RUTH ANGELINA MARTINS REQUISITOS PARA PLATAFORMAS HÍBRIDAS IPTV e OTT São Paulo 2015
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RUTH ANGELINA MARTINS
REQUISITOS PARA PLATAFORMAS HÍBRIDA IPTV e OTT
Trabalho de conclusão de curso de Pós-Graduação do Laboratório de arquitetura de rede de computadores de Universidade de São Paulo para obtenção do título de MBA.
Área de Concentração:
Orientador: Reinaldo Matushima
São Paulo
2015
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RESUMO
O trabalho a ser apresentado é uma proposta de definição de requisitos a serem
considerados para expansão implantação de uma plataforma IPTV para serviços
híbridos a de serviços IPTV e OTT. A motivação do trabalho é devido à grande
convergência de serviços multimídia que o mercado vem apresentando nos últimos
anos. Na década passada havia uma pequena demanda de serviços de vídeo.
Contudo, tem-se verificado um crescimento exponencial do trafego de serviços de
vídeo, voz e dados. Inicialmente será descrito a infraestrutura necessária para compor
os serviços de multimídia em questão, isto é, desde geradoras de conteúdo até a
recepção do sinal. Após o conhecimento das arquiteturas para os serviços IPTV e OTT,
serão apresentados os mecanismos e técnicas para garantir a melhor eficiência numa
plataforma híbrida de serviços multimídias. A verificação da importância dos requisitos
levantados será realizada através da apresentação de alguns casos de uso.
Palavras-chave: IPTV, OTT, plataformas híbridas, serviços multimídia, requisitos.
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ABSTRACT
The work herein presented is a proposal for the establishment of requirements to be
considered for the expansion deployment of IPTV service to ana hybrid platform
includingfor IPTV and OTT services. The motivation of the work is due to the large
convergence of multimedia services that the market has shown in recent years. In the
past decade, there was a small demand for video services. However, there has been an
exponential growth of video traffic, voice and data. Initially, the necessary infrastructure
required to provide multimedia services will be described, that is, from content
generation to the reception. After that, the knowledge of architectures for IPTV and OTT
services, mechanisms and techniques will be presented to ensure the best efficiency in
a hybrid platform for multimedia services. The findings on the importance of the
requirements identified will be carried out by presenting use cases.
Keywords: IPTV, OTT, hybrid platforms, multimedia services, requirements.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Diagrama IPTV (http://www.bogotobogo.com/WebTechnologies/ipTV.php)
........................................................................................................................ 1413
Figura 2 - Arquitetura IPTV convergente ................................................................. 1615
Figura 3 - Arquitetura STB (http://www.knowcrazy.com/2011/05/set-top-
box.html#.VDMt3Gdhd1Z) ................................................................................ 2019
Figura 4 - Arquitetura CDN [7] ................................................................................ 2322
Figura 5 - CDN Peering - (Vitor M.J Silva, 2013 – Service Building in dense Service
Provider Environments) .................................................................................... 2524
Figura 6 - CDN híbrida combinação CDN + P2P
(http://www.forcetech.net/en/product/server_p2p.html)...................................... 2625
Figura 7 - Arquitetura Híbrida com CDN em Nuvem e Provedores de Conteúdo [11] 2726
Figura 8 - CDN peering Akamai – (http://pt.slideshare.net/suerudd/cdn-ws-
operatorspperspectives1630june-27th2013suerudd, acesso 06, fev.2015) ........ 3231
Field Code Changed
Field Code Changed
7
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
API Application Program Interface
AWS Amazon Web Services
BRAS Broadband Remote Access Server
CAS Content Authority System
CC Close Caption
CDN Content Distribution Networking
DASH Dynamic Adaptive Streaming over HTTP
DRM Digital Rights Management
DVB-S/S2 Digital Video Broadcasting over Satellite
DVR Digital Video Recorder
EPG Electronic Program Guide
FTTH Fiber To The Home
HD High Definition
HDD Hard Disk Drive
HDS HTTP Dynamic Streaming
HEVC High Efficiency Video Coding
HFC Hybrid Fiber Coax
HLS HTTP Live Streaming
HTTP Hypertext Transfer Protocol
IP Internet Protocol
IPTV Internet Protocol Television
ISDB-Tb Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazil
ISP Internet Service Provider
MOS Mean Opinion Score
MPEG Moving Pictures Expert Group
MSAN Multi-Service Access Node
NDVR Network Digital Video Recorder
Comment [RM1]: Revisar todas as sglas para ver se estão na lista e depois acertar a ordem alfabética!!
Formatted: Portuguese (Brazil)
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ONT Optical Network Terminal
OTT Over The Top
PPV Pay-Per-View
PSNR Peak Signal to Noise Ratio
RTMP Real Time Messaging Protocol
RTOS Real Time Operation System
RTSP Real Time Streaming Protocol
P2P Peer-to-Peer
QoE Quality of Experience
QoS Quality of Service
SDI Serial Digital Interface
STB Set-Top-Box
TCP Transmission Control Protocol
TIC Transparent Internet Caching
UDP User Datagram Protocol
UHF Ultra High Frequency
UI User Interface
VCAS Video Content Authority System
VoD Video on Demand
VHF Very High Frequency
9
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................. 7
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1012 1
1.1 ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO .................................................... 1113
ELEMENTOS CHAVES DE ARQUITETURAS IPTV E OTT .................... 1315 2
2.1 IPTV .................................................................................................... 1315
2.2 OTT ..................................................................................................... 1416
2.3 PLATAFORMA HÍBRIDA .................................................................... 1517
2.3.1 Headend ......................................................................................... 1517
2.3.2 Recepção ........................................................................................ 1921
MODELAGEM DE REQUISITOS DE UMA ARQUITETURA HÍBRIDA.... 2224 3
3.1 CDN .................................................................................................... 2224
3.2 SERVIÇO DE CACHE DE INTERNET ................................................. 2729
3.3 QoE e QoS .......................................................................................... 2830
3.4 HLS ..................................................................................................... 3032
3.5 OUTROS REQUISITOS ....................................................................... 3133
AVALIAÇÃO .......................................................................................... 3234 4
4.1 AKAMAI E AMAZON ........................................................................... 3234
4.2 ANÁLISE ............................................................................................. 3335
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 3638 5
5.1 TRABALHOS FUTUROS ..................................................................... 3638
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 3739
Formatted: English (U.S.)
