indicado apenas
cultura com grande espaçamento entre plantas, como as fruteiras. O sistema de irrigação
utilizando potes de argila enterrados é de simples manejo, a irrigação é assegurada de
forma automática e continua, e apresenta um baixo consumo diário de água por ser a
irrigação localizada e a água aplicada abaixo da superfície do solo.
Este acervo contempla apenas uma parcela da imensa variedade de tecnologias de
irrigação de baixo custo existentes. Uma pesquisa mais profunda em todas as regiões do
país será necessária para catalogar por inteiro todas elas. Para uma melhor análise das
tecnologias aqui apresentadas seria indicado fazer um estudo mais detalhado sobre cada
uma delas, como testes de durabilidade, viabilidade sócio-econômica e eficiência.
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6 REFERÊNCIAS
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alimentação em aço galvanizado e em PVC. Scientia Agricola, v.59, n.1, p.197-203, jan./mar. 2002
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ARNILLAS, P.; Land use in pre-Columbian America. In: L. Dudley Stamp (ed.). A historyof land use in arid regions. UNESCO. Arid Zone Res. 17, Paris, 1961, p. 255-276.
BERNARDO, Salassier; SOARES, Antonio Alves; MANTOVANI, Everardo Chartuni;Manual de Irrigação; 7 ed.; Viçosa: Ed. UFV, 2005
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