23 CAPÍTULO 3 SOLOW: O CONHECIMENTO E EFICIÊNCIA DO TRABALHO 1 Solow em seu modelo, também referido como modelo de Solow-Swan, mostra que somente a acumulação de capital físico não explica o crescimento do produto per capita, nem a divergência dessa relação entre regiões. Para explicar esses fenômenos, ele recorre a fatores exógenos, nomeadamente, mudanças tecnológicas. As simplificações de Solow são: (a) há apenas um bem; (b) não há governo; (c) ignora flutuações no emprego; (c) apenas três insumos; (d) diversas taxas de crescimento constantes. Conforme apresentado por David Romer (2006), o modelo de Solow envolve quatro variáveis: produto( Y ), capital ( K ), trabalho ( L) e “conhecimento” ou “eficiência do trabalho” ( A). No tempo t , a função de produção da economia é dada por: )) ( ) ( ), ( ( ) ( t L t A t K F t Y = (10) O tempo não entra na função diretamente, mas somente via K , L e A; a produção muda ao longo do tempo somente se os insumos mudarem (ex.: L(t) é o montante de trabalho disponível no tempo t ). O produto resultante de dadas quantidades de capital e trabalho aumenta se o montante de conhecimento aumentar (ou seja, se houver progresso tecnológico). A e L entram multiplicativamente, sendo AL o trabalho efetivo. O progresso tecnológico nessa forma é chamado aumentador de trabalho ou Harrod-neutro 2 . Pressuposições da função de produção A função tem retornos constantes à escala nos seus argumentos capital e trabalho efetivo: se K e L dobrarem, Y dobra, para dado A. 1 Esta seção baseia-se no capítulo 1 de D. Romer. 2 A tecnologia implicada pela função (10) é Harrod-neutra, ou seja, a mudança tecnológica aumenta ao fator trabalho e não altera as parcelas de fatores na renda. Joan Robinson e H. Uzawa provaram essa proposição. Ver Charles I. Jones e Dean Scrimgeour. 2005. “The Steady-State Growth Theorem: Undesrtanding Uzawa” (1961): http://www.aeaweb.org/annual_mtg_papers/2006/0106_1430_0702.pdf . Department of Economics, U.C. Berkeley.