Formatted: Justified, Space After: 9pt, Line spacing: single
10
INTRODUÇÃO 1
Este trabalho contempla o processo de expansão para transmissão e distribuição de
sinais multimídia de um ambiente controlado e gerenciado IPTV, para uma
implementação de serviços OTT. O objetivo é aproveitar toda a infraestrutura e
equipamentos previamente utilizados para o serviço IPTV. Ou seja, fazer uso o máximo
possível do grande investimento realizado no legado IPTV existente.
A grande motivação das operadoras de telecomunicações e TV para iniciarem a
preparação de suas plataformas com o objetivo de suportar serviços coexistentes IPTV
e OTT é aumentar a participação de mercado, isto é, aumento da base de clientes
somando legado IPTV e novos clientes OTT. Ou sobre um outro viés, minimizar a perda
de mercado decorrente do grande avanço dos serviços OTT.
Para este cenário de ampliação de escopo, considera-se um processo de incorporação
ao legado IPTV de novos equipamentos que viabilizem o suporte a serviços OTT,
compondo assim uma solução híbrida que atenda assim tanto IPTV como OTT.
Os serviços IPTV e OTT necessitam de tratamentos distintos para geração ,
transmissão e distribuição de sinais multimídia. Neste cenário de migraçãoexpansão, é
necessário consideraremos uma Este trabalho considera o cenário de transmissão e
distribuição de sinal de vídeo sobre IP com uma visão futura de redes de comunicação
de dados que agregam serviços de IPTV e OTT, ou seja, uuma rede híbrida para
tráfegos multimídia que possam apresentar tratamentos diferenciados para cada fluxo..
Neste contexto, o trabalho se propõe a apresentar um projeto de requisitos de rede e
componentes adicionais para o legado IPTV visando compor uma arquitetura que
atenda adequadamente a um cenário híbrido.
Formatted: Highlight
Comment [RM2]: Visao futura? Por que o mesmo provedor iria oferecer os dois serviços?
11
1.1 ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO
O capítulo corrente apresenta a justificativa para a realização do trabalho, isto é, com a
grande demanda de conteúdos de vídeo sob demanda, o cenário atual é caracterizado
por operadoras de IPTV, que não estão conseguindo responder a esta mudança de
comportamento de consumo. O mercado está passando por uma fase de necessidade
de mudanças.
Este trabalho foca em requisitos que as operadoras de IPTV precisam estar atentas
para se posicionar diante deste novo cenário, no entanto, não é possível fazer esta
análise sem deixar de explorar questões mais amplas.
Desta forma, é feita uma análise sob diversos aspectos, desde o processamento de
sinais no headend, até a recepção do sinal para o usuário. Neste sentido, o capítulo 2
apresenta inicialmente de forma sucinta os componentes principais de serviços IPTV e
OTT, para em seguida apresentar o que seriam requisitos de componentes para uma
plataforma híbrida.
Dando continuidade, o capítulo 3 passa da visão de componentes, para uma análise
focada sob o viés da rede. São apresentadas, entre outras coisas, tecnologias de
distribuição de conteúdos que se mostram mais adequadas para cenários híbridos.
O capítulo 4 em seguida apresenta exemplos de serviços que são oferecidos pelo
mercado e que podem ser exploradas pelas empresas de forma a viabilizar a
composição de uma plataforma híbrida. Finalizando, o capítulo 5 apresenta as
considerações finais e possíveis evoluções do trabalho realizado.
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ELEMENTOS CHAVES DE ARQUITETURAS IPTV E OTT 2
O consumo de vídeos via IP (Internet Protocol) vem aumentando consideravelmente na
forma de vídeo sob demanda. Um dos fatores que favoreceu este crescimento foi a
popularização das aplicações de redes sociais, que impulsionaram o comportamento
das pessoas de compartilharem e recomendarem suas experiências.
Isso alavancou o consumo de vídeo, que é o tipo de mídia mais compartilhado nas
redes sociais. Como resultado deste processo e outros fatores tal como a melhoria na
velocidade das redes de computadores, verifica-se o grande crescimento de aplicações
de vídeo como YouTube, Netflix, Time Warner, Comcast, Amazon, e Hulu. Para
referência do nível de relevância destas aplicações, atualmente elas são responsáveis
por mais de 30% do tráfego de rede nos Estados Unidos[1].
A seguir são apresentados os principais conceitos e componentes associados às
arquiteturas de soluções de IPTV (Internet Protocol Television) e OTT (Over The Top).
São questões relevantes quando se fala de uma arquitetura híbrida, sendo base para o
entendimento do trabalho de modelagem dos requisitos.
2.1 IPTV
IPTV consiste na entrega de conteúdo audiovisual, compreendendo vídeo, áudio e
dados sobre uma rede IP. Para Simpson IPTV é conceituado como uma maneira
simples de entregar conteúdos de canais com compartilhamento em grande escala,
para consumidores sobre uma rede IP, independente se o serviço for através de redes
terrestre, cabeada ou satélite [2].
A infraestrutura IPTV pode ser dividida em blocos, cada qual com um conjunto amplo de
componentes: servidores VoD (Video on Demand), gerador de fluxos de vídeo
(streamer), servidor VCAS (Video Content Authority Syste1m), codificadores, solução
de armazenamento, servidores de middleware, servidores de monitoração, servidores
DRM (Digital Rights Management), equipamentos de recepção de sinal aos usuários,
14
entre outros elementos. A Figura 1Figura 1 ilustra alguns blocos e elementos que
compõem a infraestrutura de uma solução de IPTV.
Figura 1 - Diagrama IPTV (http://www.bogotobogo.com/WebTechnologies/ipTV.php)
2.2 OTT
Over The Top (OTT) consiste em um serviço multimídia que trafega por uma rede cujo
operador não é o fornecedor do serviço, ou seja, o fornecedor do serviço OTT não tem
responsabilidade sobre o meio de acesso ao serviço prestado. O OTT disponibiliza
serviços como vídeo sob demanda através do acesso à Internet que o cliente possui.
O OTT pode propiciar ao consumidor final acesso a serviços como telefonia e conteúdo
áudio visual através de aplicativos desenvolvidos para computadores, tablets,
smartphones e aplicativos para televisão conectada.
Embora prover conteúdo áudio visual através da Internet possa fornecer a impressão
de que o serviço seja de IPTV, já que ambos serviços trafegam através de uma rede IP,
esta percepção é erradaesta visão é superficial e errônea. Ao fazer uma análise das
características técnicas do OTT, pode-se notar que este serviço é distinto do serviço de
IPTV em vários aspectos.
Formatted: Highlight
Comment [RM3]: Quem garante?
15
O serviço OTT trafega pela Internet, através da qual o cliente tem acesso ao serviço
usando a rede de acesso que já tem contratada, portanto o provedor de serviço OTT
não administra a rede de acesso, não podendo garantir a qualidade de experiência ao
usuário.
2.3 PLATAFORMA HÍBRIDA
Esta seção apresenta os elementos necessários para compor uma plataforma híbrida,
ou seja uma plataforma convergente que suporte os serviços de IPTV e OTT.
Fundamenta-se em integrar às arquiteturas IPTV, elementos de uma arquitetura OTT.
Componentes da arquitetura IPTV tem seu escopo ampliado e elementos de uma
arquitetura OTT são adicionados.
2.3.1 Headend
O Headend neste cenário é ponto inicial da migração de serviços IPTV para OTT, e
neste contexto a implementação de equipamentos para suporte do OTT, onde os sinais
multimídia serão recebidos, sejam eles das fontes terrestres, satélite, fibra e ou cabo.
Estes sinais podem estar em diversos padrões de transmissão: ISDB-Tb (Integrated
Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazil), UHF (Ultra High Frequency), VHF (Very
High Frequency), DVB-S /S2 (Digital Video Broadcasting over Satellite) e banda base
SDI (Serial Digital Interface).
O headend é um elemento chave das infraestruturas IPTV e OTT. No headend
acontecem todas as etapas de constituição, processamento e controle do conteúdo [3].
A Figura 2Figura 2 ilustra o headend convergente, mostrando as implementações dos
equipamentos para suporte do serviço OTT e os processos que ocorrem nele.
16
Figura 2 - Arquitetura IPTV convergente
2.3.1.1 Transcodificação
O primeiro processo no headend é a transcodificação dos sinais. Consiste na
transformação de sinais de diversas fontes em um único padrão. O objetivo é que os
sinais recebam a partir deste processo tratamento de forma homogênea.
2.3.1.2 Codificação
O processo de codificação é responsável por manter a qualidade do sinal produzido
pelas programadoras de conteúdo com uma taxa de bits suportável pelos sistemas
IPTV. Esta necessidade de comprimir o vídeo existe devido limitação das redes para
transportar vídeos em seu formato original, por exemplo, um vídeo HD (High Definition)
em sua origem apresenta uma taxa de 1.5 Gbps. Para que haja uma eficiência de taxa
de sinal e qualidade são aplicados algoritmos de compressão.
Comment [RM4]:
17
Ambas arquiteturas, IPTV e OTT realizam a segmentação de pacotes para transporte
do conteúdo, com isto, quanto maior a eficiência da compressão menor as
segmentações e possíveis atrasos de distribuição.
A maior referência na área de compressão de vídeo é o grupo MPEG (Moving Pictures
Expert Group), o qual desenvolveu diversos padrões, entre eles o MPEG-1, MPEG-2,
MPEG-4, MPEG-1. Estes padrões de compressão tem evolução constate. Para termos
de termos de referência da evolução, o padrão HEVC (High Efficiency Video Coding),
sucessor do MPEG-4, possui), possui eficiência de 40% sobre o padrão que o precede
[4].
2.3.1.3 Gerador de fluxos de vídeo (Streamer)
Para que o conteúdo tratado no headend possa ser visualizado em diversos
dispositivos, é necessário que haja uma etapa de criação de perfis de conversão dos
vídeos para diferentes taxas de bits e resolução. No gerador de fluxos de vídeo, original
do inglês, Streamer, os conteúdos VoD (Video on Demand) e ao vivo, são processados
para serem disponibilizados em diversos formatos.
Além da conversão, alguns protocolos de streaming de vídeo são aplicados no
Streamer, como: Apple HLS (HTTP Live Streaming), Microsoft S Smooth Streaming,
Adobe HDS (HTTP Dynamic Streaming), MPEG-DASH (Dynamic Adaptive Streaming
over HTTP). Estes protocolos atendem a um requisito importante no universo de IPTV e
OTT, que é a taxa de bits adaptativa, onde cada dispositivo requisitante recebe um
perfil diferente de sinal multimídia, com isto, a distribuição do sinal pode ser
decodificada por dispositivos móveis, portáteis e televisores com diferentes
características.
É no Streamer que se inicia a aplicação VCAS (vide seção 2.3.1.6), quando um link
dedicado entre repositório, Servidor VCAS e Streamer se conectam ao conteúdo
criptografado. Ao final deste processo o conteúdo está adequado para ser entregue a
uma rede de distribuição de conteúdo.
Comment [RM5]: Colocar na ordem
Comment [RM6]: Colocar na ordem
Formatted: Highlight
Comment [RM7]: VAC > HEVC > Ambos MPEG4
Formatted: Not Superscript/ Subscript
Formatted: Not Highlight
18
2.3.1.4 Repositório
Quando se aborda uma rede híbrida, o repositório é um elemento de conexão das
redes IPTV e OTT, pois é neste elemento que serão armazenados os conteúdos VoD.
Isto é, todas as solicitações de conteúdo do usuário serão orientadas para busca no
servidor VoD. O repositório é uma base de dados com grande capacidade de
armazenamento de conteúdos multimídia.
Além de busca de conteúdos gravados, o usuário tem possibilidade também de gravar
seus conteúdos de maior interesse em nuvem, minimizando os custos de hardwares
nos STBs (Set top boxes).
2.3.1.5 Servidor VoD
O servidor de Vídeo sob Demanda deve suportar diversos padrões de codificação,
gerenciamento para milhares de acessos que requisitam fluxos simultâneos ao servidor,
o qual necessita de alto poder de processamento. O servidor VoD também faz
administração dos acessos do servidor de DRM e o Middleware. Este servidor gerencia
e busca os conteúdos armazenados no repositório.
2.3.1.6 CAS (Content Authority System)
O servidor Video Content Authority System (VCAS), trata-se de um gerador de chaves
de criptografia para os conteúdos entregues ao Streamer. Ele integra técnicas de
proteção para redes gerenciadas com segurança baseada em padrões de conteúdo, e
protocolos de fluxos de vídeo com taxa de bits adaptativo, garantindo que as chaves de
decodificação sejam mantidas seguras e distribuídas somente a dispositivos
autorizados.
O CAS é baseado em software e construído sobre conceitos de transações eletrônicas
de criptografia segura compatível para todos os tipos de dispositivos de recepção de
sinal. Existem também soluções que integram software e hardware para integração de
criptografia.
Comment [RM8]: Onde pegou esta iformacao?
Formatted: Highlight
19
O servidor VCAS e servidor de DRM são necessários para garantia de que os
conteúdos distribuídos nas redes, independente se IPTV ou OTT não sejam
manipulados pelos usuários de forma ilícita.
2.3.1.7 Servidor de Gerenciamento e Provisionamento de Usuários
O servidor de gerenciamento e provisionamento de usuários, é um componente chave.
Ele trata a gestão de assinantes, sendo responsável por funcionalidades como:
provisionamento de usuários, serviços de dados EPG (Electronic Program Guide),
serviços remotos, gerenciamento e suporte das requisições de gravação. Outra
importante função do servidor é o gerenciamento das aplicações para uso do servidor
de tarifação, realizando interface com o Servidor DRM e o servidor VoD.
Este servidor é aplicado em plataformas IPTV e OTT, dado que ambas fazem
gerenciamento de usuários e aplicações.
2.3.1.8 Servidor de Tarifação
O servidor de Tarifação é responsável pela gestão da base de dados dos assinantes,
tarifação dos serviços oferecidos, criação e manutenção dos serviços ofertados,
geração de faturas, além de prover o relatório financeiro relativo ao sistema de IPTV.
Este servidor necessita de interconexão com os servidores de acesso condicional e de
middleware, já que o sistema de tarifação requer informações de compras efetuadas
pelo cliente como VoD e PPV (Pay-Per-View), além de prover informação ao sistema de
CAS, baseando-se no pacote contratado, de quais serviços o cliente deve ter acesso.
2.3.2 Recepção
O dispositivo responsável pela interação do usuário final com o sistema de IPTV é
denominado set-top box. Este equipamento executa a recepção, a decriptografia e a
decodificação dos sinais de IPTV a fim de que estes sejam preparados para serem
exibidos na televisão do telespectador.
20
O set-top box pode ter componentes integrados para interconexão com a rede de
acesso, como cable modem no caso de rede HFC (Hybrid Fiber Coax) ou ONT (Optical
Network Terminal), quando é utilizado arquitetura FTTH (Fiber To The Home). Não
havendo a integração do terminal de conexão à rede de acesso com o set-top box, este
é interligado a rede de distribuição residencial através de uma interface Ethernet.
O set-top box é composto por vários módulos de software sendo eles, drivers, boot
loader, middleware, módulo de acesso condicional e interface gráfica, como
apresentado na Figura 3Figura 3 mostra a figura 3.
Figura 3 - Arquitetura STB (http://www.knowcrazy.com/2011/05/set-top-box.html#.VDMt3Gdhd1Z)
Os drivers são responsáveis pela comunicação com o hardware onde são programadas
funções de baixo nível como, de sintonia e decodificação de áudio e vídeo.
O RTOS (Real -Time Operating System), também conhecido como boot loader, consiste
em uma camada de software responsável pela inicialização do set-top box, além do
download e instalação de novas versões de software que eventualmente serão
transmitidas pela rede de IPTV.
O middleware é responsável pelas funcionalidades implementadas ao produto como a
interpretação dos comandos do controle remoto e transmissão destes comandos à rede
Field Code Changed
Comment [RM9]: Na versão impresssa sumiu a referencia
21
IPTV. O middleware também é responsável pela comunicação entre os módulos de
software como, por exemplo, os drivers para realizar a decodificação de áudio e vídeo,
o modulo de acesso condicional para a decriptação do sinal e, a interface gráfica para
interação com o usuário. Funções de gravação (DVR - Digital Video Recorder) também
podem ser adicionadas ao middleware do set-top box utilizando-se dispositivos de
armazenamento local, como um HDD (Hard Disk Drive).
O módulo de acesso condicional é responsável pela decriptação do sinal recebido, bem
como a liberação do acesso somente aos canais que pertencem ao plano pacote
contratado pelo assinante.
A interface gráfica ou interface do usuário (UI – User Interface) é a camada de software,
ou melhor, a aplicação responsável pela interação com o usuário, já que ela é
responsável pela exibição das informações de maneira que o usuário possa interagir
com o produto. Diferentemente dos serviços IPTV, os serviços OTT podem ser
decodificados por qualquer equipamento, como computadores, tablets e smartphones.
22
MODELAGEM DE REQUISITOS DE UMA ARQUITETURA HÍBRIDA 3
Ao prover IPTV, o operador é responsável pelo gerenciamento da rede pela qual o
serviço será disponibilizado. O provedor adota métricas de rede e aplica técnicas de
QoS (Quality of Service) a fim de garantir a qualidade de experiência ao usuário de seu
serviço.
Já no serviço OTT, os dados provenientes deste serviço são tratados como qualquer
outro pacote de dados da Internet, ficando a encargo somente do melhor esforço para a
sua entrega. Desta forma, o OTT pode ter sua qualidade reduzida por atrasos na rede,
jitter, perda de pacotes, entre outros fatores.
Este capítulo visa apresentar requisitos chaves a serem considerados em soluções
híbridas, atendendo tanto à provisão de uma solução IPTV como de serviços OTT.
3.1 CDN
CDN consiste de uma arquitetura (Figura 4Figura 4) formada por um conjunto de
servidores com a função de distribuição de conteúdos de um servidor a múltiplos
consumidores. Ela visa prover, entre outras coisas, qualidade de experiência ao usuário
(QoE – Quality of Experience). Para ter uma visão da sua importância, mais da metade
do consumo de tráfego da Internet compreende vídeo e grande parte deste conteúdo, é
distribuído através de CDNs [6].
As CDNs tem altíssimo desempenho e são extremamente flexíveis em relação a
escalabilidade, sendo apropriadas para suportar exigências massivas de usuários. Elas
fornecem alta qualidade de conteúdo para múltiplas telas, tanto para Live como para
VoD Streaming. Em contrapartida, envolve alto custo de gerenciamento[5].
Elas suportam diversos formatos de streaming, além de possibilitar aplicações de
Catch-up e NDVR (Network Digital Video Recorder) e funcionalidades como Pause,
Rewind e Start-over. As CDNs também suportam mecanismos de filtragem de
conteúdos, empacotamento de vídeo, áudio e legendas, incluindo legenda oculta (CC –
Close Caption).
23
Figura 4 - Arquitetura CDN [7]
Um dos elementos relevantes para a construção de requisitos de uma plataforma
híbrida IPTV e OTT é a CDN.
Para a tomada de decisão sobre a escolha da tecnologia a ser aplicada na CDN, é
necessário entender como os conteúdos são distribuídos pela rede. Conteúdos OTT,
tais quais, Netflix e YouTube trafegam nas CDNs de forma não gerenciada, onde
existem apenas alguns contratos com SLAs (Service Level Agreement) mínimos
requeridos pelos provedores de conteúdo e obedecidos pelos administradores das
CDNs.
A CDN é um serviço chave para a qualidade na distribuição de sinais de vídeo. Mas
para alcançar os benefícios oferecidos pelas CDNs, muitos pontos precisam ser
avaliados, como o tipo de CDN. Em um cenário híbrido, é relevante pensar na
globalização dos serviços. Isto é, provedores de conteúdo em todo mundo e a
capacidade do serviço a ser oferecidos pelos ISPs (Internet Service Provider). Nesta
visão de globalização, se destacam as CDNs peering e a CDN híbrida.
Formatted: Font: 10 pt
24
A CDN peering ou interconectada, tem como conceito a cooperação e interoperação
entre uma ou mais CDNs, com intuito de aumentar a cobertura do serviço e reduzir as
despesas de investimento com infraestrutura. No entanto, para esta arquitetura
funcionar, é necessário que haja uma entidade gerenciando a interação colaborativa
entre as diversas CDNs de forma transparente, isto é, um órgão de supremacia sob
todas as entidades[10].
A CDN peering tem como vantagens para este projeto os seguintes pontos:
Visão de arquitetura global para distribuição de vídeo;
Padronização das políticas aplicadas pelas CDNs aos conteúdos de forma a
garantir a qualidade fim a fim do serviço;
Modelo de negociação, onde o usuário faz uma solicitação do conteúdo ao
servidor mais próximo e para obtenção do mesmo ocorre a interação entre os
servidores de distribuição das CDNs para aquisição do conteúdo. Com isto, o
serviço de distribuição de vídeo ganha escalabilidade (figura 5);
O provedor de conteúdo ao contratar um serviço de distribuição de uma CDN
pode ampliar seu contrato globalmente com diversas CDNs devido a
transparência e relacionamento entre as mesmas;
ISPs podem potencializar seus serviços com suas CDNs formando uma rede
colaborativa.
25
Figura 5 - CDN Peering - (Vitor M.J Silva, 2013 – Service Building in dense Service Provider
Environments)
A CDN híbrida (ver figura 6) combina técnicas P2P (Peer-to-Peer), ou seja, existe uma
intercooperação entre todos os elementos do sistema. Quando há alta demanda de
conteúdos, os servidores de borda requisitam os conteúdos de seus vizinhos, e no
momento em que ocorre uma baixa demanda de conteúdo, o usuário receberá o
conteúdo do servidor de origem da CDN.
Para gerenciamento das requisições aos servidores e/ou peer, existe um mecanismo de
roteamento e entidade lógica de controle. Pesquisas mostram CDNs híbridas como
sistema com melhor performance para entrega de conteúdo, apresentando resposta
rápidas de requisições e entrega eficiente de vídeo[10].
26
Figura 6 - CDN híbrida combinação CDN + P2P
(http://www.forcetech.net/en/product/server_p2p.html)
Outro tipo de CDN que se destaca em um cenário de distribuição de vídeos, são as
baseadas em nuvem. Elas são uma estrutura promissora para aplicações de multimídia,
pois permitem escalabilidade proporcionada pela infraestrutura elástica, com
provisionamento de recursos e banda baseado na demanda de usuários. Com a técnica
de aplicar armazenamento em nuvem, pode oferecer serviços sem a necessidade de
investimento em rede física. Como resultante tem redução de custo e possibilidade
maior receita de serviços[11].
Esta infraestrutura de CDN é vantajosa para pequenos ISPs, que podem construir com
baixo custo suas próprias CDNs e oferecer seu serviço globalmente, utilizando
servidores em diferentes países[11]. Na figura 7 é ilustrada a arquitetura de uma CDN
na nuvem, mostrando provedores de conteúdo num ecossistema de distribuição de
conteúdo.
Outras arquiteturas de CDN são encontradas. O objetivo foi apresentar de forma sucinta
a informação de alguns tipos de CDNs que podem ser de grande valor para empresas
que buscam atingir um cenário híbrido. É um tipo de conhecimento que as operadoras
27
de IPTV precisam atentar e passar a fazer uso em sua estratégia de sair do escopo da
sua rede e conseguir atingir os usuários, onde quer que eles estejam.
Figura 7 - Arquitetura Híbrida com CDN em Nuvem e Provedores de Conteúdo [11]
3.2 SERVIÇO DE CACHE DE INTERNET
Além da CDN outro elemento a ser considerado num projeto de plataforma híbrida IPTV
e OTT é o Transparent Internet Caching (TIC), o qual auxilia na redução da latência na
distribuição de conteúdos. No TIC, os servidores de borda armazenam os conteúdos
prioritariamente requisitados, facilitando o envio ao usuário final, sua aplicação é
transparente tanto para os provedores de conteúdo, como para os usuários finais.
Os ganhos para aplicação de TIC são:
Garantir a entrega de conteúdos recentemente requisitados;
Integridade dos serviços;
Preservar o link lógico fim a fim e garantir todas as aplicações de segurança de
conteúdo.
O TIC apresenta maior aproveitamento nos conteúdos OTT e VOD, armazenando
conteúdos mais demandados próximos aos usuários diminuindo o tráfego destes
conteúdos na rede.
28
O TIC captura as requisições de conteúdo interceptando a comunicação entre usuário e
provedor de conteúdo, armazenando o conteúdo e preservando o sincronismo e link
com a URL.
O TIC permite um grande ganho de eficiência nas redes das operadoras, no entanto
provedores de conteúdo não aprovam o caching de alguns conteúdos. Alguns
conteúdos em HTTP (Hypertext Transfer Protocol) são marcados como “no-cache”,
porém esta marcação pouco vale para as operadoras que praticam o TIC da mesma
maneira.
Como medida de impedir a prática do TIC, alguns provedores de conteúdo aplicam os
protocolos de aplicação RTMP (Real Time Messaging Protocol) e RTSP (Real Time
Streaming Protocol).
O transporte do serviço multimídia também é um requisito para análise num projeto de
plataforma híbrida. Serviços de tempo real aplicam protocolos como o RTSP. Este
protocolo controla a sessão de stream de vídeo, seja Live, ou por demanda. Além do
controle da sessão, o RTSP é responsável pela seleção do modo de transporte do
stream, isto é, unicast ou multicast, UDP (User Datagram Protocol) ou TCP
(Transmission Control Protocol) e pelas funções de controle do vídeo, tais quais, para
pausar, exibir, avançar e retroceder. Todo o controle entre a conexão cliente servidor
durante a transmissão do stream é a cargo do RTSP.
3.3 QoE e QoS
Quando se fala de pontos de atenção na distribuição de conteúdos multimídia, não se
pode deixar de dar atenção a QoS e QoE. Parâmetros de medidas de qualidade de
sinal de vídeo podem apresentar requisitos de QoS e QoE, além de classificações das
métricas com resultantes objetivos e subjetivas de qualidade.
Os parâmetros subjetivos podem ser orientados a percepção do usuário como a escala
de qualidade MOS (Mean Opinion Score), uma evolução da BT-500 da recomendação
ITU-T E. [8].
29
O conceito de QoE é a garantia de qualidade da experiência entre o usuário e a
aplicação. Os parâmetros QoS podem ser definidos como a ligação entre os níveis de
aplicação e rede, onde os parâmetros objetivos são medidos como perda de pacotes,
atraso, largura de banda e relação sinal ruído (do inglês, PSNR - Peak Signal to Noise
Ratio).
A perda de pacote pode ser medida entre os componentes de saída do headend, como
o servidor de origem de vídeo e a chegada ao STB. Os pacotes devem ser marcados
com um identificador único e sequencial no servidor de origem para tal procedimento. O
tráfego percorrerá toda a rede, passando pelos servidores de borda, até a chegada no
STB, finalizando o processo fim a fim do vídeo.
Existem fatores importantes que devem ser avaliados no parâmetro perda de pacotes,
não somente a quantidade de pacotes perdidos, mais sim a importância dos quadros
que foram perdidos com os pacotes. No headend o codificador aplica a compressão
MPEG isto é, realiza a compressão da imagem em frames, sejam eles, I, P, B. Estes
frames são distribuídos em diversos pacotes do protocolo de transporte IP, os quais
podem sofrer perdas ao longo do percurso da rede[16][15].
No entanto como medida de suavizar a percepção da perda ao usuário, como
prevenção ocorre a marcação de pacotes, onde os pacotes devem ser marcados por
prioridade nos servidores de origem dos ISPs para um tratamento prioritário em nível de
camada de rede e transporte, e para tanto os cabeçalhos dos quadros devem ter graus
diferentes de importância, ou seja, o quadro I que carrega maior informações de
imagem tem maior prioridade, os quadros P e B que carregam menor tamanho de
informação e informações de menor relevância devem ter prioridades menores na
escala de importância.
O fator de Jitter é um parâmetro de QoS, que mede a variação do atraso em um
sistema de transmissão de vídeo, e o impacto deste parâmetro é visivelmente notável
pelo usuário, numa percepção de QoE. O vídeo ideal deve ser amostrado ao usuário
numa frequência constante e numa sequência determinada, porém quando ocorre o
30
jitter, estes quadros chegam ao receptor em tempos diferentes e causam o efeito
jerkiness, onde o frame amostrado pode estar adiantado ou atrasado do tempo ideal[9].
Como contrapartida do efeito do jitter pode ser inserido no sistema buffers de
compensação, conhecidos como playout buffers, o qual armazena as informações
numa fila em uma etapa anterior a amostragem do sinal ao usuário, ou melhor, da
decodificação. Como resultante, os pacotes só serão amostrados após reordenação
sequencial dos mesmos, e com frequência constante, evitando a experiência negativa
de percepção do usuário. Contudo como desvantagem da aplicação destes filtros no
sistema existe o aumento no atraso do sistema fim a fim.
3.4 HLS
Um dos maiores pontos chaves da arquitetura híbrida IPTV e OTT é o uso do protocolo
HLS, isto porque se trata de um protocolo com taxa de bits adaptativo e pode ser
suportado por diversos dispositivos receptores. O HLS é um protocolo desenvolvido
pela Apple para transporte de stream multimídia para comunicação com dispositivos
portáteis.
O HLS é divido em três camadas; codificação, distribuição e cliente. Este protocolo
pode ser utilizado para conteúdos Live e sob demanda.
No HLS os arquivos são gerados com diversos perfis de configuração, com compressão
e multiplexação diversas. Em seguida, cada conteúdo é divido em chunks, e estes são
entregues para o servidor para distribuição dos streams segmentados e acoplados com
um arquivo de lista de reprodução (.M3U8). Dependendo da qualidade da experiência
fim a fim, os perfis podem ser ativados, apresentando uma qualidade superior ou
inferior do serviço multimídia.
Outra evolução do HTTP para transmissão de vídeo na rede é o Dynamic Adaptive
Streaming (DASH) aplicado sobre o HTTP. Esta solução ainda não está totalmente
difundida no mercado, e muitos dispositivos ainda não suportam, porem quando houver
a capilarização do DASH em grande escala esta se tornará tão eficiente ao HLS
convencional.
31
Nesta técnica, os streams de vídeos codificados em diferentes perfis e divididos por
chunks, estes são segmentados em divisões de alguns segundos, geralmente de 4 a
10.
O usuário faz uma requisição de conteúdo para o servidor, para início da transferência
um algoritmo é ativado realizando medidas de largura de banda para determinar a
qualidade devida para os chunks prosseguirem com a transferência.
3.5 OUTROS REQUISITOS
O gerenciamento das redes de acesso (entenda-se por rede de acesso, os switches
agregadores, BRAS (Broadband Remote Access Server) e MSANs (Multi-Service
Access Node), é um requisito relevante para as arquiteturas híbridas, ao considerarmos
que a arquitetura IPTV convergente estará encapsulado em HLS, e os provedores de
conteúdo nativo OTT já enviam seus fluxos em HLS. A priorização dos pacotes HLS
nos roteadores de borda é uma técnica que aumentaria o QoE do usuário, diminuindo a
latência da entrega, buscando sempre o melhor percurso dos pacotes na rede.
Outro requisito seria a exploração dos dispositivos decodificadores e suas técnicas de
comutar de maneira eficiente entre os diversos perfis oferecidos pela codificação HLS,
isto é, o gerenciamento automático do sistema de decodificação ao identificar que os
requisitos de QoS estão se degradando, por exemplo, realizar antecipadamente a
requisição de chunks com perfis diferenciados que atendam a demanda da rede de
transporte e distribuição, desta maneira não afetaria a QoE do usuário.
Como resultante os mecanismos de analises dos dispositivos, geralmente aplicações
clientes embarcadas nos hardwares, trabalhariam de forma inteligente, eficiente e
colaborativa na decodificação do HLS.
32
AVALIAÇÃO 4
4.1 AKAMAI E AMAZON
Os serviços de distribuição de conteúdo oferecidos pela Akamai são um exemplo onde
os requisitos de qualidade, protocolos da camada de encapsulamento de serviços e na
camada de aplicação são tratados conforme abordados no trabalho. A Akamai oferece
seus serviços de distribuição de conteúdos através de CDNs licenciadas e peering.
No modelo de peering, quando o ISP contrata a Akamai, a distribuição na rede desde o
provedor de conteúdo até o usuário é realizada de forma transparente por uma única
administração e políticas de rede de maneira globalizada, como mostrado na Figura 8.
Figura 8 - CDN peering Akamai – (http://pt.slideshare.net/suerudd/cdn-ws-
operatorspperspectives1630june-27th2013suerudd, acesso 06, fev.2015)
Na opção de contratação de CDN licenciada, o operador, o qual pode ser um ISP,
contrata o serviço de CDN, mas fica a cargo da CDN a administração dos serviços na
rede. A responsabilidade do ISP é somente na distribuição para última milha, isto é,
dentro do domínio do ISP[13][14].
Formatted: Keep with next
33
A opção licenciada seria aderente para os pequenos ISPs que já possuem redes de
legado IPTV e aplicariam os serviços OTT que já são disponibilizadas nas CDNs,
evoluindo assim para plataformas híbridas.
Ambas as arquiteturas aplicam em sua rede o serviço de Hipercahe (HPC), o qual tem
maior eficiência para serviços OTT. O Hipercahe opera em cluster e faz fragmentação e
distribuição de objetos através dos servidores e maquinas virtuais, além de aplicar
também algoritmos de hash e suportar protocolos de entrega de vídeo HTTP e políticas
de QoE.
AWS (Amazon Web Services) da Amazon é outro exemplo interessante de um serviço
que suporta requisitos levantados no trabalho, podendo ser utilizado na estratégia de
uma operadora de viabilizar sua plataforma híbrida. O AWS suporta plataformas que
integram deste o headend IPTV convergente, servidores de DRM, até a gerência de
distribuição de sinal. Esta arquitetura comporta múltiplos serviços na nuvem, pode
hospedar aplicações como Netflix entre outras, que demandam escalabilidade de
serviços. Os serviços são gerenciados por HTTP e APIs (Application Program Interface)
diversas.
A solução AWS é a mais indicada para provedores iniciantes em plataforma multimídia,
pois as operadoras que já possuem hoje o legado das redes e infraestruturas IPTV
precisarão de um investimento massivo para integrarem suas soluções.
Atualmente o Netflix utiliza a plataforma AWS para seus serviços de vídeo. A utilização
do AWS para o Netflix resultou em grande potencial de escalabilidade de novos
serviços aos usuários.
4.2 ANÁLISE
A necessidade e importância de se entender os requisitos de uma plataforma híbrida de
serviços multimídia ficam ainda mais evidente quando se enxerga o cenário futuro. [12]
descreve a projeção de crescimento do trafego de vídeo sobre IP. Através do estudo,
34
em 2018, a ocupação destes serviços representará 79% sobre todo o tráfego de rede, e
os dispositivos conectados à Internet serão aproximadamente 21 bilhões.
Com estes dados é fácil compreender a necessidade de desenvolver projetos de
plataforma que atendam todas as demandas de serviços multimídia, sejam eles OTT e
IPTV[13].
Na seção 3.2 foram apresentados os requisitos de CDN para atender uma rede híbrida.
Como exemplo para ilustrar a importância das CDNs, foi apresentado o exemplo da
Netflix, que inicialmente utilizava as redes de distribuição de conteúdo de terceiros, mas
que ultimamente, anos após anos, tem investido milhões para desenvolver sua própria
distribuição para remodelar e expandir sua rede. Isso ressalta a importância no
investimento em CDNs.
Esta ação demonstra a tendência de universalização das distribuições de conteúdo e
serviços, onde um provedor de conteúdo se torna um distribuidor de conteúdo também
e se conecta globalmente com outras redes de distribuição. Ressalta também a
importância de se olhar de forma mais sistêmica, olhando forte para os requisitos de
rede e roteamento de forma a prover melhor QoE.
A Netflix se iniciou como um provedor de conteúdo, porém a alta demanda de seus
serviços e a visibilidade de um modelo de negócio eficiente ao se expandir aplicações
resultou na ampliação do número de servidores em distribuição geográfica mais
adequada para atender todas as ISP, com o conceito de manter o conteúdo o mais
próximo dos usuários, não sobrecarregar as redes e não acarretar em falhas de
qualidade[17].
Outra tendência que se apresenta com grande vantagem para os provedores e
distribuidores, como para aos usuários de conteúdo, são as CDN na nuvem, conforme
seção 3.2. Atualmente existem algumas empresas, tais como Netflix, Amazon e Verizon
aplicando esta técnica para oferecerem seus serviços.
Nesta arquitetura o custo de implantação é baixo e qualidade é dimensionada conforme
a demanda dos serviços. Para utilização de uma CDN na nuvem é um importante que
35
aja um planejamento de uso, pois se a demanda crescer de forma não gerenciada pode
acarretar em grandes custos ao operador.
Os exemplos apresentados na seção 4.1 ilustram as facilidades (e desafios) que os
provedores de serviço multimídia e os ISPs terão para construírem ou adequarem as
plataformas híbridas IPTV e OTT. A Akamai, por exemplo, é uma solução para
expansão da rede, onde os ISP podem adequar suas demandas de conteúdos OTT, e
os provedores de conteúdo IPTV convergente podem inserir suas políticas de
distribuição gerenciada.
O AWS da Amazon é vislumbrado como a plataforma mais aderente a suportar
os serviços IPTV e OTT, pois aplica técnicas de encapsulamento HLS, serviço de
cache, suporta aplicações de headend IPTV, além de integração com diversos DRMs e
CAS. No entanto, o melhor custo benefício para contratar esta solução seria para os
ISPs que estiverem iniciando operação, pois não teriam o grande custo de integração
com plataforma legada, geralmente plataformas IPTV[18].
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS 5
Este trabalho se propôs a apresentar requisitos relevantes baseados em tendência de
mercado e evolução tecnológica para plataformas de serviços multimídia visando uma
migração de serviços IPTV para OTT, compondo uma plataforma híbrida.
A peculiaridade dos cenários IPTV e OTT foram demonstradas para ambientar e
sinalizar os requisitos principais que tangem estas tecnologias, desde a formação dos
conteúdos, distribuição à recepção dos sinais.
Os requisitos levantados neste trabalho trataram de questões chaves para entender os
conceitos e diferenças a serem consideradas em projetos que envolvam soluções
híbridas. Por exemplo, os protocolos de transporte das aplicações, foram mostrados
como requisitos chaves para a aderência para serviços híbridos, isto é, a possibilidade
de atender ambos os serviços encapsulados na camada de aplicação com os mesmos
protocolos.
Netflix, Akamai e Amazon e AT&T foram exemplos apresentados com intuito de mostrar
a relevância dos pontos levantados no trabalho. As empresas estão se modelando para
atender um mercado que converge para plataformas híbridas de serviços multimídia.
A convergência dos serviços IPTV e OTT será inevitável para atender a demanda dos
consumidores. O mercado de IPTV será o mais afetado se não aderir a mudança no
comportamento de consumo dos usuários ao longo dos anos, onde o conteúdo linear
do IPTV não agrada tanto. O usuário quer escolher o que assistir, onde e quando.
5.1 TRABALHOS FUTUROS
Neste trabalho não foram tratados requisitos e técnicas aplicados em partes das redes
de distribuição, como rede de acesso, ou seja, switch de agregação, MSANs, e
equipamento de usuários, como decodificadores. Como trabalho futuro estes seriam
temas interessantes, pois possibilita aplicação de técnicas de priorização de pacotes e
tratamento de fluxos HLS nos decodificadores.
37
REFERÊNCIAS
[1] Tim Lee, Comcast’s Deal with Netflix Makes Network Neutrality Obsolete, Washington Post, February 23, 2014.
[2] Wes Simpson, Video Over IP: IPTV, Internet Video, H.264, P2P, Web TV, and Streaming:
A complete guide to understanding the technology, pg 999 -2008).
[3] (D. Ramirez, “IPTV Security”, John Wiley & Sons, Ltd, 2008, pp. 1-62).
[4] SMPTE,“The New High-Efficiency Video Coding Standard, B. Bross, H. Schwarz
,D. Marpe. [5]. O. Yevsyeyeva, Mohammed B. Khader, Hierarchical Control Method for Hybrid Content Delivery Network,2014
[6] V. Burger, M. Hirth,C. Schwartz, T. Hoßfeld, and P. Tran-Gia, Increasing the Coverage of Vantage Points in Distributed Active Network Measurements by Crowdsourcing,2014
[7] Buyya, Rajkumar, Pathan , Mukaddim; VAKAli ,Athena (Ed.). Content delivery networks, Springer 2008
[8] H. J. Kim, Ki S. Cho, H. S. Kim, S. G. Choi, A Study on a QoS/QoE Correlation Model for QoE Evaluation on IPTV Service, Electronics and Telecommunications
Research Institute (ETRI),2008. [9] Quan Huynh-Thu and Mohammed Ghanbar, Impact of Jitter and Jerkiness on perceived
video quality,2008). [10] P2P, CDNs, and Hybrid Networks: The Economics of Internet Video Distribution,
Imsook Ha Korea Electrotechnology Research Institute, 2010.
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38
[11] Haitao Li, Lili Zhong, Jiangchuan Liu Bo Li, Ke Xu, , Cost-effective Partial Migration of VoD Services to Content Clouds, IEEE 4th International Conference on Cloud Computing, 2011,) [12] Yago Sánchez et al, iDASH: Improved Dynamic Adaptive Streaming over HTTP using Scalable Video Coding, Bell Labs - Alcatel Lucent, Belgium, 2013. [13] http://www.citrix.com/content/dam/citrix/en_us/documents/products-solutions/how-telcos-and-isps-can-learn-to-love-ott.pdf). Acesso em 10 de jan.2015 [14] http://www.businessweek.com/articles/2014-07-24/netflixs-content-delivery-chief-endures-isp-streaming-fees. Acesso em 20 de dez., 2014 [15] http://blog.streamingmedia.com/2014/01/google-launches-video-quality-report-rates-isps-delivery-youtube-content.html. Acesso em 16 de dez., 2014 [16] http://www.bogotobogo.com/WebTechnologies/ipTV.php. Acesso dia 24 de jan.2015 [17] http://www.policychargingcontrol.com/2939-volte-interoperability-between-verizon-and-at-t-marks-mnos-comeback-intensifies-competition-against-ott-services, Aacesso em 01 de fev.2015. [18] ([18] Broadband as a Video Platform The Economics of Information, Communication, and Entertainment ,2014, pp 81-93.
[19] (Vijay Kumar Adhikari, Unreeling Netflix: Understanding and Improving Multi-CDN
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Lucent,2011).
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